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MATERIA PROCESSO DE CONHECIMENTO DO TRABALHO

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PROCESSO DE CONHECIMENTO DO TRABALHO
Evolução Histórica do Direito Processual do Trabalho
De acordo com a Bíblia o trabalho era considerado como castigo, uma vez que Adão precisou trabalhar para comer, [...], tal termo vem do latim tripalium, ou seja, instrumento usado para tortura de três paus ou uma canga que pesava sobre os animais.
O processo do trabalho surgiu junto com as normas que regulariam as relações patrão-empregado, conforme discorre Theodoro Junior é impraticável a vida em comum sem a normatização do compromisso humano, daí surgiu o Direito como conjunto das normas gerais e positivas disciplinadoras da vida social, [...]. Cabe ao Estado ordenar as leis e estabelecer medidas de imposição coercitivas do comando expresso na norma.
Ivan Dias Rodrigues Alves preleciona que: O trabalho evidentemente sempre foi regulamentado por lei, desde a mais remota antiguidade encontram-se leis que o regem, bastando observar que o código de Hamurabi já continha norma pertinente ao salário mínimo, de maneira que a parte do direito que hoje conhecemos como direito coletivo do trabalho, de certo modo, encontra-se raízes nas primitivas organizações jurídicas. 
A proteção aos direitos conquistados sempre foi uma preocupação daquele que os normatizavam; a composição dos órgãos e os instrumentos para fazê-lo teve peculiar influência da cultura de cada país, acompanhando a evolução das formas de trabalho, cada Estado passou por um processo de adequação às necessidades de empresas e trabalhadores. Um consenso majoritário:  o trabalhador é a parte mais frágil da relação e como tal deve desfrutar de maior proteção do Estado.
O trabalho escravo, “coisificação” do trabalhador, é a mais expressiva representação do trabalhador na idade antiga - 4.000 a.C. [...]. Pouco a pouco o trabalhador ressurgiu, na superfície da História, com uma característica nova: passou a ser pessoa, muito embora seus direitos subjetivos fossem limitadíssimos.
Apesar da existência de maior liberdade ao trabalhador, a relação das corporações de ofício com os seus empregados era de forma autoritária visando essencialmente, seus interesses e marginalizando a proteção destes.
Raquel Veras Franco discorre que a existência da Justiça do Trabalho está dentro do advento da Revolução Industrial - século XVIII - este foi o marco de uma série de acontecimentos que, nos anos seguintes, provocaram mudanças profundas e dramáticas em todo o mundo.
No processo evolutivo das formas de trabalho, com substituição da mão de obra por maquinário, ocorreu uma onda de desemprego e com ele redução de salários e condições desumanas de trabalho. Diante de tal situação os trabalhadores passaram a se organizar e pleitear melhores condições de trabalho e salários dignos, devida a inexistência de normas, os conflitos só se resolviam quando uma das partes cedesse.
Diante das constantes contendas entre as classes, o estado passou a ordenar conciliação obrigatória, depois a mediar  e por fim a julgar a controvérsia. Surge então, o Direito processual do trabalho. 
Na Europa: Na França o dissídio coletivo era dirimido pela arbitragem; e o individual, pelo Conselis de Prud’hommes (homem prudente).  Em 1776 o Conselis foi extinto, passando suas funções para o tribunal comum. Vinte sete anos depois, em 1803 a resolução dos conflitos entre industriais e operários passou a ser facultado ao prefeito de polícia, alcaide e comissários, segundo as regras do Código Municipal e de polícia. Em 1806, Bonaparte restitui, os Conselhos Prud’hommes, para solucionar as reclamações trabalhistas, de forma irrecorrível para valores de até 60 francos. Atualmente o Conselho continua a ser um órgão jurisdicional paritário.  Uma lei de 1936 determinou que os dissídios coletivos passassem a ser de competência de processo de conciliação (obrigatória) e arbitragem (facultativa).
Na Alemanha, em meados de 1808, surge os tribunais industriais implementados posteriormente, em diversas partes da Alemanha, tinham  por fim  resolver conflitos individuais  e coletivos, logo, tendo sua competência ampliada para o comércio.
Em 1934, nasce a Carta do trabalho do III Reich, e com ela a arbitragem com a interferência do Estado; surge o Tribunal do Trabalho dividido em: 1ª Instância; de Apelação e do Reich.
Atualmente, os conflitos trabalhistas, individuais e coletivos, são resolvidos pelos Tribunais do Trabalho, sendo eles: Tribunais Regionais; Tribunal Federal; Superior Tribunal Constitucional utilizam-se  do Código de Processo do Trabalho e subsidiariamente o CPC.  Assevera o Prof. Dr. Wolfgang Däubler da Universidade de Bremen é, ao lado do Brasil, um dos poucos países que têm uma justiça do trabalho independente e apresentam a mesma composição.
Itália possuía os Conselhos de Probiviri, (1878) para solucionar os conflitos do setor econômico de seda, e posteriormente, da indústria e outras categorias. Em 1927, a Carta Del Lavoro, definiu a intervenção do Estado regulando as controvérsias do trabalho. Atualmente, os dissídios são submetidos aos Juízes togados nas esferas de primeiro grau – juiz do trabalho; segundo -  o Tribunal Comum de Apelação; e acima, a Corte de “di Cassazione” e o Tribunal Constitucional. 
Conforme narra Sérgio Pinto Martins, na Espanha existiam três órgãos: os Tribunais Industriais, instituídos em 1908 e suprimidos em 1935; os Comitês Paritários resolviam questões individuais ou coletivos e foram extintos em 1931, surgindo assim, os Jurados Mistos.
Hoje em dia a Justiça do Trabalho julga dissídios coletivos e individuais e é composta por  Juntas de Conciliação Sindical (órgão administrativo) de passagem obrigatória, antes da ação judicial. A primeira instância é a Magistratura do Trabalho; a segunda instância é o Tribunal Central do Trabalho e o Tribunal Supremo é a última instância. Em 1979 foi criado o Instituto de Mediação, Arbitragem e Conciliação.
A Grã- Bretanha criou, em 1964 os Tribunais Industriais, que decidia sobre o pagamento aos trabalhadores em virtude de dispensa coletiva, por motivos econômicos ou técnicos, posteriormente passara a julgar as reclamações trabalhistas. 
Seus tribunais têm composição paritária, os juízes não pertencem a um certo tribunal, não há um tribunal de composição permanente; só julgam dissídios individuais e as decisões são pouco, ou quase nada protecionistas. 
Nas Américas: Os Estados Unidos historicamente, possui forte tendência arbitral, o Estado só interfere se houver arbitrariedade ou fraude (“commom law”). Os conflitos individuais são levados a conciliação particular, patrocinadas pelo sindicato. Os dissídios coletivos geralmente se resolvem por meio de convenção ou acordos coletivos, não sendo obrigatório o uso da arbitragem.
Em 1914, no México, a lei Aguirre Berlanga, tratava das Juntas Municipais destinadas a resolver os conflitos entre trabalhadores e patrões, através de audiência una, irrecorrível e oral. No ano seguinte, foi criado em Yucatán, o Conselho de Conciliação e o Tribunal de Arbitragem, que aplicava as leis trabalhistas.  A organização da Justiça do Trabalho, segue o sistema de juntas locais e Federais de Conciliação e Arbitragem, com composição paritária e suas decisões são irrecorríveis.
A organização trabalhista argentina deu-se em 1944 com a Comissão de Conciliação, a  Comissão de Arbitragem, os juízes de primeira instância e a Câmara de Apelações. Em 1956 criou-se o Conselho de Trabalho Doméstico, para dirimir controvérsias, regulados pelo estatuto dos empregados domésticos. Em 1969 foi suprimida a Comissão de Conciliação e Arbitragem.
No Brasil: o primeiro órgão de solução de conflito do trabalho foi o Patronato Agrícola, criado em 1911, através da Lei n. 1.299-A, de 27 de Dezembro de 1911.
O Departamento Nacional do Trabalho foi criado em 1917, (DNT) como órgão fiscalizador e informativo. O DNT era vinculado ao ministério da agricultura, indústria e comércio, tendo a função meramente consultiva; em  1922  surge o Tribunal Rural, que acaba funcionando como uma 2ª instância do Patronato Agrícola, ambosno estado de São Paulo.
Conforme Ronaldo Medeiros, em 1930 Getúlio Vargas cria o ministério do trabalho; dois anos depois, os órgãos nacionais de solução dos conflitos e as comissões mistas de conciliação e as juntas de conciliação e julgamento, todos do executivo e de natureza administrativa. Predominava a opção da conciliação, para solucionar o conflito capital-trabalho, em caso de insucesso, sugeria a arbitragem, persistindo, o Estado se retirava do conflito, salvo se fosse uma atividade essencial, onde o ministro do trabalho impunha uma decisão ao conflito. Para conciliar os dissídios coletivos foram criadas comissões mistas de conciliação, e para conciliar e julgar os dissídios individuais, as Juntas de Conciliação e Julgamento. Seu aspecto era órgão arbitral não estatal. Nas Juntas, somente os empregados sindicalizados tinham direito de ação. As Juntas eram instâncias únicas de julgamento. As Juntas eram compostas de um presidente, estranho aos interesses das partes e de preferência membro da OAB e de dois vogais, um dos empregados e um do empregador, além de dois suplentes.
Em 1939 é criada a justiça do trabalho, do executivo, instalada no dia 1º de maio de 1941, com 3 (três) instâncias: JCJ (junta de conciliação e julgamento), CRT (conselho regional do trabalho) e CNT (conselho nacional do trabalho), com a figura do vogal. Com o tempo, a JT substituiu as comissões e Juntas existentes.
Em 1943 surge a CLT abarcando assunto processual e material. Três anos após a justiça do trabalho alcançar status como órgão do poder judiciário (1946), mantendo se com 3 (três) instâncias, com a JCJ, TRT e TST, tendo vogal em todas as instâncias.
Em 1969 surge o decreto-lei 779, que disciplina a atuação da fazenda pública na justiça do trabalho. Em 1970 temos a lei 5.584/70, que cria o procedimento sumário (até 2 salários mínimos). Esta lei também prevê assistência judiciária prestada pela entidade sindical. Em 1988 temos a CF, que amplia a competência da justiça do trabalho. Em 1989 temos a lei 7.701/89, que traz a estrutura interna do TST.
Dia 04 de junho de 1998 temos a EC20, que ampliou a competência da justiça do trabalho para abarcar as contribuições previdenciárias que decorram de suas decisões. A EC20 foi regulamentada pela lei 10.035/00, que passou a prever a participação do INSS em todos os processos trabalhistas. Esta sistemática foi alterada pela lei 11.457/07 (lei da super receita). Com essa lei alterando a CLT em alguns artigos, quem passou a fazer parte do processo trabalhista foi a União. A União vai defender a contribuição previdenciária e imposto de renda.
Em 2000 a EC24, pôs fim aos juízes classistas. Efetivamente acabaram em 2002, pois quem estava no mandato podia acabar o mandato. Com o fim dos classistas acabaram-se as juntas, que viraram varas do trabalho. Neste mesmo ano a lei 9.957/00, criou o procedimento sumaríssimo trabalhista (40 salários mínimos). Tivemos ainda a lei 9.958/00, que criou as comissões de conciliação prévia.
Juiz classista, no direito brasileiro, é o juiz leigo, não togado, isto é, não necessariamente formado em Direito, que é escolhido pelos sindicatos de trabalhadores e de empregadores para um mandato temporário na Justiça do Trabalho.
A EC nº. 45 de 08 de dezembro de 2004 que reformou o poder judiciário alterou o art. 114 CF, dobrou a competência material trabalhista. No ano seguinte o TST reformula seus enunciados, passando a denominá-los de súmulas. Ele inova ao criar súmulas com incisos.
Hoje a Justiça do Trabalho tem um TST com 27 ministros e sede em Brasília. Temos 24 tribunais regionais.
Conceito: Nas palavras de Sérgio Pinto Martins, é o conjunto de princípios, regras e instituições destinado a regular a atividade dos órgãos jurisdicionais na solução dos dissídios, individuais ou coletivos, entre trabalhadores e empregadores. Direito Processual do Trabalho é o instrumento de manifestação do estudo sistematizado das leis que organizam e disciplinam a ação e a jurisdição trabalhista, através do processo. Regras que normatizam os meios e a forma (processo) pelo qual, se defende e alcança as garantias contidas no direito material.
Princípios do Direito Processual do Trabalho
Sérgio Pinto Martins define princípios como “as proposições básicas que fundamentam as ciências, informando-as e orientando-as. Para o Direito, o princípio é o seu fundamento, a base que irá informar e inspira as normas jurídicas.” 
Na mesma linha de pensamento o Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, Maurício Godinho Delgado, define princípio como “proposições fundamentais que informam a compreensão do fenômeno jurídico. São diretrizes centrais que se inferem de um sistema jurídico e que, após inferidas, a ele se reportam, informando-o”.
De acordo com a melhor doutrina, os princípios possuem três funções dentro do ordenamento jurídico: informativa, interpretativa e normativa.
Na função informativa os princípios atuam na fase pré-legislativa, orientando os legisladores na formação da lei de modo a evitar que se criem normas (em sentido restrito) que colidam com os princípios constituídos. 
Na função interpretativa, diferente da função anterior é voltada ao operador do direito. Nesta função “os princípios se prestam à compreensão dos significados e sentidos das normas que compõe o ordenamento jurídico”, conforme ensinamento de Carlos Henrique Bezerra Leite.
A função normativa, como na função interpretativa, também é voltada ao operador do direito que aplica os princípios do direito aos casos concretos que lhe são apresentados. Exemplo disso é a aplicação do princípio da norma mais favorável quando houver duas normas confrontantes a serem aplicadas no mesmo caso; princípio da primazia da realidade, etc.
PRINCÍPIO DA IGUALDADE OU ISONOMIA: está esculpido no art. 5º, caput, da CF, que assim dispõe: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade (...)”.
Este princípio prega que todos, homens e mulheres, possuem igualdade em direitos e obrigações.
No campo processual, especificamente na área trabalhista, demandante e demandado possuem os mesmos direitos e obrigações processuais (direito de recorrer da sentença que lhe for desfavorável, dever de provar o que alega – ônus da prova, dever em não alterar a verdade dos fatos, entre outros).
Este princípio não deve ser aplicado irrestritamente, mas em sentido amplo, ou seja, somente haverá igualdade ou isonomia quando houver tratamento igual entre iguais. Por outro lado, haverá flagrante desigualdade se proporcionarmos tratamento igual a desiguais.
Alexandre de Moraes ensina, com propriedade, ao dizer: “o que se veda são as diferenciações arbitrárias, as discriminações absurdas, pois, o tratamento desigual dos casos desiguais na medida em que se desigualam, é exigência tradicional do próprio conceito de Justiça”.
No processo trabalhista, existem certas exceções à aplicabilidade do princípio da isonomia, como, por exemplo, o prazo concedido à Fazenda Pública e ao Ministério Público para contestar e para recorrer.
Deve-se observar, por fim, que o princípio da igualdade, na esfera processual do trabalho é aplicável tanto nos dissídios individuais quanto nos dissídios coletivos.
PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO: O princípio do contraditório encontra-se estabelecido no art. 5º, LV, da CF, onde diz: “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes”.
Como visto anteriormente, as partes no processo do trabalho devem ser tratadas de maneira igualitária, pois ambas possuem direitos e obrigações iguais. Assim sendo, podemos dizer que o princípio do contraditório é bilateral, ou seja, aplica-se tanto ao autor (reclamante) como ao réu (reclamado).
Alexandre de Moraes, sobre o princípio do contraditório, salienta que “a todo ato produzido pelaacusação caberá igual direito da defesa de opor-se-lhe ou de dar-lhe a versão que melhor lhe apresente, ou, ainda, de fornecer uma interpretação jurídica diversa daquela feita pelo autor”.
Este princípio, como o anteriormente estudado, também comporta exceção à regra, como, por exemplo, a concessão de liminares sem o juiz ouvir a outra parte, sempre que houver o binômio fumus boni iuri e o periculum in mora.
PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA: O princípio da ampla defesa, também esculpido no art. 5º, LV, da CF, como visto acima, é um desdobramento do princípio do contraditório.
Diferente do princípio anterior, o princípio da ampla defesa é direcionado ao réu, sendo assim, regra geral, unilateral (exceto nos casos de reconvenção, quando o princípio da ampla defesa será aplicado também ao autor da ação).
Consiste este princípio em proporcionar ao réu as condições necessárias ao esclarecimento da verdade.
O princípio em questão permite ao réu que o mesmo se omita ou se cale perante o juízo, se assim lhe convir.
PRINCÍPIO DA IMPARCIALIDADE DO JUIZ: Sérgio Saad, citando o art. 10 da Declaração Universal dos Direitos do Homem, ensina em sua obra que: “Toda pessoa tem direito, em condições de plena igualdade, de ser ouvida publicamente e com justiça por um tribunal independente e imparcial, para a determinação de seus direitos e obrigações ou para o exame de qualquer acusação contra ela em matéria penal”. Continuando, o mesmo ensina que “sem essa imparcialidade não há, para as partes, garantia de justiça”.
Dentro do processo, o juiz, como autoridade prolatora da sentença, não poderá agir de forma tendenciosa, mas deverá cumprir seu mister de modo imparcial.
Para preservar o princípio da imparcialidade, a Constituição Federal, em seu art. 95, I a III, garante aos magistrados as garantias de vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de subsídio.
O Novo Código de Processo Civil, em seu art. 145 e incisos, prevê os casos em que o juiz deve declarar-se suspeito (caso o juiz não faça, a parte interessada poderá provocar a exceção de suspeição):
Art. 145. Há suspeição do juiz:
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados;
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio;
III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive;
IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes.
§ 1o Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem necessidade de declarar suas razões.
§ 2o Será ilegítima a alegação de suspeição quando:
I - houver sido provocada por quem a alega;
Também existem os casos de impedimento previstos no art. 144, do NCPC.
PRINCÍPIO DA MOTIVAÇÃO DAS DECISÕES: O art. 93, IX da CF dispõe:
“Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei, se o interesse público o exigir, limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação.”
Com este princípio busca-se evitar decisões arbitrárias. Assim, não basta ao julgador prolatar a sentença, mas tem o mesmo obrigatoriedade, sob pena de nulidade, de dizer quais os fundamentos que o levaram a tal decisão.
PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL: O princípio do devido processo legal encontra amparo no art. 5º, LIV da CF, in verbis: “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.”
Em outras palavras podemos dizer que ninguém será privado de sua liberdade e bens a não ser pela tutela jurisdicional do Estado que deverá se utilizar de normas previamente elaboradas, vedando, assim, os tribunais de exceção.
PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO: O princípio do duplo grau de jurisdição versa, via de regra, sobre a possibilidade da parte de recorrer a uma instância superior quando a decisão atacada lhe for desfavorável.
Quanto ao amparo legal, há divergência doutrinária acerca deste princípio, havendo duas correntes acerca do assunto.
Parte da doutrina entende que o princípio em tela está em patamar constitucional, apontando, para tal, o art. 5º, LV, que diz: “aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes” (grifo nosso).
A segunda corrente tem entendimento oposto, colocando este princípio como simples regra de organização judiciária.
São recorríveis todos os atos decisórios do juiz que prejudiquem a parte. No processo civil pode-se recorrer das decisões interlocutórias e das sentenças. No processo do trabalho, apenas das sentenças, uma vez que não existe a figura do agravo retido, como no cível.
Entretanto, cumpre observar que o sistema processual trabalhista vigente comporta exceções à aplicabilidade deste princípio, como por exemplo nas chamadas causas de alçada, ou seja, quando o valor fixado para a causa não ultrapassar dois salários mínimos não haverá nenhum recurso, salvo se versarem matéria constitucional, conforme art. 2º, § 4º da lei 5.584 de 26 de junho de 1970, onde se lê, in verbis: “Salvo se versarem sobre matéria constitucional, nenhum recurso caberá das sentenças proferidas nos dissídios da alçada a que se refere o parágrafo anterior, considerado, para esse fim, o valor do salário mínimo à data do ajuizamento da ação”.
PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DE JURISDIÇÃO: O princípio em tela encontra-se estabelecido no art. 5º, XXXV, da CF, onde se lê: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.”
A Constituição Federal veda qualquer ato que limite o acesso ao Judiciário. No âmbito trabalhista o acesso ao Poder Judiciário poderá dar-se de três modos: individual (dissídios individuais), coletivo (dissídios coletivos) e pela atuação do Ministério Público do Trabalho (ação civil pública).
PRINCÍPIO DO DISPOSITIVO OU DA DEMANDA: nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e formas legais.
Na esfera cível o processo somente tem seu início com a provocação da parte interessada. Na esfera trabalhista, via de regra, a parte interessada poderá ajuizar a ação de modo verbal (que será reduzida a termo) ou escrita, conforme previsão dos arts. 786 e 787 da CLT.
Exceção à regra encontra-se no art. 39, caput, da CLT, nos casos de reclamação feita perante a Delegacia Regional do Trabalho quando empregador se recusa a assinar ou devolver a CTPS do empregado. Neste caso a própria Delegacia Regional do Trabalho encaminha à Justiça do Trabalho o respectivo processo.
Diz o citado artigo:
“Verificando-se que as alegações feitas pelo reclamado versam sobre a não existência de relação de emprego ou sendo impossível verificar essa condição pelos meios administrativos, será o processo encaminhado a Justiça do Trabalho ficando, nesse caso, sobrestado o julgamento do auto de infração que houver sido lavrado.”
PRINCÍPIO INQUISITIVO OU DO IMPULSO OFICIAL: O processo começa por iniciativa da parte, mas se desenvolve por impulso oficial.
Uma característica singular do processo trabalhista é a possibilidade do juiz promover a execução ex officio, conforme preconiza o art. 878, caput, da CLT, que diz: “A execução poderá ser promovida por qualquer interessado, ou ex officio pelo próprio Juiz ou Presidente ou Tribunal competente, nos termos do artigo anterior”.
Dentro deste pensamento não é mais cabível que o juiz trabalhista determine o arquivamento dos processos quando o autor não promover, após a publicação da sentença, a liquidação e consequente execução da mesma, uma vez que o juiz pode impulsionar, de ofício, atramitação do processo.
Reforma trabalhista: art. 878, CLT: o juiz só pode instaurar a execução de ofício se a(s) parte(s) não estiver(em) assistida(s) por advogado.
PRINCÍPIO DA INSTRUMENTALIDADE: Os atos e termos processuais não dependem de forma determinada senão quando a lei expressamente a exigir, reputando-se válidos os que, realizados de outro modo, lhe preencham a finalidade essencial.
Exemplo deste princípio ocorre quando o reclamado, sem ser notificado para comparecer à audiência designada, comparece espontaneamente, aperfeiçoando, assim, a citação.
PRINCÍPIO DA IMPUGNAÇÃO ESPECIFICADA: Cabe ao réu manifestar-se precisamente sobre os fatos narrados na petição inicial.
Deve o réu impugnar especificadamente cada ponto da petição inicial, sob pena, de se presumir verdadeiros os fatos não contestados, salvo exceções (ex: contestação por negativa geral em caso de curador especial).
PRINCÍPIO DA ESTABILIDADE DA LIDE: Feita a citação, é defeso ao autor modificar o pedido ou a causa de pedir, sem o consentimento do réu, mantendo-se as mesmas partes, salvo as substituições permitidas por lei, como no caso de intervenção de terceiros.
A alteração do pedido ou da causa de pedir em nenhuma hipótese será permitida após o saneamento do processo.
No processo civil, uma vez proposta a ação, o autor poderá modificar o pedido antes da citação do réu; com a citação realizada, somente com a anuência do réu. Após o despacho saneador, nenhuma  modificação é permitida.
No processo do trabalho, entretanto, não há a figura do despacho saneador, desse modo, caso haja necessidade de aditamento da petição inicial, deverá o juiz designar nova audiência para que o réu possa adequar a contestação, a menos que tal aditamento não traga prejuízo para a defesa.
PRINCÍPIO DA PRECLUSÃO: Para Soibelman, preclusão “é a perda de uma faculdade ou direito processual por não ter sido exercido no devido tempo”.
Para Carlos Henrique Bezerra Leite, preclusão “é ‘o andar para frente’, sem retornos a etapas ou momentos processuais já ultrapassados”.
Humberto Theodoro Júnior ensina que “a preclusão consiste na perda da faculdade de praticar um ato processual, quer porque já foi exercitada a faculdade processual, no momento adequado, quer porque a parte deixou escoar a fase processual própria, sem fazer uso de seu direito.”
No sistema processual trabalhista, este princípio está explicitamente inserido no art. 879, §2º, da CLT, que assim prevê: “Elaborada a conta e tornada líquida, o Juiz poderá abrir às partes prazo sucessivo de 10 (dez) dias para impugnação fundamentada com a indicação dos itens e valores objeto da discordância, sob pena de preclusão”.
A melhor doutrina aponta a existência de, pelo menos, 3 (três) tipos de preclusão:
1) preclusão consumativa – decorre do próprio ato processual, em que a parte não pode praticar o mesmo ato processual duas vezes. Exemplo: a parte que contesta uma ação não poderá contestá-la novamente.
2) preclusão temporal – quando não se pratica o ato processual dentro do prazo previsto. Exemplo: a parte não interpõe o recurso ordinário dentro do prazo de 8 (oito) dias.
3) preclusão lógica – quando a prática de um ato processual é incompatível com um ato processual anterior (exemplo: a parte apresenta uma petição de proposta de acordo e logo após peticiona um recurso).
PRINCÍPIO DA ORALIDADE: O princípio da oralidade não é um princípio de processo, mas de procedimento processual. Não há no CPC e na CLT uma norma expressa sobre o princípio em tela.
A lei dos juizados especiais (lei 9.099/95) em seu art. 2º diz que: “O processo orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicidade, informalidade, economia processual e celeridade, buscando, sempre que possível, a conciliação ou a transação”.
No processo do trabalho o princípio da oralidade tem ampla utilização: a reclamação poderá ser verbal (reduzida a termo posteriormente) – art. 840, caput, da CLT;
1) a defesa pode ser verbal – o réu dispõe de 20 (vinte) minutos – art. 847 da CLT;
2) o juiz pode interrogar (oralmente) os litigantes – art. 848, caput, da CLT;
3) oitiva de testemunhas, peritos e técnicos – art. 848, § 2º, da CLT;
4) as razões finais podem ser feitas oralmente – cada parte dispõe de 10 (dez) minutos – art. 850, caput, da CLT
PRINCÍPIO DA LEALDADE PROCESSUAL: Segundo os ensinamentos de Carlos Henrique Bezerra Leite este princípio “tem por escopo impor aos litigantes uma conduta moral, ética e de respeito mútuo, que possa ensejar o curso natural do processo e levá-lo à consecução de seus objetivos: a prestação jurisdicional, a paz social e a justa composição da lide”.
Responde por perdas e danos aquele que pleitear de má-fé como autor, réu ou interveniente.
Humberto Theodoro Junior, citando Echandia, ensina que “a lealdade processual é consequência da boa fé no processo e exclui a fraude processual, os recursos torcidos, a prova deformada, as imoralidades de toda ordem”.
PRINCÍPIOS PECULIARES DO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO: O princípio da proteção (também denominado princípio tutelar) é o princípio basilar do direito processual do trabalho.
De certa forma, podemos dizer que este princípio é um complemento do princípio da igualdade, pois visa colocar os litigantes num mesmo patamar de igualdade, uma vez que no processo do trabalho o demandante normalmente é o empregado, pessoa hipossuficiente da relação de emprego e o demandado, regra geral, é o patrão, aquele que, por via de regra, detém o poder econômico. 
Ao aplicarmos o princípio da proteção no processo do trabalho amenizamos esta diferença econômica entre os litigantes. Podemos demonstrar a aplicação deste princípio na seara processual trabalhista nos seguintes exemplos:
a) A gratuidade de justiça, via de regra, é concedida apenas ao empregado, conforme art. 790, §§ 1º e 3º da CLT.
Reforma trabalhista: art. 790, §3º e §4º, CLT: é facultado ao juiz, de ofício, conceder o benefício da justiça gratuita a quem perceber até 40% do maior valor do benefício previdenciário (em 2017: 40% de R$ 5.531,31= R$ 2.212,52). Porém, não existe essa faculdade do juiz, pois uma vez verificadas as condições objetivas do direito, impõe-se o seu deferimento. Se quem requerer a gratuidade for o empregador, e este for pessoa jurídica, deverá demonstrar insuficiência econômica. Se for pessoa física basta a mera declaração.
A justiça gratuita exime das despesas processuais, inclusive da obrigação de depósito recursal.
b) O comparecimento à audiência é tratado de forma diferenciada pela CLT em seu art. 844. Se a ausência for do autor a ação trabalhista será arquivada, o que proporciona ao autor, normalmente o empregado, a oportunidade de ajuizar uma nova ação perante a justiça especializada. Já a ausência do réu, normalmente o empregador, importará em revelia, além de confissão quanto a matéria de fato.
Reforma trabalhista: art. 844, §§1º ao 5º, CLT: Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento das custas calculadas na forma do art. 789 desta CLT< ainda que beneficiário da justiça gratuita, salvo se comprovar em 15 dias que a ausência ocorreu por motivo legalmente justificável pelo art. 473, CLT (rol exemplificativo).
O pagamento das custas a que se refere acima é condição para a propositura de nova demanda.
O comparecimento apenas do advogado do reclamante não evitará o arquivamento; e o comparecimento apenas do advogado do reclamado não afasta a revelia e confissão quanto aos fatos, apesar de o juiz ter que aceitar a contestação e os documentos da defesa apresentados em audiência.
c) Nos casos de recursos, o depósito recursal é exigido apenas do empregador, quando este for o recorrente, conforme art. 899, § 4º da CLT. 
Desse modo, vislumbramos na seara processual trabalhista, tratamento diferenciando entre empregado (parte, via de regra, hipossuficiente) e empregador, fazendo justiça ao tratar pessoas desiguais de forma desigual, visando, num primeiro momento, proteger aquele que é o menos capaz economicamente, o empregado.Reforma trabalhista: ar. 899, §4º, §9º ao 11, CLT: A novidade isenta o depósito recursal aos beneficiários da justiça gratuita. O TST entendia que o benefício da justiça gratuita ao reclamado não o eximia do depósito para recorrer.
PRINCÍPIO DA FINALIDADE SOCIAL: O art. 5º da LINDB dispõe: “Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige, e às exigências do bem comum”.
A justiça do trabalho é, primordialmente, uma justiça social. Carlos Henrique Bezerra Leite ensina que: “A diferença básica entre o princípio da proteção, acima referido, e o princípio da finalidade social é que, no primeiro, a própria lei confere a desigualdade no plano processual; no segundo, permite-se que o juiz tenha uma atuação mais ativa, na medida em que auxilia o trabalhador, em busca de uma solução justa, até chegar o momento de proferir a sentença.”
Exemplo deste princípio está no fato de que o juiz, ao condenar uma empresa a pagar as verbas rescisórias a um empregado, deverá verificar se a força desta decisão não irá afetar terceiros, como acontece nos casos em que a empresa não está bem financeiramente e o impacto da decisão judicial poderá acarretar demissões ou o fechamento da mesma. Nesta situação o juiz trabalhista pode ter uma situação ativa, diferente do juiz cível que está mais enrijecido na letra da lei.
PRINCÍPIO DA BUSCA DA VERDADE REAL: Este princípio decorre do princípio da primazia da realidade, aplicada ao direito material do trabalho. Há divergência doutrinária quanto a especificidade deste princípio no direito processual do trabalho.
Tal entendimento baseia-se no art. 765 da CLT que diz, in verbis: “Os juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas.”
O juiz apreciará livremente a prova, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes; mas deverá indicar, na sentença, os motivos que lhe formaram o convencimento.
Defendendo esta linha de pensamento, temos o ensinamento de Humberto Theodoro Junior, ao dizer: “Não quer dizer que o juiz possa ser arbitrário, pois a finalidade do processo é a justa composição do litígio e esta só pode ser alcançada quando se baseie na verdade real ou material, e não na presumida por prévios padrões de avaliação dos elementos probatórios.”
Diante do exposto, parece razoável dizer ser este princípio próprio do processo do trabalho, uma vez que o juiz trabalhista possui uma maior liberdade na direção do processo podendo diligenciar livremente em busca da verdade real, ao contrário do juiz cível que está adstrito às provas constantes nos autos.
PRINCÍPIO DA CONCILIAÇÃO: O princípio da conciliação, na justiça do trabalho, está esculpido no art. 764, caput, da CLT, que prevê: “Os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação”.
No procedimento ordinário do processo trabalhista, a proposta de conciliação é feita pelo juiz laboral em dois momentos distintos:
1) na abertura da audiência, conforme previsão do art. 846 da CLT que assim prevê: “aberta a audiência, o juiz ou presidente proporá a conciliação”;
2) antes da sentença, após as razões finais, conforme preceitua o art. 850, caput, da CLT, que diz: “Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão.”
No procedimento sumaríssimo da justiça do trabalho, há uma observação importante a fazer quanto ao momento da conciliação.
Segundo o art. 852-E da CLT, a conciliação poderá ocorrer em qualquer fase da audiência, como se verifica a seguir: “Aberta a sessão, o juiz esclarecerá às partes presentes sobre as vantagens da conciliação e usará os meios adequados de persuasão, para a solução conciliatória do litígio, em qualquer fase da audiência”.
A não observância, pelo juiz, da proposta de conciliação acarretará nulidade dos atos posteriores praticados no processo.Na justiça do trabalho o termo de conciliação é irrecorrível e tem força de coisa julgada, conforme entendimento do art. 831, parágrafo único, da CLT que diz: “no caso de conciliação, o termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível, salvo para a previdência social quanto às contribuições que lhe forem devidas”.
PRINCÍPIO DA NORMATIZAÇÃO COLETIVA: está baseada no art. 114, § 2º, da CF que diz, in verbis: “Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.”
Segundo Carlos Henrique Bezerra Leite: “A Justiça do Trabalho brasileira é a única que pode exercer o chamado poder normativo, que consiste no poder de criar normas e condições gerais e abstratas (...), proferindo sentença normativa (...) com eficácia ultra partes, cujos efeitos irradiarão para os contratos individuais dos trabalhadores integrantes da categoria profissional representada pelo sindicato que ajuizou o dissídio coletivo.” 
Organização da Justiça do Trabalho - Órgãos da Justiça Laboral
Varas do Trabalho (juízes): A jurisdição da vara do trabalho abrange um ou mais municípios. Cada vara compõe-se de um juiz do trabalho titular e um juiz do trabalho substituto.
Compete às Varas do trabalho conciliar e julgar, em linhas gerais, os dissídios individuais oriundos das relações de trabalho.
Os juízes do trabalho ingressam na magistratura como juízes substitutos (art. 654 da CLT) após aprovação em concurso público de provas e títulos realizado pelo Tribunal Regional do Trabalho da região respectiva. As nomeações subsequentes por promoção alternadamente, por antiguidade e merecimento.
Art. 112 da CF – redação nova EC 45/2004 dispõe que a “lei criará varas da justiça do trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho”.
Juízes de Direito: Nas comarcas não abrangidas pela jurisdição da Vara do Trabalho, será atribuída competência à Juízes de Direito, com recurso ao TRT.
Tribunais Regionais do Trabalho (desembargadores) – Os Tribunais Regionais do Trabalho estão divididos por regiões. São competentes para julgar, originariamente, dissídios coletivos econômicos, jurídicos e de greve e outras ações da sua jurisdição e, em fase recursal, para rever decisões das VTs.
Os Magistrados dos tribunais serão juízes do trabalho escolhidos e nomeados pelo Presidente da República por promoção, alternadamente, por antiguidade e merecimento.
Os TRTs não tem igual número de juízes, o que diversifica a composição de cada um.
Composição: No mínimo de 7 juízes (quando possível na respectiva região) dentre brasileiros com mais de 30 (trinta) e menos de 65 (sessenta e cinco) anos. Esses juízes são divididos em Turmas, estas com, no mínimo, 3 magistrados.
Um quinto dentre os Advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 (dez) de exercício. (leitura dos artigos 94 e 115 da CF).
Tribunal Superior do Trabalho (ministros) – sede na Capital da República e jurisdição em todo o território nacional é a instância superior da Justiça do Trabalho. O TST tem a finalidade de processar e julgar originariamente os dissídios coletivos que extrapolem a área geográfica de uma região. Em grau recursal, decisões dos TRTs nos Dissídios Individuais ou Dissídios Coletivos.
Composição: 27 ministros, escolhidos dentre brasileiros com mais de 35 anos e menos de 65, nomeados pelo Presidente da República, após aprovação por maioria absoluta do Senado Federal, sendo: Um quinto dentre Advogados com mais de 10 anos decarreira profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de 10 anos de exercício.
Os demais serão Juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio Tribunal Superior do Trabalho.
Funcionarão junto ao TST: Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho; o Conselho Superior da Justiça do Trabalho.
Órgãos Auxiliares da Justiça do Trabalho – secretaria, oficial de justiça, distribuidor e a contadoria.
Secretaria – Diferentemente de como se utiliza na justiça comum, na Vara do trabalho usa-se a denominação de secretaria e não cartório. A Vara do Trabalho possui uma secretaria que, recebe petições, faz autuações e demais serviços determinados pelo Juiz (art. 711 da CLT).
Diretor de Secretaria: dirige a secretaria preparando os despachos para o juiz, cumprindo as determinações deste (art. 712 da CLT).
Nos Tribunais Regionais também terão secretarias, dirigidas por um secretário. (art. 718 da CLT) O secretário, exercerá a mesma função que exerce o diretor da secretaria da Vara, além de mandar os processos à conclusão do juiz presidente e da organização e manutenção de um fichário de jurisprudência do tribunal para consulta dos interessados.
Oficiais de Justiça: Desempenha os atos determinados pelo Juiz da vara do Trabalho. Regra geral fazem as citações nas execuções, mas podem também notificar testemunhas, traze-las à Juízo, ou fazer as citações nos processos de conhecimento onde haja problema de endereço (já que a regra na JT é a citação postal), e outros.
O Oficial de justiça na Vara do Trabalho e na Justiça Federal é também avaliador. O prazo pro oficial de justiça cumprir o mandado é de 9 dias. A avaliação deverá ser feita em 10 dias contados da penhora (normalmente a avaliação é realizada quando efetuada a penhora).
c) Distribuidor: Existindo mais de uma vara na localidade, haverá um distribuidor. Os distribuidores podem fornecer recibos ou certidões da distribuição. Nos tribunais também há distribuidor, visando distribuir o mesmo número de processos para cada um dos juízes. Difere da Justiça comum, pois esta é por sorteio.
d) Contadoria: O contador faz os cálculos de juros, correção monetária e outras determinações atribuídas pelo juiz. Deveria existir um contador por Vara, em algumas regiões está ideia já está sendo implementada.
Ministério Público do Trabalho: é o ramo do MPU que tem como atribuição fiscalizar o cumprimento da legislação trabalhista quando houver interesse público, procurando regularizar e mediar as relações entre empregados e empregadores.
Cabe ao MPT promover a ação civil pública no âmbito da Justiça do Trabalho para defesa de interesses coletivos, quando desrespeitados direitos sociais constitucionalmente garantidos aos trabalhadores. Também pode manifestar-se em qualquer fase do processo trabalhista, quando entender existente interesse público que justifique. O MPT pode ser árbitro ou mediador em dissídios coletivos e pode fiscalizar o direito de greve nas atividades essenciais.
Compete, ainda, ao MPT propor as ações necessárias à defesa dos direitos e interesses dos menores, incapazes e índios, decorrentes de relações de trabalho, além de recorrer das decisões da Justiça do Trabalho tanto nos processos em que for parte como naqueles em que oficie como fiscal da lei.
Assim como os demais ramos do MP, o MPT exerce importante papel na resolução administrativa (extrajudicial) de conflitos. A partir do recebimento de denúncias, representações, ou por iniciativa própria, pode instaurar inquéritos civis e outros procedimentos administrativos, notificar as partes envolvidas para que compareçam a audiências, forneçam documentos e outras informações necessárias.
Para cumprir suas atribuições o MPT dispõe de uma estrutura, que inclui diversos órgãos responsáveis pelo desenvolvimento de atividades administrativas e pela eficaz execução das funções fins: Procurador-Geral; Procuradorias Regionais; Conselho Superior; Câmara de Coordenação e Revisão; Corregedoria Geral, Ouvidoria e o Colégio de Procuradores.
O MPT tem como “chefe” o Procurador Geral da Justiça do Trabalho. É um dos ramos do Ministério Público da União. O Procurador Geral do Trabalho é nomeado pelo Procurador Geral da República entre os integrantes da Procuradoria com mais de 35 anos de idade e cinco anos de carreira.
A Procuradoria Geral do Trabalho atua perante o TST, através do Procurador Geral e dos subprocuradores-gerais.
Junto aos Tribunais Regionais funcionam as procuradorias Regionais do Trabalho, compostas por procuradores regionais, nomeados por concurso público de títulos e provas.
Todas as Procuradorias contam com os serviços de uma Secretaria.
JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA
A jurisdição é uma das funções do Estado e inerente ao Poder Judiciário. Como é vedado aos particulares o exercício arbitrário das próprias razões (autotutela), o Estado Moderno atua na pacificação dos conflitos. A jurisdição é a função estatal exercida pelos juízes e tribunais, encarregada de dirimir, de forma imperativa e definitiva, os conflitos de interesses, aplicando o direito a um caso concreto.
Jurisdição é o poder-dever que a lei atribui ao Poder Judiciário para solucionar os conflitos de interesses entre indivíduos ou coletividades ou entre uns e outros. O que nos chama a atenção é o detalhe de que o Estado não tem apenas o poder, mas principalmente o dever.
A jurisdição resume-se em: 
a) poder: autoridade do Estado de decidir e impor as decisões;
b) função: a obrigação que possui de solucionar os conflitos, aplicando-lhe a lei ao caso concreto, através do instrumento intitulado processo;
 c) atividade: o complexo dos atos que o juiz realiza no processo.
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO
Não há dúvida que a jurisdição está atribuída ao Estado, por intermédio do Poder Judiciário, e a este cabe aplicar o direito ao caso concreto. Nas palavras de Mario Guimarães: “a jurisdição é um todo. A competência uma fração”. Decorrente desta análise, apresentamos o conceito de Carlos Henrique Bezerra Leite, que segundo o qual “[...] competência é a medida da jurisdição de cada órgão judicial. É a competência que legitima o exercício do poder jurisdicional”.
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA: Fixada em virtude da CAUSA DE PEDIR e do PEDIDO.
JT é competente para julgar as ações oriundas das relações de trabalho; ações sobre disputas de representatividade entre os sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores e entre sindicatos e empregadores; ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista; ações de indenização por dano moral ou patrimonial decorrentes da relação de trabalho; acidentes de trabalho; ações que envolvam exercício do direito de greve; etc.
Cumpre ressaltar, mesmo que o pedido esteja fundamentado em norma do Direito Civil, em si e por si, não tem o condão de afastar a competência da Justiça do Trabalho se a lide assenta na relação de emprego, ou nela decorre.
Inclusive o autônomo pode ingressar na JT, pois ela trata de relações de trabalho, não apenas relação de emprego. (Ex: se um marceneiro faz um armário numa residência e não recebe o preço, surge uma questão trabalhista).
A partir da EC 45/2004 a competência da Justiça Laboral não se limitou apenas para as demandas oriundas da relação de emprego mas “[...] também daquelas oriundas da relação de trabalho (CF, art. 114, I).” 
Frise-se que a incompetência em razão da matéria deve ser declarada “ex officio”. Entretanto, também pode a parte alegar referida situação para que o magistrado reconheça a sua incompetência.
Para Carlos Henrique Bezerra Leite, relação de consumo não é competência da Justiça do Trabalho.
Exemplo: 
1º) Relação entre o Médico (pessoa física) e uma Clínica Médica; 
2º) Relação entre Médico (fornecedor de serviços à clínica) e Paciente.
No primeiro caso relação de trabalho(Justiça do Trabalho); no segundo relação de consumo (Justiça Comum).
Súmula nº 363 do STJ, a qual fixou a competência da Justiça Comum para processar e julgar a ação de cobrança por profissional liberal contra seu cliente.
O Supremo Tribunal Federal (STF) reafirmou jurisprudência no sentido de que compete à Justiça do Trabalho processar e julgar ação entre o Poder Público e servidores a ele vinculados por contrato regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). 
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DAS PESSOAS:  A Justiça do Trabalho tem competência para dirimir conflitos entre trabalhadores e empregadores, que farão parte, respectivamente, do polo ativo e passivo da reclamação trabalhista (reclamante e reclamado). Desta forma, toda matéria trabalhista e decorrente de emprego será processada e julgada perante a Justiça Laboral.
Para fins legais trabalhador é toda a pessoa natural que prestar serviços a tomador. Como a relação de emprego é espécie da relação de trabalho, todas as questões levadas a juízo pelo empregado referente às condições laborais e verbas rescisórias devidas pelo empregador serão julgadas pelas varas trabalhistas. Quanto aos empregados estão abrangidos não só os urbanos como também os rurícolas que tem seus direitos disciplinados na Lei nº 5.889/73.
Os trabalhadores domésticos também terão seus direitos assegurados pela Justiça do Trabalho conforme dispõe o decreto nº 71.885/73. Os trabalhadores temporários que são contratados por empresa para prestar serviços à cliente por até três meses também poderão pleitear por seus direitos face à Jurisdição Trabalhista. Todavia, os conflitos entre a empresa de trabalho temporário e o cliente deverão ser dirimidos na Justiça Comum.
 Apesar dos avulsos (portuário e não portuário) não possuírem vínculo empregatício pela inexistência de subordinação desses trabalhadores com o sindicato ou órgão de gestão de mão de obra e muito menos com a empresa tomadora de serviços, estes são definidos como trabalhadores, visto que realizam atividade física ou intelectual em favor de outrem. Assim, é competente a Justiça do Trabalho também nesses casos.
Já quanto aos trabalhadores contratados por tempo determinado para atender necessidade temporária de excepcional interesse público, a Justiça Trabalhista é incompetente para julgar esses casos, pois seus contratos são de cunho administrativo, regidos por leis especiais e dispensam o dever de licitar. No entanto, os empregados de entidades paraestatais tais como empresas públicas, sociedades de economia mista e de suas subsidiárias resolverão suas questões perante o Juiz do Trabalho, enquanto não for criado regime jurídico próprio dessas empresas privadas dispondo sobre obrigações e direitos trabalhistas. 
A Súmula 158 do Tribunal Federal de Recursos discorre da mesma maneira: “Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar reclamação contra empresa privada, contratada para a prestação de serviços a administração pública.”
Também estará apto o Juiz Trabalhista para julgar reclamação de empregado que teve o direito quanto ao quadro de carreira controvertido. Porém, não caberá à apreciação da Jurisdição Especializada, os casos decorrentes de direitos e vantagens estatutários no exercício de cargo em comissão.
Quanto à situação dos Cartórios Extrajudiciais que executam serviços notariais e de registro prevê a Constituição Federal que são atividades exercidas em caráter privado e delegadas pelo Poder Público. Concomitantemente o art. 20 da Lei 8935/94 prevê que: “Os notários e os oficiais de registro poderão, para o desempenho de suas funções, contratar escreventes, dentre eles escolhendo os substitutos, e auxiliares como empregados, com remuneração livremente ajustada e sob o regime da legislação do trabalho”. Dito isso, não resta dúvida que a competência para processar e julgar controvérsias entre funcionários dos cartórios e seus titulares será da Justiça do Trabalho.
Por último, à Justiça Laboral também caberá a resolução de conflitos trabalhistas concernentes a atletas desportivos e seu respectivo time, tendo como requisitos para tanto, o esgotamento de tentativas pela via administrativa e a ausência de decisão após 60 dias.
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA FUNÇÃO: A competência funcional diz respeito à função que exerce cada juiz trabalhista. Na Justiça do Trabalho são distribuídos encargos aos diferentes órgãos, essas atribuições são previstas pela Constituição Federal, pela Consolidação das Leis Trabalhistas (lei complementar) e pelos regimentos internos de cada respectivo Tribunal.
Essa modalidade de competência faz referência às funções típicas dos órgãos trabalhistas especializados para solucionar controvérsias de caráter estritamente trabalhista.
Conforme Sérgio Pinto Martins, os órgãos trabalhistas são compostos pelo juiz titular ou substituto das VTs, TRTs, TST, MPT, ministro corregedor do TST.
Ainda segundo o autor, ao juiz titular ou substituto, por exemplo, compete à execução das sentenças proferidas na vara, o despacho dos recursos interpostos pelas partes, a concessão de liminar em reclamação trabalhista nas hipóteses do art. 659 da Consolidação das Leis do Trabalho. Já aos Juízes dos Tribunais Regionais do Trabalho cabe a apreciação originária de ação rescisória, mandado de segurança, matéria administrativa e conflitos de competência entre juízes ligados ao Tribunal Regional.
Por sua vez, o Tribunal Superior do Trabalho é competente para julgar os recursos de revista interpostos de decisões dos Tribunais Regionais do Trabalho, os agravos de instrumento interpostos em razão de decisão do Presidente de Tribunal Regional que negue seguimento a recurso de revista, os agravos regimentais e embargos de declaração opostos a seus julgados.
O Ministério Público do Trabalho poderá manifestar-se em qualquer fase do processo trabalhista, quando houver interesse público que justifique sua intervenção, propor ações necessárias para a defesa de menores, incapazes ou índios nas relações trabalhistas, participar de instrução e conciliação em dissídios decorrentes de paralisação de serviços e recorrer quando as decisões acarretarem violação da lei ou constituição, atuar como árbitro nos dissídios trabalhistas, quando convocado pelas partes.
O Ministro Corregedor do Tribunal Superior do Trabalho terá como atribuições inspecionar e apurar possíveis irregularidades cometidas no âmbito dos Tribunais Regionais do Trabalho e decidir sobre atos praticados por Regionais e seus Presidentes que atentarem a boa ordem processual.
Competência funcional das VTs: Artigos 652 e 653 da CLT.
Competência funcional dos TRTs: Artigo 678 a 680 da CLT.
Competência funcional do TST: uniformizar a jurisprudência trabalhista.
Sua competência está disciplinada pela Lei nº. 7.701/88 e pela Res. Administrativa nº. 908/2002.
Em linhas gerais: “julgar recursos de revista (art. 896, CLT), recursos ordinários e agravos de instrumento contra decisões de TRTs e dissídios coletivos de categorias organizadas em nível nacional, como bancários, aeronautas, aeroviários, petroleiros e outros, além de mandados de segurança, embargos opostos a suas decisões e ações rescisórias”.
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DO LUGAR: Inicialmente, importa salientar que a competência em razão do lugar é relativa, devendo ser arguida pelas partes de plano através de exceção de incompetência, caso contrário o juízo se tornará competente para dirimir o litígio trabalhista.
 A competência em razão do lugar é delimitada com base no espaço geográfico em que atua o órgão jurisdicional. Quase sempre essa competência é instituída aos órgãos de primeira instância da justiça do trabalho designados de Varas do Trabalho, porém há certos casos em que o município não possui vara especializada para dirimir conflitos trabalhistas, dessa forma a lei atribui essa árdua tarefa aos juízes comuns.
Para facilitar o entendimento sobre competência territorial foram instituídas algumas regras que visam à proteção do trabalhador quanto ao ajuizamentode reclamação trabalhista. O art. 651 da CLT traz a regra geral a ser aplicada para definir a competência territorial, de acordo com esse dispositivo a reclamação trabalhista deve ser proposta no último local de prestação de serviços, mesmo que o empregado tenha sido contratado em outro local ou no exterior. O principal intuito da norma é impedir que o empregado tenha gastos desnecessários com a demanda, bem como tenha condições de colher as melhores provas no local onde por último trabalhou.
 No entanto, essa regra disposta na constituição para privilegiar a parte hipossuficiente da relação, o empregado, comporta três exceções, a saber: quando o empregado for agente ou viajante comercial; quando o empregado brasileiro estiver trabalhando no estrangeiro e quando o empregador promove realização de atividade fora do lugar do contrato.
Entende-se por viajante comercial, o empregado que presta serviço de vendas em mais de um local, agindo em nome do empregador, sem se fixar em um local. Nessa hipótese, terá competência para resolver a lide, a vara da localidade em que a empresa tenha agência ou filial e, na falta será competente a Vara da localidade em que o empregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima.
De acordo com o § 2º do art. 651 da CLT a competência das varas trabalhistas brasileiras estende-se nas situações onde ocorram dissídios em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja tratado internacional dispondo o contrário. Todavia, segundo a súmula 207 do Tribunal Superior do Trabalho, mesmo tendo a vara trabalhista competência para solucionar o conflito, será aplicada a legislação do país onde foi prestado o serviço.
Súmula nº 207 do TST: CONFLITOS DE LEIS TRABALHISTAS NO ESPAÇO. PRINCÍPIO DA "LEX LOCI EXECUTIONIS" (cancelada) - Res. 181/2012, DEJT divulgado em 19, 20 e 23.04.2012
“A relação jurídica trabalhista é regida pelas leis vigentes no país da prestação de serviço e não por aquelas do local da contratação”.
Atualmente, a legislação aplicável, nesses casos, é a mais favorável ao trabalhador.
De acordo com Sergio Pinto Martins, é ideal que a empresa tenha sede ou filial no Brasil para que se opere a aplicação da legislação mais favorável, no caso a brasileira, pois se a empresa estrangeira não tiver agência ou filial no Brasil, a citação terá de ser feita por Carta Rogatória o que inviabilizará a propositura da reclamação, afinal a empresa internacional não vai querer se submeter à decisão brasileira.
Por último, as empresas que promovem atividades fora do lugar do contrato estão sujeitas ao ajuizamento, pelos empregados, de reclamações trabalhistas no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços. (Art. 651, § 3º, CLT). Um exemplo que se encaixa perfeitamente nessa situação é a do motorista de ônibus que é contratado em Salvador, para fazer a linha Salvador – Aracaju.
Conflitos de competência (art. 803 a 810, CLT): ocorrem quando dois ou mais magistrados se declaram competentes ou incompetentes para dirimir questão.
TRT: vai julgar conflitos entre varas (VT) da sua Jurisdição, ou entre varas trabalhistas (VT) e juízes de Direito (JD) que foram incumbidos da decisão de processos trabalhistas em comarcas onde não há justiça trabalhista. 
TST: vai julgar conflitos de competência entre Tribunais (TRT´s) ou entre VT de TRT´s diversos ou entre uma VT de certo TRT versus JD de outra comarca (que responderia a outro TRT).
STJ: já saindo da jurisdição trabalhista propriamente dita, o STJ julga conflitos entre VT´s e JD´s, estes últimos apenas os que não estão investidos na jurisdição trabalhista.
STF: julga apenas conflitos entre TST e outro órgãos de ramos diversos do judiciário.
COMPETÊNCIA ABSOLUTA E COMPETÊNCIA RELATIVA:
Absoluta: matéria; pessoa; e função.
Não pode ser prorrogada e deve ser declarada ex officio pelo juiz em qualquer tempo e grau de jurisdição enquanto não formada a coisa julgada (preclusão máxima).
Relativa: território. um juiz do trabalho territorialmente incompetente para a causa pode tornar-se validamente competente para processá-la e julgá-la, desde que a parte interessada não oponha exceção de incompetência. Com isso, se dá a prorrogação da competência territorial.
CONEXÃO: Reputam-se conexas duas ou mais ações, quando comum o mesmo objeto ou a causa de pedir.
CONTINÊNCIA: Trata-se de identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o das outras.
PREVENÇÃO: Art. 106. Correndo em separado ações conexas perante juízes que têm a mesma competência territorial, considera-se prevento aquele despachou em primeiro lugar.
AÇÃO E PROCESSO TRABALHISTA
O Estado não admite a justiça privada (tutela dos direitos subjetivos pelos próprios sujeitos interessados), chamando a si o monopólio da solução dos conflitos. A essa função estatal de dizer o direito chama-se jurisdição. O exercício da jurisdição é feito de modo regrado (não-discricionário) por meio do processo. A função jurisdicional é inerte (sem iniciativa própria) e só atua por meio de provocação, que se dá pela instauração do processo. Não há jurisdição sem processo nem processo sem ação. A lide provoca a ação; a ação provoca o processo; o processo provoca a jurisdição; e a jurisdição compõe ou elimina a lide.
Os requisitos necessários para o nascimento de uma ação são chamados condições da ação; os requisitos necessários ao desenvolvimento regular do processo, de modo a permitir uma decisão sobre o mérito, são chamados pressupostos processuais.
O Código de Processo Civil de 2015 e as condições da ação: O NCPC extinguiu, como categoria, as condições da ação. Note-se: o instituto foi extinto, mas seus elementos permaneceram intactos, tendo sofrido, contudo, um deslocamento.
Tomando-se o fato de que o magistrado realiza dois juízos (de admissibilidade e mérito), o NCPC buscou separar os elementos integrantes das condições da ação alocando-os em pressupostos processuais (relativos ao juízo de admissibilidade da ação) e como questão de mérito.
Art. 17, NCPC. “Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade”. (de acordo com o NCPC o interesse de agir e a legitimidade passaram a ser tratados como pressupostos processuais)
Dessa forma, verificando o juiz, ao receber a inicial, que se encontram ausentes interesse de agir ou legimidade ad causam, indeferirá a petição inicial. Nesse sentido:
“Art. 330.  A petição inicial será indeferida quando:
(..)
II - a parte for manifestamente ilegítima;
III - o autor carecer de interesse processual;”
A possibilidade jurídica do pedido, por sua vez, passou a ser considerada questão de mérito. Nada mais coerente. De fato, quando a parte apresenta demanda de manifesta impossibilidade jurídica, por certo não se trataria de carência da ação, mas sim de uma verdadeira improcedência do pedido, resolvendo-se, assim, o mérito.
“Art. 487.  Haverá resolução de mérito quando o juiz:
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção;”
Condições da ação: a legitimidade de parte, interesse de agir e possibilidade jurídica do pedido.
Para a compreensão do interesse de agir, devemos cingir o conceito em três acepções:
a) Necessidade: traduz-se na ideia de que somente o processo é o meio hábil à obtenção do bem da vida almejado pela parte;
b) Utilidade: significa que o processo deve propiciar, ao menos em tese, algum proveito ao demandante;
c) Adequação: por ele, entende-se que a parte deve escolher a via processual adequada aos fins que almeja (caso haja a escolha errada do procedimento a ser adotado, este erro pode ser sanado).
Nessa toada, podemos conceituar interesse de agir como o binômio necessidade/utilidade.
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA: é a ação do empregado em face do empregador ou do trabalhador em face do tomador dos serviços. É comum nas obras de doutrina ler-se dissídio individual no lugar de reclamação trabalhista ou de ação trabalhista. Etimologicamente, ação se identificaa dissídio. Na Justiça do Trabalho o autor (empregado) é chamado reclamante, o réu/empregador (reclamado) e a ação trabalhista, reclamação trabalhista. Na prática, tanto faz nominar as partes autor ou reclamante e réu ou reclamado ou o litígio ação ou reclamação trabalhista. É pura questão de semântica. Autor ou reclamante identificam claramente o sujeito ativo da relação processual; reclamado ou réu, o sujeito passivo e ação trabalhista ou reclamação trabalhista a lide deduzida entre as partes; ambas são sujeitos processuais diretamente interessados na entrega da prestação jurisdicional (consubstanciada na sentença) que componha a lide.
Os dissídios trabalhistas são de três ordens: de conhecimento; de execução e cautelares.
Por dissídio de conhecimento deve entender-se toda controvérsia trazida ao processo que exija a atuação da função jurisdicional de investigação do fato, sujeita, necessariamente, ao contraditório, a fim de que se possa fazer atuar a vontade concreta da lei (ou seja, a aplicação da norma positiva - de direito material - ao caso concreto, com vista à prestação da atividade jurisdicional que componha a lide). O dissídio de conhecimento classifica-se segundo os sujeitos e segundo a natureza da tutela jurisdicional pretendida. Subdivide-se em:
a)   individuais (o objeto da investigação cognitiva é um interesse individual de um ou mais de um empregado (litisconsórcio ativo) e de um ou mais de um empregador (litisconsórcio passivo);
b)   coletivos (o objeto da cognição será o interesse de natureza jurídica ou econômica de um grupo, ideal e abstratamente considerado (categoria econômica e categoria profissional).
Segundo a natureza da tutela jurisdicional pretendida, classifica-se em:
a)   declaratórios (reclamam sentença de mérito que declare a existência ou a inexistência de uma relação jurídica ou de uma situação jurídica).
b)   constitutivos (reclamam sentença que crie, modifique ou extinga relação jurídica).
c)   condenatórios (reclamam sentença que imponha condenação na obrigação de dar, fazer ou de não-fazer).
Por dissídio de execução deve entender-se toda controvérsia trazida ao processo após a prolação da sentença de mérito, na fase de acertamento do título executivo judicial oriundo da sentença (cálculos ou artigos de liquidação, perícia contábil, arbitramento etc.) ou na de expropriação forçada de bens integrantes do patrimônio do devedor (execução, avaliação, penhora, praças e leilões, arrematação, remição, adjudicação, embargos do devedor, agravo de petição etc.), bem assim às referentes à intervenção de terceiros (embargos do arrematante, embargos de terceiro etc.) não abrangidos pela sentença condenatória.
Note-se que após a reforma do CPC, muito se discute sobre a fim da execução de título judicial também na Justiça do Trabalho, por uma questão legal adotaremos a posição legalista da CLT, ou seja como existe definição expressa não há de se falar em aplicabilidade subsidiária das novas disposições do CPC.
Por dissídios cautelares deve entender-se toda controvérsia trazida ao processo cautelar contendo, a um só tempo as funções do processo de conhecimento e de execução, e tendo por elemento específico a prevenção. No processo cautelar não há, propriamente, composição da lide, mas outorga de uma situação provisória de segurança para os interesses dos litigantes. O processo cautelar visa salvaguardar a utilidade do processo ou a eficácia da decisão de mérito. 
A jurisdição é inerte e só atua mediante provocação da parte. Diz o art. 2º do CPC:
"Art. 2º - O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei”.
Não é possível iniciar uma ação sem a iniciativa da parte na Justiça do Trabalho, exceto nessas duas hipóteses:
1ª -> reclamação por anotação de CTPS, iniciada administrativamente na DRT – Delegacia Regional do Trabalho (CLT, art. 39, caput).
2ª -> dissídio coletivo instaurado pelo Ministério Público do Trabalho, havendo paralisação de atividades essenciais (Lei de Greve).
JUS POSTULANDI
Jus postulandi (direito de postular) é a faculdade outorgada pela lei (CLT, arts. 791 e 843, § 1º) à parte (reclamante ou reclamado) de exercer a sua capacidade postulatória. Ou seja: para propor ação na Justiça do Trabalho, ou para defender-se, a parte não precisa estar, necessariamente, assistida por advogado.
O jus postulandi limita-se às Varas do Trabalho e aos TRTs, não alcançando ação rescisória, ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do TST.
CONFLITOS TRABALHISTAS E SUAS FORMAS DE SOLUÇÃO: COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA, MEDIAÇÃO, ARBITRAGEM E JURISDIÇÃO
Comissões de Conciliação Prévia (CCP): As empresas e os sindicatos podem instituir CCP, de composição paritária, com representantes dos empregados e dos empregadores, com a atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho.
A CCP conciliará exclusivamente conflitos que envolvam trabalhadores pertencentes à categoria profissional e à base territorial das entidades sindicais que as tiverem instituído. A CCP instituída no âmbito da empresa será composta de, no mínimo, dois e, no máximo, dez membros.
O local e o horário de funcionamento da CCP devem ser amplamente divulgados para conhecimento público. A conciliação deverá ser reduzida a termo, que será assinado em todas as vias pelas partes e membros da Comissão, fornecendo-se cópias aos interessados. Caso a conciliação não prospere, será fornecida ao Empregado e ao Empregador declaração da tentativa conciliatória frustrada, com a descrição de seu objeto, firmada pelos membros da Comissão.
Qualquer demanda de natureza trabalhista será submetida à CCP se, na localidade da prestação de serviços, houver sido instituída a Comissão no âmbito da empresa ou do sindicato da categoria.
Não há obrigatoriedade para a criação da CCP. A criação desses órgãos de conciliação extrajudicial depende tão somente da vontade dos sindicatos e das empresas.
Categorias não organizadas em sindicato podem constituir uma CCP. Nesse caso as federações e, na falta delas, as confederações representativas das categorias econômicas ou profissionais poderão celebrar convenções coletivas para a formação da CCP.
O custeio das CCPs será definido por negociação coletiva, sem nenhum ônus para o trabalhador demandante. As CCPs no âmbito das empresas serão custeadas pelo próprio empregador.
Existindo na localidade da prestação dos serviços mais de uma CCP, no âmbito da empresa e no âmbito do sindicato, cabe às partes a escolha do órgão que melhor lhes convier, sendo que aquele que for acionado em primeiro lugar terá a atribuição de tentar a conciliação prevista em lei.
As sessões serão realizadas em conformidade com as normas internas dos órgãos de conciliação prévia, as convenções e acordos que os instituíram, ou seus estatutos. Entretanto, é conveniente que essas sessões sejam públicas, a fim de tornar transparentes os acertos realizados pela via extrajudicial.
CCP não pode proibir o empregado ou o empregador de comparecerem à Sessão de Conciliação acompanhados de seu advogado. É direito das partes contratar advogado para orientá-las nas questões jurídicas. Por outro lado, a legislação confere ao advogado o direito de ingressar livremente em qualquer reunião da qual participe seu cliente, desde que munido de procuração específica. Além disso, é prerrogativa do advogado exercer livremente a advocacia para a qual foi contratado.
Como a parte deverá proceder para apresentar seu requerimento de tentativa de conciliação perante as CCPs? A parte deverá se dirigir ao local de funcionamento do órgão conciliador e apresentar suas demandas, por escrito ou verbalmente. Se verbal, os conciliadores deverão reduzi-las a termo, entregando ao interessado uma cópia, datada e assinada.
O prazo de que dispõe a CCP para realizar a sessão de tentativa de conciliação é de 10 (dez) dias, improrrogáveis. Se a sessão de tentativa de conciliação prévia não ocorrer no prazo de 10 dias, será fornecida ao requerentea declaração de tentativa frustrada da conciliação.
Não há prazo para que o trabalhador ou o empregador requeiram a tentativa de conciliação perante as CCPs. A conciliação pode ser tentada a qualquer tempo.
A parte convidada não é obrigada a comparecer à sessão de tentativa de conciliação. Mas a falta injustificada de uma das partes caracteriza o desinteresse em conciliar. Nesse caso, será lavrado o termo de conciliação frustrada, o qual será entregue à parte que compareceu.
Quais são as hipóteses em que a parte poderá se dirigir diretamente à Justiça do Trabalho, sem que, antes, tenha submetido a controvérsia à CCP? No caso de não existir CCP no local da prestação do serviço. E, também, quando houver motivo relevante, que deverá ser declarado na petição inicial, ou verbalmente, no caso de reclamação trabalhista reduzida a termo. Caberá, porém, ao juiz decidir se houve justo motivo. Se o magistrado concluir que não, extinguirá o processo sem julgamento do mérito.
Mediação: ocorre quando um terceiro, chamado pelas partes, vem a solucionar o conflito, propondo a solução às partes. O mediador pode ser qualquer pessoa, como até mesmo um padre, não necessitando de conhecimentos jurídicos. O que interessa é que a pessoa venha a mediar o conflito, ouvindo as partes e fazendo propostas, para que se chegue a termo. O mediador tenta, mediante diálogo, fazer com que as partes cheguem a consenso. Aproxima as partes para que elas dialoguem. Dá orientações, mas não decide. Ouve e interpreta o desejo das partes. Aconselha, faz sugestões às partes. Tenta persuadir as partes no sentido da melhor solução para o litígio. As partes não estarão obrigadas a aceitar as propostas, mas poderá haver a composição mediante o acordo de vontades. O mediador não tem poder de coação ou de coerção sobre as partes; não toma qualquer decisão ou medida, apenas serve de intermediário entre as partes.
Mediação é a atividade técnica exercida por terceiro imparcial sem poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções consensuais para a controvérsia (parágrafo único do art. 1.º da Lei n.º 13.140, de 26-6-2015). A mediação, geralmente, é extrajudicial.
Dispõe o artigo 764 da CLT que os dissídios individuais ou coletivos submetidos à apreciação da Justiça do Trabalho serão sempre sujeitos à conciliação. Os juízes e Tribunais do Trabalho empregarão sempre os seus bons ofícios e persuasão no sentido de uma solução conciliatória dos conflitos (§1.º do art. 764 da CLT). É lícito às partes celebrar acordo que ponha termo ao processo, ainda mesmo depois de encerrado o juízo conciliatório (§3.º do art. 764 da CLT), inclusive, portanto, na fase de execução.
Em razão dos procedimentos acima mencionados é que não se aplica no processo do trabalho a lei de mediação (Lei n.º 13.140/15), pois já se tenta conciliação em vários momentos.
Alguns acreditam que é possível fazer acordos trabalhistas num ambiente de câmara privada, cujos acordos extrajudiciais poderão ser homologados pelo Judiciário (ver reforma). Tudo pode ser resolvido no ambiente consensual de uma câmara, sem a lógica litigiosa da Justiça.
Arbitragem: Diante da busca por soluções mais céleres e eficazes surge a figura do árbitro, um terceiro especialista contratado pelas partes para apresentar, em poucos meses, uma solução definitiva ao conflito. No Brasil a arbitragem é regulada pela Lei n. 9.307/96, que prevê em seu artigo 1º a possibilidade de sua utilização para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis.
1ª corrente (majoritária): tem como argumento a indisponibilidade, logo, a irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas, acarretando em afronta ao próprio artigo 1º da Lei de Arbitragem, que limita o procedimento arbitral aos direitos patrimoniais e disponíveis. Outro argumento reside na desigualdade material das partes, situação na qual o trabalhador (hipossuficiente) esta em descompasso com seu empregador (economicamente superior), logo, não poderiam pactuar cláusula de arbitragem, já que esta pressupõe plena igualdade das partes que livremente elegem um terceiro para solucionar seu conflito. Por tal motivo é que se admite arbitragem nos dissídios coletivos, onde não se verifica desigualdade ou hipossuficiência das partes, estando o trabalhador orientado pelo sindicato.
2ª corrente: aceita a possibilidade de arbitragem nos conflitos trabalhistas individuais. O argumento sustentado por esta doutrina reside na plena compatibilidade entre a irrenunciabilidade dos direitos trabalhistas e a via arbitral, não se podendo relacionar a irrenunciabiliadade com uma absoluta impossibilidade de transação, do contrário, o próprio juiz trabalhista estaria impossibilitado de homologar acordo entre as partes.
A Reforma Trabalhista, recentemente aprovada pela Câmara dos Deputados e ainda sujeita à apreciação do Senado, autoriza a arbitragem nos contratos individuais de trabalho (novo art. 507-A da CLT)
Jurisdição: submeter o conflito de interesses ao Judiciário.
AÇÕES TRABALHISTAS: DISSÍDIOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Elementos identificadores da ação:
Ação: Direito de exigir do Estado a Tutela Jurisdicional;
Processo: meio pelo qual irei buscar no judiciária a tutela do direito;
Direito Material: o que se busca alcançar.
Classificação das ações trabalhistas:
Ações individuais – Art. 837/855 da CLT
a) Ação de Conhecimento ou Cognitiva – leva um fato ao conhecimento do judiciário para que ele conheça do fato e diga o direito, exercendo a jurisdição.
- Condenatórias: impõe uma obrigação de dar, fazer ou não fazer.
- Declaratória: quando o interesse restringe a uma mera declaração de existência ou não de uma relação jurídica. Ex: união estável.
- Constitutiva: cria, modifica ou extingue um direito ou uma relação jurídica.
b) Ações Executivas – não precisam de uma fase de conhecimento e de um título executivo judicial, o processo se inicia na fase expropriatória. Decorrente de multa trabalhista.
Títulos executivos:
Art. 114 VII, CF - CDA - multa decorrente fiscalização trabalhista
Art. 876, CLT - Termo de conciliação na CCP
- TAC/MPT - 
c) Cautelares – Art. 769 CLT
Ações Coletivas Dissídios Coletivos – Art. 856/872 da CLT
Ações coletivas têm no polo ativo um sindicato e no polo passivo um sindicato ou uma empresa.
a) de natureza econômica – criam melhores condições, pleiteando reajustes, plano de saúde, gratificações, etc.
b) de natureza jurídica- servem para que o judiciário interprete normas coletivas. Pressupõe a existência de uma cláusula coletiva de interpretação duvidosa.
OBSERVAÇÃO: As ações plúrimas, isto é, que contém o litisconsórcio ativo ou passivo não são consideradas ações coletivas, mas sim ações individuais em que se optou por compor o polo ativo ou passivo com mais de um indivíduo. Na ação plúrima há um litisconsórcio facultativo ativo e a cada trabalhador equivale o seu interesse próprio. O pedido pode ser julgado procedente para um e improcedente para outro. Já nas ações coletivas há uma coletividade indeterminada, porém determinável, como exemplo o reajuste salarial dos professores. Essa decisão será igual para toda a classe de professores, o pedido é indivisível.
PARTES: Fredie Didier Junior: CONCEITO: “Parte processual é quem está na relação jurídica processual, assumindo qualquer das situações jurídicas processuais, atuando com parcialidade e podendo sofrer alguma consequência com a decisão final. Esse é o conceito que deve ser utilizado. A parte processual pode ser parte na demanda (demandante e demandado) e a auxiliar, coadjuvante, que é o assistente.” 
SUJEITOS DO PROCESSO: Todas as pessoas que nele atuam (partes, juiz, perito, servidores, etc.).
CAPACIDADE: é a possibilidade de figurar no processo como autor ou réu. 
A) CAPACIDADE DE SER PARTE: Em geral coincide com a personalidade civil; da pessoa física, inicia-se com o nascimento com vida; da pessoa jurídica com a inscrição dos atos constitutivos no respectivo registro. É também conferida a alguns

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