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Trabalho da lei do Feminicídio

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS
CENTRO DE CIENCIAS HUMANAS APLICADAS 
FACULDADE DE DIREITO 
THIAGO REGIS FERREIRA DONATO
JÚLIA CRISTINA ARRUDA SAVIOLI
LEI DO FEMINICÍDIO 
A LUTA JUDICIAL CONTRA O MACHISMO 
Campinas
2017
THIAGO REGIS FERREIRA DONATO 
JÚLIA CRISTINA ARRUDA SAVIOLI
LEI DO FEMINICÍDIO
A LUTA JUDICIAL CONTRA O MACHISMO 
Trabalho destinado a matéria de Metodologia do Trabalho Cientifico, ministrada pela professora Mara Salvucci.
Campinas
2017
RESUMO 
O presente trabalho trata a respeito da Lei n. 13.104/2015, conhecida popularmente por Lei do Feminicídio. A lei sancionada em 2015 pela, então presidente, Dilma Rousseff trouxe inúmeros debates com ela, seja quanto a sua eficácia ou quanto a sua constitucionalidade. Para tanto, em primeiro lugar, será exposta a Lei Maria da Penha e como esta abriu caminho para mais leis que visam proteger as mulheres; em seguida, será definido o termo feminicídio, depois o corpo da lei será apresentado, posteriormente as discussões a respeito da constitucionalidade, e por fim sobre a sua eficácia. 
PALAVRAS-CHAVE: violência; mulher; feminicídio; machismo. 
ABSTRACT
This essay entitled ‘’ Lei do Feminicído: A luta judicial contra o machismo’’, aims to study the Feminicide Law, created in 2015, which looks forward to incriminate violence against women and protect them in from the sexist society in Brazil. Therefore, in the first place, will be exposed the Law 11, 340 / 2006 (‘’Lei Maria da Penha”) and how it influenced the creation of other laws that aim to protect woman from any kind of violence. Afterwards, will be defined the concept of feminicide, the text of the law will be presented; and finally, will be brought the discussions related to its constitutionality and efficiency.
KEY-WORDS: violence; woman; feminicide; sexism.
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO...	6
2.A LEI MARIA DA PENHA	8
3.FEMINICÍDIO	9
3.1 A LEI Nº. 13.104/2015	9
3.2 SERIA ESSA LEI CONSTITUCUIONAL?	10
3.3 QUANTO A EFICÁCIA DA APLICAÇÃO DA LEI	12
4.CONSIDERAÇÕES FINAIS	13
5.REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS	13
	
INTRODUÇÃO 
O presente trabalho tem como objetivo geral e central tratar as diversas problematizações que se levantaram a respeito da lei nº 13.104, conhecida popularmente como “lei do feminicídio”. Especificamente será dado maior enfoque a questão a respeito da constitucionalidade, ou não, dessa. 
Em primeiro lugar, será abordada a lei Maria da penha, em segundo lugar a definição de feminicídio, posteriormente será apresentada, a lei nº 13.104 de março do ano de 2015, as discussões a respeito de sua constitucionalidade e, por fim, a respeito de sua eficácia no combate a violência de gênero e ao machismo estruturado e sistemático. 
No Brasil, de toda população feminina, 4% já receberam ameaça com faca ou arma de fogo, outros 3% sofreram espancamento ou tentativa de estrangulamento, e, aproximadamente 1% levou pelo menos um tiro, conforme aponta dados do instituto Datafolha em pesquisa encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no ano de 2015. 
Seguindo tal alarmante perspectiva, o Atlas de Violência, baseando-se no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), apontou que 13 mulheres foram assassinadas por dia no ano de 2016, sendo o agente na maioria dos casos, alguém conhecido da vítima. Aproximadamente 40% de todos os homicídios de mulheres no mundo são cometidos por parceiro íntimo, como apontou a Organização Mundial da Saúde em 2012. 
Com tais perspectivas, e procurando uma solução emergencial às alarmantes estatísticas, o legislativo brasileiro, cedendo à pressão popular, aprovou a criação da lei nº. 13.104/2015, que classifica o crime de feminicídio como agravante ao de homicídio e o integra ao rol de crimes hediondos, aumentando consideravelmente a sua pena. 
Medidas como a em questão, são importantes para que haja a compreensão de que o feminicídio, mesmo sendo comum, não é algo normal ou sequer deveria existir. 
A partir daí, nasceu uma discussão no judiciário brasileiro e na sociedade como um todo, quanto à efetividade da lei e a respeito de sua constitucionalidade. Com isso, por meio deste presente trabalho, tal lei e suas discussões serão abordadas, procurando esclarecer os fatos, dando luz a esse importante tema. 
Medidas contra a violência de gênero são importantes - e urgentemente necessárias -. Campanhas contra o machismo, buscando uma reeducação, e uma drástica mudança na ideologia de superioridade do sexo masculino em relação feminino, são exemplos de políticas públicas a serem aplicadas para uma reorganização social. É importante salientar a definição de gênero, que a transversalidade das relações entre homens e mulheres no sentido que é referenciando ao ser mulher na perspectiva de romper paradigmas nestas relações de poder e não tão somente no sentido biológico do ser humano.
Por fim o método adotado foi o hipotético-indutivo, a partir do qual foi criado hipóteses que refutamos conforme pesquisamos, buscando novas premissas. Serão utilizados para tais conclusões artigos e estatísticas, que levaram e sustentaram a hipótese central do trabalho, que define a lei do feminicídio como constitucional e de grande importância. 
2.A LEI MARIA DA PENHA
A maioria das agressões e homicídios cometidos contra mulheres são feitos por seus parceiros ou ex-parceiros, os quais são motivados pelo ódio, o desprezo ou o sentimento de perda da ‘’propriedade’’ sobre as mulheres. Estas agressões ocorrem com muita frequência no Brasil, país de mentalidade machista e de marcada pela desigualdade de gênero.
A Lei Maria da Penha, criada em 2006, foi a primeira lei brasileira especificamente direcionada à violência contra mulher. Foi um grande passo tomado para proteger as mulheres de agressões de todo tipo, físicas ou psicológicas. 
 A tentativa do Estado foi de muito boa intenção, mesmo não sendo tão eficaz, pois muitos dos crimes não são denunciados, e estes se repetem inúmeras vezes e essa violência se agrava cada vez mais.
Essa lei teve de ser ‘’complementada’’ com a criação da Lei do Feminicídio, pois, 9 anos depois, a mentalidade de grande parte da população não mudou e a visão machista continua a dominar grande parte da sociedade e dos relacionamentos.
3.FEMINICÍDIO 
Se caracteriza como feminicídio a morte ligada restritamente a violência e discriminação ao sexo feminino, e aplica-se a pena caso o fato esteja incluso em uma ou mais das seguintes circunstancias prevista no inciso sétimo da lei, como apontado a cima. 
§7º Denomina-se feminicídio à forma extrema de violência de gênero que resulta na morte da mulher quando há uma ou mais das seguintes circunstâncias:
I – Relação íntima de afeto ou parentesco, por afinidade ou consanguinidade, entre a vítima e o agressor no presente ou no passado;
II – Prática de qualquer tipo de violência sexual contra a vítima, antes ou após a morte;
III – mutilação ou desfiguração da vítima, antes ou após a morte:
Pena – reclusão de doze a trinta anos. (BRASIL. Lei nº 13.104, de 9 de março de 2015.)
Define-se como discriminação contra a mulher: 
...toda distinção, exclusão ou restrição baseada no sexo e que tenha por objeto ou resultado prejudicar ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício pela mulher, independentemente de seu estado civil, com base na igualdade do homem e da mulher, dos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural e civil ou em qualquer outro campo. (CONVENÇÃO DE BELÉM, 1994)
3.1 A LEI Nº. 13.104/2015 
A lei n. 13.104/2015, sancionada pela então presidente da república Dilma Rousseff, nasceu da pressão popular, trazendo em seu corpo a inclusão do assassinato de mulheres na lista de crimes hediondos (Lei n 8.072/1990) e como agravante na pena de homicídio, significandoum aumento obrigatório de no mínimo seis anos em relação a pena de um homicídio. 
Lei n. 13.104/2015 altera o art. 121 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, para prever o feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio, e o art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, para incluir o feminicídio no rol dos crimes hediondos. (BRASIL. Lei nº 13.104, de 9 de março de 2015.)
Além desse substancial aumento, com a inserção desse crime no rol dos hediondos, o autor de um feminicídio terá que cumprir 2/3 da pena para ter o livramento condicional, 2/5 ou 3/5 para progressão de regime, se primário ou reincidente, 30 dias de prisão temporária, dentre outros empecilhos para o livramento. 
A lei prevê, ainda, o aumento da pena em 1/3 se ocorrer:
Durante a gestação ou nos três meses posteriores ao parto;
Contra menor de 14 anos, maior de 60 ou pessoa com deficiência;
Na presença de descendente ou ascendente da vítima.
O crime de feminicídio pode ser tentado ou consumado, possuir dolo direto ou o eventual. Por se tratar de crime contra a vida, quando praticado de maneira dolosa, há competência constitucional para que seja julgado pelo Tribunal do Júri. 
Além disso, o crime, em questão, apresenta natureza subjetiva, e por estar relacionado ao íntimo do agente, em caso de concurso de pessoas, a característica qualificadora do feminicídio não se aplica a todos os agentes, salvo se ambos os agentes estiverem cometendo o crime com a mesma motivação. 
3.2 SERIA ESSA LEI CONSTITUCIONAL?
A priori, a discussão que eclodiu dentro do âmbito do direito brasileiro e na sociedade como um todo, foi a respeito da constitucionalidade de tal lei. A mesma foi classificada por muitos, como um ato de simbolismo dentro do Direito Penal, que traria várias inconstitucionalidades.
Assim, o direito penal simbólico não teria função instrumental — ou seja, não existiria para ser efetivo —, mas teria função meramente política, através da criação de imagens ou de símbolos que atuariam na psicologia do povo, produzindo determinados efeitos úteis. O crescente uso simbólico do direito penal teria por objetivo produzir uma dupla legitimação: a) legitimação do poder político, facilmente conversível em votos — o que explica, por exemplo, o açodado apoio de partidos populares a legislações repressivas no Brasil; b) legitimação do direito penal, cada vez mais um programa desigual e seletivo de controle social das periferias urbanas e da força de trabalho marginalizada do mercado, com as vantagens da redução ou, mesmo, da exclusão de garantias constitucionais como a liberdade, a igualdade, a presunção de inocência etc., cuja supressão ameaça converter o Estado democrático de direito em Estado policial. O conceito de integração-prevenção, introduzido pelo direito penal simbólico na moderna teoria da pena, cumpriria o papel complementar de escamotear a relação da criminalidade com as estruturas sociais desiguais das sociedades modernas, instituídas pelo direito e, em última instância, garantidas pelo poder político do Estado. (SANTOS, 2002, p. 56.)
Assim, usando do Direito Penal, como um instrumento meramente simbólico e político, o legislador teria infringido princípios constitucionais dentre os principais: a isonomia e a igualdade, a taxavidade, e, por fim, o princípio do “ne bis in idem”.
1) a quaisquer pessoas, no âmbito do direito penal, deve ser outorgada proteção igualitária; 2) o número de delitos não pode justificar a maior pena, devendo ser estar proporcional ao bem-jurídico penal tutelado. (ROXIN, 1997, p. 27.)
Ao criar um homicídio especifico para quando o crime for realizado por motivação de ódio ao sexo feminino, estaria se violando a isonomia e igualdade, por não ter característica qualificadora agravante, em crimes contra outro sexo ou gênero. Toda havia a igualdade preconizada atualmente pelo nosso ordenamento jurídico é a material, no sentido de tratar os iguais de formal igual e os desiguais de forma desigual, buscando assim a equidade e não somente a igualdade.
Reconhecer a condição hipossuficiente da mulher vítima de violência doméstica e/ou familiar não implica invalidar sua capacidade de reger a própria vida e administrar os próprios conflitos. Trata-se de garantir a intervenção estatal positiva, voltada à sua proteção e não à sua tutela. (HERMANN, 2007, p. 83-84.)
Fazendo uma interpretação taxativa da nova lei, como se pede a constituição, se excluiria de tal circunstancia agravante os delitos praticados contra travestis, transexuais, transgêneros e os crimes cometidos, por um homem contra o outro, ou, ainda, por uma mulher contra um homem. Possibilitando somente a interpretação restritiva da lei, se tratando de um “novatio legis in pejus”. Entretanto é do próprio intuito da lei, taxar e tipificar uma circunstância de crime especifico, militando contra um grave problema social, tendo, assim, que fazer-se o mesmo por meio de novas leis contra os crimes por essa não taxados
Finalizando as supostas violações a constituição brasileira de 1988 pensamento, se viola, também, o princípio do ne bis in idem, pois a violação à vida será duplamente valorada. Outrossim, na pratica não é bem isso que acontece, pois, não a dupla pena ou valorização do crime, apenas o enquadramento da violação em circunstância agravadora especifica, que resulta em um aumento de pena. 
Para concluir tal tópico, como observado, a os dois lados, e, como é de praxe dentro do direito, a questão de haver inconstitucionalidade ou não depende do ponto de vista de cada estudioso. Porquanto, o Supremo Tribunal Federal (STF), órgão responsável pela defesa da constituição brasileira, tem parecer favorável a constitucionalidade da lei em questão, o que deixa tal discussão apenas no plano ideológico, pois, na pratica, a decisão desse órgão é soberana. 
3.3 QUANTO A EFICÁCIA DA APLICAÇÃO DA LEI 
A mudança no pensamento machista e patriarcal da sociedade, é de eminente necessariedade. Assim uma medida no âmbito jurídico, para a tipificação do crime de feminicídio, lembrando que no Código Penal Brasileiro não há crime sem tipificação anterior a ele, fez se necessária para tal mudança. 
Historicamente, o aumento da quantidade de pena e a inclusão do delito como hediondo, isoladamente, não se fazem suficientes para coibir o delito a que combatem. Todavia, não se pode excluir o caráter preventivo da lei, pois, um aumento substancial na pena, como o previsto, interfere na realização desse. 
Se o prazer e a dor são os dois grandes motores dos seres sensíveis; se, entre os motivos que determinam os homens em todas as suas ações, o supremo Legislador colocou como os mais poderosos as recompensas e as penas; se dois crimes que atingem desigualmente a sociedade recebem o mesmo castigo, o homem inclinado ao crime, não tendo que temer uma pena maior para o crime mais monstruoso, decidir-se-á mais facilmente pelo delito que lhe seja mais vantajoso; e a distribuição desigual das penas produzirá a contradição, tão notória quando frequente, de que as leis terão de punir os crimes que tiveram feito nascer. (BECCARIA, 1764, p. 123)
Concluindo, somente o tempo e novas pesquisas, como as já feitas, dirão se a tipificação do feminicídio e o agravamento da pena ao presente crime, diminuíram efetivamente a realização desse. Todavia o problema em questão é emergencial, e o Direito Penal explorando seu caráter preventivo devia se manifestar. Portanto, de fato, tal medida jurídica isoladamente não é por si suficiente, mas alinhada a políticas públicas, os resultados podem ser efetivos. 
4.CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Países latinos como a Costa Rica, o Chile, o Peru, El Salvador, Guatemala e México, também tipificaram o crime de feminicídio, buscando a diminuição do crime em questão. O que mostra a relevante necessidade da intervenção do Direito Penal na questão. 
A inserção do feminicídio como agravante ao crime de homicídio e no rol dos crimes hediondos é mais um instrumento jurídico de proteção para a mulher, que a séculos vemsendo alvo de atos violentos em seus mais altos e diversos graus. A efetividade da medida ainda não pode ser contestada, porem como exemplo de eficácia de mediadas parecidas, podemos citar a Lei Maria da Penha, onde um estudo do IPEA constatou que a lei trouxe impacto relevante na redução das taxas anuais de mortalidade de mulheres vítimas de violência.
É importante destacar a respeito das discussões de inconstitucionalidades na lei nº13.104 de 2015, que buscar a igualdade de gênero não é fingir que a desigualdade não existe. As normas devem levar em conta os desníveis sócios historicamente apresentados, e buscar medidas paliativas que buscam a equidade.
Para concluir, com a previsão específica do feminicídio haverá uma maior facilidade para catalogar, diferenciar e trabalhar no combate desse crime tão recorrente no País. Realmente a reação punitiva, por si só, não é suficiente para diminuir os números, a priore, a Lei não serve para diminuir o índice de feminicídio no Brasil, mas com certeza é uma arma no combate à desigualdade e discriminação.
5.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BARROSO, MARCOS PATRICK CHAVES. Lei nº13.104/15 – feminicídio e circunstâncias caracterizadoras de aumento de pena. Disponível em: http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=16621&revista_caderno=29. Acesso em: 09 mai. 2017
BECCARIA. Dos delitos e das penas. Disponível em:http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/delitosB.pdf. Acesso em: 09 mai. 2017
BRASIL, Lei Maria da Penha e Feminicídio:um basta à violência doméstica e de gênero. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/45944/lei-maria-da-penha-e-feminicidio-um-basta-a-violencia-domestica-e-de-genero. Acesso em: 12 out. 2017
BRASIL, Sancionada lei que inclui o feminicídio no rol de crimes hediondos. Disponível em:http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI216921,11049-Sancionada+lei+que+inclui+o+feminicidio+no+rol+de+crimes+hediondos.Acesso em: 09 mai. 2017
CIRINO, JUAREZ. Política Criminal: Realidades e Ilusões do Discurso Pena. In: Discursos Sediciosos Crime, Direito e Sociedade. Ano 7, n. 12, 2º semestre de 2002. Rio de Janeiro: Revan, 2002, p. 56
CONVENÇÃO DE BELÉM DO PARÁ. Disponível em:http://www.cidh.org/basicos/portugues/m.belem.do.para.htm. Acesso em: 09 mai. 2017
D’URSO, LUIZ FLAVIO FIZOLLA. Feminicídio: A luta continua. Disponível em:http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI217297,71043-Feminicidio+A+luta+continua. Acesso em: 09 mai. 2017
HERMANN, LEDA MARIA. Maria da Penha: lei com nome de mulher. Campinas: Servanda, 2007, pp. 83-84
ROXIN, CLAUS. Problemas fundamentais de direito penal. Lisboa, Vega Universidade, 1997, p. 27
SANTOS, BARBARA FERREIRA. Os números da violência contra mulheres no Brasil. Disponível em: http://exame.abril.com.br/brasil/os-numeros-da-violencia-contra-mulheres-no-brasil/. Acesso em: 09 mai. 2017. 
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