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Atividade 2

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FLAVIANE MORAIS SANTOS
ROSIANE DE MORAIS SANTOS
LUDICIDADE: UMA FERRAMENTA DIDÁTICA NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO INFANTIL, UMA ABORDAGEM DA REALIDADE PEDAGÓGICA DO CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL MARIA SANTANA DE ARAÚJO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO DO SUL
SÃO GABRIEL DO OESTE/MS
JULHO, 2016
1 – INTRODUÇÃO
O presente estudo acadêmico tem como temática a importância do lúdico como ferramenta didática no processo de ensino/aprendizagem na Educação Infantil, enfatizando a realidade pedagógica do Centro de Educação Infantil Maria Santana de Araújo, da rede municipal de ensino da cidade de Coxim-MS. 
 A elaboração desta pesquisa vem na tentativa de conhecer e entender os processos de ensino/aprendizagem a partir do lúdico na educação infantil, visto que o presente instrumento é de grande valia para a sociedade, uma vez que o assunto trata de uma realidade onde é necessário incentivar o convívio e o desenvolvimento social da criança.
Assim sendo, atualmente a prática pedagógica aponta que sejam empregadas atividades lúdicas como forma de provocar a motivação do educando, além de sua adaptação e socialização do mesmo no seio escolar, visto que, por meio do lúdico, a criança se motiva e se adapta ao ambiente no qual está inserido (LEAL, 2011). 
Inicia-se o estudo realizando uma pesquisa bibliográfica buscando encontrar autores que propiciassem o suporte teórico necessário para a abordagem do tema proposto. Ao escrever sobre a importância da ludicidade na Educação Infantil, observa-se que estudiosos como Walter Benjamin, Kishimoto, Rojas, Vygotsky, Cintra ao organizarem seus trabalhos sobre a Educação, levaram em conta o fato de a criança pensar, ou seja, considerando que é um ser humano com qualidades e defeitos que, como iniciante nessa longa jornada da vida, tem que ter seus direitos preservados e respeitados.
Posteriormente será realizada uma pesquisa de campo, se concentrando na observação da rotina da CEI estudada. Através dela se buscará adquirir informações quanto à presença do lúdico neste cotidiano e perceber de que forma essas atividades acontecem.
2 – O BRINCAR
O lúdico destaca-se, como uma das ferramentas primordiais para contribuir como a evolução social de cada criança, ou seja, envolvem-se ações estruturantes para o bem estar destas na escola e para a progressiva construção de valores na interação social, tais como autonomia e cooperação. 
A ludicidade, o brincar faz parte da vida humana, se bem definida pode desenvolver saberes para vida pessoal e profissional, com o intuito de a criança se interagir e intervir em seu meio social de forma prazerosa, significativa e contextualizada, por isso acredita-se que, brincar para a criança é tudo, é o seu primeiro feito como experiência, descobrindo um mundo diferente do seu, como acentua Rojas (2007, p. 17), “[...] é uma linguagem de interação que possibilita descobertas e conhecimentos sobre si mesma, sobre o outro sobre o mundo que a rodeia”.
Desde modo percebe-se que o objetivo do trabalho é analisar a importância do lúdico na educação infantil, como ferramenta de aprendizagem e desenvolvimento da criança, compreendendo os benefícios das brincadeiras no desenvolvimento da criança, e avaliando a importância que os professores dão ao lúdico como ferramenta pedagógica.
A recomendação está no brincar, deixar e fazer brincar, só que, com o mundo em mudanças significativas, tornando-se uma civilização cada dia mais absorvida pela tecnologia, a criança está perdendo a sua capacidade de brincar. Este momento do brincar está sendo engolido por um mundo tecnologicamente avançados.
Alerta-nos Rojas (2007, p. 19) que:
O brincar infantil constitui uma forma básica mais importante e decisiva do homem por fazer desabrocharem e ativarem as forças criativas da criança. Todo educador precisa estar consciente dos malefícios dos brinquedos industriais, produzidos em série, de gosto um pouco duvidoso e que não atendem às necessidades de descoberta da criança. 
Recomenda-nos ainda Rojas (2007, p.19) que, “o educador deve estar atento para nunca agir com severidade e rispidez. Nunca tomar com violência o brinquedo da criança, arrancando à de seu mundo de fantasia”. Compreende que a criança jamais poderá, em qualquer circunstância, ser empurrada bruscamente para a realidade, ou seja, se estiver brincando que ela aprenda brincando.
Vale ressaltar o que diz Oliveira (2000, p. 23, apud Rojas, p. 19-20):
Uma atuação lúdica pode ser vista, assim, como um excelente meio de reconhecimento individual e grupal de características pessoais e grupais, quer sociais, morais ou intelectuais em suas múltiplas combinações. Por outro lado de forma complementar, aponta dificuldades e pontos mal desenvolvidos, levando a criança à busca melhorá-los para preservar sua imagem perante os outros.
Então, pode se observar que é necessário o educador valorizar a ludicidade dentro da sala de aula, para que a criança possa aprender a estruturar sua capacidade de fundamentação de sua própria personalidade, assim como aprender a fazer julgamentos para criar diferenças, senti-las e visualizá-las competentemente. 
O Brincar, o lúdico na Educação Infantil tem um lugar privilegiado, já que esta associada a uma nova imagem da criança que vem sendo construída, a partir dos séculos VXI e XVII, em função do seu próprio status social.
No brincar a criança está sempre acima de sua idade média, acima de seu comportamento diário. Assim, na brincadeira de faz-de-conta, as crianças manifestam certas habilidades que não seriam esperadas para sua idade. Nesse sentido, a aprendizagem cria a zona de desenvolvimento proximal, ou seja, a aprendizagem desperta vários processos internos de desenvolvimento. Deste ponto de vista, aprendizagem não é desenvolvimento; entretanto o aprendizado adequadamente organizado resulta em desenvolvimento mental e põe em vários movimentos processos de desenvolvimento que, de outra forma, seriam impossíveis de acontecer (Vygotsky apud Oliveira, 2000, p. 132). 
 Assim, fica claro que o lúdico desenvolve a imaginação, pois é através dele que as crianças compreendem o mundo ao seu redor. No brincar elas vivem momentos, oportunidades, cores, equilíbrios e muitos outros elementos que as levarão a descobrirem passo a passo uma nova visão do que podem fazer.
Com o brincar, as crianças constroem continuamente a consciência da realidade, ao mesmo tempo em que já vivenciam uma possibilidade de modificá-la. E no brincar com os objetos ou com o outro que a criança interage de forma autônoma e cooperativa, compreendendo e depois agindo na realidade de forma construtiva e ativa.
Quando brincam, as crianças desenvolvem sua imaginação, construindo relações reais entre elas, elaborando regras de organização e convivência. É através desse ato que as crianças vão fantasiando, tomando novas características, desempenhando outros papéis, sejam eles do adulto, dos animais, de outra criança. Atribuem aos objetos significados diferentes, transforma-os no brinquedo que querem. As crianças representam e imitam as interações que se fazem presentes na sociedade em que vivem.
Interessante evidenciar que nas brincadeiras existem regras, e os que brincam as respeita, por isso, podemos dizer que as brincadeiras se constroem durante o processo do brincar. São as crianças que decidem sobre o quê, com quem, onde e com o quê brincar.
Ao brincar, a criança cria possibilidades de interação entre seus pares numa situação imaginaria por isso o desenvolvimento infantil pode alcançar níveis bem mais complexos.
A construção do pensamento vem do trabalho do aspecto simbólico do brincar que proporciona uma visão de percepção cada vez mais ativa dos caminhos da consciência da criança, por isso Paul Ricouer (1983) escreve que “o símbolo nos leva a pensar”. O modelo teórico imaginário, ao transpor-se para um domínio da realidade, vê as coisas de outra maneira.
Vale acentuar que o brincar é um meioem que os seres humanos, ou mesmo as animais exploram uma gama variada de experiências, vivendo em situações diversas e com diferentes proposições.
Segundo Moyles (2002, p. 11) boa partes dos educadores valorizam o brincar da boca para fora. Não sabem ou não querem se conscientizar de que o brincar faz bem, influencia na vida das crianças e de seus significados. “O brincar poder ser necessário para a ocorrência e o sucesso de toda a atividade social posterior” (op.cit. p. 14).
O maior problema está na escolha dos materiais lúdicos para que a criança brinque após terminar seus trabalhos, no entanto, se a criança brincar durante suas atividades, e importante deixá-la brincar mesmo que atrase na feitura das atividades propostas, pois muitas escolas não oferecem materiais suficientes para tanto e, muitas vezes, a criança chega à escola, à creche sem saber se envolver com o brincar, sendo reprimidos a isto dentro de casa e na comunidade onde vive.
O brincar, portanto, tem um contexto, um registro e uma adequação que deveriam dar lhe status de qualquer outro traço essencialmente humano.
Para Isaacs (1930, apud Moyles 2002 p. 20) “acredita-se firmemente que, especialmente através do desempenho de papéis, a criança consegue resolver conflitos internos e ansiedades”. Qualquer que seja a brincadeira que se reflita no ato de brincar, leva a criança a ter satisfações.
Em se tratando do brincar, para Moyles (2002, p.12): “o brincar em situações educacionais proporciona não só um meio real de aprendizagem como permite também que adultos perceptivos e competentes aprendam sobre as crianças e suas devidas necessidades”.
3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nos tempos em que vivemos novas orientações têm sido adotados para se trabalhar com as crianças, uma vez que a tecnologia e os avanços científicos têm feito parte da vida destas crianças cada dia mais cedo, sendo incorporadas em seus mudos deste o nascimento.
Aborda-se o brincar, os brinquedos, o lúdico como ferramenta chave no processo de ensino aprendizagem na educação infantil, visto que pode auxiliar no desenvolvimento de cada criança. Analisar a importância da ludicidade para o desenvolvimento cognitivo e emocional na criança, distinguindo-a como ferramenta pedagógica importante e facilitador na assimilação de conhecimentos, resolução de conflitos e intervenção em dificuldades escolares. 
Evidencia que o brincar é uma ferramenta eficaz no desenvolvimento integral da criança, através do qual despertará sua criatividade, permitirá expressar seus sentimentos, analisar, criticar e fundamentar sua própria personalidade. 
Como pratica pedagógica, o brincar poderá contribuir para a melhoria do ensino, quer na qualificação ou formação critica do educando, quer para redefinir valores e para melhorar o relacionamento das pessoas na sociedade.
O apresente estudo aborda uma compreensão da ludicidade como ferramenta pedagógica na promoção do desenvolvimento e aprendizagem na educação infantil no campo da pesquisa qualitativa com enfoque metodológico para as práticas pedagógicas dos docentes. 
 REFERÊNCIAS
LEAL, Florência de Lima. A importância do lúdico na educação infantil. Disponível em:< http://www.ufpi.br/subsiteFiles/picos/arquivos/files/Monografia%20%20Corrigida.pdf>. Acessado em: 03 abr. 2015.
MOYLES, Janet R. Só brincar? O papel do brincar na Educação Infantil. Trad. Maria Adriana Veronese. Porto Alegre: Artmed Ed, 2002.
OLIVEIRA, Vera B. de. (org) O brincar e a criança do nascimento aos seis anos. Petrópolis – RJ: Vozes, 2000.
RICOUER, Paul. A metáfora viva. Porto-Portugal: Rés, 1983.
ROJAS, Jucimara. Jogos, brinquedos e brincadeiras: a linguagem lúdica formativa na cultura da criança. Campo Grande-MS: UFMS, 2007.
VYGOTSKY, L. 1989. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes.

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