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Atividade Empresarial

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Atividade Empresarial
1. Objeto do Direito Comercial
A atividade dos empresários é de articular os fatores de produção: capital, mão de obra, insumo e tecnologia. A mesma voltada para o lucro, através da produção de mercadoria ou serviço. O direito comercial cuida do exercício dessa atividade econômica organizada, denominada empresa.
2. Comércio e Empresa
Na Antiguidade, a produção de bens ocorria na própria casa dos usuários, e os excedentes eventuais eram trocados entre vizinhos ou na praça. Alguns povos, como os fenícios, destacaram-se intensificando as trocas e, com isto, estimularam a produção de bens destinados à venda. Esta atividade, chamada comércio, expandiu-se com vigor. A intensificação das trocas pelos comerciantes despertou o interesse para produção de bens voltados à venda e não para uso de quem os fazia, marcando o início da atividade industrial.
Na Idade Média, o comércio difundiu-se por todo o mundo civilizado. Com o Renascimento Comercial, os artesãos e comerciantes europeus reuniam-se em corporações de ofício, entidades burguesas que gozavam de certa autonomia em face do poder real e dos senhores feudais. Destas foram surgindo normas destinadas a disciplinar as relações entre seus filiados, uma espécie de jurisprudência especial.
No início do século XIX, Napoleão patrocinou a edição do Código Civil e do Comercial, um sistema para disciplinar as atividades dos cidadãos, classificando as relações que hoje são chamadas de civis e comerciais. A delimitação da incidência do Código Comercial era feita pela Teoria dos Atos de Comércio, onde sempre que alguém explorava atividade econômica considerada ato de comércio, submetia-se às obrigações do Código Comercial, e passava a usufruir da sua proteção.
Algumas atividades econômicas passaram a ganhar importância equivalente às de comércio, banco, seguro e indústria. Por exemplo, da prestação de serviços, fruto do processo de urbanização. Não constava também negociação de imóveis, agricultura ou extrativismo. 
No Brasil, o Código Comercial de 1850 sofreu forte influência da Teoria dos Atos de Comércio, o Regulamento 737, do mesmo ano, disciplinou os procedimentos a serem observados nos Tribunais de Comércio, contando como atividade mercantil:
a) compra e venda de bens ou móveis ou semoventes, no atacado ou varejo, para revenda ou aluguel
b) indústria
c) bancos
d) logística
e) espetáculos públicos
f) seguros
g)armação e expedição de navios
Esta segunda fase, o direito não era mais dos comerciantes, e sim a disciplina jurídica dos atos de comércio. A Teoria dos Atos de Comércio acabou revelando insuficiências, pois experimentou ajustes que a desnaturaram. A insuficiência da mesma levou ao surgimento da Teoria da Empresa.
3. Teoria da Empresa
Em 1942, na Itália, surge um sistema de regulação das atividades econômicas dos particulares, alargando a incidência do Direito Comercial, a chamada Teoria da Empresa. O Direito Comercial, em sua terceira etapa, passa a disciplinar uma forma específica de produzir ou circular, bens ou serviços, a empresarial. 
Asquini, expoente da doutrina comercialista italiana, defendeu o perfil poliédrico da empresa. Os perfis eram: subjetivo, empresa como sujeito de direito; objetivo, empresa como um bem possuidor de valor econômico; corporativo, junção dos propósitos de empresário e trabalhador; e funcional, empresa como atividade.
A Teoria da Empresa inspirou a reforma da legislação comercial de outros países de tradição jurídica romana. Começam a surgir as defasagens entre a Teoria dos Atos de Comércio, a realidade disciplinada pelo Direito Comercial (tratamento desigual à prestação de serviços, negociação de imóveis e atividades rurais) e a atualidade do sistema italiano. 
Ocorre então a adoção, no Brasil, da Teoria da Empresa no Projeto do Código Civil de 1975 que só foi aprovado em 2002. O Código Comercial de 1850 teve sua primeira parte revogada com a entrada em vigor do Código Civil de 2002. Todavia, se manteve a segunda parte que trata do direito marítimo. 
Porém, antes disto, as principais leis, de interesse do direito comercial, editadas já se inspiravam no sistema italiano, por exemplo, o Código de Defesa do Consumidor de 1990. Em suma, o direito brasileiro já incorporara, na jurisprudência e em leis esparsas, a Teoria da Empresa antes da entrada em vigor do Código Civil.
4. Conceito de Empresa e Empresário
Empresa é toda atividade econômica organizada de produção ou circulação de bens e serviços, para o mercado, exercida pelo empresário, em caráter profissional, através de um complexo de bens. Empresário é o profissional exercente de tal atividade organizada pautado no profissionalismo, aquele que realiza as tarefas habitualmente, na pessoalidade, capaz de contratar empregados. Vale ressalvar que o empresário detém o monopólio das informações sobre o produto ou serviço objeto de sua empresa. 
Obs.: A empresa, enquanto atividade, não se confunde com o sujeito de direito que a explora, o empresário.

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