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apostila de pedagogia


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Material das aulas anteriores!
História da Educação
O processo de educação do homem foi fundamental para o desenvolvimento dos grupos sociais e de suas respectivas sociedades, razão pela qual o conhecimento de sua história e experiências passadas é essencial para a compreensão dos rumos tomados pela educação no presente.
Educação na antiguidade
Tomando a herança cultural deixada pela antiguidade como a fonte principal sobre a qual a civilização ocidental se ergueu, o legado deixado pelas principais cidades estados da Grécia Antiga – Esparta e Atenas – constitui-se como princípio de organização social e educativa que serviu de modelo para diversas sociedades no decorrer dos séculos. Reconhecida por seu poder militar e caráter guerreiro, o modelo de educação espartano baseava-se na disciplina rígida, no autoritarismo, no ensino de artes militares e códigos de conduta, no estímulo da competitividade entre os alunos e nas exigências extremas de desempenho. Por outro lado, Atenas tinha no logos (conhecimento) seu ideal educativo mais importante. O exercício da palavra, assim como a retórica e a polêmica, era valorizado em função da prática da democracia entre iguais. Como herança da educação ateniense surgiram os sofistas, considerados mestres da retórica e da oratória, eles ensinavam a arte das palavras para que seus alunos fossem capazes de construir argumentos vitoriosos na arena política. Fruto da mesma matriz intelectual, porém em oposição ao pensamento sofista, o filósofo Sócrates propunha ensinar a pensar – mais do que ensinar a falar - através de perguntas cujas respostas dependiam de uma análise lógica e não simplesmente da mera retórica. Apesar de concepções opostas, tanto o pensamento sofista como o pensamento socrático contribuíram para a educação contemporânea através da valorização da experiência e do conhecimento prévio do aluno enquanto estratégias que se tornaram muito relevantes para o sucesso na aprendizagem do aluno na contemporaneidade.
Educação na Idade Média
Podemos reconhecer traços da tradição espartana na educação medieval. Os estudantes eram formados de acordo com o pensamento conservador da época e a educação desenvolvida em consonância com os rígidos dogmas da Igreja Católica. Cabe ressaltar que até o século XVII os valores morais e até mesmo os ofícios responsáveis pela garantia da subsistência eram transmitidos em grande parte dentro dos próprios círculos familiares, sendo que esses valores e códigos de conduta eram profundamente influenciados pelo pensamento religioso. Em contrapartida, com as Reformas Religiosas e o Renascimento inicia-se uma nova era para o Ocidente e é marcada pelo ressurgimento dos ideais atenienses nos discursos sobre os objetivos da Educação. O conhecimento era tipo como um corpo sagrado, essa matriz de pensamento permaneceu dominante e foi grande responsável pela concepção do papel da educação desde o desaparecimento do Antigo Regime até a constituição dos Estados Nacionais: o conhecimento passa a ser organizado para ser transmitido pela escola, através da autoridade do professor enquanto sujeito detentor do saber e mantenedor da ordem e da disciplina.
Educação moderna
Foi esse modelo de educação escolar centrado na figura do professor como transmissor do conhecimento que se expandiu ao longo dos séculos XVIII e XIX, impulsionado pela Revolução Industrial e a consequente urbanização e aumento demográfico. Além disso, o fortalecimento e expansão de regimes democráticos influenciou a reivindicação pelo acesso à escola enquanto direito do cidadão e à educação passa a ser atribuída a tarefa de formar cidadãos, cientes de direitos e deveres e capazes de exercê-los perante a sociedade.
A partir de meados do século XIX, portanto, o modelo hierarquizado e autoritário de educação que caracterizou as instituições escolares até então passou a ser questionado por educadores como Maria Montessori, na Europa, e John Dewey, nos Estados Unidos. Impulsionados pelo desenvolvimento dos estudos de psicologia sobre aprendizagem e desenvolvimento humano, e com críticas a pedagogia tradicional e a forma como os conteúdos curriculares eram impostos aos alunos, esses e outros educadores passaram a reivindicar a participação ativa dos alunos no processo de aprendizagem. Desta forma e como mencionado anteriormente, essas propostas resgataram princípios atenienses de educação ao valorizar a experiência anterior do aluno e seus conhecimentos prévios à aprendizagem escolar.
Em função dessa trajetória histórica, cabe salientar que a Educação não atendeu sempre aos mesmos tipos de objetivos e toda a sua análise requer, antes de tudo, um intenso esforço de reflexão e contextualização. Através deste caminho pode-se melhor compreender métodos e teorias educacionais, pois observamos traços presentes nas práticas educativas atuais que remetem a herança deixada pelos modelos educativos analisados até aqui. Se, de um lado, está o valor da disciplina e do conhecimento a ser transmitido pela escola; e, de outro lado, a ideia de que o conhecimento é construído e consequentemente ninguém ensina nada a ninguém de forma definitiva; é importante a constatação de que essas correntes de pensamento não se excluem, uma vez que nos dias atuais é necessário conciliar o valor do conhecimento ao valor do engajamento dos alunos como estratégia para sanar as exigências de um mundo em contínuo desenvolvimento e marcado pelo fluxo constante de informação disponível a uma ampla gama de pessoas situadas em diferentes regiões do mundo.
Como salienta Moacir Gadotti, o conhecimento tem presença garantida em qualquer projeção que se faça sobre o futuro; contudo, os sistemas educacionais ainda não conseguiram avaliar de maneira satisfatória o impacto das tecnologias da informação sobre a Educação. Logo, será preciso trabalhar em dois tempos: o tempo do passado e o tempo do futuro. Fazendo de tudo para superar as condições de atraso e, ao mesmo tempo, criando condições para aproveitar as novas possibilidades que surgem através desses novos espaços de conhecimento.
Escola e Contexto
O ambiente escolar sempre existiu? Qual a nossa verdadeira função como educadores? Quem tem direito à educação? Quem é o sujeito da educação? Somo formados para servir há quem? Devemos desenvolver o que? Será que no nosso período de formação somos levados a refletir sobre o papel da escola e o mundo que nos cerca? Como podemos atuar de forma ativa e transformadora? Será que é só na escola que se dá o processo educativo? Qual a relação entre ambiente escolar e estruturação do pensamento?
A educação nas comunidades primitivas era um ensino informal e visava um ensino das coisas práticas da vida coletiva, focada na sobrevivência e perpetuação de padrões culturais, ou seja, não havia uma educação confiada a uma instituição específica., porque ela acontecia espontaneamente mediada pela convivência em grupo. É o aprender fazendo, inter-relacionando vida e trabalho nesse processo.
Com a conquista grega é que vem toda uma revolução na tradição do ensino, passando a ser vista de uma maneira mais racional.
O termo escola vem do grego scholé significando “lazer, tempo livre”. Esse termo era utilizado para nomear os estabelecimentos de ensino pelo fato de a tradição greco-romana não valorizar a formação profissional e o trabalho manual. Formar o homem das classes dirigentes era o ideal da educação grega. O professor não deveria ensinar de acordo com suas concepções, mas de acordo com a exigência da sociedade, devendo formar os futuros governantes e ocupantes dos altos cargos. O mestre filósofo era o responsável pela educação dos seus discípulos, em geral cinco e geralmente ensinava política, artes, aritmética e filosofia.
Na Idade Média, o conhecimento ficou praticamente nos mosteiros. É aí que a educação se ambienta na escola e os religiosos se encarregam da transmissão do saber. Era ainda uma educação elitizada, não havendo separação entre crianças e adultos. Os nobres só se preocupavam em aumentar suas riquezas, e acreditavamaté que o escrever era próprio para as mulheres, portanto desprezavam a cultura e a instrução. Com o desenvolvimento do comércio é que surge a necessidade de aprender a ler, escrever e contar. A burguesia estimula uma escola com ensinos práticos para a vida e para os interesses da classe emergente. Portanto, o aparecimento da instituição escolar estar diretamente ligado ao aparecimento e desenvolvimento do capitalismo. Percebemos isso claramente ao notar que no período da Revolução Industrial (a partir de 1750), época áurea do sistema capitalista, houve a necessidade de mão-de-obra para operar as máquinas e que para tal manejo teriam que ter no mínimo uma instrução básica. A burguesia percebeu que a educação serviria para disciplinar esses milhares de trabalhadores. Adam Smith, um dos grandes teóricos do Capitalismo, inclusive defendia que a educação era necessária e deveria ser dada em pequenas doses às massas.
Portanto a burguesia viu na educação uma poderosa arma de controle para disciplinar os trabalhadores. Vemos aí que a Escola surge com funções ideológicas: inculcar na grande massa os valores e normas da classe dominante, mostrando a função de cada um conforme sua classe de origem.
Tal posição não é vista claramente pela massa, porque a Escola sempre é vista como uma instituição neutra que trata a todos de forma igual. Nunca se reflete sobre seu atual papel, o que de certa forma esconde a realidade da maioria.
Pelo que foi dito acima, conclui-se claramente o poder que a escola tem de disseminar o pensamento ideológico de quem comanda a sociedade. Ou seja, o aparelho escolar está a serviço da classe que controla a sociedade.
Os jesuítas criaram as primeiras escolas quando aqui chegaram em 1549, com o objetivo de formar sacerdotes e catequizar o índio, dedicando-se também à educação da elite nacional. A Companhia de Jesus foi uma instituição criada essencialmente para fortalecer e defender a Igreja. A Companhia demorou 59 anos para formular o seu plano de atuação – O Ratio Studiorum, finalizado em 1599 e totalmente influenciado pela cultura europeia e considerado um perfeito instrumento de controle. Ou seja, privilegiavam uma cultura intelectual idealizada em nome da Igreja, em detrimento da emancipação intelectual.
Na Alemanha e na França é que se inicia a educação pública estatal, porém, sem o interesse de atender aos filhos da classe trabalhadora. No séc. XIX ela é inaugurada nos EUA e no Brasil no final do séc. XIX quando principiou o processo de industrialização do país.
No Brasil, para uma melhor compreensão da atuação da escola, fundamental é falar das tendências pedagógicas. Lembrando que nenhuma teoria ou método pedagógico é neutro, pois está enraizado no momento histórico, econômico e político na qual é formulado.
No século XX, no Brasil construiu-se um ideal de sociedade do lazer ancorado na ilusão do mundo de consumo, surgem os movimentos de contracultura (beatniks, hippies, punks); os movimentos de mobilização das minorias (movimento estudantil, feminista, grupos de defesa dos direitos humanos) e o surgimento das ONGs. Todas essas mudanças exigiram um novo tipo de escola, principalmente uma escola pública, leiga, gratuita e obrigatória devido à vertiginosa industrialização.
No Brasil, a educação só passou realmente a ser debatida no início do século XX a partir das discussões surgidas com os intelectuais brasileiros que passaram a analisar a educação de forma mais profunda. Tal análise começou como o movimento escolanovista na década de 20, que surgiu como uma crítica à educação tradicional, buscando acima de tudo a universalização do ensino no país. Preconizava ainda uma nova escola, onde o aluno passasse a ser ouvido e defendendo uma escola que formasse um homem novo.
A partir desse movimento surge o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (1932), documento assinado e liderado por Fernando de Azevedo e com apoio de Aluízio de Azevedo, Anísio Teixeira, Cecília Meireles e várias outras personalidades.
Tal manifesto surgiu porque não havia ainda um sistema escolar adequado ao país, dando uma forma mais racional à educação, cientificando-a.
Nos anos 60, surgem movimentos contra a escola, propondo a desescolarização, e uma crítica ferrenha à escola, surgindo uma nova concepção. A escola passa a ser vista sob a perspectiva de reprodutora das desigualdades da sociedade.
Dermeval Saviani, um dos grandes teóricos da educação, classifica as teorias educacionais em teorias críticas e não-críticas. As teorias não-críticas entendem a educação como uma ferramenta de equalização social, de superação da desigualdade social, vista de forma autônoma em sua atuação, e ao tentar entendê-la partem dela mesma. Como exemplos de teorias não-críticas temos a pedagogia tradicional (preconiza o professor como centro do processo de ensino e ao aluno cabe aprender o que lhe é transmitido, sem ter o direito de questionar, preconiza o “aprender”), a pedagogia nova (defende a escola como um meio de equalização social, enfatiza o “aprender a aprender”). Daí vem o escolanovismo. Propunha uma ampla modificação na aparência das escolas, com salas de aula de aspecto mais agradável e mais alegre. A partir daí surge a pedagogia tecnicista, já que a pedagogia nova não conseguiu seu intento. A última das teorias não –críticas é a pedagogia tecnicista que enfatiza o “aprender a fazer” e tem como objetivo tornar o processo de ensino mais operacional, formando homens competentes e produtivos.
As teorias acima representam um processo de reorganização do aparelho escolar que passou por um intenso processo de burocratização. Essa fragmentação no trabalho pedagógico causou um caos no campo educativo por tentar comparar a educação com o sistema fabril.
Quanto às teorias críticas, elas são também denominadas de teorias crítico-reprodutivistas, pois são compreendidas a partir da influência da sociedade a qual servem. Portanto, há uma estreita relação entre educação e sociedade. Entre essas teorias Dermeval Saviani cita: a teoria do sistema de ensino enquanto violência simbólica (como exemplo temos a violência material imposta pela classe dominante à classe dominada, o que provoca uma violência cultural, o que vemos claramente na ação pedagógica institucionalizada, ou seja, no sistema escolar).
Uma outra teoria crítico-reprodutivista é a teoria da escola enquanto aparelho ideológico de Estado, que Althusser bem distinguiu em Aparelhos Repressivos de Estado(a Polícia, os Tribunais, etc.) e os Aparelhos Ideológicos de Estado(a igreja, a família, os sindicatos, as escolas, etc.).Esses aparelhos ideológicos espalham a ideologia dominante, de forma não institucionalizada, mas de forma massiva e ideológica, já que a escola serve como instrumento de inculcação do pensamento da classe dominante. Para isso, ela prepara durante vários anos as crianças provenientes de todas as classes sociais e as transmite a ideologia da classe dominante, reproduzindo assim as relações de exploração do sistema capitalista.
A teoria dualista é a última teoria crítico-reprodutivista. Esta teoria acredita que a escola é dividida em duas camadas ou classes: o proletariado e a burguesia e que essa divisão está presente em todo o conjunto escolar, desde a primária até a secundária. Tal teoria entende que a escola cumpre a missão de formar a força de trabalho para atuar no sistema, contribuindo para a reprodução das relações produtivas. Ela reconhece que existe uma ideologia proletária, mas que a ideologia proletária não está na escola.
Através dessas teorias conclui-se que as teorias não-críticas não conseguem bons resultados, por distanciarem a educação da realidade do aluno e as teorias crítico-reprodutivistas explicam o porquê do fracasso escolar.
Comenius (Jean Amos Komenisky – 1592 – 1670), considerado o pai da didática, considerou a escola como o espaço fundamental da educação do homem, estruturando seu pensamento na máxima: Ensinar tudo a todos. Para ele, essa educação concebida em um ambiente adequado, com diálogo e através da experiênciaé que formaria cidadãos capazes e atuantes no mundo. E Comenius acredita na escola como uma aliada nesse modelo de construção do saber.
Maria Montessori, representante da Pedagogia Nova, a partir de experiências com o ensino de crianças, conclui que o espaço ideal para ser uma escola é uma casa com um jardim cultivado pelas crianças, com liberdade onde as crianças aprendem e se desenvolvem sem a ajuda dos adultos. Já que para Montessori, o ambiente adulto se torna um obstáculo para o desenvolvimento das crianças. Assim, preparando-se um ambiente adequado aos movimentos das crianças, ocorrerá a manifestação psíquica natural e, portanto, um aprendizado saudável.
Para Paulo Freire, grande expoente da educação brasileira, a escola é o espaço onde se dá o diálogo entre os homens, mediatizados pelo mundo ao redor, surgindo daí a necessidade de transformação do mundo. “ Não devemos chamar o povo à escola para receber instrução, postulados, receitas, ameaças, repreensões e punições, mas para participar coletivamente da construção de um saber, que vai além do saber de pura experiência feito, que leve em conta as suas necessidades e o torne instrumento de luta, possibilitando-lhe transformar-se em sujeito de sua própria história(...) Freire, 1980. Freire considera a escola como um espaço político para a organização popular.
Numa perspectiva realmente progressista, democrática e não–arbitrária, não se muda a “cara” da escola por portaria. Não se decreta que, de hoje em diante, a escola será competente, séria e alegre. Não se democratiza a escola autoritariamente. A administração precisa testemunhar ao corpo docente que o respeita, que não teme revelar seus limites a ele.
A administração precisa deixar claro que pode errar. Só não pode é mentir. (Freire, 1980)
No século XXI, a escola enfrenta um dilema. Com o grande avanço tecnológico, a era do computador, surge o desafio: seguir uma formação intelectual ou uma formação profissional?
As promessas que foram feitas no séc. XIX, para a implantação de uma escola pública e universal não se cumpriram de fato. O modelo da escola tradicional sofreu inúmeras críticas nos últimos tempos.
 Como enfrentar tais desafios na atual estrutura da escola? 
Corpo e Movimento
 O Movimento na Educação Infantil
Como dimensão humana, o movimento faz parte do desenvolvimento físico, cognitivo e cultural do sujeito. Desde a vida intrauterina realizamos movimentos com o corpo, no qual vão se estruturando e exercendo grandes influencias no comportamento. É a partir do movimento que a criança amplia o uso significativo de gestos e posturas corporais, que expressa sentimentos e ações.
Em especial estudos desenvolvidos por Mattos e Neira (2003), podemos constatar que as
atividades motoras fazem parte do cotidiano das crianças em qualquer estabelecimento que se dedique à tarefa educacional para infância, eles ainda ressaltam que:
O movimento, o brinquedo, os jogos tradicionais da cultura popular preenchem de alguma forma determinadas lacunas na rotina das salas de aula. Em algumas escolas podemos encontrar as músicas coreografadas no início dos trabalhos, o momento do parque livre ou dirigido, os caminhos com jogos ou materiais lúdicos. (MATTOS E NEIRA, 2003, p.176).
Assim, compreendemos que ao falarmos sobre escola, em especial aquelas que atendem crianças na idade de creche e pré-escola, o movimento e a ludicidade são fatores que atuam conjuntamente na sua educação. Dessa forma, o educador deve ter um olhar diferenciado para essas questões, principalmente refletir sobre as diversidades de práticas pedagógicas que caracterizam esse universo infantil e as funções atribuídas ao movimento.
Em algumas práticas qualquer gesto ou mudança de posição pode ser visto como desordem ou indisciplina. Em outras práticas, para muitos professores, a repetição constante de exercícios é essencial para que a criança se desenvolva. Neste sentido, Wallon (1975, apud,
MALUF 1999), diz que as instituições, de uma maneira geral, persistem em imobilizar as crianças em uma carteira ou mesa, restringindo a fluidez das emoções e do pensamento, imprescindíveis para o desenvolvimento completo da pessoa. Para ele, o movimento depende basicamente da organização dos ambientes para as crianças se movimentarem, se expandirem. A motricidade possui caráter pedagógico pela propriedade do gesto e do movimento quanto a sua representação.
Há professores que quando querem ensinar conceitos dentro-fora, pedem a seus alunos para colarem papéis coloridos, fazerem cruzes ou desenharem do lado de dentro ou de fora de um quadrado ou de qualquer desenho. Ao final, acham que as crianças assimilaram corretamente estes termos e passam para outros itens que serão “treinados” da mesma maneira. Acreditam, com isto, que estão usando de todos os recursos da psicomotricidade para preparar os alunos para a escrita. Mas são, às vezes, exercícios totalmente desprovidos de significado para as crianças e não são nem precedidos de um trabalho mais amplo de conscientização dos movimentos, de posturas, visando um desenvolvimento mental adequado.
Tarefas deste tipo, na realidade, apenas desenvolvem a aquisição de gestos automáticos e certas técnicas, sem preocupação com as percepções que lhe dão o conhecimento do movimento do corpo e, através deste, conhecimento do mundo que o rodeia. Os exercícios psicomotores, através dos movimentos e dos gestos, não devem ser realizados de forma mecânica, devem ser associados com as estruturas cognitivas e afetivas, tudo apoiado pela consciência.
É muito grande a influência que a cultura tem sobre o desenvolvimento da motricidade infantil, não só pelos diferentes significados que cada grupo atribui a gestos expressões faciais, como também pelos diferentes movimentos aprendidos no manuseio de objetos específicos presentes na atividade cotidiana, como pás, lápis, bolas de gude, corda, estilingue etc. Os jogos, as brincadeiras, a dança e as práticas esportivas revelam, por seu lado, a cultura corporal de cada grupo social, constituindo-se em atividades privilegiadas nas quais o movimento é aprendido e significado.
A dimensão subjetiva do movimento deve ser contemplada e acolhida em todas as situações do dia-a-dia na instituição de educação infantil, possibilitando que as crianças utilizem gestos, posturas e ritmos, para se expressar e se comunicar. Além disso, é possível criar, intencionalmente, oportunidades para que as crianças se apropriem dos significados expressivos do movimento.
As instituições devem assegurar e valorizar, em seu cotidiano, jogos motores e brincadeiras que contemplem a progressiva coordenação dos movimentos e o equilíbrio das crianças. Os jogos motores de regras trazem também a oportunidade de aprendizagens sociais, pois ao jogar, as crianças aprendem a competir, a colaborar umas com as outras, a combinar e a respeitar regras.
O movimento humano, portanto, é mais do que simples deslocamento do corpo no espaço: constitui-se em uma linguagem que permite às crianças agirem sobre o meio físico e atuarem sobre o ambiente humano, mobilizando as pessoas por meio de seu teor expressivo. 
Para as crianças pequenas, o movimento assume um papel importante, que significa muito mais do que movimentar partes do corpo ou deslocar-se no espaço; elas se comunicam e se expressam por meio de gestos e das mímicas faciais, e interagem utilizando fortemente o apoio do corpo.
O RCNEI (BRASIL, 1998), apresenta, também, uma reflexão importante no que diz respeito às diferentes concepções de movimento que são atribuídas pelas creches, pré-escola e demais instituições, visto que cada instância atribui diferentes significados em relação ao movimento, gestos e outras manifestações corporais. (SANTOS, 2012). Muitas vezes o movimento é compreendido como desordem, bagunça desvalorizando assim o rico potencial que a criança pode alcançar através dele em várias dimensões. Nessa perspectiva o RCNEI (1998, p.19), aponta que:
 [...] um grupo disciplinado não é aquele em que todos se mantêmquietos e calados, mas sim um grupo em que os vários elementos se encontram envolvidos e mobilizados pelas atividades propostas. Os deslocamentos, as conversas e as brincadeiras resultantes desse envolvimento não podem ser entendidos como dispersão ou desordem, e sim como uma manifestação natural das crianças.
E de acordo com Wallon, é “sempre a ação motriz que regula o aparecimento e o desenvolvimento das formações mentais”. Portanto, na evolução da criança, a dimensão corporal integra-se ao conjunto da atividade da criança, em que o ato motor relaciona-se com funções expressivas, instrumental ou de sustentação ás posturas e aos gestos.
Na faixa etária de um a três anos, quando aprendem a andar, a criança parece tão encantada com sua nova capacidade que se diverte em locomover-se de um lado para outro, sem uma finalidade específica. O exercício dessa capacidade, somado ao progressivo amadurecimento do sistema nervoso, propicia o aperfeiçoamento do andar, que se torna cada vez mais seguro e estável, desdobrando-se nos atos de correr, pular e suas variantes; a criança dessa idade é aquela que não para, mexe em tudo, explora e pesquisa. No plano da consciência corporal, nessa idade a criança começa a reconhecer a imagem de seu corpo, o que ocorre principalmente por meio das interações sociais que estabelece e das brincadeiras que faz diante do espelho:
O corpo é uma forma de expressão da individualidade. A criança percebe-se e percebe as coisas que a cercam em função de seu próprio corpo. Isto significa que, conhecendo-o, terá maior habilidade para se diferenciar, para sentir diferenças. Ela passa a distingui-lo em relação aos objetos circundantes, observando-os, manejando-os.
Portanto, nessas situações, ela aprende a reconhecer as características físicas que integram a sua pessoa, o que é fundamental para a construção de sua identidade. De quatro a seis anos de idade, constata-se uma ampliação do repertório de gestos instrumentais, os quais contam com progressiva precisão. Atos que exigem coordenação de vários segmentos motores e o ajuste aos objetos específicos, como recortar, colar, encaixar pequenos peças etc., sofisticam-se.
Diz que é pela motricidade e pela visão que a criança descobre o mundo dos objetos, e é manipulando-os que ela redescobre o mundo.
O primeiro ano de vida
Neste período predomina a dimensão subjetiva, pois as relações do bebê com as pessoas que interagem com ele são através das emoções.
Através das expressões de outras pessoas as crianças imitam e criam suas próprias, ocorrendo com isso possibilidades de aprendizagens constantes.
Através dos inúmeros movimentos realizados pelo bebê vai-se aumentando o campo das conquistas até chegar propriamente na locomoção independente.
 O bebê dedica bastante tempo ao conhecimento do seu próprio corpo e a investigação dos efeitos causados pelos seus próprios gestos sobre os objetos do mundo exterior o que lhes permite a descoberta dos limites e a unidade do próprio corpo que é uma importante conquista no plano da consciência corporal.
A descoberta do bebê do efeito de seus gestos sobre outros objetos lhe propicia a coordenação sensório-motora e a grande conquista com as relações com os objetos é o gesto de preensão que se constitui no movimento das mãos, que opõe o polegar aos outros dedos, utilizado para segurar, agarrar, etc.
Conquistas como a preensão e a locomoção são importantes fatores no plano da motricidade objetiva, e vão se aprimorando através de atividades diversificadas e desafiadoras dos bebês.
Antigamente o bebê era mantido, praticamente em estado de imobilidade, não lhe era oferecido nenhuma oportunidade de movimentar-se livremente pelo fato de evitar que ele se machucasse, o que lhe dificultava o desenvolvimento de sua independência de expressar-se e o desenvolvimento de suas habilidades.
Crianças de um a três anos
 Após a aprender a andar, a criança se diverte em locomover-se sem uma finalidade, o que lhe proporciona um amadurecimento e consequentemente o aperfeiçoamento e a segurança do andar, propiciando também a exploração dos objetos através das mãos.
Através da exploração, a criança tem a possibilidade em adequar seus gestos e movimentos à realidade.
A criança ao manipular determinado objeto não restringe seu uso cultural e sim na exploração de várias outras possibilidades de uso, como por exemplo: a criança ao pegar uma xícara para beber água, como também pode pegá-la simplesmente para brincar.
Outro aspecto importante da expressividade do ato motor é o desenvolvimento dos gestos simbólicos, ligados ao faz-de-conta ou aos que possuem função indicativa.
No faz-de-conta podemos observar que as crianças revivem uma determinada cena através de gestos, onde a imitação é um fator de grande importância.
No plano da consciência corporal a criança começa a reconhecer a imagem do seu próprio corpo através principalmente de interações sociais e brincadeiras diante do espelho, o que lhe proporciona a construção de sua identidade.
A prática educativa deve ter a finalidade do desenvolvimento das seguintes capacidades das crianças:
Reconhecimento do próprio corpo;
Exploração das possibilidades de gestos e ritmos corporais para expressar-se em brincadeiras e outras interações;
Segurança e confiança em suas capacidades motoras;
Exploração e utilização dos movimentos de preensão, encaixe, etc. no uso de objetos diretos.
Crianças de quatro a seis anos
 Nesta fase deve-se ter uma profundidade e ampliação dos objetivos estabelecidos no período de zero há três anos para que as crianças sejam capazes de:
Ampliação das possibilidades de expressão do próprio movimento para utilizações em diversas situações;
Conhecimento das potencialidades e limites do próprio corpo;
Controlar e aperfeiçoar gradativamente o próprio movimento;
Utilização dos movimentos de preensão, encaixe, lançamento etc., para a ampliação de suas possibilidades em diferentes situações;
Conhecimento, interesse e cuidado da imagem do seu próprio corpo.
 
 Mesmo nesta fase a criança permanece com a tendência lúdica da motricidade, onde é comum observar que as crianças durante a realização de uma atividade desviam a atenção de seus gestos para outra atividade.
Neste período a criança começa a pensar antes de agir, planejar suas ações por exemplo, contando para outra criança o que irá realizar e ocorre também a contenção motora, que se caracteriza no aumento do tempo em que a criança consegue manter-se na mesma posição, que se dá em virtude da diminuição da impulsividade motora, que predominava nos bebês.
 As práticas culturais e as possibilidades de exploração oferecidas pelo meio do qual a criança está inserida, proporciona-lhe o desenvolvimento de suas capacidades e construção de seus próprios repertórios, o que varia de região para região.
** ideias e práticas corrente, e é de suma importância para todos educadores, pais e outras pessoas envolvidas diretamente no dia-a-dia das crianças.
 Temos por hábito moldar o comportamento das crianças de acordo com nossos moldes. 
É importante informar para as crianças a respeito de suas competências, sempre valorizando seu empenho e conquistas evitando a comparação com outras crianças.
Muitas vezes não nos damos conta da importância que o movimento tem para as crianças no desenvolvimento de sua criatividade, autonomia entre outros.
 É principalmente nesta fase inicial que a criança precisa de liberdade de expressão para o desenvolvimento da psicomotricidade, adquirindo com isso a autonomia de seus movimentos. Através das experiências que a criança vai aperfeiçoando seus movimentos. 
Jogos na Educação
"(...) o jogo permite uma assimilação e apropriação da realidade humana pelas crianças já que este "não surge de uma fantasia artística, arbitrariamente construída no mundo imaginário da brincadeira infantil; a própria fantasia da criança é engendrada pelo jogo, surgindo precisamente neste caminho pelo qual a criança penetra na realidade."
E preciso sublinhar que, nojogo, relações reais de interação entre as crianças ocorrem com a mesma intensidade que as lúdicas. Ao mesmo tempo em que os meninos desempenham papéis de trabalhadores e fazem a "avalanche" ter existência real, discutem entre si como o conteúdo do jogo deve ser elaborado. Assim, a brincadeira aparece como fator de organização entre as crianças que compreendem, durante a atividade, necessidades de uma escuta complementar e de ações complementares que condicionam o próprio desenrolar do tema.
Claro está em que, se as crianças brincam de maneira independente em casa, com os amigos ou parentes, a prática e a história nos têm revelado que elas também brincam, e muito, na escola. O fato é que, nem sempre, suas brincadeiras são levadas em conta pelo currículo pré-escolar e quando o são aparecem apenas como recreação ou possibilidade de desgaste de energia para que, em sala, as crianças possam concentrar-se em atividades didáticas dirigidas.
A questão que se coloca, nesse artigo, é como levar em conta o jogo infantil ao serem elaborados planos pedagógicos pré-escolares, considerando-se o exposto até agora. Ou seja, como transformar o jogo infantil em recurso pedagógico pré-escolar de construção de conhecimento pelas crianças e como instrumento de organização autônomo e independente das mesmas.
"Para garantir o aparecimento do jogo independente, faz-se necessário:
• que a rotina escolar contemple períodos razoavelmente longos entre as atividades dirigidas, para que as crianças sintam-se à vontade para brincar;
• que existam materiais variados, organizados de maneira clara e acessível às crianças, de tal forma que possam deflagrar e facilitar o aparecimento das brincadeiras entre elas. O acesso e a organização dos materiais devem levar em conta a idade das crianças, sendo seu uso coordenado pelo adulto responsável pelo grupo. (...)
• que a sala onde as crianças passam a maior parte de seu tempo tenha uma configuração visual e espacial propícia ao desenvolvimento da imaginação. (...)
• que haja um período em que as crianças e o adulto responsável pelo grupo possam conversar sobre a brincadeira que vivenciaram, sobre as questões que se colocaram, o material que utilizaram, os personagens que assumiram, as crianças com as quais interagiram;
• que o jogo seja incorporado no currículo como um todo, e as questões colocadas no seu desenrolar possam fazer parte de pesquisas desenvolvidas em atividades dirigidas pelas crianças; ampliadas através de passeios, observação da natureza, projeção de vídeos, escuta de rádio, música, leituras etc.;
• que o adulto seja elemento integrante das brincadeiras, ora como observador e organizador, ora como personagem que explicita ou questiona e enriquece o desenrolar da trama, ora como elo entre as crianças e os objetos.(...)"
Quando abordamos assuntos relacionados à Educação Infantil, sabemos que se trata da faixa etária de zero a cinco anos de idade, conforme recente definição da Lei n.11.114, de 16 de maio de 2005, e que essa faixa etária compreende a primeira etapa da educação básica.
A inserção da criança na instituição da Educação Infantil representa uma das oportunidades de ela ampliar os seus conhecimentos na sua nova fase de vida, ela vivência aprendizagens inéditas que passam a compor seu universo, que envolve uma diversidade de relações e de atitudes; maneiras alternativas de comunicação entre as pessoas; o estabelecimento de regras e de limites e um conjunto de valores culturais e morais que são transmitidos a elas.
A aceitação e a utilização de jogos e brincadeiras como uma estratégia no processo de ensinar e do aprender têm ganhado força entre os educadores e pesquisadores nesses últimos anos, por considerarem, em sua grande maioria uma forma de trabalho pedagógico que estimula o raciocínio e favorece a vivência de conteúdos e a relação com situações do cotidiano.
O jogo como estratégia de ensino e de aprendizagem em sala de aula deve favorecer a criança a construção do conhecimento científico, proporcionando a vivência de situações reais ou imaginárias, propondo à criança desafios e instigando-a a buscar soluções para as situações que se apresentam durante o jogo, levando-a a raciocinar, trocar ideias e tomar decisões. 
O brincar é, portanto, uma atividade natural, espontânea e necessária para criança, constituindo-se em uma peça importantíssima a sua formação seu papel transcende o mero controle de habilidades. É muito mais abrangente. Sua importância é notável, já que, por meio dessas atividades, a criança constrói o seu próprio mundo. (SANTOS, 1995, p.4). 
Em sua visão é pela brincadeira que a criança aprende sobre a natureza, os eventos sociais, a dinâmica interna e a estrutura de seu corpo. A criança que brinca livremente, no seu nível, à sua maneira, não está apenas explorando o mundo ao seu redor, mas também comunicando sentimentos, ideias, fantasias, intercambiando o real e o imaginário.
O brincar está relacionado ao prazer. Uma brincadeira criativa ou não deve sempre proporcionar prazer à criança.
Além disso, enquanto estimula o desenvolvimento intelectual da criança, também ensina, sem que ela perceba, os hábitos mais necessários ao seu crescimento, como persistência, perseverança, raciocínio, companheirismo, entre outros.
Dessa forma, o brincar e o jogar, na Educação Infantil, devem ser vistos como uma estratégia utilizada pelo educador e deve privilegiar o ensino dos conteúdos da realidade, tendo o brincar um lugar de destaque no planejamento pedagógico. 
O PAPEL DO PROFESSOR COMO AGENTE DE TRANSFORMAÇÃO
Uma vez que o professor é responsável pela orientação, seja teórica, metodológica e técnica, pode-se considerar que, nesse sentido, ele é um agente transformador, tendo em vista que contribui para a transformação dos seus alunos.
Tal realidade exige, portanto, consciência crítica de todos os que trabalham com a educação. O importante é saber que ainda hoje não se pode esquecer essa consciência crítica, de questionar diante das políticas educacionais existentes. Para Ruiz (2003, s/p), o profissional da educação precisa ter uma posição muito clara, isto é, primar pela mudança. Para autora: 
Os papéis dos profissionais de educação necessitam ser repensado. Esses não podem mais agir de forma neutra nessa sociedade de conflito, não pode ser ausente apoiando-se apenas nos conteúdos, métodos e técnicas, não pode mais ser omisso, pois os alunos pedem uma posição desses profissionais sobre os problemas sociais, mas como alguém que tem opinião formada sobre os assuntos mais emergentes e que está disposto ao diálogo, ao conflito, à problematização do seu saber. (RUIZ, 2003, s/p). 
O professor pode ser sim um agente de transformação, principalmente em situações que exigem um posicionamento firme de sua parte. Não apenas na sala de aula, mas na sociedade, no ambiente escolar ou universitário e estar atento ás discussões no que se refere ao mundo à sua volta. É importante, participar de grupos de estudos, envolverem-se em pesquisas, incentivar seus alunos a buscarem sempre a conhecer mais.
O professor, em vez de ser um agente de transformação nos processos de ensino e aprendizagem, é utilizado como instrumento a serviço de interesses que regem os modelos educacionais instituídos nas escolas e nas universidades. Com isso, aqueles profissionais preocupados com a melhoria do ensino e com a educação, são tidos como problema, tendo em vista à concepção conservadora predominante ainda na sociedade.
O professor tem que partir de experiências e conhecimentos dos alunos e oferecer atividades significativas, favorecendo-as compreensão do que está sendo feito por intermédio do estabelecimento de relações entre escola e o meio social.
ALGUMAS FUNÇÕES DO PROFESSOR FRENTE AOS JOGOS
Uma das responsabilidades do educador é promover a socialização entre os alunos, auxiliando-os, dentro da sua faixa etária e potencialidades, a conviver com seus grupos, enfatizando o grupo escolar. Independentemente do nível de educação, as ações pedagógicasvisam, de certa maneira, promover a boa convivência social, o conhecimento do outro e o respeito pela diferença.
As atividades lúdicas escolhidas pelos educadores, além de oportunizarem diversão e aprendizado como própria função pedagógica, devem considerar, também, o desenvolvimento das pessoas envolvidas.
O trabalho pedagógico com o conhecimento pode adquirir maior significado na medida em que é desenvolvido por meio de diferentes abordagens metodológicas.
O jogo, atividades lúdicas, brincadeiras, se usados adequadamente, contribuem significativamente na construção e compreensão do conhecimento, é uma atividade essencial no desenvolvimento e na aprendizagem da criança, é importante que o professor conheça cada tipo e seu objetivo, para promover um trabalho de qualidade nesse aspecto.
A brincadeira ou o jogo somente tem validade se usado na hora certa, e essa hora é determinada pelo professor, ele é quem determina para o aluno qual o objetivo do jogo, das regras e do tempo.
Durante todo o processo de desenvolvimento físico, moral e social da criança, os ambientes em que elas estão inseridas e as brincadeiras espontâneas ou dirigidas podem contribuir de forma significativa na sua formação integral. É importante à criança brincar, pois ela irá se desenvolver permeada por relações cotidianas e, assim, vai construindo sua identidade, a imagem de si e do mundo que a cerca.
A criança é um ser sociável que se relaciona com o mundo que a cerca. De acordo com sua compreensão e potencialidades, ela brinca espontaneamente e independentemente de seu ambiente e contexto. Por isso, quanto maior o número de brincadeiras infantis inseridas nas atividades pedagógicas, maior será o desenvolvimento da criança. Mas, por isso, deve-se respeitar cada uma das fases de seu desenvolvimento, a fim de que os objetivos sejam atingidos.
CONTRIBUIÇÕES QUE A BRINCADEIRA E O JOGO PROPORCIONAM NO DESENVOLVIMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
A atividade lúdica tem conquistado um grande espaço na Educação Infantil. O brincar é a essência da infância e seu uso permite o trabalho pedagógico que possibilita a produção do conhecimento e também a estimulação da afetividade na criança. A função educativa da brincadeira oportuniza a aprendizagem do indivíduo, seu saber, seu conhecimento e sua compreensão do mundo. Portanto, as disciplinas apresentada por meio de atividades lúdicas tornam-se envolvente e favorece a construção de significados de conhecimentos próprios do mundo da criança.
A ludicidade é uma necessidade da criança em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O brincar facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colabora para uma boa saúde mental, facilita os processos de socialização, comunicação, expressão e construção de conhecimento.
As atividades lúdicas são a essência da infância, por isso, ao abordar este tema não podemos deixar de nos referir também à criança. Ao retornar a história e a evolução do homem na sociedade, vamos perceber que a criança nem sempre foi considerada como é hoje. Antigamente, ela não tinha existência social, era considerada miniatura do adulto, ou quase adulto, ou adulto em miniatura. Seu valor era relativo, nas classes altas era educada para o futuro e nas classes baixas o valor da criança iniciava quando ela podia ser útil ao trabalho, colaborando na geração da renda familiar.
Essa importante etapa da infância seguem por duas fases do desenvolvimento de Piaget, que são o período sensório motor (0 a 2 anos) e o período operatório concreto (2 a 7 anos). Cunha (1988) estabelece condutas, ações e tipos de brinquedos e jogos para a aprendizagem e o desenvolvimento infantil, de acordo com as fases do desenvolvimento proposto por Piaget. Segundo a autora, a conduta sensória motora compreende as ações de repetição, reconhecimento sensório motor, generalização sensória motora e o raciocínio prático.
Brincando, a criança entra em contato com as diferenças culturais existentes no grupo, resolve problemas e amplia sua forma de ver e entender o mundo, ampliando seus conceitos. Por exemplo, quando uma criança brinca de casinha, ela entra em contato com diferentes olhares ou conceito de mãe, o que pode ampliar o seu próprio conceito. Nesse sentido. O brincar cria as condições para o desenvolvimento infantil, pois a brincadeira amplia a possibilidade de pensar e de atuar sobre seu próprio cotidiano. Sendo assim, brincar não é apenas passatempo, mas uma atividade que lhe permite trabalhar com sonhos, fantasias, angústias e conhecimentos.
O ATO DE BRINCAR
Uma grande parte dos educadores da faixa de 0 a 5 anos utiliza o jogo e as brincadeiras como prática pedagógica diária, defendendo seu uso como um excelente recurso à aprendizagem e desenvolvimento das crianças.
Porém algumas vezes o jogo é entendido como certo equívoco pelas instâncias educativas, principalmente pelos professores, quando confundem o conceito de jogos, em que na maioria das vezes a criança fica solta, escolhendo o que quer fazer, sem suporte de um adulto. Em outra ocasião, ainda alguns professores tratam o jogo como elemento facilitador de aprendizagem, mas exercem estremo controle da criança por meio de jogos e brincadeiras (OLIVEIRA, 2002). O fato é que qualquer uma dessas concepções afasta o professor da parceria, da interação com seu aluno e é isso que precisamos ter extremo cuidado, pois uma proposta que contemple jogos para a Educação Infantil, deve ter o cuidado de oferecer as atividades específicas (jogos e brincadeiras); mas também as interações entre crianças e crianças, entre crianças e seus professores.
A criança de dois e quatro anos possui sua atividade motora muito ativa, gosta de correr, pular, arrastar, puxar e empurrar. Quanto à linguagem, há uma melhor organização, o que permite à criança falar mais facilmente, articulando melhor as palavras. A partir dos dois anos, a criança se refere às pessoas e objetos pelo nome e nessa atividade há um aumento considerável de seu vocabulário.
A criança também é mais sociável nessa faixa de idade; entretanto, o sentimento de posse que adquire em relação aos seus brinquedos começa a aparecer. Também nessa idade, sua energia, exuberância, imaginação e curiosidade estão a toda força. Todo aprendizado que uma brincadeira permite é fundamental para a formação da criança em todas as etapas de sua vida e para o seu desenvolvimento auditivo, motor, de espaço e tempo, e da linguagem.
O jogo ou a brincadeira são instrumentos básicos da vida psíquica da criança. A criança procura o jogo como necessidade e não como uma distração. É pelo jogo que a criança se revela: as suas inclinações boas e más, a sua vocação, as suas habilidades, o seu caráter, tudo que ela traz de latente no seu eu em formação, torna-se visível pelo jogo e pelos brinquedos que ela executa.
Para Piaget (1978), os jogos são caracterizados em três grandes tipos: jogos de exercícios (0 a 2 anos), jogo simbólico (2 a 6 anos) e jogo de regras (6 anos em diante). Segundo o próprio autor, é “a função é que vai diferenciar esses jogos que não têm outra finalidade a não ser o próprio prazer do funcionamento” (PIAGET, 1978). A seguir, uma pequena explicação de cada um desses tipos de jogos:
Jogos de exercício: é a primeira forma de jogo que a criança conhece e aparece antes do desenvolvimento verbal completo. Tem como característica o fato de a criança brincar pelo prazer do conhecimento do objeto, da exploração, do desenvolvimento motor ou, como o próprio nome diz, do puro exercício. Nessa fase, a criança brinca basicamente sozinha ou com a mãe, ou quem representa a figura materna.
Jogos simbólicos: é uma forma de jogo em que a criança faz de conta que outra pessoa ou se imagina em outra situação, ou atribui outra função a um objeto. Por exemplo: Anabel brinca de casinha, faz comidinha de mentira; Davi que está de posse de um prato de papelão imagina que é a direção de um carro, Anabel que está brincando de casinha vivência o papel da mãeem sua casa, enquanto o Davi vivência o papel do pai. O jogo simbólico é de certa forma, uma maneira de a criança comunicar ao outro aquilo que sente,
Jogo de regras: é caracterizado pelo conjunto de leis que é imposto pelo grupo. Dessa forma, necessita de parceiros que aceitem o cumprimento das obrigações definidas nas regras. É um jogo estritamente social.
As atividades de jogos e brincadeiras na escola de Educação Infantil trazem muitas vantagens para o processo de ensino e aprendizagem, são elementos para o desenvolvimento das crianças, mas cabe aos professores criarem propostas pedagógicas que aliem o aprendizado e a grande diversão que o jogo e brincadeira proporcionam.
BREVE HISTÓRICO SOBRE O JOGO
Etimologicamente a palavra JOGO vem do latim LOCUS, que significa gracejo, zombaria e que foi empregada no lugar de ludus: brinquedo, jogo, divertimento, passatempo.
Almeida (1978), afirma que os jogos não devem ser fins, mas meios para atingir objetivos. Estes devem ser aplicados para o benefício educativo.
Os jogos devem ser construídos de atividades permanentes nos espaços da Educação Infantil, pois por meio deles é possível que a criança trabalhe de forma integral, ou seja, nos aspectos físicos, psicológicos, cognitivos e sociais.
No jogo simbólico, já abordado no item anterior, algumas projeções permitem obter informações sobre a criança. São elas citadas por Aroeira, Soares e Mendes (1996, p. 167):
Combinações simples - Fernanda conversa com um pedaço de madeira: “ta bom, eu vou te dar comida”. Ela usa o objeto para representar a criança com fome.
Combinações compensatórias – proibido de subir a escada, Malthus cria um personagem que subirá a escada. Usa a fantasia para enfrentar a frustração.
Combinações liquidantes – Fabiana, ao cair, diz para si mesma: “não foi nada” para encarar a situação de desprazer.
Combinações simbólicas antecipatórias – Thiago presencia um assalto (cena real), depois conta que seu pai bateu no assaltante até sangrar (imaginário). Ele tenta entender a violência e a importância do pai como protetor.
Combinações simbólicas ordenadas – brincar de preparar batizados e aniversários implica ordenação, arrumação, organização e sequência. É uma tentativa de organizar a realidade.
É preciso também contemplar os jogos de exercícios, realizados com o próprio corpo, iniciando com movimentos simples e avançando para os mais complexos; os jogos sensoriais, que estimulam as experiências sensoriais e criatividade da criança; os jogos de linguagem, que auxiliam na comunicação (rodas, canções, apresentações faladas); e os jogos de regras.
Os jogos com regras manifestam-se por volta dos cinco anos de idade. Neles, as crianças jogam juntas e começam a estabelecer regras, por exemplo: amarelinha, bolinha de gude, queimada.
CONCLUSÃO
Durante todo o processo de desenvolvimento e maturidade, toda criança atinge fases específicas em várias faixas etárias. Sobre isso, vários pensadores, como Vysgotsky e Piaget, compartilham a ideia de que o crescimento da criança é acompanhado por fases, cada uma com aspectos peculiares e significativos, como físico, o cognitivo, o emocional e espiritual, importantes para a sua formação integral.
A influência do ato de brincar no desenvolvimento da criança é indispensável para a formação do caráter e da personalidade da pessoa; além disso, o ato de brincar pode incorporar valores morais e culturais e uma série de aspectos que ajudam a moldar sua vida, como crianças e como adultos. Brincando, a criança pode acionar seus pensamentos para resolução de problemas que lhe são importante e significativo, e o modo como ela brinca revela o seu mundo interior, proporcionando-lhe que aprenda fazendo, realizando, dessa forma, uma aprendizagem significativa.
Assim, o desenvolvimento da criança é resultado da interação de uma aprendizagem, natural e, ao mesmo tempo estimulada, que ocorre por meio da experiência adquirida no ambiente e com capacidade própria da criança, em que cada uma tem seu ritmo próprio e capacidade individuais.
Didática
O QUE É A DIDÁTICA E QUAL SUA IMPORTÂNCIA PARA BOM DESEMPENHO NO DIA A DIA DA SALA DE AULA
O sonho de todo professor é dar uma aula atrativa para os alunos, com uma boa didática, conquistando a atenção dos educandos e o interesse para a construção de uma aprendizagem significativa. Mas, qual seria o segredo para a realização desse sonho?
Em outras palavras, de que forma o professor pode estimular os alunos para uma participação ativa no processo dialógico de ensino e aprendizagem?
Neste post, vamos discutir o conceito e evolução histórica da didática, no sentido de revisitarmos a prática educativa e avaliarmos o trabalho docente. Sinta-se convidado (a) a embarcar nessa leitura fascinante das discussões orientadas para o papel da Didática na formação docente. Vamos lá?
 
Conceito de Didática
 
O vocábulo “Didática” surgiu do grego Τεχνή διδακτική (techné didaktiké), que se traduz por “arte” ou “técnica de ensinar”.
A Didática é a parte da Pedagogia que utiliza estratégias de ensino destinadas a colocar em prática as diretrizes da teoria pedagógica, do ensino e da aprendizagem.
A Didática, para desempenhar papel significativo na formação do educador, não poderá reduzir-se somente ao ensino de técnicas pelas quais se deseja desenvolver um processo de ensino-aprendizagem.
Como diz Santos (2003): A Didática passou de (…) apêndice de orientações mecânicas e tecnológicas para um atual (…) modo crítico de desenvolver uma prática educativa, forjadora de um projeto histórico, que não se fará tão somente pelo educador, mas pelo educador, conjuntamente, com o educando e outros membros dos diversos setores da sociedade.
Para Libâneo (1992): A Didática é o principal ramo de estudo da Pedagogia. Ela investiga os fundamentos, as condições e os modos de realização da instrução e do ensino. A ela cabe converter objetivos sociopolíticos e pedagógicos em objetivos de ensino, selecionar conteúdos e métodos em função desses objetivos.
Gil (1997), ao abordar a Didática, entende esta como (…) a sistematização e racionalização do ensino, constituída de métodos e técnicas de ensino de que se vale o professor para efetivar a sua intervenção no comportamento do estudante.
Dessa forma, há preocupações de alguns teóricos quanto à sua representação e significação no campo educacional. Vejamos:
Uma síntese do conceito de Didática pode ser depreendida de Maria Rita Oliveira (1988): A autora conceitua didática, considerando o Brasil, como uma concepção de ensino e prática social articulada a outras práticas sociais na formação social brasileira. A autora apresenta uma conceituação da didática como crítica.
Nela, há um compromisso com o ensino, ensino esse voltado para os interesses das classes populares, com a transformação das relações de opressão e dominação e com a democratização da escola pública; com o entendimento da sala de aula como espaço de progressão próprio do saber didático-prático.
A didática é definida como teoria pedagógica de caráter prático, ou seja, teoria que busca prover respostas a demandas apresentadas pela sociedade à área pedagógica, sobre o desenvolvimento da prática no dia a dia da sala de aula, por meio de princípios construídos sobre a realidade concreta dessa prática, envolvendo um saber tecnológico que implique técnicas e regras sobre como ensinar.
A didática – teoria pedagógica – estuda e ensina como transformar o saber escolar, ou seja, o processo de pedagogização do saber científico.
Santos complementa ainda que, ao se apresentar a Didática como responsável pela investigação dos fundamentos, condições e modos de realização da instrução e do ensino, a mesma passa a ter caráter de “ciência da educação e assume o lugar da própria Pedagogia”.
Sobre “uma boa didática”, observe o que nos diz o Gráfico 1 abaixo.
Após o exposto, vamos contextualizar a trajetória histórica da didática.
CONTEXTO HISTÓRICO
 
Para estudarmos a história da Didática, precisamos conhecerquem foi o “pai da Didática”. Ele desejava ensinar “tudo a todos” e atingir o ideal de uma “educação ideal”. Você sabe quem foi ele? Jan Amos Komensky ou Comenius (15921670) Educador e pedagogo do século XVII.
–  Pensador e educador pacifista.
–   Pregava, em pleno século XVII, o desarmamento mundial e o diálogo inter-religioso.
–  Precursor de diretrizes universais.
–  Declarava o direito universal da educação igualitária para todas as pessoas, de todos os povos e de qualquer condição.
– Tinha o projeto de ensino para todos: ensinar tudo a todos era a sua meta.
– Sua vida foi atribulada de perseguições e fugas, sofrimentos e trabalho árduo.
–  Morreu no exílio, na Holanda, depois de perder pátria, família e bens.
 
HISTÓRICO DA DIDÁTICA E SEU CARÁTER PEDAGÓGICO
 
DIDÁTICA
 – Termo conhecido desde a Grécia antiga.
–  Alguns definem a Didática como uma ação que se refere ao ensino.
– Outros, como uma ciência, cujo objetivo fundamental é ocupar-se das estratégias de ensino, das questões práticas relativas à metodologia e às estratégias de aprendizagem.
– Mas, o que é ENSINAR?
 ENSINAR é dar orientação ou educação; formar; transmitir conhecimentos.
Portanto, podemos afirmar que o ENSINO se relaciona com a DIDÁTICA, ou que é seu objeto principal?
– A disciplina DIDÁTICA, como campo de conhecimento, surgiu no século XVII, e constituiu um marco revolucionário e doutrinário no campo da Educação, com os seguintes educadores:
 RATÍQUIO e COMÊNIO (século XVII), que propuseram agrupar os conhecimentos pedagógicos.
A obra de ROUSSEAU (17121778) deu origem a um novo conceito de infância.
PESTALOZZI (17461827) dá dimensões sociais à problemática educacional. A metodologia da Didática destinasse ao desenvolvimento do aluno.
HERBART (17761841) defende a ideia da “Educação pela Instrução”. Os fundamentos de suas propostas foram criticados pelos precursores da Escola Nova.
Surge, na década de 1920, um movimento chamado escola Nova. Intelectuais inspirados nas ideias político filosóficas de igualdade entre os homens e do direito de todos à educação viam num sistema estatal de ensino público, livre e aberto, o único meio efetivo de combate às desigualdades sociais da nação. 
A Escola Nova
– A era do liberalismo, da industrialização e urbanização, exigiu novos rumos na educação.
– Descobertas feitas sobre a natureza da criança pela Psicologia do final do século XIX sustentam uma atenção maior nos aspectos internos e subjetivos do processo didático.
No final do século XIX, a Didática oscila entre diferentes paradigmas. Interpreta-se o ensino de diversas maneiras: há diferenças entre posições teóricas e diretrizes metodológicas ou tecnológicas.
– A dialética professor-aluno causa discussões.
– O inter-relacionamento da Didática com outras áreas do conhecimento é intenso e constante.
 Década de 1930 no Brasil
 Conservadorismo:
– Sistema de ideias baseado nos conteúdos tradicionais.
– O foco estava no professor e no conteúdo ministrado.
– A exigência da aprendizagem era apenas para o aluno.
– O foco do ensino estava na memorização.
– As provas eram aplicadas somente para dar notas.
Década de 1970 no Brasil
 
Tecnicismo
O Tecnicismo é forte na educação:
É uma tendência que define uma prática controlada e dirigida pelo professor com atividades mecânicas. A proposta educacional é rígida e o que é valorizado não é o professor, mas sim a tecnologia.
O professor é um especialista em aplicação de manuais técnicos, o que contribui para diminuir a sua criatividade. O foco na eficiência da aprendizagem se dá pela elaboração de planos de ensino e a seleção de conteúdo; pela prática pedagógica altamente controlada e dirigida pelo professor e atividades mecânicas inseridas em uma proposta educacional rígida.
 
QUAL A SITUAÇÃO ATUAL DA DIDÁTICA?
 
Afinal, será mesmo a Didática apenas uma orientação para a prática, uma espécie de receituário do bom ensino? Esse é um dos mais discutidos problemas da disciplina.
A Didática se aproxima de outras teorias, em sua necessidade de explicar as relações entre os eventos que estuda, pois, a função da teoria é a explicação.
A Didática deve conviver com essa dupla feição, teórica e prática.
Hoje......
 Há comprometimento com a qualidade cognitiva das aprendizagens. O professor é o mediador da aprendizagem e estimula os alunos à reflexão.
E aqui finalizamos o conteúdo sobre a “a evolução da didática”.
Desenvolver um registro reflexivo, para cada encontro,conforme datas no calendário.
Bons estudos.