Buscar

Doenças reemergentes – mormo e hantavírus maio 2015

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
*
DOENÇAS REEMERGENTES
 
MORMO E HANTAVÍRUS
M V MARIA CAROLINA RAMOS NOGUEIRA
Unesp Araçatuba
Clínica Veterinária Bichos do Bixiga – São Paulo
*
*
MORMO
*
*
INTRODUÇÃO E HISTÓRIA
Zoonose grave – doença infecto – contagiosa
Lamparão
Equídeos – Asininos (burros), Muares (mulas) e Equinos
Humanos, carnívoros (ingestão de carne contaminada), pequenos ruminantes 
Doença mais antiga em equídeos
Aristóteles e Hipócrates sec. II e IV a. C.
Prevalência Mundial – equino meio de transporte, trabalho
Grandes Guerras ( I e II) – alta letalidade humana 
agente bioterrorismo – vítimas soldados russos
Erradicada nos EUA, Europa e Austrália – controle e motorização de tração 
Presente em países da Ásia, África e América Latina (BRASIL)
*
*
MORMO NO BRASIL
 Primeiro relatos em 1811
Animais importados da Europa
Últimos casos na cidade de Campos (RJ) em 1960
Desde então “silêncio epidemiológico”
Novos casos
1999 – Alagoas e Pernambuco
2004 – Paraná e Santa Catarina
2008 - São Paulo – Santo André
2009 – Distrito Federal
2012 – Rio de Janeiro e Minas Gerais
2014 – Mato Grosso
2015 - Goiás e Mato Grosso do Sul 
*
*
ETIOLOGIA
Bactéria 
Bacilo Gram negativa 
Burkholderia mallei
Anteriormente Pseudomonas mallei
Parasita obrigatório
Ambiente < 6 semanas
Susceptível à maioria dos desinfetantes comuns 
iodo, permanganato de potássio, hipoclorito de sódio, etanol a 70%, gluteraldeído 
Sensível à luz e T 55°C
Viável em áreas contaminadas e água por até 6 semanas
*
*
EPIDEMIOLOGIA
Fonte de infecção – animais infectados e portadores assintomáticos
Animais debilitados e idosos
Manejo errôneo
Estábulos coletivos – disseminação
Vias de excreção
Digestiva - fezes
Respiratória - secreção nasal
Geniturinária - urina
Cutânea - Exsudatos cutâneos
Transmissão 
Contato direto – secreções e exsudatos
Contato indireto – alimentos, água, cochos, bebedouros, fômites 
Porta de entrada - mucosas respiratórias, digestiva e lesões cutâneas
Período de incubação – dias a meses
*
*
PATOGENIA
Entrada pela mucosa intestinal 
(+ comum)  corrente sanguínea  septicemia (aguda)  bacteremia (crônica)
Expansão no sistema linfático  linfoadenomegalia  nódulos em forma de rosário
Lesões pulmonares  secreção nasal/ disseminação
Pulmões, baço, fígado, pele e septo nasal
*
*
SINTOMATOLOGIA CLÍNICA
Asininos e muares  aguda
Equinos  crônica
Sinais 
Respiratório
Linfático
Cutâneo
Simultâneos ou isolados
Febre
Corrimento Nasal: mucopurulento  sanguinolento
Prostração, anorexia e emagrecimento 
Pústulas
Mucosas nasal  úlceras e abscessos no septo
Linfoadenomegalia 
Tosse  Dispnéia  Broncopneumonia
Secreção ocular 
Óbito
*
*
*
*
*
*
DIAGNÓSTICO
Aspectos clínicos epidemiológicos
Diretos
Isolamento bacteriano – coloração Gram ou azul de metileno
Inoculação em cobaias
Indiretos - Testes sorológicos 
Fixação de Complemento - ANTICORPOS – ELEIÇÃO 
Elisa ?
Teste de Maleína – imunoalérgico cutâneo
48h – edema e conjuntivite
IN n°24/2004 (MAPA) *
Cuidado - doenças respiratórias – garrotilho – tratamento pelo criador – falso negativo
2 laboratórios particulares de São Paulo – Teste Maleína
Segundo diretor do Centro de Defesa do Estado, Agnaldo Rebello – baixa eficácia
PCR em tempo real – OIE / Europeu – não há no Brasil 
considerado 100% seguro
AGUARDANDO AUTORIZAÇÃO DO MINISTÉRIO DA SAÚDE
*
*
*
*
*
*
TRATAMENTO
Risco epidemiológico
Não há tratamento – portador crônico
Não recomendado - Sulfas?
*
*
ZOONOSE
Rara, mas fatal
Doença ocupacional  tratadores, VETERINÁRIOS, técnicos laboratoriais (++)
Matadouros e açougueiros (?)
Contato direto secreções e tecidos, feridas cutâneas e mucosas
EUA, 2000  técnico laboratório
Sinais clínicos semelhantes aos animais
Pulmonar 95% letalidade
Localizada - cutânea
Generalizada ou septicêmica
Crônica
 Tratamento com ATB por até 6 meses
*
*
CONTROLE E PREVENÇÃO
Casos confirmados
Isolamento e interdição propriedade
Eutanásia dos positivos
Incineração dos cadáveres 
Teste de todos animais contactantes
Saneamento e desinterdição – baias, camas
MAPA  1° teste FC triagem 
Laboratório Credenciado/Oficial
Teste de Maleinização como complementar
Detecção precoce
Controle trânsito de animais entre estados notificados e não notificados 
Exigência de GTA 
Exame FC negativo – 60dias
Certificação propriedades livres
Controle anual
*
*
*
*
MORMO NO BRASIL - HOJE
 05/03/2013 – “Casos de mormo em cavalos colocam o Ceará em alerta” – Fonte Diário do Nordeste
16/04/2013 – “19 cavalos são sacrificados por contrair mormo” – CE – Fonte Diário do Nordeste
12/11/2013 – “Doze cavalos foram sacrificados em São Paulo por causa do mormo este ano” – Fonte Rural BR Pecuária
Segundo a Defesa Agropecuária do Estado, cerca de 450 cavalos estão com suspeita da doença
Seis cidades do Estado de São Paulo têm foco da doença. Além da capital, Araçariguama, Jundiaí, Itapetininga, Arandu, Avaré e Catanduva.
17/05/2014 – “Mato Grosso tem o segundo caso de mormo em equino confirmado” – Cuiabá – Fonte Expresso MT
*
*
CASO AVARÉ 2013
Em 2008 - Santo André (animal vindo de Pernambuco) - Teste de FC de mais 135 animais no perifoco - nenhum suspeito 
No dia 10 de abril de 2013 equino positivo - centro de treinamento Araçariguama – contato animais vindos de Pernambuco – contato Jundiaí - Avaré
Avaré - evento da raça quarto de milha, com mais de 1500 equinos concentrados – local interditado para a movimentação de equídeos – exigido 2 provas confirmatórias (prova da maleína), com intervalo de 45 dias
Todos animais – teste de fixação de complemento (triagem) – retorno apenas com resultados negativos - 2 animais positivos
1° prova confirmatória da maleína - negativos
Recinto interditado – exigência duas provas (maleína) intervaladas de 45 dias
Em 30 de abril de 2013, o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) – IN nº 14 - uma única prova de maleína (resultado negativo) - conclusivo. 
1º de maio de 2013, começaram a ser liberados, sob rigorosa inspeção e conferência de todos os documentos sanitários realizadas por médicos veterinários e técnicos de apoio do serviço oficial de defesa.
A Coordenadoria de Defesa Agropecuária preconiza rigoroso monitoramento, incluindo vistorias e inspeções em todos os animais de propriedades em que ingressarem animais provenientes de locais animais suspeitos ou positivos conclusivos. 
Coordenadoria de Defesa Agropecuária – Campinas-SP, 09 de maio de 2013.
*
*
MORMO NO BRASIL HOJE
*
*
CONSIDERAÇÕES
Zoonose erradicada no Brasil – impacto econômico!
“Ressurgimento” - aumento n° de estados notificados
Realização de inquéritos soro-epidemiológicos
Manutenção das medidas de profilaxia e controle do trânsito
Eventos – rodeios, exposições, leilões
Latino americano 2014 no Peru?
Olimpíadas de 2016?
Conscientização criadores e proprietários - medidas de defesa sanitária animal 
Papel do médico veterinário
*
*
HANTAVIROSE 
*
*
INTRODUÇÃO E HISTÓRIA 
Antropozoonose – roedores silvestres
Doença viral aguda - Alta letalidade – 70% 
Ocorrência mundial – Ásia, Europa e Américas
Febre Hemorrágica com síndrome renal (HFRS) – Europa
Síndrome Pulmonar por Hantavírus – Américas/Brasil 
Origem rio Hantan na Coréia nos anos 1950 – Guerra da Coréia - 3000 soldados americanos doentes – 400 mortos
No Brasil, primeiros casos em 1993 e incidência crescente
Relacionada com distúrbios ecológicos 
Desmatamentos, ecossistemas com interferência HUMANA
Zonas rurais (++) e urbanas
*
*
CASOS NO BRASIL – 2007-2012*
Casos confirmados: 716 (letalidade 37,2%)
Casos em 14 estados do país; 
Regiões CO: 32,4%; SE 25,2%; Sul 24,1%
RS: 45 casos; 
SC: 91 casos; 
PR: 54 casos
Rural e ocupacional: > 90%
Sexo masculino: 74,9%
*
*
ETIOLOGIA			
RNA vírus
Família
Bunyaviridae – gênero Hantavírus
20 tipos nas Américas/ roedor
Sin Nombre
Viável no ambiente por até 7 dias
Sensível a luz solar (inativado < h)
Sensível a desinfetantes comuns (hipoclorito)
*
*
EPIDEMIOLOGIA 
Roedor reservatório natural – infecção crônica  portador assintomático
Vírus nas fezes, urina e saliva
Transmissão 
inalação de aerossóis (++)
Água e alimentos (-)
Mordeduras
Contato direto humanos (raro)
No Brasil – espécies principais
 Akodon spp
Bolomys lasiurusO
Oligoryzomys spp
Infecção por mordeduras – machos
Eliminação por dias, meses ou vida toda
*
*
EPIDEMIOLOGIA
*
*
SUL
Oligoryzomys nigripes
rato da taquara
CENTRO-NORTE
 rato do capim ou
 rato-da-cauda-peluda
*
*
EPIDEMIOLOGIA
Zonas rurais
agricultores, caçadores, pescadores, pessoas que fazem trilhas, acampam ou frequentam matas 
Paraná – barracas de desmatamento e reflorestamento de Pinnus sp
Armazéns de grãos – milho
Rações
Paióis, galpões
Matas
Restos de alimentos
*
*
*
*
PATOGENIA
Incubação 5 a 45 dias
Vírus  pulmões e os rins (cepa)
No Brasil - síndrome pulmonar (SPH) - letalidade superior a 50%
Na Ásia e na Europa - síndrome renal (FHSR) - letalidade 5%
*
*
SINTOMAS
HPS
 tosse seca, dispnéia
 febre, dores de cabeça e vômitos
 insuficiência respiratória aguda – choque 
HFSR
 insuficiência renal, uremia, oligúria
 Diátese hemorrágica - petéquias, sangramento gengival
febre, dores e vômitos
*
DIAGNÓSTICO
Clínico-epidemiológico
Diferencial – dengue, doenças respiratórias
Diagnóstico laboratorial
 ELISA – IgM (Adolfo Lutz, Oswaldo Cruz)
Imunofluorescência 
RT-PCR
Imunoistoquímica
*
*
TRATAMENTO
Não existe tratamento específico
Tratamento suporte - UTI
*
*
*
*
PROFILAXIA E CONTROLE
Proteção individual em ambientes de risco - máscaras 
Controle de roedores
Ambientes limpos e arejados – luz solar e ventilação
Controle químico – raticidas
Cuidados ao limpar paióis, galpões, locais fechados
Tratamento adequado LIXO
Uso de desinfetantes (hipoclorito a 10%)
Alimentos bem armazenados
Barracas suspensas ou fundo impermeável
Evitar poeira – limpeza com pano úmido
*
*
Obrigada pela atenção!
maricaroll@yahoo.com.br

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais