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Resumo esquemático sobre o capítulo 5: Papalia (Desenvolvimento Humano)

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Prova II
Cap. 5: Abordagem sociocontextual: aprendendo nas interações com os cuidadores
	Partindo da ideia de que as interações sociais interferem no desenvolvimento infantil, a grande questão consiste em saber como o contexto cultural afeta as interações que podem promover a competência cognitiva.
	A partir disso Vigotsky coloca que a aprendizagem ocorre através de um processo colaborativo, em que há uma “participação guiada” – interação mútua entre adultos e crianças, em que os adultos guiam as atividades estruturando-as e aproximando a compreensão infantil da compreensão adulta –, que ocorre através de brincadeiras compartilhadas e atividades cotidianas nas quais a criança vai aprendendo informalmente sobre aspectos de sua cultura, como habilidades e valores.
	Compreende-se de um modo geral que o contexto cultural influencia o modo como os cuidadores contribuem para o desenvolvimento cognitivo. De modo que, por exemplo, o envolvimento de adultos em brincadeiras e no aprendizado da criança pode estar relacionado a um contexto urbano de classe média, em que os pais têm maior habilidade verbal, interesse nas brincadeiras e nas questões de desenvolvimento, além de possuírem maior disposição de tempo. Ao contrário de uma realidade de famílias rurais de países em desenvolvimento, em que as crianças observam os pais trabalharem e muitas vezes até participam dos trabalhos, o que promove maior autonomia com relação a algumas atividades não verbais, como amarrar os sapatos, e a restrição de brincadeiras compartilhadas visto que brincam sozinhas, geralmente, ou com os irmãos mais velhos.
Desenvolvimento da linguagem:
- O que é linguagem?
Trata-se de um sistema de comunicação baseado em palavras e gramática. A partir da linguagem a criança expressa suas necessidades, sentimentos e ideias a fim de exercer mais controle sobre sua vida.
- Como ocorre o desenvolvimento da linguagem?
O bebê comunica-se antes mesmo de utilizar as palavras, o que ocorre a partir de sons, que iniciam com o choro até alcançarem uma imitação deliberada.
	Etapa
	Caracterização
	Vocalização inicial (fala pré-linguística):
	Tem relação mais direta com a idade cronológica;
- CHORO: O primeiro meio de comunicação da criança é o choro que a partir da variação do padrão, tons e intensidade, pode sinalizar fome, raiva ou sono. Estabelece um valor adaptativo a partir da aversão que os adultos possuem pelo choro – ao ouvir querem buscar qual o problema para poder resolvê-lo.
- ARRULHO: refere-se a emissões de sons agudos, quando estão felizes, gargolejando e pronunciando sons de vogais como “ahhh”. Ocorre a partir de 6 semanas até aos 3 meses.
- BALBUCIO: a criança repete a sequência de consoantes e vogais, como “ma ma ma”. Pode ser confundido como a primeira palavra da criança, mas não é assim considerado visto que não possui nenhum significado para a criança, não sendo considerado como uma linguagem de verdade. Ocorre seguindo as regras fonéticas da língua nativa.
- IMITAÇÃO: É a chave para o processo de desenvolvimento da linguagem. A criança passa a imitar acidentalmente os sons de idioma e depois imitam a si próprios imitando o som. Até que passam a imitar, entre os 6 e 10 meses, deliberadamente os sons, sem que consiga entendê-los. 
Quando se familiarizam com os sons os bebês começam a atribuir significados.
	Reconhecimento de sons e estrutura da linguagem: 
	Ao imitar os sons as crianças percebem diferenças sutis entre os sons – o que ocorre desde o nascimento. 
Os bebês discriminam, inicialmente, os sons de qualquer língua, mas conforme o processo de percepção e categorização de padrões ocorre, passa a comprometer as redes neurais do cérebro restringindo a aprendizagem de padrões diferentes ao da língua nativa. O que prevê diferenças individuais na língua da criança a partir do segundo ano de vida. 
Entre os 6 e 10 meses o reconhecimento fonético da língua nativa, marcado pelas vogais e consoantes consecutivamente, passa a aumentar, reduzindo a presença dos padrões não nativos.
Pesquisas mostraram que o processo de discriminação sonora começa no útero, quando a criança reconhece o som emitido pela fala materna, de modo que o ritmo cardíaco reduz conforme esse reconhecimento ou não se altera quando a o som não é reconhecido como o da fala materna, mas de uma outra mulher. O que indica que ouvir a fala da mãe antes de nascer pré-sintoniza o ouvido do bebê para captar seus sons.
No caso de a mãe falar dois idiomas, o bebê reconhecerá os dois, emitindo respostas diferenciais a ambas as línguas. 
	Gestos
	Antes da fala a criança gesticula com o objetivo de fornecer informações, de comunicar-se, onde pode indicar a presença de uma cognição social.
- Aos 12 meses a criança passa a apresentar gestos convencionais: como dar tchau, dizer sim ou não com o balançar da cabeça;
- Por volta dos 13 meses se expressa gestos representacionais como esticar os braços para indicar que quer segurar algo no colo;
- Próximo ao período em que a criança pronuncia as primeiras palavras ela passa a apresentar os gestos simbólicos, como soprar algo para indicar que está quente. 
- Por volta dos 3 anos a criança combina gestos e palavras e servem como sinal de que a criança está preparada para emitir sentenças com várias palavras.
- Os gestos deixam de ser emitidos quando a criança aprende a palavra que corresponde aquele gesto e, assim, parece ajudar o bebê a aprender a falar.
	Primeiras palavras (apresentação da fala linguística):
	- Essa fase é consecutiva a de reconhecimento dos sons e estrutura da linguagem, visto que a criança observa a pronúncia, a ênfase das silabas e mudanças de tons antes de associar os sons aos significados e de começar a falar;
- Entre 10 e 14 meses a criança tende a dizer a primeira palavra = fala linguística: expressão que transmite significado; 
- Entre os 10 meses e os 2 anos a criança realiza indicações sociais: aos 10 meses associam palavras a objetos que consideram importantes, mesmo que não seja o nome correto; Aos 12 meses começam a prestar atenção nas indicações dos adultos referente aos nomes dos objetos, mas focam apenas nos objetos que são relevantes para eles; Enquanto que por volta dos 18 aos 24 meses a aprendizagem por indicações sociais se amplia para além de seus interesses.
- No primeiro momento o repertório verbal é restrito e se resume a “mama” ou “dada”, e/ou uma holofrase (uma única palavra que transmite um pensamento completo, podendo ter vários significados conforme o contexto, ex. “da”: pode ser para indicar que a criança quer algo ou para perguntar onde está o pai);
- O vocabulário passivo (receptivo/entendido) aumenta conforme a compreensão verbal se torna mais precisa. Enquanto que, a princípio, o vocabulário expressivo (falado) é lento. Até que, por volta dos 24 meses, pode ocorrer uma explosão de vocabulário.
	Primeiras sentenças:
	- Ocorre geralmente entre os 18 e 24 meses, podendo variar conforme a criança visto que não diz respeito a uma ligação direta a idade cronológica;
- As primeiras sentenças referem-se a coisas do cotidiano da criança e abrange a fala telegráfica – em que a criança faz uso de sentenças com apenas algumas palavras essenciais colocadas ordenadamente conforme a criança escuta, ex. “Mama endo”: para indicar que a mamãe está comendo;
- Por volta dos 20 e 30 meses a criança já demonstra maior capacidade para elaboração sintáxica;
- Por volta dos 3 anos a fala é fluente, longa e mais complexa, de modo que mesmo omitindo algumas palavras a compreensão da fala é bem estabelecida.
Em bebês surdos:
- Bebês surdos com pais igualmente surdos parecem imitar a linguagem de sinais que veem os pais utilizar, primeiro formando uma sequência de movimento sem sentidos e depois repetindo-os seguindo uma sequência chamada de balbucio manual, que ocorre entre 7 e 10 meses;
- A medida que os gestos são reforçados os bebês vão atribuindo significados a eles, até que passe a fazer uso das sentenças por meio da língua de sinais.- Quando a criança não tem um modelo para seguir, ela cria sua própria linguagem de sinais;
Características da fala inicial: 
- A criança simplifica a fala: o que pode ser feito através do uso da fala telegráfica. Ex.: “Não toma leite!”
- A criança entende relações gramaticais que ainda não consegue expressar: Ex.: o cachorro corre atrás do gato, mas ela só consegue expressar que o cachorro corre.
- A criança restringe o significado da palavra: apenas o objeto X que a criança conhece por nome Y é parte daquela categoria. Ex.: a única boneca que a criança entende como boneca é a primeira que ela recebeu e relacionou o objeto ao nome.
- A criança supergeneraliza o significado das palavras: todo objeto com a característica X pelo qual a criança o identifica passa a receber o mesmo nome, mesmo que sejam objetos distintos. Ex.: chama tudo o que voa de pássaro; 
- A criança super-regulariza regras: a criança aplica as regras gramaticalmente falando de um modo universal, sem considerar as exceções – o aprendizado a essas exceções ocorre, geralmente, a partir do início da idade escolar.
Teorias clássicas sobre a aquisição da linguagem:
A aprendizagem é inata ou adquirida?
- Duas teorias se destacam nesse debate, uma defendida por Skinner e a outra por Chomsky. Embora a maioria dos estudiosos defendam atualmente que a aprendizagem ocorre por uma interação entre o biológico e o ambiente: há algo inato que pode ser ativado ou não pela experiência;
	Skinner
	Chomsky
	- A aprendizagem baseia-se na experiência e ocorre através de um condicionamento operante.
A criança emite sons aleatórios; (ou, segundo a teoria da aprendizagem social, imita sons emitidos pelos adultos);
Os cuidadores reforçam os sons, com sorrisos, atenção e elogios, que se aproximam da fala adulta;
A criança repete os sons reforçados.
Críticas:
- Embora a imitação e o reforço contribuam para o desenvolvimento da linguagem, não podem explica-lo totalmente, visto que há um leque amplo de combinações de palavras e complexidades que torna inviável a aprendizagem de todas através de imitações e reforçamentos, além de que os cuidadores reforçam recorrentemente expressões que são agramaticais desde que tenham sentido;
- Não explica a maneira imaginativa da criança dizer coisas que nunca ouviu; 
- Não explica a correspondência entre as idades em que ocorrem os avanços linguísticos nos bebês, tanto nos que ouvem quanto nos surdos.
	- Defende o inatismo, considerando o papel ativo daquele que aprende;
O cérebro humano tem uma capacidade inata para adquirir a linguagem;
Um dispositivo de aquisição da linguagem (DAL) programa o cérebro da criança para inferir as regras da língua que ela ouve.
Fundamento:
- Parte da capacidade dos recém-nascidos de diferenciarem sons similares, o que sugere que nascem com sintonizadores que captam as características da fala.
Críticas:
- Não explica como opera o mecanismo inato;
- Não diz por que algumas crianças diferem em habilidades e fluência linguística ou por que o desenvolvimento da fala parece depender de alguém para conversar;

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