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RIN - Redes Industriais Capítulo 3 Rede DeviceNet Profª. Bruna A. Fernandes RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 2 Conteúdo 3.1. Introdução ................................................................................................................................................ 4 3.2. Métodos de comunicação ........................................................................................................................ 5 3.3. Descrição da rede DeviceNet ................................................................................................................... 6 3.3.1. Características ...................................................................................................................................... 6 3.3.2. Meio Físico .......................................................................................................................................... 6 3.3.3. Topologia ............................................................................................................................................. 7 3.3.4. Número de estações ativas ................................................................................................................... 9 3.3.5. Endereçamento ..................................................................................................................................... 9 3.3.6. Taxa de comunicação ......................................................................................................................... 11 3.3.7. Cabos DeviceNet................................................................................................................................ 11 3.4. Projeto de rede DeviceNet ..................................................................................................................... 14 3.4.1. Comprimento dos cabos ..................................................................................................................... 14 3.4.2. Cálculo da queda de tensão ................................................................................................................ 15 3.4.3. Posicionamento da fonte .................................................................................................................... 18 3.4.4. Extensão da rede ................................................................................................................................ 21 3.4.5. Múltiplas Fontes de Alimentação ...................................................................................................... 21 3.5. Aterramento da rede .............................................................................................................................. 23 3.5.1. Entrada dos cabos nos equipamentos ................................................................................................. 23 3.5.2. Borne de dreno ................................................................................................................................... 23 3.5.3. Verificação e aterramento da blindagem ........................................................................................... 23 3.5.4. Blindagem com múltiplas fontes ........................................................................................................ 24 3.5.5. Blindagem de instrumentos de campo ............................................................................................... 25 3.6. Componentes da rede ............................................................................................................................. 25 3.6.1. Fonte de Alimentação ........................................................................................................................ 25 3.6.2. Distribuidor de alimentação ............................................................................................................... 26 3.6.3. Resistores de terminação .................................................................................................................... 26 3.6.4. Distribuidor de rede ........................................................................................................................... 27 3.7. Análise temporal da rede ....................................................................................................................... 28 3.7.1. Protocolo DeviceNet .......................................................................................................................... 28 3.7.2. Estrutura (frame) de dados CAN ....................................................................................................... 28 RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 3 3.7.3. Erros de Comunicação ....................................................................................................................... 30 3.7.4. Grupos de Mensagens ........................................................................................................................ 31 3.7.5. Mensagens .......................................................................................................................................... 31 3.8. Software ................................................................................................................................................. 32 3.8.1. Conversor DeviceNet / RS232 ........................................................................................................... 32 3.8.2. Visão geral RSLinx ............................................................................................................................ 33 3.8.3. Visão geral RSNetworx ..................................................................................................................... 35 3.8.4. Instalando EDS .................................................................................................................................. 36 3.8.5. Modo On / Off line............................................................................................................................. 38 3.8.6. Scanner DeviceNet ............................................................................................................................. 39 3.9. Manutenção ............................................................................................................................................ 42 3.9.1. Led de Sinalização ............................................................................................................................. 42 3.9.2. Display do Scanner ............................................................................................................................ 43 3.9.3. Novo Equipamento na Rede .............................................................................................................. 44 3.10. Bibliografia ............................................................................................................................................ 44 RIN – Conceitos iniciaisProfª. Bruna A. Fernandes 4 3.1. Introdução DeviceNet é um rede digital, multi-drop para conexão entre sensores, atuadores e sistema de automação industrial em geral. Ela foi desenvolvida para ter máxima flexibilidade entre equipamentos de campo e interoperabilidade entre diferentes vendedores. Apresentado em 1994 originalmente pela Allen-Bradley, o DeviceNet teve sua tecnologia transferida para a ODVA em 1995. A ODVA (Open DeviceNet Vendor Association) é uma organização sem fins lucrativos composta por centenas de empresas ao redor do mundo que mantém, divulga e promove o DeviceNet e outras redes baseadas no protocolo CIP (Common Industrial Protocol). Atualmente mais de 300 empresas estão registradas como membros, sendo que mais de 800 oferecem produtos DeviceNet no mundo todo. A rede DeviceNet é classificada no nível de rede chamada devicebus, cuja características principais são: alta velocidade, comunicação a nível de byte englobando comunicação com equipamentos discretos e analógicos e alto poder de diagnostico dos equipamentos da rede. A tecnologia DeviceNet é um padrão aberto de automação com objetivo de transportar 2 tipos principais de informação: • Dados cíclicos de sensores e atuadores, diretamente relacionados ao controle e, • Dados acíclicos indiretamente relacionados ao controle, como configuração e diagnóstico. Os dados cíclicos representam informações trocadas periodicamente entre o equipamento de campo e o controlador. Por outro lado, os acíclicos são informações trocadas eventualmente durante configuração ou diagnóstico do equipamento de campo. A camada física e de acesso da rede DeviceNet é baseada na tecnologia CAN (Controller Area Network) e as camadas superiores no protocolo CIP, que define uma arquitetura baseada em objetos e conexões entre eles. O CAN originalmente foi desenvolvido pela BOSCH para o mercado de automóvel Europeu para substituir os caros chicotes de cabo por um cabo em rede de baixo custo em automóveis. Posteriormente adaptada ao uso industrial devido ao excelente desempenho alcançado, pois em um automóvel temos todas as características críticas que se encontram em uma indústria, como: alta temperatura, umidade, ruídos eletromagnéticos, ao mesmo tempo em que necessita de alta velocidade de resposta, e confiabilidade, pois o airbag e o ABS estão diretamente envolvidos com o risco de vidas humanas. Uma rede DeviceNet pode conter até 64 dispositivos onde cada um ocupa um nó na rede, endereçados de 0 a 63. Qualquer um destes pode ser utilizado. Não há qualquer restrição, embora se deva evitar o endereço 63, pois este costuma ser utilizado para fins de comissionamento. RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 5 Figura 3. 1 - Aplicações da rede DeviceNet 3.2. Métodos de comunicação O conceito de produtor - consumidor foi adotado pela rede DeviceNet, sendo que um elemento “produz” a informação no barramento e os elementos que necessitam desta informação a “consomem”, diferentemente da maioria dos protocolos em que a comunicação é única e exclusivamente entre dois elementos. Do ponto de vista prático, esta forma de comunicação é mais flexível, pois dependendo da natureza da informação a ser trocada, pode-se optar pela forma mais adequada, otimizando o barramento no que diz respeito ao tráfego. A rede DeviceNet utiliza este conceito e aplica as várias formas de comunicação dependendo da função a ser realizada pelos equipamentos. O conceito produtor - consumidor visa eliminar troca de informações desnecessárias, e utiliza métodos de comunicação apropriados tais como: polled, bit-strobed, change-of-state e cyclic. • Polled: método de comunicação em que o mestre envia um telegrama a cada um dos escravos da sua lista (scanlist). Assim que recebe a solicitação, o escravo responde prontamente a solicitação do mestre. Este processo é repetido até que todos sejam consultados, reiniciando o ciclo; • Bit-strobe: método de comunicação onde o mestre envia para a rede um telegrama tipo multicast, contendo 8 bytes de dados. Cada bit destes 8 bytes representa um escravo que, se endereçado, responde um após o outro de acordo com o programado. Portanto temos uma requisição geral do mestre e respostas individuais de cada escravo strobed; • Change of State: método de comunicação onde a troca de dados entre mestre e escravo ocorre apenas quando houver mudanças nos valores monitorados/controlados, até um certo limite de tempo. Quando este limite é atingido, a transmissão e recepção ocorrerão mesmo que não tenha havido alterações. A configuração desta variável de tempo é feita no programa de configuração da rede; RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 6 • Cyclic:outro método de comunicação muito semelhante ao anterior. A única diferença fica por conta da produção e consumo de mensagens. Neste tipo, toda troca de dados ocorre em intervalos regulares de tempo, independente de terem sido alterados ou não. Este período também é ajustado no software de configuração de rede. Este método tem grande utilização em aplicações onde a variação de determinado ponto não necessita de atualização instantânea; 3.3. Descrição da rede DeviceNet 3.3.1. Características • Topologia baseada em tronco principal com ramificações. O tronco principal deve ser feito com o cabo DeviceNet grosso, e as ramificações com o cabo DeviceNet fino ou chato. Cabos similares podem ser usados desde que suas características elétricas e mecânicas sejam compatíveis com as especificações dos cabos padrão DeviceNet. • Permite o uso de repetidores, bridges, roteadores e gateways. • Suporta até 64 nós, incluindo o mestre, endereçados de 0 a 63 (MAC ID). • Cabo com 2 pares: um para alimentação de 24V e outro para comunicação. • Inserção e remoção a quente, sem perturbar a rede. • Suporte para equipamentos alimentados pela rede em 24V ou com fonte própria. • Uso de conectores abertos ou selados. • Proteção contra inversão de ligações e curto-circuito. • Alta capacidade de corrente na rede (até 16 A). • Uso de fontes de alimentação de prateleira. • Diversas fontes podem ser usadas na mesma rede atendendo às necessidades da aplicação em termos de carga e comprimento dos cabos. • Taxa de comunicação selecionável: 125, 250 e 500 kbps. • Comunicação baseada em conexões de E/S e modelo de pergunta e resposta. • Diagnóstico de cada equipamento e da rede. • Transporte eficiente de dados de controle discretos e analógicos. • Detecção de endereço duplicado na rede. • Mecanismo de comunicação extremamente robusto a interferências eletromagnéticas. 3.3.2. Meio Físico O meio físico da rede DeviceNet utiliza dois pares de fios, um deles para a comunicação e o outro para alimentação em corrente contínua dos equipamentos. Os sinais de comunicação utilizam uma técnica de tensão diferencial para reduzir o efeito de indução e ruídos eletromagnéticos. A alimentação em corrente contínua é de 24V. RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 7 Figura 3. 2 - Meio Físico DeviceNet 3.3.3. Topologia Topologia é o termo adotado para ilustrar a forma de conexão física entre os participantesda rede, e exigem vários tipos, mas nem todos são aplicáveis a rede DeviceNet. A figura abaixo ilustra as topologias utilizadas. Figura 3. 3 - Topologias DeviceNet RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 8 • Ramos É a configuração básica da rede DeviceNet, onde existe um cabo principal, também chamado de linha tronco, e derivações que podem ser efetuadas por conectores ou caixas de distribuição, utilizando-se cabo de menor secção. Existe um limite no comprimento do cabo tronco, juntamente com um limite pequeno para as derivações e também um limite geral que compreende a soma do comprimento de todas as derivações. • Árvore A topologia em árvore pode ser executada utilizando-se caixas de distribuição onde o troco principal da rede entra e sai, e as derivações são interligadas aos equipamentos. Não existe um limite para o número de derivações, mas somente um máximo de estações ativas que se comunicam na rede. • Linha Nada impede que o cabo principal da rede entre e saia dos equipamentos formando uma rede em linha, mas deve-se atentar para o detalhe que na necessidade de substituição de um equipamento causará a interrupção dos outros equipamentos subsequentes. Figura 3. 4 - Topologias não permitidas na rede DeviceNet • Anel e Estrela Não é permitida a implementação da rede DeviceNet em anel, pois a forma de propagação dos sinais digitais na rede necessita de terminadores. A aplicação em estrela não é permitida, não tendo aplicação prática, pois não elimina a conexão de cada equipamento ao PLC. RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 9 3.3.4. Número de estações ativas A rede DeviceNet pode ter 64 equipamentos ativos, que utilizam o barramento para se comunicar, endereçados de 0 a 63. Deve-se ressaltar que este número significa 64 equipamentos com comunicação CAN ligados ao mesmo meio físico. No entanto deve-se observar que as caixas de derivação não ocupam nenhum endereço na rede e os módulos de I/O, muitas vezes independentemente do número de entrada e saídas ocupa somente um endereço. Figura 3. 5 - Endereços DeviceNet Sugere-se a utilização de no máximo 61 equipamentos e deixando os seguintes endereços livres ao se fazer um novo projeto: • 0 para o scanner; • 62 para a interface microcomputador-rede • 63 para novos equipamentos que venham a ser inclusos Nota: segundo os padrões DeviceNet os equipamentos novos saem de fábrica com o endereço 63. 3.3.5. Endereçamento O endereçamento via hardware normalmente utiliza duas chaves rotativas que diretamente indicam o endereço do equipamento ou podem utilizar chaves Dip-Switch que utiliza o endereçamento binário. No endereçamento binário os bits significam: Bit 0 representa 20= 1, quanto ativo se soma: +1 Bit 1 representa 21= 2, então se soma: +2 Bit 2 representa 22= 4, então se soma: +4 Bit 3 representa 23= 8, então se soma: +8 Bit 4 representa 24= 16, então se soma: +16 Bit 5 representa 25 = 32, então se soma: +32 Para se obter o endereço devem-se somar todos os bits ativos, exemplo: - Ativam-se os bits 0, 2 e 4, para somar: 1+ 4 +16 = 21 RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 10 - Ativam-se os bits 1 e 3, para somar: 2 + 8 = 10 Figura 3. 6 - Dip-Switch de endereçamento A tabela a seguir ilustra todas as combinações possíveis para os endereços DeviceNet utilizando a chave Dip- Switch Tabela 1 – Tabela de endereços RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 11 Existe a possibilidade de se fazer o endereçamento do equipamento via software, para tanto se deve utilizar o software RSNetWorx. 3.3.6. Taxa de comunicação A taxa de comunicação é a velocidade com que os dados são transmitidos no barramento da rede, e quanto maior a velocidade, menor é o tempo de varredura da rede, mas em contra partida menor é o comprimento máximo dos cabos. As taxas de comunicação possíveis na rede DeviceNet são 125Kbps, 250Kbps e 500Kbps. Na grande maioria das aplicações, a velocidade ideal é de 125 kbps, pois gera a melhor relação custo/benefício, devido à possibilidade da instalação de mais equipamentos, pois permite o maior comprimento de cabo possível. A taxa de transmissão pode ser configurada via hardware (chaves Dip- Switch) ou via software, normalmente da mesma forma que o endereço DeviceNet. Importante: Em uma mesma rede DeviceNet, todos os equipamentos devem estar configurados para a mesma taxa de comunicação, caso contrário provavelmente o funcionamento de toda a rede será interrompido. 3.3.7. Cabos DeviceNet Os cabos para redes DeviceNet possuem dois pares de fios, um para alimentação 24Vcc e outro para a comunicação digital. São normalizados e possuem especificações rígidas que garantem o funcionamento da rede nos comprimentos pré-estabelecidos. As especificações determinam também as cores dos condutores, que seguem a tabela abaixo para sua identificação: Condutor Função VM - vermelho - RD positivo 24Vcc BR - branco - WH comunicação (CAN-H) DN - dreno dreno (GND) AZ - azul - BL comunicação (CAN-L) PR - preto - BK negativo 24Vcc Tabela 2 - Função dos fios • Composição do Cabo Redondo O cabo DeviceNet redondo é composto por um par de fios de alimentação 24Vcc (VM e PR) envolvido por uma fita de alumínio, e um par de fios para comunicação (BR e AZ) também envolvido por uma fita de alumínio. Existe também um fio de dreno (sem capa plástica), que está eletricamente conectado a malha trançada externa do cabo, que cobre 65% da superfície. RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 12 Figura 3. 7 - Cabo Redondo • Cabo grosso O cabo DeviceNet grosso, também conhecido como Trunk Cable, possui um diâmetro externo de 12,5mm, com capa de PVC ou em casos especiais em PU. Observe que devido à formação e o diâmetro externo, o cabo é pouco flexível e dificulta as manobras. Figura 3. 8 - Cabo grosso • Cabo fino O cabo DeviceNet fino, também conhecido como Thin Cable ou Drop Cable, possui um diâmetro externo de 7mm, com capa de PVC ou em casos especiais em PU. Devido ao menor diâmetro, o cabo fino possui uma maior facilidade de manobra, mas ainda requer alguns cuidados. RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 13 Figura 3. 9 - Cabo fino • Características dos cabos A tabela abaixo apresenta as características básicas dos cabos DeviceNet. Tabela 3 - Características dos cabos • Comprimento dos cabosA tabela abaixo apresenta os comprimentos máximos dos cabos em função da taxa de comunicação adotada para a rede, observe que quanto maior o cabo maior sua indutância e capacitância distribuída que atenua os sinais digitais de comunicação: Tabela 4 - Comprimentos do cabo X Taxa de comunicação Os limites nos comprimentos dos cabos foram tecnicamente determinados e normalizados e devem ser rigorosamente respeitados, para que haja garantia do funcionamento adequado da rede. Se os limites forem extrapolados, a rede pode inicialmente funcionar, porém, intermitentemente podem ocorrer quedas na comunicação devido a transitórios e instabilidades devido ao baixo nível no sinal diferencial de comunicação. Portanto deve-se tomar o máximo cuidado desde o projeto até a instalação. RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 14 3.4. Projeto de rede DeviceNet A instalação de redes sem um pré-projeto, levam a frustrantes resultados operacionais, quando funcionam, e muitas vezes de difícil correção, pois normalmente os fundamentos básicos não foram observados. A rede DeviceNet, bem como as demais redes industriais dependem de um projeto antecipado, onde todas as condições de contorno são avaliadas. Nos próximos itens estaremos avaliando um projeto através de um exemplo prático da instalação de uma rede com monitores de válvulas como um único equipamento de campo para facilitar os cálculos. O monitor de válvulas é um instrumento muito utilizado em rede e possui duas entradas digitais que sinalizam o estado aberto e fechado da válvula e através de uma saída aciona uma válvula solenóide que comanda a abertura da válvula. Estamos supondo que o monitor é alimentado pela rede DeviceNet e consome 0,5 A, mas na prática a avaliação da corrente de consumo deve ser utilizada como o valor real de cada um dos instrumentos presentes na rede. 3.4.1. Comprimento dos cabos Nos exemplos a seguir estamos considerando que a rede irá operar na taxa de 125KBits/s e os limites dos cabos de acordo com a tabela anterior. Figura 3. 10 - Exemplo de rede DeviceNet • Foram utilizados 169m de cabo grosso atendendo os requisitos para a velocidade de 125KBits/s (até 500m). • Para o cabo fino devem-se fazer duas avaliações, o comprimento máximo para as derivações que é de 6m independentemente da taxa de comunicação selecionada para a rede, o que o nosso exemplo está atendendo e a soma de todas as derivações, que tem um valor de 27m se enquadrando no limite de 156m, previsto para a rede em 125KBits/s. RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 15 3.4.2. Cálculo da queda de tensão Imprescindível na implementação de uma rede DeviceNet é a avaliação da queda de tensão ao longo da linha, que é ocasionada pela resistência do cabo submetida a corrente de consumo dos equipamentos alimentados pela rede. Quanto maior o comprimento da rede, maior o número de equipamentos e mais elevado o consumo dos instrumentos de campo, mais elevadas serão as quedas de tensões podendo inclusive não alimentar adequadamente os mais distantes. Outro ponto a considerar é o posicionamento da fonte de alimentação na rede, que quanto mais longe do centro de carga maior será a queda de tensão. Segundo as especificações da rede DeviceNet admite-se uma queda de tensão máxima de 4,65V, ou seja, nenhum elemento ativo deve receber uma tensão menor do 19,35V entre os fios VM e PR. Lembramos, no entanto, de que na prática a restrição é maior ainda, pois as cargas ligadas aos módulos de saída on/off normalmente admitem uma variação de 10%, ou seja não poderiam receber tensão menor do que 21,6V. Udevices ≥ 21,6 V Existem alguns meios para esta avaliação, e o primeiro seria medir as quedas em todos os equipamentos ativos com a rede energizada e todas as cargas ligadas, lembramos que esta não é a melhor forma de se analisar o problema, pois as modificações implicam normalmente em alterações na instalação já realizada. Outros meios como: gráficos, programas de computador estão disponíveis, mas para uma análise precisa sugerimos o cálculo baseado na lei de ohm, conforme exemplificado a seguir. • Cálculo das correntes Para se determinar qual o valor de tensão que irá chegar aos equipamentos de campo, primeiramente devemos determinar as correntes nos trechos dos cabos, baseado na corrente de consumo dos equipamentos e pela lei de Kirchoff: “A somatória das correntes que chegam em um nó é igual a somatória das correntes que saem do mesmo”. Figura 3. 11 - Cálculo das correntes RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 16 Analisando-se os diversos pontos (nós) obtemos as correntes descritas abaixo e indicadas na figura anterior: Note que iniciamos o levantamento pelo ponto mais distante da fonte, pois para determinarmos o valor de corrente que deve chegar a cada nó temos que saber qual o valor de corrente que saí do mesmo. Ponto E: 1,0A - No ponto E temos a soma das correntes consumidas pelos equipamentos com endereço 25 e 62. Ponto D: 1,5A - A corrente que sai ao ponto D, vinda da fonte de alimentação, irá alimentar os equipamentos 16, 62 e 25 resultando em 1,5A. Ponto C: 2,0A - Acrescenta-se ao anterior o consumo do elemento 53. Ponto B: 2,5A - Neste ponto teremos mais 0,5A do equipamento 51. Ponto A: 3,0A - Como todos os equipamentos possuem o mesmo consumo, acrescentamos mais 0,5A do monitor de válvulas do endereço 2, ponto A. Fonte: 3,0A - Finalmente o consumo requerido da fonte será de 3,0A. Nota 1: para este cálculo despreza-se a corrente consumida pelo scanner do PLC, pois o consumo baixo não influencia nos cálculos. Nota 2: O valor apresentado do consumo dos monitores de válvulas de 0,5A é um valor didático para simplificar os cálculos, o valor real de uma solenóide “low power” é da ordem de 0,05A. • Cálculo das quedas de tensão Os cálculos das quedas de tensão serão baseados na Lei de Ohm, aplicada a cabos onde o valor da resistência depende do comprimento do cabo: U = R x I e Rc = ρ x L U = ρ x L x I Sendo: U = tensão em Volts R = resistência em Ohms I = corrente em Amperes e: Rc = resistência equivalente do cabo em Ohms r = resistividade do cabo utilizado em Ohms/Metro L = comprimento do cabo em Metros A tabela abaixo apresenta o resultado da fórmula para queda de tensão no cabo, considerando a resistividade específica de cada modelo: Tabela 5 - Resistividade do cabo RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 17 Aplicando-se a fórmula para o nosso exemplo abaixo temos: Figura 3. 12 - Cálculo das tensões Fonte: Partindo-se da fonte de alimentação com a tensão nominal de 24Vcc, temos nos pontos seguintes: UA = 21,75V: A corrente de 3,0A sobre o lance de 50 metros de cabo grosso: U = 0,015Ω/m x 50m x 3A = 2,25V :. UA = 24V - 2,25V = 21,75V UB = 21,19V: O trecho AB de 15m está submetido a corrente de 2,5A: U = 0,015 Ω/m x 15m x 2,5A = 0,56V:.UB = 21,75V - 0,56V = 21,19V UD e UF = 20,92V: Supomos que a distância D até F é desprezível, então teremos apenas um subtrecho de 9m submetido a 2,0A: U = 0,015 Ω/m x 9m x 2A = 0,27V :. UD e UF = 21,19V - 0,27V = 20,92V UH = 19,50V: No trecho final com 95m e corrente de 1A, temos: U = 0,015 Ω/m x 95m x 1A = 1,42V :.UH = 20,92V - 1,42V = 19,50V Apesar dos cálculos acima ainda não representarem a tensão que efetivamente chega aos equipamentos, já se pode verificar que a tensão no fim da linha está muito perto do mínimo requerido (19,35V). • Tensão nos equipamentos Analogamente iremos aplicar a mesma Lei de Ohm para as derivações observando que a resistividade do cabo fino das derivações é maior do que a do cabo grosso. RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 18 Figura 3. 13 - Tensões nos equipamentos UC = 20,98V: A derivação da linha tronco até o equipamento C é de 6m: U = 0,069 Ω /m x 6m x 0,5A = 0,21V :. UC = 21,19V - 0,21V = 20,98V UE = 20,71V: A queda de tensão nesta derivação será a mesma, pois o comprimento também é de 6m e a corrente de 0,5A, portanto: U = 0,069 Ω /m x 6m x 0,5A = 0,21V :. UE = 20,92V - 0,21V = 20,71V UG = 20,71V: O mesmo acontece com a derivação FG (desprezando-se a distância entre o trecho DF: U = 0,21V :. UG = 20,71V UI = 19,36V: No trecho de 2m temos a corrente de 1A: U = 0,069 Ω /m x 2m x 1A = 0,14V :.UI = 19,50V - 0,14V = 19,36V UJ = 19,22V: No trecho restante de 4m temos somente 0,5A: U = 0,069 Ω /m x 4m x 0,5A = 0,14V :.UJ = 19,36V - 0,14V = 19,22V Desta forma, podemos concluir que o ponto J apresenta tensão menor do que 19,35V e irá apresentar problemas de alimentação. Observe também que os pontos C, E, G, I e H não acionarão corretamente suas bobinas solenóides que admitem uma queda de tensão máxima de 10%, ou seja, funcionam bem com até 21,6V. OBS: não adianta aumentar a capacidade da fonte, que não trará nenhum efeito na queda de tensão na rede, e no nosso exemplo uma fonte de 3A ou 50A não resolveria o problema. 3.4.3. Posicionamento da fonte Como pudemos verificar no exemplo anterior, quanto maior for o comprimento dos cabos maior será a queda de tensão e uma maneira simples de diminuir significativamente a queda de tensão é a mudança da fonte de alimentação externa. RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 19 O ponto ideal para a colocação da fonte de alimentação na rede é o mais próximo possível do centro de carga, ou seja, no trecho da rede que mais consome. Normalmente não se deve instalar a fonte junto ao PLC, pois geralmente está localizado longe do primeiro equipamento de campo. • Recalculo das correntes Para melhor visualização iremos a seguir refazer os cálculos das quedas de tensão reposicionando-se a fonte e os cálculos seguem o mesmo raciocínio adotado anteriormente: Figura 3. 14 - Recalculo das correntes Ponto H: 1,0A - No ponto H temos a soma das correntes consumidas pelos equipamentos J e I, nada mudou. Ponto F: 1,5A - A corrente que sai ao ponto F, vinda da fonte de alimentação, irá alimentar os equipamentos G, H e I resultando em 1,5A. Ponto D: 2,0A - Acrescenta-se ao anterior o consumo do elemento E, e sem mudanças até este ponto. Ponto B: 1,0A - Neste ponto observamos uma redução, através do ponto B passa a corrente somente, dos equipamentos A e C com total de 1A. Ponto A: 0,5A - No ponto A, circula somente 0,5A e o trecho até o PLC somente alguns mA que são desprezíveis para os nossos cálculos. Note que o valor de corrente fornecido pela fonte não se alterou com relação ao exemplo anterior, porém não temos nenhum trecho da rede com a corrente total de 3A, ao contrário do exemplo anterior. • Recalculo das tensões Seguindo o mesmo procedimento: RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 20 Figura 3. 15 - Recalculo das tensões UD = 24,00V: Ponto de entrada da fonte de alimentação. UE = 23,79V: Queda de somente 0,5A do equipamento E no cabo fino de 6m: U = 0,069 Ω /m x 6m x 0,5A = 0,21V :.UE = 24V - 0,21V = 23,79V UF = 24,00V: Consideremos o trecho DF de comprimento desprezível. UG = 23,79V: Idem ao ponto E. UH = 22,58V: No trecho final com 95m e corrente de 1A, temos: U = 0,015 Ω /m x 95m x 1A = 1,42V :. UH = 24,00V - 1,42V = 22,58V UI = 22,44V: Onde temos 1A dos equipamentos I e J sob o cabo fino de 2m: U = 0,069 Ω /m x 2m x 1A = 0,14V :.UI = 22,58V - 0,14V = 22,44V UJ = 22,30V: Somente 0,5A do equipamento J no trecho de cabo fino 2m: U = 0,069 Ω /m x 4m x 0,5A = 0,14V :.UJ = 22,44V - 0,14V = 22,30V UB = 23,86V: Queda de 1A dos equipamentos A e B no trecho BD: U = 0,015 Ω /m x 9m x 1,0A = 0,14V :. UB = 24V - 0,14V = 23,86V UC = 23,65V: Idem ao ponto E, resultando em: UC = 23,86V - 0,21V = 23,65V UA = 23,74V: Queda de 0,5A do equipamento A no trecho AB: U = 0,015W/m x 15m x 0,5A = 0,12V\UA = 23,86V - 0,12V = 23,74V Com esta alteração a tensão mínima da configuração anterior no ponto J de 19,22V passou para 22,30 com um ganho de 3,08V. Um grande número de casos pode ser resolvido somente com a alteração da posição da fonte de alimentação. Se considerarmos no exemplo anterior, somente a válvula do ponto A estava corretamente alimentada, com tensão maior que 24V-10% ou seja: 21,6V e no exemplo atual todas estão perfeitamente alimentadas, confirmamos que o pré-projeto da rede é de extrema necessidade, pois mudanças depois da instalação pronta pode causar sérios transtornos. RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 21 3.4.4. Extensão da rede Outro ponto importante são as alterações realizadas depois da instalação concluída, para exemplificar os efeitos sobre a queda de tensão, iremos supor que o trecho final da rede com os equipamentos I e J foram alterados e serão montados em outro local necessitando uma extensão de 215m, conforme figura abaixo: Figura 3. 16 - Extensão da Rede Recalculando-se a queda de tensão nestes pontos teremos: UH = 19,35V: No trecho final com 95 mais 215m e corrente de 1A, temos: U = 0,015 Ω /m x 310m x 1A = 4,42V :.UH = 24,00V - 4,65V = 19,35V UI = 19,21V: Onde tems 1A dos equipamentos I e J sob o cabo fino de 2m: U = 0,069 Ω /m x 2m x 1A = 0,14V :.UI = 19,35V - 0,14V = 19,21V UJ = 19,07V: Somente 0,5A do equipamento J no trecho de cabo fino 2m: U = 0,069 Ω /m x 2m x 0,5A = 0,14V :.UJ = 19,21V - 0,14V = 19,07V Com esta alteração na rede, os equipamentos I e J não irão funcionar, portanto concluímos que qualquer modificação deve ser criteriosamente estudada para evitar transtornos e retrabalhos. 3.4.5. Múltiplas Fontes de Alimentação A rede DeviceNet admite ser alimentada por múltiplas fontes de alimentação ao longo da linha tronco e esta prática deve ser adotada para redes longas e com consumo elevado. Outra vantagem da utilização de múltiplas fontes de alimentação é a possibilidade de se utilizar correntes muito elevadas que podem ser segmentadas em trechos com até 8A. No casodo uso de múltiplas fontes, cada trecho deve ser segmentado, interrompendo-se o fio vermelho e mantendo-se os outros, de forma que cada trecho seja alimentado por uma única fonte conforme abaixo: RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 22 Figura 3. 17 - Uso de múltiplas fontes Observe que o negativo de todos os trechos não deve ser interrompido e apenas uma única fonte de alimentação deve estar ligada ao aterramento. Esta técnica será exemplificada a seguir como uma solução para o problema da extensão do cabo da rede. Observe que a Fonte 1 alimenta o trecho que sai do PLC passando pelos equipamentos A, C, E e G: UA = 22,50V: Queda de 2A (A+C+E+G) sobre 50m de cabo grosso: U = 0,015 Ω /m x 50m x 2A = 1,50V :.UA = 24V - 1,50V = 22,50V UC = 21,95V: Queda de 1,5A (C+E+G) sobre 15m de cabo grosso mais queda de 6m com cabo fino sob o consumo do instrumento C: U = 0,015 Ω /m x 15m x 1,5A + 0,069 Ω /m x 6m x 0,5A = 0,55V :.UC = 22,50V - 0,55V = 21,95V UE = 21,61V: Queda de 1,0A (E+G) sobre 9m de cabo grosso mais queda de 6m com cabo fino sob o consumo do instrumento C: U = 0,015 Ω /m x 9m x 1,0A + 0,069 Ω /m x 6m x 0,5A = 0,34V :. UE = 21,95V - 0,34V = 21,61V. UG = 21,61V: Idem ao equipamento E, pois o trecho DF é desprezível. A Fonte 2 alimenta os instrumentos I e J. UI = 23,86V: Queda de 1,0A (I+J) sobre 2m de cabo fino: U = 0,069 Ω /m x 2m x 1A = 0,14V :.UI = 24,00V - 0,14V = 23,86V UJ = 23,72V: Queda de 0,5A (J) sobre 4m de cabo fino: U = 0,069 Ω /m x 4m x 0,5A = 0,14V :.UJ = 23,86V - 0,14V = 23,72V RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 23 Conclusão: observamos que as duas fontes assim posicionadas atendem perfeitamente os requisitos, pois todos os equipamentos estão adequadamente alimentados, e o que é melhor, todas as solenóides de saída serão alimentadas dentro da faixa de 10% pois em todos os pontos a tensão é maior que 21,6V. 3.5. Aterramento da rede Um dos pontos mais importantes para o bom funcionamento da rede DeviceNet é a blindagem dos cabos, que tem como função básica impedir que fios de força possam gerar ruídos elétricos que interfiram no barramento de comunicação. NOTA: Aconselha-se que os cabos DeviceNet sejam conduzidos separadamente dos cabos de potência, e não utilizem o mesmo bandejamento ou eletrodutos. 3.5.1. Entrada dos cabos nos equipamentos O cabo DeviceNet possui uma blindagem externa em forma de malha, que deve ser sempre cortada e isolada com fita isolante ou tubo plástico isolador em todas as extremidades em que o cabo for cortado. Deve-se tomar este cuidado na entrada de cabos de todos os equipamentos, principalmente em invólucros metálicos, pois a malha externa do cabo não deve estar ligada a nenhum ponto e nem encostar-se a superfícies aterradas. 3.5.2. Borne de dreno Existe ainda um fio de dreno no cabo DeviceNet , que eletricamente está interligado a malha externa do cabo, e tem como função básica permitir a conexão da malha a bornes terminais. Inclusive todos os equipamentos DeviceNet possuem um borne para conexão do fio de dreno, que internamente não está conectado a nenhuma parte do circuito eletrônico, e normalmente forma uma blindagem em volta do circuito através de trilhas da placa de circuito impresso. Da mesma forma que a blindagem externa, aconselhamos isolar o fio de dreno em todas as suas extremidades com tubos plásticos isoladores, a fim de evitar seu contato com partes metálicas aterradas nos instrumentos. Todos estes cuidados na instalação devem ser tomados para evitar que a malha ou o fio de dreno sejam aterrados no campo. Para que a blindagem possa cumprir sua missão é de extrema importância que dreno seja aterrado somente em um único ponto. 3.5.3. Verificação e aterramento da blindagem Ao final da instalação deve-se conferir a isolação da malha e dreno em relação ao terra (>1M ) conforme figura abaixo. RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 24 Figura 3. 18 - Verificação da isolação da blindagem Após este teste, o fio dreno deve ser interligado ao negativo “V-” da rede no borne “-” da fonte de alimentação que energizará a rede. Então ambos, “V-” e “-”, devem ser ligados ao sistema de aterramento de instrumentação da planta em uma haste independente do aterramento elétrico, mas diferentes hastes podem ser interconectadas por barramento de equalização de potencial. Figura 3. 19 - Aterramento da blindagem 3.5.4. Blindagem com múltiplas fontes Quando a rede DeviceNet utiliza duas ou mais fontes, somente uma delas deve estar com o negativo aterrado em uma haste junto com o fio de dreno da rede. Observe que neste caso, as fontes de alimentação não devem ser ligadas em paralelo, ou seja, o fio positivo deve ser interrompido para que não existam duas fontes em um trecho. RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 25 Figura 3. 20 - Blindagem com múltiplas fontes NOTA: É de extrema importância que a malha de aterramento esteja aterrada somente em um único ponto junto à fonte de alimentação da rede. Aconselha-se que toda vez que houver manobras no cabo da rede ou manutenção nos instrumentos, se desligue a conexão do dreno com o negativo da fonte para verificar se o fio dreno não está aterrado acidentalmente em qualquer outro ponto da rede. Manobras dos cabos muitas vezes podem romper sua isolação, conectando a malha a eletrodutos ou a calhas aterradas. 3.5.5. Blindagem de instrumentos de campo A extremidade dos cabos dos instrumentos de campo que chegam aos módulos DeviceNet deve ser aterrada em um borne de “Malha”. O mesmo cuidado deve ser adotado em relação à outra extremidade, jamais aterrando junto ao instrumento no campo. Aconselha-se fazer a correta isolação da malha na caixa de bornes do instrumento. 3.6. Componentes da rede 3.6.1. Fonte de Alimentação A fonte de alimentação para a rede DeviceNet deve fornecer uma tensão contínua e estabilizada em 24 Vcc independentemente da corrente consumida. Aconselhamos que a fonte utilizada para alimentar a rede DeviceNet e / ou os módulos de saídas possuam proteção contra curto circuito, para que uma sobre corrente não possa colocar em risco o cabo da rede. Caso a fonte de alimentação esteja posicionada longe do seu centro de carga, pode-se elevar um pouco a tensão da rede, corrigindo a queda de tensão excessiva que possa existir no final da linha. Para tanto se deve verificar a máxima tensão admissível por todos os equipamentos conectados na rede e as cargas conectadas aos módulos que possuem saídas e se utilizem da tensão da rede para alimentação dos I/O’s. RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 26 Figura 3. 21 -Fonte de alimentação 3.6.2. Distribuidor de alimentação A linha CA que serve as fontes de alimentação pode ter outros equipamentos, inclusive de grande porte, tais como: transformadores, motores, inversores de frequência, freios eletromagnéticos, chaves seccionadoras, etc; que em operação normal podem produzir altos picos de tensão transitória inclusive com alta energia, devido às altas correntes sobre as cargas de alta indutância. Caso as fontes de alimentação utilizadas na rede DeviceNet não possuam proteção adequada, irão deixar que os pulsos de alta energia que chegam através da linha CA possam passar para a linha em CC podendo danificar os chips da interface CAN dos instrumentos. Aconselha-se utilizar fontes de alimentação ou distribuidores de alimentação que possuam diodos especiais que neutralizam os pulsos de alta energia. Figura 3. 22 - Distribuidor de alimentação 3.6.3. Resistores de terminação Nos extremos da rede deve-se instalar um resistor de terminação, com o objetivo de reduzir possíveis reflexões do sinal na rede, que causa distúrbios na comunicação, com constantes e aleatórias paradas e eventualmente interrupção total do seu funcionamento. O resistor de terminação deve ser de 121 Ω , mas RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 27 admite-se o valor comercial mais comum de 120 Ω e sendo a pot ência dissipada é mínima e um resistor de 1/4W estaria adequado. Os resistores devem ser conectados entre os fios de comunicação (BR branco e AZ azul), nos dois extremos da rede, nos pontos extremos do cabo grosso, ou nas caixas de distribuição nos extremos da rede. Uma maneira prática de se verificar se uma determinada rede possui os dois resistores é medir a resistência entre os fios de comunicação azul e branco, obtendo-se 60 Ω , indicaria que os resistores estão presentes na rede, mas não garante que eles estão na posição correta. 3.6.4. Distribuidor de rede Uma grande vantagem da rede DeviceNet é a habilidade de se ligar/desligar os equipamentos com a rede energizada sem a necessidade de desligar a sua alimentação. Mas deve-se adotar medidas extras com relação à topologia e estrutura de conexão, para que ao se substituir um equipamento não ocorra o desligamento dos subsequentes. Para efetuar trocas “a quente” com maior segurança, devem-se utilizar as caixas de derivação, onde se ligam e desligam os equipamentos através de conectores “plug-in” que minimizam a probabilidade de curtos entre os fios, que podem interromper o funcionamento da rede e até danificar permanentemente vários equipamentos. Figura 3. 23 - Resistores de terminação A figura acima ilustra a utilização e distribuidores de alimentação integrando as fontes externas, resistores de terminação e distribuidores de rede. RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 28 3.7. Análise temporal da rede Neste capítulo será apresentado um breve resumo de como é a construção das mensagens da rede DeviceNet, proporcionando ao leitor conhecimentos básicos de protocolo DeviceNet, habilitando-o a se aprofundar no assunto através de literaturas especializadas. Como citado anteriormente, a rede DeviceNet é baseada no protocolo CAN, que obteve aceitação mundial como um protocolo muito versátil e confiável, além de ser uma plataforma econômica para troca de dados aplicáveis em sistemas móveis, máquinas, equipamentos técnicos e automação industrial. Baseado em sofisticadas normas de protocolos de alto nível, o protocolo CAN é feito na tecnologia de automação aberta, e compete prosperamente em sistemas de automação distribuídos. Uma das principais razões para o sucesso das tecnologias baseadas no protocolo CAN é a capacidade de comunicação produtor-consumidor para transmissão de dados e capacidade de trabalhar com multi-mestre. Com essas propriedades, o protocolo CAN do ponto de vista técnico é muito atrativo para ser usado em sistemas distribuídos. 3.7.1. Protocolo DeviceNet A camada de conexão de dados da DeviceNet é totalmente definida pela especificação CAN. São definidos dois estados lógicos: recessivo (lógica 1) e dominante (lógica 0). Qualquer nó pode iniciar uma transmissão levando o barramento do estado recessivo, condição sem comunicação, para estado dominante (inicio do frame). Alguns tipos de frames (mensagens) são definidos pelo protocolo CAN: • Data Frame; • Overload Frame; • Remote Frame; • Error Frame. A protocolo DeviceNet utiliza somente o “data frame”, e os demais frames não foram implementados. 3.7.2. Estrutura (frame) de dados CAN A figura abaixo representa o frame de dados da rede DeviceNet, que em outras palavras é a composição dos bits de uma comunicação neste protocolo. A seguir faremos uma breve explanação sobre cada campo deste frame. Figura 3. 24 - Estrutura de dados CAN RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 29 • Início do frame Todos os elementos da rede CAN são sincronizados na transição de recessivo para dominante deste bit, para obter-se um sincronismo ideal entre todos os nós presentes na rede. • Campo de Arbitração O identificador e o bit RTR (Requisição de Transmissão Remota) formam o campo de arbitração. O campo de arbitração é utilizado para facilitar o acesso ao meio de transmissão. Como a rede DeviceNet não utiliza o bit RTR ele não é considerado para determinar a prioridade de acesso. Quando um equipamento transmite, ele também monitora (o outro equipamento envolvido na comunicação retorna o bit que recebeu) o que foi enviado para confirmar que é o mesmo bit, isto leva a detecção de transmissões simultâneas. Se um determinado nó transmite um bit recessivo e recebe um bit dominante enquanto estiver enviando o campo de arbitração, ele encerra a transmissão. O vencedor com relação a arbitração entre dois nós transmitindo simultaneamente é o nó com menor numero nos 11 bits do identificador. O protocolo CAN também define no campo de dados um identificador com 29 bits, porém este tipo não é utilizado na rede DeviceNet. Na sequência temos um exemplo do método de acesso ao meio de transmissão. • Campo de Controle Contém dois bits fixos e um campo com comprimento de 4 bits. O comprimento deve ser algum número entre 0 a 8 representando o número de bytes no campo de dados. O número de bytes 0-8 é ideal para equipamentos com pequeno número de I/O que precisam ser enviados frequentemente. • Sequência de CRC O campo de CRC é uma palavra de check-up com redundância cíclica utilizada pelo controlador CAN para detectar erros de frame. Ele é computado pelos bits anteriormente enviados. • Bit de Ack Um bit dominante neste campo significa que pelo menos um receptor recebeu a transmissão. • Final do Frame Os bits recessivos do final da mensagem encerram o data frame. • Espaço entre Frames O espaçamento entre frames é gerado por três bits recessivos (nível lógico 1), condição que é mantida sempre que não houver mensagens sendo transmitidas. • Arbitração e Controle Se dois ou mais nós tentam acessar a rede simultaneamente, o mecanismo de arbitração resolve o conflito causado pela colisão dos dados (determinando um vencedor)sem perda dos bits já transmitidos pelo nó de maior prioridade, pois este possui os bits mais significativos do campo de arbitração em nível lógico dominante. RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 30 Se comparada com a rede CAN, a rede Ethernet perde em eficiência, , pois no caso de colisão de dados determina-se a retransmissão total do frame, perdendo-se os bits já transmitidos. Figura 3. 25 - Exemplo de arbitração Um nó só inicia o processo de transmissão, quando o meio está livre. Cada nó inicia um processo de transmissão e escuta o meio para conferir bit a bit se o dado enviado é igual ao dado recebido. Os bits com um valor dominante sobrescrevem os bits com um valor recessivo. Suponha que os nós 1, 2 e 3 iniciem a transmissão simultaneamente. Todos os nós escrevem e leem o mesmo bit do barramento até que o nó 2 tenta escrever um bit recessivo (1) e lê no barramento um bit dominante (0). Neste momento o nó 2 passa para o modo de leitura. Um pouco mais à frente o mesmo acontece com o nó 1. Isto significa que o valor do identificador da mensagem 3 tem um menor valor binário vencendo a disputa e, portanto tendo uma maior prioridade que as demais mensagens. Todos os nós respondem com a ACK, dentro do mesmo slot de tempo, se eles receberam a mensagem corretamente. 3.7.3. Erros de Comunicação O protocolo CAN utiliza vários tipos de detecção de erros e falhas incluindo CRC e retransmissões automáticas. Estes métodos, que são transparentes para a aplicação, previnem contra erros de comunicação causados principalmente por perturbações eletromagnéticas. Abaixo exemplificamos os principais erros detectados pela rede DeviceNet. • CRC Error O nó transmissor sempre executa uma rotina de cálculos para cada mensagem englobando todos os bits anteriores ao CRC, obtendo um resultado em 15 bits representativo e diferente para cada mensagem, então este valor é enviado no campo CRC do frame transmitido. Equipamento que recebe o frame de dados executa inversamente a mesma sequência de cálculos, e compara o valor obtido com o valor lido no frame recebido, se os valores forem os mesmos indica que a transmissão foi corretamente recebida, caso contrário ocorre o erro de CRC e então a retransmissão da mensagem é solicitada. RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 31 • Ack Error Quando o nó transmissor chega ao bit de Ack, o mantêm no estado recessivo (nível lógico 1) e se pelo menos um nó da rede receber a mensagem, força o bit de Ack para o nível dominante (nível lógico 0). Como o transmissor não forçou o bit para 0 e como ele mesmo monitora também o barramento, descobre que o bit está em 0 indicando que pelos menos um dos nós da rede leu sua mensagem. Caso o transmissor encontre o bit de Ack em nível 1 (recessivo) indica que ninguém leu sua mensagem então providencia imediatamente sua retransmissão. • Form Error Ocorre quando qualquer bit do “cabeçalho” ou “rodapé”, bits antes e depois dos dados da mensagem, contenham um formato não esperado pelo receptor da mensagem. • Bit 1 Error Detectado pelo próprio transmissor da mensagem, quando ele envia um bit recessivo e encontra um bit dominante via sua monitoração do barramento, a mensagem então é retransmitida. • Bit 0 Error Analogamente ao anterior, mas com o transmissor enviando um bit dominante e encontra no barramento um bit recessivo. • Stuff Error Ocorre sempre que são detectados 6 bits consecutivos com a mesma “polaridade” até o CRC da mensagem, então ela é retransmitida. 3.7.4. Grupos de Mensagens Para que um equipamento possa trocar dados com outro, é necessário estabelecer uma conexão, que por sua vez determina o modo e a forma que será efetuada esta troca. Para estabelecer uma nova conexão um equipamento solicita um identificador CAN, que são divididos em grupos conforme tabela abaixo, sendo que os algoritmos não permitem a duplicação de endereços e define os identificadores de acordo com a prioridade que a informação requer. Tabela 6- Grupos de mensagens 3.7.5. Mensagens Para a rede DeviceNet existem dois tipos de mensagens sendo basicamente um para troca de dados (I/O Messages) e outro para configuração e diagnósticos (Explicit Message). • I/O Message: RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 32 São mensagens críticas em tempos e orientadas para troca de dados, geradas para conexão ponto-a-ponto ou multicast, utilizam tipicamente identificadores de alta prioridade. Esta configuração necessita de configuração prévia indicando os objetos de fonte e destino, indicando o produtor e o consumidor da mensagem. • Explicit Message: Utilizam comunicação ponto-a-ponto e são responsáveis pela troca de mensagens de configuração e diagnóstico de defeitos. Utilizam normalmente identificadores de baixa prioridade e no campo de dados informa o significado. 3.8. Software Os softwares mais comuns encontrados nas aplicações DeviceNet são os da Rockwell Automation, necessários para a configuração do sistema. Lembra-se que existem softwares de outros fabricantes, para configuração da rede, e também os softwares específicos para programação da lógica de intertravamento dos PLC de outros fabricantes ou ainda até de controles baseados em PC. Será abordada aqui a configuração da rede com os softwares da Rockwell que são os seguintes: RS-Linx, RS-Logix e RS-Networx. Figura 3. 26 - Softwares Rockwell 3.8.1. Conversor DeviceNet / RS232 Para se estabelecer a comunicação entre o software de configuração e a rede propriamente dita há a necessidade de um conversor DeviceNet para RS232. Será utilizado o KFD da Rockwell, mostrado na foto a seguir. Figura 3. 27 - Conversor KFD No conversor do lado esquerdo conecta-se o cabo serial RS232 que deve ser ligado à porta serial do microcomputador e do lado direito um cabo DeviceNet para ser conectado à rede física. Este conversor possui um chip CAN, portanto ocupa um endereço da rede, e como foi dito anteriormente, deve-se utilizar o RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 33 endereço 62. A configuração do endereço DeviceNet, assim como os parâmetros de comunicação RS232 são configurados no software gerenciador de comunicação RSLinx, que é apresentado a seguir. 3.8.2. Visão geral RSLinx O primeiro passo para se estabelecer a comunicação entre o software configurador da rede RSNetWorx e a rede física é através do software RSLinx, que estabelece e gerencia a comunicação entre o microcomputador e os equipamentos. O RSLinx permite a comunicação simultânea do software de configuração da rede RSNetWorx e o software de programação da lógica de controle na CPU do PLC, o RSLogix. Figura 3. 28 - RSLinx A figura acima ilustra a tela principal do RSLinx, onde na janela à esquerda aparece um status geral da comunicação, no caso mostra que temos 2 conexões: Ethernet e DeviceNet. Clicando-se na comunicação DeviceNet, a tela a direita apresentatodos os equipamentos encontrados neste canal de comunicação, através dos dispositivos presentes e ativos no lado DeviceNet do conversor KFD. • Configurando o Linx para Comunicar com o NetWorx A seguir será descrita a configuração da comunicação com o KFD, passo a passo: Passo 1: Para acessar esta tela, devemos entrar nas propriedades de comunicação do KFD, e o caminho para isto é: Menu “Comunicação” item: “Configure Drivers...” RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 34 Figura 3. 29 - Configuração do RSLinx Passo 2: Botão “Add New...” Seleciona-se o drive DeviceNet. Escolhe-se o equipamento KFD. Figura 3. 30 - Configuração do RSLinx Passo 3: Menu “Comunicação” item: “Configure Drivers...” RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 35 Figura 3. 31 - Configuração do RSLinx Nesta tela define-se a configuração do KFD, temos: • Lado da Rede DeviceNet: Node Address: Define-se o endereço do KFD na rede DeviceNet. Data Rate: Define-se a velocidade de comunicação do KFD com a rede DeviceNet. • Lado do Microcomputador RS232: Port Select: Define-se a porta de comuicação com o micro “COMs”. Data Rate: Define-se o baud rate com o micro Finalmente aciona-se o botão “Close”, para iniciar a comunicação, observe que os leds do KFD, piscam indicando a comunicação. 3.8.3. Visão geral RSNetworx Através do RSNetWorx pode-se configurar o scanner com os equipamentos que participarão da rede além de permitir a configuração e o monitoramento dos equipamentos. RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 36 Figura 3. 32 - RS Networx A janela da esquerda apresenta uma lista com os hardwares disponíveis, ou seja, os equipamentos que tiveram seus arquivos EDS instalados. Vários equipamentos da Rockwell Automation vem pré-instalados no software, equipamentos dos demais fabricantes devem ser instalados posteriormente. A janela a direita apresenta um layout da rede, que se ativando o botão “ON LINE” os equipamentos encontrados na rede serão expostos. Os equipamentos com EDS instalados apresentam um ícone definido pelo fabricante. Para a configuração de uma rede nova pode-se encontrar todos os equipamentos na lista de hardware e arrastá-los para a janela de layout, salvando o arquivo e depois fazendo download para o scanner. A janela inferior exibe mensagens de advertências, ou seja: de erros ou outro tipo de passo que não seja usual. Importante: Na configuração do PLC, é necessário habilitar o funcionamento do scanner, setando-se o bit O:1/0, para que saia do modo IDLE. 3.8.4. Instalando EDS A sigla EDS vem de “Eletronic Data Sheet”, que em português significa Arquivo de Folha de Dados, e nada mais é do que um arquivo eletrônico que descreve os parâmetros de funcionamento e configuração do equipamento, sendo desenvolvido e distribuído pelo fabricante. O arquivo EDS “ensina” o software de configuração a programar suas características de comunicação no scanner. Dentre os parâmetros configurados tem-se: • tipo de comunicação • tamanho de memória requerida para os seus dados • códigos que devem ser enviados ao equipamento para suas configurações: tipo de entrada, tipo de sinal, retardo, etc. RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 37 • permite ainda a monitoração dos dados trocados Para a instalação do EDS de um novo equipamento deve-se proceder da seguinte forma: Passo 1: Através do menu “Tools..” Escolha a opção: “EDS Wizard...” Figura 3. 33 - Instalando EDS Passo 2: Escolha a opção: “Register an EDS file(s)...” Figura 3. 34 - Instalando EDS Pode-se também instalar um arquivo com um ícone para o equipamento: Passo 3: Para completar a instalação siga as instruções das janelas, e quando aparecer a opção “Change Icon” click no botão e direcione para o arquivo “.ico” fornecido pelo fabricante. RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 38 3.8.5. Modo On / Off line O RSNetWorx pode trabalhar tanto em online como em offline com os equipamentos de campo, para trabalhar em offline, a tela padrão é a mostrada no item 5.3, para o modo online é a tela mostrada a seguir. Figura 3. 35 - Modo online Ao entrar no modo online, o software faz “upload”, via o KFD, verificando quais equipamentos estão presentes e compara com a configuração existente no scanner. O software apresenta sinais gráficos conforme a tabela abaixo para identificar o status de alguns equipamentos que não estão conforme o previsto. Figura 3. 36 - Status dos equipamentos Match: Se nenhum símbolo for apresentado ao lado do ícone do equipamento, significa que a configuração programada no scanner foi encontrada na rede. RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 39 Mismatch: Neste caso as informações de configuração do equipamento da rede não estão iguais ao configurado no scanner. Normalmente são versões de EDS diferentes. Missing: O equipamento configurado no scanner não está presente na rede. 3.8.6. Scanner DeviceNet A comunicação entre a CPU do PLC e os equipamentos de campo se faz através do cartão scanner que deve ser configurado com todos os equipamentos que fazem parte da rede de campo. Esta configuração também deve indicar qual o tamanho de memória necessária para troca de dados entre o scanner e cada equipamento. Esta reserva de memória para cada equipamento é chamado de Mapeamento de Memória. Para se chegar ao mapeamento, é necessário primeiro se definir a lista de equipamentos que farão parte da rede de campo, chamada de “Scan List”. • Scan List A janela “Scanlist” é acessada através do duplo click no ícone do scanner. Os equipamentos listados no bloco da direita, já fazem parte da lista e os do bloco a esquerda são os equipamentos disponíveis para serem acrescentados na lista de equipamentos ativos do scanner. Figura 3. 37 - ScanList Através das setas pode-se incluir “ > “ ou excluir “ < “ equipamentos no scan list. As setas duplas são para incluir “ >> “ ou excluir todos os equipamentos “ << “. RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 40 Para incluir equipamentos na lista do scanner eles devem estar presentes na janela on / off line, e se nãoestiverem, deve-se incluir primeiro, e fazer o download para o scanner, para que a nova lista seja salva na memória permanente. • Mapeamento de Memória Note que abrindo as propriedades do scanner, existem várias abas, sendo uma delas a do Scanlist e as outras de Input e Output que serão utilizadas para fazer o mapeamento da memória. • Mapeamento das Entradas A figura abaixo ilustra as entradas já mapeadas no bloco inferior e os equipamentos inclusos no Scanlist na parte superior, observe que os equipamentos recém-inclusos encontram-se com o status de Map em No, indicando que não estão mapeados. Para se mapear um equipamento selecionado pode-se clicar no botão Automap, mas neste caso não podemos escolher sua posição na memória. Pode-se utilizar o Map definindo-se antecipadamente o local de início através do Start Word. A apresentação gráfica do espaço de memória reservado para cada equipamento é ilustrada através do endereço e do nome de cada elemento, sendo que os espaços em branco não estão sendo utilizados e estão disponíveis para outros. O mapeamento pode ser definido para a memória M File ou para a memória das entradas arquivo I, e o número de bytes utilizados é definido pelo EDS. O botão Unmap está disponível para se eliminar algum equipamento do mapeamento. Deve-se fazer o Download na pasta Scanlist. Figura 3. 38 - Mapeamento das entradas RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 41 • Mapeamento das Saídas Da mesma maneira que a pasta de entrada, a pasta de saída contém o mapeamento de todos os equipamentos que possuem saídas, digitais ou analógicas. Figura 3. 39 - Mapeamento das saídas Sua configuração é similar a das entradas, mas lembra-se que o espaço reservado é definido no EDS de cada equipamento. • Endereçamento da Memória Para que o programa de lógica de controle “RSLogix” (ou equivalente) possa acessar os dados do scanner, deve-se utilizar o endereço de word da memória M1 para as entradas e M0 para as saídas, conforme ilustra a figura abaixo: Figura 3. 40 - Endereçamento da memória RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 42 Deve-se antecipadamente saber através do manual do fabricante se os dados fornecidos pelo equipamento são em bits, bytes ou words e o significado de cada um deles para a elaboração da lógica de controle. 3.9. Manutenção As redes bem projetadas dificilmente apresentam problemas e são muito estáveis e confiáveis. Mas para o caso de redes onde não foram tomados os cuidados necessários, existem softwares e equipamentos de análise para as redes DeviceNet que fornecem importantes dicas para solução de problemas, onde destaca-se: • número de erros por segundo da rede como um todo e de cada endereço, • números de erros acumulados, • Porcentagem de utilização da banda de comunicação disponível, • tensão entre negativo e dreno, • tensões entre as linhas de comunicação e a alimentação. O número de erros acumulados por endereço dá uma importante pista de onde pode estar o problema. 3.9.1. Led de Sinalização O led de sinalização dos equipamentos possui o seu funcionamento normalizado, sendo uma ferramenta importante para detecção de defeitos e normalidade de funcionamento da rede. Figura 3. 41 - Leds de sinalização O status do led de rede dos equipamentos de campo pode ser: • verde piscando: tentando fazer uma conexão • verde aceso: alocado (presente na lista do scanner) • vermelho piscando: alteração ou endereço duplicado • vermelho aceso: perda de comunicação ALOCADO: significa que o equipamento está presente no scanlist e está trocando dados com o scanner. ALTERAÇÃO DE ENDEREÇO: quando o endereço for alterado com o equipamento funcionando, o seu led de rede ficará verde e o novo endereço somente será efetivado se o instrumento for realocado novamente, ou seja, deve-se dezenergizar e energizar o equipamento novamente para que o novo endereço seja reconhecido. Nota: caso um endereço seja ajustado erroneamente e coincida com o endereço de algum equipamento que já esteja funcionando na rede, o led vermelho do último equipamento colocado na rede começará a piscar e ao se reinicializar o sistema, se este equipamento ainda estiver na rede, será interrompido o funcionamento do outro equipamento também. RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 43 3.9.2. Display do Scanner O scanner do PLC possui um display que é outra importante ferramenta para a identificação de defeitos fornecendo rapidamente uma pista com o endereço e um código de erro, que ajuda na solução de problemas. Em condição normal de operação, o scanner deve indicar 00 informando que a rede está em funcionamento e todos os equipamentos configurados no scanlist estão operando normalmente. Figura 3. 42 - Display do Scanner Caso algum problema seja detectado, o scanner irá piscar primeiramente com o endereço e em seguida com o código de erro. A tabela abaixo traz a lista completa dos códigos de erros. Tabela 7 – Códigos de erros RIN – Conceitos iniciais Profª. Bruna A. Fernandes 44 Caso mais de um equipamento esteja com defeito, a mesma sequência será repetida, iniciando com o endereço, código de erro, novo endereço, novo código de erro; e assim sucessivamente para todos os equipamentos, e ao final a lista é repetida ciclicamente. Ex.: Caso o display do scanner esteja mostrando a seguinte sequência: 78,05,78,09, significa que os equipamentos dos endereços 05 e 09 não estão sendo encontrados na rede (erro 78). 3.9.3. Novo Equipamento na Rede Ao adicionar um novo equipamento na rede ou caso algum equipamento esteja com o led verde piscando, significa que este não está configurado no “scanlist”. Caso o scanner não indique nenhum erro (00) significa que este equipamento não faz parte da rede que se encontra funcionando normalmente. Para se incluir um novo equipamento na rede, entre no RSNetWorx, dê um duplo click no scanner e inclua o novo equipamento na aba do scanlist, conforme figura abaixo: Figura 3. 43 - Inclusão de novo equipamento 3.10. Bibliografia 1 - Curso Redes Industriais DeviceNet – Sense Eletrônica Ltda. – 2002 2 – Notas de aula - Autor: Constantino Seixas Filho - UFMG – Departamento de Engenharia Eletrônica. 3 – DeviceNet - Visão geral do sistema – Rockwell Automation. 4 – ODVA - http://www.odva.org/ 5 – Smar - http://www.smar.com/brasil2/DeviceNet.asp
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