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O brasil é um dos países que mais existem casos de câncer, possuindo um número extremamente elevado, incluindo a leucemia. Sendo assim, se faz necessário o uso de uma ferramenta química que possibilite a procura por novos fármacos para o tratamento das leucemias, e também de outras enfermidades.1 O ramo da química medicinal tem como objetivo o planejamento, a síntese e a otimização de compostos biologicamente ativos que possam auxiliar na melhora e na manutenção da saúde da população. Entre os compostos estudados por essa vertente da química, as chalconas estão em destaque, sendo estruturas encontradas na natureza, e que estão presentes nas várias partes das plantas, sendo precursores naturais dos flavonóides.2 Quimicamente, as chalconas são cetonas α,β-insaturadas que apresentam o núcleo 1,3-diarilprop-2-en-1-ona e o esqueleto C6-C3-C6. São de grande interesse químico e farmacológico, uma vez que inúmeros trabalhos relatam suas atividades biológicas, entre elas antibacteriana, anti-protozoários, antitumoral antiinflamatória.3,4,5 Devido a sua síntese relativamente fácil, versátil, e possibilidades de substituições nos anéis aromáticos de sua estrutura básica, as chalconas possuem inúmeras propriedaes farmacológicas, como dito no ínicio, e fluorescentes, possibilitando prósperas aplicações tecnológicas, a sua estrutura esta descrita na Figura 1 a seguir.7,8 Figura 1: Estrutura básica de chalconas: Fonte: Silva, João; Propriedades Fotofísicas de Polímeros de Chalcona Fluorescentes via Filmes Ultrafinos – LbL, 2017. Em aspectos sintéticos, a obtenção de tais compostos se mostra economicamente viável, uma vez que não são necessárias condições experimentais drásticas (elevadas temperaturas, excesso de reagentes e longos períodos reacionais), tampouco utilização de catalisadores caros. A reação ocorre por meio da condensação de Claisen Schmidt. Experimentalmente, consiste na reação entre acetofenonas e arilaldeídos (substituídos ou não). Em geral, utiliza-se como meio básico uma solução alcoólica de hidróxido de sódio, temperatura ambiente e períodos reacionais de 12 a 24h.6 A síntese de chalconas ocorre por diversos métodos, porém, a metodologia mais utilizada é a condensação de Claisen-Schmidt, como dito. Neste método, realiza-se a condensação de um benzaldeído com uma cetona apropriada em um solvente polar como metanol, com o uso de uma base como catalisador. É um método bastante versátil e conveniente, que confere rendimentos muito variados, desde 5% até 90%.9 Para melhor compreensão, abaixo na Figura 2 está apresentado a síntese geral da chalcona: Figura 2: Síntese de Chalcona através de condensação de Claisen- Schmidt. Fonte: Sechini, Marlon; SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE CHALCONAS DERIVADAS DA 3,4,5-TRIMETOXIACETOFENONA COM POTENCIAL ATIVIDADE ANTILEUCÊMICA, 2010. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL RESULTADOS E DISCUSSÃO Realizou-se uma reação aldólica cruzada na qual um dos componentes foi uma cetona (acetofenona) e um aldeído (. Reações desse tipo são chamadas de reações de Claisen-Schmidt. Utilizou-se uma base forte, NaOH, que fez com que não houvesse autocondensação apreciável das cetonas, pois o equilíbrio é desfavorável no sentido de formação das mesmas. Na figura 3 abaixo, está apresentada a síntese da chalcona, tendo como base o hidróxido de sódio (NaOH) e como aldeído o dimetilamino benzaldeído: Figura 3: Mecanismo da desidratação do produto de condensação e formação da chalcona. Inicialmente o catalisador básico remove um hidrogênio alfa ácido da cetona, formando assim um carbânion, que pode ser estabilizado por ressonância. A reação continua por meio de um ataque nucleofílico do carbânion ao carbono da carbonila do aldeído, formando assim um intermediário tetraédrico (íon alcóxido). Ao ser protonado por um hidrogênio da água o íon alcóxido é convertido no produto de condensação e o meio básico é regenerado. O produto de condensação sofre desidratação básica e para que isso ocorra, um hidrogênio ácido é abstraído da posição alfa, resultando assim no íon enolato, que por equilíbrio elimina o grupo OH-, formando assim a chalcona. Após a adição dos reagentes em um erlenmeyer, notou-se que a mistura apresentou coloração amarelo forte. A agitação constante foi realizada com o intuito de tornar a reação mais homogênea e observou-se que a mesma ficou mais viscosa, havendo a formação de um precipitado, juntamente com óleo. Resfriou-se em banho de gelo para uma maior precipitação do produto. A reação foi levada para uma centrífuga para retirar o óleo formado e precipitar mais produto. Solubilizou-se o precipitado em etanol e aquecimento para recristalização. Após a formação dos cristais, filtrou-se a mistura a vácuo, lavando com água gelada para não solubilizar os cristais, podendo separá-los da parte líquida. Calculou-se o rendimento teórico e experimental: Partiu-se da acetofenona como reagente limitante e calculou-se seu respectivo número de mols: Número de mols acetofenona = Número de mols acetofenona = Número de mols acetofenona = 0,01029 mols Como a reação é 1:1, o número de mols de acetofenona é igual ao número de mols de chalcona, portanto: Massa teórica chalcona = 0.01029 mols x 251,32298 g/mol Massa teórica chalcona = 2,5856 g A massa obtida de chalcona foi de 2,03g, sendo assim o rendimento experimental foi de: 2,5856g –100% 2,03g – x x = 78,51% O rendimento obtido foi alto, portanto a síntese da chalcona foi bem sucedida. CONCLUSÃO REFERÊNCIAS 1- INCA 2009. Estimativa 2010 – Incidência de câncer no Brasil. Disponível em: Acesso em: 28/11/2017 2- Zuanazzi, J. A. S. Flavonóides. In: Simões, C. M. O.; et al. (orgs.). Farmacognosia: da planta ao medicamento. 3 ed. Florianópolis: Editora da UFSC, Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2001. Cap. 23. p. 499-526. 3- DIMMOCK J R; ELIAS D W; BEAZELY M A; KANDEPU N M. Bioactivities of chalcones. Current Medicinal Chemistry, 6(12), 1125-49, 1999. 4- NI, L.; MENG, C.Q.; SIKORSKI, J.A. Recent advances in therapeutic chalconas. Expert Opinion on Therapeutic Patents, 14 (12), 1669-1691, 2004. 5- NOWAKOWSKA, Z. A reiew of anti-inflammatory chalcones. European Journal of Chemistry, 42, 125-137, 2007. 6- Lawrence, N. J.; Rennison, D.; McGown, A. T.; Ducki, S.; Gul, L. A.; Hadfield, J. A.; Khan, K.; J. Comb. Chem. 2001, 3, 421. 7- Alvim, H. G. O.; Fagg, E. L.; de Oliveira, A. L.; de Oliveira, H. C. B.; Freitas, S. M.; Xavier, M.-A. E.; Soares, T. A.; Gomes, A. F.; Gozzo, F. C.; Silva, W. A.; Neto, B. A. D. ;Org. Biomol. Chem. 2013, 11, 4764. 8- Rurack, K.; Dekhtyar, M. L.; Bricks, J. L.; Resch-Genger, U.; Rettig, W. ;J. Phys. Chem. A 1999, 103, 9626. 9- CALVINO, V.; PICALLO, M.; LÓPEZ-PEINADO, A. J.; MARTÍN- ARANDA, R. M.; DURÁN-VALLE, C. J. Ultrasound accelerated Claisen- Schmidt condensation: a green route to chalcones. Applied Surface Science, 252, 6071-6074, 2006.
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