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Políticas Públicas de Atenção à Saúde da Mulher; Rastreamento de câncer de colo de útero e mamas; Infecções Sexualmente Transmissíveis.

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1 
 
 
ESTUDO DIRIGIDO #1 
Curso: Enfermagem Período: 5º U 
Disciplina: Enfermagem em Saúde da 
Mulher e do Recém- 
Nascido 
Tema: Políticas Públicas de Atenção à Saúde da 
Mulher; Rastreamento de câncer de colo 
de útero e mamas; Infecções Sexualmente 
Transmissíveis. 
Professora: Renata Evangelista Tavares Machado 
Início: 09/02/2022 Final: 19/03/2022 Prova: 16/03/2022 
 
 
INTRODUÇÃO E OBJETIVOS 
 
Olá aluno(a), 
 
Seja bem-vindo(a) a disciplina Enfermagem em Saúde da Mulher e do 
Recém-nascido. 
 
Neste estudo dirigido serão abordados os seguintes temas: 
 Políticas Públicas de Atenção à Saúde da Mulher 
 Rastreamento de câncer de colo de útero e mamas; 
 Assistência de enfermagem às infecções sexualmente transmissíveis. 
 
A partir deste conhecimento, você poderá: 
 Compreender a evolução das políticas públicas voltadas à saúde da 
mulher; 
 Prestar cuidados de enfermagem relacionados à detecção precoce do 
câncer de mama e à prevenção do câncer de colo uterino. 
 Realizar a técnica do exame citopatológico do colo uterino. 
 Realizar a técnica do exame clínico das mamas. 
 Saber atuar junto a mulheres com infecções sexualmente transmissíveis, 
considerando os princípios éticos envolvidos. 
 
POLÍTICAS PÚBLICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DA MULHER 
 
2 
 
 
 
As políticas públicas voltadas à saúde da mulher passaram 
por diversas transformações ao longo dos anos. Conhecer 
estas transformações ocorridas nos ajudará a refletir sobre 
as ações dos profissionais nos diferentes momentos 
históricos e também a olhar para o futuro. Assim, estaremos 
contribuindo para o desempenho do cuidado cada vez mais 
integral e de acordo com as reais necessidades deste grupo 
populacional. 
 
Vamos compreender e refletir sobre a evolução das políticas de 
atenção à saúde da mulher, para isto apresenta-se trechos extraídos 
integralmente da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher 
(Brasil, 2003) páginas 15 a 19. 
 
No Brasil, a saúde da mulher foi incorporada às políticas nacionais de 
saúde nas primeiras décadas do século XX, sendo limitada, nesse período, às 
demandas relativas à gravidez e ao parto. 
Os programas materno-infantis, elaborados nas décadas de 30, 50 e 70, 
traduziam uma visão restrita sobre a mulher, baseada em sua especificidade 
biológica e no seu papel social de mãe e doméstica, responsável pela criação, 
pela educação e pelo cuidado com a saúde dos filhos e demais familiares. Há 
análises que demonstram que esses programas preconizavam as ações materno-
infantis como estratégia de proteção aos grupos de risco e em situação de maior 
vulnerabilidade, como era o caso das crianças e gestantes. 
Outra característica desses programas era a verticalidade e a falta de 
integração com outros programas e ações propostos pelo governo federal. As 
metas eram definidas pelo nível central, sem qualquer avaliação das necessidades 
de saúde das populações locais. Um dos resultados dessa prática é a 
fragmentação da assistência e o baixo impacto nos indicadores de saúde da 
mulher. 
No âmbito do movimento feminista brasileiro, esses programas são 
vigorosamente criticados pela perspectiva reducionista com que tratavam a 
3 
 
mulher, que tinha acesso a alguns cuidados de saúde no ciclo gravídico-puerperal, 
ficando sem assistência na maior parte de sua vida. Com forte atuação no campo 
da saúde, o movimento de mulheres contribuiu para introduzir na agenda política 
nacional, questões, até então, relegadas ao segundo plano, por serem 
consideradas restritas ao espaço e às relações privadas. 
Naquele momento tratava-se de revelar as desigualdades nas condições de 
vida e nas relações entre os homens e as mulheres, os problemas associados à 
sexualidade e à reprodução, as dificuldades relacionadas à anticoncepção e à 
prevenção de infecções sexualmente transmissíveis e a sobrecarga de trabalho 
das mulheres, responsáveis pelo trabalho doméstico e de criação dos filhos. 
As mulheres organizadas argumentavam que as desigualdades nas 
relações sociais entre homens e mulheres se traduziam também em problemas de 
saúde que afetavam particularmente a população feminina. Por isso, fazia-se 
necessário criticá-los, buscando identificar e propor processos políticos que 
promovessem mudanças na sociedade e consequentemente na qualidade de vida 
da população. 
Posteriormente, a literatura vem demonstrar que determinados 
comportamentos, tanto dos homens quanto das mulheres, baseados nos padrões 
hegemônicos de masculinidade e feminilidade, são produtores de sofrimento, 
adoecimento e morte. Com base naqueles argumentos, foi proposto que a 
perspectiva de mudança das relações sociais entre homens e mulheres prestasse 
suporte à elaboração, execução e avaliação das políticas de saúde da mulher. 
As mulheres organizadas reivindicaram, portanto, sua condição de sujeitos 
de direito, com necessidades que extrapolam o momento da gestação e parto, 
demandando ações que lhes proporcionassem a melhoria das condições de saúde 
em todos os ciclos de vida. Ações que contemplassem as particularidades dos 
diferentes grupos populacionais, e as condições sociais, econômicas, culturais e 
afetivas, em que estivessem inseridos. 
 
Em 1984, o Ministério da Saúde elaborou o 
Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher 
(PAISM). 
 
 
4 
 
O PAISM incorporou como princípios e diretrizes as propostas de 
descentralização, hierarquização e regionalização dos serviços, bem como a 
integralidade e a equidade da atenção, num período em que, paralelamente, no 
âmbito do Movimento Sanitário, se concebia o arcabouço conceitual que 
embasaria a formulação do Sistema Único de Saúde (SUS). 
O novo programa para a saúde da mulher incluía ações educativas, 
preventivas, de diagnóstico, tratamento e recuperação, englobando a assistência à 
mulher em clínica ginecológica, no pré-natal, parto e puerpério, no climatério, em 
planejamento familiar, DST, câncer de colo de útero e de mama, além de outras 
necessidades identificadas a partir do perfil populacional das mulheres. 
O processo de construção do SUS tem grande influência sobre a 
implementação do PAISM. O processo de implantação e implementação do 
PAISM apresenta especificidades no período de 84 a 89 e na década de 90, 
sendo influenciado, a partir da proposição do SUS, pelas características da nova 
política de saúde, pelo processo de municipalização e principalmente pela 
reorganização da atenção básica, por meio da estratégia do Programa Saúde da 
Família. 
Essa proposta do PAISM não abrange todo o conjunto de ações previstas 
nos documentos que norteiam a Política de Atenção Integral à Saúde da Mulher, 
que passa a contemplar, a partir de 2003, a atenção a segmentos da população 
feminina ainda invisibilizados e a problemas emergentes que afetam a saúde da 
mulher. 
O nível federal de administração também apresentou, na última década, 
dificuldades e descontinuidade no processo de assessoria e apoio para 
implementação do PAISM, observando-se mudanças a partir de 1998, quando a 
saúde da mulher passa a ser considerada uma prioridade de governo. O balanço 
institucional das ações realizadas no período de 1998 a 2002, indica que, nesse 
período, trabalhou-se na perspectiva de resolução de problemas, priorizando-se a 
saúde reprodutiva e, em particular, as ações para redução da mortalidade materna 
(pré-natal, assistência ao parto e anticoncepção). 
Segundo os autores, embora se tenha mantido como imagem-objetivo a 
atenção integral à saúde da mulher, essa definição de prioridades dificultou a 
atuação sobre outras áreas estratégicas do ponto de vista da agenda ampla de 
saúde da mulher. Essa perspectiva de atuação também comprometeu a 
5 
 
transversalidade de gênero e raça, apesar de se perceber um avanço no sentido 
da integralidade e uma ruptura com as ações verticalizadas do passado, uma vez 
que osproblemas não foram tratados de forma isolada e que houve a 
incorporação de um tema novo como a violência sexual. 
Nesse balanço são apontadas ainda várias lacunas como atenção ao 
climatério/menopausa; queixas ginecológicas; infertilidade e reprodução assistida; 
saúde da mulher na adolescência; doenças crônico-degenerativas; saúde 
ocupacional; saúde mental; doenças infectocontagiosas e a inclusão da 
perspectiva de gênero e raça nas ações a serem desenvolvidas. 
Em 2003, a Área Técnica de Saúde da Mulher identifica ainda a 
necessidade de articulação com outras áreas técnicas e da proposição de novas 
ações, quais sejam: atenção às mulheres rurais, com deficiência, negras, 
indígenas, presidiárias e lésbicas e a participação nas discussões e atividades 
sobre saúde da mulher e meio ambiente. 
 
Política de Atenção Integral à Saúde da Mulher 
 Além dos aspectos abordados anteriormente a Política de Atenção Integral 
à Saúde da Mulher valoriza a humanização e a qualidade. A humanização da 
atenção em saúde é um processo contínuo e demanda reflexão permanente sobre 
os atos, condutas e comportamentos de cada pessoa envolvida na relação. É 
preciso maior conhecimento de si, para melhor compreender o outro com suas 
especificidades e para poder ajudar sem procurar impor valores, opiniões ou 
decisões. 
A humanização e a qualidade da atenção são indissociáveis. A qualidade 
da atenção exige mais do que a resolução de problemas ou a disponibilidade de 
recursos tecnológicos. E humanização é muito mais do que tratar bem, com 
delicadeza ou de forma amigável. 
 
Agora que você já conheceu sobre a evolução das 
políticas públicas de atenção à saúde da mulher, vamos 
iniciar a temática “rastreamento de câncer de colo de 
útero e mamas”. 
 
RASTREAMENTO DE CÂNCER DE COLO DE ÚTERO E MAMAS 
6 
 
 
 Para abordar esta temática, utilizou-se o conteúdo do Caderno de 
Atenção Básica nº13 de 2013, do Ministério da Saúde. Esta referência é 
amplamente recomendada para o Enfermeiro que atua na Atenção Primária à 
Saúde. 
 
O colo do útero 
O útero é um órgão do aparelho reprodutor feminino que está situado no 
abdome inferior, por trás da bexiga e na frente do reto e é dividido em corpo e 
colo. Essa última parte é a porção inferior do útero e se localiza dentro do canal 
vaginal. 
 
Figura 1 – Anatomia do útero 
 
Fonte: Imagem extraída da internet (https://escolakids.uol.com.br/ciencias/Utero.htm). 
 
O colo do útero apresenta: 
 Parte interna, que constitui o chamado canal cervical ou endocérvice, 
que é revestido por uma camada única de células cilíndricas produtoras de 
muco – epitélio colunar simples. 
 A parte externa, que mantém contato com a vagina, é chamada de 
ectocérvice e é revestida por um tecido de várias camadas de células 
planas – epitélio escamoso e estratificado. 
 
https://escolakids.uol.com.br/ciencias/Utero.htm
7 
 
Você sabe o que é a junção escamocolunar (JEC)? 
É uma linha/transição que pode estar tanto na ecto como na 
endocérvice, dependendo da situação hormonal da mulher. 
 
Na infância e no período pós-menopausa, geralmente, a JEC situa-se 
dentro do canal cervical. No período da menacme, fase reprodutiva da mulher, 
geralmente, a JEC situa-se no nível do orifício externo ou para fora desse – 
ectopia ou eversão. 
 
Figura 2 - Localização da Junção Escamocolunar (JEC) 
 
 
Fonte: Brasil. Controle dos cânceres do colo do útero e da mama, 2013 
 
 
É na zona de transformação que se localizam mais de 
90% das lesões precursoras ou malignas do colo do 
útero. 
 
 
Câncer do colo do útero 
 
 Caracterização do câncer do colo do útero: 
Caracterizado pela replicação desordenada do epitélio de revestimento do 
órgão, comprometendo o tecido subjacente (estroma) e podendo invadir estruturas 
e órgãos contíguos ou a distância. 
8 
 
 
Este tipo de câncer pode ocorrer em duas categorias: 
 Carcinoma epidermoide, tipo mais incidente e que acomete o epitélio 
escamoso (representa cerca de 80% dos casos). 
 Adenocarcinoma, tipo mais raro e que acomete o epitélio glandular. 
 
 Epidemiologia 
Com aproximadamente 570 mil casos novos por ano no mundo o câncer do 
colo do útero é o quarto tipo de câncer mais comum entre as mulheres. Ele é 
responsável por 311 mil óbitos por ano, sendo a quarta causa mais frequente de 
morte por câncer em mulheres (INCA, 2020). 
No Brasil, em 2020, são esperados 16.710 casos novos, com um risco 
estimado de 15,38 casos a cada 100 mil mulheres. É a terceira localização 
primária de incidência e a quarta de mortalidade por câncer em mulheres no país, 
sem considerar tumores de pele não melanoma (INCA, 2020). 
Em 2019, ocorreram 6.596 óbitos por esta neoplasia, representando uma 
taxa ajustada de mortalidade por este câncer de 5.33/100 mil mulheres (INCA, 
2020). 
 
Figura 3 – Incidência estimada do câncer conforme a localização primária 
do tumor e sexo: 
 
9 
 
Fonte: Imagens do site G1, 2020. https://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/especial-
publicitario/unimed-centro-oeste-paulista/noticia/2020/08/14/prevencao-ao-cancer-e-tempo-de-se-
cuidar.ghtml 
 
 História natural da doença 
Aproximadamente 100 tipos de HPVs foram identificados e tiveram seu 
genoma mapeado, 40 tipos podem infectar o trato genital inferior e 12 a 18 tipos 
são considerados oncogênicos para o colo uterino. Entre os HPVs de alto risco 
oncogênico, os tipos 16 e 18 estão presentes em 70% dos casos de câncer do 
colo do útero. 
A infecção pelo HPV é muito comum, até 80% das mulheres sexualmente 
ativas irão adquiri-la ao longo de suas vidas. Aproximadamente 291 milhões de 
mulheres são portadoras do HPV, sendo que 32% estão infectadas pelos tipos 16, 
18 ou ambos. A comparação desse dado com a incidência anual mundial de 
aproximadamente 530 mil casos de câncer do colo do útero indica que o câncer é 
um desfecho raro, mesmo na presença da infecção pelo HPV. 
 
 
A dedução é que a infecção pelo HPV é um fator 
necessário, mas não suficiente para o desenvolvimento 
do câncer do colo do útero. 
 
 
Observações importantes sobre o HPV: 
 
 Na maioria das vezes a infecção cervical pelo HPV regride 
espontaneamente, entre seis meses a dois anos após a exposição. 
 No pequeno número de casos nos quais a infecção persiste e, 
especialmente, é causada por um tipo viral oncogênico, pode ocorrer o 
desenvolvimento de lesões precursoras, cuja identificação e tratamento 
adequado possibilitam a prevenção da progressão para o carcinoma 
cervical invasivo. 
 A maioria das infecções por HPV em mulheres com menos de 30 anos 
regride espontaneamente, ao passo que acima dessa idade a persistência 
é mais frequente. 
https://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/especial-publicitario/unimed-centro-oeste-paulista/noticia/2020/08/14/prevencao-ao-cancer-e-tempo-de-se-cuidar.ghtml
https://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/especial-publicitario/unimed-centro-oeste-paulista/noticia/2020/08/14/prevencao-ao-cancer-e-tempo-de-se-cuidar.ghtml
https://g1.globo.com/sp/bauru-marilia/especial-publicitario/unimed-centro-oeste-paulista/noticia/2020/08/14/prevencao-ao-cancer-e-tempo-de-se-cuidar.ghtml
10 
 
 O tabagismo aumenta o risco para o desenvolvimento do câncer do colo 
do útero, proporcionalmente ao número de cigarros fumados por dia e ao 
início em idade precoce. 
 
 Manifestações clínicas 
 
A infecção pelo HPV apresenta-se na maioria das vezes de forma 
assintomática, com lesões subclínicas (inaparentes) visíveis apenas após 
aplicação de reagentes, como o ácido acético e a solução de Lugol, e por meio 
de técnicas de magnificação (colposcopia). 
As lesões clínicas podem ser únicas ou múltiplas, restritas ou difusas, de 
tamanho variável, planas ou exofíticas, sendo também conhecidas como 
condiloma acuminado, verruga genital ou crista de galo. 
As localizações mais frequentes são a vulva, o períneo, a região perianal, a 
vagina e o colo do útero.Menos comumente podem estar presentes em áreas 
extragenitais como conjuntiva, mucosa nasal, oral e laríngea. Dependendo do 
tamanho e localização anatômica, as lesões podem ser dolorosas, friáveis e/ou 
pruriginosas. 
 
 Lesões precursoras 
 
As lesões precursoras do câncer do colo do útero são assintomáticas, 
podendo ser detectadas por meio da realização periódica do exame citopatológico 
e confirmadas pela colposcopia e exame histopatológico. 
 
 Câncer do colo do útero 
 
No estágio invasor da doença os principais sintomas 
são: 
- sangramento vaginal (espontâneo, após o coito ou 
esforço); 
- leucorreia; 
- dor pélvica; 
11 
 
- Podem estar associados com queixas urinárias ou 
intestinais nos casos mais avançados. 
 
Ao exame especular podem ser evidenciados sangramento, tumoração, 
ulceração e necrose no colo do útero. O toque vaginal pode mostrar alterações na 
forma, tamanho, consistência e mobilidade do colo do útero e estruturas 
subjacentes. 
 
 Promoção da Saúde 
 
Para o controle do câncer do colo do útero, a melhoria do acesso aos 
serviços de saúde e à informação são questões centrais. E o controle do 
tabagismo pode ajudar a minimizar o risco de câncer do colo do útero e é também 
uma das prioridades da Política Nacional de Promoção da Saúde. 
 
 Prevenção Primária 
 
A prevenção primária do câncer do colo do útero está relacionada à 
diminuição do risco de contágio pelo HPV. A transmissão da infecção pelo HPV 
ocorre por via sexual, presumidamente por meio de abrasões microscópicas na 
mucosa ou na pele da região anogenital. Consequentemente, o uso de 
preservativos (camisinha) durante a relação sexual com penetração protege 
parcialmente do contágio pelo HPV, que também pode ocorrer por intermédio do 
contato com a pele da vulva, a região perineal, a perianal e a bolsa escrotal. 
 
Figura 4 – Vacina contra o vírus HPV: 
 
 
12 
 
Fonte: Imagens do site G1, 2021. https://g1.globo.com/bemestar/viva-
voce/noticia/2021/11/03/vacinacao-contra-o-hpv-reduz-taxas-de-cancer-de-colo-de-utero-em-ate-
87percent-aponta-estudo.ghtml 
 
Atualmente há duas vacinas aprovadas e comercialmente disponíveis no 
Brasil: a bivalente, que protege contra os tipos oncogênicos 16 e 18, e a 
quadrivalente, que protege contra os tipos não oncogênicos 6 e 11 e os tipos 
oncogênicos 16 e 18. 
 
Na rotina do Programa Nacional de Imunização 
(PNI) é administrada a vacina contra o HPV (6, 11, 16 e 
18) em meninos de 11 a 14 anos 11 meses e 29 dias e 
meninas de 9 a 14 anos 11 meses e 29 dias. São duas 
doses, sendo a segunda administrada 6 meses após a 
primeira. 
 
 Prevenção secundária: detecção precoce 
 
 Recomendações para a coleta de exame citopatológico, de acordo 
com faixa etária e quadro clínico da usuária. 
 
Início: 25 anos para mulheres que já tiveram atividade sexual a até 64 anos 
para mulheres com ao menos dois exames negativos consecutivos nos últimos 5 
anos. Intervalo entre os exames. Após dois exames negativos com intervalos 
anuais, o exame deverá ser feito a cada 3 anos. Mulheres com mais de 64 anos e 
que nunca realizaram o exame citopatológico: realizar dois exames com intervalo 
de um a três anos. Se ambos forem negativos, essas mulheres podem ser 
dispensadas de exames adicionais. 
 
Para que seja conferida a cobertura do rastreamento da população definida 
como alvo e sua efetividade, é necessário que haja uma taxa de cobertura de, no 
mínimo, 80% da população. Isso pode interferir diretamente na mortalidade por 
câncer de colo do útero, reduzindo pela metade a ocorrência de óbito por esta 
causa. 
 
https://g1.globo.com/bemestar/viva-voce/noticia/2021/11/03/vacinacao-contra-o-hpv-reduz-taxas-de-cancer-de-colo-de-utero-em-ate-87percent-aponta-estudo.ghtml
https://g1.globo.com/bemestar/viva-voce/noticia/2021/11/03/vacinacao-contra-o-hpv-reduz-taxas-de-cancer-de-colo-de-utero-em-ate-87percent-aponta-estudo.ghtml
https://g1.globo.com/bemestar/viva-voce/noticia/2021/11/03/vacinacao-contra-o-hpv-reduz-taxas-de-cancer-de-colo-de-utero-em-ate-87percent-aponta-estudo.ghtml
13 
 
Recomendações para a coleta de exame citopatológico em gestantes 
 
No período gestacional, estão presentes os riscos para o desenvolvimento 
do câncer do colo do útero ou suas lesões precursoras, assim como nas mulheres 
não gestantes. Sua incidência gira em torno de 1 a 15 casos para 10 mil 
gestantes. 
Diante de recomendações conflitantes existentes referentes à coleta de 
material endocervical em grávidas, a tomada de decisão do enfermeiro, em 
realizar ou não o exame, deverá ser analisada caso a caso, ponderando riscos e 
benefícios. Entretanto, não existem evidências de que a coleta de espécime 
endocervical, por meio de técnica adequada, aumente o risco sobre a gestação. 
 
Recomendações para a coleta de exame citopatológico em mulheres na pós-
menopausa 
 
Mulheres na pós-menopausa devem ser rastreadas de acordo com as 
orientações para as demais mulheres. Caso necessário, proceder à 
estrogenização prévia à realização da coleta. 
 
Recomendações para a coleta de exame citopatológico em mulheres 
histerectomizadas 
 
Mulheres submetidas à histerectomia total por lesões benignas, sem 
história prévia de diagnóstico ou tratamento de lesões cervicais de alto grau, 
podem ser excluídas do rastreamento, desde que apresentem exames anteriores 
normais. Em casos de histerectomia por lesão precursora ou câncer do colo do 
útero, a mulher deverá ser acompanhada de acordo com a lesão tratada 
 
Recomendações para a coleta de exame citopatológico em mulheres sem 
história de atividade sexual 
 
Não há indicação para rastreamento do câncer do colo do útero e seus 
precursores nesse grupo de mulheres 
 
14 
 
Recomendações para a coleta de exame citopatológico em mulheres 
imunossuprimidas 
 
O exame citopatológico deve ser realizado neste grupo após o início da 
atividade sexual com intervalos semestrais no primeiro ano e, se normais, manter 
seguimento anual enquanto se mantiver o fator de imunossupressão. Mulheres 
HIV positivas com CD4 abaixo de 200 células/mm³ devem ter priorizada a 
correção dos níveis de CD4 e, enquanto isso, devem ter o rastreamento citológico 
a cada seis meses. 
 
 Adequabilidade da amostra 
 
Na atual nomenclatura citológica brasileira, a adequabilidade da amostra é 
definida como satisfatória ou insatisfatória. 
 
Células presentes na amostra 
Podem estar presentes células representativas dos epitélios do colo do útero: 
 Células escamosas. 
 Células glandulares (não inclui o epitélio endometrial). 
 Células metaplásicas. 
 
A presença exclusiva de células escamosas deve ser avaliada pelo médico 
responsável. É muito oportuno que os profissionais de saúde atentem para a 
representatividade da JEC nos esfregaços cervicovaginais, sob pena de não 
propiciar à mulher todos os benefícios da prevenção do câncer do colo do útero. 
 
Recomendação: esfregaços normais somente com 
células escamosas devem ser repetidos com intervalo de 
um ano, e, com dois exames normais anuais consecutivos, o 
intervalo poderá ser de três anos (B). Para garantir boa 
representação celular do epitélio do colo do útero, o exame 
citopatológico deve conter amostra do canal cervical, 
preferencialmente, coletada com escova apropriada, e da 
15 
 
ectocérvice, coletada com espátula tipo ponta longa 
(espátula de Ayre). 
 
COLETA DO MATERIAL PARA O EXAME CITOPATOLÓGICO DO COLO 
DO ÚTERO 
 
 
Recomendações prévias 
 
A utilização de lubrificantes, espermicidas ou medicamentos vaginais deve 
ser evitada por 48 horas antes da coleta, pois essas substâncias recobrem os 
elementos celulares dificultando a avaliação microscópica, prejudicando a 
qualidade da amostra para o exame citopatológico. A realização de exames 
intravaginais, como a ultrassonografia, também deve ser evitada nas 48 horas 
anteriores à coleta, pois é utilizadogel para a introdução do transdutor. 
 
Embora usual, a recomendação de abstinência 
sexual prévia ao exame só é justificada quando são 
utilizados preservativos com lubrificante ou 
espermicidas. Na prática a presença de espermatozoides 
não compromete a avaliação microscópica. 
 
O exame não deve ser feito no período menstrual, pois a presença de 
sangue pode prejudicar o diagnóstico citopatológico. Deve-se aguardar o quinto 
dia após o término da menstruação. No caso de sangramento vaginal anormal, o 
exame ginecológico é mandatório e a coleta, se indicada, pode ser realizada. 
 
Veja a descrição da técnica da coleta do exame 
citopatológico no seu SIGA 
 
 Interpretação de resultados: 
 
Resultado: Dentro dos limites da normalidade no material examinado ou 
Metaplasia escamosa imatura ou Reparação = Indica-se deguir a rotina de 
rastreamento citológico. 
16 
 
Resultado: Achados microbiológicos: Lactobacillus sp. ou Cocos ou Bacilos 
supracitoplasmáticos (sugestivos de Gardnerella/ Mobiluncus) ou Candida sp. = 
Seguir a rotina de rastreamento citológico e tratar apenas em caso de queixa 
clínica de corrimento vaginal. 
 
Resultado: Atrofia com inflamação = Seguir a rotina de rastreamento citológico. 
Na eventualidade de o laudo do exame citopatológico mencionar dificuldade 
diagnóstica decorrente da atrofia, a estrogenização deve ser feita por meio da via 
vaginal 
 
Resultado: Indicando radiação = Seguir a rotina de rastreamento citológico O 
tratamento radioterápico prévio deve ser mencionado na requisição do exame. 
 
Resultado: Achados microbiológicos: Chlamydia sp. ou Efeito citopático 
compatível com vírus do grupo herpes ou Trichomonas vaginalis ou Actinomyces 
sp.: 
 
 Chlamydia, Gonococo e Trichomonas: mesmo que sintomatologia 
ausente (como na maioria dos casos de infeção por Chlamydia e 
Gonococo), seguir esquema de tratamento da mulher e parceiro, além de 
oferta de sorologias e orientações. 
 Actinomyces: bactéria encontrada no trato genital de um percentual (10% 
a 20%) de mulheres usuárias de DIU; raramente estão presentes em não 
usuárias. A conduta é expectante: não se trata, não se retira o DIU. 
 Herpes vírus: recomenda-se o tratamento em caso de presença de lesões 
ativas de herpes genital. 
 
Resultado: Atipias de significado indeterminado – Encaminhar para colposcopia. 
 
Resultado: Lesão intraepitelial de baixo grau = Repetição da citologia em seis 
meses: Se dois exames negativos, seguir rotina de rastreamento; Se lesão igual 
ou mais grave, encaminhar para colposcopia. 
 
17 
 
Resultado: Lesão intraepitelial de alto grau ou Lesão intraepitelial de alto grau, 
não podendo excluir microinvasão ou carcinoma epidermoide invasor ou 
Adenocarcinoma in situ ou invasor = Encaminhamento para colposcopia. 
 
Veja as recomendações diante dos problemas mais 
comuns durante coleta do exame citopatológico no seu 
SIGA 
 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO RASTREAMENTO DO CÂNCER DE 
MAMAS 
 
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é 
hoje um relevante problema de saúde pública, sendo a neoplasia maligna mais 
incidente em mulheres na maior parte do mundo. As estimativas de incidência de 
câncer de mamas no Brasil, para o ano de 2021 foram 66.280 casos novos 
estimados e causou em 2019, 18.068 mortes (INCA, 2021). 
 
 Glândula mamária 
A mama feminina é constituída por um corpo glandular que repousa sobre a 
parede do tórax. Envolto pelo fáscia e recoberto por pele, se estende até a região 
da axila formando o prolongamento axilar. A pele se diferencia em sua porção 
central, formando a aréola de onde emerge a papila, constituindo o complexo 
areolopapilar. 
O corpo glandular é formado por dois sistemas: o sistema ductal, formado 
por ductos que iniciam na papila e possuem várias ramificações, e o sistema 
lobular, composto por lóbulos, localizados nas extremidades das ramificações 
ductais. Os lóbulos são responsáveis pela formação de leite que é transportado 
por meio dos ductos até sua exteriorização na papila. 
Os sistemas ductal e lobular são sustentados por tecido conjuntivo e 
gordura, por onde passam nervos, vasos sanguíneos e linfáticos. Os vasos 
linfáticos da mama drenam a linfa principalmente para os linfonodos das cadeias 
axilar e mamária interna. O assoalho muscular é composto principalmente pelos 
músculos peitoral maior, peitoral menor e serrátil anterior, que se relacionam com 
a face profunda da mama separando-a do gradil costal. 
18 
 
Geralmente, as mamas não são do mesmo tamanho, havendo uma discreta 
assimetria entre elas. A forma da mama pode variar em função da idade, lactação, 
gestação, obesidade e período menstrual. Topograficamente, as mamas são 
divididas em quadrantes superiores (lateral e medial), inferiores (lateral e medial) e 
região central. A divisão em quadrantes é importante para a localização e 
correlação dos achados de exame clínico e de imagem. 
 
Figura 5 – Anatomia das mamas 
 
 
Fonte: Infoescola. https://www.infoescola.com/anatomia-humana/glandulas-mamarias/ 
 
 História natural 
A história natural do câncer de mama pode ser dividida em: 
 
Fase pré-clínica: compreende o intervalo de tempo entre o surgimento da 
primeira célula maligna e o desenvolvimento do tumor até atingir condições de ser 
diagnosticado clinicamente; 
 Fase clínica: que inicia a partir deste momento. Existe incerteza sobre a 
sequência de eventos iniciais da evolução do câncer da mama. 
 
19 
 
No carcinoma da mama, a disseminação ocorre principalmente a partir 
da via linfática e mais raramente por via hematogênica pura. 
Além da riqueza de capilares linfáticos existentes na mama, ocorre a 
formação de novos vasos linfáticos peritumorais. A parede desses vasos é 
altamente permeável, podendo permitir a penetração de células malignas no 
interior do vaso, dando início ao processo de disseminação tumoral. Uma vez 
dentro dos canais linfáticos, estas células são transportadas pela linfa até atingir o 
primeiro gânglio de drenagem da região tumoral, chamado linfonodo sentinela. 
A partir deste, os êmbolos tumorais poderão seguir até atingir as cadeias 
ganglionares regionais comprometendo outros linfonodos, principalmente os da 
cadeia axilar e com menor frequência os da cadeia mamária interna. Seguindo o 
fluxo linfático, as células tumorais embolizadas podem ultrapassar os linfonodos 
regionais, chegar à circulação sanguínea e atingir alvos mais distantes, podendo 
levar a formação de implantes tumorais metastáticos. Os principais sítios de 
metástases do câncer de mama são ossos, pulmões e pleura, fígado, e com 
menor frequência cérebro, ovário e pele. 
Geralmente o câncer da mama cresce lentamente, porém eventualmente 
apresenta crescimento rápido e maior possibilidade de disseminação. Esse 
comportamento heterogêneo está relacionado a características próprias do tumor, 
tais como grau de diferenciação histológica e presença de receptores moleculares, 
que determinam sua velocidade de crescimento e potencial de originar 
metástases, podendo ainda ser influenciado por outros fatores, como a exposição 
a estímulos hormonais, resposta imune e estado nutricional. 
 
 Fatores de risco 
Os principais fatores de risco conhecidos para o câncer de mama estão 
ligados à idade, aos fatores genéticos e aos endócrinos. A idade constitui o mais 
importante fator de risco para câncer de mama. O risco de câncer de mama 
aumenta com a idade, com cerca de 70–80% dos tumores diagnosticados a partir 
dos 50 anos de idade. A mortalidade também aumenta com a idade. 
 
Fatores de Risco: 
 Idade 
 Menarca precoce 
20 
 
 Menopausa tardia 
 Primeira gravidez após os 30 anos 
 Nuliparidade 
 Exposição à radiação 
 Terapia de reposição hormonal 
 Obesidade 
 Ingestão regular de álcool 
 Sedentarismo 
 História familiar 
 
Segundo o “Documento de Consenso do Câncerde 
Mama” de 2004, são definidos como grupos populacionais 
com RISCO MUITO ELEVADO PARA O 
DESENVOLVIMENTO DO CÂNCER DE MAMA: 
 
 Mulheres com história familiar de, pelo menos, um parente de primeiro grau 
(mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de câncer de mama, abaixo dos 50 
anos de idade. 
 Mulheres com história familiar de pelo menos um parente de primeiro grau 
(mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de câncer de mama bilateral ou câncer 
de ovário, em qualquer faixa etária. 
 Mulheres com história familiar de câncer de mama masculino. 
 Mulheres com diagnóstico histopatológico de lesão mamária proliferativa 
com atipia ou neoplasia lobular in situ. 
 
 Detecção precoce 
O câncer de mama quando identificado em estágios iniciais (lesões 
menores que dois centímetros de diâmetro) apresenta prognóstico favorável. Para 
isso é necessário implantar estratégias para a detecção precoce da doença. 
 
Manifestações Clínicas: 
 Nódulo palpável. 
 Endurecimento da mama. 
21 
 
 Secreção mamilar. 
 Eritema mamário. 
 Edema mamário em "casca de laranja". 
 Retração ou abaulamento. 
 Inversão, descamação ou ulceração do mamilo. 
 Linfonodos axilares palpáveis. 
 
Quadro 1 - População-alvo e periodicidade dos exames no rastreamento de 
câncer de mama 
População-alvo Periodicidade dos exames de 
rastreamento 
Mulheres de 40 a 49 anos ECM anual e, se alterado, mamografia 
Mulheres de 50 a 69 anos ECM anual e mamografia a cada dois 
anos 
Mulheres de 35 anos ou mais com risco elevado ECM e mamografia 
anual 
ECM= Exame clínico das mamas 
 
 Participação da mulher 
Estimula-se que cada mulher realize a autopalpação das mamas sempre 
que se sentir confortável para tal (seja no banho, no momento da troca de roupa 
ou em outra situação do cotidiano), sem qualquer recomendação de técnica 
específica, valorizando-se a descoberta casual de pequenas alterações mamárias. 
Os serviços de saúde devem adequar-se para acolher, esclarecer e realizar os 
exames diagnósticos adequados a partir desta demanda. 
Aprender como as mamas aparentam em diferentes situações pode ajudar 
a mulher a reconhecer o que é normal para ela. De maneira resumida, cinco 
alterações devem chamar a atenção da mulher (sinais de alerta): 
 Nódulo ou espessamento que pareçam diferentes do tecido das mamas. 
 Mudança no contorno das mamas (retração, abaulamento). 
 Desconforto ou dor em uma única mama que seja persistente. 
 Mudanças no mamilo (retração e desvio). 
 Secreção espontânea pelo mamilo, principalmente se for unilateral. 
22 
 
 
A informação sobre a detecção precoce do câncer de mama, incluindo não 
apenas os sinais e sintomas para o diagnóstico precoce, mas também a 
importância, os limites e riscos das ações de rastreamento, deve ser amplamente 
disponível à população, especialmente às mulheres dos grupos de maior risco 
para a doença. Estratégias de ampliação da comunicação e do diálogo com a 
população devem ser traçadas pelas equipes de atenção primária, com o objetivo 
de promover a escolha informada e o exercício da autonomia na aderência a 
protocolos de rastreamento. 
 
Consulta de enfermagem 
A atenção de enfermagem no que tange ao acompanhamento sistemático 
da saúde da mulher, com enfoque nas linhas de cuidados prioritários na APS, 
culmina na consulta de enfermagem, considerando-se a individualidade, as 
necessidades e os direitos da mulher. 
 
Recomendações diante do resultado da mamografia 
 
Veja a técnica para realização do exame clínico das 
mamas no Siga 
 
Quadro 2 – Interpretação, risco de câncer, recomendações e condutas 
mediante o resultado de mamografia. 
Categoria 
BI-
RADS® 
Interpretação Risco de 
câncer 
Recomendações e conduta 
1 Sem achados 0% 
 
Rotina de rastreamento 
2 Achados 
provavelmente 
benignos 
 
0% Rotina de rastreamento 
3 Achados 
provavelmente 
benignos 
< 2% Controle radiológico por três anos com 
repetição do exame a cada seis meses no 
primeiro ano e anual nos dois seguintes. A 
usuária pode ser encaminhada à unidade de 
referência especializada para 
acompanhamento compartilhado, mantendo a 
equipe APS na coordenação de cuidado. 
23 
 
 
4 Achados 
suspeitos de 
malignidade 
2% a 95% a 
depender do 
grau de 
suspeição 
Encaminhar para a unidade de referência 
especializada para tratamento. A APS deve 
manter a coordenação de cuidado e garantir 
acesso aos procedimentos recomendados. 
 
5 Achados 
altamente 
suspeitos de 
malignidade 
> 95% Confirmando o diagnóstico com exames 
complementares, encaminhar a usuária à 
unidade de referência para tratamento. A APS 
deve manter a coordenação do cuidado e 
garantir acesso aos procedimentos 
recomendados. 
 
6 Exame com 
achados cuja 
malignidade já 
está comprovada 
100% Terapêutica específica em unidade de 
tratamento de câncer. A APS deve manter a 
coordenação de cuidado e garantir acesso aos 
procedimentos recomendados. 
0 Exame 
inconclusivo 
Indeterminado Necessidade de avaliação adicional que 
deverá ser solicitada e avaliada pelo médico 
(outras incidências mamográficas, 
ultrassonografia das mamas que será 
solicitada pelo médico e comparação com 
mamografia feita no ano anterior para 
estabelecimento de conduta. 
 
Agora que você já conheceu sobre o rastreamento 
do câncer de colo de útero e de mamas, vamos iniciar a 
temática “Infecções sexualmente transmissíveis”. 
 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO AS INFECÇÕES 
SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS 
 
Veja as recomendações diante das Infecções 
Sexualmente Transmissíveis no seu SIGA. O Arquivo 
está intitulado como Capítulo 3. 
 
FIXAÇÃO BILINGUE 
 
 
Living with breast cancer 
Being diagnosed with breast cancer can affect daily life in many ways, depending 
on what stage it's at and the treatment you will have. 
24 
 
How people cope with the diagnosis and treatment varies from person to person. 
There are several forms of support available, if you need it. 
Forms of support may include: 
 family and friends, who can be a powerful support system 
 communicating with other people in the same situation 
 finding out as much as possible about your condition 
 not trying to do too much or overexerting yourself 
 making time for yourself 
. 
NHS. Breast cancer in women. https://www.nhs.uk/conditions/breast-cancer/ 
 
PARA APRENDER MAIS 
 
Artigo: “Detecção precoce do câncer de mama em Unidades Básicas de Saúde” 
publicado na Revista Acta Paulista de Enfermagem (Revista da UNIFESP) em 
2021. 
 
 
REFERÊNCIA(S) BIBLIOGRÁFICA(S) 
 
BRASIL. Ministério da Saúde. Política nacional de atenção integral à saúde da 
mulher: princípios e diretrizes. Brasília: Ministério da Saúde, 2004. 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nac_atencao_mulher.pdf 
BRASIL. Protocolos da Atenção Básica: saúde das mulheres. Brasília: 
Ministério da Saúde, 2016. Disponível em: < 
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_atencao_basica_saude_mul
heres.pdf> 
BRASIL. Caderno de Atenção Básica nº 13: controle dos cânceres do colo do 
útero e da mama. Brasília: Ministério da saúde, 2013. Disponível em: 
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/controle_canceres_colo_utero_2013.
pdf> 
COFEN. RESOLUÇÃO COFEN Nº 381/2011. Disponível em:< 
http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-n-3812011_7447.html> 
INCA. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Conceito e 
magnitude do câncer de colo uterino. Rio de Janeiro: INCA, 2021. Disponível 
em: <https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-do-colo-do-utero/conceito-e-
magnitude#:~:text=Com%20aproximadamente%20570%20mil%20casos,por%20c
%C3%A2ncer%20em%20mulheres1.> 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nac_atencao_mulher.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_atencao_basica_saude_mulheres.pdf
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolos_atencao_basica_saude_mulheres.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/controle_canceres_colo_utero_2013.pdfhttps://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/controle_canceres_colo_utero_2013.pdf
http://www.cofen.gov.br/resoluo-cofen-n-3812011_7447.html
https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-do-colo-do-utero/conceito-e-magnitude#:~:text=Com%20aproximadamente%20570%20mil%20casos,por%20c%C3%A2ncer%20em%20mulheres1
https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-do-colo-do-utero/conceito-e-magnitude#:~:text=Com%20aproximadamente%20570%20mil%20casos,por%20c%C3%A2ncer%20em%20mulheres1
https://www.inca.gov.br/controle-do-cancer-do-colo-do-utero/conceito-e-magnitude#:~:text=Com%20aproximadamente%20570%20mil%20casos,por%20c%C3%A2ncer%20em%20mulheres1
https://www.scielo.br/j/ape/a/b85WmQYK4dbmLFPnT3TwnVs/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/ape/a/b85WmQYK4dbmLFPnT3TwnVs/?lang=pt
https://www.scielo.br/j/ape/a/b85WmQYK4dbmLFPnT3TwnVs/?lang=pt
25 
 
INCA. Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. Câncer de 
mama: vamos falar sobre isso? 6. ed. rev. atual. Rio de Janeiro: INCA, 2021. 
Disponível em: < 
https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document/cartilha-
mama-6-edicao-2021_1.pdf> 
COREN-SP. Protocolo de Enfermagem na Atenção Primária à Saúde Módulo 
1: Saúde da Mulher; 2019 Disponível em:<https://portal.coren-sp.gov.br/wp-
content/uploads/2020/01/protocolo-de-enfermagem-na-atencao-primaria-a-saude-
modulo-1-saude-da-mulher.pdf >

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