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Unidade I – Parte 2 Centro Universitário Facex - UNIFACEX Curso de Engenharia Civil Disciplina: Engenharia de Petróleo e Gás Prof. Dr. Eylisson André dos Santos Natal/RN, 2017.1 Engenharia de Petróleo e Gás Reservatórios Centro Universitário Facex - UNIFACEX Curso de Engenharia Civil Disciplina: Engenharia de Petróleo e Gás Reservatórios • O Estudo da Engenharia de Reservatórios é realizado visando a retirada de fluidos de dentro das rochas reservatório, permitindo com que esses fluidos cheguem até a superfície. • Na Engenharia de Reservatórios também são estudadas as características da jazida, a propriedade dos fluidos contidos nas rochas, a maneira como estes fluidos interagem no interior das rochas e as leis físicas que regem o movimento dos fluidos no seu interior. • O objetivo principal é maximizar a produção de hidrocarbonetos com o menor custo possível. Introdução Reservatórios Propriedades da Rocha/Reservatório • Para se fazer um estudo de Engenharia de Reservatórios de petróleo é fundamental que se conheça as propriedades básicas da rocha/reservatório. • A quantidade de fluidos existentes e o quanto pode ser extraído do meio poroso são determinados por propriedades da rocha/reservatório: �Migração � Porosidade � Permeabilidade � Compressibilidade � Saturação �Molhabilidade �Mobilidade � Grau API Reservatórios Migração Processo que mobiliza o petróleo, através de meios porosos e/ou falhamentos/fraturas nas rochas, de sua zona de geração até a rocha reservatório. Reservatórios Porosidade Reservatórios • A porosidade de uma rocha é a propriedade em que a mesma apresenta vazios, isto é, poros ou fissuras onde é acumulado o óleo e a água. • Pode ser calculado percentualmente como o volume de espaços vazios encontrados na rocha divido pelo volume total da mesma. • O volume total da rocha é dado pela soma do volume poroso (Vp) e do volume da parte sólida (Vs). Porosidade Reservatórios Porosidade Primária Reservatórios • Porosidade primária: É o espaço que ficou vazio durante a deposição dos sólidos. Ex.: Espaço entre grãos de areia em um arenito. O fluxo através da porosidade primária chama-se fluxo matriz. Porosidade Secundária Reservatórios • Porosidade Secundária: É o espaço formado após a deposição dos sólidos. Ex.: Fissuras-naturalmente fraturadas nos Calcários. O fluxo através da porosidade secundária chama-se fluxo fratura. A porosidade efetiva é a porosidade que de fato se utiliza em cálculos de engenharia de reservatórios, já que representa o volume máximo de fluidos que pode ser extraído da rocha. A porosidade geralmente apresenta variações mais significativas na vertical do que na horizontal. Porosidade Reservatórios Porosidade Reservatórios A porosidade subdivide-se em efetiva ou interconectada e isolada ou não efetiva, ou seja, nem todos os poros são interconectados. Porosidade Reservatórios Porosidade das rochas Porosidade Reservatórios • Fatores que afetam a porosidade Porosidade Reservatórios • Fatores que afetam a porosidade Porosidade Reservatórios Arranjo dos grãos • Fatores que afetam a porosidade Porosidade Reservatórios Seleção dos grãos Material bem classificado Ø = ~ 32% Material mal classificado Ø = ~ 17% • Classificação das rochas-reservatório quanto à porosidade: Porosidade Reservatórios • Permeabilidade (k): É a medida da capacidade de uma rocha permitir o fluxo de fluidos. • Permeabilidade Absoluta: Quando existe apenas um único fluido saturando a rocha. Permeabilidade Reservatórios • Mesmo que uma rocha contenha uma quantidade apreciável de poros e dentro desses poros existam hidrocarbonetos em quantidade razoável, não há garantia de que eles possam ser extraídos. Para que isso ocorra, é necessário que a rocha permita o fluxo de fluidos através dela. • Os fluidos percorrem os canais porosos. Quanto mais cheios de estrangulamentos, mais estreitos e tortuosos forem esses canais porosos, maior será seu grau de dificuldade para os fluidos se moverem no seu interior. • Por outro lado, poros maiores e mais conectados oferecem menor resistência ao fluxo de fluidos. Permeabilidade Reservatórios • A Figura abaixo representa o fluxo de um fluido através de um meio poroso linear. O fluido tem viscosidade “µ” e o meio poroso tem comprimento “L” e seção reta (área aberta ao fluxo) “A”. Permeabilidade (Absoluta) Reservatórios • A vazão “q” é diretamente proporcional à área aberta ao fluxo, ao diferencial de pressão (P1-P2) e inversamente proporcional ao comprimento e à viscosidade. A permeabilidade é uma constante de proporcionalidade característica do meio poroso. Fluxo Permanente Permeabilidade Reservatórios Fluxo Linear em Paralelo Permeabilidade Reservatórios Fluxo Linear em Série Permeabilidade Reservatórios Fluxo Radial em Série Permeabilidade Reservatórios • A permeabilidade tem por símbolo a letra K, e sua unidade de medida mais utilizada é o Darcy. • Darcy em homenagem ao Engenheiro francês Henry D’Arcy (1803-1858), que formulou a equação de deslocamento de fluidos em meios porosos. • Um Darcy é a permeabilidade de uma rocha na qual um gradiente de pressão de 1atm/cm promove a vazão de 1 cm3/s de um fluido de viscosidade 1 centipoise (cp: é um centésimo do poise – unidade de medida de viscosidade, igual a 1 dina- segundo/cm2) através de 1cm2 de área aberta ao fluxo. Permeabilidade Reservatórios • Permeabilidade Efetiva: na existência de mais de um fluido a facilidade com que cada fluido se move é a chamada permeabilidade efetiva do fluido considerado. • No caso em que dois ou mais fluidos saturam o meio poroso, a capacidade de transmissão de um desses fluidos chama-se permeabilidade efetiva do meio poroso ao fluido considerado. Permeabilidade Reservatórios • A rocha reservatório contém sempre dois ou mais fluidos; sendo que a permeabilidade absoluta (único fluido saturando a rocha) não é suficiente para medir a facilidade com que determinado fluido se move no meio poroso. • As permeabilidades efetivas aos fluidos dependem da saturação de cada um dos fluidos no meio poroso. • A cada valor de saturação de um fluido corresponde um valor de permeabilidade efetiva àquele fluido. • O símbolo da permeabilidade efetiva é a letra K com um subscrito correspondente ao fluido em questão. Permeabilidade Reservatórios • Permeabilidade Relativa: é o resultado da normalização. • Nos estudos de reservatórios, costumam-se utilizar os valores de permeabilidade após submetê-los a um processo de normalização. • Normalizar os dados de permeabilidade é dividir todos os valores de permeabilidade efetiva por um mesmo valor de permeabilidade escolhido como base. • O valor de permeabilidade mais utilizado como base é a permeabilidade absoluta. Permeabilidade Reservatórios • Assim: • A permeabilidade relativa nada mais é que a permeabilidade efetiva tornada adimensional. • A permeabilidade relativa varia de zero (inexistência de fluxo) a 1 (meio poroso 100% saturado). Permeabilidade Reservatórios • A permeabilidade relativa do óleo (Kro), água (Krw) ou gás (Krg) é o quociente entre a permeabilidade efetiva e a permeabilidade absoluta (k) do meio em que encontra-se o fluído. Permeabilidade Reservatórios Curvas de permeabilidade relativa versus saturação de água. • Esta curva mostra que, quando o reservatório está saturado com dois fluidos, o escoamento de cada fluido é dificultado pela presença do outro. • Conforme a saturação de um fluido aumenta, sua permeabilidade também aumenta, enquanto que a do outrodiminui. Permeabilidade Reservatórios Curvas de permeabilidade relativa versus saturação de água. • Swc: Saturação de água conata ���� Equivale a menor saturação de água encontrada no reservatório. Geralmente é a condição inicial de saturação de água em um campo. No gráfico Swc= 20%. • Sor: Saturação de óleo residual ���� Equivale ao óleo que não é mais deslocado na rocha, ou seja, é o óleo que permanece no reservatório e não pode mais ser produzido em determinadas condições. No gráfico Sor= 100% - 80% = 20%. Permeabilidade Reservatórios RelativaEfetiva • Classificação das rochas-reservatório quanto à permeabilidade: Reservatórios Permeabilidade Observações: Todas as rochas permeáveis podem ser porosas mas nem todas as rochas porosas são permeáveis, em virtude de os poros não comunicarem entre si ou de serem de tamanho tão pequeno que não permitam a passagem do fluido. Reservatórios Permeabilidade (K) e Porosidade (φ)φ)φ)φ) Poros conectados dão permeabilidade a rocha. Pequenos poros não conectados. Observações: Por exemplo, o calcário deixa de ser impermeável à água à medida que são maiores e mais numerosos os seus poros. Em prospeção de águas subterrâneas ou de petróleo, o ideal será uma rocha que tenha grande permeabilidade, pois, assim, o líquido que a impregna pode chegar mais facilmente ao poço ou tubo de sondagem através dos quais se procura explorar. Reservatórios Permeabilidade (K) e Porosidade (φ)φ)φ)φ) • Formato da partícula; • Compactação; • Distribuição dos tamanhos das partículas; • Quantidade de material cimentado; • Fraturas ou cavidades. Reservatórios Fatores que Afetam a Permeabilidade (K) e a Porosidade (φ)φ)φ)φ) PERM. HORIZ. 800 mD PERM. VERT. 500 mD POROSIDADE 15% • Porosidade: 48%. • A permeabilidade é alta devido ao grande tamanho dos grãos e pequena área superficial. Reservatórios Porosidade (φ) φ) φ) φ) / Permeabilidade (K) • Porosidade: 48%. • A permeabilidade é baixa devido ao pequeno tamanho dos grãos e grande área superficial. Reservatórios Porosidade (φ) φ) φ) φ) / Permeabilidade (K) • Porosidade é alta devido ao tamanho do espaço vazio. • A permeabilidade é zero, pois não há interconexão. Reservatórios Porosidade (φ) φ) φ) φ) / Permeabilidade (K) • Porosidade é baixa. • A permeabilidade horizontal é alta devido ao fraturamento lateral, mas a permeabilidade vertical é zero. Reservatórios Porosidade (φ) φ) φ) φ) / Permeabilidade (K) • Permeabilidade e porosidade são propriedades da rocha. • Permeabilidade é a medida da capacidade do fluido mover-se através da rocha. • Porosidade indica o volume na rocha que está disponível para conter hidrocarbonetos e água. Reservatórios Resumo de Porosidade (φ) φ) φ) φ) e Permeabilidade (K) • Um corpo que inicialmente tem um volume V e é submetido a uma pressão P, reduzirá seu volume. O quociente entre a redução de volume ∆V e o volume inicial V recebe o nome de variação fracional (∆V/V). • Dividindo-se a variação fracional pela variação de pressão (∆P), tem-se a “compressibilidade”. • Por definição a compressibilidade é o quociente entre a variação fracional de volume e a variação de pressão. Compressibilidade Reservatórios Compressibilidade = ∆V/V ∆P • A Compressibilidade Efetiva da Formação é a relação da variação fracional dos volumes porosos e a variação da pressão. • Os poros das rochas porosas (rocha reservatório) estão cheios de fluidos, estes exercem pressão sobre as paredes do mesmo de dentro pra fora, como em um balão de soprar. • Assim, como o tamanho do balão depende da pressão interna (a quantidade de ar contida no seu interior), o volume dos poros é uma função da sua pressão interna. Compressibilidade Efetiva Reservatórios • Ao ser retirada uma certa quantidade de fluidos do interior da rocha, a pressão cai e os poros têm seus volumes reduzidos. Assim: Compressibilidade Efetiva Onde: Cf = Compressibilidade Efetiva da Formação ∆Vp = Variação do Volume Poroso Vp = Volume Poroso Inicial ∆Vp/ Vp = Variação Fracional do Volume ∆P = Variação da Pressão Cf = ∆Vp/Vp ; ∆P Reservatórios Cf ≥ 0 • A porosidade das rochas sedimentares é função do grau de compactação das mesmas, e as forças de compactação são funções da máxima profundidade em que a rocha já se encontrou. Compressibilidade Reservatórios Efeito da compactação natural sobre a porosidade (Krumbein & Sloss, 1951). • Esse efeito é devido à arrumação dos grãos, resultante da compactação. • A saturação é a fração ou o percentual que cada fluido ocupa no volume poroso. Saturação Reservatórios Fluídos da Formação - óleo, água e gás. Saturação Reservatórios • Os poros das rochas reservatórios também contém água além de hidrocarbonetos. Assim, o conhecido volume poroso não é suficiente para estabelecer as quantidades de óleo e/ou gás contida nas formações. • Para se estimar estas quantidades, é necessário estabelecer que percentual de volume poroso é ocupado por cada fluido. • A saturação de cada fluido (óleo, água e gás) é o percentual do volume poroso (Vp) ocupado por cada uma destas fases, ou seja: Saturação de óleo: So = Vo/Vp Saturação de gás: Sg = Vg/Vp Saturação de água: Sw = Vw/Vp So + Sg + Sw = 1 Saturação do fluido = Vol. Total de fluido / Vol. poros Saturação Reservatórios Saturação Reservatórios Distribuição das fases de acordo com a densidade (água > óleo > gás) Entretanto, a água está presente também nas fases de óleo e gás (água conata), reduzida a uma saturação residual ou irredutível. Saturação Reservatórios • Saturação crítica do óleo (Soc): É a saturação mínima, abaixo da qual o óleo não flui através dos poros. • Saturação residual de óleo (Src): É a saturação (quantidade) de óleo que permanece nos poros após o deslocamento. • Saturação móvel de óleo (Som): É a quantidade de óleo que pode ser removida dos poros Som = 1 - Swc - Soc (Swc = saturação de água conata) Saturação Reservatórios • Saturação crítica de gás (Sgc): Com a diminuição da pressão no reservatório abaixo do ponto de bolha, o gás começa a desprender-se, aumentando a sua saturação até ponto em que começa a movimentar-se (saturação crítica). Molhabilidade • Molhabilidade é a capacidade que um líquido tem de aderir (molhar) à superfície de um sólido em contato. • A molhabilidade é medida pelo ângulo de contacto (θ) do líquido com a superfície sólida: Reservatórios Molhabilidade Quanto maior o ângulo de contacto maior a molhabilidade, isto é, mais o líquido molha a superfície sólida em contacto. Reservatórios maior do que 90º menor do que 90º espalhamento total. • Importância: a distribuição dos fluídos no reservatório é função da molhabilidade. Molhabilidade • Geralmente distingue-se: � Fase molhante (aderida à rocha): usualmente é a fase aquosa. � Fase não-molhante: usualmente a fase orgânica (óleo e gás). Reservatórios Devido às forças atrativas, a fase molhante tende a ocupar os poros menores, enquanto a fase não-molhante ocupa os poros e canais mais abertos. Mobilidade • A mobilidade de um fluido se define como a razão entre sua permeabilidade efetiva e a sua viscosidade. Por exemplo, a mobilidade do óleo (fluido deslocado) é dada por: λóleo =kóleo/µóleo • As mobilidades, assim como as permeabilidades relativas, dependem das saturações dos fluidos. A chamada razão de mobilidade é definida pela divisão entre a mobilidade da água “λágua” e a mobilidade do óleo “λóleo”. A mobilidade do óleo e da água são medidas em pontos de saturações de água (Sw) diferentes. Razão de mobilidade = λágua/λóleo. Reservatórios Grau API do Óleo • O Grau API éuma escala hidrométrica criada pelo American Petroleum Institute (API), ela é utilizada para medir a densidade relativa de óleos e derivados. • A escala API é medida em graus e permite definir o petróleo como: � Petróleo leve: Possui ºAPI maior que 30, constituído basicamente por alcanos, e uma porcentagem de 15 a 25% de cicloalcanos. � Petróleo médio: Grau ºAPI de 22 a 30. Além de alcanos, contém de 25 a 30% de hidrocarbonetos aromáticos. � Petróleo pesado: Possui ºAPI menor que 22 e é composto só de hidrocarbonetos aromáticos. � Petróleo extrapesado: Possui ºAPI menor que 10, é constituído de hidrocarbonetos de cadeia longa. Reservatórios Grau API do Óleo • Na Engenharia do Petróleo é comum falar do óleo segundo o grau API, sendo possível identificar rapidamente se o óleo é leve, pesado ou extrapesado. A densidade do óleo em unidades °API está definido pela equação abaixo: Reservatórios Onde “γ” é a densidade específica do óleo (dens. Óleo/dens. água) nas condições padrão (20°C e 1 atm). Grau API do Óleo • Quanto maior o grau API, maior o valor do produto no mercado. O API é maior quando o petróleo é mais leve, como por exemplo, o petróleo classificado como médio é mais caro que o pesado. • Por que é importante classificar o petróleo na escala API? Quando a medida do °API é feita na plataforma antes de refinar o petróleo, permite verificar se o petróleo é leve, pesado, extrapesado, etc. Se for constatado que se trata de um petróleo extrapesado, é preciso então investir na exploração das jazidas, com novas tecnologias e aparelhagem apropriada (bombas de sucção altamente potentes) para extrair o óleo de viscosidade elevada. Reservatórios Grau API do Óleo Reservatórios Exemplos de tipos de petróleo
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