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SEMANA 2 caiu 
Descrição
Questão n.1 Hercílio e Arnaldo, em unidade de desígnios e fortemente armados, no dia 15 de março de 2011, por volta das 23h, invadiram a residência de Hélio e Maria Rosa, na zona rural de Nova Iguaçu de Goiás, amarraram o casal e seus dois filhos, Vitória e Lélio, de 12 e 8 anos, cerceando sua liberdade pelo período de duas horas, causando-lhes extremo temor e traumas indeléveis. Durante o referido lapso temporal, os agentes vasculharam toda a casa e separaram alguns bens que a guarneciam (televisão, aparelho de som e alguns eletrodomésticos) para posterior subtração. Findo este prazo, levaram o casal à área externa da residência, com mãos e pés amarrados, os obrigaram a se ajoelhar no gramado e lhes desferiram dois tiros pelas costas, tendo as vítimas morrido instantaneamente. Do feito, Hercílio e Arnaldo restaram denunciados e condenados pelos delitos de latrocínio consumado (roubo seguido de morte) em concurso formal de crimes. Inconformados com a decisão proferida interpuseram apelação criminal com vistas à reforma do julgado e consequente descaracterização da incidência do art.70, do Código Penal, sob o argumento de que apenas ocorrera uma subtração patrimonial e a morte de duas vítimas, o que configuraria crime único de latrocínio e não concurso formal impróprio. Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre o tema concurso de
crimes responda de forma objetiva e fundamentada: a pretensão dos agentes é procedente?
Resposta . A pretensão dos agentes não é procedente,pois todo o crime caminhava pra um roubo,porem a parti do momento em que houve a morte das vitimas concretizou-se em um latrocínio.
Questão n.2 Simplício ingressou em um ônibus linha Centro - Jardim Violeta, no centro da cidade do Rio de Janeiro com o dolo de subtrair pertences dos passageiros. Meia hora após o ingresso no ônibus sentou ao lado de um passageiro que cochilava e subtraiu-lhe a carteira dentro da mochila sem que ele percebesse. Em seguida, com emprego de grave ameaça, atemorizou Abrilina e Lindolfo, obrigando-os a entregar seus celulares. Ante o exposto, sendo certo que, no caso do primeiro passageiro Simplício praticou o delito de furto e, no caso de Abrilina e Lindolfo, os delitos de roubo, diferencie de forma objetiva e fundamentada concurso material e concurso formal de crimes a partir dos sistemas de aplicação de pena adotados em cada instituto e apresente o sistema aplicável ao caso concreto.
Resposta . R Art. 69 – C.P. apenas uma ação ou omissão o sujeito pratica / realiza dois ou mais crimes; e Art. 70 – C.P. mais de uma ação ou omissão o sujeito pratica / realiza mais de um crime Aplicação da pena: responderá pela soma das penas, isto é, pela cumulação de penas. Classificação do concurso material: - Homogêneo o sujeito pratica crimes da mesma espécie - Heterogêneo o sujeito pratica crimes de espécie diferentes Aplicação da pena feita em dois tipos: - Concurso formal perfeito ou próprio: O sujeito não tem mais de umdesígnio (dolo direto) usa-se o critério da exasperação => aplica-se a pena mais grave acrescida de 1/6 à metade – quanto maior o nº de crimes, maior o aumento da fração. - Concurso formal imperfeito ou impróprio: O sujeito tem mais de um desígnio (mais de 
 1 dolo direto) aplica-se o critério da cumulação => soma das penas (igual a do concurso material). Ao caso concreto, aplica-se o sistema do concurso material de crimes, na classificação heterogêneo, pois Simplício furtou a carteira de um passageiro – 
 sem uso de violência - e roubou outros dois passageiros – com emprego de violência. Portanto, o réu responderá pela soma das penas – cumulação. 
Questão n.3 (VI EXAME DE ORDEM UNIFICADO. TIPO 1. BRANCO. QUESTÃO 61) Otelo objetiva matar Desdêmona para ficar com o seguro de vida que esta havia feito em seu favor. Para tanto, desfere projétil de arma de fogo contra a vítima, causando-lhe a morte. Todavia, a bala atravessa o corpo de Desdêmona e ainda atinge Iago, que passava pelo local, causando-lhe lesões corporais. Considerando-se que Otelo praticou crime de homicídio doloso qualificado em relação a Desdêmona e, por tal crime, recebeu pena de 12 anos de reclusão, bem como que praticou crime de lesão corporal leve em relação a Iago, tendo recebido pena de 2 meses de reclusão, é correto afirmar que:
 a) o juiz deverá aplicar a pena mais grave e aumentá-la de um sexto até a metade.
Questão n.4 Sobre os institutos do Concurso Material de Crimes, Concurso Formal de Crimes e Continuidade Delitiva, assinale a alternativa INCORRETA:
 a) No caso de crime continuado, o ordenamento jurídico pátrio adotou a teoria da ficção jurídica, segundo a qual a unidade delitiva caracteriza-se como criação da lei.
CASO CONCRETO 3Questão n. 1 não caiu 
 - Adalto Cleto, Linaldo Reis e Ronaldo Mello, comerciantes deequipamentos de informática, foram denunciados pela suposta prática dos crimes dedescaminho e associação criminosa em concurso material de crimes (art.334, §1º, a,e, d, art.288, caput, nf. do art.69, todos do Código Penal), por terem sido flagradostransportando no carro do primeiro corréu peças de informática de procedênciaestrangeira vindas do Paraguai desacompanhadas da documentação legal, bem comopor, supostamente, tê-las introduzido clandestinamente no país.O flagrante delito foi convolado em prisão preventiva sob o fundamento de que oscorréus, caso soltos, incrementariam risco à ordem pública ou econômica e àconveniência da instrução criminal. Sendo certo que as penas máximas em abstratoalcançam, respectivamente, 4 (quatro) e 3 (três) anos de reclusão e que, portanto,poderão vir a ser substituídas por penas restritivas de direitos consoante o disposto noart.44, do Código Penal caso os corréus sejam definitivamente condenados, naqualidade de advogado dos corréus, apresente a tese defensiva a ser sustentada emsede Habeas Corpus para fins da concessão da liberdade provisória ao respectivoTribunal Regional Federal. Responda de forma objetiva e fundamentada de acordocom os princípios norteadores da pena criminal.
Por força do Art.44 CP no final do processo a pena privativa de liberdade por nãoexcede os 4 anos será revertida em pena restritiva de direitos. Baseado no princípioda homogeneidade e do princípio da proporcionalidade da pena, deverá exercerfunção especificamente ao crime cometido, de acordo com a situação do delito, emcaráter preexistente, contemporâneo e superveniente ao ato. Não sendo razoávelmanter o acusado preso em regime mais rigoroso do que aquele que eventualmentelhe será imposto com a condenação, conforme art. 5°, XLVI da CF/88.
Questão n. 2
 - Com relação à Teoria da Sanção Penal, analise as assertivas abaixo eassinale a opção correta:I. O ordenamento penal vigente adotou o sistema progressivo de execução de pena,segundo o qual no curso cumprimento da pena preenchidos requisitos de naturezaobjetiva e subjetiva estabelecidos em lei, o condenado poderá progredir de um regimemais severo para outro menos severo de cumprimento de pena; todavia, éinadmissível o contrário a regressão de regimes de cumprimento de pena de umregime menos severo para outro mais severo de cumprimento de pena.II. O réu primário e de bons antecedentes, condenado pela prática de crime hediondopraticado anteriormente à alteração da Lei de Crimes Hediondos (Lei n.8072/1990)pela Lei n. 11464/2007, cumprirá sua pena em regime integralmente fechadoIII. O sistema penal brasileiro, consoante o disposto no art. 59, do Código Penal, emrelação às funções e finalidades da pena, adotou a Teoria Mista ou Unitária, segundoa qual há a conciliação entre as finalidades de prevenção geral e especial e o caráterretributivo da pena.
c) Somente a assertiva III está correta.
Questão n. 3
 - Sentença penal condenatória determinou a aplicação da sanção depena privativa de liberdade ao réu e a decretação do perdimento de bens que, nostermos da lei, acabaram por afetar seus familiares, exatamente no montante dopatrimônio transferido pelo réu. Considerando essa situação hipotéticae os princípiosconstitucionais que regem o Direito Penal, assinale a alternativa correta. (FUNIVERSA- 2013 - PM-DF).
d) O fato de a pena privativa de liberdade ter atingido apenas a pessoa do condenadocom extensão, aos familiares, da obrigação de reparar o dano, atende integralmente oque prescreve o princípio constitucional da personalidade ou responsabilidade pessoal Art.5°, XLV, CF/88
CASO CONCRETO 4Questão n.1 não caiu
 - Leia o caso concreto abaixo apresentado e responda, de forma objetivae fundamentada, às questões formuladas com base nos estudos realizados sobredosimetria de pena, maus antecedentes e reincidência. (ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL OAB. XI EXAME DE ORDEM. PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL.ÁREA: DIREITO PENAL) Ricardo cometeu um delito de roubo no dia 10/11/2007, peloqual foi condenado no dia 29/08/2009, sendo certo que o trânsito em julgado definitivode referida sentença apenas ocorreu em 15/05/2010. Ricardo também cometeu, no dia10/09/2009, um delito de extorsão. A sentença condenatória relativa ao delito deextorsão foi prolatada em 18/10/2010, tendo transitado definitivamente em julgado nodia 07/04/2011. Ricardo também praticou, no dia 12/03/2010, um delito de estelionato,tendo sido condenado em 25/05/2011. Tal sentença apenas transitou em julgado nodia 27/07/2013. Nesse sentido, tendo por base apenas as informações contidas noenunciado, responda aos itens a seguir.
A) O juiz, na sentença relativa ao crime de roubo, deve considerar Ricardo portador de bons ou maus antecedentes?
Deve ser considerado portador de bons antecedentes quando da prolação da sentença de roubo, uma vez que nada havia sequer praticado outro delito.
B) O juiz, na sentença relativa ao crime de extorsão, deve considerar Ricardo portadorde bons ou maus antecedentes? Na hipótese, incide a circunstância agravante dareincidência ou Ricardo ainda pode ser considerado réu primário?
Ao proferir a sentença pelo crime de extorsão, o juiz não poderá fazer incidir aagravante da reincidência, devendo (reu) ser considerado, também neste momento, primário, uma vez que o crime de roubo foi praticado durante a ação penal pelo roubo.Contudo neste caso, quando da prolação da sentença referente a extorsão, em18/10/2010, Ricardo já se encontra definitivamente condenado pelo roubo (transitoocorrido 15/05/2010, o que viabiliza o mesmo considerado, pelo juiz sentenciante,portador de maus antecedentes.
C) O juiz, na sentença relativa ao crime de estelionato, deve considerar Ricardoportador de bons ou maus antecedentes? Na hipótese, incide a circunstânciaagravante da reincidência ou Ricardo ainda pode ser considerado réu primário?
Neste caso, como a sentença foi prolatada em 25/05/2011, já tendo ocorrido o transitoem julgado das condenações anteriores, seja pelo roubo (em 15/05/2010), seja pelaextorsão em (em 07/04/2011), devera o juiz considerar o réu, portador de maus antecedentes, mas não poderá incidir a agravantes da reincidência, devendo ser ele considerado primário
Questão n.2
 - Com relação à aplicação da pena, analise as afirmativas a seguir eassinale a alternativa correta
I. O sistema de aplicação de pena é composto por três fases: fixação da pena-base,análise das circunstâncias agravantes e atenuantes e, por fim, das causas de aumentoe diminuição de pena.II. Na fixação da pena-base o magistrado analisará as denominadas circunstâncias judiciais, previstas no art.59, do Código Penal, sendo possível sua fixação aquém domínimo legal previsto na pena abstrata.III. Na segunda fase o magistrado analisará as circunstâncias legais, previstas tanto naparte geral, quanto na parte especial do Código Penal.IV. Através da interpretação do disposto no art.59, do Código Penal depreende-se oprincípio da proporcionalidade das penas.
a) somente as afirmativas I e II estão corretas.
Questão n.3
 - Consoante entendimento sumulado pelos Tribunais Superiores sobre o sistema trifásico de aplicação de penas, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta:I. A incidência da circunstância atenuante não pode conduzir à redução da pena aquém do mínimo legal.II. É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar apena-base.III. É admissível aplicar, no furto qualificado, pelo concurso de agentes, a majorante do roubo em benefício dos cor réus.IV. Fixada a pena-base no mínimo legal, é possível o estabelecimento de regime prisional mais gravoso do que o cabível em razão da sanção imposta, com base na opinião do julgador sobre gravidade abstrata do delito.
b) somente as afirmativas I e III estão corretas
CASO CONCRETO 6 Questão n. 1 caiu 
 - Abelardo Rocha foi condenado pela prática de dois delitos de roubo majorado pelo concurso de pessoas e pelo emprego de arma de fogo em concurso material de crimes (art.157, §2º, I e II 2x nf art.69, ambos do Código Penal) à pena unificada de 16 anos, 1 mês e seis dias de reclusão a ser cumprida em regime inicialmente fechado, tendo iniciado seu cumprimento em 12 de julho de 2007. Em 05de maio de 2010, progrediu para o regime semi-aberto de cumprimento de pena e, em14 de dezembro de 2012, preenchidos os requisitos para o progressão de regimes para o regime aberto teve, entretanto, determinado pelo Juízo das Execuções seu cumprimento em prisão domiciliar face à ausência de vagas em Casa de Albergado.Inconformado com a decisão, o membro do Ministério Público interpôs agravo em execução com vistas à cassação do “benefício”, o que foi provido pelo Tribunal de Justiça. Com base nos estudos realizados sobre os princípios informadores da Teoria da Pena, desenvolva de forma objetiva e fundamentada a tese defensiva a ser apresentada em sede de Habeas Corpus com vistas à manutenção do cumprimento de pena em prisão domiciliar.
Tendo Abelardo cumprido os requisitos objetivos (quantidade de pena) e subjetivos (bom comportamento) para progressão no regime cumprimento, em que saiu do regime fechado para semi-aberto e do semi-aberto para o aberto. É legítimo a aplicação da prisão domiciliar, em função da ausência de vagas na Casa de Albergado .
Questão n. 2
 - Com relação a penas, assinale a opção correta (CESPE - 2013 - TJ-PB- Juiz Leigo)a) São três as modalidades de penas privativas de liberdade: prisão simples, detenção e reclusão; as de reclusão devem ser cumpridas em regime fechado ou semi aberto, e as de detenção, em regime aberto.
c) A opinião do julgador sobre a gravidade em abstrato do crime constitui motivação idônea para a imposição de regime mais severo que o permitido conforme a pena aplicada.
Questão n. 3
 - Sobre as espécies de regimes prisionais, é correto afirmar que ocondenado:
 b) não reincidente, cuja pena seja superior a quatro anos e não exceda a oito,poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-aberto.
CASO CONCRETO 7 Questão n. 1- (ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL OAB. XI EXAME DEORDEM. PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAL APLICADA EM 6/10/2013 ÁREA:DIREITO PENAL. MODIFICADA). O Juiz da Vara de Execuções Penais da Comarca Yconverteu a medida restritiva de direitos (que fora imposta em substituição à penaprivativa de liberdade) em cumprimento de pena privativa de liberdade imposta noregime inicial aberto, sem fixar quaisquer outras condições.O Ministério Público, inconformado, interpôs recurso alegando, em síntese, que adecisão do referido Juiz da Vara de Execuções Penais acarretava o abrandamento dapena, estimulando o descumprimento das penas alternativas ao cárcere. O recurso,devidamente contra-arrazoado, foi submetido a julgamento pela Corte Estadual, aqual, de forma unânime, resolveu lhe dar provimento. A referida Corte fixou comocondição especial ao cumprimento de pena no regime aberto, com base no Art. 115 daLEP, a prestação de serviços à comunidade, o que deveria perdurar por todo o tempoda pena a ser cumprida no regime menos gravoso. Atento ao caso narrado econsiderando apenas os dados contidos no enunciado, responda:Está correta a decisão da Corte Estadual, levando-se em conta entendimento jurisprudencial sumulado?Agravo em Execução(Art. 197 da LEP) Responda de forma objetiva e fundamentada com base nos estudos realizados sobre as penas substitutivas à pena privativa de liberdade.
Não, pois de acordo com o verbete 493 da Súmula do STJ, é inadmissível afixação de pena substitutiva (Art. 44 do CP) como condição especial ao regimeaberto. Ademais, embora ao Juiz seja lícito estabelecer condições especiais paraa concessão do regime aberto, em complementação daquelas previstas na LEP(Art. 115 da LEP), não poderá adotar a esse título nenhum efeito já classificadocomo pena substitutiva (Art. 44 do CPB), porque aí ocorreria o indesejável bis inidem, importando na aplicação de dúplice sanção. Ademais, o Art. 44 do CódigoPenal é claro ao afirmar a natureza autônoma das penas restritivas de direitosque, por sua vez, visam substituir a sanção corporal imposta àquelescondenados por infrações penais mais leves. Diante do caráter substitutivo dassanções restritivas, vedada está sua cumulatividade com a pena privativa deliberdade, salvo expressa previsão legal, o que não é o caso.
Questão n. 2
 - No tocante às penas restritivas de direitos, (FCC - 2014 - TJ-CE Juiz)
b) é possível a imposição de interdição temporária de direitos consistente em proibiçãode inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos.
Questão n.3
 - Com relação às medidas alternativas e substitutivas à pena privativa deliberdade, analise as afirmativas a seguir e assinale a alternativa correta:
I. As penas substitutivas à pena privativa de liberdade são autônomas e sua aplicaçãoatende aos requisitos previstos no art.44, do Código Penal.
II. As medidas alternativas à pena privativa de liberdade são autônomas e suaaplicação atende aos requisitos previstos no art.44, do Código Penal.
III. Caso a pena substitutiva à pena privativa de liberdade imposta sejainjustificadamente descumprida ocorrerá sua conversão em pena privativa deliberdade
IV. As penas substitutivas à pena privativa de liberdade são aferidas através da penaabstrata, sendo irrelevante para a sua aplicação o quantum de fixação da penaconcreta, já individualizada.
b) somente as afirmativas I e III estão corretas
.
CASO CONCRETO 8
1) Sobre o concurso material de crimes, assinale a assertiva correta: (Exame de Ordem 1ª Fase. OAB/RS.2007)
c) Trata-se da hipótese em que o agente dispara dois tiros, que atingem pessoasdiferentes, querendo ambos os resultados.
2) Francisco teve seu carro furtado. Soube, por testemunhas, que o autor dasubtração foi Fernando. No dia seguinte, localizou-o numa via pública do bairro,dirigindo o veículo subtraído, e o abordou. Fernando desferiu-lhe vários golpescom uma barra de ferro, causando-lhe ferimentos graves, deixando, a seguir, olocal com o automóvel que subtraíra. Diante disso, Fernando cometeu crime de:(Promotor de Justiça/ PE)
a) furto e crime de lesões corporais graves, em concurso material
3) Segundo o Código Penal (CP) brasileiro, quando, por acidente ou erro no usodos meios de execução, o agente, em vez de atingir a pessoa que pretendi ao fender, atinge pessoa diversa, ele deve responder como se tivesse praticado o crime contra aquela. No caso de ser, também, atingida a pessoa que o agentepretendia ofender, aplica-se a regra do: (136° Exame OAB/SP, 1ª Fase)
a) concurso material.
b) concurso formal.
4) João ingressou em um Shopping Center, tarde da noite, burlando a vigilânciado local. Invadiu cinco lojas de proprietários diversos, valendo-se, para tanto, dechaves falsas. De cada uma das lojas, subtraiu inúmeras peças de roupas. Apósa ação, deixou o local e foi preso passada meia hora, abordado por policiaismilitares que estranharam o volume de pacotes que carregava. João foidenunciado e condenado por cinco furtos qualificados. Na fixação da pena, oJuiz deve considerar as condutas como praticadas:
b) como crime continuado.
5) Assinale a opção correta com base nos princípios de direito penal na CF:(136° Exame OAB/SP, 1ª Fase).
d) O princípio da humanidade veda as penas de morte, salvo em caso de guerradeclarada, bem como as de caráter perpétuo, de trabalhos forçados, de banimento eas cruéis.
6) Após o trânsito em julgado da sentença penal condenatória, intimado a
 
pagara pena de multa que lhe fora fixada, mas não o fazendo, o condenado poderá:(Exame de Ordem Cespe/UnB. Março 2008):
b) Ter sua dívida inscrita na fazenda pública, com a consequente execução fiscal.
7) Sobre a prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas,assinale a alternativa INCORRETA: (132° Exame OAB/SP1ª Fase).
b) Deve ser aplicada nas condenações acima de 01 (um) mês e até 02 (dois) anos deprivação de liberdade.
8) Sobre a aplicação da pena (CP, art. 59 a 76), assinale a alternativaINCORRETA: (Juiz de Direito/PR)
d) o rol das circunstâncias atenuantes não é taxativo, eis que o Código Penalexpressamente admite outras hipóteses, mesmo que não previstas em lei.
9) Com relação à aplicação da Pena é CORRETO afirmar que: (Juiz de Direito/MG)
d) é possível considerar as circunstâncias que qualificam o homicídio com as que otornam privilegiado, desde que sejam aquelas de natureza objetiva.
10) (JUIZ DE DIREITO. MG/2005) É correto afirmar que é possível a substituiçãoda pena privativa de liberdade quando:
b) O condenado for reincidente, desde que, em face da condenação anterior, a medidaseja socialmente recomendável e a reincidência não se tenha operado em virtude daprática do mesmo crime.
11) Assinale a alternativa correta: (UFPR - 2013 - TJ-PR - Juiz)
d) Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes davigência da Lei n. 11.464/2007, sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei n.7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de regime prisional.
12) Fulgêncio, com animus necandi, coloca na xícara de chá servida a Arnaldocerta dose de veneno. Batista, igualmente interessado na morte de Arnaldo,desconhecendo a ação de Fulgêncio, também coloca uma dose de veneno namesma xícara. Arnaldo vem a falecer pelo efeito combinado das duas doses deveneno ingeridas, pois cada uma delas, isoladamente, seria insuficiente paraproduzir a morte, segundo a conclusão da perícia. Fulgêncio e Batista agiramindividualmente, cada um desconhecendo o plano do outro.Pergunta-se:( Juiz de Direito MG).
a) Fulgêncio e Batista respondem por tentativa de homicídio doloso qualificado.
 Caiu 
13) Cleomar e Ricardo acordaram previamente a prática de um roubo contra um taxista, tendo simulado o interesse em fazer uma corrida, e já no veículo o primeiro anunciou o assalto empunhando um estilete, quando a vítima entregou a carteira com dinheiro e documentos pessoais a Ricardo. Este saiu correndo e Cleomar permaneceu no veículo por mais alguns instantes, momento em quecom estocadas feriu gravemente a vítima a qual veio a falecer. Os dois foram denunciados pelo crime de latrocínio. De acordo com a legislação penal vigente, é correto afirmar que: (Defensor Público  RN).
c) Ricardo, comprovado que desejou participar apenas do crime de roubo, mas sendoprevisível o resultado, será condenado a pena do roubo na forma simples, a qualpoderá ser aumentada até a metade.
14) Assinale a opção correta acerca da ação penal.(136° Exame OAB/SPCespe/UnB)
c) A queixa contra qualquer dos autores do crime obrigará ao processo de todos, e oMP velará pela sua indivisibilidade.
15) No crime de corrupção ativa, a circunstância de ser um dos agentes funcionário público Juiz de Direito AL 2007)
d) é elementar, comunicando-se ao concorrente particular, se este conhecia acondição daquele.
CASO CONCRETO 9 Questão n.1 (OAB EXAME UNIFICADO. DEZ/2011. PROVA PRÁTICO-PROFISSIONAl  DIREITO PENAL. QUESTÃO N.2. MODIFICADA).
 Joaquina, aochegar à casa de sua filha, Esmeralda, deparou-se com seu genro, Adaílton,mantendo relações sexuais com sua neta, a menor F.M., de 12 anos de idade, fatoocorrido no dia 2 de janeiro de 2011. Transtornada com a situação, Joaquina foi àdelegacia de polícia, onde registrou ocorrência do fato criminoso. Ao término doInquérito Policial instaurado para apurar os fatos narrados,descobriu-se que Adaíltonvinha mantendo relações sexuais com a referida menor desde novembro de 2010.Apurou-se, ainda, que Esmeralda, mãe de F.M., sabia de toda a situação e, apesar deficar enojada, não comunicava o fato à polícia com receio de perder o marido quemuito amava. A partir da premissa de que Adaílton praticou o delito de estupro devulnerável majorado pelo fato dele ser padrasto de F.M (art.217-A c.c. art. 226, II,ambos do Código Penal), responda de forma objetiva e fundamentada, com base nosestudados realizados, às questões propostas:a) Esmeralda praticou crime? Em caso afirmativo, qual?
Sim, pois Esmeralda era agente garantidora do menor, portanto tinha obrigação deimpedir o resultado. Cometeu o crime comissivo por omissão
b) Considerando que o Inquérito Policial já foi finalizado, deve a avó da menor oferecerqueixa-crime?
Não, pois se trata de ação pública incondicional, portanto cabe ao ministério públicooferecer a denúncia.
Questão n. - Um professor na aula de Processo Penal esclarece a um aluno que oMinistério Público, após ingressar com a ação penal, não poderá desistir dela,conforme expressa previsão do Art. 42 do CPP. O professor estava explicando aoaluno o princípio da: (X EXAME DE ORDEM UNIFICADO TIPO 01  BRANCA)
b) obrigatoriedade.
Questão n.3
 - Fernanda, durante uma discussão com seu marido Renato, levou váriossocos e chutes. Inconformada com a agressão, dirigiu-se à Delegacia de Polícia maispróxima e narrou todo o ocorrido. Após a realização do exame de corpo de delito, foiconstatada a prática de lesão corporal leve por parte de Renato. O Delegado dePolícia registrou a ocorrência e requereu as medidas cautelares constantes no Artigo23 da Lei nº 11.340/2006. Após alguns dias e com objetivo de reconciliação com o marido, Fernanda foi novamente à Delegacia de Polícia requerendo a cessação das investigações para que não fosse ajuizada a ação penal respectiva. Diante do casonarrado, de acordo com o recente entendimento do Supremo Tribunal Federal,assinale a afirmativa correta. (XIII EXAME DE ORDEM UNIFICA  TIPO 01BRANC
b) No âmbito da Lei Maria da Penha, nos crimes de lesão corporal leve, a açãopenal é pública incondicionada, sendo impossível interromper as investigaçõese obstar o prosseguimento da ação penal.
CASO CONCRETO 15
Questão 1 - Celso e Paulo Renato foram denunciados e absolvidos pela imputação deprática de delitos ambientais previstos nos arts. 39, 44 e 64 da Lei n. 9.605/98praticados, no dia 30/09/2010, consoante o disposto no art. 386, III, do Código deProcesso Penal. Inconformado com a decisão o Ministério Público estadual interpôsapelação criminal, tendo a câmara criminal (Tribunal Regional Federal da --- Região),em julgamento unânime, dado provimento ao pedido para condenar ambos ospacientes como incursos nos art. 39, 44 e 64 da Lei n. 9.605/98 e, de ofício, declararextinta a punibilidade em relação às condutas descritas nos arts. 44 e 64 do mesmodiploma normativo, ficando a sanção definitiva estabelecida em 1 (um) ano dedetenção, substituída por prestação de serviços à comunidade e multa. Celso e PauloRenato resignados a com decisão proferida pelo Tribunal Regional Federal da impetraram Habeas Corpus perante o Superior Tribunal e pugnaram, nomérito, pela concessão da ordem, para o fim de que seja decretada a extinção daspunibilidades de ambos os pacientes, em relação a todos em face ocorrência daprescrição penal. Ante o exposto, com base nos estudos realizados sobre prescriçãopenal, responda de forma objetiva e fundamentada às seguintes questões:
a) A partir da premissa de que a decisão do Tribunal a qual tenha transitado em julgado para a acusação e que entre os marcos interruptivos não transcorreu o lapsode 4 (quatro) anos, qual a espécie de prescrição de aplicável ao caso?Por intermédio do reconhecimento da PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃOEXECUTORIA
.b) Qual o termo inicial da contagem do prazo da referida prescrição?
O termo inicial da prescrição da pretensão executória é a data do trânsito em julgado da sentença condenatória para a acusação, ainda que pendente de apreciaçãorecurso interposto pela defesa que, em face do princípio da presunção de inocência,impeça a execução da pena. Isso porque o art. 112, I, do CP (redação dada pela Lei7.209/1984)c) Diferencie prescrição da pretensão punitiva de prescrição da pretensão executória.
Prescrição da Pretensão Punitiva 
: acontecido o fato surge para o estado àpretensão punitiva, ou seja, a persecução penal, que a faz por meio do poder judiciário, que aplicara a direito penal objetivo, por meio da ação penal. Verifica-sedesta maneira que o Estado é o titular da pretensão punitiva. Transitando em julgado asentença condenatória a direito de punir transforma-se em direito de executar asanção imposta pela sentença, seja ela pena ou medida de segurança. Na prescriçãoda pretensão punitiva, o Estado perde do direito de punir e ocorre antes da sentençade 1º instancia transitar em julgado, fazendo com que aconteça a extinção dapunibilidade. Ela é regulada pela in abstrato, ou seja, aquela que o Código Penal(parte especial) comina, variando de acordo com o MAXIMO da pena imposta inabstrato, que deverá ser colocada em dos incisos do artigo 109 do Código Penal, parase verificar o prazo prescricional de cada fato típico e antijurídico.
Prescrição da Pretensão Executória 
: a prescrição da pretensão executória ocorreapós o transito em julgado da sentença condenatória. O seu prazo é determinado pelapena imposta na sentença condenatória. O reconhecimento da prescrição dapretensão executória impede que o estado execute a pena ou medida de segurançaimposta, subsistindo os efeitos da condenação, como custas, reincidência etc. Sendoque a mesma pode ser executada no juízo cível com o intuito de reparar os danoscausados pelo ato lesivo. Os prazos de prescrição de acordo com o artigo 115 docódigo penal são reduzidos de metade, se na data do fato, ou seja, da execução docrime ou da contravenção, o agente era menor de 21 anos ou maior de 70 anos nadata da sentença.
Questão n.2
 - Sobre o instituto da prescrição, assinale a alternativa correta:
d) A agravação da pena pela reincidência não alcança a prescrição da pretensãopunitiva nem o prazo de prescrição da pena de multa.
DIREITO PENAL II - CASO CONCRETO 3
CASO CONCRETO 3:
Marilsa, primária e com bons antecedentes, após encontrar na rua uma folha de cheque em branco pertencente a Joaquim, dirigiu-se a uma loja de eletrodomésticos, onde, mediante falsificação da assinatura no cheque, adquiriu diversos aparelhos eletroeletrônicos no valor de R$ 4.000,00, tendo retirado os objetos no momento da compra. Diante do caso narrado, tecnicamente a conduta de Marilsa amolda-se aos tipos penais de falsificação de documento público (art. 297, §2°, CP) e estelionato (art. 171, caput, CP). Neste caso é correto afirmar que há conflito aparente de normas ou concurso de crimes? Solucione o caso concreto com base nos estudos realizados sobre o tema.
GABARITO – CASO 3:
Sugestão de Gabarito. O caso concreto em exame teve por base questão elaborada para o 34° Exame de Ordem Cespe/UnB - Prova Prático-Profissional Direito Penal e Direito Processual Penal e o tema gera muitas controvérsias na doutrina e jurisprudência.
O Supremo Tribunal Federal já se pronunciou no sentido da ocorrência de concurso formal de crimes (art. 70, CP), haja vista a diversidade de bens jurídicos tutelados, patrimônio e fé pública, o que afastaria a discussão acerca da possibilidade da ocorrência de conflito aparente de normas sendo irrelevante a natureza da falsidade - material ou ideológica; de documento público ou particular (STF, RT, 735/532).
Ainda, manifestou-se o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo no sentido da aplicação do cúmulo material de penas, ou seja, concurso material de crimes, diferentemente do entendimento do Supremo Tribunal Federal, pois, o agente teria praticado condutas distintas (TJ/SP, RJTJSP, 85/366).
De forma oposta, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região já proferiu decisão nosentido da ocorrência de conflito aparente de normas a ser solucionado pelo princípio da consunção, mas, no caso de falsificação de documento público, o falso absorveria o estelionato por força dos bens jurídicos tutelados.
Por fim, verbete de Súmula n. 17 do Superior Tribunal de Justiça prevê a ocorrência do conflito aparente de normas e o soluciona com a aplicação do princípio da consunção, ao estabelecer que o delito de falsificação é crime-meio para a prática do estelionato quando se exaure neste sem maior potencialidade lesiva.Este tem sido o entendimento dominante nos Tribunais e na doutrina.
Neste sentido, vide decisão proferida pela Segunda Turma Criminal do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios:
EMENTA. PENAL. CRIME DE USO DE DOCUMENTO FALSO. DESCLASSIFICAÇÃO PARA ESTELIONATO. Quando o crime de uso de documento falso se exaure no estelionato, é por este absorvido, a teor da súmula 17 do STJ. No caso, comprovado que o uso da cártula de cheque tinha o objetivo de induzir a vítima a erro para obtenção de vantagem ilícita, impõe-se a desclassificação. Recurso provido. (TJDF, Apelação Criminal n. 2002.07.1.000552-6, Segunda Turma Criminal, Rel. Des. Getúlio Pinheiro, julgado em 03/07/2008)
RESPOSTA Trata-se do crime do art. 171, CP, sendo o crime material, comum, unissubjetivo e admite tentativa. O procedimento a ser aplicado, com as devidas alterações do CPP, é o comum ordinário, nos termos do art. 394 do CPP, eis que a pena máxima in abstrato prevista nesse tipo penal é superior a 4 anos, qual seja de 5 anos. Vejamos: “Art. 171 – Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento: Pena – reclusão, de um a cinco anos, e multa”. 
1 – CONCEITO DE SANÇÃO PENAL
Trata-se da punição estabelecida em lei penal.
02 – ESPECIES DE SANÇÃO PENAL
A sanção penal pode ser de duas espécies:
a) pena;
b) medida de segurança
03 – CONCEITO DE PENA
A pena é sanção penal, imposta pelo Estado, em execução de uma sentença ao culpado pela prática de infração penal, consistente na restrição ou na privação de um bem jurídico, com finalidade de retribuir o mal injusto causado à vítima e à sociedade bem como a readaptação social e prevenir novas transgressões pela intimidação dirigida à coletividade.
04 – FINALIDADE DA PENA
Existem três teorias para definir a finalidade da pena:
a) Teoria absoluta ou da retribuição – a finalidade da pena é punir o autor de uma infração penal. A pena nada mais consiste que na retribuição do mal injusto, praticado pelo criminoso, pelo mal justo previsto em nosso ordenamento jurídico.
b) Teoria relativa, finalista, utilitária ou da prevenção – a pena possui fim prático de prevenção geral e prevenção especial. Fala-se em prevenção especial, na medida em que é aplicada para promover a readaptação do criminoso à sociedade e evitar que volte a delinqüir. Fala-se em prevenção geral, na medida em que intimida o ambiente social (as pessoas não delinqüem porque tem medo de receber punição)
c) Teoria mista, eclética, intermediária ou conciliatória – A pena possui dupla função, quais sejam, punir o criminoso e prevenir a prática do crime seja por sua readaptação seja pela intimidação coletiva.
04 – CARACTERISTICAS DA PENA
A pena possui sete características importantes e, na sua maior parte, expressas no texto constitucional que merecem sólida atenção. Vejamos algumas:
a) Legalidade
Fundamento: artigo 1º, CP e inciso XXXIX, do artigo 5º da CF
A pena deve estar prevista em lei e, importante, lei em sentido estrito, não se admitindo que seja cominada em regulamento ou ato normativo.
b) Anterioridade
Fundamento: artigo 1º CP e inciso XXXIX, do artigo 5º, da CF.
A pena deve já estar em vigor na época em que foi praticada a infração.
c) Personalidade
Fundamento: inciso XLV, do artigo 5º, da CF
A pena não pode passar da pessoa do condenado.
A pena de multa, por exemplo, embora considerada dívida de valor, em razão da personalidade, jamais poderia ser cobrada dos herdeiros do condenado.
d) Inderrogabilidade
Salvo previsões expressas legais, o Juiz jamais poderia deixar de aplicar a pena. Por ex, o juiz não poderia extinguir a pena de multa em razão de seu irrisório valor.
e) Individualidade
Fundamento: inciso XLVI, do artigo 5º, da CF
A imposição e o cumprimento da pena deverão ser individualizados de acordo com a culpabilidade e o mérito de cada sentenciado.
f) Proporcionalidade
Fundamento: incisos XLVI e XLVII, do artigo 5º da CFA pena deve ser proporcional ao crime praticado
g) Humanidade Fundamento: artigo 75, do Código Penal e inciso XLVII, do artigo 5º da CF.
Não são admitidas as penas de morte, salvo em caso de guerra declarada, de trabalhos forçados, perpetuas, banimento e cruéis.
05 – ESPECIES DE PENA:
As penas podem ser:
i) pena privativa de liberdade
ii) pena restritiva de direito
iii) penas pecuniárias
Nas aulas seguintes trataremos de estudar de forma pormenorizada cada uma delas.
1 – ESPECIES DE PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE
As penas privativas de liberdade podem ser:
a) reclusão. Ex: artigo 121, “caput”
b) detenção. Ex: artigo 137
c) prisão simples. Para as contravenções penais.
02 – REGIME PENITENCIÁRIO E SUAS ESPECIES
Como veremos adiante é o regime inicial de cumprimento da pena a principal característica diferenciadora entre as espécies de pena privativa de liberdade.
Há três espécies de regime de cumprimento da pena privativa de liberdade. Os regimes podem ser:
1 º) Fechado – cumpre a pena em estabelecimento penal de segurança máxima ou média
2º) Semi-aberto – cumpre a pena em colônia penal agrícola, industrial ou em estabelecimento similar.
3º) Aberto – trabalha ou freqüenta cursos em liberdade, durante o dia, e recolhe-se na Casa do Albergado ou estabelecimento similar à noite e nos dias de folga.
O regime inicial de cumprimento de pena deverá ser estipulado na sentença condenatório, conforme o Artigo 110, da Lei de Execução Penal (LEP). O juiz deverá se atentar, também, às determinações contidas no artigo 33 do Código Penal, o qual estabelece a distinção entre a pena de reclusão e a pena de detenção.
03 – REGIME INICIAL DA PPL DE RECLUSÃO
Para estabelecer o regime inicial da pena de reclusão o Juiz deverá observar os seguintes critérios:
1º) Se a pena imposta for superior a 8 anos – o regime inicial de cumprimento é o FECHADO.
2º) Se a pena imposta for superior a 4 anos, mas não exceder a 8 anos – o regime inicial de cumprimento será o SEMI ABERTO
3º) Se a pena imposta for igual ou inferior a 4 anos – o regime inicial de cumprimento da pena será o ABERTO.
Algumas observações devem ser anotadas, vejamos:
OBS1 => Se o condenado for REINCIDENTE => SEMPRE INICIA NO FECHADO, salvo se a condenação anterior foi por pena de multa, quando poderá, segundo o E. Supremo Tribunal Federal, iniciar o cumprimento no aberto, desde que a pena seja igual ou inferior a 4 anos.
OBS 2 => Se as circunstancias do ARTIGO 59, CP forem DESFAVORÁVEIS => INICIA NO FECHADO. Lembre-se que em se tratando de pena superior a 8 anos, a imposição de regime inicial fechado depende de fundamentação adequada em face do que dispõe o artigo 33, do CP bem como o próprio artigo 59.
04 – REGIME INICIAL DA PPL DE DETENÇÃO
São somente dois critérios essenciais, vejamos:
1º) Se a pena for superior a 4 anos – inicia no SEMI ABERTO
2º) Se a pena for igual ou inferior a 4 anos – inicia no ABERTO
Temos ainda outras três observações para ser realizadas:
OBS 1 => Se for REINCIDENTE => INICIA NO SEMI ABERTO.
OBS 2 => Se as circunstancias do ARTIGO 59,CP, forem DESFAVORÁVEIS=> INICIA NO SEMI ABERTO
OBS 3 => Muito importante!!! – Não existe regime inicial fechado em caso de detenção. Obrigatoriamente o regime inicial deverá ser aberto ou semi-aberto. No entanto, somente em caso de regressão, poderá haver a implementação do regime fechado, mesmo em se tratando de detenção.
05 – REGIME INICIAL NA PENA DE PRISÃO SIMPLES
Também, nos termosdo artigo 6º, da Lei de Contravenções Penais, não existe regime inicial fechado em se tratando de prisão simples. Nesses casos, a pena deverá ser cumprida em regime aberto ou semi-aberto, sem rigor penitenciário.
A diferença entre a prisão simples em relação à detenção é verificada na medida em que a primeira não admite o regime fechado sequer em caso de regressão, que ocorre, somente, do aberto para o semi-aberto.
06 – GRAVIDADE DO DELITO E REGIME PENITENCIÁRIO
A gravidade do delito não é suficiente, por si só, para determinar a imposição do regime inicial fechado, sendo imprescindível verificar o conjunto das circunstancias previstas no Artigo 59, do CP.
Outrossim, importante frisar que, se a sentença for omissa quanto ao regime inicial, a dúvida deve ser resolvida em prol do regime mais benéfico, desde que juridicamente cabível. Por exemplo, o réu primário, condenado a 6 anos de reclusão, sem que a sentença faça referencia ao regime inicial, temos que seria possível tanto a imposição do regime semi-aberto como do fechado, porém, em razão da omissão, a pena deverá ser cumprida neste ultimo.
07 – PROGRESSÃO DE REGIME
Em razão do dinamismo do processo de execução, o legislador previu a possibilidade de alguém que inicia o cumprimento de sua pena em um regime mais gravoso – fechado ou semi aberto – obter o direito de passar para um regime mais brando, ou seja, a progressão de regime.
A progressão de regime, prevista no artigo 112 da LEP, é determinada pelo Juiz, após a oitiva do Ministério Público (sob pena de nulidade absoluta) e é concedida, desde que preenchidos os seguintes requisitos:
a) Objetivos – cumprimento de 1/6 da pena no regime anterior
b) Subjetivos – o mérito do executado. São requisitos de ordem pessoal, tais como, a autodisciplina, o senso de responsabilidade do sentenciado, conduta carcerária.
Sobrevindo alguma nova condenação durante a execução, a nova pena será somada ou unificada com o restante e, sobre o total, realizar-se-á o cálculo da pena a ser cumprida. Por exemplo: quando faltava 1 ano de detenção decorrente da condenação de um crime, sobrevém condenação para cumprimento de 9 anos de reclusão. Soma-se 9+1 = 10, serão, assim, 10 anos de reclusão, que teriam que ser cumpridos em regime fechado.
A lei veda a chamada progressão por salto, isto é, a passagem de um regime mais severo para o mais brando sem a submissão ao regime intermediário. A regra é clara na exposição de motivos da Lei de Execução Penal.
Mesmo assim, a jurisprudência (STF) admite única hipótese de progressão por salto que ocorre quando o sentenciado já cumpriu 1/6 da pena em regime fechado e, por falta de vaga no regime semi-aberto, cumpre mais 1/6 no fechado. Nesses casos, há a possibilidade de transferi-lo para o regime aberto.
De qualquer sorte, em regra, a jurisprudência afasta a possibilidade de progressão por salto.
São regras do regime fechado:
1 – EXAME CRIMINOLÓGICO
Nos termos do artigo 34, do CP e do artigo 8º da LEP, temos que, no inicio do cumprimento da pena, o condenado será submetido a exame criminológico para fins de individualização da execução.
2 – TRABALHO INTERNO
O preso ficará sujeito a trabalho interno durante o dia, de acordo com suas aptidões ou ocupações anteriores à pena.
O trabalho é direito social previsto no artigo 6º da CF.
São algumas características do trabalho do preso:
1ª) finalidade educativa e produtiva – fundamento: art. 28 da LEP
2ª) remuneração não inferior a ¾ do salário mínimo – fundamento art. 39, CP e art. 29, da LEP
3ª) tem direito aos benefícios da Previdência Social – fundamento: art. 39, CP e art. 41, III, da LEP
4ª) não sujeita o trabalho do preso ao regime da CLT e à legislação trabalhista, uma vez que não decorre de contrato livremente firmado com empregador, sujeitando-se a regime de direito público – fundamento: artigo 28, parágrafo 2º da LEP.
5ª) é dever do preso – fundamento: arts. 31 e 39, da LEP – sua recusa constitui falta grave - fundamento: art. 50, VI, da LEP
6ª) na atribuição do trabalho deverão ser levadas em consideração a habilitação, a condição pessoal e as necessidades futuras do preso – fundamento: art. 32, da LEP.
7ª) a jornada normal de trabalho não será inferior a 6, nem superior a 8 horas, com descanso nos domingos e feriados – fundamento: artigo 33, da LEP.
8ª) os serviços de conservação e manutenção do estabelecimento penal podem ter horário especial – fundamento: artigo 33, parágrafo único, da LEP.
9ª) a cada 3 dias de trabalho, o preso tem direito de descontar um dia de pena (instituto da remição – artigo 126, da LEP), se já vinha trabalhando e sofre acidente e fica impossibilitado de prosseguir, continuará o preso a se beneficiar da remição – fundamento: artigo 126, Parágrafo 2º, da LEP. Em caso de aplicação de falta grave, o preso perderá direito a todo o tempo remido – fundamento: art. 127, da LEP
3 – TRABALHO EXTERNO
É admissível o trabalho fora do estabelecimento carcerário, em serviços ou obras públicas, desde que tomadas as cautelas contra fuga e em favor da disciplina – fundamento: artigo 34, Parágrafo 3º, do CP e art. 36 da LEP.
O limite máximo de presos trabalhadores em obras públicas é de 10% - fundamento: art. 36, da LEP.
O trabalho externo confere os mesmos direitos que o trabalho interno, devendo ser, sempre observados os seguintes requisitos: i- aptidão, responsabilidade e disciplina, ii – cumprimento de 1/6 da pena, iii – exame criminológico, que é indispensável antes de autorizar o trabalho externo e iv- autorização administrativa do diretor do estabelecimento.
 Dentre as características do regime semi-aberto, temos:
1 – EXAME CRIMINOLÓGICO
A Lei de Execução Penal (LEP) em seu artigo 8º, parágrafo único dispõe que o exame criminológico é facultativo ao ingresso no regime semi-aberto.
2- TRABALHO
Segue as mesmas características do regime fechado, dando direito à remição, com diferença de que é desenvolvido no interior da colônia penal, em maior liberdade em relação ao estabelecimento carcerário.
3- AUTORIZAÇÃO DE SAÍDA
São benefícios aplicáveis aos condenados em regime fechado ou semi-aberto e subdividem-se em permissão de saída e saída temporária.
1º) Permissão de Saída – Com fundamento do no artigo 120 da LEP, temos que os condenados que cumprem pena em regime fechado ou semi-aberto e os presos provisórios poderão obter permissão para sair do estabelecimento, mediante escolta, quando ocorrer os seguintes fatos:
i)                  falecimento ou doença grave do cônjuge, companheira, ascendente, descendente ou irmão;
ii)               necessidade de tratamento médico.
A LEP confere atribuição à concessão da permissão de saída ao diretor do estabelecimento onde se encontra o preso. Assim, é medida de caráter administrativo. A sua duração esta condicionada ao cumprimento da finalidade para qual a saída foi designada.
2º) Saída Temporária – O artigo 122 da LEP prevê a possibilidade de concessão de saída temporária aos condenados que cumprem a pena no regime fechado, sem vigilância direta, nos seguintes casos:
i)                  visita à família;
ii)               freqüência a curso supletivo profissionalizante, bem como de instrução do segundo grau ou superior, na comarca do juízo da execução.
iii)            participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social.
A saída temporária não se aplica ao preso em regime fechado, em razão da natureza mais reclusa do regime, já que a liberação é sem vigilância. Outrossim, não se admite a concessão do beneficio ao preso temporário pois não é condenado tampouco cumpre pena em regime semi-aberto, sendo que sua prisão possui natureza cautelar e a ele não se aplicam direitos próprios daqueles que cumprem pena.
Considerando que ao contrário da permissão de saída, a saída temporária não é caracterizada pela vigilância direta, temos que será concedida mediante autorização judicial, por ato motivado do juízo da execução (o ato de concessão não é administrativo, mas sim, jurisdicional), ouvidos o Ministério Públicoe a administração penitenciária e dependerá da satisfação dos seguintes requisitos:
i)                  comportamento adequado;
ii)               cumprimento de, no mínimo, 1/6 da pena, se o condenado for primário e ¼ se for reincidente.
Nos termos da Súmula 40, do STJ, temos que para obtenção dos benefícios da saída temporária e trabalho externo, considera-se o tempo de cumprimento da pena em regime fechado. Isto é, se houve condenação por 12 anos, considerando que o condenado cumpriu 2 anos em regime fechado, sendo-lhe concedida a progressão ao semi-aberto. Temos que, para concessão do beneficio da saída temporária, terá que cumprir 1/6 de 10 anos (ou seja, não se calcula sobre o total).
A Lei de Execução Penal, ainda, estabelece que o prazo máximo de duração da autorização não poderá ser superior a 7 dias, podendo ser concedida por mais 4 vezes durante o ano (artigo 124, LEP).
Contudo, verifica-se que o parágrafo único do mesmo artigo dispõe que em se tratando de freqüência a curso profissionalizante, de instrução, segundo grau ou superior o tempo de concessão será o necessário para o cumprimento das respectivas atividades.
Mesmo assim, o beneficio será automaticamente, revogado, de oficio, pelo Juiz, sem mesmo a oitiva do Ministério Público, em caso de:
i)                  prática de crime doloso;
ii)               punição por falta grave;
iii)            desatender as condições impostas na autorização ou revelar baixo grau de aproveitamento do curso
Ainda temos que a recuperação do direito à saída temporária dependerá de absolvição no processo penal, do cancelamento da punição disciplinar ou da demonstração do merecimento do condenado.
4 – REMIÇÃO
É o direito que o condenado, em cumprimento da pena em regime fechado ou semi-aberto, possui de obter o desconto de um dia de pena a cada três dias de trabalho.
É concedida pelo juiz da execução, após oitiva do Ministério Público.
Há somente único caso previsto na LEP em que o preso terá direito a remir o tempo de pena sem trabalhar, ou seja, quando sofre um acidente de trabalho e fica impossibilitado de prosseguir. Nos demais casos, por exemplo, quando o preso resguardo desejo inequívoco de trabalhar, sabe-se que isto não é suficiente para remir a pena.
Outrossim, para fins de remição é necessária o cumprimento da jornada completa de trabalho, ou seja, não inferior a 6 horas e, se superior a 8 horas, o tempo excedente não aumentará o percentual de desconto na pena.
A punição por falta grave retira o direito ao tempo remido pelo condenado, iniciando-se novo período a partir da data da infração disciplinar.
Ainda, conforme veremos adiante, o tempo remido, nos termos do artigo 128, da LEP, será computado para fins de livramento condicional.
Em relação ao regime aberto temos que assinalar as seguintes características:1- REQUISITOS DO REGIME ABERTO
Para ingressar no regime aberto exige-se autodisciplina e senso de responsabilidade do condenado (art. 36, do CP), somente podendo ingressar nesse regime se estiver trabalhando ou comprovar a impossibilidade de fazê-lo, apresentar mérito e, principalmente, aceitar seu programa as condições impostas pelo Juiz.
O referido programa esta estabelecido em lei federal ou local para a prisão-albergue ou outra espécie de regime aberto.
2- CONDIÇÕES
Como vimos acima, um dos requisitos para o ingresso no regime aberto é a aceitação das condições impostas pelo juiz. Caso o condenado se recuse, expressamente, ou, pelo seu comportamento não aceite, não poderá ingressar no regime aberto.
As condições judiciais podem ser gerais e obrigatórias ou específicas.
As condições gerais e obrigatórias estão previstas na no art. 115, I a IV da LEP, as quais devem ser, obrigatoriamente, impostas pelo juiz, quais sejam:
i)                  Permanecer no local que for designado, durante o repouso nos dias de folga;
ii)               Sair para o trabalho e retornar nos horários fixados;
iii)            Não se ausentar da cidade onde reside, sem autorização judicial;
iv)              comparecer a Juízo, para informar e justificar as suas atividades, quando for determinado.
Além destas o juiz da execução, se quiser, poderá impor outras a seu critério, de caráter discricionário do Juízo da execução ou a requerimento do Ministério Publico, são as chamadas condições especiais, levando em consideração a natureza do delito, tais como, proibição de freqüentar determinados lugares (casas de bebida, reuniões, espetáculos, diversões); não trazer armas ou instrumentos capaz de ofender a integridade física de outrem etc ...
3 – PRISÃO DOMICILIAR
A Lei de Execução Penal apresenta esta modalidade de prisão, em que o condenado em cumprimento de pena em regime aberto pode recolher-se em sua própria residência ao invés da Casa do Albergado.
A prisão domiciliar pode ocorrer nos seguintes casos:
i) condenado maior de 70 anos;
ii) condenado acometido de doença grave;
iii) condenada gestante;
iv) condenada com filho menor ou deficiente físico ou mental.
São somente essas hipóteses legais que a lei autoriza a prisão domiciliar. Ou seja, a falta de vaga na Casa do Albergado ou a sua inexistência, em tese, não autoriza a prisão domiciliar. Por essa razão, nesses casos, o condenado deve se recolher em cadeia pública, não permanecendo em inteira liberdade (posição manifestada pelo STF).
O STJ, porém, vem se posicionando em sentido contrário sob argumento de que a LEP fixou o prazo de 6 meses, a contar de sua publicação, para que tivesse sido providenciada a aquisição ou desapropriação de prédios para instalação de casas do albergado em número suficiente (fundamento – parágrafo 2º, do art. 203, da LEP). Como passados os anos, praticamente, nada foi providenciado, conclui-se que o condenado não esta obrigada a arcar com a inércia do poder público.
01 – REGRESSÃO DE REGIME
Trata-se da volta do condenado ao regime mais rigoroso, por ter descumprido as condições impostas para ingresso e permanência no regime mais brando.
Embora a lei não admita a progressão por salto, a regressão por salto, ou seja, do aberto para o fechado, é cabível, do mesmo modo, a despeito da pena de detenção não comportar regime inicial fechado, este é perfeitamente cabível em caso de regressão.
A lei prevê as seguintes hipóteses de regressão:
i) prática de crime definido como crime doloso – em se tratando de delito culposo ou de contravenção, a regressão ficará a cargo do juiz da execução;
ii) prática de falta grave – nos termos do artigo 50, da LEP, a fuga é considerada falta grave, embora não tipifique crime, há violação de deveres disciplinares do preso, ensejando punição administrativa e autoriza a regressão de regime, já que o comportamento do condenado não se adequa ao regime aberto ou semi-aberto;
iii) sofrer condenação, por crime anterior, cuja pena, somada ao restante da pena em execução, torne incabível o regime;
iv) frustar os fins de execução, no caso de estar em regime aberto – qualquer conduta que demonstre incompatibilidade com o regime aberto, como por exemplo, o abandono de emprego;
A lei, ainda, menciona o não pagamento de multa cumulativa, no caso de regime aberto, porém, esta hipótese foi revogada pela Lei nº 9.268/96, que considerou multa como dívida de valor para fins de cobrança, sem qualquer possibilidade de repercutir negativamente no direito de liberdade do condenado.
02- SURPERVENIENCIA DE DOENÇA MENTAL
Nesses casos, o condenado deverá ser transferido para hospital de custódia e tratamento psiquiátrico e a pena poderá ser substituída por medida de segurança. Atenção! É caracterizado constrangimento ilegal a manutenção do condenado em cadeia pública quando for caso de medida de segurança.
03 – DETRAÇÃO PENAL
Trata-se do computo, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança do tempo cumprido de prisão provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em hospital de custódia e tratamento ou estabelecimento similar.
A detração é matéria de competência exclusiva do juízo daexecução, nos termos do artigo 66, III, c, da LEP. Não cabe, portanto, ao juiz da execução aplicá-la, desde logo, para poder fixar um regime inicial de cumprimento de pena mais brando. A decisão que concede a detração penal deve ser fundamentada, sob pena de nulidade, por força constitucional (artigo 93, IX, CF)
O computo da prisão provisória, ou seja, do tempo em que o réu esteve preso em flagrante, por força da prisão preventiva ou temporária ou mesmo de sentença condenatória recorrível ou de pronuncia é possível para fins de detração.
Hoje, diante da impossibilidade de conversão da pena de multa em detenção, não é possível a detração em pena de multa. Também, não é possível a detração em caso de sursis (suspensão condicional), pois o instituto resguarda a finalidade de impedir o cumprimento integral da pena privativa de liberdade. Assim, é impossível diminuir uma pena que nem sequer esta sendo cumprida.
Em relação a detração às penas restritivas de direito, há sólidos entendimentos que a admitem, na medida em que quando se mantém alguém preso para ser aplicada a pena não privativa de liberdade com mais razão ainda não deve se menosprezado o tempo de encarceramento do condenado.
Por fim, admite-se a detração do tempo de prisão provisória em relação ao prazo mínimo de internação, de sorte que, o exame de cessação da periculosidade, será feito após o decurso do prazo mínimo fixado, menos o tempo da prisão provisória.
02 – DIREITO À VIDA
É proteção constitucional. A vedação à pena capital constitui limitação material explicita ao poder de emenda – cláusula pétrea, núcleo constitucional intangível, nos termos do parágrafo 4º, inciso IV, do artigo 60, da Constituição Federal.
Considerando que a constituição veda a pena de morte, temos que o Estado deve garantir a vida do preso durante a execução da pena.
03 – DIREITO À INTEGRIDADE FÍSICA E MORAL
Esta garantido nos seguintes dispositivos:
        CF => inciso III, art. 5º. “Ninguém sera submetido a tortura nem a tratamento desumano e degradante” e inciso XLIX: “É assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral”
        LEP => artigo 3º e artigo 40 (imposição a todas autoridades o respeito à integridade física e moral dos presos condenados e provisórios)
        CP => artigo 38
04 – DIREITO À IGUALDADE
Esta garantido nos seguintes dispositivos:
        CF => inciso I e caput, artigo 5º; inciso IV, artigo 3º
        LEP => parágrafo único do artigo 2º (veda discriminações quanto ao preso provisório e aos condenados de outras jurisdições); parágrafo único, artigo 3º (veda distinção de natureza racial, social, religiosa ou política); XII, do artigo 41, da LEP (direito à igualdade de tratamento); artigo 42 (preso provisório possui os mesmos direitos que o preso já condenado).
05 – DIREITO À PROPRIEDADE
Trata-se de direito subjetivo de gozar, fruir, dispor do bem, oponível a todas as demais pessoais, nos termos do artigo 1228, do Código Civil. Possui previsão nos seguintes diplomas legais:
        CF => direito fundamental => incisos XXII, XXVII, XXVIII, XXIX e XXX, do artigo 5º e pressuposto do inciso II, do artigo 170.
        LEP => artigos 29, parágrafo 2º e 41, inciso IV.
06 – DIREITO À LIBERDADE DE PENSAMENTO E CONVICÇÃO RELIGIOSA
Também, previsto na LEP e na Constituição Federal, senão vejamos:
        CF => incisos IV, VI, VII, VIII e IX, do artigo 5º
        LEP => artigos 24 e parágrafos (o preso tem direito à assistência religiosa, mas nenhum preso poderá ser obrigado a participar de atividade religiosa ou culto)
07 – DIREITO À INVIOLABILIDADE DA INTIMIDADE, DA VIDA PRIVADA, DA HONRA E DA IMAGEM
Também, apresenta previsão nos seguintes diplomas legais, quais sejam:
        CF => inciso X do artigo 5º
        LEP => artigos 39, III (ser tratado com urbanidade pelos companheiros); artigo 41, VIII (proteção contra qualquer forma de sensacionalismo); artigo 41, XI (ser chamado pelo nome próprio)
08 – DIREITO DE PETIÇÃO AOS PODERES PÚBLICOS EM DEFESA DE DIREITOS OU CONTRA O ABUSO DE PODER
Esta disposto da seguinte forma:
        CF => incisos XXXIV, a e b, do artigo 5º (petição e representação, obtenção de certidões para defesa de direito, respectivamente)
        LEP => inciso XIV, do artigo 41 (representação e petição)
09 – DIREITO À ASSISTENCIA JURÍDICA
Também, garantido pela Constituição Federal e pela Lei de Execução Penal:
        CF => incisos LXXIV, do artigo 5º (o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita àqueles que comprovarem insuficiência de recursos)
        LEP => artigos 11, III; 15 e 16 e artigo 41, IX c/c artigo 7º, da Lei nº 8906/94.
10 – DIREITO À EDUCAÇÃO E À CULTURA
Esta previsto nos seguintes dispositivos:
        CF => artigo 205 e 215 (o Estado deve garantir a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional)
        LEP => artigos 11, IV (assistência educacional) e 17 a 21 (a assistência educacional compreende a formação profissional do preso e instrução escolar obrigatória de primeiro grau)
11 – DIREITO AO TRABALHO REMUNERADO
Esta previsto na Lei de Execução Penal.
        LEP => artigo 29 e parágrafos.
12 – DIREITO À INDENIZAÇÃO POR ERRO JUDICIÁRIO
Está previsto na Constituição Federal e no Código de Processo Penal.
        CF => artigo 5º, LXXV
        CPP => artigo 630
13- DIREITO À ALIMENTAÇÃO, VESTUÁRIO E ALOJAMENTO COM INSTALAÇÕES HIGIENCIAS.
Esta previsto nos artigos 12 e 13, da Lei de Execução Penal, para melhor memorizar, veja o esquema abaixo.
        LEP => artigos 12 e 13.
14 – DIREITO À ASSISTENCIA À SAUDE
Também, esta previsto na LEP em seu artigo 14 e respectivos parágrafos.
        LEP => artigo 14 e parágrafos.
15 – DIREITO À ASSISTENCIA SOCIAL
Esta previsto na Lei de Execução Penal em seu artigo 22.
        LEP => artigo 22.
16 – DIREITO À INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA
Está previsto na Lei de Execução Penal, na Constituição Federal e, também, no Código Penal.
        CF => artigo 5º, incisos, XLI, XLVI, XLVIII e L.
        LEP => artigos 5º; 6º; 8º; 9º; 19; 32; 33; 41, XII, parte final; 57; 82; 86; 110; 112; 114; 117; 120;121;122;125.
        CP => artigo 59
17 – DIREITO DE RECEBER VISITA
Esta previsto no artigo 41, da Lei de Execução Penal, porém, pode ser limitado por ato motivado do diretor do estabelecimento ou do juiz, não constituindo direito absoluto, nos termos do parágrafo único deste mesmo dispositivo.
18 – DIREITO POLÍTICOS
A condenação transitada em julgado acarreta a suspensão dos direitos políticos enquanto durarem seus efeitos. Esta conseqüência advinda do inciso III, do artigo 15, da Constituição Federal é auto executável, não sendo necessária norma regulamentadora. Outrossim, em se tratando de sursis, também, será aplicada a suspensão dos direitos políticos do condenado.
1 – CONCEITO DE PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
São penas autônomas, como as penas privativas de liberdade, constituindo, assim, efeito principal da condenação.
A doutrina, ainda, apresenta a característica de substitutivas, o que significa que só podem ser aplicadas em substituição, sendo possível perceber que os artigos da Parte Especial do Código Penal não cominam diretamente penas restritivas de direitos. Assim, para que seja aplicada, o juiz deve dosar a pena privativa de liberdade e, após, substituir por pena restritiva de direito.
O tempo de duração das penas restritivas de direito é o mesmo que o das penas privativas de liberdade, salvo a prestação de serviços à comunidade, com prazo superior a um ano, nos termos do parágrafo 4º, do artigo 46, do Código Penal, em que é permitido diminuir o período.
02 – CLASSIFICAÇÃO DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
Podem ser genéricas e especificas.
As penas restritivas de direito genéricas substituem as penas de qualquer crime. No que se refere às penas restritivas de direito especificas, temos que são aplicáveis somente a crimes determinados, ou seja, que exigem relação entre a espécie de crime e a espécie de pena.
03 – ESPECIES, REQUISITOS e APLICAÇÃOPara concessão das penas restritivas de direitos, é necessário verificar os seguintes requisitos cumulativo que são:
i)                  só se aplica a crime doloso se a prática ocorreu sem violência ou grave ameaça a pessoa, quando a pena privativa de liberdade aplicada não for superior a 4 anos;
ii)               qualquer que seja a pena, se o crime for culposo;
iii)            o condenado não poderá ser reincidente em crime doloso.
iv)              verificação da culpabilidade, antecedentes, conduta social e personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstancias do crime indiquem que seja suficiente sua substituição.
Cabe, ainda, realizar observação referente ao item iii) na medida em que a pena restritiva de direitos alcança o condenado primário bem como o beneficiado pela prescrição de reincidência (passados 5 anos do cumprimento da pena do crime anterior- veremos nas próximas aulas).
Contudo, a doutrina assinala exceção, pois ainda que reincidente, o juiz pode aplicar a substituição, desde que em face da condenação anterior, a medida seja recomendável e a reincidência não tenha se operado em virtude da prática do mesmo crime.
Além dos requisitos acima, deve-se atentar às regras de aplicação das penas restritivas de direito, de sorte que:
i)                   na condenação igual ou inferior a 1 ano, a substituição pode ser feita por uma de multa ou uma restritiva de direitos;
ii)                se superior a 1 ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e outra de multa ou, simplesmente, duas de multa
As penas restritivas de direitos podem ser:
i)                  prestação pecuniária –
Não confundir a prestação pecuniária que é espécie de pena restritiva de direitos com pena pecuniária, que se trata da multa.
Tem-se que a pena de multa é mais branda em relação à pena restritiva de direitos.
A prestação pecuniária consiste no pagamento de dinheiro à vítima, a seus dependentes ou entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz entre 1-360 salários mínimos.
O valor da prestação pecuniária será deduzido de eventual reparação civil.
Ainda, neste caso, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária poderá consistir em prestação de outra natureza, por alguns chamadas de prestação inominada, como algum serviço prestado pelo condenado diretamente à vítima.
ii)               perda de bens ou valores –
É mais ampla que a perda do produto do crime tratada no artigo 91, II, b, do CP, pois este último é considerado como efeito secundário da condenação.
Trata-se de pena que impõe ao condenado perda em favor do Fundo Penitenciário Nacional do montante que tem como teto o prejuízo causado ou a vantagem auferida com a prática criminosa.
O que diferencia da perda do produto do crime é que além da perda do patrimônio de origem ilícita, será possível alcançar o patrimônio lícito até o montante do prejuízo.
iii)            prestação de serviços à comunidade ou à entidades públicas –
É possível apenas nas condenações superiores a 6 meses de privação de liberdade.
Trata-se de atribuição ao condenado de tarefas gratuitas em escolas, hospitais, clubes, entidades assistenciais, etc.
As tarefas são gratuitas, isto é, não se admite remuneração.
O tempo de duração do trabalho segue proporção de uma hora de tarefas diárias por dia de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada de trabalho do condenado.
Nos termos do artigo 148, da LEP, o magistrado poderá adaptar as condições de cumprimento da pena de prestação de serviços à comunidade e da limitação de final de semana a qualquer tempo, de forma a tornar a sanção adequada às condições pessoais do condenado e aos programas disponíveis.
Caso a pena substituída seja superior a 1 ano, é facultado ao condenado cumprir a pena substituída em menor tempo, nos termos do artigo 55, do próprio Código Penal, de sorte que nunca seja inferior à metade da pena privativa de liberdade. Verificamos que, por vezes, é possível antecipar o termino da medida se lhe for conveniente.
iv)              limitação de fim de semana –
Consiste na obrigação do condenado em permanecer durante 5 horas aos sábados e 5 horas nos domingos em casa do albergado ou estabelecimento congênere a fim de ouvir palestras e participar de cursos ou outras atividades educativas.
v)                 interdições temporárias de direitos –
A respeito das penas restritivas de direitos consistentes na interdição temporária de direitos temos quatro, senão vejamos:
1ª) Proibição do exercício da função pública ou mandato eletivo – Essa interdição somente é aplicada nos crimes cometidos no exercício de função ou mandato, com violação dos deveres que lhe são inerentes.
Muita atenção!!! – Não confunda, a perda da função pública, que é efeito da condenação. A proibição é temporária, ao passo que a perda é definitiva. Temos que a proibição substitui a privação da liberdade, enquanto a perda pode vir cumulada com pena privativa de liberdade, pois é efeito secundário da pena, nos termos do artigo 56, do Código Penal.
2ª) Proibição de exercício de profissão, atividade ou oficio que dependa de habilitação especial, licença ou autorização do Poder Público - Só é aplicada nos crimes cometidos no exercício das referidas atividades com a quebra dos deveres que lhe são inerentes, nos termos previstos pelo Artigo 56, do Código Penal.
3ª) Suspensão de habilitação para dirigir veículo – É aplicada somente aos delitos culposos de transito. Não confundir com a perda da habilitação que é efeito secundário, e pode vir cumulada com a pena privativa de liberdade. A suspensão é aplicada somente aos delitos culposos de transito, nos termos do artigo 57, do Código Penal.
4ª) Interdição Temporária de Direitos – Consiste na proibição de freqüentar de determinados lugares que, em regra, vem especificados, ou de portar determinados objetos, recolher-se na residência após determinado horário, dentre outras.
03 – CONVERSÃO DA PENA RESTRITIVA DE DIREITOS EM PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE (PRD EM PPL)
Será obrigatória a conversão da pena restritiva de direitos à pena privativa de liberdade se sobrevier condenação à pena privativa de liberdade, se a nova condenação tornar incompatível o cumprimento da sanção substitutiva.
Se ainda for compatível, a conversão será simples faculdade do julgador, que apenas, com fundamentação suficiente poderá impor medida mais gravosa.
Prevalece que, exclusivamente, a condenação transitada em julgada, ou melhor, irrecorrível, permite a conversão.
Importante realizar uma observação. Em relação à prisão em flagrante temos duas posições a respeito da conversão. Há entendimentos que em razão da impossibilidade do cumprimento da medida a pena restritiva de direitos será revogada e, ao contrário, há quem entenda que o sujeito não pode ser prejudicado pela existência de um processo que é presumidamente inocente, sendo que a suspensão do cumprimento da pena restritiva de direitos, para esta ultima posição, seria a melhor solução.
Uma vez realizada a conversão, o juiz deverá fixar o regime inicial de cumprimento de pena.
O tempo de cumprimento da pena restritiva de direitos será descontado da pena total a ser cumprida, respeitado o saldo mínimo de 30 dias (Há entendimentos contrários a esta posição). Também, se a medida não for mensurável, por exemplo, pagamento de parte da prestação pecuniária, prevalece que a conversão deverá ser realizada mediante a utilização de critérios de equidade.
Outra hipótese de conversão da pena restritiva de direitos para pena privativa de liberdade ocorre quando há descumprimento da condição imposta ao condenado. Temos, ainda, que nesses casos, o contraditório do condenado deve ser resguardado pelo Juízo das Execuções.
01 – INTRODUÇÃO E APLICAÇÃO
A lei manda fixar o número de dias-multa e o valor do dias-multa, multiplicando-se um pelo outro, o resultado é o valor da multa a ser paga.
A lei menciona que o número de dias multa é entre 10 a 360.
Segundoa doutrina, são dois critérios que devem ser levados em consideração:
1º) gravidade do fato/ culpabilidade do autor;
2º) capacidade econômica, quanto mais rico, maior o n º de dias multa.
O valor de cada dia-multa também será fixado, vaiando de 1/30 até 5 salários mínimos. O valor de cada dia-multa é fixado de acordo com a capacidade econômica do condenado, tanto que pode ser aumentado até o triplo pelo mesmo critério.
O salário mínimo a ser levado em conta é o vigente na época do fato, nos termos do principio da anterioridade da pena.
A multa pode ser prevista na legislação de forma isolada, como nas contravenções penais ou ainda pode estar prevista de forma alternativa, ou seja, será imposta pena privativa de liberdade ou multa. Também, pode ser cumulada, ou seja, imposta pena privativa de liberdade e multa.
02 – MULTA VICARIANTE OU SUBSTITUTIVA
O juiz pode substituir a pena privativa de liberdade por pena de multa. Trata-se de beneficio ao agente.
Os requisitos para essa substituição são:
        pena aplicada igual ou inferior a 1 ano;
        não reincidência do condenado, ou, sendo, que não seja pelo mesmo delito e a medida seja recomendável frente à culpabilidade, antecedentes, conduta social, personalidade do condenado, motivos e demais circunstancias do fato.
03 – CUMULAÇÃO DE MULTAS
Quando a pena privativa de liberdade é substituída por outra pena de multa, mas como proceder a aplicação da pena se além da pena privativa de liberdade (convertida em multa) for fixada outra pena de multa (em decorrência do tipo penal, por exemplo)?
A respeito do assunto, existem duas posições a serem comentadas, senão vejamos:
1ª posição) As duas multas serão somadas. Aplica-se as duas penas, quais sejam a de multa originária cumulativa com a pena privativa de liberdade substituída, já que possuem natureza distinta. Essa posição é majoritária.
2ª posição) Absorve. Com a aplicação de tão somente uma multa estarão alcançadas as finalidades da pena, e a dupla valoração da culpabilidade e da capacidade financeira do sujeito implicaria resultado exagerado e injustificável.
A Súmula 171, do STJ prevê que não cabe substituição da multa quando a lei prevê pena privativa de liberdade cumulada com multa, se o crime estiver previsto na legislação especial. Apesar da súmula os Tribunais Estaduais costumam permitir a substituição, mesmo no caso de lei especial.
O não pagamento da pena de multa não permite sua conversão em detenção, sendo considerada dívida de valor, sendo-lhe aplicadas as regras relativas à dívida ativa da Fazenda Pública.
1 – INTRODUÇÃO – ELEMENTARES E CIRCUNSTANCIAS EM APLICAÇÃO DA PENA.
Para fins de fixação da pena devemos levar em consideração as elementares e as circunstancias, já que o artigo 68, do Código Penal, dispõe que:
“A pena-base será fixada atendendo-se ao critério do artigo 59 deste Código, em seguida serão consideradas as circunstancias atenunantes e agravantes, por último as causas de diminuição de pena.”
Dessa forma, cumpre, neste primeiro momento, analisar o que são elementares, o que são circunstancias agravantes e atenuantes.
02 – ELEMENTARES
As elementares consistem em componentes essências à figura típica, sem o qual ou o crime desaparece – atipicidade absoluta – ou o crime se transforma em outro – atipicidade relativa. As elementares sempre se encontram no tipo básico, que é o caput do tipo incriminador.
03 – CIRCUNSTANCIAS
As circunstancias consistem em todo dado acessório, secundário e eventual à figura típica, cuja ausência não influi de forma alguma sobre a sua existência. Tem a função de agravar ou abrandar a sanção penal, situam-se, em regra, nos parágrafos do tipo incriminador.
04 – CLASSIFICAÇÃO DAS CIRCUNSTANCIAS:
As circunstancias possuem duas classificações muito importantes.
Ou são classificadas quanto à incidência, podendo ser: objetivas e subjetivas, ou são classificadas quanto à sua natureza, podendo ser: judiciais ou legais.
05 – CLASSIFICAÇÃO DAS CIRCUNSTANCIAS QUANTO À SUA INCIDENCIA.
As circunstancias, segundo este critério, podem ser:
a)     objetivas: quando dizem respeito a aspectos objetivos do fato típico, tais como, condição de tempo, lugar, modo de execução e outras relacionadas ao delito.
b)     subjetivas: relacionam-se ao agente, e não ao fato concreto. São exemplos de circunstancias subjetivas: personalidade, antecedentes, conduta social, motivos determinantes, relação do agente do crime com a vítima.
05 – CLASSIFICAÇÃO DAS CIRCUNSTANCIAS QUANTO À SUA NATUREZA:
As circunstancias, segundo este critério, podem ser:
a)     judiciais: não estão na lei, mas são fixadas livremente pelo magistrado de acordo com os critérios fornecidos pelo artigo 59, do Código Penal.
b)     legais: estão expressamente discriminadas na lei, podendo ser:
b.1) legais gerais – São aquelas previstas na parte geral do Código Penal, quais sejam, agravantes (artigos 61 e 62, do CP), atenuantes (artigo 65, do CP) e causas de aumento e de diminuição previstas na parte gerais do CP.
b.2) legais especiais – São aquelas previstas na parte especial do Código Penal, quais sejam, causa de aumento e de diminuição e as qualificadoras.
As qualificadoras estão sediadas em parágrafos dos tipos incriminadores e tem por função alterar os limites da pena.
Em contrapartida, tanto as causas de aumento e de diminuição geral como especifica aumentam ou diminuem a pena de acordo com que já estiver pré fixado em lei.
Nas aulas seguintes estudaremos cada uma das circunstancias acima e sua incidência no sistema de aplicação da pena.
01 – INTRODUÇÃO DA 1ª FASE DE APLICAÇÃO DA PENA
Nesta fase consideram-se as circunstancias judiciais, também conhecidas por circunstancias inominadas, uma vez que não são elencadas exautivamente pela lei, que apenas fornece parâmetros para sua identificação (artigo 59,CP).
Ficam a cargo da análise discricionária do juiz, diante de determinado agente avaliar as características do caso concreto.
Nos termos do inciso II, do artigo 59, parte final, nessa 1ª fase de fixação da pena, o juiz jamais poderá sair dos limites legais, não podendo reduzir aquém do mínimo, tampouco aumentar além do máximo (Súmula 231, STJ). Da mesma sorte, a lei não menciona quanto o juiz deve aumentar ou diminuir em cada circunstancia, sendo esse quantum de livre apreciação do juiz.
Vamos, nesta aula, analisar cada uma das circunstancias mencionadas pelo artigo 59, do Código Penal, senão vejamos:
02 – CULPABILIDADE
Na verdade, a expressão empregada pelo legislador é infeliz, na medida em que culpabilidade é sinônimo de reprovação e pressuposto de aplicação da pena, o que, na verdade, se pretende com este dispositivo é se referir ao “grau de culpabilidade” para fins da dosimetria da pena.
A doutrina menciona que, diante do aspecto, teríamos que analisar a intensidade do dolo e da culpa – embora componentes da conduta, pela regra – os atos exteriores da conduta, do fim almejado e dos conflitos internos do réu, de acordo com sua consciência valorativa e os conceitos éticos e morais da coletividade.
03 - ANTECEDENTES
Tratam-se dos antecedentes criminais, envolvimentos em inquéritos e processos crimes antes de sua condenação. Os delitos praticados posteriormente não caracterizam os maus antecedentes.
Para auferir os antecedentes criminais não basta referencias inscritas nas folhas de antecedentes expedida pelo Instituto de Identificação da Secretaria de Segurança Pública. Exige-se certidão cartorária, nos termos do disposto no artigo 155, do CP.
04 – CONDUTA SOCIAL
Tratam-se das atividades relacionadas ao trabalho, relacionamento familiar e social, qualquer outro comportamento dentro da sociedade.
05 – PERSONALIDADE
É a índole do agente, seu perfil psicológico e moral. Devem ser avaliados a influencia do meio sobre o agente do crime, traumas de infância, nível de irritabilidade e periculosidade, maior ou menor sociabilidade, brutalidade incomum.
06 – MOTIVOS DO CRIME
São os precedentes psicológicos propulsores da conduta. A maior ou menor aceitação ética

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