Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Geometria Analítica e Álgebra Linear Vetores: Viés Algébrico Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. João Dimas Saraiva dos Santos Revisão Técnica: Profa. Ms. Adriana Domingues Freitas Revisão Textual: Profa. Ms. Selma Aparecida Cesarin 5 • Vetores no Plano • Igualdade de Vetores • Vetor caracterizado por dois pontos Primeiramente, verificaremos os vetores no plano com ênfase às propriedades válidas para operações entre eles, com respaldo algébrico para comprovar essas operações. Na etapa seguinte, será apresentada a base xOy, conhecida como a base do sistema ortogonal. É um sistema que consiste em vetores unitários, simbolizados pela letra i, uma referência ao eixo x e, pela letra j, que faz referência ao eixo y. O próximo passo é efetuar algebricamente as operações com vetores. Os argumentos algébricos aqui utilizados visam a corroborar o que se fez na Unidade I, geometricamente. No passo seguinte, vamos caracterizar algebricamente o vetor determinado por dois pontos e apresentar suas respectivas expressões analíticas. Serão então demonstrados os conceitos de ponto médio de um vetor, paralelismo entre vetores e módulo de um vetor, conceitos esses já representados graficamente, necessitando, portanto, de comprovação algébrica. Na última etapa, serão apresentados os vetores no espaço. Isso equivale a sair do plano bidimensional, base canônica {i,j} e passar para o espaço tridimensional de base canônica {i,j,k}. · Anteriormente, estudamos vetores sob a visão geométrica, com base mais na observação e na intuição. · Trataremos o estudo de vetores sob o viés algébrico, onde o que se discutiu anteriormente ganha mais rigor e precisão por meio da álgebra. Vetores: Viés Algébrico • Ponto Médio • Paralelismo de Dois Vetores • Vetores no Espaço 6 Unidade: Vetores: Viés Algébrico Contextualização Vamos nessa contextualização, fazer o encadeamento de ideias que nos remeta ao trabalho no plano e no espaço. Pois é, os vetores podem encontrar-se no plano, ou seja, região bidimensional ou no espaço, região tridimensional. O plano cartesiano ortogonal envolve os dois eixos coordenados x e y, com os quais você deve ter, espera-se, uma boa familiaridade. Já o plano cartesiano tridimensional, que por certo, para muitos é algo relativamente novo, envolve três eixos, x, y e z. O termo “cartesiano”, é uma referência ao sobrenome do inventor desse sistema de loca- lização de pontos, René Descartes (1596-1650). Como mencionou-se anteriormente, as coordenadas cartesianas relacionam-se a um sistema de dois (plano) ou três eixos (espaço) que nos permite determinar a localização de um determinado ponto. No plano, temos o eixo das abscissas, x e y das ordenadas, já no espaço, esses eixos, x, y e z, além dos dois eixos anteriormente mencionados, junta-se a eles o terceiro eixo que recebe o nome de cota. Abaixo, Figuras (a) e (b), estão representados um plano e um espaço. As linhas inteiras indicam os semieixos positivos, já as linhas tracejadas indicam os semieixos negativos. Com base no que foi acima exposto, localize graficamente, as coordenadas do ponto P, com base na informação a seguir: Suponha que, a partir da origem, você tenha percorrido uma distância de três unidades ao longo do eixo x no sentido positivo, uma distância de duas unidades para a direita e então uma distância de quatro unidades para cima. Qual a sua localização atual? Resolução: Observe que, em relação aos eixos (x, y e z), os deslocamentos são todos positivos. Quando trabalhamos no plano tridimensional, nos referimos a octantes, uma vez que esse plano pode ser dividido em oito regiões. A única região que apresenta os três semieixos positivos é o primeiro octante. Vamos denominar de P, a sua localização atual. Devemos então, a partir da origem, 7 a qual tem coordenadas (0, 0, 0), nos movermos três unidades sobre o eixo x, no sentido positivo. Em seguida, vamos duas unidades para a direita. Ir para a direita, não significa ir numa direção qualquer, devemos nos deslocar paralelamente ao eixo y. Por fim, devemos subir quatro unidades. Aqui cabe ressaltar que esse movimento ascendente, deverá se dar paralelamente ao eixo z. Acompanhe a representação geométrica abaixo. Note que a P’(3, 2), localiza-se no plano xy e P(3, 2, 4), localiza-se no primeiro octante. Logo, sua posição atual é P(3, 2, 4) e você se situa no primeiro octante. Ao longo da Unidade II você obterá mais informações sobre os octantes e suas localizações. 8 Unidade: Vetores: Viés Algébrico Vetores no Plano Observe na figura (2.1) a seguir a representação dos vetores (v⃗1 ) e (v⃗2 ) não-paralelos, com origem no mesmo ponto O, sendo r e s retas contendo esses representantes, respectivamente. Veja a seguir as representações em função de (v⃗1) e (v⃗2), dos vetores u⃗, v⃗, x⃗, y⃗ e z⃗. · u⃗ = - 6 (v⃗1) – 2 (v⃗2) · v⃗ = 5 (v⃗1) + 3 (v⃗2) · x⃗ = 3 (v⃗1) · y⃗ = 2 (v⃗2) · z⃗ = 4 (v⃗1) – (v⃗2) A expressão geral nos permite representar um vetor v⃗, a partir de dois vetores (v⃗1) e (v⃗2), associa- dos a uma única dupla de números reais a1 e a2, é: v⃗ = a1 (v⃗1) + a2 (v⃗2). A figura 2.1, a seguir, ilustra graficamente v⃗ = a1 (v⃗1) + a2 (v⃗2). Essa expressão é chamada de combinação linear de (v⃗1) + (v⃗2). O conjunto B = {v⃗1, v⃗2} é chamado base no plano. Perceba que qualquer conjunto de dois vetores não paralelos constitui uma base no plano. A base foi considerada como um conjunto. Porém, é importante ter em mente que devemos considerar esse conjunto como ordenado. Em v⃗ = a1 (v⃗1) ⃗ + a2 (v⃗2), os números a1 e a2 são chamados de componentes ou coordenadas de v⃗ na base B (a1 é a primeira coordenada e a2 é a segunda coordenada). O vetor v⃗ da igualdade pode ser representado também por v⃗ = (a1, a2). 9 A base a ser utilizada é a que determina o conhecido sistema cartesiano ortogonal xOy. Os vetores ortogonais e unitários, neste caso, são simbolizados por i⃗ e j⃗ , ambos com origem em O e extremidades em (1, 0) e (0, 1), respectivamente. Na Figura 2.2, a seguir, está representada a base C={1,1}, que é denominada base canônica. Logo, i ⃗ = (0, 1) e j ⃗ = (0, 1). Figura 2.2 A representação algébrica para a Figura 2.2 é v⃗ = x i⃗ + y j⃗ . Os números reais x e y são as componentes de v⃗ na base canônica. A componente x é denominada abscissa de v⃗ e a componente y é a ordenada de v⃗. O vetor v⃗ que se encontra representado graficamente na Figura 2.3 terá a seguinte represen- tação algébrica: v⃗ = (x, y). Figura 2.3 Do que até aqui se discutiu nessa Unidade concluímos que: Vetor no plano é um par ordenado (x, y) de números reais. O par ordenado (x, y) é denominado expressão analítica de v⃗. Veja alguns exemplos de vetores e suas respectivas representações analíticas: - 2i⃗ + j⃗ = (-2, 1) - 5i⃗ = (-5, 0) 4j⃗ = (0, 4) 0⃗ = (0, 0) 10 Unidade: Vetores: Viés Algébrico Igualdade de Vetores Os vetores u⃗ = (x1, y1) e v⃗ = (x2, y2) são ditos iguais se, e somente se, x1 = x2 e y1 = y2, e estabelecemos que u⃗ = v⃗. Exemplo Dados dois vetores u⃗=(2x + 1, 5) e v⃗ =(3, y – 6), iguais, determine a expressão analítica u⃗ = v⃗ = (x, y). Resolução Operações com vetores A conclusão é de que, para somar dois vetores, somamos as coordenadas correspondentes, e para multiplicar um número real por um vetor, multiplicamos cada componente do vetor por esse número real. As Figuras 2.4(a) e 2.4(b), a seguir, ilustram geometricamente como adicionar dois vetores e multiplicar um número real por um vetor: Figura 2.4 (a) Figura 2.4 (b) 11 Atividades Resoluções Desenvolvendo a equação temos: x-2u = -1/2v –x 2x = 2u -1/2 e substituindo as coordenadas de u e v temos: 2x= 2(-2,3) – ½(1,-3) 2x = (-4,6) + (-½,3/2) 2x = (-9/2,15/2) X =(-9/4, 15/4) 3) Devemos reescrever v⃗ = a1 v⃗1 + a2 v⃗2 substituindo v⃗ = (5, –5), v⃗1= (2, 4) e v⃗2= (–1, 3) , logo: v⃗ = a1 v⃗1 + a2 v⃗2 ⇒ (5, –5) = a1 (2, 4) + a2 (–1, 3) ⇒ (2a1, 4a1) + (–a2 + 3a2) = (5, –5) ⇒ (2a1 – a2, 4a1 + 3a2) = (5, –5). Obteremos o seguinte sistema de equações: 2 5 4 3 5 1 2 1 2 a a a a − = + = − Para resolver o sistema podemos multiplicar a primeira equação por três, obtendo então um novo sistema equivalente, e na sequência somar, termo a termo, as duas equações: 2 5 3 4 3 5 6 3 15 4 3 5 1 2 1 2 1 2 1 2 a a vezes a a a a a a − = ( ) + = − − = + = − ∼ Somando as duas equações teremos: 10a1=10 ⇒ a1= 10 10 = 1. Substituindo a1 = 1 em 2a1 – a2 = 5, obtemos: 2.1 – a2 = 5 ⇒ 2 – a2 = 5 ⇒ –a2 = 5 – 2 ⇒ –a2 = 3 ⇒ a2 = –3. Logo, a1 = 1 e a2 = – 3. 12 Unidade: Vetores: Viés Algébrico 1) Primeiramente, vamos representar a expressão analítica de D(x, y). (CD) = 3 2 (AB) = ⇒ D – C = 3 2 (B – A) ⇒ (x, y) – (–1, 5) = 3 2 [(4, 3) – (–2, 1)] ⇒ (x + 1, y – 5) = 3 2 [(4 + 2, 3 – 1)] ⇒ (x + 1, y – 5) = 3 2 (6, 2) ⇒ (x + 1, y – 5) = ( 3 2 6, 3 2 2) ⇒ (x + 1, y – 5) = (9, 3) ⇒ x y + = − = 1 9 5 3 ⇒ x + 1 = 9 ⇒ x = 8 e y – 5 = 3 ⇒ y = 8. Portanto: D(x, y) = (8, 8) Trocando Ideias Observe que a atividade 3 gerou um sistema de equações de primeiro grau, que foi resolvido pelo método da adição. A primeira equação foi multiplicada por 3 para podermos cancelar -3a2 com 3a2 e ficarmos apenas com a incógnita a1. Existe também a opção de resolução pelo método da substituição. Que tal visitar os sites recomendados anteriormente e verificar as possibilidades de resolução de sistemas de equações? Você deve ter percebido que quando os vetores são abordados sob o viés algébrico devemos ter um bom domínio da aritmética e da álgebra. Sem isso, nosso trabalho torna-se desgastante e moroso. Vetor caracterizado por dois pontos Dado o vetor de origem no ponto A(x1, y1) e extremidade B(x2, y2), conforme representado na Figura 2.5 e as expressões analíticas dos vetores e são: = (x1, y1) e = (x2, y2), note que, do triângulo OAB da figura, temos + = daí = - , ou, substituindo e pelas suas respectivas expressões analíticas, = (x2, y2) – (x1, y1), logo = (x2 - x1, y2 - y1). Concluímos que as componentes de são obtidas pela subtração das coordenadas de origem A das coordenadas de extremidade B. Daí o motivo de escrevermos = B – A. Figura 2.5 Na figura 2.6, a seguir, encontra-se o representante natural de um vetor , mais comumente conhecido como vetor posição. Note que o vetor posição tem origem em O(0,0) e extremidade em P (x2 - x1, y2 - y1). 13 Vamos relembrar que um vetor tem infinitos representantes que são os segmentos orientados de mesmo comprimento, mesma direção e mesmo sentido. No entanto, o vetor que melhor caracteriza um vetor qualquer é o vetor posição. Figura 2.6 Na figura 2.7, estão representados os vetores , e , por meio dos segmentos orientados. Esses segmentos orientados representam o mesmo vetor, ou seja, têm o mesmo tamanho, mesma direção e mesmo sentido. Vamos expressar analiticamente esses três vetores: Figura 2.7 Observe que as componentes dos três vetores representados na figura 2.7 acima são iguais, o que os caracteriza como vetores iguais. Na representação gráfica da Figura 2.7, está claro que os vetores , o que os caracteriza como vetores iguais. Na representação gráfica da Figura 2.7, está claro que e têm origens diferentes, o que não interfere no fato de representarem o mesmo vetor, uma vez que apresentam mesmo tamanho, mesma direção e mesmo sentido. 14 Unidade: Vetores: Viés Algébrico Atividades 1) Dados os pontos A(-2, 1), B(4, 3) e C(-1, 5), determinar o ponto D de modo que 2) Sendo A(1, 4) e B(3, 4) extremidades de um segmento, determinar os pontos C e D que dividem o segmento AB em três segmentos de mesmo comprimento. 3) Dados A(-2, 3) e B(3, 5) vértices de um paralelogramo ABCD e M(3, 6) o ponto de intersecção das diagonais, determinar os vértices C e D. Resoluções 1) Primeiramente, vamos representar a expressão analítica de D(x, y). 2- Primeiramente, vamos representar a situação enunciada por meio de um esboço. 3) Na unidade 1, na abordagem geométrica de vetores, você encontra a justificativa para a utiliza- ção de uma propriedade muito importante dos paralelogramos. No entanto, essa propriedade carece de uma justificativa algébrica, mais rigorosa, a qual se dará após a resolução dessa atividade. Vamos, primeiramente, fazer a representação gráfica de um paralelogramo e a intersecção de suas diagonais. 15 Aplicando-se a definição de ponto médio para encontrar as coordenadas de C(x, y), temos: Vamos, agora, determinar as coordenadas do ponto D: Quando abordada sob o ponto de vista geométrico, ficou claro, por meio de figuras, que as diagonais de um paralelogramo se interceptam (tocam), no ponto médio dessas. Essa conclusão de que as diagonais se interceptam no ponto médio necessita de mais rigor. Os instrumentos utilizados para fazer os desenhos podem conter imprecisões e a grafite apresenta uma espessura que pode comprometer as medições. Nesse caso, o que fornecerá rigor e precisão às nossas conclusões é a álgebra. Vamos agora utilizar a álgebra para demonstrar que o ponto M, representado na figura a seguir, é ponto médio de AC⃗. Acompanhe a seguir, passo a passo, essa demonstração. Vamos considerar o paralelogramo ABCD de diagonais AC e BD e seja M o ponto médio de AC, o que corresponde a afirmar que . 16 Unidade: Vetores: Viés Algébrico Temos que provar que M também é ponto médio de BD. Pela definição da soma de vetores, temos que Pela igualdade de vetores, Observe que AD é substituído por BC e, CM é substituído por MA (igualdade de vetores). Note que pela propriedade comutativa BM =MA +AD . Como BM =MD , concluímos que M é ponto médio de BD . Ponto Médio Vamos agora consolidar o procedimento para a obtenção do ponto médio entre dois pontos AB. Seja o segmento de extremos A(x1, y1) e B(x2, y2), conforme ilustrado na Figura (2.8) a seguir. Considerando M(x, y) o ponto médio de AB, pode-se expressar de forma vetorial como AM = MB ou (x - x1, y - y1) = (x2 - x, y2 - y) e, então, x x x x x x x x x x x x x x e y y y y y y y y − = − ⇒ + = + ⇒ = + ⇒ = + − = − ⇒ + = + ⇒ 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 1 2 2 2 22 21 2 1 2y y y y y y = + ⇒ = + Figura 2.8 Portanto, M Atividade Determinar o ponto médio do segmento A(3, -4) e B(5, 2). 17 Resolução Paralelismo de Dois Vetores Vimos na Unidade 1, na abordagem geométrica, que se dois vetores u = (x1, y1) e v = (x2, y2) são paralelos, então existe um número real a tal que u = a v , isto é, (x1, y1) = a (x2, y2) ⇒ (x1, y1) = (ax2, ay2). Utilizando a condição de igualdade, temos: Observe que é uma igualdade entre duas frações, ou seja, é uma proporção. Portanto, concluímos que dois vetores serão paralelos se, e somente se, suas componentes forem proporcionais. Atividade Verificar se os vetores u = (2, 4) e v = (-1, -2) são paralelos. Resolução Temos de verificar se u // v . Para isso , devemos utilizar o que se discutiu anteriormente sobre o paralelismo entre dois vetores. Vimos que, dois vetores são paralelos quando suas componentes forem proporcionais, isto é, = a. Então, a = 2 4 1 2 = − − = -2. Logo, u // v .Módulo de um vetor Na Unidade 1, discutimos como se calcula o módulo de um vetor. Vamos agora, a partir da resolução de uma atividade, estender esse conceito, bem como analisar outras aplicações. Consideremos o vetor v = (x, y) (Figura 2.9). Aplicando o teorema de Pitágoras, temos |v | = Figura 2.9 18 Unidade: Vetores: Viés Algébrico Atividade Calcular o módulo do vetor v = (- 4, 8). Resolução u.c. (unidades de comprimento). Observação Quando as soluções gerarem raízes, essas deverão ser mantidas. Queremos dizer, não calcule a raiz aproximada de 80, mas sim fatore o 80, do seguinte modo: 80 = 2 • 2 • 2 • 2 • 5. Queremos obter Conclusões A distância entre dois pontos A(x1, y1) e B(x2, y2) (Figura 2.10) é o comprimento (módulo) do vetor AB , isto é, d(A, B) = |AB |. Sabemos que AB = B – A = (x2 - x1, y2 - y1), obtemos d(A, B) = =√(x2- x1) 2+ (y2- y1) 2 Figura 2.10 Vimos do tratamento geométrico, Unidade 1, que a todo vetor v , v ≠ 0 podemos associar dois vetores unitários e paralelos a v . São eles: que é o versor de v e - , o seu oposto. Atividades 1. Determinar o versor de v = (-8, 6). 2. Dados os pontos A(-1, 2) e B(4, -1) e os vetores u = (3, -1) e v = (2, 10), determinar: a.| v | b.|u + v | c.|3u - 2 v | d. A distância entre os pontos A e B 19 3. Determinar, no eixo Ox, um ponto P que seja equidistante dos pontos A(1, 3) e B(4, 7). 4. Dado o vetor v = (-1, 2), encontrar o vetor paralelo a v que tenha: a. O mesmo sentido de v e três vezes o módulo de v ; b. O sentido contrário ao de v e a metade do módulo de v ; c. O mesmo sentido de v e módulo 5; d. O sentido contrário ao de v e módulo 3. Resoluções 1. v v v = = −( ) −( ) + = −( ) + = −( ) = −( ) = −8 6 8 6 8 6 64 36 8 6 100 8 6 10 8 102 2 , , , , , 66 10 4 5 3 5 = − , Note que quando encontramos o versor de um determinado vetor, na verdade, determinamos o vetor unitário relativo ao vetor v fornecido. Observe a comprovação do que foi exposto acima. Vamos calcular o módulo (comprimento) de v v = − 4 5 3 5 , : = − + = + = = 4 5 3 5 16 25 9 25 25 25 1 2 2 2a) | v | = √(22+102 ) = √(4+100) = √104 = √(2 •2 •2 •13) = √(4 •26) = 2 √26 2b)|u + v | = √106 Primeiramente, calculamos: u + v = (3, -1) + (2, 10) = (5, 9), logo |u + v | = |(5,9)| = √(52+ 92 ) = √(25+81) = √106. Observe que a resposta aqui fica √106, pois ao fatorar 106 (2 • 53) não conseguiremos extrair nenhum fator do radical. 2c)|3u - 2 v | Primeiramente, resolvemos 3u - 2 v = 3(3, -1) – 2(2, 10) = (9, -3) – (4, 20) = (9-4, -3-20) = (5, -23) |3u - 2 v | = c) |(5,-23)| = √(52+(-23)2 ) = √(25+529) = √554 d) A distância entre os pontos A e B AB = B – A = (4, -1) – (-1, 2) = (5, -3), daí vem d(A,B) = |AB | = |(5,-3)| = √(52+ (-3)2 = √(25+9) = √34 20 Unidade: Vetores: Viés Algébrico 3) O ponto Ox está sobre o eixo x e, portanto, é do tipo P(x, 0). O ponto P deve ser equidistante a A(1, 3) e B(4, 7). Ser equidistante implica estar à mesma distância de A e B. Logo, devemos ter d(P, A) = d(P, B). |PA | = |PB |. Temos que, PA = A – P = (1 – x, 3 – 0) = (1 – x, 3) e PB = (4 – x, 7 – 0) = (4 – x, 7). Sabendo que|PA |=|PB |√(1-x)2+ 32) = √(4-x)2+ 72). Resolvendo a equação: √(1-x)2+ 32 ) = √(4-x)2+ 72 ) ⇒ [√(1-x)2+ 32]2 = [√(4-x)2+ 72]2 ⇒ (1 – x)2 + 32 = (4 – x)2 + 72 ⇒ 1 – 2x + x2 + 9 = 16 – 8x + x2 + 49 ⇒ - 2x + x2 + 8x - x2 = 16 + 49 – 1 – 9 ⇒ 6x = 55 ⇒ x = 55 6 . Portanto P = (0, 55 6 ) 3a) Basta multiplicar v por 3. 3 v = 3(-1, 2) = (-3, 6). 3b) Basta multiplicar v por - 1 2 , vez que o sinal de menos inverte o sentido do vetor e multiplicar por 1 2 é o mesmo que considerar a metade dele. Assim, temos: - 1 2 v = - 1 2 (-1, 2) = ( 1 2 , -1) 3c) Primeiramente, devemos calcular o versor de v , ou seja, o vetor unitário e, depois multiplicá- lo por 5. O vetor unitário obtido a partir de v é é o versor de v . Agora, devemos multiplicar o versor por 5, o que garante que o vetor encontrado será paralelo a v e tenha módulo 5. 2d) Uma vez que o vetor procurado deve ter módulo 3 e sentido contrário ao de v , basta multiplicar o versor de v por -3. Observe que no item c o versor de v , já foi calculado. Vetores no Espaço Até agora, estudamos vetores na base canônica {i,j}, no plano cartesiano ortogonal xOy, base essa que determina um ponto P(x, y) qualquer desse plano, que corresponde ao vetor OP = x i + y j , ou seja, as próprias coordenadas x e y do ponto P são as componentes do vetor OP . 21 O que se discutiu até aqui faz referência ao plano cartesiano bidimensional, xOy. De modo semelhante, vamos considerar a base canônica {i, j, k} como a que irá determinar o sistema ortogonal Oxyz, em que três vetores unitários e dois a dois ortogonais estão representados com origem no ponto O (Figura 2.11). O ponto O e a direção de cada um dos vetores da base determinam os três eixos cartesianos: eixo Ox ou eixo dos x (abscissas) corresponde ao vetor i ; o eixo Oy ou eixo dos y (das ordenadas) corresponde ao vetor j e o eixo Oz ou eixo dos z (das cotas) corresponde ao vetor k . As setas nessa figura indicam o sentido positivo de cada eixo, chamado também de eixo coordenado. Figura 2.11 Z Y 1 1 1 X i g k Cada dupla de eixos determina um plano coordenado. Isso equivale a dizer que, cada dupla de vetores de base e também determina um plano coordenado. Ficam assim determinados três planos coordenados: xOy ou xy, o plano xOz ou xz e o plano yOz ou yz. Observe nas figura 2.12(a) e 2.12(b), uma ideia dos planos xy e xz, respectivamente. Assim como no plano, a cada ponto P(x, y, z) do espaço irá corresponder o vetor OP = x i + y j + zk , isto é, as próprias coordenadas x, y e z do ponto P são as componentes do vetor OP na base canônica. As coordenadas x, y e z são denominadas abscissa, ordenada e cota, respectivamente. 22 Unidade: Vetores: Viés Algébrico A Figura 2.13(a) ilustra um ponto P(x, y, z) no espaço e a Figura 2.13(b) o correspondente vetor v = OP , que apresenta a diagonal do paralelepípedo, cujas arestas são definidas pelos vetores xi , y j e zk . (b) O vetor v = xi + y j + zk também será expresso por v = (x, y, z) que é a expressão analítica de v . Acompanhe os exemplos a seguir 3i - 2 j + 5k = (3, -2, 5) -i + k = (-1, 0, 1) -3 j - k = (0, -3, -1) 2k = (0, 0, 2) E temos, ainda, os casos particulares i = (1, 0, 0), j = (0, 1, 0) e k = (0, 0, 1). No paralelepípedo a seguir (Figura 2.14), estão algumas considerações a pontos como também poderíamos referi-las aos correspondentes vetores. Observe que no paralelepípedo foi tomado P(3, 2, 4) como referência. Figura 2.14 23 Com base na figura acima e levando-se em conta que um ponto (x, y, z) está no: a. Eixo dos x quando y = 0 e z = 0, tem-se A(3, 0, 0); b. Eixo dos yquando x = 0 e z = 0, tem-se C(0, 2, 0); c. Eixo dos z quando x = 0 e y = 0, tem-se E(0, 0, 4); d. Plano xy quando z = 0, tem-se B(3, 2, 0); e. Plano xz quando y = 0, tem-se F(3, 0, 4); f. Plano yz quando x = 0, tem-se D(0, 2, 4). O ponto B é a projeção de P no plano xy, assim como D e F são as projeções de P nos planos yz e xz, respectivamente. O ponto A(3, 0, 0) é a projeção de P(3, 2, 4) no eixo dos x, assim como C(0, 2, 0) e E(0, 0, 4) são as projeções de P nos eixos dos y e dos z, respectivamente. Como todos os pontos da face a. PDEF distam 4 unidades do plano xy e estão acima dele, são pontos de cota z = 4, isto é, são pontos do tipo (x, y, 4); b. PBCD distam 2 unidades do plano xz e estão à direita dele, são pontos de ordenada y = 2, isto é, são pontos do tipo (x, 2, z); c. PFAB distam 3 unidades do plano yz e estão à frente dele, são pontos de abscissa x = 3, isto é, são pontos do tipo (3, y, z). Na Figura 2.14, a seguir, ilustra-se que o eixo dos x pode ser descrito como o conjunto dos pontos do tipo (x, 0, 0), ou seja, daqueles que têm y = 0 e z = 0, enquanto que o plano xy como o conjunto dos pontos do tipo (x, y, 0), ou seja, daqueles que têm z = 0. Conclusões análogas podem ser tiradas para os outros eixos e planos coordenados indicados na figura. Figura 2.14 24 Unidade: Vetores: Viés Algébrico Acompanhe na ilustração a seguir, Figura 2.15, como marcar um ponto no espaço, suponhamos P(2, -3, 5): 1º Marca-se o ponto P’(2, -3, 0) no plano xy; 2º Desloca-se P’ paralelamente ao eixo dos z, 5 unidades para cima (se fosse -5 seriam 5 unidades para baixo) para obter o ponto P. Figura 2.15 Os três planos coordenados se interceptam segundo os três eixos, dividindo o espaço em oito regiões denominadas octantes (Figura 2.16). A cada octante correspondem pontos cujas coordenadas têm sinais de acordo com o sentido positivo adotado para os eixos. O primeiro octante é constituído dos pontos de coordenadas todas positivas. Os demais octantes acima do plano xy se sucedem em ordem numérica, a partir do primeiro, no sentido positivo. Os octantes a seguir do plano xy se sucedem na mesma ordem a partir do quinto que, por convenção, se situa sob o primeiro. Figura 2.16 25 A Figura 2.17 apresenta os pontos A, B, C e D situados acima do plano xy e todos de cota igual a 3, enquanto A’, B’, C’ e D’ estão a seguir desse plano e têm cota -3: Ponto A(4, 5, 3), situado no 1º octante; Ponto B(-3, 2, 3), situado no 2º octante; Ponto C(-5, -4, 3), situado no 3º octante; Ponto D(6, -2, 3), situado no 4º octante; Ponto A’(4, 5, -3), situado no 5º octante; Ponto B’(-3, 2, -3), situado no 6º octante; Ponto C’(-5, -4, -3), situado no 7º octante; Ponto D’(6, -2, -3), situado no 8º octante. Figura 2.17 As definições e conclusões para vetores no plano são análogas às do espaço. Veja algumas delas: I. Dois vetores u = (x1, y1, z1) e v = (x2, y2, z2) são iguais se, e somente se, x1 = x2, y1= y 2, z1= z2. II. Dados os vetores u = (x1, y1, z1) e v = (x2, y2, z2) e a ∈ R, define-se: u + v = (x1 + x2, y1 + y2, z1 + z2) a u = (ax1, ay1, az1) III. Se A(x1, y1, z1) e B(x2, y2, z2) são dois pontos quaisquer no espaço, então AB = B – A = (x2 - x1, y2 - y1, z2 - z1). 26 Unidade: Vetores: Viés Algébrico Já vimos que: se v = B – A ⇒ B = A + v . A figura 2.18 a seguir indica que para encontrar as coordenadas do ponto extremo B somam- se ordenadamente as coordenadas do ponto inicial A com as componentes do vetor v . Figura 2.18 Z Y0 A (x1, y1, z1) B (x1 + a, y1 + b, z1 + c) v = (a, b, c) IV. Se A(x1, y1, z1) e B(x2, y2, z2) são pontos extremos de um segmento, o ponto médio M de AB é M = V. Se os vetores u = (x1, y1, z1) e v = (x2, y2, z2) são paralelos, então u = av ou VI. O módulo do vetor v = (x, y, z) é dado por |v | = √(x2+ y2+ z2). Atividades 1. Dados os pontos A(0, 2, -2) e B(2, 4, -2) e os vetores u = (-4, -2, 2), v = (6, 0, -2) e w = (-4, 4, 4), verificar se existem os números a1, a2 e a3 tais que w = a1 AB + a2 u + a3 v . 2. Encontrar o vértice oposto a B no paralelogramo ABCD, sendo dados A(6, -4, 8), B(10, 2, -6) e C(0, 2, 4). 3. Sabendo que o ponto P(-6, m, n) pertence à reta que passa pelos pontos A(2, -4, 8) e B(-2, 6, 2), determine m e n. 4. Seja o triângulo de vértices A(4, -1, -2), B(2, 5, -6) e C(1, -1, -2), calcular o comprimento da mediana do triângulo relativa ao lado AB. Resoluções 1. w = a1 AB + a2 u + a3 v AB = B – A = (2, 4, -2) – (0, 2, -2) = (2, 2, 0) (-4, 4, 4) = a1(2, 2, 0) + a2(-4, -2, 2) + a3(6, 0, -2) (-4, 4, 4) = (2a1, 2a1, 0) + (-4a2, - 2a2 + 2a2) + (6a3, 0, -2a3) 27 Vamos isolar a_1 em (II) e a_3 em (III) 2a1 - 2a2 = 4 (II) ⇒ 2a1= 4+ 2a2 ⇒ a1 = ⇒ a1 = 2 + a2 2a2- 2a3=4 (III) ⇒ 2a2- 2a3 = 4 ⇒ - 2a3 = 4 - 2a2 ⇒ a3 = ⇒ a3 = -2 + a2 Substituindo a1 e a3 em (I), temos: 2a1- 4a2+ 6a3= -4 (I) 2(2 + a2) - 4a2 + ¨6(-2 + a2) = -4 ⇒ 4 + 2a2 - 4a2 -12 + 6a2 = -4 ⇒ - 8 + 4a2 = -4 ⇒ 4a2 = -4 + 8 ⇒ 4a2 = 4 ⇒ a2 = 4 4 = 1 (II) 2a1- 2a2= 4 ⇒ 2a1- 2 •1 =4 ⇒ 2a1=4 + 2 ⇒ a1 = 6 2 = 3 2a2- 2a3 = 4 ⇒ 2 • 1 - 2a3 = 4 ⇒ - 2a3 = 4 – 2 ⇒ - 2a3 = 2 ⇒ a3 = 2 2− ⇒ a3 = - 1. Logo, a solução é a1 = 3, a2 = 1 e a3 = -1 2. De acordo com a demonstração feita anteriormente, as diagonais de um paralelogramo têm o mesmo ponto médio. Vamos utilizar essa informação para calcular o vértice D, oposto de B. Vamos considerar M(a, b, c). Sabe-se que M é ponto médio de AC. Então: Logo, M = (3, -1, 6) Para calcular as coordenadas de D=(x, y, z), basta aplicar raciocínio análogo ao anterior. 2 -4 28 Unidade: Vetores: Viés Algébrico 3. Como os pontos A, B e P pertencem à mesma reta, conforme figura a seguir, qualquer dupla de vetores formados utilizando estes três pontos é paralela (AB // AP ). AB = B – A = (-2, 6, 2) – (2, -4, 8) = (-4, 10, -6) AP = P – A = (-6, m, n) – (2, -4, 8) = (-8, m+4, n-8) (-4, 10, -6) // (-8, m+4, n-8) Utilizando a condição de que dois vetores são paralelos quando duas componentes forem proporcionais, temos: 4. No triângulo desenhado a seguir, está representada a mediana MC. Mediana de um triângulo é o segmento de reta que liga um vértice deste triângulo ao ponto médio do lado oposto a este vértice. O que queremos calcular é o módulo do vetor MC . Primeiro, temos de calcular as coordenadas de M. M é o ponto médio de AB. Logo: Agora, devemos calcular as coordenadas de MC . MC = C – M = (1, -1, -2) – (3, 2, -4) = (-2, -3, 2) Por fim, calculamos o módulo (comprimento) de MC . |MC | = √(-2)2+ (-3)2+ 22 )= √(4+9+4) = √17 29 Material Complementar Para complementar seus estudos, consulte: CAMARGO, Ivan de. Geometria Analítica: um tratamento vetorial. 3.ed. São Paulo. Pearson Prentice Hall, 2005. JULIANELLI, José Roberto. Cálculo Vetorial e Geometria Analítica. Rio de Janeiro: Ciência Moderna, 2008. WINTERLE, Paulo. Vetores e Geometria Analítica. 2.ed. São Paulo: Makron Books do Brasil, 2000. ANTON, H. Álgebra Linear com aplicações. Porto Alegre: Bookman, 2001. 30 Unidade: Vetores: Viés Algébrico Referências BOULOS , Paulo, CAMARGO, Ivan de. Geometria Analítica: i, tratamento vetorial – São Paulo: Mc Graw-Hill 2005, 3 edição LIMA, Elon Lages. Coordenadas no Espaço – Rio de Janeiro: Coleção do professor de Matemática, 1993. SIMMONS, George F. Cálculo com Geometria Analítica – São Paulo: Mc Graw-Hill 1987. SWOKOWSKI, Earl W. Cálculo com geometria analítica – volume 2. São Paulo:Makron Books do Brasil Editora Ltda, 1994, 2 edição VENTURI, Jaci J. Álgebra Vetorial e Geometria Analítica – Curitiba: Scientia et Labor – Editora da UFPR, 1990, 3 edição WINTERLE, Paulo. Vetores e Geometria Analítica – São Paulo: Makron Books Ltda, 2000 www.cruzeirodosulvirtual.com.br Campus Liberdade Rua Galvão Bueno, 868 CEP 01506-000 São Paulo SP Brasil Tel: (55 11) 3385-3000 www.cruzeirodosulvirtual.com.br Rua Galvão Bueno, 868 Tel: (55 11) 3385-3000
Compartilhar