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AULA 1 Histórico da Mecânica dos Solos

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MECÂNICA DOS SOLOS 
MECÂNICA DOS SOLOS I 
 
1. Qual a relação do intemperismo com a formação e tipos de 
solos? 
2. Diferencie intemperismo de erosão 
 
3. Quais os fatores de formação dos solos? 
 
4. Qual a relação entre a posição dos minerais na serie de Bowen 
e os tipos de solos e rochas? 
Os conhecimentos básicos da Mecânica dos Solos para a o curso de 
Engenharia Civil, assim como para profissionais atuantes nesta área de 
especialização, vem da necessidade de se compreender itens como: 
 
a) Aprender a entender e poder avaliar as propriedades dos materiais 
geológicos, em particular o solo; 
 
b) Aplicar o conhecimento dos solos de uma maneira prática para projetar 
obras geotécnicas de forma segura e econômica; 
 
c) Desenvolver e progredir no conhecimento da Mecânica dos Solos 
através da pesquisa e experiência, e então acrescentar novos 
conhecimentos conceituais, e 
 
d) Estender conhecimentos a outros ramos do aprendizado ainda a serem 
desenvolvidos. 
UMA BREVE HISTÓRIA DA MECÂNICA DOS SOLOS 
O engenheiro geotécnico tem ainda que lembrar de duas importantes 
responsabilidades: 
 primeiro, projetar e construir estruturas seguras, 
 
 e segundo, dar proteção às vidas das pessoas que usam ou passam 
sob estas estruturas. 
Por causa destas razões, e também porque o solo é considerado não apenas 
material de fundação (que serve de suporte às estruturas), mas também como 
material de construção (barragens de terra, rodovias, etc), os engenheiros 
devem ter um sólido conhecimento das propriedades e comportamento dos 
solos. 
O solo é formado pela natureza, apresentado como consequência uma 
ampla variação das suas propriedades físicas sendo a maioria delas 
variáveis em relação a determinadas condições. Esta tendência dos 
solos variarem nas suas propriedades físicas é uma contradição se 
compararmos com o comportamento dos materiais manufaturados como 
o aço, concreto, ferro, etc, cujas propriedades são relativamente 
constantes. 
As propriedades dos solos dependem do tipo do solo, estas por sua vez 
são mais ou menos desfavoravelmente afetadas por muitos fatores, 
incluindo a presença da umidade, proximidade com águas subterrâneas, 
umidade do ar, enchentes, congelamento e descongelamento, etc. 
Uma das dificuldades para tratar o solo como um material é que as suas 
propriedades físicas no campo podem variar entre distâncias 
consideravelmente pequenas (ordem de 1 m, ou até menos). 
A influência da água no desempenho do solo quando 
carregado é um dos fatores mais importantes. Na Mecânica 
dos Solos, a umidade é considerada como um dos fatores 
que regem as propriedades dos solos. 
Nenhum engenheiro, arquiteto ou construtor pode ignorar o problema de 
investigação das propriedades físicas locais e a possibilidade das 
variações destas decorrentes da variação da umidade durante e após a 
construção da obra. 
 
Uma investigação detalhada destas propriedades é a melhor maneira de 
se evitar o colapso do sistema solo-estrutura, além dos problemas de 
exploração, manutenção, financeiro, etc, que podem ocorrer no futuro. Se 
as propriedades dos solos forem estudadas convenientemente os 
resultados consequentes interpretados corretamente e inteligentemente 
aplicados num projeto e posterior construção desta obra, as falhas 
podem ser evitadas. 
SOLO. MECÂNICA DOS SOLOS. ENGENHARIA DE SOLOS. 
O termo solo, como usado pelos engenheiros e adotado em Mecânica dos Solos, 
cobre uma faixa muito ampla de variação de materiais do que o usado em outras 
áreas. 
Para: agrônomo - geólogo – pedólogo – engenheiro civil 
Sob o ponto de vista da tecnologia do solo, o termo “solo” compreende 
toda espessura da crosta terrestre que seja acessível e possível de ser 
utilizada e explorada em termos práticos para solução de problemas de 
engenharia. 
Na Engenharia de Fundação ou Obras de Terra, o suporte é quase 
sempre uma rocha não consolidada, particularmente quando o terreno for 
rígido e localizado abaixo da sua superfície. Isto necessita de 
investigação e avaliação das propriedades físicas e do comportamento 
do solo submetido às tensões estruturais. Portanto, o termo “solo” na 
Engenharia Civil inclui não apenas a pedologia do solo, mas também 
qualquer material não adensado, incluindo a água no solo, que pode ser 
encontrado entre a superfície do terreno e a rocha. Em outras palavras, a 
definição do engenheiro inclui todos os materiais, ou todo o perfil do 
terreno. 
A NATUREZA DO SOLO 
Uma grande parcela das dificuldades enfrentadas em fundações é devida 
à natureza do solo. Normalmente estes materiais de construção são 
escolhidos de forma que melhor se adapte às condições de uma dada 
tarefa. 
 
Portanto um dado depósito pode ser aceito ou recusado. 
 
 Esta situação pode existir dependendo das condições ou situações, e o 
único recurso é escolher um outro depósito se aquele desejado 
apresentar condições inadequadas. 
 
Se as características do solo são inadequadas, pode ser possível, 
ocasionalmente, serem melhoradas pela injeção de alguma substância; a 
maioria dos casos, no entanto, o solo deve ser empregado nas suas 
condições naturais. 
É totalmente impossível usar alguns solos como material de fundação 
(????). 
Duas amostras de solo coletadas em pontos relativamente próximas, 
mesmo que sejam da mesma camada descrita como relativamente 
homogênea, podem ter propriedades muitos diferentes. 
Além da natureza variável, o solo é um material difícil de ser tratado por 
causa da complexidade das suas propriedades físicas, por isso torna-se 
necessário considerar um grande número de propriedades quando se 
deseja informações razoavelmente completas para a finalidade do seu 
uso. 
Alguns solos orgânicos são tão compressíveis que devem ser 
evitados. Outros solos são satisfatórios sob certas condições de 
carregamentos; argilas moles é um exemplo. Materiais mais 
indicados para fundação são areias, pedregulhos, argilas rígidas, 
solos cimentados, e rocha; é interessante notar que fundação em 
rocha pode ser inadequada por causa do elevado custo de 
escavação para se chegar à cota desejada. Nenhum outro tipo de 
material tem tão ampla variação das características do que o solo. 
Um dos maiores riscos que se pode correr no campo de Engenharia de 
Construções é iniciar uma obra sem um conhecimento tão perfeito quanto 
possível do terreno (rocha ou solo) de fundação. 
Apenas para justificar (como se necessário fosse) indicamos na figura seguinte o 
caso da fundação de um arco de ponte que, por deficiência de estudos 
geotécnicos, comportar-se-ia de maneira instável pela possibilidade de 
deslocamento do “bloco de rocha” (suposto erroneamente um maciço rochoso) 
em que se apoiam as estacas. 
ELEMENTOS CONSTITUINTES DE UM SOLO 
Água Capilar 
Água Adesiva/Adsorvida 
Água Livre 
Água Capilar 
Água higroscópica 
Partícula de Argila/água de constituição 
A água contida no solo pode ser classificada em: 
a. Água de constituição: é aquela que faz parte da estrutura 
molecular da partícula sólida. 
 
b. Água adesiva ou adsorvida: é a película de água que envolve 
a partícula sólida e a ela se adere fortemente (0,005μ). 
 
c. Água livre: é a que se encontra em uma determinada zona do 
terreno (na superfície ou em profundidade) enchendo todos os 
seus vazios. O seu estudo rege-se pelas leis da hidráulica. 
 
d. Água higroscópica: é a que ainda se encontra em um solo 
seco ao ar livre. 
 
e. Água capilar: é aquela que nos solos de grãos finos sobe pelos 
interstícios "capilares“ deixados pelaspartículas sólidas, além da 
superfície livre da água. 
As águas encontradas nas condições livre, higroscópica e capilar são as 
que podem ser totalmente evaporadas pelo efeito do calor a uma 
temperatura maior que 100° C. 
 
Quanto à fase gasosa que preenche os vazios das demais fases, é 
constituída por ar, vapor de água e carbono combinados. Seu estudo 
detalhado foge ao escopo do nosso curso. 
 
Os índices físicos que serão apresentados mais adiante, são de grande 
importância no estudo das propriedades dos solos, uma vez que estas 
dependem dos seus constituintes e das proporções relativas entre eles, 
assim como das interações entres as fases. 
O SOLO COMO MATERIAL DE CONSTRUÇÃO 
O solo pode ser considerado como o mais antigo e mais complexo dos 
materiais de construção usado pelo homem. 
 
Todas as estruturas, a menos que estejam apoiadas diretamente sobre 
uma rocha sã, devem estar suportadas pelo solo. 
 
Portanto, a escolha de uma fundação adequada é um dos primeiros 
problemas a ser considerado em qualquer projeto, e a importância do 
solo como um material de suporte, assim como uma escolha adequada 
do solo como material de construção é da mais alta relevância. 
 
Então, pode-se entender que a estabilidade de uma estrutura 
dependerá totalmente do comportamento do solo sobre o 
qual é construído. 
VER AULA 1.1 
Por causa do estado inicial do conhecimento da Mecânica dos Solos ou 
adoção de hipóteses errôneas, ou até mesmo do desconhecimento dos 
princípios da Mecânica dos Solos, os engenheiros enfrentaram no 
passado (??), em várias partes do mundo, com um crescente número de 
insucessos provocado por diversas causas tais como: 
 
1) a não previsão da presença da água; 
 
2) a ação do congelamento do solo; 
 
3) recalques imprevistos do solo; 
 
4) deslocamento lateral do solo (creep e escorregamentos), e 
 
5) outros comportamentos imprevistos do solo. 
Centenas de quilômetros de pavimentos em rodovias e aeroportos 
desintegraram por causa do desempenho não previsto do solo, e que 
foram provocadas por cargas excessivas, variação da umidade do solo, 
ou a fatores climáticos. 
 
Muitas barragens de terra se romperam porque os engenheiros não 
foram capazes de prever com devida precisão o desempenho do solo 
compactado e o efeito da ação da água existente sobre o comportamento 
do solo. 
 
O colapso de túneis, fundações de pontes, estruturas de arrimo e várias 
estruturas hidráulicas têm ocorrido com muita frequência porque os 
engenheiros não foram capazes de avaliar satisfatoriamente a pressão 
que o terreno poderia exercer contra estas estruturas sob as mais 
variadas condições, e qual era a distribuição das tensões no solo sob a 
área de contato solo-estrutura. 
Recalques diferenciais em fundações para estruturas foram diretamente 
responsáveis por sérios danos estruturais em alguns casos e, em outros, 
aumentaram consideravelmente o custo de manutenção. 
 
Escorregamentos e ruptura de taludes em cortes e aterros colocaram 
continuamente em risco a segurança dos edifícios, pontes, ferrovias, 
rodovias, canais, etc, em muitas regiões do mundo. 
Por outro lado, solos usados para suportar fundações e assim como 
usados como materiais de construção em barragens, rodovias, canais, 
etc, apresentam muitas e diferentes propriedades. 
 
É bem conhecido que vibrações podem transformar uma areia fofa numa 
areia densa; solos podem recalcar por causa do aumento de cargas, 
movimentos laterais, ou escorregamentos. Solos podem se apresentar 
denso ou fofo, saturado ou rígido dependendo da umidade, permeáveis 
ao ar e água. Alguns solos expandem quando umedecidos, o que são 
indesejáveis. 
 
É mais que coincidência que a maioria das rupturas com estruturas são 
causadas pela não previsão antecipada da ação da água, cujo regime de 
variações são decorrentes da interferência da atividade estrutural do 
engenheiro. A água é a variável independente mais importante (?) que 
rege os objetivos da Mecânica dos Solos e Engenharia de Fundações. 
Pode-se ver que as propriedades mecânicas dos solos são muito 
complexas e difíceis de serem determinadas do que para aço, concreto, 
ou madeira. 
 
Nenhum material apresenta variação maior nas propriedades do que 
solos, provavelmente porque não é um material padrão manufaturado. 
Isto porque o solo com o qual engenheiro deve trabalhar é originada da 
natureza sob as mais variadas formas e condições. 
 
Então, pode-se concluir que os solos representam o mais sério problema 
num projeto porque não são homogêneos. Isto traz como conseqüência a 
necessidade de se compreender adequadamente as suas propriedades e 
o seu comportamento. 
 
Para isso, há a necessidade de investigar o solo 
antes do planejamento de um projeto. 
As investigações e o conhecimento das propriedades físicas e mecânicas 
dos solos podem auxiliar na proteção do proprietário do edifício e do 
engenheiro na responsabilidade das condições imprevistas e problemas 
do futuro que podem acompanhar uma obra. 
 
Estas são as primeiras medidas a serem tomados para um apropriado 
entendimentos dos problemas. 
NECESSIDADE DE ESTUDAR SOLOS 
Muitos engenheiros já experimentaram pelo menos uma vez que o solo 
enterrou os resultados dos seus esforços; e que a água, movimentando 
através dos poros do solo, anularam os resultados de todos s seus 
esforços. É, portanto uma obrigação de qualquer engenheiro projetista 
entender claramente que a água e solo são oponentes naturais. Além 
disso, por causa da sua responsabilidade quanto ao sucesso final ou 
falha de um projeto estrutural, é sua obrigação adquirir um conhecimento 
apropriado e detalhado, e compreender os princípios da Mecânica dos 
Solos. Atualmente o engenheiro civil deve acreditar menos nas regras 
práticas, pois hoje os recursos disponíveis são totalmente diferentes 
daqueles existentes há algumas décadas. 
A MECÂNICA DOS SOLOS 
 
A Mecânica dos Solos faz parte de um campo de engenharia chamado 
de Geotécnica ou Geotecnia, e é uma das mais novas disciplinas da 
Engenharia Civil. A partir dos conteúdos lógicos dos objetivos da matéria 
como discutidos nos capítulos anteriores, pode-se deduzir que a 
Mecânica dos Solos não é uma disciplina conhecida pelo termo “ciência 
dos solos”. 
A Mecânica dos Solos pode ser definida como uma disciplina da 
engenharia que estuda os solos sob o ponto de vista teórico e prático por 
meio do qual os engenheiros constroem suas estruturas. A essência 
desta definição é que as análises dos problemas sob condições estática 
ou dinâmica, assim como sob o efeito da água e temperatura, são feitas 
teórica e experimentalmente. Os conhecimentos da física, mecânica, 
hidráulica, e transferência de calor são aplicados tanto para verificar 
antigas teorias como aquelas que virão a ser estabelecida sobre o 
comportamento do solo quando sujeito às mais variadas situações. Em 
outras palavras, a Mecânica dos Solos estuda a interação mútua entre 
estrutura e solo sob diferentes condições climáticas. 
Segundo Terzaghi, Mecânica dos Solos é a aplicação das leis da 
mecânica e da hidráulica em problemas de engenharia envolvendo 
sedimentos e outros acúmulos de partículas sólidas não consolidadas 
originadas da desintegração mecânica e químicas das rochas contendo 
ou não matéria orgânica, ou seja, a Mecânica dos Solos é a aplicação 
das leis mecânicas e hidráulicas em problemas de engenharia que trata 
dos sedimentos e outros acúmulos de partículas sólidas originadas pela 
ação mecânica e química nas rochas, sem levar em conta se contém ounão constituintes orgânicos”. Na Geologia tais acúmulos são chamados 
de manto ou regolito. 
OBJETIVOS DA MECÂNICA DOS SOLOS 
 
 
Dentre os mais importantes o estudo da Mecânica dos Solos inclui: 
 
a. Teorias sobre comportamentos dos solos submetidos a tensões, 
baseados em hipóteses altamente simplificadas; 
 
b. Investigação das propriedades físicas reais de solos, 
 
c. Aplicação de conhecimentos teóricos e empíricos aos problemas 
práticos. 
Podem-se enumerar os seguintes objetivos: 
a. Realizar pesquisas na área de Engenharia dos Solos; 
b. Desenvolver equipamentos e métodos racionais de amostragens; 
c. Desenvolver equipamentos e métodos de ensaios apropriados para 
solos; 
d. Coletar e classificar informações sobre solos e suas propriedades 
físicas sob a luz dos conhecimentos dos fundamentos da Mecânica dos 
Solos, Obras de Terra e Engenharia de Fundações; 
e. Investigar as propriedades físicas dos solos e determinar coeficientes 
para caracterizar estas propriedades; 
f. Adquirir mais conhecimento nos processos físicos que realmente 
ocorrem nos solos submetidos a várias situações como carregamentos 
estáticos e dinâmicos, presença de água, e variação de temperatura; 
g. Aplicar o conhecimento da Mecânica dos Solos para solução de 
problemas práticos de engenharia; e 
h. Substituir o empirismo pelos métodos científicos nos projetos usados 
no passado para fundações e obras de terra, contribuindo assim para o 
avanço da disciplina. 
OS PROBLEMAS NA MECÂNICA DOS SOLOS 
Alguns dos problemas relacionados a seguir indicam importantes formas 
de relações existentes entre fundações e solos: 
• A que profundidade deve atingir uma exploração do subsolo? 
• Qual é a capacidade de carga do solo na superfície e a várias 
profundidades? 
• Qual é a carga a ser aplicada nas partículas do solo? 
• Qual é a intensidade e distribuição de tensão decorrentes de diversos 
tipos de carregamentos? 
• Qual devera ser a espessura de uma camada de um solo sobrejacente 
a uma outra com resistência muito menor, para que uma determinada 
fundação não rompa essa camada? 
• O solo possui propriedades (atrito e coesão) que assegure 
satisfatoriamente a estabilidade da obra? 
• Qual deverá ser o contrapeso a ser colocado como uma medida 
preventiva contra movimento lateral da massa do solo a fim de manter a 
estabilidade da estrutura? 
• O engenheiro está também interessado nos recalques provocados 
pelos mais variados esforços aplicados: pelas estruturas, 
rebaixamento do nível d’água, vibrações, escavações de túneis, etc. 
Também a velocidade e magnitude dos recalques são de grande 
importância, especialmente no caso onde estruturas são 
estaticamente indeterminados; 
• Qual o tempo necessário para alcançar o recalque final; 
• Qual é a interação solo-estrutura, e que tipo e magnitude das tensões 
são induzidas na estrutura e solo de uma rodovia devida a vários tipos 
de carregamentos? 
• Qual é solo apropriado para ser usado como base de rodovias, 
ferrovias, e construção de aterros? 
• O solo em questão sofre expansão ou contração, e quanto? 
• Que tratamento deve ser dado a tais solos? 
• Até que grau um solo deve ser drenado? 
OS PROBLEMAS NA MECÂNICA DOS SOLOS 
Os problemas de Mecânica dos Solos podem ser divididos em dois 
principais grupos: estabilidade e elasticidade. 
 
Os problemas de estabilidade tratam das condições de equilíbrio de 
solos ideais imediatamente anterior à ruptura pelo escoamento plástico. 
 
Os problemas mais importantes desta categoria são: 
 
• os cálculos da pressão mínima exercida pela massa do solo sobre os 
suportes laterais (problemas de empuxo de solo), 
• cálculo da resistência última do solo contra forças externas como a 
pressão vertical exercida no solo pelas sapatas carregadas 
(problemas de capacidade de carga), 
• e a investigação das condições para estabilidade de taludes. Para 
resolver estes problemas basta conhecer as condições de tensões 
para a ruptura do solo. 
 
Os problemas de elasticidade tratam das deformações do sol devido ao 
seu peso próprio ou devida a forças externas como o peso dos edifícios. 
Todos os problemas de recalques e pertencem a essa categoria. 
 
Para resolver estes problemas devemos conhecer a relação entre tensão 
e deformação para o solo, mas as condições de tensão para a ruptura 
são desconsideradas nestas análises. 
 
Situação intermediaria entre os dois grupos está o problema de 
determinação das condições de carregamento e de suporte exigidos para 
estabelecer o estado plástico em ponto da massa do solo. 
 
Relacionados com esse tipo de problemas, tanto as propriedades 
elásticas como as condições de tensões para ruptura devem ser levadas 
em consideração. 
 
A transição da estado inicial para a ruptura do solo pelo escoamento 
plástico é conhecida como ruptura progressiva. 
Na natureza os vazios existentes nos solos são parcialmente ou 
totalmente preenchidos pela água. A água deve estar num estado de 
repouso ou no fluxo. Se estiver em repouso, os métodos para resolver 
problemas de estabilidade e deformação são essencialmente idênticos 
daqueles usados geralmente para resolver problemas de Mecânica dos 
Sólidos. 
 
Por outro lado, quando a água se movimenta através dos vazios dos 
solos, os problemas não podem ser resolvidos sem a determinação 
prévia do estado de tensão da água contida nestes vazios. 
 
Neste caso exige-se a combinação da Mecânica dos Solos com a 
Hidráulica Aplicada. 
ENGENHARIA DOS SOLOS 
Toda estrutura seja um edifício, uma ponte, uma barragem, um tipo de 
pavimento, ou mesmo um navio durante sua construção, deve estar 
apoiada no solo. Desde os tempos pré-históricos a escolha de uma 
fundação satisfatória tem sido um dos primeiros problemas em qualquer 
projeto geotécnico. Como a maioria das estruturas apoia sobre o solo, o 
papel do solo como um material de fundação e como material de 
construção tem sido sempre uma das preocupações mais importantes. 
História da Engenharia Fundação: Nas grandes cidades das antigas 
civilizações existiram inúmeros edifícios que certamente apresentaram 
problemas de fundação muito semelhantes aos encontrados nas 
modernas cidades: as pirâmides do Egito, os templos da Babilônia, a 
Grande Muralha da China, os aquedutos e rodovias do Império Romano, 
e outros igualmente grandes, mas historicamente menos reconhecidos 
projetos certamente enfrentaram problemas complexos de fundações. 
Em vista da natureza variável e complexa do solo, pode-se dizer que 
desde os tempos pré-históricos poucos ou nenhum outro tipo de 
problema tem recebido tanta atenção e originalidade como os problemas 
associados com o solo. 
INTERAÇÃO ENTRE ESTRUTURA E MACIÇO 
Todas as obras de Engenharia Civil estão em contato com o solo ou 
rocha. O solo em questão pode ser empregado tanto no estado natural 
como manuseado. Como exemplo pode-se citar a construção de um 
edifício o qual exige uma escavação num terreno natural onde estacas 
são cravadas ou preenchidas por argamassa ou concreto. Da mesma 
maneira, a base de um muro de arrimo toca o terreno natural e a sua face 
lateral mantém em equilíbrio o solo. 
 
O prédio exerce uma pressão no maciço com o qual está em contato, e 
no caso do muro de arrimo o material de enchimento pressiona 
lateralmente a estrutura. Assim existe uma interação entre a estrutura e o 
solo adjacente; e como resultado, desenvolvem-se tensões em ambas. 
Por sua vez tensões provocam mudanças tanto da forma como no 
tamanho da estrutura e do maciço fazendo com que a estrutura desloque 
para baixo. Este movimento é denominado recalque.Algumas vezes a estrutura pode se afastar do terrapleno. Quando o solo 
é suficientemente resistente para suportar as tensões atuantes a 
amplitude do deslocamento da estrutura decorrente desta condição é 
muito pequena, portanto movimento não induzirá nenhum dano à 
estrutura. Entretanto, se o movimento da massa for apreciável há o risco 
de surgir fissuras na estrutura e conforme a amplitude desse movimento 
pode até mesmo levar ao seu colapso. 
No planejamento de uma estrutura, um engenheiro deverá ser capaz de 
visualizar e prever seu comportamento para qualquer situação ao longo 
do tempo. Além da determinação das tensões provocadas pelas 
estruturas e pela ação das forças externas, como carregamentos 
permanentes, carregamentos temporários, ação do vento, e outros, é 
necessário determinar ou pelo menos estimar as características e os 
valores das tensões na estrutura e no maciço adjacente, ou seja, a 
interação solo-estrutura. É necessário também estimar a característica e 
valor das mudanças nas formas e dimensões das estruturas e do maciço 
em contato. É especialmente importante a determinação da amplitude 
provável do recalque, pois conforme já foi comentado poderá expor a 
estrutura aos riscos de sofrer danos. Quanto menor e mais uniforme for o 
recalque melhor será a estabilidade. 
OBSERVAÇÕES SOBRE DEPENDÊNCIA 
DA ANÁLISE DE DADOS 
A limitada dependência da investigação dos resultados quantitativos é 
uma matéria que tem provocado muita discussão e deve ser enfrentado e 
considerado cuidadosamente com franqueza por todos os engenheiros 
que estão envolvidos com determinados estudos. Estes profissionais 
devem estar cientes de que poucas análises de solo fornecem resultados 
com alta precisão e a maioria deles fornece apenas valores que são 
estimativas grosseiras. Este pode ser devido em parte ao uso de 
hipóteses que não são a rigor verdadeiras, mas apenas um 
conhecimento limitado das condições existentes, que em muitos casos 
pode ser a causa mais importante. 
Numa análise quantitativa da percolação que será considerado como 
exemplo, o procedimento comum para a medida da permeabilidade é 
usar um certo número de ensaios de laboratório com amostras 
coletadas no local. 
 
Frequentemente existem camadas no subsolo cuja textura é muito mais 
grosseira do que das outras identificadas, e a sua existência não são 
notadas durante as investigações. Esta falha faz com que estas camadas 
de textura grosseira sejam as responsáveis pelo fluxo maior do que o 
previsto. 
 
Nenhuma responsabilidade por negligência pode ser exigida em tal caso, 
porque uma investigação exaustiva pode falhar na verificação da 
existência destes estratos. 
 
Estas situações só podem ser verificadas no estágio final da análise, ou 
seja, no momento em que os engenheiros responsáveis usam da suas 
experiências e julgamentos para justificar quais fatores e as razões que 
levaram a cometer involuntariamente estas falhas. 
As seguintes questões têm sido algumas vezes levantadas: 
• Se os estudos não podem revelar importantes itens e se a experiência 
e o julgamento são as bases das decisões finais, qual é a importância 
de se realizar os estudos? 
Duas afirmações podem ser dadas para responder esta questão. 
 
Primeira: muitos fatores que se baseia o problema pode estar afetando 
nos resultados da análise e além de outros que não foram 
adequadamente considerados. Além disso, existe a possibilidade destes 
fatores desconsiderados nos estudos serem muitos dependentes uns em 
relação ao outro. 
Segunda: é o julgamento, que superpõe a experiência e todos os outros 
fatores em importância. Além disso, sem dizer que as análises teóricas 
se usadas sem julgamento, os resultados obtidos serão piores e podem 
até mesmo levar ao desastre. 
No entanto, o engenheiro deve também estar totalmente ciente de que a 
sua solução deve ter uma forte retaguarda teórica, pois o julgamento dos 
resultados recai sobre importantes decisões tomadas com base na 
natureza científica do problema.

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