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LIVRO Nutricao Eterica Luís A. W. Salvi

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Prévia do material em texto

Luís A. W. Salvi
Nutrição Etérica
As Dietas dos Quatro Elementos
(Reprogramação Consciencial para uma Vida mais Livre)
2009 © LAWS - Luís Augusto Weber Salvi
Contato: agartha2013@yahoo.com.br
Índice
Introdução 						 		9
Apresentação								12
Parte I. Reprogramação Consciencial
Capítulo 1. O nosso Mistério íntimo			 		21
Capítulo 2. Invertendo o fluxo da Consciência	 		28
Capítulo 3. O Portal da Simplicidade			 	33
Capítulo 4. O Portal da Simplicidade			 	37
Capítulo 5. Exercitando o discernimento		 		40
Capítulo 6. A mudança de hábitos 			 		52
Capítulo 7. Assumindo o controle			 		56
Capítulo 8. Mecânica da consciência 			 	61
Parte II. A Prática do Jejum
Capítulo 9. Virtudes do Jejum 			 	 	71
Capítulo 10. Repouso e Jejum 				 	82
Capítulo 11. O Jejum e a Espiritualidade 		 		92
Capítulo 12. Febre, Jejum e Subsistência 		 		97
Capítulo 13. Os Dois Movimentos Energéticos 	 		106
Capítulo 14. Saneamento Psíquico 			 		112
Capítulo 15. Recondicionamento Geral 		 		122
Parte III. Eterovorismo
Capítulo 16. Dietas Elementares 			 		129
Capítulo 17. Mineralismo 				 		143
Capítulo 18. Fluidorismo 				 		149
Capítulo 19. Pneumorismo 				 		155
Capítulo 20. Pranivorismo 				 		167
Parte IV. Etapas de Preparação
Capítulo 21. Uma Etapa Espiritual? 			 		183
Capítulo 22. Questões Ambientais 			 		189
Capítulo 23. A Mudança Progressiva 			 	196
Capítulo 24. Sinais de Sucesso 			 		202
Apêndice. Hira Ratan Manek - O Mensageiro do Sol 		210
Bibliografia						 		239
Sobre o Autor						 		242
Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que vem da boca do Senhor. (J.C.)
Introdução
Trabalhar a nutrição é uma forma peculiar de “entregar-se à Providência”. Após haver tratado de temas como vegetarianismo em O Evangelho da Natureza, e especialmente do frugivorismo em Os Frutos do Paraíso, incluindo algumas informações sobre o granivorismo, como sendo as dietas superiores humanas, é chegado a hora de abordar objetivamente o tema do jejum e da “nutrição etérica”, destinada regularmente à Hierarquia, embora também como experimento para a humanidade em vias de ascensão e eventualmente como forma de terapia -à parte a importância que tudo isto possa eventualmente apresentar ante um quadro de crise ambiental como aquela que a Terra começa a atravessar já a partir deste século.
Nisto, desde já deixamos claro que sequer tratamos propriamente da essência luminosa ou prana como “alimento” exclusivo. Muito daquilo que se classifica hoje como “alimentação prânica” (ou pranivorismo) é feito de forma incorreta, considerando envolver regularmente elementos físicos, embora não sólidos, como água. No livro “Os Frutos do Paraíso”, apresentamos o frugivorismo como uma transição (ou mesmo como alternativa) para o difícil “viver de luz” (sempre lembrando que esta “dieta” não prescinde de água, nos termos divulgados por Jasmuheen). Aqui aprofundamos este quadro, ampliando a “escada” de intermediação entre dietas não obstante ainda muito diferentes entre si.
A nutrição puramente luminosa, seria válida unicamente para os últimos estágios de evolução cósmica, portanto ainda além dos próprios quadros da Hierarquia. E neste plano, as dietas “etéricas” (ou elementares) de que tratamos aqui, representa um padrão intermediário que se encaixaria quiçá naquele “caminho-do-meio” do Buda, indo mais ou menos de encontro ao método “viver de luz” que já vem sendo difundido. De todo modo, aquilo que se apresenta aqui integra os recursos empregados pelos mais avançados iogues dos Himalayas.
A essência luminosa é uma base nutricional especialmente do seres divinos, mas torna-se também cada vez mais importante para os mestres hierárquicos (ligados à esfera angelical), tais como aqueles que estão se preparando para receber a sua Ascensão. Mas nem ali se dispensa certa quantidade (e até qualidade) de matéria, que no caso pode ser até algo simbólica ou parcial.
Não obstante, o trabalho com a luz (ou aquilo que chamamos o lado interno da vida) deve se cada vez mais incrementado no caminho da nutrição etérica. A luz representa o pólo oposto da matéria, e significa que a sutilização da matéria também depende do incremento da energia sutil. Não existe lugar para o vazio no Universo: cada coisa ocupa o seu lugar. A única forma de diminuir a matéria física, é aumentando a energia –é o que diminui os riscos de uma anemia, por exemplo.
A energia crescente faz funcionar melhor as glândulas, permite aproveitar mais os alimentos e as substâncias nutrientes, confere as calorias necessárias e ainda estabelece alguma ventura psíquica. Naturalmente, estamos tratando da importância de incrementar a meditação criativa nesta etapa.
Seguindo o ditado pelo qual “o homem é aquilo que come”, a nutrição sutil e luminosa reduz a estrutura física ao mais elementar e simples, permitindo o contato com suas origens primeiras.
Se nas dietas humanas tratamos das correlações entre raças e dietas orgânicas, o quadro etérico já extrapola praticamente o racial e, portanto, o plano geral da presente ronda cósmica de evolução. Todos os experimentos pioneiros e práticas precursoras realizadas nesta esfera, representam recursos excepcionais e exceções neste ciclo-maior, porque inexiste uma cultura geral baseada no jejum e no eterovorismo. Assim, aquele que realiza experimentos nesta área, está positivamente atuando no campo do pioneirismo, com todos os riscos que disto podem advir, e abrindo caminhos para uma cultura futura. Como contraponto, no Oriente, este método se chama Bigu e Kigong, sendo considerado bastante popular (existe muita informação a respeito na internet).
Neste campo, mais que em qualquer outro, é preciso invocar as 90% de estruturas do DNA desativadas (tolamente descritas pelos cientistas como “lixeiras” da evolução), como recursos potencial para permitir atividades excepcionais, tal como a reativação de certas glândulas.
E nisto, comentar ainda a parcialidade de certos pontos de vista da ciência, como ao julgar que certas estruturas permitem pensar que o homem um dia já teve um olfato apurado como o do cão, e que isto represente meramente coisa do passado, e não algo que pode ser (re)ativado. É diferente com relação aos potenciais mentais, onde se considera que os mesmos 90% ociosos da mente ainda não foram desenvolvidos. A separação feita entre o físico e mental, reflete basicamente a ignorância da ciência em relação aos caminhos práticos para explorar as potencialidades mentais.
Estas cadeias de DNA ditas “abertas” ou desativadas “representam, isto sim, potencialidades latentes, presentes em nosso Plano arquetípico, feitos que somos à imagem de Deus, embora sem termos alcançado ainda esta integridade.” (Os Frutos do Paraíso, Prefácio).
Neste sentido, recomendamos como complemento a leitura de nossa obra citada, por apresentar amplas considerações sobre o desenvolvimento das potencialidades orgânicas no ser humano, ativadas pelo despertar de uma autêntica espiritualidade ou, como também chamamos, daquelas realidades pertencentes ao outro lado da vida. De fato, apenas recomendaríamos as práticas descritas no presente livro, após o exercício do frugivorismo ou do granivorismo. Mesmo Jasmuheen parte destas premissas, no caso, em relação ao vegetarianismo.
Tudo isto são deduções, interpretações e especulações que abrem possibilidades e oferecem possíveis explicações. Na medida do possível e dentro das nossas limitações, procuraremos ser científicos a respeito destes complexos e inusitados assuntos, entre eles o da nutrição elementar, temas aos quais a Ciência afinal simplesmente não se detém, posto que quase toda a suainclinação se volta para conhecer cada vez mais as “regras” comum, uma vez que, ao contrário da Sabedoria, a Ciência não está muito a serviço da expansão das possibilidades humanas, num sentido maior do termo, e sim da Indústria econômica, além de estar em parte a serviço dela própria numa certa busca da “Verdade”, naquilo que constitui hoje a sua melhor parte.
Novamente, a menor virtude deste livro não será o esclarecimento sobre potencialidades ocultas no ser humano, especialmente nas suas conexões com as dimensões espirituais, estimulando quiçá alguns a buscar dietas menos densas, tendo futuramente como pano-de-fundo perspectivas superiores e sutis, segundo a premissa pela qual, para seguir algum plano, é preciso traçar um plano mais amplo de ação (ou a “lógica do menor”). No caso, torna-se mais fácil a um vegetariano se converter ao frugivorismo, quando compreende que aquilo que deveria praticar ou almejar é, na realidade, o “pranivorismo” -ou bigu- ou pelo menos as “dietas elementares” aqui descritas.
Muitos buscam a experiência do “viver de luz” apenas como forma de perder o medo da fome. Afirmamos por isto que esta é também uma incomparável oportunidade para a prática da “lógica do menor” -algo que sempre apresentamos em nossas propostas nutricionais. Ou seja, para exemplificar: um médico pode prescrever “X” para um paciente habituado a ingerir “3X”, na esperança de que pelo menos ele pelo menos venha a ingerir apenas “2X” -mesmo pensando o médico que o ideal para esta pessoa seja realmente o prescrito por ele. Para um jejunista ou para um eterovorista, vir a ingerir uma banana pode chegar a se afigurar algo simplesmente... “divino”!, e seja pelo alimento em si, seja pelo sabor - além de sentir-se forte e renovado, algo que alguns não alcançam “apenas” com frutas. Lha dirá realmente digna do seu nome científico: “musa paradisíaca”. Mais um ponto para o frugivorismo, uma dieta que tende a ser muito beneficiada através da proposta do eterovorismo. Quer dizer, se sabemos que ingerir ideal, o “pecadilho” de comer frutas será já um maravilhoso pecado! Se estivéssemos escrito este volume apenas para isto, já teria valido seguramente a pena, a fim de favorecer a recuperação do paladar e do sentido das grandes verdades nutricionais.
Deveria soar óbvio que as dietas elementares trabalham, e cada vez mais, com o Princípio de Transubstanciação. Tudo irá depender da capacidade do organismo de realizar as necessárias transformações, como um laboratório cada vez mais capacitado, o que vai de encontro com a redução das capacidades metabólicas com a idade do indivíduo.
Na busca do Elemento-como-alimento, valerá muito também procurar imbuir-se com o Elemento, não pela ritualística e a invocação -embora a Ioga Elemental também deva ser nisto praticada-, e sim na comunhão com as forças da Natureza: a terra, a água, o ar e o fogo. Por isto incluímos nesta obra passagens do “Evangelho Essênio da Paz” onde trata destas questões.
E ainda que o jejum e o eterovorismo possam ser colocados em categoria algo distintas, esta é também a ocasião para explorar o jejum, inclusive os mecanismos fisiológicos que o acompanham, comparando com processos paralelos como o jejum febril, por exemplo. Além de representar quase uma panacéia de cura e de purificação psicofísica, o jejum também pode ser buscado por razões espirituais com os mesmos propósitos. Provavelmente, o jejum pode ser a porta-de-entrada de alguns para o “viver de luz”. De modo que este será o importante tema de uma Parte completa desta obra.
À primeira vista, as bases “psicológicas” dos jejunianos parece diferir daqueles que praticam o pranivorismo. Yi Fang, um pesquisador do tema, “‘descreveu o bigu como um fenômeno que ocorre naturalmente e produz um estado fisiológico especial no qual a bioquímica do organismo difere daquela da pessoa que está em jejum.’ ‘Nós não nos forçamos,’ ele disse. ‘Se você força, sua fisiologia irá impedi-lo.’ A glicose no sangue cairá e o indivíduo ficará cansado e com fome, disse.” Algo especial ocorre, a partir desta disposição mental especial ou do “voluntarismo”, como se o outro lado das coisas fosse acionado, a partir de um acordo orgânico-mental determinado. É um verdadeiro Portal no tempo que se abre ali -ou uma inversão na ordem corrente da coisas-, portanto, no qual passa a dominar a consciência e a força criadora.
Não obstante, mereceria recolocar melhor aqui a questão do jejum a fim de justificar, inclusive, a sua significativa posição na presente obra. Sucede que a visão mecanicista do jejum é, na realidade, uma abordagem superficial e até “moderna” do tema. O enfoque espiritual e tradicional do assunto (e se inclui aqui um Capítulo sobre isto) -tal como realizado nos mosteiros e pelos ascetas- já seria bem outro, porquanto o jejum representa na verdade uma importante e tradicional terapia holística, assim como uma prática espiritual profunda, mesmo que muitas vezes falte um discurso mais sofisticado a respeito, considerando inclusive que o ambiente judaico-cristão, por exemplo, não é exatamente profícuo ao desenvolvimento de uma Ciência espiritual (nos moldes orientais, por exemplo), tendendo antes a classificar quase tudo em torno do conceito de “Deus”. Já uma obra como o “Evangelho Essênio da Paz”, belamente naturalista e com ampla alusão aos anjos, representa uma exceção, razão pela qual será citada algumas vezes em nosso texto. Aliás, quando penso nisto, sempre me vem à mente as três virtudes que o inesquecível Demian de Hermann Hesse -verdadeiro ícone da Era Hippie- se orgulhava de possuir: “Sei orar, sei jejuar, sei esperar”, dizia ele, resumindo as “ciências” que eram a síntese da sua grande liberdade.
Aquele que adota o jejum como exercício regular por motivos espirituais, se aproxima já da atual prática do bigu ou do “pranivorismo”. Daí a importância de conhecer os métodos e os mecanismos do jejum, ainda que desde a ótica da consciência transformada ou recondicionada, estes mecanismos possam sofrer certas alterações no sentido de serem acelerados.
Temos de resto a experiência de que, para algumas pessoas, o ato de comer ou o não comer nem é assim tão determinante para a sua condição de saúde, quanto o seu estado de felicidade. Ser respeitado e bem aceito pelas pessoas, viver num lugar lindo e exercer uma atividade maravilhosa -desportiva, profissional ou intelectual-, podem chegar a fazer bem mais do que o alimento físico.
De resto, para “viver de brisa” é preciso ter a consciência elevada. Talvez o ideal fosse ser um errante pelos caminhos do mundo. Contudo, há algumas opções, inclusive a de ter um lar, mas que não seja só seu. Lembremos que o pássaro que voa coloca o seu ninho nas alturas. Esta altitude pode significar muitas coisas, como a comunidade dos irmãos na Boa Lei e os lugares eleitos da Terra.
A presente obra visa analisar estas possibilidades, mas oferece em contraparte uma série de alternativas e, sobretudo, etapas preparatórias para isto que serão por si só já bastante desafiadoras, a menos que a pessoa se decida realmente por uma medida mais radical, valendo lembrar, contudo, que o “viver de luz” que tem sido veiculado “ainda” emprega a água, o que por si também já é bastante radical. Entende-se que certas “dietas” aqui propostas podem ser vistas como medidas de ascetismo, e o jejum também serve como purificação, integrando um estado de ser temporal que, em contraparte, a renúncia total a tudo isto e aceitar somente água resida já numa outra esfera de consciência, além de abranger todas as purificações que as dietas minerais possam ainda prover. Muito embora o mineralismo represente apenas uma primeira etapa daquilo tudo que se propõe aqui, que na verdade vai bem além de ingerir água, configurando uma verdadeira condição etérica de vida onde a pessoa vive inteiramente “por magia”, na medida em que já não resta qualquer explicação racional para a sua sobrevivência.
De todo modo, oferecemos aqui algumas indicações sobre dietas preparatórias (como mineralismo e atégranivorismo) e também e relação ao jejum, uma prática importante e tradicional mas que a moderna literatura esotérica ou naturista não tem dado o devido lugar, apesar do amplo alcance terapêutico do assunto, e em muito planos. Este é um assunto no qual o autor tem boa experiência. Vale aqui então um parêntese para confessar um de nossos grandes sonhos, que é organizar um hospital de terapias naturais com destaque especial na área do jejum e do reike, mas também com barroterapia e acupuntura –tudo com assistência dos modernos recursos da medicina de diagnóstico, avaliação e acompanhamento (que não necessitam fazer parte do próprio centro), a par com as técnicas naturais de iridiagnose, pulsodiagnose, etc. O tempo de cada terapia dependerá da natureza da enfermidade e da disposição do paciente. Os sábios de todos os tempos, sempre souberam da grande Fórmula que cura quase todos os males do corpo e da alma –até porque corpo & alma estão relacionados e interagem em sentido ambivalente. Esta verdadeira panacéia universal é: jejum e oração. Ervas e barro podem completar a sagrada Medicina da Natureza, como ensina tão bem o Evangelho Essênio da Paz, de João Batista. Ver mais sobre tudo isto em nosso livro “A Cura Crística”, Ed. Agartha.
Em relação às gradações vinculadas às dietas nesta obra, cabe ainda uma ou duas palavras. Em primeiro lugar, o método é aqui usado apenas a título de sistematização. Não significa um vínculo obrigatório entre dieta e iniciação, mas apenas sugestivo. Ninguém necessita ter o grau espiritual simbolicamente “associado” para experimentar uma dieta, se for esta a sua aspiração, como tampouco adquirirá ela este grau apenas por ter sucesso nesta dieta, da mesma forma como alguém que tenha o grau poderá não realizar a dieta prescrita. Sabemos perfeitamente que a “aventura da consciência” pode acontecer de forma independente de esforços e de processos temporais e externos.
Por isto, a Primeira Parte desta obra trata da questão do reajuste da consciência, uma vez que é sabidamente neste plano que acontecem as bases da grande transformação. A decisão da mudança -ou mesmo a busca da experiência- deve ser apoiada pela convicção como o fundamento para toda a possibilidade de sucesso, já que estamos tratando de algo interno e “criador”, uma mudança dentro de nós mesmos, diferente de alguma coisa “que já esta lá”. Claro que o rol de informações, sugestões e insinuações de base “científica” acompanham todo este Volume visando também fortalecer esta base, porém a “reprogramação da consciência”* deve receber também este impulso geral desde o começo, tratando de nossos hábitos e condicionamentos mentais, assim como das possibilidades e das vantagens das mudanças. Afinal, para deixar de nutrir tanto o corpo, é preciso passar a nutrir melhor a Alma. E tudo isto é muito bom para o Espírito.
No Apêndice desta obra, trazemos uma matéria especial, reproduzidos a partir dos meios-de-comunicação, a respeito de práticas do tipo “viver de luz”, através do chamado Sun Gazing, enriquecendo as informações a respeito do assunto. 
* * *
Os nossos agradecimento por esta edição vão para Claudia Bento Alves, Alberto Frioli, Sonilda Freitas e Paulo Gregory.
 Alto Paraíso, Setembro de 2009
* O segmento assim intitulado nesta obra, representou de início o princípio de um projeto literário independente do autor, e que encontrou no presente Volume uma destinação segura, havendo recebido para isto as devidas adaptações e complementos.
Apresentação
Uma das grandes funções do presente trabalho, é a preparação sistemática do indivíduo para as diversas formas da experiência prânica. Alguns se preocupam em fazer preparações para se tornar vegetarianas. Todavia, não consideramos tal coisa tão necessária, porque não vemos o vegetarianismo como nenhuma forma de dieta mais radical, especialmente quando se preserva os produtos lácteos. Com relação ao frugivorismo e ao granivorismo, já seria importante contar com uma boa etapa vegetariana prévia. E quanto às dietas elementares sutis então, estas sim já demandam uma positiva etapa de preparação.
Utopias à parte, o fato é que a idéia de um “viver de luz” traz consigo uma realidade sumamente importante no quadro espiritual da Nova Era. Desde o ponto de vista da evolução racial, estamos adentrando na quarta raça humana, sendo este então o Quadro Geral das correlações raciais com os Elementos:
	a. Raça Lemuriana ............ Elemento Terra
	b. Raça Atlante ................. Elemento Água
	c. Raça Ariana .................. Elemento Ar
	d. Raça Teluriana ............. Elemento Fogo
O tema e importante, porque nesta obra estaremos tratando da questão das chamadas “dietas elementares”. Uma coisa a saber aqui, é que estamos tratando de realidades progressivas, mas também cumulativas. Os Elementos são expressões de uma cosmologia ou de uma criação progressiva, na qual um representa o desdobramento do anterior. São mais ou menos como as camadas da Terra, organizadas por densidade, havendo não obstante sempre algum grau de interpenetração. Assim vemos, a olho nu ao menos, na base de tudo a terra, sobre ela a água, acima o ar e no alto o fogo como Sol e as estrelas, muito embora também haja um fogo central, que se manifesta através de vulcões e outras formas menos perceptíveis.
Quando observamos as famosas “pirâmides alimentares” dos nutricionistas, vemos que incluem carnes, cereais (incluindo farináceos), legumes e verduras, e frutas, além de óleos, nozes e lácteos. Assim sendo, esta dieta completa-padrão inclui as carnes (de diversos tipos), além de todo o resto (não vamos discutir aqui proporções ou hierarquias). Nisto, o vegetariano abandona apenas as carnes, e às vezes os lácteos no caso dos vegans; o frugívoro abandona também cereais (com farináceos), verduras e lácteos, e o granívoro retoma cereais, porém cruz. Claro que há variantes. Hoje em dia existe um destaque para o crudivorismo, algo importante também que pode conviver muito bem com qualquer dieta, especialmente as mais avançadas dentre as acima citadas.
Diferentes seres vivos também habitam os ambientes dos Quatro Elementos, cada qual com sua forma de nutrição e sua peculiar adaptação, mais ou menos exclusiva ao seu meio. Raros são aqueles que pertencem regularmente a mais de um ambiente, muito embora aqui já não possamos incluir o elemento Fogo como um meio como os outros e nem nele identificar seres vivos como os conhecidos. Talvez esta seja uma limitação relacionada ao estágio de evolução em que vivemos, já que, como humanidade, estamos recém concluindo a terceira raça (a ariana). Uma das conquistas da nova humanidade (a teluriana), poderá ser a conquista da percepção de novos mundos, na medida em que penetre em esferas mais sutis, coisa que a ciência pode estar já preparando através de suas mais recentes conquistas.
Com efeito, uma das formas mais válidas de penetrar o universo feérico luminoso, é “tratar o céu como coisa viva”, para empregar um ensinamento da Agni Ioga, tal como a Hipótese Gaia ensina a ver a Terra como um grande organismo –e para nós a existência do Fogo central é a maior prova disto.* Mas, acima de tudo, cabe ver a luz e iluminar a visão, para assim aos poucos ir formatando em nossos cérebros as novas realidades luminosas, capaz inclusive de levar à iluminação total de nossos seres. A Ciência ensina que podemos ver a luz como corpo ou onda, quer dizer, podemos considerar o universo como algo denso ou fluído.
A conscientização e a incorporação da energia, passa exatamente por uma espécie de alimentação sutil. Um conhecido ditado nutricionista afirma: “A pessoa é o que ela come”. Há que interponha relatividades a isto, mas, modo geral a assertiva “Dize-me de que te alimentas, e te direi quem és” é perfeitamente válida.
O alimento da luz é uma verdade tradicional, de maior difusão do que se imagina, e hoje em dia pululamaqui e ali autores e filósofos tratando do assunto, sob diferentes ângulos. A experimentação avança, pois, e aos poucos a humanidade irá recuperando antigos conhecimentos sutis.
Não se trata tanto, uma vez mais, de usar alimentos exclusivos ou de empregar dietas excludentes. Nós não iremos abandonar tão cedo o sólido, o líquido e o gasoso na nossa nutrição, mas iremos incorporar a eles o etérico, o sutil ou o luminoso, o qual de resto também está presente nas outras formas de nutrição. E na medida em que avançamos e adaptamos os nossos centros à captação do alimento sutil, este também começa a ser melhor extraído dos nutrientes mais densos e pode começar a substituí-los, invertendo assim a antiga equação -as plantas são, aliás, muito boas nisto, através da sua fotossíntese.
Aqui, o pensamento entra como um fator capital, porém, especialmente certo tipo de pensamento, de teor criativo e imaginativo. A realidade da frase “a energia segue o pensamento” pode ser comprovada de muitas formas. Temos cada vez mais clareza que o estado de saúde é algo extremamente vinculado às condições da mente e das emoções. Aquilo que observamos suscita pensamentos que afetam comumente os nossos sentimentos e o nosso organismo. O medo é um sentimento forte que pode rapidamente estragar uma digestão.
Assim, ao lado de um auto-controle cada vez maior, ajudado pela busca de ambientes saudáveis, deveremos nos novos tempos cultivar a energia através do pensamento, a partir da visualização da luz, a qual sequer depende de todo da nossa “imaginação”, uma vez que as partículas de prana podem ser bastante facilmente percebidas, na forma de pequenos corpúsculos luminosos erráteis distribuídos através da atmosfera da Terra.
Neste culto à energia, também iremos nos valer muito dos mantras, seguindo aqui a importante premissa hermética de que “o som é o veículo da energia”. O Evangelho esotérico de São João afirma que o Verbo está na origem de tudo, que o Verbo é luz, vida e criação. Em muitas obras tratamos dos mantras raciais, sendo ainda o mais importante explorar o OM áryo (que conduz à iniciação solar) para alcançar o hermético IAO teluriano (capaz de levar à iluminação científica).
Não se trata daí, de meditação de sentido quietista do termo –algo que, na verdade, a raça anterior também explorou, como forma de ioga mental, visando controlar e dominar os impulsos mentais, naquilo que representa a própria essência da sua ioga (ver definição de ioga de Patânjali). A nova ioga parte desta base, para empregar o pensamento de uma forma criativa, para criar ou para conectar mundos de luz. O pranayama em si ainda podes ser usado para as etapas de energização e harmonização, mas quando se almeja a iluminação, é necessário incorporar um trabalho ativo com os mantras.
De resto, não há que esquecer a importância da fé. Procura-se ignorar que a fé pode ser um elemento ardente e transformador, capaz de “remover montanhas” e realizar prodígios. Não se pode pretender a experiência do “viver de luz”, considerando o mundo material como uma realidade. No mínimo, a “hipótese quântica” deve ser seriamente exercitada na consciência.
Os seres da nova raça não se alimentam apenas de sólidos, líquidos e gases, mas também de energia direta. O novo ser humano incorpora ao seu ritmo cotidiano a oração e até a meditação. A espiritualidade prática faz parte do seu alimento diário, ele sente “fome” disto e acha que sem tal coisa a sua vida não estará completa, que ele está definhando e não pode estar feliz de outro modo. Talvez ajustes terão que ser feito às vezes, pois nem sempre é compatível o sutil com aquilo que é excessivamente denso. Daí ser comum que as crianças comecem a nascer hoje com propensões vegetarianas, com repulsa às carnes, tal como na geração anterior elas começaram a nascer com os olhos abertos (as pessoas de hoje já mal lembram como eram as coisas antes). Na presente obra, teremos a oportunidade de relembrar que o crudivorismo (com destaque para as frutas) é especialmente útil para aquele que deseja explorar as suas capacidades criativas mentais. Para mais, vera nossa obra “Os Fruto do Paraíso”, Ed. Agartha.
Agora que estamos adentrando no universo do Fogo, seria hora de repensar a fundo todas as questões que envolvem este elemento, em seu uso desde os primórdios da evolução. A chamada “domesticação” do fogo tem tido, sabidamente, muitas utilidades para o ser humano -aquecimento, cozimento, defesa, queimada, etc.-, mas nenhuma delas pode ser considerada como algo absolutamente vital. Para os nossos presentes propósitos, vale destacar a sua importância na alimentação humana, pois graças ao emprego do fogo, um sem-número de recursos puderam passar a ser aproveitados, cabendo destacar aqui o a própria carne, um recurso que praticamente não estaria acessível ao ser humano sem o fogo, senão talvez os peixes, porque são mais macios. É praticamente impossível comer carnes sem o seu cozimento e também sem ferramentas, pois o ser humano não dispõe dos recursos das feras para cortar e até para matar. Na prática, aquele que julga ser impossível ao ser humano viver sem ingerir carnes, está também a afirmar implicitamente ser impossível viver sem o fogo, o que é uma rematada tolice. 
Cabe enfatizar aqui, sobretudo o caráter simbólico da nutrição ígnea. O “viver de luz” é uma realidade acima de tudo espiritual. Acaso o pranivorista é um ser eterno? Esta é uma questão que jamais devemos esquecer: a eternidade, a imortalidade. A difusão da crença na reencarnação trouxe muitas ilusões, na medida em que uma doutrina foi pinçada de um contexto cultural antigo, sem conhecimento das suas raízes. O que nos dá a garantia da sobrevivência da alma? Mais ainda, quem afirma que aquilo que sobrevive é realmente uma alma? O Budismo oferece uma ampla discussão em torno do tema, e suas principais conclusões apontam para a meta de se iluminar para deixar de reencarnar.
Aquele que tem intimidade com a luz, é alguém que conhece a vida da alma. O “viver de luz” pode significar que se alcançou a consciência da alma, e a sua sobrevivência definitiva graças à iluminação. Esta conquista se obtém na quarta iniciação, à qual propugnamos em outra obra a dieta da granivorismo, comum entre os iogues (ver “Os Frutos do Paraíso”, Ed. Agartha). A semente é a síntese da evolução, trazendo a energia do sacrifício –o quatro grau se chama por vezes “A Renúncia”, estando associado ao sacerdócio pleno. Com isto, temos um contato natural com a força da luz. O prana é a “semente” da luz, e neste grau ele está definitivamente incorporado. No presente volume, sugere-se que um pranivorismo mais “puro”, apenas possa ser alcançado na oitava iniciação, que é um grau de Budas, integrando já o plano Astral Cósmico. A partir do quarto estágio de evolução, quando a energia se torna estável e a consciência fluída, se abre uma definitiva quarta-de-freqüência que acessa aspectos da oitava iniciação. Então, é possível realizar uma polarização consciencial com o astral cósmico –e com isto, seguramente estaremos bastante reunidos ao Arquétipo humano.
* É a partir deste fogo, justamente, que a Terra poderá manifestar a sua grande reação às interferências indevidas da humanidade sobre a sua ordem e harmonia natural, produzindo uma capa de fuligem através de atividades vulcânicas, que impeça o excesso de calor solar por longo tempo, até que as coisas se normalizem, mais ou menos como também aconteceu na ocasião da extinção dos dinossauros através da queda de um grande meteoro no Golfo do México, como se supõe (desta vez, serão os dinossauros da cultura defasada que se extinguirão). Esta atividade vulcânica também acarreta movimentos tectônicos, produzindo terremotos que são como convulsões de uma Terra em febre (mas a Medicina já reconhece que a febre não é doença e nem sintoma de doença, é sim apenas uma reação orgânica que visa a cura natural). Tal coisa pode vir a confirmar a profecia nahua-maia do fim deste ciclo solar de 5,2 mil anos, a suceder através de fogo eterremotos –o que na verdade pode não tardar, considerando a onda sísmica de 2010 que destruiu o Haiti. 
Parte I
Reprogramação Consciencial
Capítulo 1
O nosso Mistério íntimo
A grande aventura que temos como seres humanos é aquela de descobrir quem somos, e então explorar todos os nossos potenciais -algo nem tão fácil assim de fazer, porque estamos afinal também em evolução. Um ser evolução é de difícil definição e suas possibilidades estão sempre se ampliar.
Que mistérios imensos e insondáveis pairam em torno desta criatura tão frágil que nasce como uma página em branco, e ainda leva décadas inteiras para firmar a sua maturação? Quantos conteúdos diferentes ela não será capaz de assimilar, através de variadas capas de interpretações das coisas? 
Ainda assim, dever haver uma programação para esta evolução, de modo que nos permita conhecer razoavelmente bem “quem somos, de onde viemos e para onde vamos”. 
Sabemos que “desde sempre” tem existido as religiões e as mitologias com seus ensinamentos não raro obscuros, às vezes estimulantes e outras vezes desalentadores. De outra parte, a Ciência também tem feito a sua parte, mas ainda assim sempre parece pouco para explicar tantos mistérios presentes, de resto, também na rica e curta História desta que foi a última espécie a emergir da Criação. 
Porém esta programação existe, da parte de uma Sabedoria ancestral que busca combinar Ciência e Religião. Talvez nem sempre ela tenha estado ao alcance da humanidade, mas hoje e em alguns outros momentos, os calendários das raças estão disponíveis para esclarecer satisfatoriamente todas estas questões. Na verdade, eles recém começam a ser realmente acessíveis para os modernos, embora os mais Antigos até tenham usufruído deles com certa frequência.
É claro que esta Sabedoria não visa dar nenhuma “palavra final” sobre coisa alguma, afinal que é o homem para delimitar aquilo que Deus mesmo projetou “em aberto”? Talvez porque desejasse Ele algum dia se manifestar através dela, como teria feito realmente num ou noutro momento especial da evolução humana, sempre que tal coisa fosse muito necessária e para sinalizar as grandes mudanças de épocas. Talvez Deus ainda não se sinta muito à vontade para transitar entre os homens na época atual do planeta, demandando mais algum temo para isto, no que seguramente Ele trata de administrar sutilmente o rumo das coisas. 
Enquanto isto, os mortais tecem as suas questões, mais ou menos dirigidos pelas Revelações trazidas por estes Adventos notáveis, quase sempre tentando fazer as coisas ao seu modo. Felizmente, também existem alguns momentos especiais em que as coisas andam em maior harmonia, geralmente após um grande repuxo da História motivado por uma crise “sem igual”, que Deus aproveita então para conferir uma nova lição (às vezes nem tão nova assim) aos seus filhos de pouca memória. Uma das grandes lembranças então, é que o mundo não é apenas do homem e que este mesmo está em evolução, de modo que necessita preparar o seu próprio futuro, e a única forma de fazer isto é convivendo com aquilo que está além dele mesmo. Ou seja, ele deve tratar de acatar com presteza os conselho e as orientações daqueles enviados de Deus, sejam os Maiores ou aqueles nem tão grandes mas ainda assim, que tem muito a auxiliar o homem médio e, de resto, andam mais próximos da humanidade e aparecem com maior frequência.
Falávamos então das crianças. Temos dentro e nós muitas capas de informações. Somos treinados a ver as coisas “assim ou assado” (na verdade, “assim e assim mesmo”), e seguimos fazendo o mesmo com nossos filhos porque não sabemos fazer de outra forma, embora certamente poderíamos fazer as coisas de outra maneira.
É sem dúvida que a pluralidade cultural do mundo é notável, especialmente quando temos em mente a História e mesmo a nossa pré-História, por mais que nos escapem informações mais completas e mais precisas a respeito das coisas.
Tal coisa somente foi possível porque o ser humano ensinou seus filhos a viver desta ou daquela maneira. Tudo isto significa, enfim, que nós também podemos mudar. O grau desta mudança pode depender apenas de nós mesmos; tudo sugere que ele pode ser mesmo grande, de todo modo convém começar as experiências por cada um de nós mesmos, aprender o que for possível e transmitir o que pudermos aprender.
A fragilidade humana, ou sua “sensibilidade”, é tal nas crianças que apreciamos dar-lhes os maiores confortos. Hoje em dia existe a tendência a fomentar o “parto-sem-dôr” e “natural”, em arte inspirado nos indígenas. Realmente pode ser muito importante -inclusive para a mãe, quase vale de métodos mais lógicos- considerando a saúde integral do bebê. Quem sabe uma mente saudável possa facilitar a evolução plena do ser humano? Claro que muito irá depender de outros fatores: carma, destino, educação, vocação, etc. A vida humana não é apenas a somatória de fatos lineares e previsíveis, grande é a complexidade da evolução e nela interferem forças algo desconhecidas, relacionadas comumente como Bem e Mal, num concerto comum onde a humanidade tem seguramente um papel central, espécie de disputa cósmica e palco onde se dá afinal o grande aprendizado da vida
Por isto, pode ser útil inserir algo de relatividade aqui, tendo em vista o inusitado e a complexidade do nosso assunto - a “nutrição etérica”. Assim, quem sabe a nefanda -e aparentemente inútil- palmadinha recebida pelas crianças nos partos comuns não lhe confira um “batismo-de-dor” capaz de auxiliar a suportar melhor as agruras do mundo ao qual acaba de chegar? Afinal, estamos ainda muito longe da perfeição.
Poderíamos mencionar aqui que a vida de grandes seres esteve longe de ser um “mar de rosas” desde o começo. Um grande legislador esteve órfão e foi achado nas águas antes de virar príncipe, um profeta teve o seu nascimento esperado como de um rei e no final o seu ingresso na vida foi uma verdadeira escola de dor que o preparou para vencer grandes provações. 
Alguém poderia talvez contestar, é claro, a utilidade de citar estas vidas “escolhidas”. De que vale afinal, tratar de exceções, em especial em temas não de todo amenos? Acontece que um ensinamento elevado pode servir numa geração a uma única pessoa, mas através dela terminará servindo para muitas outras, e assim as coisas poderão seguir se multiplicando.
Além disto, estamos adentrando num momento especial da História humana, no qual a exceção poderá começar a virar a regra, entre outras inversões da “normalidade”. Ora, se hoje a idéia de uma nutrição elementar surge como uma simples curiosidade, em outros momentos ela pode ter servido como medida emergencial e condição da sobrevivência da espécie. Creio que agora o caro leitor pode começar a perceber onde pretendemos chegar.
À primeira vista, dentro dos quadros evolutivos futuros, o tema da Nutrição Etérica se enquadra diretamente nos Códigos de Ascensão da Hierarquia, mais ou menos como se propõe na presente obra através das correlações das Dietas Elementares com as Iniciações Superiores. 
Porém, na prática e ainda em maior escala, o treinamento da nutrição sutil e elementar poderá preparar a humanidade, através de expoentes especialmente adaptados e predispostos, a sobreviver a séculos de crises planetária onde a vida orgânica venha atravessas uma crise sem igual. Não nos toca precisar os detalhes ou a natureza deste panorama, algo que os ficcionistas apreciarão fazer. 
Apenas adiantamos que a Quarta Raça humana que chega, representa a provação da Cruz ao nível coletivo, e cuja resposta se acha no acróstico INRI: Igni Nature Renovatur Integra, “A Natureza se Renova pela Ação do Fogo.” O quadro da página seguinte intitulado “A Linha do Tempo” situa melhor a questão, e ainda demonstra a proximidade em que nos achamos da ronda cósmica vindoura. A Nova Era é o ultimo lapso do ciclo humanocorrente, e se enquadra sob uma raça quaternária ou sacerdotal, a qual evolui sob o Elemento Fogo.
A “Linha do Tempo”
Mas certamente será um momento global de reconstrução onde todos os recursos disponíveis serão empregados tendo em vista esta regeneração das bases da vida organizada na Terra. Entre eles, será muito valorizado os poderes iogues, por sua especial capacidade de adaptação às condições adversas e de restrições. Os iogues darão cursos em larga escala para a sociedade civil e oferecerão treinamento ostensivo para as fileiras militares. E a Ciência finalmente se esforçará para “explicar” e, depois, também investigar para, finalmente, explorar estas possibilidades desconhecidas do homem, tendo como elan as conquistas destes exploradores da mística e dos mundos internos.
Até lá, os pioneiros têm o seu lugar reservado na História, e se quiserem poderão ter em vista panoramas como estes quais estímulos adicionais, na certeza de que “toda” informação ou conhecimento é dado para ser usado e se destina a um Plano sempre maior. Razão pela qual as forças internas da evolução e da espiritualidade também estão presentes como anteparo para prestar o habitual auxílio que sempre dão aos esforços dos iniciados. No Governo Interno do Mundo, existe um Departamento especialmente voltado para a Ciência, a Cura e a Medicina, o qual terá um papel cada vez mais destacado no futuro próximo da Terra. Dele participam certas hostes de Anjos e de mestres especialmente atentos para difundir as possibilidades inauditas da consciência e proteger aqueles que se aventuram pelo desconhecido. Ainda assim, a cautela sempre é a Regra número 1, junto à ousadia de procurar o novo.
Capítulo 2
Invertendo o fluxo da Consciência
O fato é que aquilo que aprendemos nos dá fortes convicções das coisas, fruto não apenas das nossas estruturas íntimas, como também de todo o consenso que nos cerca. Um consenso que, é verdade, ali e ali vascila, oscila, trepida. Quando fazemos viagens ou estudamos outras culturas, descobrimos que outros consensos também são possíveis. No mesmo sentido, em nossa vida interior podemos eventualmente passar por algumas experiências “desestabilizadoras”, especialmente sob o influxo da religião, quando o questionamento surge respaldado pela autoridade de algum personagem insigne da História espiritual. Pode acontecer que um trauma nos leve a questionar valores arraigados ou nos force a enxergar coisas que hesitamos em querer ver, como aquelas relacionadas à morte e à enfermidade, realidades que comumente forçam a nossa reflexão. 
Tais coisas começam a nos fazer questionar a solidez de nossas convicções, e passamos a desejar cada vez mais mudar os nossos referenciais de vida. Uma delas podem ser as crises sociais, culturais, etc.
Ter certezas tão sólidas num mundo em mutação e quando temos tanto para explorar dentro de nós mesmos, começa a se tornar desconfortável e passamos a desejar realizar experimentos com esta ou aquela forma de viver. A tendência ao questionamento é comum na adolescência, mas isto acontece porque os adultos não apresentam modelos que instiguem os jovens, e então eles têm que contar apenas com os próprios impulsos errantes, os quais terminam por se transformar em modelos na pele de um ou de outro personagem “rebelde”, porque afinal nada de interessante tem sido mesmo outorgado e a “rebeldia” merece posar como um ícone cultural.
Pelo contrário, se alguma coisa for solidamente inculcada na mente da criança e depois se souber seduzir o adolescente, certamente quase tudo será possível fazer. As crenças podem ser ensinadas mesmo que elas não sejam de todo provadas, sobrevivendo ainda assim como mitos. E assim é que, geração após geração pode alimentar este mito, até que ele cresça e se fortaleça e -quem sabe- vire uma realidade.
Contudo, não é a nossa intenção fazer nenhuma apologia do condicionamento (o qual nem sempre será mau), antes pelo contrário. É que também podemos praticar uma educação com modelos flexíveis, sem aquela famosa “ditadura do real”, embora respeitando as necessidades da formação do instrumento da razão e outros necessários para a vida prática.
Ter uma educação aberta é seguramente uma dádiva. A boa educação é a conduta natural de uma mente alinhada e pacificada. Porém, muitas vezes também temos a oportunidade de nos “reprogramar”. As pressões da vida aprisionam muita gente, é verdade, mas a grande maioria simplesmente não deseja modificar os seus hábitos e convicções, coisa que habitualmente também demandaria um processo sensível e delicado de reestruturação mental. Aquele que modifica a sua maneira de ver as coisas, tende a ser visto pelos outros como visionário e até como demente, às vezes com razão, outras vezes não. Acontece que as pessoas sequer gostam de imaginar que outra forma de ver as coisas é possível, seja pela força do hábito, seja pelo custo da contestação.
Apesar disto tudo, alguns ainda persistem e seguem a sua aventura de auto-renovação, de reeducação, de reprogramação consciencial enfim. Tal coisa proporciona uma maravilhosa sensação de renascimento, de renovação e de descoberta -e também de poder jogar com o tempo de uma maneira diferente. Temos o livre-arbítrio para aprender a fazer opções corretas e desenvolver a consciência. “Escolhemos o espírito quando escolhemos agir com valores” (Laurent Dauzou).
A idéia da “inversão” da linha da energia não é apenas uma expressão retórica, existe realmente uma alteração no movimento das energias em função da mudança da consciência. Certa literatura ocultista expõe a questão em termos astrológicos, respaldada nos diferentes movimentos dos “rios celestes” ou zodíacos que regem a nossa evolução mundial. A Ciência também começa a perceber que o movimento de sentido anti-horário apresenta peculiaridades em relação à anulação da gravidade terrena, com tudo o que isto possa significar, sinalizando todo um novo universo de possibilidades e a abertura de outra faceta desconhecida e misteriosa da vida. O paradigma quântico auxilia o “viver de luz”, porque ensina que em verdade somos feitos de luz, ou que podemos recondicionar a nossa consciência para assim acreditar e ser. 
De resto, existe toda uma simbologia tradicional que aponta para energias que conduzem “para cima e para dentro”, quer dizer, na direção oposta que a vida cotidiana nos leva, trazendo consigo novas possibilidades de experiência e ao menos a promessa de enriquecer a nossa vida e torná-la mais bela e com maior sentido.
Não sejamos onipotentes, Deus é quem é. Procure então conversar com Deus, sem imaginar que Ele não lhe responde, nem que Ele está ocupado demais para atender-lhe, pois Ele sempre está à escura daqueles que O procuram. A linguagem de Deus serão as respostas de Vida na sua vida. A necessidade verbal é apenas sua, e serve acima de tudo para que você mesmo se conscientize da importância deste diálogo.
A inversão do fluxo da consciência é, todavia, um esforço contínuo porque vai de encontro a toda uma maré que caminha no sentido contrário. Por isto reunimos indícios aqui e ali, recebemos sinais do “outro lado” e procuramos recursos que possam fortalecer a nossa busca. É especialmente difícil numa época como esta porque ainda somos pioneiros.
Assim, na busca da auto-reeducação, é importante levantar o Inventário do Fluxo Energético Cósmico (IFEC), no caso, para efetuar um resgate e transferência de energias desde o antigo para o novo, do pequeno para o grande, etc. Toda esta alquimia sucede daí nestes termos:
a. Pensar no futuro e não no passado beneficia o Centro da base-da-coluna;
b. Buscar o superior e não o inferior beneficia o Centro do plexo solar;
c. Valorizar o coletivo e não o individual beneficia o Centro do coração;
d. Atentar para o aqui e não para o alhures beneficia o Centro da garganta;
e. Olhar para dentro e não para fora beneficia o Centro entre-os-olhos.
Neste quadro, o quinto e último aspectorepresenta, com efeito, uma quintessência, pois coordena todo o conjunto. Daí a famosa sentença do Bhagavad Gita:
Se o homem detém sua atenção sobre os objetos dos sentidos, nasce-lhe a atração por eles.
Da atração surge o desejo; do desejo forma-se a cólera,
Da cólera nasce o desvio; do desvio, a confusão do pensamento;
Da confusão do pensamento, a ruína da razão; da ruína da razão ele morre.
Assim, em nossa obra “Alquimia Espiritual”, tratamos de analisar e de avaliar a solução deste quadro, nos seguintes termos:
“Esta seqüência corresponde a todo o elo causal que encadeia no processo de samsara, o ciclo de encarnações. A atenção é uma energia criadora, ela deriva do influxo vital criador que em sua origem é divino. 
“Assim, invertendo o processo acima, se a atenção dirige-se às coisas espirituais, gera um desejo purificado, disto nasce a aspiração superior que dá por sua vez lugar a um amor puro, gerando retidão e ordenamento do pensamento com a iluminação da razão e, por fim, a vida eterna ou atemporal.”
Tal coisa tem a ver também com o exercício do discernimento, de que trataremos logo adiante. Claro que tudo isto já representa parte de um Caminho de Iniciação, chamado “trilhar o Caminho Interior”, ou construir o Antahkarana, que é Trino, a “Ponte do Arco-Íris” que representa a nossa grande travessia para a liberdade.
Capítulo 3
O Chamado Interior
A vida espiritual tem caminhos muito próprios para assinalar os seus desígnios. Não são caminhos úni​cos, embora tenham sempre coisas em comum. Um chamado in​ter​no pode vir através de um livro, de uma urgência, de uma crise pessoal ou de outra forma qualquer –uma sensação, u​ma informação, etc.–, sempre e quando o indivíduo está preparado. Para uns, o caminho pre​liminar é mais doloroso, enquanto pa​ra outros é menos árduo. Em alguns casos a luz re​sulta de uma percepção inesperada, e em outros como fruto de alguma enfermidade ou trauma qualquer. Mas todos vêem a luz como revelação, após um longo processo de pre​pa​ração inconsciente. É como reza o ditado, adaptado aqui para o sentido coletivo que re​al​mente possui: “Quando os músicos estão preparados, o Maestro aparece...” 
E uma vez recebida a revelação inicial, o indivíduo se torna como que marcado, de maneira que também po​dem diferir de um para outro, se​gun​do a natureza do Chamado recebido, já que os instrumentos a serem manejados e as habilidades a serem desenvolvidas também dife​rem entre si, na grande sinfonia da Criação que o divino Maestro necessita sempre edificar no mundo. Mas de um modo geral, este Chamamento tem como objetivo uma entrada no Grande Serviço, ou a Iniciação em um caminho espiritual que não deve permitir o regresso às antigas condições, embora por vezes tal coisa aconteça por carma pessoal, de modo a re​forçar a idéia do contraste existente entre a luz e as sombras, ou entre as coisas divinas e as terrenas –num processo cer​tamente sempre muito dolo​roso para o indivíduo e todos que o cercam. 
Aquele que não é fiel ao seu sonho termina os seus dias como um simples sonhador. A hesitação no seguimento a um Chamado é também danosa, pois, como sabem os as​tró​logos, as energias do cosmos jamais se repetem de todo e raramente se assemelham, e a pessoa geralmente termina tendo que per​correr uma estrada mais espinhosa, talvez muito depois, ao invés daquela Via pla​na e feliz que de início lhe era oferecida. É um pouco como o drama de Adão, mas que no fim também pode render os seus frutos de luz. Os atalhos são tam​bém sempre enganosos no caminho espiritual, e tudo o que existe são sendeiros alternativos árduos os quais poucos estão preparados para trilhar. E isto não se refe​​re a recursos ar​​​ti​ficiais que, além de abrirem no máximo uma janela e jamais a Porta ne​cessária para a liberação, cos​​​​tu​mam cobrar para isto um preço dificilmente estimado: nada há gratuito no cos​mos, sendo sempre mel​hor buscar a forma mais natural de trabalhar as energias, com o menor desgaste interno possível, seguindo as orientações tradicionais.
Uma coisa, no entanto, é certa, e deveria ser conscientizada: todo Chamado espiritual tem por base uma indicação de trabalho e serviço, enfim, de missão a ser cumprida numa dada direção transformadora, e que pode também conter embutida a preparação para alguma tarefa social, inclusive no sentido de liderança; mesmo que em certos períodos predominem a título de preparação, traba​lhos isolados dentro de um plano sempre maior. Ora, a ninguém é dado ver a luz apenas para mantê-la em sua própria e estrita circunferência. Além disto, a natureza das energias espirituais é, para a humanidade, coletiva em si mesma!
A revelação da existência de mundos superiores também nos conecta com a realidade da Hierarquia de Luz, a qual nos estende a sua Mão para nos libertar da ignorância e integrar-nos à corrente de salvação das almas no planeta. Esta corrente de luz necessita de trabalhadores em todos os planos, de modo a formar aquela Escada de Jacó que possibilita a contínua as​censão espiritual desde a base na terra até o cume nas “nuvens”. Para cada missão existe um Chamado específico que já a delineia em termos. A Hierarquia conecta a alma dos eleitos a determinadas esferas superiores e mantém este vínculo pro​tetor enquanto necessário, detendo amplos poderes sobre as trevas nos planos mais sutis, embora no mundo físico ou cármico os poderes da Luz não tenham geralmente tanta penetração –razão pela qual devemos servir de elos às ener​gias superiores, recebendo a necessária proteção, e buscando um contínuo saneamento dos planos inferiores de nosso mundo.
O selo disposto sobre o discípulo pode ser muito poderoso, servindo como proteção e conduzindo pelos cami​​nhos es​pirituais. Corresponde, de modo geral, a um verdadeiro voto de silêncio, o que deve ser entendido num sentido amplo de recato e de disciplina. Serve para conter e elevar as energias nascentes do indivíduo, assim como para protegê-lo de forças negativas. Mas se o silêncio seria uma base para toda Iniciação na Era de Taurus (vide Egito) por ser Escorpião o complemento de Touro, e se em Aries tivemos nesta função a arte e a beleza (gregos) por ser Libra o complemento de Aries, e logo depois em Piscis a grande marca foi a do serviço (Cristianismo: "o maior de vós é o que mais vos serve") por ser Virgo o complemento de Piscis, agora em Aquarius será a coragem, o valor, a ousadia, a responsabilidade e a nobreza; por estar Leo na base da Cruz cósmica atual.
* Jornal Paralelo 30 - a Cultura da Idade de Ouro, N° 4, Agosto 1994, FEEU, Porto Alegre. Texto revisto e adaptado para a presente edição.
Capítulo 4
O Portal da Simplicidade
Como seres conscientes, temos imensa facilidade de sonhar, imaginar e idealizar grandes coisas, algumas vezes realmente geniais. Paradoxalmente, soa-nos mais difícil saber o que fazer de concreto para alcançar estes ideais, de modo que terminamos é por viver num mundo de sonhos e fantasias, enquanto levamos na prática uma existência mais ou menos medíocre. Por isto, não seria despropositado cultivar o seguinte pensamento: “mesmo que eu dê o melhor de mim, e por todo o tempo, jamais alcançarei tudo aquilo que eu sonho para mim mesmo e para os demais.” 
Mais ainda do que isto, a própria vida nos aporta por si só questões simplesmente vitalícias, tal como a conquista definitiva de uma alma ou uma consciência permanente, dentro da qual se acham tarefas específicas às vezes aparentemente banais, tal como aprender a ser um verdadeiro ser humano e até mesmo um autêntico homem ou mulher, respeitando a Natureza e, através dela, o seu Criador.
E assim, a partir disto tudo, é possível que nos convençamos a atuar de forma mais “impecável” e a não perder tanto tempo em nossa preciosa jornada com ilusões.
Nada pode existir de mais revolucionário do que a simplicidade. Pois a simplicidade nos abre as portas para a liberdade, na medida em que simplifica a nossa vidae deixa as energias mais disponíveis para investigar outros universos e para sermos também... por eles investigados. Pois felizmente estes mundos também são habitados como o nosso -e não apenas por entidades esquisitas navegando em geringonças interplanetárias-, apenas que estes seres não podem chegar até nós sem que demos um sinal para isto. Nada existe mais libertador do que a simplicidade.
Talvez necessitemos coragem para assumir a simplicidade, porém isto nos renova e faz regenerar a alma. Não há o que temer, pois estamos nos caminhos do amor, e sabemos que o amor é a grande proteção que possuímos.
O contato com as nossas energias mais recônditas é o portal para a transcendência. O trabalho da respiração é uma chave clássica. E o jejum é outra. Através destes expedientes exploramos os nossos limites e as nossas origens. A respiração pacifica e energiza, centraliza. O jejum purifica e fortalece. No mais, estes exercícios fortalecem a mente, e rompem hábitos e condicionamentos
Ao chegarmos aos nossos extremos, abre-se o portal das novas possibilidades. Pois este extremo é apenas o limite de um plano auto-determinado de ser, ao qual nos habituamos ou fomos levando a considerar, porque é assim que as pessoas costumam fazer isto ou aquilo. Às vezes ouvimos notícias de que este ou aquele personagem quebrou os limites, mas nos limitamos a julgar isto uma excentricidade ou uma exceção à regra, esquecendo que uma regra é apenas isto, uma regra, e que as normas são feitas por nós mesmos. E quem faz as normas pode rompê-las se o desejar.
Certamente existe um caminho a percorrer, porque não podemos “misturar as estações”. Aquilo que se chama de “profanação” é a impureza e é um conflito de leis opostas. Combinações até podem ser feitas, porém dentro de uma hierarquia de valores bem definida.
Na busca da simplicidade encontramos então as nossas raízes, como seria lógico de esperar. Tal coisa nos remete basicamente à Natureza, nossa mãe ou matriz última. Nela encontramos os elementos dos quais nossos corpos são formados: terra, água, ar e fogo. Por empatia natural, este contato então nos fortalece, robustece, dando resistência para enfrentar desafios e dificuldades. No caminho espiritual muitas vezes necessitaremos destas virtudes, destes poderes naturais.
De todo modo, o grande portal é o encontro consigo mesmo, sem anteparos, sem amarras. Experimentar as nossas energias mais elementares é ampliar as nossas possibilidades. Podemos ir além, se tivermos a ousadia. De todo modo, somente poderemos saber experimentando. Para isto, pode ser importante poder contar com um manual e com um guia. Por isto estudamos e frequentamos cursos, mesmo sabendo que parte do caminho devemos trilhar sozinhos. De fato, o melhor guia é a prudência. A ousadia é o nosso motor mais importante, porém de nada vale se não tivermos discernimento. Saber quando começar e quando parar, pode muitas vezes representar tudo na vida.
Capítulo 5
Exercitando o Discernimento
Viveka, o discernimento, é tido na filosofia mística indiana com a primeira das virtudes do buscador. O símbolo do verdadeiro iniciado (3a iniciação) é Hamsa, o cisne, cuja lenda afirma ser capaz se separar a água do leite. Trata-se da iniciação mais própria da raça árya, a terceira humanidade, de natureza mental e que elegeu o discernimento como a sua virtude maior. Relaciona-se também ao olho-de-Shiva, a “terceira visão” que é desperta nesta mesma iniciação.
No caminho da iluminação, é preciso adquirir a antes os conhecimentos da iniciação -a dita iniciação solar”-, da qual temos alguma chaves capitais na sequência:
‘A palavra Hamsa se descompõe em A-ham-sa, ‘Eu (sou) Ele’; ou antes, dividida de outra maneira, So-ham, ‘Ele (é) Eu’. Assim é que nesta única palavra está contido o mistério universal, a doutrina da identidade da essência humana com a essência divina. Daí o hieroglífico e a alegoria de Kâlahansa (ou Hamsa) e o nome dado a Brahma (neutro), e posteriormente a Brahman (masculino), de Hansa-Vâhana, ‘o que utiliza a Hamsa (cisne) como seu veículo’. A mesma palavra pode ler-se Kâlahamsa, ou ‘Eu sou Eu, na eternidade do tempo’, correspondendo ao bíblico ou, melhor, ao zoroastriano ‘Eu sou aquele que É’. Esta mesma doutrina se encontra também na Cabala (H. P. Blavatsky “Doctrina Secreta”, I, 106, 107). 
A vedantina indagação “Que Sou Eu?”, revitalizada em nossos tempos por Ramana Maharishi, tem a sua resposta na bíblica definição divina “Eu Sou Aquele que É”, ou apenas “Eu Sou”. A busca do Ser concentra a súmula da arte do discernimento do iniciado, o qual deve tratar de fixar a sua consciência na Verdade e na Essência, afastando-se das coisas do tempo e das ilusões.
Neste aspecto, Hamsa define-se, num primeiro momento, através da afirmação ontológica do Ser, relacionada ao grande Brahman, que reúne a Trimurti divina, achando-se assim além das alterações dos tempos ou dos ritmos, gunas. Tal como afirma Krishna no Bhagavad Gita:
“Em Mim o discernimento entre o Campo e o Conhecedor do Campo é a verdadeira Sabedoria.” (Xlll, 3). 
Logo, porém, se expressa como poder de criação e ciência espiritual, ligado a Brahma, a saber:
“Hamsa representa a sabedoria divina, a sabedoria oculta e fora do alcance humano. Está intimamente relacionado com o Pranava (a sagrada palavra AUM); a asa direita do cisne é A; a esquerda, U, e a cauda M. (“Voz do Silêncio”, I). (Helena P. Blavatsky, “Glossário Teosófico”)*
Hamsa é, portanto, igualmente o veículo de Brahma, o deus criador, significando que apenas os iniciados podem realmente auxiliar Deus a organizar um mundo superior, e que somente eles têm acesso aos mistérios da Criação, porquanto os restantes se perdem nas teias de maya, as ilusões. Tudo isto quer significar, que o discernimento é um apanágio dos iniciados.
Brahma e seu veículo Hamsa
Hamsa é considerado ainda o nome de uma casta especial que surge nas épocas mundiais de transição das raças, para auxiliar Brahma a renovar o mundo. Este pode haver sido, novamente, um quadro mais especificamente áryo, posto que na nova raça-raiz caberá a participação crucial dos espiritualistas para desencadear o novo ciclo da civilização.
A visão clara das coisas é difícil, por isto os profetas são amiúde chamados de “videntes”. Quem está no meio do turbilhão, certamente não enxerga o seu centro, daí os sábios viverem retirados. 
Vale, acima de tudo, discernir entre o real e o irreal, o útil e o inútil, o conveniente e o inconveniente. Cabe lembrar, por isto, as sentenças de São Paulo:
“Tudo posso, mas nem tudo me convém. Quando eu era criança, agia como criança, mas agora como adulto busco as coisas dos adultos.”
Naturalmente, esta é uma colocação metafórica. Para os hindus, “crianças” é sinônimo de materialista, ou vice-versa. É neste sentido que Paulo fala das crianças, que podem ser também os idólatras que seguiam as religiões antigas -e passados dois mil anos, o mundo prossegue cheio deles: adoradores de Mammon, as riquezas que a nada levam, além de astrólatras, fetichistas de toda a sorte, e assim por diante.
É que o conhecimento sagrado tampouco é coisa para leigos; quando o vulgo tem acesso a um saber misterioso, a profanação é inevitável. Talvez seja pedir muito ter discernimento a este nível, mas não quanto a renunciar à ambição de saber antes de estar preparado. Por isto devemos no começo saber enxergar pelos olhos dos sábios, como uma forma de ajuste da própria visão, afinal os Mistérios são realmente muitos elevados.
Como sempre, as virtudes não são adquiridas isoladas, no mínimo elas se esteiam sobre outras já assimiladas. Sendo o discernimento o dote dos iniciados, então ele se apóia sobre os dons dos iniciantes e dos iniciandos, tais como são a disciplina e a humildade. No caminho da Verdade, cabe não fantasiar, ter humildade, iniciativa e, acima de tudo buscar o equilíbrio em todas as coisas.
Julgamos muitas vezes, que discernir é apenas enxergar o erro“óbvio”, como fazem aqueles que protestam. Porém, o verdadeiro discernimento não se volta parcialmente contra as coisas, ele não é irresponsável e nem egoísta. Pelo contrário, é acima de tudo equilibrado e integrador, razão pela qual a sua grande chave é a do equilíbrio. Quem busca a harmonia, economiza muito tempo e trabalho na vida.
Uma das formas de alcançar o conhecimento é através do Inventário Dimensional, comumente citado em parte ou no todo nas Escrituras, nas Cosmologias, nos Oráculos, etc. Evitando preconceitos, o sábio procura se posicionar no centro das coisas. Reproduzimos para isto uma passagem central do nosso livro “Tushita - o Reino da Felicidade”, que trata do novo dharma de Maitreya através da doutrina Mayatri, “os Espelhos de Sabedoria” verdadeiros portais de sabedoria eterna que são (ver também o Comentário da doutrina em nossa obra “Dharma - a Canção da Vida”, Ed. Agartha, 2007, AP):
A Doutrina dos Espelhos
Assim como é em cima é em baixo;
aquilo que vem do passado reflete-se no futuro;
a manifestação do masculino traz uma resposta do feminino;
o interior se identifica com o exterior.
E vice-versa em todos os casos.
Este Inventário cósmico de energias, engloba seguramente todos os grandes dharmas raciais, de modo que a observância destes Espelhos em nossas vidas proporciona equilíbrio e auxilia poderosamente no discernimento das coisas.
Percebe-se daí, que a verdadeira Sabedoria não deixa muita margem para os preconceitos. Trata-se, antes de tudo, de saber incluir, ou seja, de integrar e unificar as energias. O objetivo do dharma parte então destes pares-de-opostos, fomenta o seu equilíbrio -na arte de “andar sobre o fio da navalha”-, onde entra a arte da alquimia, a meditação, yoga, almas-gêmeas, etc., etc., para culminar na Identificação final (samadhi), trazendo assim a supremo estado de Felicidade (tushti) do Ser, que é a grande Meta do Dharma Tushita.
Segue então uma imagem destes sagrados “Espelhos” na forma de Portais de Luz, conformando a Grande “Cruz da Vida”:
Os Quatro Portais de Sabedoria
Este equilíbrio se reflete no fomento de uma precisa realidade: a consciência. Não é casual que os signos fixos ou a cruz central do Zodíaco está relacionada à iniciação. Quando observamos os signos dos buscadores da Verdade, notamos que a maioria pertence a este grupo de signos. Por esta razão os Portais acima terminam se conformando também à estrutura natural zodiacal (em agrupamentos por Elementos).
Assim, o iniciado do Caminho dos Espelhos pode, com a Mandala dimensional em mente, prostrar-se simbolicamente ante as Quatro Direções, e decretar:
(Ao Norte): “Eu Sou a Harmonia Iluminada do Superior e do Inferior.”
(Ao Leste): “Eu Sou a Harmonia Eterna do Passado e do Futuro.”
(Ao Sul): “Eu Sou a Harmonia Bem-Aventurada do Masculino e do Feminino.”
(Ao Oeste): “Eu Sou a Harmonia Infinita do Exterior e do Interior.”
Concluímos com a seguinte citação de nossa obra “Fundamentos de Esoterismo” (Ed. Agartha, 2009, AP):
“O Grande Mistério é o Equilíbrio, e para o profano existe aqui uma névoa intransponível, pois se trata do tênue território da magia. Daí a necessidade do Guia para este Mundo sutil, situado além da matéria e aquém do espírito, no mundo da alma tecido de mitos, mas que tampouco velam sonhos vãos, e sim a grande liberdade do Ser.”
A questão do discernimento afeta diretamente o fator axiológico, ou o nosso sentido de valores. O que atesta por si só o quanto este assunto todo é de importância capital. Ainda assim valores pode se frutos de educação, sentido moral e condição psíquica -enfim, sempre elementos sujeitos à uma reeducação interior. Seguramente o sentido moral está na base do discernimento. Assim, ser homem e ser mulher demandam uma integridade de espírito que recusa a concessão à luxúria, vista como um desrespeito às regras morais e naturais. E tampouco acata a humilhação e a exploração do próximo, na medida em que vê nele um templo vivo de Deus. Do mesmo modo, trata o ateísmo e todo o desrespeito à Natureza como ignorância, inexperiência, arrogância e vaidade.
São os nossos valores que nos levam a tomar decisões e a escolher caminhos. Ora, se temos valores frágeis e um discernimento débil, podemos facilmente cair na farsa dos falsos profetas e dos lobos-em-pele-de-cordeiro, ou até querer inventar coisas “sem pé nem cabeça” achando que somos geniais ou divinamente “inspirados”. 
O estereótipo do “gênio maluco” não é casual. Todo gênio é um gênio setorial, por isto muitos pecam em coisas que para outros parece elementar. Mas, além disto, a própria idéia da invenção também é polêmica. Geralmente as melhores inovações se apóiam sobre aquilo que outros já vem desenvolvendo, de modo que o “inventor” acaba na prática por integrar toda uma escola de criação. Aquilo que não tem nenhum passado geralmente tampouco tem algum futuro.tc "O estereótipo do “gênio maluco” não é casual. Todo gênio é um gênio setorial, por isto muitos pecam em coisas que para outros parece elementar. Mas além disto, a própria idéia da invenção também é polêmica. Geralmente as melhores inovações se apoiam sobre aquilo que outros já vem desenvolvendo, de modo que o “inventor” acaba na prática por integrar toda uma escola de criação. Aquilo que não tem nenhum passado geralmente tampouco tem algum futuro."
No mais, o que existe é invencionice, pessoas que forjam uma novidade para lucrar com as atenções do público ingênuo. Na área da filosofia é semelhante. Um falso mensageiro procura disfarçar o velho com uma nova roupagem, para ocultar que está tratando do antigo através de palavras nova e “misteriosas” supostamente reveladas, sabendo que desta forma pode ludibriar aqueles que se apegam às formalidades externas. Já o verdadeiro mensageiro se ocupa menos das palavras que dos seus conteúdos. O bom mensageiro é aquele que fala coisas realmente novas sobre antigas verdades, tratando assim de retirar os seus véus. Na verdade, a preservação da forma pode servir de atestado de Tradição e Escola, um espírito de respeito e prova de continuidade e evolução regular das coisas.tc "No mais, o que existe é invencionice, pessoas que forjam uma novidade para lucrar com as atenções do público ingênuo. Na área da filosofia é semelhante. Um falso mensageiro procura disfarçar o velho com uma nova roupagem, para ocultar que está tratando do antigo através de palavras nova e “misteriosas” supostamente reveladas, sabendo que desta forma pode ludibriar aqueles que se apegam às formalidades externas. Já o verdadeiro mensageiro se ocupa menos das palavras que dos seus conteúdos. O bom mensageiro é aquele que fala coisas realmente novas sobre antigas verdades, tratando assim de retirar os seus véus. Na verdade, a preservação da forma pode servir de atestado de Tradição e Escola, um espírito de respeito e prova de continuidade e evolução regular das coisas."
Infelizmente o assunto nem é assim tão simples, pois o embuste às vezes se disfarça de respeito aparente. Há também quem trata de preservar aparentemente as formas e os termos, mas investe em interpretações absurdas -e provavelmente o leitor há de conhecer exemplos famosos destes dois casos em sua experiência de vida, afinal são coisas que sempre têm o seu público cativo, do contrária ela nem seria cogitada. 
Para alguns, fazer evoluir os mistérios é investir em idéias cada vez mais irracionais e desconexas, ao invés de promover a verdadeira revelação, o esclarecimento e buscar a sã exegese. O misteriosofismo obsessivo é a pérola dos mistificadores empolados e dos falsos sábios, com seus ares de amar e velar mistérios “insondáveis para os mortais”. 
Certamente a Tradição de Sabedoria vela grandes mistérios dificilmente apreensíveis pelo ser humano, porém existe aqui uma charada interessante para o discernimento de cada um, que é tratar de distinguir o pré-racional do pós-racional. Mais uma vez, a questão não se resolve facilmente e demanda certas balizas. Vale como custódio, por exemplo,o contexto da informação. 
De todo modo, o pós-racional não afronta e nem despreza a razão. Não cabe perder os instrumentos de apreensão do real que adquirimos com a evolução. Se ele foi dado é porque alguma função há de ter. Podem até querer dizer que a mente racional se destina apenas ao manejo concreto do cotidiano, porém existem fartas razões para pensar que ela poder ser útil de muitas maneiras, a começar pela sensível questão do discernimento. O tema seguinte parte também desta questão.
O discernimento é importante porque denota integridade, alinhamento e robustez mental. Para poder discernir é preciso lucidez, desapego e serenidade. Não é possível enfrentar com segurança as transformações da mente sem todas estas qualidades, as quais necessitam neste caso ser criteriosamente cultivadas. 
Seria quase um excesso dizer que o discernimento depende, acima de tudo, de ter uma mente clara. Para chegar a isto, vale “qualquer coisa” -ou quase: meditação, boa alimentação, sossego, espiritualidade, desapego, altruísmo, e daí por diante. A mente deve estar com energia, manifestar curiosidade e ter vivacidade.
Por esta razão, as drogas de todo o tipo são a maior agressão contra o nosso próprio discernimento. Não seria preciso insistir que as drogas turvam a mente, às vezes até por razões outras que a da própria química, na medida em que facilitam em muito o acesso dos obsessores astrais. Trata-se, assim, de uma forma de suicídio espiritual, que é o pior de todos porque afeta a nossa própria essência eterna que é a “luz” da nossa consciência, a qual ao invés de ser apagada, deve antes brilhar e ser fortalecida. 
Paradoxalmente, até quando as drogas parecem aclarar a mente, elas confundem porque mexem com o nosso carma. De repente, já não sabemos realmente quem somos, onde estamos e o que devemos fazer. Como elas conduzem para estágios pré-racionais da consciência, fragilizam o ser humano e prejudicam o seu o sentido prático. A mente é frágil demais para ser sujeita a jogos perigosos. Deve dar graças a Deus aquele para quem ainda não é tarde demais, e então abandonar o quanto antes estes falsos atalhos, mantendo na memória as “boas experiências” e buscando vias naturais ou iniciáticas para alcançar a paz, a força e a felicidade. As drogas iludem porque são, como muito já se disse, apenas “paraísos artificiais”, e então consumi-las é um ato individualista e até irresponsável, um atentado contra nós mesmos para começar, e logo contra para todos aqueles para quem podemos chegar a significar alguma coisa.
Em nossa obra “2013 - a Cidade Portal”, escrevemos:
“(...) antes de pretender encontrar algo, devemos saber em que direção buscar, isto é, devemos aprender a buscar. De outra forma, permaneceremos andando em círculos e sujeitos a contínuas ilusões.” 
Os místicos pecam muitas vezes por um anarquismo inconsequente. Existirá um anarquismo que seja consequente, quer dizer, que tenha consequências positivas? Talvez a resposta para isto esteja oculta nas dobras dos milênios. Todavia, chegaria a ser um paradoxo pedir tal coisa de uma doutrina que se nega a estruturar-se.
De fato muitas vezes se fala de Hierarquia no céu e de Anarquia na Terra, mal se dando consta da enorme contradição e da esquizofrenia cultural a que se está sujeito.
Parte desta confusão se deve à transição dos ciclos históricos, pois há um mundo que termina e um mundo que começa, no tempo e no espaço. Em qual exatamente nós iremos nos enquadrar?
É natural que daí os místicos andem como perdidos no oceano da sua desconstrução, uma vez renegados os velhos rumos, e sem ter exatamente ainda para onde ir. Balbúcios e lamúrias é tudo o que se entende, mesmo das mais enfáticas argumentações. Verdade que em boa parte se tem sido inspirado por falsos-profetas oportunistas que, não tendo o que ensinar, se limitar a jogar pedras nas ruínas alheias.
Onde há anarquismo na Tradição? Shiva não é um destruidor, como se costuma dizer, e sim um desconstrutor. É muito fácil ser um destruidor, pois nem é preciso ser um sábio ou filósofo para isto; porém, desconstruir já é uma arte tremenda! 
Existe muita diferença entre um destruidor e um desconstrutor. Um destruidor raivoso simplesmente põe tudo abaixo até os próprios alicerces, e quando vê ele nem tem mais onde morar.
Um desconstrutor não se limita a limpar o pó das idades, pois ele tampouco é um simples faxineiro, quer dizer, um restaurador, e nem mesmo um reformador. É isto sim um renovador, mas para isto é preciso conhecer o antigo naquilo que ele tem ou teve de positivo -considerando que a evolução é apenas uma continuidade transformada-, quando se entende ter em mãos algo que já teve muito valor.
Um desconstrutor se assemelha às vezes a um arqueólogo, em busca de pistas para reconstruir uma cena ou uma peça. O desconstrutor em sua busca de conhecimento, analisa as ruínas para tentar conhecer o seu plano original. Cada pedra solta que encontra, ele tenta encaixar no esquema. De fato ele não quer reconstruir nada, pois respeita a ação do tempo. O que ele deseja no fundo é apenas conhecer o Esquema original. Isto é autêntico amor ao conhecimento.
Eventualmente, uma vez conhecido o Esquema, poderá até chegar a desmontar tudo para analisar pedra por pedra ainda mais detidamente. Pois tampouco ele quer o Esquema para construir algo, mas sim ter bases para ensaiar novas variáveis a partir de alguma eventual obra-prima, hoje desconhecida e vilipendiada, mas cuja imensa luz do passado ele sonha vislumbrar para se inspirar a compor uma nova sinfonia. De fato, aquilo que ele realmente busca já nem é a forma, mas sim o estilo original, quer dizer, a Alma resgatada de algo que apenas certa reconstrução pode prover. Perde muito aqueles que destroem tudo, apenas porque a forma já não serve mais.
A falta de sentido prático e o individualismo radical do anarquista, impede a união das pessoas, que é a única coisa capaz de promover a efetiva mudança do mundo. O seu radicalismo impede a evolução porque não passa de sonho irrealizável de imediato, não acatando a necessidade de transformação gradual das coisas. Por isto, o anarquista é este visionário que ao fim e ao cabo termina por auxiliar a manutenção dos status quo decadente, na medida em que “aquilo que não ajuda atrapalha”. Certamente uma das grandes causas das crises mundiais -senão a maior e a única verdadeira causa- é mesmo esta: a lamentável desunião daqueles que sonham com algo novo.
O único motivo razoável para alguém não querer um líder (ou um professor) sobre sí, é a capacidade adquirida de liderar, além da possível raridade de líderes verdadeiros. Porém, isto não acontece no anarquismo, que recusa as trocas por simples preconceito, dando por resultado a estagnação. Em algum momento estas pessoas deverão se purificar, largar os seus vícios remanescentes, internos e exteriores, e empreender um esforço para fazer avançar a cultura e assim o mundo poder dar um novo passo. É o Futuro que lhes cobra, como certamente cobrará na voz de cada ser humano que vier ao mundo já nas próximas gerações, talvez em condições tão lamentáveis que odiará toda a pessoa com mais de trinta anos de idade -coisa que, num certo nível, já vem aliás acontecendo há algum tempo.
* Sobre o uso técnico e iniciático do pranava OM, ver a nossa obra “Magia Branca e Teurgia - Oriens et Ocidens”, Ed. Agartha, 2007, AP.
Capítulo 6
A Mudança de Hábitos
O ser humano é uma entidade rotineira, como de resto toda a Criação parece obedecer ao ritmo natural para poder manter a ordem, a harmonia e a evolução. Nada pode ser mais destrutivo do que a irregularidade e a imprevisibilidade, razão pela qual tal coisa está na essência da tática da guerrilha.
Esta rotina muitas vezes favorece a saúde física, como também a saúde mental. De fato, não é nada saudável não ter hábitos. Porém, convém fazer algo apenas porque “tudo mundo sempre fez assim”? Podemos querer quebrar hábitos arraigados,

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