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Ética a Nicômaco Aristóteles A motivação inicial foi descobrir qual é o bem que o ser humano busca para sua realização. Os problemas dos valores importantes para a pessoa. Qual é o lugar da ética em nossas vidas? O que é a felicidade? É possível ser feliz? O filósofo Aristóteles entende a ética como sendo uma disciplina prática, pois está vinculada à ação humana. Na perspectiva de Aristóteles pode-se dizer que o homem não nasce bom ou justo, mas torna-se bom ou justo à medida que pratica tais atos. Pensando assim, Aristóteles divide a natureza do homem bom em duas partes distintas: um corpo; uma alma. Na alma encontra-se a razão e ao mesmo tempo o desejo, sendo que o intelecto (nôus) é entendido como a parte superior da alma. Dessa forma, o intelecto é quem deve mandar; enquanto a outra parte (o corpo), privada de razão, deve obedecer. Aristóteles divide as virtudes do seguinte modo: 1. Virtudes intelectuais; 2. Virtudes morais. A primeira, a (virtude dianoética), nasce e progride graças aos resultados da aprendizagem, isto é da educação. Portanto, leva tempo e demanda experiência; a segunda é a virtude moral (costumes, hábitos, práticas), ela não é gerada em nós por natureza, somos adaptados a recebê-la. Ela é resultado do hábito (ethos) que imprime em nós a virtude. Aristóteles, ao levar em consideração a divisão da natureza do homem bom e a divisão das virtudes deste mesmo homem, acaba, portanto, definindo como se forma o caráter humano. Para o filósofo, o caráter é formado a partir da repetição dos atos progressivos por meio do hábito, pois somos capazes de praticar bem aqueles atos que já fizemos antes, e eles podem ser aperfeiçoados tanto para melhor ou para pior, assim como acontece com as artes. Esta prática dos hábitos, revela Aristóteles, exercita o homem para que este crie habilidades para se alcançar a felicidade, sendo esta denominada pelo pensador como “sumo bem”. Assim chamamos a ética de Aristóteles de “Ética das virtudes”. Sua ética é assim uma ética teleológica, pois busca atingir uma finalidade, o sumo bem, ou seja, a felicidade. A felicidade é conseguida através da racionalidade humana. Assim, a felicidade é entendida como algo auto-suficientes, ou seja, que se constitui num fim em si mesmo e que, por sua vez, coloca-se como um fim a ser alcançado e nunca como um meio. Já a virtude é caracterizada pelo ato ou ação de alguém. A virtude é, na verdade, um exercício prático do homem e está ligada à razão e ao intelecto, sendo considerada como os hábitos da vontade do homem. Para Aristóteles não existem virtudes inatas, mas todas são adquiridas pela repetição dos atos, que geram os costumes (mos), aos quais dão o nome de moral. Os atos, para gerarem as virtudes, não devem desviar-se nem por defeito, nem por excesso, pois a virtude consiste na justa medida, longe dos dois extremos. As virtudes são então adquiridas e desenvolvidas por meio dos hábitos humanos. Os hábitos humanos são a ação, ou seja, é o agir humano. As ações virtuosas são praticadas através daquilo que Aristóteles chama de “meio-termo” ou “justa medida”. O meio-termo ou justa medida para Aristóteles é o equilíbrio ideal entre os vícios e as virtudes. Os vícios são entendidos pelo filósofo como ações incontroláveis que os seres humanos realizam; a virtude é o oposto dos vícios, por este motivo a necessidade do meio-termo, da justa medida. Exemplo: Coragem: é o meio-termo entre a temeridade (não ter medo de nada) e a covardia (ter medo de tudo).
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