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* ATENÇÃO À MULHER NO PUERPÉRIO * Plano de Aula Alojamento Conjunto Puerpério Mediato, Tardio e Remoto Puerpério Patológico Crenças no Puerpério Assistência de Enfermagem no Puerpério no Hospital Assistência de Enfermagem no Puerpério na Unidade Básica de Saúde Contracepção no Puerpério * Alojamento Conjunto Sistema hospitalar em que o RN sadio, logo após o nascimento, permanece ao lado da mãe, 24 horas por dia, até a alta hospitalar. Possibilita a prestação de todos os cuidados assistenciais, bem como a orientação à mãe sobre a saúde do binômio mãe e filho. * VANTAGENS DO ALOJAMENTO CONJUNTO a) estimular e motivar o aleitamento materno, de acordo com as necessidades da criança, tornando a amamentação mais fisiológica e natural. A amamentação precoce provoca a contração do útero e de seus vasos, atuando como profilaxia das hemorragias pós-parto; b) favorecer a precocidade, intensidade, assiduidade do aleitamento materno, e sua manutenção por tempo mais prolongado; c) fortalecer os laços afetivos entre mãe e filho, através do relacionamento precoce; * d) permitir a observação constante do recém-nato pela mãe, o que a faz conhecer melhor seu filho e possibilitar a comunicação imediata de qualquer anormalidade; e) oferecer condições à enfermagem de promover o educação em saúde, através de demonstrações práticas dos cuidados indispensáveis ao recém-nascido e à puérpera; f) manter intercâmbio biopsicossocial entre a mãe, a criança e os demais membros da família; * g) diminuir o risco de infecção hospitalar; h) facilitar o encontro da mãe com o pediatra por ocasião das visitas médicas para o exame do recém-nascido, possibilitando troca de informações entre ambos; i) desativar o berçário para recém-nascidos normais, cuja área poderá ser utilizada de acordo com outras necessidades do hospital. * Puerpério: período do ciclo gravídico puerperal em que as modificações locais e sistêmicas, provocadas pela gravidez e parto no organismo da mulher, retornam à situação do estado pré-gravídico. * A mulher no puerpério passa por uma série de transformações, devendo ser vista integralmente, no seu lado endócrino, genital e psíquico. É comum que a mulher se sinta insegura, experimente sentimentos contraditórios. Cabe à equipe estar disponível para perceber a necessidade de cada mulher, na medida do possível. * FENÔMENOS PUERPERAIS Involutivos ou regressivos: Involução da genitália feminina, involução uterina, loqueação e involução dos sistemas extra genitais. Evolutivos ou Progressivos: Lactação * Inicial Até retorno estado pré-gestacional 1º semana pós-parto 10º ao 45º dia após parto ALÉM DE 45 dias 1 a 2horas pós-parto * Alterações anatômicas e fisiológicas Involução uterina: Ocorre através de contrações que levam a diminuição do volume e tamanho das células uterinas. Intercala entre momentos indolores com cólicas abdominais dolorosas, sobretudo em multíparas. * * Alterações anatômicas e fisiológicas LOQUEAÇÃO: Trata-se de uma hemorragia no local da implantação da placenta e os produtos da cavidade uterina formam os lóquios (exsudatos, transudatos, elementos celulares descamados e sangue). O útero atinge a cicatriz umbilical após o parto, regridindo em torno de 1 cm ao dia. Inicialmente surgem os lóquios sanguinolentos (até o 5° dia), em volume variável semelhante a uma menstruação. A partir do 5° dia torna-se serossanguíneos (vermelhos escuros) e por volta do 10° dia, seroso (amarelado). O odor é característico. Quando fétido sugere infecção. * * Os principais problemas no puerpério imediato são: HEMORRAGIA TROMBOSE INFECÇÃO PUERPERAL. HEMORRAGIA PUERPERAL * Puerpério Patológico Trombose Há risco aumentado de fenômenos tromboembólicos. A forma mais comum é a trombose venosa superficial com presença de varizes, surgem na gravidez. A trombose profunda ocorre entre o 5º e o 15º dia, pode ocorrer em mulheres acima de 35 anos, obesas, pós cesárea. Sintomas: Dor nos membros inferiores, febre baixa e persistente, sinal de Homans positivo associado a obstrução detectada por ultrassonografia. * Puerpério Patológico Trombose Cuidados Preventivos Estimular a deambulação precoce Uso de meias de compressão na gestação e no puerpério. * Puerpério Patológico INFECÇÃO PUERPERAL Infecção que se se origina no aparelho genital após o parto recente. Está entre as primeiras três principais causas de mortalidade materna. Sintomas: Aumento da temperatura acima de 38ºC, registrada ao menos 4 vezes ao dia, em dois dos dez primeiros dias do puerpério, lóquios fétidos, dor uterina, sinais flogísticos na incisão cesárea ou episiorrafia. Causas: cesariana, parto e amniorrexe prolongados, numerosos toques vaginais, parto prolongado, permanência de restos de placenta ou membranas na cavidade uterina e hemorragias. * AVALIAÇÃO CLÍNICO-GINECOLÓGICA Verificar os SSVV; Avaliar o estado psíquico da mulher; Observar seu estado geral: a pele, as mucosas, a presença de edema, a cicatriz (parto normal com episiotomia ou laceração/cesárea) e os MMII; * Examinar o abdômen, altura uterina, globo de pinard, verificando a condição do útero e se há dor à palpação; Examinar o períneo e os genitais externos (verificar sinais de infecção, a presença e as características de lóquios); Realizar Sinal de Homans em busca de sinais de Trombose Venosa Profunda. Verificar possíveis intercorrências: alterações emocionais, hipertensão, febre, dor no baixo ventre ou nas mamas, presença de corrimento com odor fétido, sangramentos intensos. Observar a formação do vínculo entre a mãe e o filho; * Avaliação clínico-ginecológica: Examinar as mamas, verificando a presença de ingurgitamento, sinais inflamatórios, infecciosos ou cicatrizes que dificultem a amamentação; Observar e avaliar a mamada para a garantia do adequado posicionamento e da pega da aréola. EM CASO DE INGURGITAMENTO MAMÁRIO, MAIS COMUM ENTRE O 3º E O 5º DIA PÓS-PARTO, ORIENTAR A MULHER QUANTO À ORDENHA MANUAL, AO ARMAZENAMENTO E À DOAÇÃO DO LEITE EXCEDENTE A UM BANCO DE LEITE HUMANO; * * Acta Paul Enferm 2008;21(2):275-81. * Crenças e tabus Alimentação Descanso Lavar o cabelo 7º dia Banha de porco * ASSISTÊNCIA PUERPERAL É compreendida como o período logo após o parto até 42 dias de pós-parto; Atenção à mulher e ao RN no pós-parto imediato e nas primeiras semanas após o parto é fundamental para a saúde da mulher e neonatal; Esse atendimento deve ser o mais criterioso possível; Recomenda-se uma VISITA DOMICILIAR (VD) na 1ª semana após a alta do bebê * ASSISTÊNCIA PUERPERAL NA UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE É preconizado que a maternidade, no momento da alta, avise à equipe de atenção básica, à qual a mulher e seu bebê estão vinculados; Caso o RN tenha sido classificado como de risco, a VD deverá acontecer nos primeiros 3 dias após a alta; O retorno da mulher e do RN ao serviço de saúde, de 7 a 10 dias após o parto, deve ser incentivado desde o PN, na maternidade e pelos ACS na VD. * OBJETIVOS ATENÇÃO A SAÚDE DA MULHER NA ATENÇÃO BÁSICA • Avaliar o estado de saúde da mulher e do RN; • Orientar e apoiar a família para a amamentação; • Orientar os cuidados básicos com o RN; • Avaliar a interação da mãe com o RN; • Identificar situações de risco ou intercorrências e conduzi-las; • Orientar o planejamento familiar. * * AÇÕES RELACIONADAS À PUÉRPERA: Anamnese: Verificar o Cartão da Gestante e perguntar à mulher questões sobre: As condições da gestação; As condições do atendimento ao parto e ao RN; Os dados do parto (data; tipo de parto; se parto cesárea, qual indicação deste tipo de parto); Se houve alguma intercorrência na gestação, no parto ou no pós-parto (febre, hemorragia, hipertensão, diabetes, convulsões, sensibilização de Rh); * Se recebeu aconselhamento e realizou testagem para sífilis e HIV durante a gestação e/ou o parto; O uso de medicamentos (ferro, ácido fólico, vitamina A, outros). Perguntar a ela como se sente e indagar questões sobre: Aleitamento (frequência das mamadas, dia e noite, dificuldades na amamentação, satisfação do RN com as mamadas, condições das mamas); Alimentação, sono, atividades; Dor, fluxo vaginal, sangramento, queixas urinárias, febre; * Planejamento familiar (desejo de ter mais filhos, desejo de usar método contraceptivo, métodos já utilizados, método de preferência); Sua condição psicoemocional (estado de humor, preocupações, desânimo, fadiga, outros); Sua condição social. * PLANEJAMENTO FAMILIAR/ CONTRACEPÇÃO NO PUERPÉRIO MINIPÍLULA – Progestágeno (levonorgestrel 0,030mg e desogestrel 75mg) e pode ser iniciado na alta hospitalar. PRESERVATIVO (Condom) DIU – poderá ser inserido 12 semanas após o parto CONTRACEPTIVO INJETÁVEL TRIMESTRAL – acetato de medroxiprogesterona, 150mg/ml – pode ser utilizado pela mulher que está amamentando. O seu uso deve ser iniciado após 6 semanas do parto. * DEPRESSÃO PÓS-PARTO Depressão, síndrome ou doença que inclui alterações de humor, cognitivas, psicomotoras e vegetativas. É um importante problema de saúde pública afetando tanto a saúde da mãe quanto o desenvolvimento do seu filho. As manifestações, acontecem na maioria dos casos , a partir das quatro primeiras semanas de pós parto e alcança intensidade máxima nos seis primeiros meses. * http://www.maesaudavel.com.br/maternidade/puerperio-porque-muitas-mulheres-ficam-depressivas O período da gestação e do pós-parto implicam em um elevado risco para a mulher no que diz respeito ao desenvolvimento de psicopatologias. A prevalência da depressão pós-parto (DPP) é elevada, sendo que no Brasil os resultados variam entre 12 e 39,4% das mulheres após o parto. (Camacho et al., 2006). Os sintomas mais comuns são: desânimo persistente, sentimentos de culpa, alterações do sono, ideias suicidas, temor de machucar o filho, redução do apetite e da libido, diminuição do nível de funcionamento mental e presença de ideias obsessivas. * As causas da DPP envolvem fatores biológicos e sociais Geralmente é acompanhada de outros quadros comórbidos, o que aumenta a gravidade desta condição Em muitas situações o diagnóstico não é feito de forma precoce e adequada devido a questões culturais (ex.: a mulher minimiza os sintomas sentindo-se culpada pelo humor depressivo após o parto), * * Camacho RS, Cantinelli FS, Ribeiro CS, Cantilino A, Gonsales BK, Braguittoni E et al. Transtornos psiquiátricos na gestação e no puerpério: Classificação, diagnóstico e tratamento. Revista Psiquiatria Clínica. 2006. 33(2): 92-102. Cantilino A. et al. Transtornos psiquiátricos no pós-parto. Revista de Psiquiatria Clínica. São Paulo; 2010. v. 37. p. 278-284. Martins-Costa et. Al. Rotinas em obstetrícia. Artmed: Porto Alegre, 7º ed. * PLANEJAMENTO FAMILIAR/ CONTRACEPÇÃO NO PUERPÉRIO O anticoncepcional hormonal oral combinado e o injetável mensal não devem ser utilizados em lactantes, pois interferem na qualidade e na quantidade do leite materno e podem afetar adversamente a saúde do bebê. Os métodos comportamentais – tabelinha, muco cervical, entre outros – só poderão ser usados após a regularização do ciclo menstrual. *
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