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Saúde do Trabalhador I COMPLETA (1)

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Saúde do Trabalhador I
Prof. Miguel – 31/10/2017
Em saúde do trabalhador, abrimos a pasta que é o nosso tema. Primeiro, eu falei pra vocês que tudo muda o tempo todo, toda legislação está mudando o tempo todo. Então, quando vamos trabalhar legislação trabalhista, previdenciária, da saúde, a tendência nossa é baixar aqueles arquivos, comprar o material e começa a estudar aquilo mas as leis vão modificar o tempo todo então precisamos trabalhar com material eletrônico, é a maneira mais fidedigna, e é interessante que algumas leis, decretos são básicos, então é a partir deles que todos os outros vão surgindo. A bíblia, o principal está la atrás e é dessa forma que a gente vai guardando as coisas. São alguns de
cretos e leis que são chaves e a partir deles é que as atualizações são feitas. O que eu fiz pra vocês? Existe um arquivo que se chama ATENÇÃO. Leia e acesse os principais links, esse arquivo vai se repetir em vários lugares. Aqui você vai pegar os vários links de cada um dos ministérios, aqui tem a pagina do planalto, previdência social, INSS, ministério do trabalho, ministério da saúde, desenvolvimento social, CFM e CRM. Quando vocês clicarem nesses links vocês vão ter a legislação toda que vocês querem. Por ex, a lei 88 é muito importante pra vocês. Isso vocês não vão precisar usar pra disciplina mas é um material de consulta pra vocês. 
Aqui nós vamos apresentar essa Reavaliação Capacidade laborativa e CIF que eu vou apresentar pra vocês. O estudo dirigido especial, eu transformei toda a temática em perguntas, e é em cima disso aqui que vocês tem que estudar, eu PERGUNTO ISSO AQUI EM PROVA, SÃO ESSAS AS PERGUNTAS. E é isso que vamos discutir. Se vocês conseguirem dominar esse conteúdo vocês vão ter uma bagagem muito grande em quatro aulas. Aqui temos o observatório de saúde e segurança do trabalho, plano nacional de saúde e segurança do trabalho, política nacional de saúde e segurança do trabalho e a saúde do trabalhador que é a nossa apostila. É em cima desse material que vocês vão estudar. Eu não faço Power point na aula, eu vou diretamente nas perguntas, nós vamos discutir, e as perguntas estão em cima do próprio texto. 
Dentre as especialidades da medicina temos a Saúde do Trabalhador, que é chamada Medicina do Trabalho, é interessante fazer se vocês puderem porque qualquer área que vocês venham escolher, a saúde do trabalhador é horizontal, a gente tem oftalmologistas, gastro, especialistas em medicina do trabalho. É uma especialização que abre o mercado de trabalho de imediato pra vocês. 
Essa aqui é a apostila, a principio não modifiquei nada. Dentro de cada uma dessas áreas a gente vai ter essas pastas iniciais, uma pra cada ministério porque o tema de saúde do trabalhador passa pela previdência, trabalho, pela assistência social, ministério da saúde. Cada ministério tem sua área de atuação dentro de saúde do trabalhador e as vezes puxa sardinha pro seu lado, as vezes tem uma integração maior, menor, então existe esse Plano nacional de saúde do trabalhador e a Política nacional de saúde do trabalhador que tinham como pretensão fazer essa integração. Nenhum outro documento legal substitui esses outros dois planos, o que acontece é que houve mudança da política então o que estamos vendo é que alterou tudo. O INSS saiu da previdência social e foi pro ministério do desenvolvimento social. Ele foi pro desenvolvimento social e levou com ele todos os benefícios da previdência social, a previdência social foi pro ministério da fazenda, isso demonstra o interesse pela previdência privada. Então a previdência pra pobre você restringe o máximo e vende a previdência pra quem puder pagar. É isso que ta sendo discutido hoje em dia. O fato é que essa mudança dos ministérios é tão louca que dentro de um site você vai sendo jogado pra outros. Dentro dessa lógica, a gente vai falar de cada um, da competência de cada um pra gente entender a lógica e a mudança de estrutura e de regimento, regulamentos, a gente vai compreendendo a medida do possível. Vocês podem fazer projetos de acordo com esses materiais da pasta.
Ministério do trabalho, tem a parte de legislação baixada, as normas regulamentadoras do ministério do trabalho, os protocolos de atenção a saúde do trabalhador.
O ministério da previdência social é outro tema que vamos discutir bastante aqui, tem legislação com os links e que a gente vai chamar atenção quais são, dentre esses decretos e leis, qual é a base, e vocês vão ver que tudo o que vamos falar tem como base esses documentos iniciais, que praticamente são três. Duas leis, um decreto e uma instrução normativa. É a essência do que vocês precisam saber onde buscar da previdência social. É importante vocês saberem um pouco disso porque vocês podem ser nomeados como peritos por uma autoridade judicial. Pra graduação, precisamos só saber o geral.
Eu não vou iniciar como material da apostila agora, antes de falar sobre a saúde do trabalhador eu queria manter um dialogo rápido com vocês pra depois entrar nos conceitos com a apresentação que está designada pra hoje. E que é justamente a apresentação que faz a ponte com o trabalho que estamos fazendo na COPPEX. Primeira coisa que eu queria perguntar, quando a gente fala de incapacidade e funcionalidade, o que vem na cabeça de vocês? O que é ser incapaz? O que é ser funcional? Falaram que incapacidade é a falta de competência pra realizar algo, não pode trabalhar, perda da competência, não estar apto pra realizar, perda da funcionalidade...Voces acham que a gente é 100% funcional ou 100% incapaz? Nós não somos capazes de fazer tudo. Esse material foi um material que eu apresentei num congresso de reabilitação e apresentei também num congresso de síndrome de Down (Falou da história do menino que tocava cavaquinho, no dia seguinte foi fazer a palestra dele, queria saber quem tocava cavaquinho dentre os que estavam la assistindo, ninguém tocava cavaquinho, Dudu tocava muito bem e quem tinha o rótulo de pessoa com deficiência era ele). Na sociedade, nós médicos temos queu tomar um cuidado muito grande porque quando a gente recebe o diploma de médico, recebe junto um pedestal. 
Dizem que médico pensa ser Deus e juiz tem certeza de que é... Quando a gente trabalha nessa área a gente começa a ver como as pessoas se superam e como a gente que se julga o supra-sumo do conhecimento, da sabedoria, a gente se vê numa situação que não sabemos fazer nada daquilo... Você não domina e outra pessoa tem um domínio muito bom. O que acontece é que nós nos completamos. Nós não somos bons em tudo o que fazemos. Então a gente é funcional, e muito funcional em determinadas áreas, e absolutamente incapaz em outras áreas. Se eu estivesse aqui falando em russo, acabou... se tivesse alguém aqui com deficiência auditiva e dependesse de uma tradução simultânea em libras, eu estaria sendo incapaz de me comunicar. Assim se tivesse uma pessoa com baixa visão ou cega, eu deveria fazer minha apresentação com o cuidado de fazer a descrição das imagens, dos gráficos, voltados para esse público. Se tem alguém com deficiência visual p.ex. numa plateia, a primeira coisa que você faz é falar fora do microfone. Para que eles localizem você. (Ele contou que participou de uma reunião onde havia vários cegos, e aí eles faziam isso. O presidente da reunião era cego e ele falava com as pessoas olhando para elas pois a partir do momento em que elas se apresentaram fora do microfone, ele já havia localizado; ele fixou todo mundo). Há um grau de sensibilidade... (falou do trabalho da faculdade que fez versão em áudio, quando eles foram fazer, começaram a ler com um grau de detalhamento e apresentaram para um grupo de cegos e eles disseram para parar com aquilo, porque eles não eram ‘’idiotas’’ não... eles conseguem compreender uma leitura corrida, normal... Eles estavam infantilizando o cego. As pessoas gritam também quando falam com cegos. Isso não está correto. Eles têm limitações mas têm também compensações que superam as limitações. Perguntou se alguém já havia visto um vídeo ondehá uma entrevista a um rapaz cego... mostram um áudio onde nós escutamos um grunhido e este grunhido tem uma frase inteira feita e eles conseguem escutar direito a frase e nós não... Eles captam porque aguçam um outro sentido). A realidade é: quando a gente vai discutir funcionalidade e incapacidade, são conceitos absolutamente relativos. Porque existem funcionalidades e incapacidades que dependem da condição orgânica do indivíduo. E tem funcionalidades e incapacidades que vão depender do ambiente. Nós estamos nos comunicando aqui. Eu estou falando e vocês ouvindo. Se botar um bate-estaca lá trás, acabou a comunicação. Ou então se fechar tudo e ficar um calor infernal, acabou, porque as pessoas não vão conseguir interagir por conta de um fator externo. Quando a gente for falar de capacidade e incapacidade pro trabalho, depende... o indivíduo pode estar incapaz para aquela função. (contou que trabalhou em grupos de pessoas que eram tetraplégicos, só mexiam a cabeça, piscavam e falavam, mais nada. Absolutamente dependentes de terceiros, cuidadores. Mas eram pessoas com doutorado, que estavam viajando de avião... ele tem uma colega chamada Ana Rita que é militante na luta dos direitos das pessoas com deficiência e ela viaja com as rampas metálicas. Os hotéis não tem acessibilidade, não tem rampa... Ela pede uma Doblô, bota a rampa, sobe... E ela é uma pessoa que produz muito, com toda essa limitação. Outras pessoas que têm as duas pernas, dois braços, falam, andam, ouvem... muitas vezes não conseguem trabalhar nem se inserir no mercado de trabalho porque não têm instrução. A grande diferença muitas vezes, para você aumentar e melhorar a funcionalidade das pessoas é a instrução.
Não dá para discutir capacidade ou incapacidade para o trabalho ou para qualquer coisa se a gente não tiver esses conhecimentos básicos. Esse material que foi apresentado no Congresso de Reabilitação orienta, organiza isso. Existe uma publicação que chama Classificação Internacional de Funcionalidade e Capacidade em Saúde que é a CIF, que a gente vai falar. A essência de tudo isso que eu estou falando está na CIF. Esse material esquematiza isso para vocês. 
Esse material está aqui, faz parte dos objetivos. Entender o que é funcionalidade, entender o que é incapacidade, o que é deficiência. Alguns itens saem desse material para vocês.
Isso foi apresentado no Congresso de Reabilitação Profissional em 2016. (Ele conta que participou de grupos de trabalho dentro do Ministério da Previdência, antigo INSS quando estava dentro do Ministério da Previdência. Esses slides foram adaptados dos slides que eles produziram para as capacitações dos profissionais e também de uma apresentação que ele fez num seminário sobre deficiência e funcionalidade). Transitando do modelo médico para o modelo biopsicossocial. Desde 2005 estivemos trabalhando no modelo biopsicossocial. Com isso vamos ver que a CIF trabalha dentro desta concepção. O modelo biomédico era um modelo centrado na ação puramente biomédica. O que está acontecendo hoje é que estão tentando fazer uma reversão para tentar voltar ao modelo biomédico. Organizações médicas estão pressionando isso e isso é uma coisa extremamente complicada. O mundo inteiro está discutindo a CIF já há 21 anos. Nós temos uma lei hoje que é a lei brasileira da inclusão, temos uma convenção internacional que o Brasil é signatário, tudo voltado pro modelo biopsicossocial. Mas existe uma mobilização médica para voltar ao modelo biomédico por interesses corporativos. Todo esse trabalho teve que ser interrompido dentro dos ministérios... não se pode falar em hipótese alguma dentro do INSS, dentro da Previdência Social... você fala em modelo biopsicossocial e as pessoas arrepiam... Só que todo o movimento pelo direito das pessoas com deficiência é uma organização muito grande. Está havendo uma resistência muito grande também por conta da existência de uma convenção internacional.
Eu deveria ter corrigido... em 2006 quando houve a apresentação o Ministério do Desenvolvimento Social tinha passado a ser Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário. Agora voltou a ser Ministério do Desenvolvimento Social mesmo. A primeira reflexão é: o que é ter uma deficiência e o que é ter uma incapacidade? O que vocês entendem como deficiência? Quando fala em deficiência remete a quê? Falaram uma limitação, uma incapacidade, deficiência dos sentidos... Como identificamos uma pessoa na rua que tem deficiência? Algumas deficiências são perceptíveis; outras não. Se alguém está com uma bolsa de colostomia embaixo da blusa, embaixo do casaco, você não está vendo... Se alguém tem uma deficiência intelectual, você não está vendo. Quem tem uma deficiência mental e não é um quadro que esteja evidente, você também não está percebendo. Mas você percebe se alguém está numa cadeira de rodas, se alguém está usando uma muleta, se alguém é cego... Quando se fala em deficiência as pessoas remetem muito ao corpo. Isso já está mais ou menos arraigado. Falou em deficiência, você pensa em alguma alteração corpórea. E essa foi a concepção ao longo de muitos e muitos anos, ou seja, você remete sempre ao corpo. E quando você fala em incapacidade, vocês falaram em limitação, dificuldade... então é essa a concepção que a gente tem. Ou seja, a incapacidade é a dificuldade para fazer alguma coisa. Por isso traduz-se: a pessoa está incapaz de; está com dificuldade para fazer algo. 
O que acontece hoje, é que esses dois termos, incapacidade e deficiência, em função da Convenção da ONU e na forma como ela foi traduzida para a nossa língua, o que acontece é que o conceito de deficiência se ampliou, ele saiu do corpo e passou a levar em conta aquele corpo no ambiente em que o indivíduo está. Então isso aqui ficou próximo. Ficou praticamente significando quase que a mesma coisa. Fica confuso isso. E é uma confusão muito ruim porque decorre da tradução mesmo. Vamos detalhar isso para vocês para compreenderem a evolução disso que aí fica bastante simples.
Importantes documentos que definem esses conceitos: 
CIDID – Classificação Internacional de Deficiências, Incapacidades e Desvantagens, que é de 1980. A CIDID é o modelo biomédico, puramente. 
CIF, que é de 2001, também é da ONU, as duas são, mas foi justamente um aprimoramento. Foram 21 anos de discussões no mundo todo para sair desse modelo biomédico e passar pro modelo biopsicossocial, que é a CIF, que está em vigor (a CIDID deixou de existir)
A Convenção da ONU é em 2006. É uma convenção dirigida para o direito das pessoas com deficiências e ela incorpora os princípios da CIF. O Brasil foi signatário desta convenção e...
 A lei brasileira de inclusão da pessoa com deficiência foi publicada então em 2015.
Então nós temos esse arcabouço legal. Temos a CIF que é da Organização Mundial de Saúde, a Convenção de que o Brasil é signatário e temos agora a Lei brasileira de Inclusão.
Essa CIDID e CIF... quem já ouviu falar em CID, CID-10? O que a CID-10 faz? Ela tem os códigos, você tem os códigos de todas as doenças e agravos. A CIF é uma ‘’parente’’ da CID-10. É também uma classificação da OMS só que ela complementa. O ideal é que as duas classificações sejam utilizadas em conjunto, concomitantemente, porque é essa a proposta. Então esses são os documentos legais que respaldam isso tudo. 
A CIDID de 1980 é o modelo biomédico. O paradigma inicial dessa classificação era o seguinte. Você parte desse modelo linear aqui. O indívíduo tem um distúrbio ou uma doença. Ele pode ter um distúrbio, uma falta de um membro por exemplo, ou é cego, ou é surdo, ou ele está com uma doença crônica ou aguda, não importa, ele está com algum agravo ou uma doença. Em função disso ele experimenta uma deficiência, ou seja, ele apresenta uma deficiência corpórea que no termo em inglês é impairment, e significa uma alteração corporal, seja ela física, seja ela mental. Mas existe uma alteração corporal que é o impairment. Uma vez tendo essa alteração corporal que é decorrente desse distúrbio ou doença, ele vai experimentar a incapacidade.Que na realidade, a tradução está aqui, mas é uma dificuldade de fazer coisas, como vocês próprios falaram. E uma vez tendo essa incapacidade, esse indivíduo está em desvantagem; em função dessa deficiência, dessa incapacidade está em desvantagem em relação a outras pessoas. E aí sabe o que a sociedade faz? Ela compensa. E como é que ela compensa? Vejam os termos: aqui é impairment, aqui é disability, aqui é handicap; esse handicap em inglês remete à condição de pedinte. E é interessante o seguinte: dentro desse modelo, a sociedade tenta compensar essa desvantagem oferecendo alguns benefícios. Então a reserva de vagas para as pessoas com deficiência é um benefício. A isenção de impostos para compra de veículos adaptados. A reserva de vagas no mercado de trabalho. A vaga de trânsito. Benefícios de prestação continuada, da aposentadoria... são alguns benefícios que a legislação vai trazendo para compensar de alguma forma. Só que dentro dessa concepção da CIDID que é linear, você faz essa compensação na medida do possível. É um modelo que é muito baseado no corpo... então o foco fica no indivíduo. Quem tem culpa de estar naquela condição é ele próprio. Já que ele está doente, já que ele tem esse agravo, tudo bem, a gente vai tentar compensar na medida do possível, se tiver recurso, se houver possibilidade. E ele sempre numa situação de dependência de terceiros, ou seja, da benesse de alguém, ou da benesse do governo, ou da família. Nunca na concepção do direito enquanto ser humano, enquanto pessoa. Nós somos todos normalmente brancos, nascidos de famílias que têm pais com formação, conseguimos estudar numa escola particular, ou mesmo que seja pública, temos uma formação... então a gente já parte de um patamar lá na frente. Mas quando a gente pega uma pessoa com deficiência ou uma pessoa com outras situações que não são favoráveis, ou seja, pessoas mais pobres, pessoas negras, os índios... você vai vendo que essas pessoas começam lá trás. E a gente que começa na frente, a gente às vezes não percebe, não de dá conta disso. Que alguém já andou um caminho enorme para que a gente comece daqui em diante. Quando você pega uma pessoa com deficiência, você vê que dentro desse modelo você não pensa na concepção do direito. ‘’Tem que oferecer na medida do possível...’’ Tá legal, então você vai, bate seu carro, e fica paraplégico, fica tetraplégico e fica dependente da acessibilidade do ambiente, dependendo de todos os recursos que você precisaria ter enquanto direito, enquanto cidadão e você não tem. Essa situação é que mostra que muitas pessoas com nível superior, com formação, e que experimentaram essa condição de ficar na condição de desvantagem hoje, começam a lutar pelos direitos de fato. Mas não pelos direitos deles, mas pelos direitos de todas as pessoas que estão nessa mesma condição. Existe um lema dentro do movimento das pessoas com deficiência: nada sobre nós, sem nós. Pode se fazer tudo, mas tem que ter alguém participando, opinando, porque senão as pessoas fazem na concepção de ‘’vou fazer na medida do possível’’. Não! Tem que fazer na concepção do direito. E as pessoas têm os mesmos direitos. Nesse Congresso de Síndrome de Down era muito interessante... os pais vão e eles também fazem reuniões paralelas com pais para discutir seus direitos, para se organizarem... e também para discutir o direito quanto à sexualidade, poder casar... e os pais ficam agoniados porque até então levavam aqueles filhos como pessoas absolutamente dependentes e aí você vai dar independência e agora? Tudo isso tem que ser preparado porque é direito sim e a Convenção preconiza isso e a gente vai ter que adaptar essas coisas. Uma coisa interessante quando falamos na questão do direito hoje, depois da lei brasileira da inclusão, você percebe assim... seria possível nós termos hoje um estudante de medicina cego? Em tempos passados a gente iria dizer assim: ‘’não pode...’’ Pera ai... Vamos lá, se ele passar no vestibular ele vai vir, e se ele vier nós vamos ter que nos adequar para ele fazer o curso. “Isso é um absurdo, mas como?” Eu sou médico, mas não cirurgião, intensivista, não trabalho na urgência mas sou médico. Dentro da minha formação básica eu fui para uma especialidade assim como as pessoas com deficiência também podem optar por uma especialidade assim. Teve um curso de nutrição e a minha mulher ele faz vistoria pelo MEC e foi a um curso de nutrição no Espirito Santo que tinha uma aluna cega e ai chegou no curso de histologia, a coisa pegou. Como ela ia estudar no microscópico? Dentro desse modelo aqui diríamos: sinto muito, não dá. A culpa é sua, a responsabilidade não é nossa. Mas com a mentalidade hoje, o corpo docente e discente se mobilizou e eles fizeram laminas em placas de alto relevo. Eles estudaram em braile, a iniciativa foi dos próprios estudantes. Então, você muda a concepção e o problema passa a ser de todos. E isso é interessante. Fui chamado para administrar uma palestra em uma feira de tecnologia em SP para pessoas com deficiência e capacidade funcional reduzida, não é uma realidade distante. Inclusive foi considerada uma feira maior que a de Vancouver. Quem não sofrer o importuno de um acidente, o tempo vai dizer com o envelhecimento o que isso significa pois ele reduz memória, reduz visão, reduz mobilidade. Os carros adaptados e automáticos foram feitos inicialmente para pessoas deficientes e hoje todo mundo compra. Nos dias de hoje é inconcebível ter aquela maçaneta de bolinha pois pessoas que não possuem as mãos não conseguem abrir mas quem está com tendinite não abre também... então você coloca desse jeito, em barra, porque dessa forma você abre com o nariz, com o cotovelo, com a cabeça mas abre de alguma forma. O mundo passou de pensar que “é na medida do possível” para pensar que a responsabilidade é de todo mundo. Esse modelo biomédico que tinha que ter uma doença, uma patologia caiu. E caiu em função de uma discussão ampla no mundo todo. Só que tem um detalhe, alias dois decretos que na verdade um complementa o outro. O primeiro é o 3298 de 1999 e o 5296 que é o de 2006. Esses decretos é que tratam das reservas de vagas. Quem é que pode prestar concurso público na condição de deficiente? Quem é que pode ter reservas de vaga no trabalho como pessoa com deficiência? Esse decreto foi o que definiu isso: o que é a deficiência mental, visual, auditiva, física e múltipla. São as 5 modalidades que tem. E esse de 2004 ele só adaptou, aprimorou, delineando melhor as deficiências, acrescentando o nanismo, amputados... Esse decreto é muito focado no corpo, biomédico, ele depende de diagnóstico. Nesse processo de discussão dos direitos das pessoas com deficiência a gente recebeu uma comissão do Centrinho – alguém aqui é de Bauru – SP. Eles tratam das pessoas com fenda palatina. Quem tem fenda palatina não se enquadra nas pessoas com deficiência e eles disseram que não queriam que dissessem que uma pessoa com lábio leporino seja incluída com pessoa com deficiência. Essa senhora por exemplo já fez 20 cirurgias e após isso ela está com essa deformidade, e ela não era incluída em reservas de vagas para trabalho por isso aqui. Então isso é obsoleto. Só que isso não foi revogado ainda porque está na dependência da regularização da lei da inclusão. O que está se discutindo é se vai ser no modelo biopsicossocial ou no modelo biomédico. Vejam como essa questão política é pesada e perigosa. 
Esse modelo – biomédico – estava ultrapassado e ai veio o modelo da CIF – Classificação Internacional da Funcionalidade e Capacidade em Saúde. O fato é: qual o novo paradigma? A lógica da CIF é bastante interessante. Ela parte desse diagrama que a primeira vez que eu vi eu pensei: não vou entender isso não. Esse modelo é interativo e dinâmico. Eles interagem o tempo todo. A primeira coisa é o seguinte: vocês lembram que eu falei que a CIF tem uma interface com a CID e que elas podem ser usadas em conjunto? Em que momento as duas fazem a interface? É nessa casinha daqui de cima: Condição de Saúde. O individuo pode ter umdistúrbio ou doença e isso se vocês forem no CID- 10 tem um códigozinho, ex: câncer, queimadura... Então está lá. Mas pode não ter interface. Essa condição de saúde pode ser que não tem a ver com condição de saúde. Pode ser o idoso, grávida... então são situações que fazem parte da evolução das pessoas. E o individuo pode estar hígido também. A CIF não quer saber qual a doença ele tem, ex: ele não tem uma perna. Ele pode não ter uma perna porque ele teve câncer, porque levou tiro, porque nasceu sem perna – agenesia, porque o trem passou e arrancou a perna dele. Mas o fato é que a CID 10 diz: ausência de perna. O individuo pode ter um distúrbio pulmonar grave que pode ser câncer, tuberculose, asma brônquica, intoxicação exógena. O fato é que o sintoma que ele tem está lá no pulmão. Então, o que a CIF faz? Independente da situação ou condição de saúde, o que a CIF pergunta é o seguinte: qual é o grau de alteração da função e/ou estrutura do corpo? Isso para nós médicos é mole. Função e estrutura do corpo: saber o que é uma função e o que é uma estrutura. Estrutura é a parte anatômica e a função é a parte fisiológica propriamente dita. Então, o que a CIF faz? Ela especifica as funções, ex: funções mentais, sensoriais e dor, voz e fala, cardiológico, hematológico, imunológico e respiratório. E o detalhe: a CID 10 tem códigos e eles vão de A até Z, a CIF é moleza, tem 4 só. Toda vez que você for ver o “b”, b vem de body – corpo. E o número vai indicar qual o aparelho. Na estrutura do corpo é a mesma coisa, só que a letra que identifica é o “s” de structure, estrutura do sistema nervoso, estrutura dos olhos e ouvidos e assim por diante. É interessante o jeito que a CIF separa porque nem sempre uma alteração estrutural leva a uma alteração funcional naquele órgão e vice-versa. Ex: AVE – alteração da estrutura do cérebro, morreu aquele pedacinho e vai ter alteração motora ou sensitiva lá na perna, lá no braço. O local primário da alteração da estrutura é um e alteração funcional em outro. Outro exemplo: câncer de pâncreas, tem alteração na estrutura mas as vezes na função ainda não, o prognóstico é péssimo, a estrutura está alterada mas a função ainda não tão quanto. E ai temo seguinte: QUANDO EXISTE ALTERAÇÕES DAS FUNÇÕES E OU ESTRUTURAS, A CIF CHAMA ISSO DE DEFICIÊNCIA. EX: não tem uma perna, não tem um olho, não tem um braço. Só que a convenção da ONU mais recente (2008-2009) traduziu esse mesmo termo impairment como IMPEDIMENTO. Péssima tradução. Por que? Impedimento a gente sempre lembra de limitação, de dificuldade. A gente está tendo que administrar o entendimento disso e explicar as pessoas. O que a CIF chamava de deficiência no corpo a convenção chamou de impedimento. GUARDEM ISSO. 
Um outro domínio que a CIF traz, além de função e estrutura é isso aqui. Quem é que domina isso?(estrutura e função) Médicos. Mas será que fisioterapeuta, fonodiólogo, enfermeira também tem condição de avaliar? Sim. Agora, tem uma questão que a CIF traz que são os FATORES AMBIENTAIS. É tudo que rodeia o individuo. O fator ambiental é a relação do meio com o individuo. Tudo que esse meio oferece ou deixa de oferecer. Esse meio ele pode privar o individuo de coisas que a gente chama de BARREIRAS ou oferecer os FACILITADORES. Isso é a tônica do momento. Todo o meio tecnológico está trabalhando no sentido de criar facilitadores, então, coisas que as pessoas não podiam fazer porque não dispunham de instrumentam hoje tem próteses, órteses e estão cercados disso. Teoricamente quando você tem um facilitador você diminui a barreira. Mas, a gente está o tempo inteiro convivendo com isso. Quais são as dimensões avaliadas em fator ambiental? Olhem lá: Produtos e tecnológicos, se estivessem estudando aqui anos atrás estariam estudando em cadeiras de madeiras, hoje elas precisam ser aprovadas e vocês vão que existem cadeiras para destros e para canhotos, e tem cadeiras que são para pessoas obesas. E isso é importante? É. Por que a diversidade humana precisa ser contemplada. Mas, produto e tecnologia é só isso? Não. é tudo. Quem usa óculos está dependendo de produto e tecnologia. Qualquer coisa que você use para facilitar é produto e é tecnologia. Então a gente pensa o seguinte: será que produto e tecnologia auxiliam as pessoas a ponto delas executarem suas funções? Sem dúvidas. Então, se você tiver facilitadores você vai sim conseguir fazer mais coisas do que se você tivesse ausência de facilitadores ou barreiras. Condições de moradia e mudanças ambientais. Faz diferença? Se estivéssemos morando na Rocinha com trafego e guerra, São Conrado? É diferente de quem mora em lugares com fácil acesso, sem risco? Aqui em Petropólis quem mora no morro e quando chove desaba... Isso é um problema sério. Isso muita das vezes configuram barreiras para as pessoas. Pegue uma pessoa cega, outra surda e uma com cadeira de rodas. Coloca elas morando no alto morro. Será que enfrentam barreiras? Sim. Eles moram no mesmo alto do morro e na mesma casa, será que a barreira de morar lá em cima é diferente de um para o outro? É. Porque o que está se levando em conta é o seguinte: na dependência de como está o corpo de cada um, a mesma barreira pode ser maior ou menor. O orelhão baixinho é feito para quem? Para pessoas com cadeira de rodas. Mas o cego bate no orelhão e para ele vira barreira, o piso tátil por exemplo é útil para o cego mas para pessoa com cadeira de roda muita das vezes é ruim pois “imperra”. O que pode ser barreira para um, pode ser facilitador para outro. As coisas precisam estar disponíveis para as pessoas. Apoio e relacionamento – sem dúvida. Vocês vão ver na prática de vocês: faz diferença alguém que tem apoio da família? Vocês já receberam um velhinho ou uma velhinha que entende mal o que você orienta? Ou uma criança que vai sozinha? Não vai ter como ela ir sozinha.
Então, alguém que não tenha família, vc consegue dar uma assistência da saúde de forma correta? Não. Ou se for uma família ausente, que não apoia? Tbm não. Faz diferença isso?? faz diferença. Então, ter apoio e relacionamento é extremamente importante sim. 
Atitudes. Faz diferença atitude? E aí aqui eu chamo atenção para a nossa atitude como profissionais da saúde. Eu já coordenei áreas de saúde em que a gente teve que trabalhar áreas básicas, porque nós chegamos a descobrir que tinham médicos que tiravam a cadeira do paciente. Aí essas pessoas eram atendidas de pé. Isso para chocante, mas há pessoas que fazem isso. Atitude não precisa ter só atitude preconceituosa em relação a raça, gênero, sexo, mas pode ser outras atitudes que muitas das vezes desfavorecem... ex: o simples fato de usarmos um linguajar rebuscado com o paciente, vc já está colocando uma distância. Se vc quer atingir o seu objetivo, vc vai olhar no olho dele, vai falar de uma forma que ele entenda você, pois isso é o que nos diferencia e nos aproxima do paciente. Os curandeiros fazem essa aproximação com os paciente né, eles falam a língua do paciente, eles podem não saber a medicina que sabemos, mas eles têm a empatia que muitas vezes não temos. Essa empatia deve valer para todos.
Serviços, sistemas e políticas. Isso é tudo, é se o indivíduo tem saneamento, moradia, acesso a saúde, acesso a educação, se a escola é perto e acessível. As políticas podem ser locais, mas podem ser nacionais tbm. Então, uma mudança na reforma trabalhista pode comprometer tudo, compromete todos os direitos das pessoas, inclusive pessoas com deficiência. O trabalho temporário que a gente pensa que vai ser uma coisa maravilhosa, mas isso é muito do interesse do empregador, pois para o trabalhador é péssimo. A questão de vc considerar a empresa pelo CNPJ em vez de colocar o principal CNPJ(no caso da essa empresa ter várias filiais), a questão de colocar o número de vagas para deficientes quando há essa conglomerados de empresas, quando vc calcula a porcentagem obrigatória de vagas para deficientes, cai a alíquota, porque o número de empregados cai e aí o número diminui de deficientes também. O que está acontecendo?? Reduçãode mercado de trabalho para pessoas com deficiências. Isso é lei. Isso foi para vcs verem que a política e os sistemas interferem diretamente nos direitos das pessoas e isso pode ser uma barreira ou facilitador, quando é uma lei favorável. 
Isso aqui é extremamente importante! Ter medicamento o SUS para distribuir faz diferença?? Total né, porque vc vai prescrever e o indivíduo que não tem dinheiro para comprar comida, não vai comprar esse remédio. Então, vc ter para distribuir faz mt diferença. A gente acha que isso é problema dos outros, mas todos nós somos humanos e nós médicos vemos diretamente o sofrimento das pessoas, por mais que vc fale que não, os índices de suicídio, burnout entre médicos são extremamente altos. Muitos se esforçam, mas as barreiras são enormes, a ausência de facilitadores é muito grande e a gente não pode perder isso da mente. Isso não é biomédico, isso é biopsicossocial, isso é vc ter uma visão ampliada. 
O que mais?? Fatores pessoais. Quais são fatores pessoais?? É a outra casela que tem aqui. A gente já viu funções do corpo, fatores ambientais e agora os fatores pessoais.
Os fatores pessoais são as características individuais. Então, aqui vale a pena ler: não são classificados na SIF porque como as pessoas são diferentes, se vc for classificar isso vai parecer que umas pessoas são melhores que as outras. Então, o fator pessoal vcs compreendem, leva em consideração, mas não gradua. Então, eles representam um histórico particular de vida e a vida de cada um. E o que a gente leva em conta nos fatores pessoais? Sexo. E aí eu pergunto para vcs: faz diferença o sexo?? Eu estou vendo aqui nessa sala que 60% são mulheres. E aí vamos para o mercado de trabalho, na maioria das vezes os salários são diferentes, as oportunidades são diferentes. É uma coisa impressionante, pois só o sexo muitas das vezes é algo que pode prejudicar o indivíduo, porque a sociedade é assim. Raça faz diferença? Claro que faz, nosso país tem racismo. Idade faz diferença?? Claro. Então, vc tem que considerar e analisar se a pessoas é capaz de fazer algo. Vamos dar um ex: vamos pegar essa mesa pesada da sala e levar para lá, como fazemos?? Quem a gente chama?? Os homens né. Será que as mulheres não são fortes?? Muitas são até mais fortes né, mas o que eu quero mostrar é que a princípio nós julgamos o sexo. E a idade?? Chamaríamos pessoas mais idosas?? Não né. E se for uma atividade intelectual? Diferente né. Ele fala da época de vestibular em que as pessoas falavam para ele sentar atrás de um japonês de óculos. Esses exemplos podem estar certos?? Podem ou não. Muitas das vezes, isso pode funcionar como barreira ou facilitador. É interessante o seguinte: uma pessoa alta, ela causa impacto assim que entra, se for bonita impõe mais ainda, as vezes abre a boca e estraga né, mas o atributo físico já coloca vc em uma posição de destaque. Muitas das veze os empregadores quando vão conversar com os seus subalternos, eles têm aquelas cadeiras altonas e grandes né. O baixinhos fazem o que?? Colocam saltos. 
Outros estados de saúde podem interferir como fator pessoal e um deles pode ser a condição física, estilo de vida, hábitos que as pessoas tem. Isso tudo pode funcionar como barreira ou facilitador. A criação dessas pessoas, o enfrentamento... Há pessoas que acordam com aquela nuvem carregada na cabeça( ele fala que falou uma vez nuvem preta e uma pessoa não gostou e blablabla) e aí ela já acorda de manhã de mau humor, mas há outras pessoas que são absolutamente positivas e estão sempre alegres. Essa colega que eu falei que era tetraplégica é muito alegre, está sempre sorrindo, coloca você para cima. E aí vc vê outras pessoas que têm tudo né, além dos atributos físicos e no entanto acorda de manhã de mau humor, são pessoas que não conseguem fazer nada, não somam, dão para trás, derrubam os outros e etc. Isso tudo, vai facilitar ou dificultar para as pessoas fazerem as coisas. 
Existe uma outra coisa que são os antecedentes sociais, nível de instrução. O nível de instrução é tudo, porque vc pode ter uma pessoa com grau de comprometimento tal e aí essa pessoa pode ficar mais funcional na medida em que vc aumenta o nível instrucional dela. Observem que vcs não mudaram nada no corpo dela, mas vc aumentou o nível de instrução e aí ela já começa a fazer muito mais coisas. Então, isso é interessante porque vc desloca ela do polo da incapacidade para o polo da funcionalidade. 
Padrão geral de comportamento, experiências prévias, caráter, ativos(???) psicológicos e pessoais e outras características que são características pessoais e que interferem o tempo todo, ou seja, nós somos individuais. Cada pessoa tem as suas características e as características podem ser facilitadoras ou barreiras. Vejam bem o seguinte: vocês acham que a minha careca opcional tem o mesmo significado de uma careca de alguém que está passando por uma quimioterapia? Não. Será que essa pessoa que está passando pela quimio e ficou careca, faz diferença sob o ponto de vista do impacto, se é um homem ou uma mulher?? Sim. É a mesma careca, só que, ela tem um impacto diferente dependendo da pessoa e das características que ela apresenta naquele momento. É essa essência que a gente coloca e a CIF é libertadora, ela abre o espaço para você olhar o mundo com um outro olhar, para vc entender a lógica da coisa e saber onde vc pode interferir, porque vc sabendo onde vai interferir, pode interferir em algo que era uma barreira. Essa barreira pode até ser a falta do remédio, mas pode ser outras coisas. Então, essas características pessoais vc não pontua, mas vc leva em conta na hora de você fazer a análise.
E aí o seguinte: eu tenho aqui a condição de saúde que é o que a CID codifica, tem aqui as funções e estruturas do corpo que para nós é mole identificar. Os fatores ambientais a gente tem que aprender a identificar ou contar com outros profissionais que identifiquem e pontuem, o serviço social faz isso muito bem. Os fatores pessoais a gente tem que levar em conta sempre, embora não pontue. Isso tudo é o que vai determinar atividade e participação. Então, o que é atividade e participação? .Pausa para falar que tudo isso chama-se fator contextual. 
Voltando, o que é atividade e participação?? Atividade é tudo o que vc faz sozinho e participação é tudo o que vc faz interagindo com outras pessoas. Então, aqui eu dou um exemplo de uma moça dançando (atividade)e aqui de um casal dançando(participação). Falar é uma atividade, falar para vocês é participação. Ouvir é uma atividade, vcs me ouvirem é participação. Dirigir é uma atividade, dirigir no trânsito é participação. Então, as vezes vc não consegue separar as duas coisas, porque muitas das vezes vc faz sozinho e outra coletivamente. Quando vc fala de atividade e participação... aqui vem a descrição das duas coisas: a atividade é uma perspectiva individual e a participação é uma perspectiva coletiva. Aí existe um jargão na CIF que significa o seguinte; limitações de atividade e restrição a participação. Então, quando o indivíduo faz aquela coisa, ele está em plena atividade, quando ele não faz ele tem uma limitação de atividade. Quando ele participa, ele está participando de forma plena, quando ele não consegue, ele tem uma restrição a participação. Então, isso aqui é o fator negativo, que é o jargão da CIF. 
Aí vem 2 coisas, pois a CIF tem qualificadores, a atividade e participação tem qualificadores( são 4 qualificadores). Só que, 2 são os mais importantes, que é o desempenho e a capacidade. Isso aqui tbm está dentro do objetivo de vocês. Vcs tem que entender o que é desempenho e o que é capacidade. Alguém sabe me dizer ou tem ideia do que são ?? então, olhem só; a capacidade é o que o indivíduo faz em um ambiente neutro, já o desempenho é o que esse indivíduo faz real no ambiente de vida dele. Vou dar um exemplo: se eu colocasse todo mundo mesmo patamar, todo mundo é estudante de medicina, e aí eu pergunto se alguém toca algum instrumento, alguém toca? Clareana fala violão. Ela é capaz certo? Mas,é possível que alguns de nós comecemos a nos capacitar e passar a tocar violão? Sim. Podemos aprender até melhor do que ela. Mas a princípio, neste momento, em um ambiente neutro, eu consigo dizer o seguinte: quem tem maior capacidade para tocar violão? Ela. Todos nós somos insuficientes para isso. Isso significa o que?? Significa analisar o indivíduo nesse ambiente padrão. Da mesma forma, poderia ser uma atividade intelectual né. 
Agora, o que é o desempenho?? É o que o indivíduo faz no ambiente real de vida dele. EX: vou pegar 2 cadeirantes, os dois tem o mesmo nível de formação, têm a mesma capacidade de trabalhar com um atividade intelectual, os dois são exatamente iguais. E aí eu faço o seguinte, eu coloco um morando na beira do asfalto e o outro no alto do morro. Só pelo local de moradia, ou seja, isso é uma barreira, o desempenho desse que está lá em cima começa a ficar inferiorizado , pois ele vai ter dificuldade de se locomover para ir ao trabalho, sair de casa, chegar, tudo por causa da dificuldade do acesso. Ele tem capacidade, só que a capacidade dele foi diminuída por conta de uma condição externa. Pergunta: todos têm capacidade estarem aqui participando da aula?? Sim. Agora, se eu soltar 5 baratas aqui, vai ser uma correria né, quero mostrar que foi um fator que veio e interferiu. Isso é interessante porque o desempenho pode ser aumentado ou diminuído na dependência dos fatores externos. E aí eu digo para vocês, será que o desempenho pode melhorar a capacidade de uma pessoa a ponto de superar a capacidade das outras?? Alguém consegue dar exemplo disso?? Alguém consegue falar de um fator externo que consiga melhorar a capacidade de um indivíduo a ponto dele superar a todos os outros?? Vcs já viram quem corre com aquelas próteses laminares para bi amputados?? Sim. Então, os corredores de maratonas não querem correr com esses bi amputados, porque eles correm muito mais. Quem poderia imaginar há anos atrás que uma pessoa bi amputada poderia participar de uma prova de corrida??? A tecnologia produziu algo suficiente que melhorou a vida do indivíduo e o fez superar a capacidade dos demais. Naquele ambiente e naquelas condições, ele é muito mais capaz que os outros. O desempenho dele supera a capacidade. Se eu tirar a prótese qual é a capacidade?? Nenhuma. Se eu colocar?? Ele supera. 
Eu me lembro quando eu estava estudando CIF eu achava uma loucura, mas é só vc entender essa lógica. Detalhe, aqui o fator ambiental(environment) e aqui em atividade e participação a letra que aparece é a letra D. São 4 letras que identificam os códigos da SIF, B de body( em função do corpo), S ( estrutura), E(environment) e o D (domain.). Então, quando vc olha o código com a letra, vc já sabe ao que está se referindo. Sempre lembrar que quando fala-se fator ambiente vc pode estar se referindo a barreira ou facilitador. Quando eu falo de atividade e participação, é a capacidade ou o desempenho do indivíduo fazer coisas ou participar de coisas. Ele pode ter o desempenho em um ambiente real de vida e a capacidade é um ambiente considerado neutro.
A diferença entre capacidade e desempenho é o que vc pode mudar, é onde vc pode interferir. Então, é interessante o seguinte, quando vc reduz barreira ou dá facilitador, vc melhora o desempenho do indivíduo. Então, ex: pega um jovem, ele tem toda uma dificuldade para estudar e aí quando vc cria condição para ele estudar, vc melhora o desempenho dele e ele vai poder ficar muito mais funcional. Isso aqui é para qualquer pessoa, a CIF é para todo mundo, não é só para pessoas com deficiência. Quais são os domínios que a atividade e participação levam em conta? A capacidade ou desempenho de aprender e aplicar o conhecimento. Executar tarefas e demandas em gerais. Comunicação. Mobilidade e locomoção. Cuidado pessoal. Vida doméstica. Relação e interação interpessoais. Áreas principais da vida e etc. Tudo está detalhado dentro desses códigos, iguais a CID. 
. E aí , quais são os domínios que a atividade e participação levam em conta ? a condição , capacidade ou desempenho de aprender e aplicar conhecimento , executar tarefas e demandas gerais , comunicação mobilidade e locomoção , cuidado pessoal , vida domestica , relação e interação, inter pessoais , áreas principais da vida e vida comunitária, social e civil ou seja , tudo que se possa imaginar , esta contemplado dentro desses códigos que são detalhados igual a CID que quando você abre um deles , tem um monte de detalhes e para cada detalhe vai acrescentando um número mas o objetivo aqui não é codificar , é só compreender . Todos esses componentes , função e estrutura , fator ambiental e atividade e participação , tem como você qualificar aquela CIF. Só não qualifica fator pessoal e aí de uma forma bem sintética , você pode dizer que existe comprometimento , zero é nenhum comprometimento , 1 é leve , 2 é moderado , 3 grave, 4 completo , 8 é o não especificado , 9 é o não aplicado . Aqui eu posso dizer que ele tem uma alteração da função respiratória leve , eu posso dizer que ele tem uma alteração em membro inferior grave , eu consigo dizer isso . Ela permite para função e estrutura , principalmente estrutura , qualificar se é lado direito ou esquerdo , se é proximal , se é distal . Aqui a mesma coisa , eu consigo graduar barreira e facilitador . Como eu diferencio isso ? sempre depois do código vai entrar um ponto e o qualificador entra depois , se tiver um sinalzinho de mais é facilitador , se não tiver sinal nenhum é barreira . Isso é só para vocês saberem que existe o código . Aqui em atividade e participação é a mesma coisa , qual é grau de dificuldade , nenhum , leve e moderado , grave e completo ou não especificado ou não aplicado , é assim que a CIF classifica . Você consegue com a CIF graduar , é justamente nessa hora que você identifica onde estão as barreiras , onde esta faltando facilitador e onde você atua . Na hora que você vai publicar trabalhos ... a Dr Heloisa DI NUBILA que foi uma das tradutoras da CIF , nós demos um curso juntos em CIF em um congresso de pericia e aí ela levou um exercício ou seja , ela dividiu os grupos , distribuiu a CIF , cada um ganhou uma CIF , eu vou contar uma historia e na historia tem uma serie de lacunas e para cada lacuna eu quero que vocês façam a pergunta para vocês próprios . Isso aqui é uma alteração de função e/ou estrutura, Isso aqui é uma barreira ou facilitador ? Isso aqui é uma dificuldade ? é uma anamnese , então ela distribuiu essa anamnese para diferentes grupos e falou ... eu queria que vocês codificassem ... todos os grupos codificaram exatamente igual , os mesmos códigos . Esse é o objetivo da CIF , aqui a gente estamos em grupos mas poderíamos estar na Ásia , África, América , em qualquer lugar , onde quer que esteja você consegue descrever aquela anamnese em códigos , hoje você faz uma anamnese inteira e ai você diz o seguinte : ele tem o CID tal , o resto ninguém vai ler , para você codificar isso e comparar , você não consegue . Quando você aplica a CIF você consegue fazer os códigos todos . Ai ela fez um outro exercício , vocês vão receber um conjunto de códigos e eu só vou dizer as características pessoais ... é um homem com tantos anos , com tais características assim assado e agora eu quero que vocês reconstituam a anamnese dele . Ai os grupos reconstituíram as historias e aí quando você via as historias eram praticamente iguais , então esse é o objetivo da CIF e é por isso que ela vai além dessa discussão de pessoa com deficiência , ela é uma codificação para todos os indivíduos e inclusive indivíduos hígidos e se aplica a todas as especialidades e áreas , só que você não leva em conta não só as doenças do individuo ou alteração corpórea , você leva em conta outras questões também e que são extremamente importantes .
Olha aqui pra resumir , aqui nós temos os indivíduos a principio com os corpos hígidos participando plenamente , sua estrutura do corpo sem problema , fatores ambientaissem problema , tudo bem . E aqui nós temos indivíduos com limitações e restrições , nós temos os dois aqui que são paraplégicos , nós temos a barreira ambiental , então .. esses dois tem limitações e restrições para participar de uma reunião ali em cima que não tem acessibilidade . Agora , eu posso comparar os dois ? digamos que os dois tenha a mesma paraplegia , a capacidade dos dois pode set igual , se eu colocar em um ambiente neutro ? ambiente neutro é sem nada , é só o corpo . A capacidade pode ser igual mas o desempenho deles é diferente ? porque tem um facilitador que é a cadeira de rodas . Faz diferença se é uma cadeira de rodas mais simples ou se é aquela toda turbinada ? claro que faz diferença . Faz diferença se vai ter rampa , o tipo de piso ? tudo isso faz diferença e aí quanto mais facilitadores você oferece , melhor a performance e melhor o desempenho desse individuo .
Agora a gente volta para aquilo que começamos no inicio , Funcionalidade e Incapacidade . Imagine uma linha imaginária , de um lado a incapacidade e de outro lado a funcionalidade , todos nós transitamos nessa linha o tempo todo . Se alguém aqui não tivesse dormido a madrugada , esse individuo iria estar menos funcional . Se alguém aqui sofreu um acidente ao vir pra cá , tivesse com dor , torceu o pé , esse individuo iria estar menos funcional porque tem um fator que esta interferindo em comparação a todos os demais . Então nós transitamos o tempo inteiro nessa linha imaginaria . Então todos nós experimentamos uma incapacidade ou seja , nos tornamos menos funcional e às vezes essa menor funcionalidade pode ser por um fator absolutamente externo , o exemplo da barata é esse , esta tudo muito bem , tudo muito funcional e a barata ia bagunçar o coreto e acabou . Então a funcionalidade e incapacidade a gente transita o tempo inteiro e transita na dependência da atividade porque se eu dissesse , eu quero saber qual é a funcionalidade e incapacidade de cada um aqui pra tocar violão , só ela é funcional o resto todos somos incapazes . Todas as pessoas tem um potencial muito grande , quem sabe hoje que o Stephen Hawking se comunica apenas por contratura de uma musculatura dos olhos e a partir disso faz toda uma codificação de computador , é a maneira que ele se comunica com o mundo e o cara ainda continua fazendo física , pesquisando física , é uma coisa fantástica . É uma coisa que você começa a imaginar que a medida que você dá um instrumento para uma pessoa , essa pessoa vai ser muito boa naquilo que ela faz . Nós temos um vídeo que usa em capacitação de um rapaz do interior de Pernambuco , o Ricardo . O Ricardo é paraplégico , tem uma doença degenerativa e tal , foi alfabetizado aos 17 anos pela mãe , não conseguia ir pra escola , ai a professora ia uma vez por semana na casa dele ensinar , ele estudava com o irmão , pra fazer prova ia com um carrinho de mão , aqueles de obras porque a cadeira de rodas não tinha acesso no ambiente e esse garoto com essa condição , esse rapaz foi simplesmente medalha de ouro nas olimpíadas de matemática , de fica e de astronomia , várias vezes e nessa condição . Então quando você olha um negocio desse , você fala o seguinte , você precisa olhar as pessoas e perceber o potencial delas porque se não vamos achar sempre que somos os bambambãs da historia . A melhor forma da gente perceber que não somos os bambambãs da historia , eu digo isso principalmente pra médico , é só colocar em si próprio aquele avental aberto atrás , com a bunda de fora e aí você vê que você não é nada . Na hora que você entra em um aparelho de tomografia , de ressonância magnética e que todo mundo trata você com a mesma frieza independente do figurão que você é . Essa é a situação que a gente precisa perceber . Aquele individuo analfabeto que esta na sua frente que não consegue se comunicar coisa e tal , o nosso papel é ter uma boa relação com aquele individuo naquele momento e a CIF abre isso , ela trás toda uma reflexão . Então veja o seguinte . A incapacidade são os aspectos negativos de toda essa interação e a funcionalidade são os aspectos positivos dessa interação . Se esse corpo esta hígido é fator positivo , se não existe barreiras é um facilitador , se os aspectos pessoais desse individuo favorece é tudo positivo . Quando isso tudo converge , você tem uma funcionalidade e às vezes você não muda nada do corpo mas introduz um facilitador , você já desloca esse individuo da incapacidade para a funcionalidade . A gente tem que olhar o individuo e pensar o seguinte , o que eu posso fazer e no que eu vou fazer pra reduzir as barreiras ou criar os facilitadores porque ai você consegue estimular esse individuo a ter o potencial dele todo explorado . A incapacidade é traduzida pela CIF no termo Disability , a convenção da ONU não chama isso de incapacidade por que ? porque a convenção da ONU é voltada para os direitos das pessoas com deficiência e o Movimento de Pessoas com deficiência diz que pessoas com deficiências não é incapaz , então usar o termo incapaz pra pessoas com deficiência é inadmissível , então eles tiram a palavra incapacidade , então nós ficamos com a CIF traduzindo disability com incapacidade e a convenção da ONU traduziu disability como sendo deficiência não mais visão do corpo ,mas o corpo interagindo com o meio . Essa é a diferença que tem dos dois .
Quais as áreas de aplicação da CIF ? todas as áreas .Saúde , previdência , assistência , educação , trabalho , economia , direito , legislação , ciência e tecnologia e outras , ou seja , o mundo todo pode contribuir pra isso . Por isso que é uma coisa que é muito demandada , eu estou dando uma noção pra vocês e a gente depois ao ter uma eletiva , a gente aprofunda pra quem quiser e se interessar . Comparando as duas classificações , aquela que era puramente biomédica de 1980 e a nova que é a CIF , uma delas era modelo de minorias CID (?) essa outra é modelo universal . Minorias por que ? porque era só aqueles grupos de visual , auditiva , mental , físico que entravam . Aqui não , aqui contempla tudo , são pessoas com suas características . Uma é unidimensional e a outra é multidimensional . Aquele diagrama que a principio parece confuso , você olha e fala ... e agora , eu estou com o diagrama na frente , esse cara esta com esse problemão , onde eu posso interferir , será que é no fator ambiental diminuindo barreira e aumentando facilitador , será que posso trabalhar as questões pessoais , melhorar a classificação dele , melhorar auto estima , qualificar esse individuo ou será que eu posso trabalhar em função e estrutura do corpo dando medicação , fazendo uma cirurgia , fazendo fisioterapia e assim por diante , então você olha nessa dimensão e fala é aqui que eu vou conseguir mexer para melhorar a de atividade para participação dele . Então esse modelo é puramente biomédico , esse aqui é biopsicossocial em que você depende de tudo , você acha que só o médico faz isso?, claro que não , tecnologia você depende da engenharia , da física , as áreas de saúde todas . Então , quando a gente aprender a interagir e achar que a gente não tem um rei na barriga , a gente vai conseguir ir muito mais longe . E tem uma coisa que é o seguinte , é a troca de saberes , quando você estiver perto de alguém que também tem os seu saber, o saber não significa ter faculdade não , você aprende com aquela pessoa que mal fala , pega aquela pessoa sem escolaridade nenhuma e que tem a sua vivencia , você aprende também assim e a gente tem que ter essa percepção e essa capacidade e aí o biopsicossocial envolve tudo isso . Um é aquele modelo progressivo e linear , esse outro é dinâmico e interativo , o tempo todo você pode interferir . Um envolve conceitos ocidentais e o outro conceitos universais , um é dirigido só para adultos e esse aqui pega todas as fases da vida , um requeriu ajustamento pessoal e o outro ajustamento sócio ambiental , isso é interessante , tem umafala no vídeo do movimento de pessoas com deficiência que diz o seguinte : lá na década de 70, todo movimento pela reabilitação e integração da pessoa com deficiência , era no sentido de você pegar aquele individuo e no modelo biomédico , melhorar a condição dele mas para que ele ficasse mais próximo dos ditos normais . Então você pegava o cadeirante e o objetivo era colocá-lo de pé e andar de pé . Se ele esta na cadeira de rodas , que ele ande de muletas ou com andador , tudo bem isso é importante sim porque você consegue melhorar a funcionalidade do individuo mas ai a essência não é só essa .Você não pode ficar restrito a só essa questão e abstrair ao que esta em torno desse individuo 
 [...] Tudo bem, isso é importante sim com o individuo, mas a essência não é só essa, vc não pode ficar restrito só a essa questão e abstrair o que esta em torno do individuo, então esse ajustamento socioambiental é fundamental. Uma exigia política de cuidados, e a outra política de saúde, e a outra coisa preocupante, que o mesmo retrocesso esta acontecendo na área de saúde, e isso é uma coisa preocupante. E ai a questão n é se e esse ou aquele partido, a questão é que a gente tem que ver o seguinte, n importa quem veio, ficou ou governou. As coisas que foram positivas precisam ficar documentadas e ser aprimoradas. O que n pode é vc apagar o rotulo se é branco, vermelho, amarelo, verde.. o que importa é vc tirar e deixar as coisas que estão funcionando e introduzir outras. Eu vivenciei uma época.. eu era coordenador do programa de DST-AIDS aqui de Petropolis, e o ministro da fazenda na ocasião falou que n fazia sentido distribuir medicação pra AIDS se tinham muitos pacientes com hipertensão, Diabetes. Quando ele falou isso, tds os cientistas mostraram que dar medicação pra AIDS iria tirar, esvaziar mais os hospitais. Eu vivi uma época em que os hospitais estavam abarrotados, com um monte de gente morrendo, sem intervenções, com custo altíssimo. E hj vc tem medicação de graça pra essas pessoas, e elas voltando, inclusive pro mercado de trabalho, e o cara solta um negocio desse.. achando que iria economizar MT pro pais, mas vc n pode retroagir em coisas que estão funcionando, vc diminui a transmissão, melhora a qualidade de vida, e esses indivíduos que estavam morrendo cedo ou se aposentando, acabam voltando pro mercado de trabalho e contribuindo pro sistema. Por isso que n pode dar um passo pra frente e dois pra trás.
Aquela primeira da CDID [¿] envolvia a caridade, lembra da desvantagem¿ Não rola.. Eu tenho uma colega cadeirante que fala que se ficar parado na esquina, n importa se esta bem vestido ou n, a pessoa passa e joga moeda, nem olha.. é aquela questão da caridade NE, eu já joguei a moedinha, já fiz minha parte. Isso nem entra no direito da pessoa. Ela é uma pessoa, dentro da família, na escola.. Então quando a gente fala de acessibilidade, de atenção, a gente fala pra todas as pessoas. O foco La estava na desvantagem, e aqui esta na participação do individuo. Mostrou slide do Romario jogando num time de amputados, e que por melhor que fosse, ele estava com dificuldade pq nunca havia jogado daquela forma, pois ele não jogava com uma perna apenas, e ai quando se igualou aos amputados, msm ele sendo o melhor, ele ficou em desvantagem. Isso é a vida, é o tempo todo assim, é essa concepção. Quando vc fala em integração, vc esta pensando sempre em mudar o individuo para inseri-lo. Quando vc fala de inclusão vc muda o individuo na medida do possível, mas muda principalmente o meio. Então o termo inclusão PE muito mais amplo, envolve o meio e a obrigação. Então nos como profissionais, temos como obrigação a prestação do serviço, mesmo que venhamos atuar só no serviço privado, vc esta sendo contratado pra prestar um serviço. Na publica nem se fala.. Mas, é prestação de serviço o tempo todo. Vc tem que ver que é qualidade, e que as pessoas n estão recebendo aquilo por benenficencia, mas por direito, e vc tem que estar ali pra prestar o serviço da melhor forma possível. Lembra que falei do burnout. t e de toda insatisfação que as pessoas acabam tendo frustração, pq no fundo é frustrante. AI o seguinte, convenção da ONU.. Se eu tivesse lido isso aqui antes vcs não iriam entender nada, mas devagar vcs vão entender como td funciona.
Pre-ambulo da convenção.. reconhecendo que a deficiência é um conceito em evolução.. estamos discutindo ate hj.. E que a deficiência resulta da interação de pessoas com deficiência e as barreiras devido as atitudes e ao ambiente que impedem a plena participação dessas pessoas na sociedade, em igualdade de oportunidade com as demais pessoas. Então as barreiras do ambiente, sejam elas atitudinais [¿], ou físicas, interferem nessas pessoas que tem alguma alteração corpórea, e isso impede a plena participação delas e de dar igualdade com as demais pessoas. Então, o interessante.. hj já tem uma visão diferente.. será que a minha conhecida que esta na cadeira de rodas, ou o outro que n enxerga, estariam aqui, conseguiriam estar¿ Não.. então a lei faz justamente essa exigência. Os teatros vão ter que ter essa acessibilidade pra cadeirantes, por ex, o cinema tbm.. vc tem que ter a tradução simultânea com libras, então isso e bastante interessante. Então isso é o pré-ambulo, o que vai pra lei, o que vale é o que esta aqui. Então, vejam bem, deficiência é algo MT amplo.. eu posso quebrar minha perna e ficar em cima da cama. Estou com deficiência¿ Estou. Então eu estou com uma alteração de função e estrutura no corpo, que é temporário, mas eu estou com deficiência temporária. Mas, eu sou uma pessoa com deficiência pra dispor de algum beneficio, ter benefícios em concurso, reservas de vagas no trabalho, no estacionamento. Ai vou ter que ter uma melhor visão.. Pessoas com deficiência são aquelas que tem impedimentos, alterações corpóreas [lendo slide] , de longo prazo, de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, então todas as modalidades possíveis, nos quais em interação com diversas barreiras pode interferir em sua participação ativa na sociedade e igualdade de condições com as demais pessoas. Então ela reproduz o que esta aqui, mas pra ser pessoa com deficiência tem que atender a essas condições aqui, e definir que longo prazo seria esse, 6meses.. 1 anos, 2 anos.. Na previdencia são 2 anos, mas, pra outras modalidades pode ser outro tempo.
Julia n entendeu e ele respondeu que para o beneficio continuado, que é o salário mínimo pra pessoas miseráveis, de famílias extremamente pobres, que n tem condições de cuidarem daquela, eles recebem um salário mínimo mensal.. a renda per capita da familia tem que ser menos de um quarto do salário mínimo, miséria msm.. E ai tem que ter essa deficiência por no mínimo 2 anos. N precisa viver a deficiência por dois anos, mas, na pericia a gente vê o quadro e sabe que n reverte, e que va permanecer assim por mais de 2 anos.. Mas, pode ser que em outros programas n sejam assim, por ex, no transporte publico pra ter gratuidade, será que uma pessoa com tuberculose pode ter gratuidade¿ É só vc especificar na lei que pessoas com doença crônica.. tem que ter no mínimo três meses.. ai pronto, vc vai ganhar, mas vai depender dessa regulamentação, que vai substituir aqueles dois decreto lá que ainda n saíram.
Atentar que o artigo primeiro que define pessoa com deficiência é mais restrito que esse. Esse aqui é amplo, ele falou da pessoa com deficiência de maneira geral. Esse outro já fez um recorte, falou que pessoa com deficiente tem que ter essas características, e uma duração. Ai é o seguinte, resumindo a diferença de nomenclatura.. O que a CIF chama de deficiência no corpo, a convenção chama de impedimento, que não é um termo mt feliz tbm. Mas, isso traduz uma alteração na estrutura.. então se vc for ler a CIF, ou em relação a deficiência, vc vai ver isso aqui, se vc ler a convenção e falou impedimento, vc sabe que é isso aqui. E como a CIF traduziu desabilite¿ Traduziu como incapacidade, mas a convenção que é pra pessoas com deficiência [ediz que n são pessoas incapazes], ela traduziu deficiência no conceito ampliado, ou seja, n só corpo, mas, o corpo interagindo com o meio todo, que é exatamente o que esta definido lá na convenção como desabilite aqui é deficiência. Então, se vcs tiverem que traduzir as duas aqui, será: restrição vivenciadas pelos indivíduos, ou seja, restrição para participar de coisas. Então, a gente ta tendo que transitar nessas duas definições pq a CIF foi publicada agora com as duas tecnologias, e a convenção foi com a tecnologia da tradução como ela fez.
E ai, aqui .. não existe qualquer incompatibilidade com os termos utilizados em ingles. Desabilite é desabilite, e [não consegui entender o outro]. O problema esta na tradução. Se vc souber no que vc esta aplicando, ótimo, vc n faz confusão. A divergência existe na tradução para o português, e não compromete o entendimento. Incapacidade é um termo muito utilizado em saúde do trabalhador, por isso estou introduzindo saúde do trabalhador com esse termo, pq a gente fala o tempo td em incapacidade e invalidez. Incapacidade do trabalho, invalidez que aposenta o individuo.. mas, esses termos jamais vão ser substituidos pelo termo deficiência. Eu tenho que pensar em incapacidade como deficiência, mas se eu usar deficiência em saúde do trabalhador eu vou distorcer o sentido [agora que n fez sentido msm essa aula kkk]. Então, é plenamente possível que as legislações trabalhistas e previdenciarias possam um dia assumir em substituição o conceito de funcionalidade, que atende todas as áreas, pq a funcionalidade na realidade é o inverso da incapacidade e da deficiência. Funcionalidade é a capacidade do individuo realizar atividades. Se vc chama aqui de incapacidade é uma coisa, se o movimento chama de deficiência é outra coisa, ele é mais funcional ou menos, então aqui o termo que ele usa como funcional, pra usar essa definição.. só que a lei brasileira de inclusão considera apenas uma barreira, não precisa ser diversas, uma única barreira já e suficiente pra vc enquadrar.. mas o negocio que já esta vindo por ai é o método de avaliação que a gente usa pra pessoas no INSS com deficiência, que é o índice de funcionalidade brasileira, e esse índice de funcionalidade trabalha com funcionalidade, ele saiu dessa questão de tradução, que é MT melhor. E é justamente ai que esta tendo essa barreira, uma barreira política, pq eles n querem deixar aprovar o instrumento que a gente usa, e ai é retroagir ao interesse biomedico.. pq o interesse é uma carreira medica tal como vc tem os procuradores federais, auditores federais, medicos federais, que seriam os peritos, só que em detrimento de todo um processo de discussão, mesmo os assistentes médicos e médicos do trabalho estão fora desse processo, então é um coisa altamente absurda, então é complicado.. [do que esse homem ta falando¿¿].
E em essencia.. a ONU objetiva garantir equiparação de direitos e oportunidades.. olhem os termos.. equiparação de direitos e oportunidades.. a independência, a autonomia, e o protagonismo das pessoas com deficiência. Essas palavras são chave, e são extremamente profundas quando vc analisa, que por sua vez é uma classificação internacional, que como tal, engloba todos os indivíduos indistintamente, com diferentes estágios de saúde, em interação com o ambiente em que vivem, em interação biopssicosocial. A CIF n é um objeto de avaliação, vc cria a partir dela os instrumentos de avaliação que vc deseja. Daqui em diante vem a lei brasileira.. Ah não, isso aqui é interessante [viu que no slide seguinte n era o que ele ia falar, ai mudou]. Então.. aqui é.. algumas condições dentre tantas previstas na CIF, passiveis de binômio incapacidade e funcionalidade laborativa. É que no slide original eu saio falando da ONU, de inclusão brasileira.. nesse, como foi da reabilitação, eu precisei trazer a reabilitação pra CIF, que é o que vamos ver aqui.. Em estrutura do corpo, a CIF permite analisar se tem ou não alterações físicas ou psíquicas, e quando tem alterações psíquicas, qual a intensidade, qual a duração, qual o prognostico, e outras condições, ela quantifica tudo isso. Em fatores ambientais a CIF permite a avaliação do meio com indivíduos, acesso a exames e tratamentos [que pode ser barreira ou facilitador], acesso a educação, acesso a produtos e tecnologias, inclusive orteses, próteses.. acesso a internet, ambiente de trabalho, se tem ergonomia [¿], exposição a agentes químicos, físicos e biológicos, acessibilidade, infra-estrutura de apoio e outras condições, apoio e relacionamentos e atitudes de superiores [ a gente fala muito de assedio moral], subordinados, seus pares e familiares, condições e locais de moradia, acesso a transporte e condições de trajeto ao trabalho, composição e renda familiar, acesso a outras politicas, sistemas, serviços e outras condições. Em participação, que é o contrario, é o individuo com ele msm, ele com o corpo dele, com suas limitações, e como ele interage com esse meio, e ai a educação é fantástica, a chave NE.. Cpacidade e desempenho nas atividades exercidas, capacidade e desempenho de adquirir e aplicar conhecimentos, em desempenhar outras atividade, capacidade pessoal pra acesso a educação informática e outras tecnologias, capacidade e desempenho pra se cuidar, capacidade em se cuidar, capacidade e desempenho pra se deslocar, na vida social e na vida civica. Ve que repeti sempre capacidade e desempenho, pq as vezes ele tem uma condição em ambiente neutro, mas se vc colocar no ambiente dele muda, seja pra melhor ou pior, se ele tiver seus facilitadores. E os fatores pessoais que n são graduados mas, são considerados: idade, inteligência, nível de instrução, qualificação profissional, experiências pregressas, complexão [¿] física, motivação, resiliencia [que é a capacidade de enfrentar situações], hábitos, estilos de vida, caráter, comportamento e outras condições. Pergunto: quando que uma avaliação biomédica, em vc saber se o cara tema doença x, y ou z, e se tem alteração em função e estrutura da conta¿ Sozinha n da conta.. isso aqui que é importante, então isso é chave msm. Ai eu digo, parece uma coisa MT distante, mas como daqui a pouco vcs vão interagir com o que a gente apresenta em saúde do trabalhador, previdência, vão ver esse material, vão ver que no dia da aula de discussão vcs vão estar em outro patamar de discussão, e essas coisas vão ficar mais incorporadas. Revisitem isso aqui, n só pra hora de prova, mas tbm do ponto de vista medico, que é a carreira que vcs escolheram, e vão abraçar as barreiras mundo afora, mas tbm vão encontrar muitos facilitadores.

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