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Taenia solium

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1 INTRODUÇÃO
	Esse trabalho tem como objetivo a nota de grau 1, será falado sobre o parasito Taenia solium, o verme do porco causa infecção intestinal com a forma adulta e somática com a larva (cisticercos). O homem adquire teníase quando ingere carne suína, crua ou parcialmente cozida, contendo cisticercos. Os suínos, por outro lado, adquirem cisticercose quando ingerem ovos de T. solium, presentes no ambiente contaminado por matéria fecal de seres humanos contaminados. Do mesmo modo que o suíno, o homem pode adquirir cisticercose a partir da ingestão de ovos de T. solium, presentes em alimentos contaminados com matéria fecal de origem humana, sobretudo verduras cruas, ou por auto-infecção, através das mãos e roupas contaminadas com a próprias fezes.
2 APRESENTAÇÃO DO PARASITO
É um cestódeo causador da teníase. O adulto possui, além das ventosas, ganchos no escólex. Possui mais de um metro e meio de comprimento,  podendo atingir de cinco a seis metros. 
Há eliminação de proglotes nas fezes da pessoa contaminada, cada uma possuindo milhares de ovos. O hospedeiro intermediário (porco ou próprio homem) ingere os ovos e desenvolve o cisticerco nos seus tecidos, principalmente o muscular. Depois, o homem pode ingerir carne contaminada e mal cozida, levando ao desenvolvimento da tênia adulta no intestino. O período pré-patente é de sessenta a setenta dias. 
A teníase é uma parasitose intesinal, decorrente da ingestão de cisticercos; o verme adulto, no intestino humano, provoca aumento da motilidade intestinal, inflamação crônica eosinofílica.
3 CLASSIFICAÇÃO TOXONÔMICA
O cestódeos Taenia solium é responsáveis pela teníase humana. O gênero Taenia pertence à família Taenidae, à ordem Cyclophyllidea e à classe Cestoidea, que compreende animais com corpo achatado e em forma de fita.
3.1 Taxonomia
Reino: Animalia
Filo: Platyhelmintes
Classe: Cestoida
Ordem: Cyclophyllidea
Família: Taeniidae
Gênero: Taenia
Espécies: Taenia solium
4 ASPECTOS BIOLÓGICOS
4.1 Morfologia
Apresenta corpo achatado, dorso ventralmente em forma de fita, dividido em escólex ou cabeça, colo ou pescoço e estróbilo ou corpo. São de cor branca leitosa com a extremidade anterior bastante afilada de difícil visualização.
T. solium mede de 3 a 5 metros de comprimento. A cabeça ou escólex é provida de 4 ventosas e rostro armado com dupla coroa de ganchos. Além do escólex, possui o colo ou pescoço (mais delgado) e, finalmente, o estróbilo ou corpo com as proglotes ou anéis. As proglotes se dividem em jovens, maduras e grávidas, estando estas últimas repletas de ovos. As proglotes grávidas medem 1cm de comprimento por 0,6 a 0,7cm de largura.
E
scólex
O
vo taenia	 
4.2 Fisiologia
	O escólex dos parasitos adultos contém 50 a 70% de água, 18 a 20% de matéria orgânica e 7 a 12% de substâncias minerais. As proteínas são 3 a 4 vezes menos abundantes que nos vertebrados superiores, mas os hidratos de carbono encontram-se em quantidade importantes e constituem a fonte de energia por excelência desses organismos que vivem anaerobicamente no intestino. A nutrição faz-se através da membrana celular que recobre todo o tegumento e que oferece enorme extensão superficial, graças às microvilosidades ou microtríquias. O tegumento está perfeitamente adaptado para as funções de absorção, encontrando-se grande quantidade de mitocôndrias. A membrana é revestida por um glicocálix e contem várias enzimas, inclusive fosfatase, lipases e RNAses. Por outro lado, algumas enzimas do hospedeiro (como tripsina e quimotripsina) são inativadas em contato com esta superfície.
A motilidade da Taenia solium é devido à movimentação dos feixes musculares, os movimentos consistem em ondas alternadas de contração e expansão, de intensidade desigual ao longo do corpo, mais intensas na região do colo, onde a atividade metabólica, relacionada ao crescimento, é mais intensa. O resultado das contrações, que intermitentemente encurtam o comprimento do estróbilo, é permitir resistir aos movimentos peristálticos do intestino e à corrente liquida da luz intestinal, que tenderiam a expulsá-lo e assegurar melhor contato da superfície helmíntica com os materiais nutritivos.
O crescimento de cada parasito é com o amadurecendo de suas proglótides, regular e lentamente desde a região do colo até a extremidade posterior, onde estão as proglótides grávidas, repletas de ovos. No fim do desenvolvimento, ocorre apólise, que é a ruptura ao longo dos sulcos que marcam os limites entre as proglótides terminais.
Os parasitos vivem durante muito tempo em seus hospedeiros, havendo referencias a uma sobrevivência que poderia chegar a 25 anos ou mais. As proglótides não possuem orifício para a postura de ovos e a superfície gerada pela ruptura entre as proglótides não cicatriza, não refaz o tegumento, e por elas, os fundos de sacos uterinos podem fazer hérnia e romperem-se para o exterior pondo em liberdade os ovos. Os ovos dos tenídeos são morfologicamente semelhantes, tem forma esférica e com espesso embrióforo. O embrionamento dá-se ainda no útero, havendo em seu interior um embrião hexacanto que é infectante ao ser lançado no meio exterior.
4.3 Ciclo de vida
		
Ciclo Parasitário Taenia solium 
Cada proglótide produz gametas masculino e feminino que se fecundam, formando muitos ovos; 
As proglótides cheias de ovos se destacam do corpo da tênia e são eliminados com as fezes da pessoa infectada (hospedeiro definitivo);
Os ovos podem contaminar a água ou os alimentos e, se forem ingeridos por suínos (hospedeiros intermediários), irão se alojar na carne desses animais, formando larvas chamadas cisticercos;
Ao comer carne mal cozida de animais infectados, o ser humano ingere cisticercos, que em seu intestino darão origem a tênias adultas, causando a doença chamada teníase.
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cerco
	
5 ASPECTOS CLINICOS E PATOLOGICOS
O complexo Teníase/cisticercose é constituído por duas entidades mórbidas distintas, causadas pela mesma espécie de cestódio, em fases diferentes do seu ciclo de vida. A Teníase é provocada pela presença da forma adulta da Taenia solium ou da Taenia saginata, no intestino delgado do homem. A Cisticercose é causada pela larva da Taenia solium nos tecidos, ou seja, é uma enfermidade somática. A Teníase é uma parasitose intestinal que pode causar dores abdominais, náuseas, debilidade, perda de peso, flatulência, diarréia ou constipação. Quando o parasita permanece na luz intestinal, o parasitismo pode ser considerado benigno e só, excepcionalmente, requer intervenção cirúrgica por penetração em apêndice, colédoco ou ducto pancreático, devido ao crescimento exagerado do parasita. A infestação pode ser percebida pela eliminação espontânea de proglotes do verme, nas fezes. Em alguns casos, pode causar retardo no crescimento e desenvolvimento das crianças, e baixa produtividade no adulto. As manifestações clínicas da Cisticercose dependem da localização, do tipo morfológico, número de larvas que infectaram o indivíduo, da fase de desenvolvimento dos cisticercos e da resposta imunológica do hospedeiro. As formas graves estão localizadas no sistema nervoso central e apresentam sintomas neuropsiquiátricos (convulsões, distúrbios de comportamento, hipertensão intracraniana) e oftalmológicos. 
5.1 Sinonímia 
	Teníase – solitária
	Cisticercose – Lombriga na cabeça 
5.2 Período de incubação
	Cisticercose humana – varia de 15 dias a anos após a infecção.
	Teníase – Cerca de 3 meses após a ingesta da larva, o parasito adulto já é encontrado no intestino delgado humano.
5.3 Período de transmissibilidade
	Os ovos das tênias permanecem viáveis por vários meses no meio ambiente, contaminado pelas fezes de humanos portadores de Teníase. 
5.4 Modo de transmissão 
	Transferência direta dos ovos da T. solium das fezes de um indivíduo com teníase para a sua própria boca ou a de outras pessoas. Por movimentos retroperistálticos do intestino, onde osproglotes de uma tênia poderiam alcançar o estômago para em seguida retornar ao intestino delgado liberando as oncosferas (auto infecção); ou indiretamente, através da ingestão de alimentos (geralmente verduras) ou água contaminada com os ovos de Taenia solium.
5.5 Complicações
	Teníase – Obstrução do apêndice, colédoco, ducto pancreático.
	Cisticercose – Deficiencia visual, epilepsia , transtornos mentais, entre outros. 
6 DIAGNÓSTICO
	Clínico, epidemiológico e laboratorial. Como a maioria dos casos de Teníase é oligossintomático, o diagnóstico comumente é feito pela observação do paciente ou, quando crianças, pelos familiares. Isso ocorre porque os proglotes são eliminados espontaneamente e nem sempre são detectados nos exames parasitológicos de fezes. Em geral, para se fazer o diagnóstico da espécie, coleta-se material da região anal e, através do microscópio, diferencia-se morfologicamente os ovos da tênia dos demais parasitas. Os estudos sorológicos específicos (fixação do complemento, imunofluorescência e hemaglutinação) no soro e liquido cefalorraquiano confirmam o diagnóstico da neurocisticercose, cuja suspeita decorre de exames de imagem: raios-X (identifica apenas cisticercos calcificados), tomografia computadorizada e ressonância nuclear magnética (identificam cisticercos em várias fases de desenvolvimento). A biópsia de tecidos, quando realizada, possibilita a identificação microscópica da larva. 
6.1 Diagnóstico diferencial 
	Na neurocisticercose, deve-se fazer o diagnóstico diferencial com distúrbios psiquiátricos e neurológicos (principalmente epilepsia por outras causas).
7 PREVENÇÃO
Para combater a teníase é preciso adotar medidas preventivas que evitem ou reduzam a infestação. 
Algumas formas de prevenção são:
Impedir que os ovos de tênias sejam ingeridos por animais como porcos e vacas, ou que contaminem rios e lagos, no caso de tênias-de-peixe, para isso é preciso construir instalações sanitárias adequadas, com fossas sépticas ou sistemas de esgotos;
Evitar comer carne crua ou mal cozida, principalmente quando não se conhece a procedência desses alimentos. O cozimento mata a tênia dentro do cisticerco.
Saneamento básico, fiscalização, cozimento prolongado, higienização.
Atualmente o número de pessoas infestadas por tênias tem diminuído graças à maior fiscalização sanitária de matadouros e frigoríficos. É fácil identificar um animal infestado através da análise da musculatura da mandíbula, da língua, do coração e do diafragma, onde há maior incidência de formação dos cisticercos. 
8 TRATAMENTO
	Teníase – Mebendazol: 200 mg, 2 vezes ao dia, por 3 dias, VO; Niclosamina ou Clorossalicilamina: adulto e criança com 8 anos ou mais, 2g, e crianças de 2 a 8 anos, 1g, VO, dividida em 2 tomadas; Praziquantel, VO, dose única, 5 a 10mg/kg de peso corporal; Albendazol, 400mg/dia, durante 3 dias.
	Neurocisticercose – Praziquantel, na dose de 50mg/kg/dia, durante 21 dias, associado à Dexametasona, para reduzir a resposta inflamatória, conseqüente à morte dos cistecercos. Pode-se, também, usar Albendazol, 15mg/dia, durante 30 dias, dividida em 3 tomadas diárias, associado a 100mg de Metilpredinisolona, no primeiro dia de tratamento, a partir do qual se mantém 20mg/dia, durante 30 dias. Uso de anticonvulsionantes, ás vezes, se impõe, pois cerca de 62% dos pacientes desenvolvem epilepsia secundária ao parasitismo do SNC.

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