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DIREITO PROCESSUAL PENAL II Da prova (art. 155 a 250 CPP) NOÇÃO – É o conjunto de atos praticados pelas partes, pelo juiz (ver CPP 156, 209 e 234), e por terceiros (peritos), destinados a levar ao magistrado a convicção acerca da existência ou inexistência de um fato, da falsidade ou veracidade de uma afirmação. É todo e qualquer meio de percepção empregado pelo homem com a finalidade de comprovar a verdade de uma alegação. FINALIDADE – destina-se à formação da convicção do juiz acerca dos elementos essenciais para o julgamento da causa. OBJETO – toda circunstância, fato ou alegação referentes ao litígio, e que precisam ser demonstradas em juízo para o deslinde da causa. FATOS QUE NÃO DEPENDEM DE PROVA - os fatos intuitivos – aqueles que são evidentes - os fatos notórios – aqueles cujo conhecimento faz parte da cultura de uma sociedade - presunções legais – porque são conclusões decorrentes da própria lei. - os fatos inúteis- são os fatos verdadeiros ou não, que não influenciam na solução da causa, na apuração da verdade real. Todos os demais fatos restantes devem ser provados, inclusive o fato admitido ou aceito, desde que o meio pretendido seja admissível, pertinente, concludente e possível. Prova do direito – o direito, via de regra não carece de prova, na medida em que o juiz é obrigado a conhecê-lo. Todavia, quando o direito invocado for estadual, municipal, alienígena ou consuetudinário, caberá à parte alegante a prova do mesmo. Prova proibida – o art. 5º, LVI, da CF dispõe que: “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”. Provas obtidas por meios ilícitos são as contrárias aos requisitos de validade exigidos pelo ordenamento jurídico. Tais requisitos possuem a natureza formal e a material. Prova ilegítima – quando a norma afrontada tiver natureza processual, a prova vedada será chamada de prova ilegítima, mesmo se for lícita a sua origem. Prova ilícita – quando a prova for vedada em virtude de ter sido produzida com afronta a normas de direito material, será chamada de ilícita. (sobre sigilo das comunicações ver CF, art. 5º, XII e Lei nº 9.296/96) CLASSIFICAÇÃO DAS PROVAS Quanto ao objeto – a prova pode ser: direta ou indireta. Direta – quando por si demonstra o fato, quando dá certeza deles por testemunhos ou documentos. Indireta – quando comprovado um outro fato, se permite concluir o alegado diante de sua ligação com o primeiro. (álibi). Quanto ao efeito ou valor – a prova pode ser plena ou não plena. Plena – a prova completa, convincente (exigida para condenação) Não plena – aquela que traz consigo apenas um juízo de mera probabilidade. (arresto, buscas, prisão etc). Quanto ao sujeito – a prova pode ser real ou pessoal. Real – as provas que consistem em uma coisa ou um bem exterior e distintas do indivíduo. (a arma, as pegadas, o cadáver, etc) Pessoal – são as que encontram origem na pessoa humana, consistentes em afirmações pessoais (interrogatório, depoimentos etc) Quanto à forma – a prova é testemunhal, documental e material. Testemunhal – resultante de depoimento prestado por sujeito estranho ao processo, sobre fatos de seu conhecimento pertinentes ao litígio Documental – produzida por meio de documentos Material – obtida por meio químico, físico ou biológico (exames, vistorias, corpo de delito, instrumentos do crime, etc) MEIOS DE PROVA – Compreende tudo quanto possa servir, direta ou indiretamente para a demonstração da verdade que se busca no processo. (prova documental, pericial, testemunhal, etc) ONUS DA PROVA (art. 156 CPP) Ônus da prova é o encargo que tem os litigantes de provar, pelos meios admissíveis, a verdade dos fatos. Segundo o art. 156 do CPP, a prova da alegação incumbe a quem a fizer. PROCEDIMENTO PROBATÓRIO – A atividade probatória importa em quatro momentos distintos: a) a proposição – Em regra, as provas devem ser proposta com a peça acusatória, com a defesa prévia, ou, então, com o libelo e a sua contrariedade. A única prova passível de ser requerida pela parte ou determinada pelo juiz de ofício em qualquer fase do processo, até mesmo em grau de recurso é o incidente de insanidade mental do acusado.(149 CPP) b) admissão – trata-se de ato processual específico e personalíssimo do juiz, que, ao examinar as provas propostas pelas partes e seu objeto, defere ou não a sua produção. Toda prova requerida pelas partes deve ser deferida, salvo quando protelatória ou impertinente. c) produção – é o conjunto de atos processuais que devem trazer a juízo os diferentes elementos de convicção oferecidos pelas partes. d) valoração – é o juízo valorativo exercido pelo magistrado em relação às provas produzidas, emprestando-lhes a importância devida, de acordo com sua convicção. Esse momento coincide com o próprio desfecho do processo. PROVA EMPRESTADA – é aquela produzida em determinado processo e a ele destinada, depois transportada, por translado, certidão ou qualquer outro meio autenticatório, para produzir efeito como prova em outro processo. ÁLIBI – significa “em outra parte” , “em outro local”. Representa toda alegação fática feita pelo acusado visando demonstrar a impossibilidade material de ter praticado o crime.(prova negativa). SISTEMA DE APRECIAÇÃO (art. 157 CPP). O CPP adotou o sistema da livre convicção, da verdade real, do livre convencimento ou da persuasão racional. O juiz tem liberdade para formar a sua convicção, não estando preso a qualquer critério legal de prefixação de valores probatórios. No entanto, essa liberdade não é absoluta, sendo necessária a devida fundamentação. PRINCÍPIOS DA PROVA Os princípios que regem as provas são: a) - princípio da auto-responsabilidade das partes – em que estas assumem e suportam as conseqüências de sua inatividade, negligência, erro ou atos intencionais b) - princípio da audiência contraditória (princípio do contraditório) – pelo qual toda prova admite uma contraprova, não sendo admissível a produção de uma delas sem o conhecimento da outra parte. c) – princípio da aquisição ou comunhão – pelo qual a prova produzida não pertence à parte que a produziu, servindo a ambos os litigantes e ao interesse da justiça. d) – princípio da oralidade - pelo qual deve haver predominância da palavra falada(depoimentos, alegações, debates). e) - princípio da concentração – como decorrência do princípio da oralidade busca-se concentrar toda a produção da prova na audiência. f) – princípio da publicidade - os atos judiciais são públicos, admitindo-se somente como exceção o segredo de justiça. g) – princípio do livre convencimento motivado – as provas não são valoradas previamente pela legislação. O julgador tem liberdade de apreciação, limitando apenas aos fatos e circunstâncias constantes nos autos. DO EXAME DE CORPO DE DELITO E DAS PERÍCIAS EM GERAL DAS PERÍCIAS NOÇÃO – O termo “perícia”, do latim peritia que significa habilidade especial, é um meio de prova que consiste em um exame elaborado por pessoa, em regra profissional, dotada de formação e conhecimentos técnicos específicos, acerca de fatos necessários ao deslinde da causa. Tem o propósito de prestar auxílio ao magistrado em questões fora de sua área de conhecimento. REQUISITOS – ver art. 159 CPP INICIATIVA – poderá ser determinada pela autoridade policial logo que tiver conhecimento da prática de infração penal (art. 6º, VII CPP), bem como pelo juiz durante a instrução (art. 157 CPP). Também pode ser requerida pelas partes no oferecimento da denúncia ou queixa, ou no prazo para a defesa prévia (395) ou no final da instrução (art. 499). REALIZAÇÃO ver arts. 160 e 161 CPP No Laudo Pericial destacam-se quatro partes: - Preâmbulo ou introdução – que contém o nome dos peritos, seus títulos e o objeto da perícia. - exposição – é a narraçãode tudo quanto foi observado. - discussão – é a análise ou crítica dos fatos observados, com exposições de argumentos, razões ou motivos que informam o parecer do perito. - conclusão – onde o perito responde aos quesitos do juiz e das partes. APRECIAÇÃO DOS LAUDOS PERICIAIS – vigindo no nosso direito o princípio do livre convencimento, o juiz não está adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou recusá- lo, no todo ou em parte. (art. 182 CPP). DO EXAME DE CORPO DE DELITO NOÇÃO – Corpo de Delito é o conjunto de vestígios materiais deixados pela infração penal, ou seja, representa a materialidade do crime. São os vestígios corpóreos perceptíveis por qualquer dos sentidos humanos. DISTINÇÃO ENTRE CORPO DE DELITO E EXAME DE CORPO DE DELITO: Exame de Corpo de delito – é um auto em que os peritos descrevem suas observações e se destina a comprovar a existência do delito (CP art. 13). Corpo de delito – é o próprio crime em sua tipicidade. O corpo de delito se comprova através da perícia, cujo laudo deve registrar a existência do próprio delito. O EXAME DE CORPO DE DELITO PODE SER: Direto – quando é feito sobre o próprio corpo de delito ( o cadáver, a janela arrombada, etc). Indireto – advém de um raciocínio dedutivo sobre um fato narrado por testemunhas sempre que não for possível o exame direito. Segundo a regra do art. 159 do CPP a ausência do exame de corpo de delito indireto não pode ser suprida pela simples confissão do acusado. No caso de não ser possível o exame de corpo de delito por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta (art. 167 CPP). O exame de corpo de delito pode ser realizado em qualquer dia e a qualquer hora (art. 161) NECRÓPSIA OU AUTÓPSIA É o exame interno feito no cadáver a fim de constatar a causa da morte. Denomina-se laudo necroscópico ou laudo cadavérico EXUMAÇÃO É o desenterramento do cadáver, ao contrário da inumação, que é o sepultamento. PERÍCIA PSIQUIÁTRICA É aquela realizada a fim de se verificar a imputabilidade e a periculosidade do indivíduo.(art. 154 CPP e 26 CP. EXAMES DE LESÕES CORPORAIS Utilizado para caracterização das lesões sofridas pela vítima, bem como para classificação do delito no artigo 129 do CP. DO INTERROGATÓRIO DO ACUSADO (ART. 185 a 196 CPP) NOÇÃO – é ao to pelo qual o juiz ouve o acusado sobre a imputação contra ele formulada. É ato privativo do juiz e personalíssimo do acusado, possibilitando a este último o exercício da sua autodefesa. NATUREZA – Embora o CPP tenha tratado do interrogatório no capitulo concernente à prova, fazendo clara opção por considerá-lo verdadeiro meio de prova, tem prevalecido o entendimento doutrinário e jurisprudencial, considerando- o como de natureza mista, ou seja, é aceito como meio de prova e de defesa. Como decorrência de o interrogatório inserir-se como meio de autodefesa, decorre o princípio de que nenhuma autoridade pode obrigar o indiciado ou acusado a fornecer prova para caracterizar a própria culpa, não podendo ele ser obrigado a confessar nem compelido a incriminar-se. (art. 186, § 2º, e 5º, LXIII, CF). CARACTERÍSTICAS a) – ato processual personalíssimo – só o réu pode ser interrogado. A presença do defensor durante o interrogatório é obrigatória, do início ao fim, sob pena de nulidade.(art. 185, § 1º, CPP). Segundo o disposto no art. 394 do CPP, o Ministério público também deve fazer-se presente ao ato, uma vez que para tanto notificado. b) – ato privativo do juiz – somente o juiz pode interrogar o acusado, sendo vedado ao defensor e ao MP, quando presentes, interferirem no ato. O art. 188 do CPP, possibilitou-lhes a formulação de reperguntas ao final do interrogatório. Tais perguntas são feitas em caráter meramente complementar e não obriga o juiz a repassá-las ao acusado podendo indeferi-las quando considerá-las impertinentes ou irrelevantes. c) - ato oral – admite-se , como exceção, as perguntas escritas ao surdo e as respostas igualmente escritas do mudo. Se o réu não falar o idioma pátrio ou se for surdo-mudo e analfabeto, será nomeado intérprete, que no último caso funcionará também como curador. d) – ato não preclusivo – o interrogatório não preclui, podendo ser realizado a qualquer momento, dada a sua natureza de meio de defesa. (art. 196 CPP). AUSÊNCIA DE INTERROGATÓRIO NO CURSO DA AÇÃO – embora haja duas posições, sendo uma que entende ser caso de nulidade relativa e outra que entende tratar-se de nulidade absoluta, prevalece a tese de que a ausência do interrogatório no curso da ação constitui nulidade absoluta, cujo prejuízo é presumido. SILÊNCIO E MENTIRA DO RÉU – a lei processual estabelece ao acusado a possibilidade de confessar, silenciar ou mentir. (art. 186) ESPÉCIES DE INTERROGATÓRIO a) interrogatório do analfabeto com deficiência de se comunicar, no qual intervirá no ato, como intérprete e sob compromisso, pessoa habilitada a entendê-lo (art. 192,§ ún) b) – do estrangeiro desconhecedor da língua portuguesa, que será realizado com auxílio de intérprete(193). c) – do mudo, do surdo e do surdo-mudo: ao surdo endereçam -se as perguntas por escrito e ele responde oralmente; ao mudo as perguntas são orais e ele responde por escrito; no caso de surdo-mudo as perguntas e respostas são escritas (192, I a III). CONTEÚDO DO INTERROGATÓRIO - O art. 187 do CPP, divide o interrogatório em duas partes: a) – interrogatório de identificação( relativo à pessoa do acusado), e; b) – interrogatório de mérito (relativos aos fatos imputados ao acusado. DA CONFISSÃO (art. 197 a 200 CPP) Conceito/noção - É a aceitação pelo réu da acusação que lhe é dirigida em um processo penal. É o reconhecimento realizado em juízo, por uma das partes, a respeito da veracidade dos fatos que lhe são atribuídos e capazes de ocasionar-lhes conseqüências jurídicas desfavoráveis. Espécies de confissão - a confissão pode ser: a) simples – quando o confitente reconhece pura e simplesmente a prática criminosa, limitando-se a atribuir a si a prática da infração penal. b) qualificada – quando conforma o fato a ele atribuído, mas a ele opõe um fato impeditivo ou modificativo, procurando uma excludente de antijuridicidade, culpabilidade ou eximentes de penas. c) complexa – quando o confitente confessa, de forma simples, várias imputações. d) judicial – é aquela prestada no próprio processo, perante o juiz competente, mediante as formas prescritas em lei. e) extrajudicial – quando se produz no inquérito policial ou fora dos autos da ação penal. f) explícita – quando o autor reconhece, espontânea e expressamente, ser o autor da infração g) implícita – quando o pretenso autor da infração procura ressarcir o ofendido dos prejuízos causados pela infração. Valor probatório da confissão – a confissão do acusado não constitui, fatalmente, prova plena de sua culpabilidade, já que todas as provas são relativas, nenhuma delas tendo valor decisivo (ver. Art. 197).Assim, a confissão vale pela sinceridade com que são feitas ou pelos detalhes fornecidos, desde que corroborados por outros elementos de prova. Entretanto, a confissão judicial livre, espontânea e não posta em dúvida por qualquer elemento dos autos pode levar à condenação do acusado, máxime quando compatível com a materialidade do delito e realizada na presença do defensor ou corroborada por depoimentos, mesmo do inquérito policial. Características a) retratabilidade – retratação é o ato de desdizer-se, retirar o que disse. O acusado pode retratar-se, desdizer a confissão ofertada. A retratabilidade é direito do réu (art. 200), e como tal o juiz está obrigado a deferir o pedido formulado, em qualquer fase do processo, sob pena de violar o princípio da ampla defesa. A simples negação da prática do fato não é retratação, pois esta tem como pressupostoo reconhecimento de se ter feito uma afirmação anterior. b) divisibilidade – a confissão pode se dar no todo ou em parte. Assim , pode-se aceitar-se a confissão do fato típico e não a versão sobre suas circunstâncias, se estas colidem com os elementos colhidos no processo. Confissão ficta – não se verifica no âmbito do processo penal, por falta de amparo legal. A revelia do acusado não implica presunção de veracidade daquilo que foi alegado pela acusação. Delação – é a atribuição da prática do crime a terceiro, feita pelo acusado, em seu interrogatório, e pressupõe que o delator também confesse sua participação. Tem valor de prova testemunhal em relação ao co-réu delatado, admitindo reperguntas por parte deste. DAS PERGUNTAS AO OFENDIDO Art. 201 CPP Noção – Ofendido é o sujeito passivo do delito. É a pessoa natural titular do direito lesado ou posto em perigo na infração penal. O CPP assim o chama nos arts. 5º, II, 14,19, 24 parágrafo único, 30, 31, 33, 34, 38, 63 etc. O ofendido pode ser parte: como querelante, na ação penal privada (art. 30); assistente a acusação na ação pública (art. 268); recorrente (577, 584,§ 1º, e 598); autor nos pedidos de restituição de coisas apreendidas (arts. 118 a 124) e nos processos acautelatórios, destinados a garantir a reparação civil (arts. 127 a 134). O ofendido é objeto de prova no exame de corpo de delito, no reconhecimento e na busca pessoal para obtenção de prova. Diante da nossa legislação o ofendido não é testemunha. Note-se que além de ser mencionado, com relação suas declarações, em capítulo diverso (V) daquele referente às testemunhas (VI), não presta, ao contrário destas, o compromisso de dizer a verdade. Embora não seja testemunha, as declarações do ofendido constitui meio de prova, que podem ser suficientes para condenação quando não são ilididas por outros elementos de convicções. Qualquer das partes pode protestar e requerer as declarações do ofendido, inclusive o próprio, quando oferece a queixa; o MP na denúncia; o acusado na defesa prévia; o juiz, se as partes não requererem. O ofendido não pode ser Computado como testemunha, que não o é, não prejudicando assim, o número máximo de depoentes permitidos em lei para cada tipo de procedimento penal. A audiência do ofendido é considerada como facultativa e não obrigatória, razão pela qual sua inexistência no processo não causa nulidade. Todavia, se foi arrolado por uma das partes e não ouvido, a omissão constitui eiva processual. Declarações – dispõe o CPP que “ sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas declarações” (art. 201) O ofendido, não prestando o compromisso de dizer a verdade, pode falseá- la, sem praticar o crime de falso testemunho. Responderá, no entanto, pelo crime de denunciação caluniosa se der causa a instauração de investigação policial ou de processo judicial contra alguém, imputando-lhe crime de que o sabe inocente (art. 339 CP) Se intimado para prestar declarações, o ofendido deixar de comparecer sem motivo justo, poderá ser conduzido coercitivamente à presença da autoridade (art. 201, parág. único). Sem prejuízo da condução coercitiva, o ofendido poderá também ser processado pelo crime de desobediência (art. 330 CP). Valor probatório - Embora os depoimentos das vítimas em princípio sejam suspeitos, dependendo do caso concreto, estando em sintonia com outras provas dos autos merecem fé, podendo servir de suporte a um decreto condenatório. Tudo está subordinado, para se obter um veredicto justo, à formação cultural, moral, psicológica e humana do juiz que, atendendo a serenidade e a imparcialidade em seu espírito, pode encontrar o caminho certo a seguir a fim de alcançar a realização da justiça ao valor as declarações da vítima, para concluir, sem prevenções, se merecem fé ou não. Fonte deste tópico: Mirabete, Julio Fabrini, Processo Penal, 18ª ed., Atlas, 2007. DA PROVA TESTEMUNHAL OU TESTEMUNHAS (art. 202 a 225 CPP) NOÇÃO – É a pessoa estranha ao processo, chamada para falar sobre fatos perceptíveis a seus sentidos e relativos ao objeto do litígio. É a pessoa que, perante o juiz, declara o que sabe a cerca dos fatos sobre os quais se litiga no processo penal e que são imputados ao acusado. Características da prova testemunhal a) – Judicialidade – tecnicamente, só é prova testemunhal aquela produzida em juízo. b) - Oralidade – o depoimento deve ser prestado de viva voz, perante o juiz, as partes e seus representantes(204). (exceção, art. 223, parág. único, CPP). c) - Objetividade – a testemunha deve restringir-se aos fatos, sem externar suas opiniões ou fazer qualquer juízo de valor. (exceção, os peritos). d) – Retrospectividade – a testemunha depõe sobre fatos passados, sobre o que viu ou tomou conhecimento, não devendo fazer qualquer prognóstico. e) – Imediação – a testemunha deve dizer aquilo que captou imediatamente através dos sentidos. f) – individualidade – cada testemunha presta o seu depoimento isolada da outra. Características das testemunhas a) - somente a pessoa humana pode servir como testemunha, já que testemunhar é narrar fatos conhecidos através dos sentidos. b) – pode ser testemunha somente a pessoa estranha ao processo e eqüidistante às partes, para não se tornar impedida ou suspeita. c) – a pessoa deve ter capacidade jurídica e mental para depor. d) – a pessoa deve ter sido convocada pelo juiz ou partes. e) – a testemunha não emite opinião, mas apenas relata objetivamente fatos captados pelos sentidos f) – a testemunha só fala sobre fatos no processo, não se manifestando sobre ocorrências inúteis para a solução do litígio. Dispensas e proibições - segundo a regra geral disposta no art. 206 do CPP, as pessoas têm o dever de testemunhar. No entanto, o próprio dispositivo legal estabelece as exceções, prevendo as pessoas que estão dispensadas de depor. (ver art. 206). Já o art. 207 do mesmo Caderno Processual, prevê as pessoas que estão proibidas de depor, porque em razão de função, ministério, ofício, ou profissão devam guardar segredo, salvo se desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho. Testemunha suspeita – é a que por vários motivos tem a sua credibilidade afetada. Dentre as causas de suspeição destaca-se: a) antecedentes criminais ou conduta anti-social, como meretrizes, vadios, ébrio, jogador contumaz; b) laços de amizade íntima, inimizade profunda ou relação de dependência, afetando a imparcialidade do depoente; c) suspeita de suborno; d) exageros ou defeitos encontrados no depoimento. Contradita - é a forma processual adequada para argüir a suspeição oi inidoneidade da testemunha. A contradita diz respeito à testemunha, à sua pessoa e não à narrativa, ao depoimento, o que seria contestação e não contradita. Número de testemunhas - o número de testemunhas varia conforme o tipo de processo (procedimento). Assim, observar-se-á: a) processo comum – cada parte pode arrolar até 8 testemunhas no máximo (art. 398); b) processo sumário – o máximo de 5 testemunhas (art. 539); c) sumaríssimo (juizado Especial) – até 3 testemunhas (art.34, Lei nº 9.099/95) Classificação das testemunhas: a) N umerárias – são as testemunhas arroladas pelas partes de acordo com o número máximo previsto em lei e que são compromissadas. b) – E xtranumerária s – aquelas ouvidas por iniciativa do juiz, também compromissadas. c) – I nformantes – as que não prestam compromisso e são também extranumerárias. d) – Referidas – as que são ouvidas pelo juiz quando referidas por outras que já depuseram (art.209). e) – Próprias – depõem sobre o fato objeto do litígio (thema probandum). f) – Impróprias –prestam depoimento sobre um ato do processo, como a instrumentária do interrogatório, do flagrante etc. g) – Diretas (visuais ou oculares) – são aquelas que falam sobre um fato que viram ou presenciaram. h) – Indiretas (auriculares) - as que prestam depoimento sobre conhecimentos adquiridos por terceiros (testemunhas de” ouvir dizer”) i) – De antecedentes – as que depõem a respeito das informações relevantes por ocasião da aplicação e dosagem da pena. Deveres da testemunha: a) – comparecer ao local determinado, no dia e hora designados, sob pena de condução coercitiva. b) – identificar-se, indicando seu nome, idade, estado civil, profissão, residência e relação de parentesco com as partes. c) – prestar o depoimento, pois o silêncio pode configurar uma das modalidades de falso testemunho, previsto no art. 342 do CP. d) – dizer a verdade, sob pena de falso testemunho (art. 342, CP). Termo - ver art. 216 CPP Depoimento infantil – é admitido como prova. Ao menor de 14 anos não se defere compromisso. É informante do juízo. (art. 208, CPP). Testemunhos de policiais – Há três posições: a) são suspeitos, porque participaram da investigação; não tendo validade alguma; b) não é possível a afirmação de suspeição, pela mera condição funcional; c) o depoimento tem valor relativo, dado o interesse quanto à diligência que realizou. Incomunicabilidade das testemunhas – a lei não exige. Apenas devem ser ouvidas de modo que umas não saibam nem ouçam o depoimento das outras (art. 210, CPP). Falso testemunho – art. 342, CP Lugar do depoimento – regra geral, o lugar do depoimento é o do foro da causa. Exceção 1 – Há exceção para as pessoas impossibilitadas de comparecer por enfermidade ou velhice (art. 220, CPP). Exceção 2 - Há ainda, as exceções, previstas nos arts. 221, CPP. Exceção 3 - Precatória – quando testemunha residir em lugar diverso do juízo, ela será ouvida por precatória, pelo juiz do lugar de sua residência, devendo as partes ser intimadas da expedição da carta precatória (art. 222, CPP) Testemunhas Militares e funcionários Públicos - §§ 1º e 2º do art. 221, CPP). RECONHECIMENTO DE PESSOAS E COISAS (Arts. 226 a 228 CPP) NOÇÃO – é o meio processual de prova, eminentemente formal, pelo qual alguém é chamado para verificar e confirmar a identidade de uma pessoa ou coisa que lhe é apresentada com outra que viu no passado. ESPÉCIES DE RECONHECIMENTO: a) Imediato – quando não há por parte do reconhecedor qualquer necessidade de exame ou análise; b) mediato – o reconhecedor sente a necessidade de um esforço evocativo (trazer à lembrança, à imaginação) para chegar ao resultado final; c) analítico – há duas fases: a recordação, lembrança (aquilo que se conserva na memória); e o exame de detalhes para através de partes chegar ao resultado objetivado; d) mediante recordação mental – há apenas uma impressão de reminiscência (“acho que conheço”), cujo resultado final, com a certeza e a localização, somente será obtido dias depois. e) direto – visual e auditivo f) – indireto – através de fotografias, filme, vídeo, gravação sonora etc. RECONHECIMENTO DE PESSOAS Para evitar o arbítrio, a má-fé, a indução ou o engano daquele que vai fazer o reconhecimento, o CPP exigiu no seu art. 226 as seguintes cautelas: a) - a descrição prévia do suspeito; b) – sua colocação ao lado de pessoas com características físicas assemelhadas; c) – lavratura de um auto relatando todo o procedimento, o qual será subscrito pela autoridade, por quem reconheceu, e por duas testemunhas instrumentárias; Prevê também o referido dispositivo, a possibilidade do reconhecimento ser feito sem que o reconhecido veja o reconhecedor, livrando este de constrangimento, influência ou intimidação, dando lisura e eficiência ao ato. Obs: esta possibilidade não tem aplicação na fase da instrução criminal ou em plenário de julgamento Determina ainda o art. 228, que o reconhecimento seja isolado, quando forem vários os reconhecedores. Reconhecimento fotográfico – prevalece o entendimento de que é meio de prova inominada, não prevista expressamente na lei processual, que pode e deve ser utilizada. Deve, porém, ser utilizado apenas quando não for possível o reconhecimento pessoal, e obedecer as regras especiais do reconhecimento, sempre que possível. Isoladamente não pode fundamentar decisão condenatória. Retrato falado – não tem previsão legal. É o desenho da face do criminoso com fundamento em descrições, com a finalidade de apresentar uma figura ao menos semelhante ao suspeito. Devido à sua precariedade não pode ser considerado como meio de prova, mas apenas de auxiliar nas investigações policiais. RECONHECIMENTO DE COISAS NOÇÃO - O reconhecimento de coisas é feito em armas, instrumentos, objetos do crime, ou em quaisquer outros objetos que, por alguma razão relaciona-se com o crime. O art. 227 do CPP determina que no reconhecimento de objetos deve-se proceder com as cautelas estabelecidas no art. 226, no que lhe for aplicável. Tais prescrições são: a) – a descrição prévia do objeto pelo identificador: b) – a colocação do objeto entre outros semelhantes; c) – a separação dos identificadores; d) – o reconhecimento isolado de cada um deles; e) – a lavratura do auto de reconhecimento. DA ACAREAÇÃO (arts. 229 e 230 CPP) NOÇÃO – Consiste na colocação face a face de duas ou mais pessoas que fizeram declarações distintas sobre um mesmo fato, buscando obter o convencimento do juiz sobre a verdade de algum fato em que as declarações dessas pessoas forem divergentes. Pressupostos a) – que as pessoas a serem acareadas já tenham prestado suas declarações, no mesmo juízo e sobre os mesmos fatos e circunstâncias: b) – é necessário que no relato das pessoas haja divergência, que existam contradições ou versões distintas sobre o fato ou circunstâncias que interessem ao processo. Momento – a acareação pode se dar tanto na instrução criminal como no inquérito policial (art. 6º. VI) Pode ocorrer - entre acusados, entre acusado e testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e a pessoa ofendida, e entre as pessoas ofendidas. Procedimento – os acareados serão reperguntados, para que expliquem os pontos de divergência, reduzindo-se a termo o ato da acareação, consignando-se as perguntas feitas a cada um dos acareados e as respectivas respostas e, inclusive, a descrição da atitude de cada declarante, como menção à postura, às reações, à maneira de proceder etc. O auto deve ser assinado pelo juiz, acareados e partes presentes. DOCUMENTOS ( OU PROVA DOCUMENTAL) (Arts. 231 a 238 CPP) NOÇÃO – Documento é a coisa que representa um fato, destinada a fixá-lo de modo permanente e idôneo, reproduzindo-o em juízo. Compreende não só os escritos, mas também qualquer forma corporificada de expressão do sentimento ou pensamento humano, tais como a fotografia, a filmagem, a gravação, a pintura, o desenho etc. Para o CPC, consideram-se documentos quaisquer escritos, instrumentos ou papéis públicos ou particulares (art. 232 CPP). - instrumentos – são aqueles confeccionados para provar determinados fatos, como os escritos para criar o ato na forma exigida pela lei. (ex.: pacto antenupcial; mandato etc). - papéis – são os documentos eventuais, escritos não produzidos para provar um fato mas que podem servir de prova. Produção do documento – salvo os casos expressos em lei, as partes poderão apresentar documentos em qualquer fase do processo ( arts. 231 e 400 CPP). Exceções arts. 406, § 2º e 475 CPP). A produção do documento pode ser espontânea ou provocada. Espontânea – com a exibição, juntada ou leitura pela parte; Provocada – determinada pelo juiz (art. 234). Limitação à produção da prova documental – ver art. 233 CPP e 5º, LVI, CF) Autor dodocumento - é a pessoa a quem se atribui a sua formação. Reputa-se autor do documentos: a) aquele que o fez e assinou; b) aquele para quem se elaborou o documento estando assinado; c) aquele que manda que se elabore um documento, mas que pelo costume não se lhe impõe a assinatura para a validade (documento doméstico) CLASSIFICAÇÃO Quanto ao autor - segundo a lei os documentos podem ser: - Públicos – os expedidos na forma prescrita em lei, por funcionário público, no exercício de suas atribuições. Têm a seu favor a presunção de autenticidade - particular – é o que é feito ou assinado por particulares, sem a interferência de funcionário público. É autêntico quando reconhecido por oficial público, quando aceito ou reconhecido por quem possa prejudicar e quando provado por exame pericial. Quanto à forma - os documentos podem ser: Originais – é o escrito em sua forma genuína. É o próprio documento em que se representa o ato ou fato, e, em certas hipóteses, a primeira cópia do original. Cópias – são as reproduções dos documentos originais(traslado, certidão por inteiro teor, etc) Tradução - os documentos redigidos em língua estrangeira devem ser traduzidos para o português (236). Desentranhamento e Restituição de documentos - os documentos originais, juntados a processo findo, quando não exista motivos relevantes que justifique a sua conservação nos autos, poderão, mediante requerimento, e ouvido o Ministério Público, ser entregues à parte que os produziu, ficando traslado nos autos ou cópia autêntica. DOS SUJEITOS PROCESSUAIS (arts. 251 a 281 CPP) NOÇÃO – sujeitos processuais são as pessoas entre as quais constitui, se desenvolve e se completa a relação jurídico-processual. Trata-se de uma relação triangular, um ato de três pessoas: juiz e partes, que são o autor e o réu. Os sujeitos processuais dividem-se em principais e acessórios ( ou secundários ou colaterais). Sujeitos principais - são aqueles cuja ausência torna impossível a existência ou complementação jurídica processual. São eles: o juiz, o autor (M.P ou Ofendido) e o acusado. Sujeitos acessórios (secundários ou colaterais) - são aqueles que, não sendo indispensáveis à existência da relação processual, nela intervêm de alguma forma. ( assistente, os auxiliares da justiça, e os terceiros, interessados ou não, que atuam no processo. DO JUIZ O juiz ocupa posição proeminente (superior) na relação processual, sendo detentor do poder jurisdicional e presidente do processo. Para exercer validamente a funções jurisdicionais e ser sujeito processual é necessário que a pessoa (juiz),tenha: a) capacidade subjetiva e funcional – que se constitui nos requisitos pessoais para o ingresso na magistratura; b) capacidade especial - relativa ao exercício jurisdicional, ou seja, não ser suspeito nem estar impedido para o processo; c) capacidade objetiva – que é a competência para o processo. Funções e poderes – a ordem jurídica confere ao juiz diversos poderes, exercidos no processo ou por ocasião dele, que podem ser: a) poderes de polícia ou administrativos – consiste em praticar atos mantenedores da ordem e do decoro no transcorrer do processo. Para esse fim poderá requisitar a força policial ( arts. 497, I;, II, VI e VIII; 792, § 1º e 794 CPP). b) poderes jurisdicionais – exercidos no processo e que subdividem em: - poderes-meios – dentro dos quais se encontram os ordinários, consistentes em conduzir a seqüência de atos processuais até a sentença, sem a ocorrência de vícios que inquinem de nulidade o processo; - poderes-fins – compreendendo os de decisão e os de execução (decretação de prisão provisória, concessão de liberdade provisória, arbitramento de fiança, extinção de punibilidade, absolvição ou condenação). Prerrogativas: a) – ingresso na carreira mediante concurso público de provas e títulos (93, I, CF); b) - promoção para entrância superior, alternadamente por antiguidade e merecimento (93, II, CF); c) – vitaliciedade (95, I, CF); d) - inamovibilidade (95, II, CF); e – irredutibilidade de vencimentos (95, III, CF) Vedações – (art. 95, parágrafo único, CF) DO MINISTÉRIO PÚBLICO NOÇÃO – é instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses individuais indisponíveis. (art. 127, CF). A CF atribui-lhe com exclusividade, a função de propor a ação penal pública (CF, 129,I ), excetuando a regra, apenas na hipótese de ação privada subsidiária da pública (art. 5º, LIX, CF). GARANTIAS CONSTITUCIONAIS a) Do Ministério Público como um todo: - Estruturação na carreira; - autonomia funcional e administrativa (127, § 2º, CF); - limitações à liberdade do chefe do executivo para nomeação e destituição do procurador-geral (128, §§ 1º a 4º, CF); - Vedação de promotores ad hoc (129, § 2º, CF); b) aos seus membros, em particular: - ingresso na carreira mediante concurso público (129, § 3º, CF); - vitaliciedade (128, § 5º, I, a, CF); - inamovibilidade (128, § 5º, I, b, CF); - irredutibilidade de subsídios ( 128, § 5º, I, c, CF); VEDAÇÕES (128, § 5º, II, a a f, CF) a) – receber, a qualquer pretexto, honorários, percentagens ou custas processuais; b) – exercer a advocacia; c) – participar de sociedade comercial; d) – exercer qualquer outra função pública, salvo uma de magistério; e) – exercer atividade político-partidária; f) – receber auxílio ou contribuição de pessoas físicas, entidades públicas ou privadas, salvo as exceções legais. PRINCÍPIOS - Unidade e indivisibilidade; - Independência (ver art. 130-A, § 2º, CF, sobre o CNMP); - autonomia funcional e administrativa; DO ACUSADO E SEU DEFENSOR ACUSADO – É aquele em face de quem se deduz a pretensão punitiva; é o sujeito passivo da ação penal. IDENTIFICAÇÃO – É a individualização do acusado perante as demais pessoas, diante da necessidade de estabelecer se a pessoa submetida ao processo é a mesma contra a qual se dirige a ação penal. Determina a lei que da denúncia ou queixa deva constar a “qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possam identificá-lo” (CPP, 41). DIREITOS E GARANTIAS – sendo o acusado a parte fraca da relação processual, frente ao Estado, é necessário que lhe sejam deferidos direitos e garantias no curso do Inquérito Policial, do processo e da execução da pena. Nos termos da CF, são eles, entre outros os seguintes, previstos no art. 5º: a) - direito ao respeito à integridade física e moral ( XLIX); b) – às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação ( L ); c) – direito ao devido processo legal (LIV); d) – direito ao contraditório e à ampla defesa (LV); e) – inadmissibilidade, no processo, de provas obtidas por meios ilícitos (LVI); f) – direito a ser presumido inocente e de ser tratado como tal, até sentença condenatória transitada em julgado (LVII); g) – não ser submetido à identificação criminal quando identificado civilmente (LVIII); h) – direito de não ser preso senão em flagrante ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, ressalvados os casos de transgressão militar ou de crimes propriamente militares, definidos em lei (LXI ); i) – direito de ter sua prisão comunicada imediatamente à autoridade judiciária competente, a sua família ou pessoa por ele indicada, bem como o direito de ser assistido por um advogado ( LXII e LXIII); j) – direito ao silêncio (LXIII ); l) – direito de conhecer a identidade dos responsáveis por sua prisão e por seu interrogatório policial (LXIV ); m) – direito ao relaxamento imediato da prisão ilegal, por autoridade judiciária (LXV ); n) – ninguém será mantido na prisão quando a lei admitir liberdade provisória,com ou sem fiança (LXVI ); o) – direito à assistência judiciária gratuita, desde que impossibilitado de prover às despesas do processo sem privar a si ou a sua família dos recursos indispensáveis à sobrevivência ( LXXIV ); p) – direito à indenização por erro judiciário ou pelo tempo em que ficar preso além do fixado em sentença (LXXV );
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