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173691051617 36 REVISAO CRIMINAL

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OAB XX EXAME DE ORDEM 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
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OAB XX EXAME DE ORDEM 
Direito Penal 
Geovane Moraes e Ana Cristina Mendonça 
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CURSO DE 2ª FASE PENAL 
XXII EXAME DE ORDEM 
Aula 18 
 
REVISÃO CRIMINAL 
 
01. CONCEITO 
 
É um instituto processual que tem a natureza jurídica de ação de impugnação e não de recurso. 
 
02. CARACTERÍSTICAS 
 
▪ Pode ser requerida a qualquer tempo (art. 622 do Código de Processo Penal), o que difere dos recursos em 
geral que sempre possuem prazo para serem interpostos sob pena de preclusão. 
▪ Desencadeia o surgimento de um novo processo, não sendo um meio de impugnação na mesma relação pro-
cessual, como ocorre com os recursos em geral. 
▪ Só cabe de sentenças penais transitadas em julgado. Antes, caberá recurso específico para tal finalidade. 
▪ Pode ser intentada durante a execução da pena ou após a execução (art. 622 do CPP). 
 
03. OBJETIVO 
 
O objetivo da revisão criminal é rescindir uma sentença penal transitada em julgado, servindo ela como uma ação 
rescisória do âmbito processual penal, com características próprias. 
 
04. PEDIDOS 
 
Podem ser alegados os seguintes pedidos, conforme preceitua o art. 626 do CPP: 
 
 
 
Uma característica muito peculiar da revisão criminal é o dela ser um instituto exclusivo da defesa, ou seja, o Minis-
tério Público não é parte legítima para requerer a revisão criminal. 
Esta característica é uma dedução do próprio art. 623 do Código de Processo Penal que traz os seguintes legitima-
dos para pedir a revisão criminal: 
• O próprio réu. 
• Procurador legalmente habilitado. 
• Cônjuge, ascendente, descendente ou irmão – CADI (no caso de morte do réu) 
 
Se no curso da revisão criminal falecer a pessoa, cuja condenação tiver de ser revista, o presidente do Tribunal 
nomeará curador para a defesa, conforme previsão expressa do art. 631 do CPP. 
 
05. HIPÓTESES DE CABIMENTO 
 
I. Quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos; 
(art. 621, I, CPP) 
Neste caso específico, a sentença condenatória deve ser arbitrária, uma vez que afronta diretamente texto de lei, 
ou é contrária à evidência dos autos. 
 
 
 
 
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OBSERVAÇÃO: Vale salientar que, apesar de o inciso prever tão somente a possibilidade de afronta de lei penal, 
a abrangência do termo lei penal deve ser entendido como a possibilidade de a sentença penal condenatória vir 
a afrontar qualquer lei, devendo tal afronta ser relevante para a condenação. 
 
II. Quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente 
falsos; (Art. 621, II, CPP) 
Neste caso específico existe a prova da condenação, como depoimentos, exames ou documentos, entretanto tais 
provas são comprovadamente falsas e foram decisivas para levar à condenação do réu, uma vez que o inciso II, do 
art. 621 do CPP diz que a sentença condenatória deve se fundar em tais provas falsas. 
 
III. QUANDO, APÓS A SENTENÇA, SE DESCOBRIREM NOVAS PROVAS DE INOCÊNCIA DO CONDENADO 
OU DE CIRCUNSTÂNCIA QUE DETERMINE OU AUTORIZE DIMINUIÇÃO ESPECIAL DA PENA. (Art. 621, III, 
CPP) 
Este inciso contempla duas situações. 
Na primeira, são descobertas novas provas de inocência do condenado, podendo ser qualquer tipo de prova nova, 
sejam prova documentais, testemunhais, etc. e a segunda surgem novas provas de circunstância que determinam 
ou autorizam a diminuição da pena do condenado. 
 
06. COMPETÊNCIA 
 
A competência para o julgamento da Revisão Criminal é sempre de Tribunal podendo ser organizada da seguinte 
forma: 
• Decisão penal transitada em julgada de Juiz Estadual ou Juiz Federal à compete ao Tribunal de Justiça e ao 
Tribunal Regional Federal julgar a revisão criminal, respectivamente. 
• Decisão penal transitada em julgada de Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal à compete ao próprio 
Tribunal de Justiça e ao Tribunal Regional Federal julgar a revisão criminal. (Isto ocorre como decorrência da previ-
são constitucional do art. 108, I, b da CF que prevê que o Tribunal Regional Federal processará a julgará originari-
amente as revisões criminais, e, pelo princípio da simetria, tal regra se estende aos Tribunais de Justiça.) 
• Decisão penal transitada em julgado proferida pelo Superior Tribunal de Justiça ou Supremo Tribunal Federal à 
compete ao próprio Superior Tribunal de Justiça ou Supremo Tribunal Federal proceder a revisão criminal de seus 
próprios julgados, nos exatos termos do art. 105, I, “e” e art. 102, I, “j” da Constituição Federal, respectivamente. 
• Decisão penal transitada em julgado proferida por Juizado Especial Criminal a competência será da Turma Recur-
sal para julgar a Revisão Criminal. 
No tocante a competência das Turmas Recursais em proceder à revisão criminal das sentenças penais proferidas 
em juizados especiais criminais, vale destacar que tal competência é uma construção da jurisprudência do STJ. 
 
07. PROCEDIMENTO 
 
Deve-se obedecer a seguinte sequência: 
Petição Inicial – será instruída com a certidão de haver passado em julgado a sentença condenatória e com as 
peças necessárias a comprovação dos fatos arguidos, nos termos do art. 625, § 1º, do Código de Processo Penal, 
sendo endereçada ao presidente do Tribunal competente. 
O requerimento será distribuído a um relator e a um revisor, devendo funcionar como relator um desembargador 
que não tenha pronunciado decisão em qualquer fase do processo. (art. 625, Código de Processo Penal) 
O relator poderá determinar que se apensem aos autos originais, se daí não advir dificuldade à execução normal 
da sentença. (art. 625, § 2º, Código de Processo Penal). 
Se o relator julgar insuficientemente instruído o pedido e inconveniente ao interesse da justiça que se apensem os 
autos originais, indeferi-lo-á in limine, dando recurso para as câmaras reunidas ou para o tribunal, conforme o caso 
(art. 624, parágrafo único) – Logo, existe a possibilidade indeferimento liminar da revisão criminal, nos exatos termos 
do art. 625, § 3º, do Código de Processo Penal. 
Se o requerimento não for indeferido in limine, abrir-se-á vista dos autos ao procurador-geral, que dará parecer no 
prazo de dez dias. Em seguida, examinados os autos, sucessivamente, em igual prazo, pelo relator e revisor, julgar-
se-á o pedido na sessão que o presidente designar. (art. 625, § 5º, Código de Processo Penal) 
 
 
 
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Julgando procedente a revisão, o tribunal poderá alterar a classificação da infração, absolver o réu, modificar a pena 
ou anular o processo. De qualquer maneira, não poderá ser agravada a pena imposta pela decisão revista. (art. 626, 
Código de Processo Penal e parágrafo único) 
A absolvição implicará o restabelecimento de todos os direitos perdidos em virtude da condenação, devendo o 
tribunal, se for caso, impor a medida de segurança cabível. (art. 627, Código de Processo Penal) 
O tribunal, se o interessado o requerer, poderá reconhecer o direito a uma justa indenização pelos prejuízos sofridos. 
(art. 630, Código de Processo Penal). Por essa indenização, que será liquidada no juízo cível, responderá a União, 
se a condenação tiver sido proferida pela justiça do Distrito Federal ou de Território, ou o Estado, se o tiver sido pela 
respectiva justiça. (art. 630, § 1º, Código de Processo Penal). A indenização não será devida: a) se o erro ou a 
injustiça da condenação proceder de ato ou falta imputável ao próprio impetrante, como a confissão ou a ocultação 
de prova em seu poder; b) se a acusação houver sido meramente privada. (art. 630, § 2º,Código de Processo 
Penal). 
Existe controvérsia doutrinária sobre a possibilidade de revisão em sede de decisão proferida pelo tribunal do júri, 
tendo em vista que a revisão criminal ofenderia a soberania dos veredictos. O STJ, mais precisamente a 5ª Turma, 
decidiu que é cabível a revisão criminal em decisões do Tribunal do Júri, entretanto, deve-se proceder a novo julga-
mento para se respeitar a soberania dos veredictos 
A Corte, tem julgado no sentido de que a seria possível a absolvição do agente, ainda que em sede de Revisão 
Criminal no rito do júri, desde que haja afronta ao direito de liberdade. 
 
OBSERVAÇÃO: Revisão criminal no Tribunal do Júri 
 
Apesar de divergente, o entendimento é que é possível a revisão criminal em decisões do Tribunal do 
Júri, entretanto, deve-se proceder a novo julgamento para se respeitar a soberania dos veredictos. 
 
Temos várias decisões recentes que demonstram ser possível a Revisão Criminal no rito do Tribunal do Júri, por 
exemplo, o HC 358916/MA do STJ. 
 
Todavia, colacionamos abaixo um julgado de 2014 por ser mais didático. 
 
PROCESSUAL PENAL. RECURSO ESPECIAL. CONHECIMENTO. MATÉRIA CONSTITUCIONAL E INFRA-
CONSTITUCIONAL. REVISÃO CRIMINAL JULGADA PROCEDENTE, PELO TRIBUNAL DE ORIGEM. ART. 621, 
I E III, DO CÓDIGO DE PROCESSO PENAL. ERRO JUDICIÁRIO, POR CONTRARIEDADE À PROVA DOS 
AUTOS. EXISTÊNCIA DE PROVAS DA INOCÊNCIA DO RÉU. ABSOLVIÇÃO, PELO TRIBUNAL DE 2º GRAU. 
POSSIBILIDADE. INOCORRÊNCIA DE OFENSA À SOBERANIA DO TRIBUNAL DO JÚRI. RECURSO ESPE-
CIAL CONHECIDO E DESPROVIDO. 
I. Transitada em julgado a sentença condenatória, proferida com fundamento em decisão do Tribunal do 
Júri, o Tribunal a quo julgou procedente a Revisão Criminal, ajuizada pela defesa, absolvendo, desde 
logo, o réu, por ocorrência de erro judiciário, em face de contrariedade à prova dos autos, bem como pela 
existência de novas provas de sua inocência, a teor dos arts. 621, I e III, e 626 do CPP. 
II. Fundamentado o acórdão recorrido em matéria constitucional e infraconstitucional, tendo sido interposto tam-
bém Recurso Extraordinário, é de ser conhecido o Recurso Especial, por ofensa a dispositivos legais, relaciona-
dos, no caso, ao art. 74, § 1º, do CPP e ao cabimento da Revisão Criminal (art. 621, I e III, do Código de Processo 
Penal). Recurso Especial conhecido. 
III. A Revisão Criminal objetiva proteger o jus libertatis, somente podendo ser utilizada pela defesa. 
IV. O Tribunal competente para julgar a Revisão Criminal pode, analisando o feito, confirmar a condenação, ou, 
no juízo revisional, alterar a classificação do crime, reduzir a pena, anular o processo ou mesmo absolver o 
condenado, nos termos do art. 626 do CPP. 
V. Uma vez que o Tribunal de origem admitiu o erro judiciário, não por nulidade no processo, mas em face de 
contrariedade à prova dos autos e de existência de provas da inocência do réu, não há ofensa à soberania do 
veredicto do Tribunal do Júri se, em juízo revisional, absolve-se, desde logo, o réu, desconstituindo-se a injusta 
condenação. Precedente da 6ª Turma do STJ. 
VI. "A obrigação do Poder Judiciário, em caso de erro grave, como uma condenação que contrarie manifesta-
mente as provas dos autos, é reparar de imediato esse erro. Por essa razão é que a absolvição do ora paciente 
(e peticionário, na revisão criminal) é perfeitamente aceitável, segundo considerável corrente jurisprudencial e 
 
 
 
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doutrinária" (STJ, HC 63.290/RJ, Rel. p/ acórdão Ministro CELSO LIMONGI (Desembargador Convocado do 
TJ/SP), SEXTA TURMA, DJe de 19/04/2010). 
VII. Recurso Especial conhecido e improvido. 
(STJ, REsp 1.304.155/MT, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, Dje 01.07.2014) 
 
(grifos nossos) 
 
 
 
 
 
 
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CASO PRÁTICO 01 
 
Caio foi condenado definitivamente, em sentença transitado em julgado, a uma pena de 9 anos de reclusão em 
regime prisional inicialmente fechado, tendo em vista que, segundo prova dos autos, cometeu o crime de estupro, 
art. 213, caput, do Código Penal, pois teria constrangido Carla a praticar atos diversos da conjunção carnal, utili-
zando-se de violência. 
Após 2 anos do trânsito em julgado da sentença condenatória, estando Caio cumprindo a pena privativa de liberdade 
imposta, Carla confidenciou a sua amiga íntima Tatiana que, na verdade, Caio não praticou atos diversos da con-
junção carnal com violência, tendo em vista que Caio era seu namorado, só que ninguém poderia saber disso. Carla 
disse, ainda, que consentiu na prática dos atos diversos da conjunção carnal, e como Caio não queria manter o 
relacionamento às escondidas, como era a intenção de Carla, ele acabou terminando o relacionamento, o que cau-
sou uma grande raiva em Carla e a fez procurar a delegacia e inventar que tinha sido vítima de estupro. 
Tatiana ficou horrorizada com a confidência de sua amiga e foi, de imediato, procurar o pai e a mãe de Caio, tendo 
ela informado todos os fatos para estes dois. Caio também ficou sabendo da confidência por intermédio de seus 
pais e resolveu contratar um advogado. 
Na qualidade de advogado contratado por Caio apresente a medida processual cabível para impugnar a decisão. 
 
 
 
 
 
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PADRÃO DE RESPOSTA – CASO PRÁTICO 01 
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO 
ESTADO DE ____ 
 
 Caio, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da Cédula de Identidade número ___, expedida pela 
____ inscrito no Cadastro de Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob o número ______, residência e domi-
cílio, por seu advogado abaixo assinado, conforme procuração anexa a este instrumento, vem oferecer 
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com fundamento no art. 621, III, do Código de Processo Penal, não se conformando com a sentença condenatória 
já transitada em julgado, conforme certidão em anexo, pelas razões de fato e direito a seguir expostas. 
 
1. Dos Fatos 
 O revisionando foi condenado definitivamente, em sede de primeiro grau, em sentença transitado em jul-
gado, a uma pena de 9 anos de reclusão em regime prisional inicialmente fechado, tendo em vista que, segundo 
prova dos autos, teria supostamente cometido o crime de estupro, art. 213, caput, do Código Penal, pois teria 
constrangido a vítima Carla a praticar atos diversos da conjunção carnal, utilizando-se de violência. 
 Ocorreu que surgiu nova prova de inocência do revisionando, tendo em vista que, após 2 anos do trânsito 
em julgado da sentença condenatória, estando o revisionando cumprindo a pena privativa de liberdade imposta, 
a vítima confidenciou à sua amiga íntima Tatiana que, na verdade, o revisionando não praticou atos diversos da 
conjunção carnal com violência, tendo em vista que o revisionando era seu namorado, só que ninguém poderia 
saber disso. 
 A vítima disse, ainda, que consentiu na prática dos atos diversos da conjunção carnal, e como o revisio-
nando não queria manter o relacionamento às escondidas, como era a intenção da vítima, ele acabou terminando 
o relacionamento, o que causou uma grande raiva na vítima e a fez procurar a delegacia e inventar que tinha sido 
vítima de estupro. 
 A respeitável decisão proferida merece ser rescindida pelos motivos de fato e direito a seguir aduzidos. 
 
2. Do Direito 
 No caso concreto, após a sentença, surgiram novas provas de inocência do réu, nos termos do art. 621, 
III, do Código de Processo Penal, o que irá acarretar a absolvição do revisionando, nos termos do art. 626 do 
Código de Processo Penal. 
 A vítima confidenciou a sua amiga Tatiana, que, na verdade, o revisionando não praticou atos diversos da 
conjunção carnal com violência contra a vítima, tendo estaconsentido na prática dos atos. 
 Ora, para que se possa falar no crime de estupro, deve-se haver a prática de conjunção carnal ou de atos 
diversos da conjunção carnal com violência ou grave ameaça contra a vítima. No caso concreto, como o revisio-
nando não praticou atos diversos da conjunção carnal com violência contra a vítima, o revisionado cometeu um 
fato atípico, não estando configurado o crime de estupro. 
 Desta forma, surgiram novas provas de inocência do revisionado que ensejam a sua absolvição, pois o fato 
atribuído ao réu não constitui infração penal. 3. Do Pedido Diante do exposto, requer-se o deferimento do pedido 
revisional e a reforma da decisão para absolver o revisionando, pois o fato atribuído a este não constitui infração 
penal, nos termos dos artigos 386, III, 621, III e 626 do Código de Processo Penal. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Comarca, data 
Advogado, OAB 
 
 
 
 
 
 
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CASO PRÁTICO 02 
 
Tiago foi acusado pela prática de lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3º do CP) contra Mévio, no mês de 
fevereiro quando este voltava para casa. Narram os autos que no dia e hora do fato, o acusado estava bebendo em 
um bar quando viu a vítima e saiu para tirar satisfações com ela, ocasião em que entraram em luta corporal e Tiago, 
com a intenção de lesionar, empurrou Mévio que veio a cair, bater a cabeça na calçada e morrer ainda no local. Na 
fase de instrução criminal, os depoimentos testemunhais apontaram como autor do delito Caio, que também se 
encontrava no local, mas que não foi indiciado pela autoridade policial nem denunciado pelo representante do Mi-
nistério Público. Além disso, restou comprovado que o acusado, no dia e hora do crime não se encontrava na 
localidade. Mesmo assim, o juiz sentenciante condenou Tiago a uma pena de 10 anos de reclusão, sentença tran-
sitada em julgado em junho de 2014. Marta, mulher de Tiago, não se conformou com a condenação do seu marido 
e resolveu procurar um advogado. 
 
 
 
 
 
 
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RESPOSTA – CASO PRÁTICO 02 
 
• Peça: REVISÃO CRIMINAL, com fundamento no art. 621, I, parte final, do Código de Processo Penal. 
 
• Competência: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE 
JUSTIÇA DO ESTADO _________ 
 
• Tese: Alegar que o juiz sentenciou contrariamente à prova constante nos autos. 
 
• Pedido: Deve-se fazer o pedido pleiteando seja julgado procedente o pedido revisional, para, com fundamento no 
art. 626 do Código de Processo Penal, que seja desde logo reformada a decisão para decretar a absolvição do 
agente, com base no art. 386, IV, do mesmo código. 
 
OBS.: Perfeitamente possível requerer o pedido constante no art. 630 do Código de Processo Penal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ido de intimação e inquirição das testemunhas

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