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IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 1 APOSTILA DE GEOTECNIA I Prof. Alexandre Gil Agosto - 2010 eng.alexandregil@gmail.com IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 2 ORIGEM E FORMAÇÃO DOS SOLOS 1 - CONCEITO O conceito da palavra solo é diferente dependendo da área de conhecimento. O significado mais comum dado a esta palavra na língua portuguesa é o de "chão" ou "superfície". A ABNT (NBR 6502) define solo como : “Material proveniente da decomposição das rochas pela ação de agentes físicos ou químicos, podendo ou não ter matéria orgânica.” Entre os agrônomos, solo é a parte agriculturável da crosta terrestre. Na Engenharia Civil é o material natural que forma a crosta terrestre porém de fácil desmonte, especialmente após submersão em água. O material mais resistente da crosta terrestre, onde é necessário explosivos para seu desmonte é chamado de rocha pelos engenheiros civis. Para o geólogo este conceito de fácil ou não desmonte para caracterizar solo ou rocha não é aceito. Para ele tanto são rochas o granito e o basalto quanto a areia, o pedregulho e a argila (Rodrigues, 1976). Vargas (1978) cita o caso de escavações para a construção do Metrô de São Paulo executadas em solo argiloso, sem o auxílio de explosivos. Entretanto, os geólogos que lá trabalhavam se referiam a estas argilas como uma rocha sedimentar perfeitamente definida. O geólogo chama a porção desagregável que recobre a rocha de regolito (gr. regos = cobertor). Ainda de acordo com a ABNT / NBR 6502, os solos são classificados em relação ao tamanho dos grãos em: TEXTURA NOME TAMANHO DOS GRAOS (mm) MAIOR QUE MENOR QUE Solos grossos pedregulhos 2,0 60,0 areias 0,06 2,0 Solos finos siltes 0,002 0,06 argilas 0,002 2 - ORIGEM A origem imediata ou remota de um solo é sempre a decomposição das rochas por intemperismo. Entende-se por intemperismo o conjunto de processos que ocorrem na superfície terrestre que ocasionam decomposição dos minerais das rochas pela ação de agentes atmosféricos e biológicos. Pode ocorrer que um solo retorne à condição de rocha, em um processo chamado de litificação, que, se for muito intenso, formará rochas metamórficas. IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 3 3 - MECANISMO DE FORMAÇÃO Os fatores que mais influenciam na formação dos solos são: clima, o tipo de rocha, a vegetação, o relevo e o tempo de atuação destes fatores. Dentre estes destaca-se o clima. A mesma rocha poderá formar solos completamente diferentes se a decomposição ocorre sob clima diferente. Por outro lado, diferentes rochas podem formar solos semelhantes quando a decomposição ocorre em clima semelhante. Pode-se dizer que, sob o mesmo clima, a tendência é formar-se o mesmo tipo de solo ainda que as rochas sejam diferentes. Os mecanismos de ataque às rochas podem ser incluídos em dois grupos: - desintegração mecânica: refere-se à intemperização das rochas por agentes físicos, tais como: - variação periódica de temperatura - que provoca a expansão e contração das rochas e por conseqüência, fraturas que aumentam com o tempo; - congelamento da água nas juntas e gretas - como a água dilata quando congela, este processo amplia as fraturas; - efeito de raízes - é visível em calçadas quando estas se quebram em função do crescimento das raízes. - decomposição química: quando agentes químicos atacam as rochas, modificando sua constituição mineralógica. A desintegração mecânica quase sempre chega a formar areias (excepcionalmente chega a formar siltes). A decomposição química geralmente forma argila como último produto. A oxidação, hidrólise, dissolução e o ataque por água que contenha ácidos orgânicos são os principais agente da decomposição química. É a falta de água que faz com que, nos desertos, os fenômenos de decomposição química não se desenvolvam, motivo pelo qual a areia predomina nestas zonas. A análise das pedras trazidas da Lua mostra uma composição semelhante às nossas só que sem a decomposição química uma vez que não há água na Lua. Um exemplo típico de formação é o chamado solo residual de granito também chamado de solo de alteração de granito e bastante comum no Brasil: o granito (rocha constituída pelos minerais: quartzo, feldspato e mica), em um clima tropical úmido, sofre o seguinte processo de decomposição: depois de formado e trazido à superfície da crosta terrestre, é fraturado pela alternância de temperatura. Em seguida começa o ataque químico da água acidulada, geralmente com gás carbônico proveniente da decomposição de vegetais. Essa acidulação é proporcional à temperatura e, portanto, bem mais efetiva nos países tropicais. O feldspato presente é atacado. A rocha desmancha-se e os grãos de quartzo, que não são decompostos, soltam-se formando areia e pedregulho. O feldspato decomposto, vai dar argilas e sais solúveis, que são carreados pela água. Algumas espécies de mica sofrem processo de alteração semelhante ao do feldspato, formando argila, enquanto outras resistem e vão formar as palhetas brilhantes presentes nos solos micáceos. Se a rocha matriz for basalto, resultará, predominantemente, argila, pois o basalto não contém quartzo. Como exemplo pode ser citado a terra roxa da bacia do rio Paraná, um solo argiloso IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 4 com grande fertilidade, produto da decomposição do maior derrame de basalto que se tem notícia no planeta.. 4 - TIPOS DE SOLO Em função do mecanismo de formação, costuma-se dividir os solos em três grandes grupos: - Residual - aquele que permaneceu no local da rocha de origem. Obedece uma gradual transição de solo até rocha e por isto mesmo sua resistência é crescente com a profundidade. - Sedimentar - que sofreu a ação de agentes transportadores. Devido à variação que pode haver em camadas sobrepostas é neste tipo de solo que surge a maioria dos problemas de fundações. Uma camada subjacente pode ter maior compressibilidade e menor resistência que a sobrejacente e a sondagem, por algum motivo, não atingiu a profundidade suficiente para detectá-la. - Orgânico - quando mistura-se ao solo de origem mineral, matéria de origem orgânica. Há casos onde praticamente não há partículas minerais, como os solos turfosos. Para o engenheiro geotécnico o solo orgânico é de péssima qualidade devido a sua alta compressibilidade e baixa resistência. Para o agrônomo, devido a sua fertilidade, o solo orgânico é ótimo. 4.1 - FORMAÇÃO DOS SOLOS SEDIMENTARES Há quatro principais agentes transportadores: - a gravidade, que forma o solo coluvionar; - a água, que forma o solo aluvionar; - o vento, que forma o solo eólico; - as geleiras, que formam o solo glacial. 4.1.1 - SOLO COLUVIONAR O solo desprende-se e cai por gravidade para o sopé da montanha. O tálus é um exemplo de solo coluvionar embora seja mais granular que o colúvio tradicional. IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 5 4.1.2 - SOLO ALUVIONAR A água é o mais efetivo agentetransportador. Geralmente o solo é transportado de montanhas ou regiões mais altas pelos rios e enxurradas. As partículas vão se depositando de acordo com seu diâmetro a medida que a velocidade de escoamento da água diminui. Desta forma a água é um agente transportador bastante seletivo sendo comum nas embocaduras dos rios solos muito finos cujas partículas (colóides) se depositaram devido a formação de flóculos pela ação da água do mar. Um grave problema do mundo moderno são as enchentes. O escoamento superficial das águas, agindo como agente de erosão e transporte, contribui para aumentar o problema provocando o assoreamento dos rios. Deve-se registrar que a ação antrópica ligada ao desmatamento, é a causa principal do assoreamento (Leinz & Amaral, em seu excelente livro “Geologia Geral”, citam que, a perda anual de solo em uma floresta natural é da ordem de 4 kg por hectare; a NT atual NT antigo colóides fluxo IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 6 transformação desta floresta em pastagem aumenta esta perda para 700 kg por hectare e em uma plantação de algodão, para 38000 kg por hectare). Os mesmos autores chamam atenção para a impressionante capacidade de transporte dos rios. Estimam que o volume de detritos mais sais solúveis carreados pelo rio Amazonas em uma ano equivale a um cubo de 620 m de aresta. Um rio pequeno como o Paraíba do Sul transporta diariamente cerca de 15000 t em suspensão (174 kg por segundo). 4.1.3 - SOLO EÓLICO A força dos ventos pode transportar partículas de solo por centenas de kilômetros de distância (há registros de transporte de grãos de areia pelo vento do Saara até a Inglaterra, ± 3200 Km). A deposição deste material pode acarretar graves problemas de soterramento dos prédios e na fertilidade do solo. No Brasil, felizmente as condições não favorecem ao surgimento de ventos com grande intensidade, mesmo assim, há o registro de uma intensa deposição eólica na vila de Itaúna, no Espírito Santo, que soterrou cerca de 100 residências, a igreja local e o cemitério. As dunas da região chegam a 30 m de altura. A Lagoa dos Patos necessita de um serviço contínuo de dragagem para evitar seu assoreamento por partículas trazidas pelo vento O vento seleciona mais ainda que a água. Quando há mudança de direção ocorre estratificação cruzada. Os solos eólicos mais conhecidos são o Loess (cobrem grandes áreas na Alemanha, Argentina, Rússia e China onde chegam a formar paredões verticais de atá 150 m de altura; não há registro de sua ocorrência no Brasil) e as dunas das praias. O deslocamento das dunas pode também criar problemas para os moradores da região litorânea. Ë usual a fixação destas dunas com cercas interceptando seu caminho. O plantio de vegetação do tipo psamofítica (que tem preferência por solos arenosos) também serve para esta finalidade. 4.1.4 - SOLO GLACIAL O gelo é um agente transportador muito importante uma vez que em eras anteriores, cerca de 30% da superfície dos continentes era coberta por gelo perene. Destas regiões, em virtude de desequilíbrio entre a quantidade de gelo que se forma e a que se funde, grandes massas se deslocam a uma velocidade muito pequena (alguns metros por ano, embora as geleiras da Groelândia possam atingir velocidades de até 24 m/dia). Quando ocorre o degelo, o material incorporado nas geleiras durante sua movimentação, que pode chegar a 50% do volume da geleira, se deposita no mesmo local, formando um solo altamente heterogêneo, e por isto mesmo problemático como terreno de fundação. O Brasil, há cerca de 200 milhões de anos, sofreu intensa atividade glacial, havendo claros vestígios desta atividade no Sul do país muito embora a ocorrência de solos glaciais em nosso país seja pequena. IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 7 4.2 - FORMAÇÃO DE SOLOS ORGÂNICOS A formação dá-se ou pela impregnação de matéria orgânica (húmus) em sedimentos pré- existentes, ou ainda pela decomposição da matéria orgânica que já ocorria nos sedimentos. Uma parte dos produtos da decomposição da matéria orgânica é escura e relativamente estável, e impregna os solos orgânicos: é o húmus. Por ser facilmente carreado pela água, em suspensão, o húmus só impregna permanentemente os solos finos (as argilas, os siltes e, em pequena escala, as areias finas). Assim, não ocorrem areias grossas orgânicas ou pedregulhos orgânicos. Quando a matéria orgânica provém de decomposição sobre o solo de grande quantidade de folhas, caules e troncos de plantas forma-se um solo fibroso, essencialmente de carbono, de alta compressibilidade e baixíssima resistência, que se chama turfa. Provavelmente este é pior tipo de solo para os propósitos do engenheiro geotécnico. A diferença entre argilas e siltes orgânicos e a turfa está no fato de que os primeiros são mais pesados, pois a turfa, tendo grandes teores de carbono, é de densidade menor. Por outro lado, a turfa é combustível quando seca e os outros não o são. 5 - COMPOSIÇÃO QUÍMICA E MINERALÓGICA DOS SOLOS Os minerais que formam os solos são os mesmos das rochas de origem, além de outros que surgem na decomposição química. Os principais minerais que ocorrem na crosta terrestre são o feldspato (60%), anfibólios e piroxênios (17%), quartzo (12%) e as micas (4%): - o feldspato forma o grupo mais importante como constituinte das rochas. São translúcidos ou opacos. - os piroxênios e anfibólios são minerais de aparência muito similar. Com cor quase preta e clivagem segundo 2 planos quase perpendiculares nos piroxênios e oblíquos nos anfibólios. - o quartzo tem alta resistência química e física. Predominantemente, apresenta-se na cor branca ou incolor. Brilho vítreo, transparente ou opaco. É usado como matéria prima para fabricação do vidro. - a mica caracteriza-se pela ótima clivagem laminar e boa elasticidade. Cor desde incolor, amarelada (moscovita ou mica branca) a preta (biotita ou mica preta). É usada na indústria elétrica como isolante. 5.1 - SOLOS GROSSOS Quanto à composição química, os principais minerais dos solos grossos são: - silicatos (feldspato, mica) - óxidos (quartzo, hematita, magnetita, limonita) - carbonatos (calcita, dolomita) IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 8 - sulfatos (gesso, anidrita) Nos solos grossos, o comportamento mecânico e hidráulico está ligado, principalmente, à compacidade e orientação das partículas, pelo que a constituição mineralógica é, até certo ponto, secundária. 5.2 - SOLOS FINOS Partindo dos inúmeros minerais principalmente dos feldspatos, os agentes da decomposição química chegam a um produto final: a argila. A investigação dos componentes mineralógicos das argilas é de grande importância, pois o comportamento mecânico destas é função, principalmente, de sua estrutura a qual é fortemente influenciada pela constituição mineralógica. As argilas são constituídas por pequeníssimos minerais cristalinos, chamados minerais argílicos. A estrutura dos minerais argílicos é composta por duas unidades cristalográficas fundamentais: uma com a configuração de um tetraedro, formada por um átomo de silício eqüidistante de quatro átomos de oxigênio, e a outro representada por um octaedro, em que um átomo de alumínio, no centro, é envolvido por seis átomos de oxigênio, ou grupos de oxidrilas. SILICAGIBSITA Si Al IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 9 A associação destes elementos formam as diversas espécies de minerais argílicos: PRINCIPAIS MINERAIS ARGÍLICOS CAOLINITAS O mineral argílico das argilas do grupo da caolinitas é formado por unidades de silício e alumínio unidas alternadamente, conferindo-lhes uma estrutura rígida. A ligação entre as unidades é suficientemente firme para não permitir a penetração de moléculas de água entre elas. Em conseqüência as caolinitas são relativamente estáveis em presença da água . MONTMORILONITAS O mineral argílico destas argilas é formado por uma unidade de alumínio entre duas de silício. As ligações entre estas unidades, não sendo suficientemente firmes para impedir a entrada de moléculas de água, tornam as montmorilonitas muito expansivas, e portanto instáveis, em presença de água. As bentonitas, argilas do grupo das montmorilonitas, são muito usadas como contenção das paredes de furos de sondagem e de estacas escavadas. ILITAS Estruturalmente análogas às montmorilonitas, são, porém, menos expansivas, devido principalmente às ligações de íons de potássio entre os minerais argílicos. IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 10 ESTRUTURA DOS SOLOS É o arranjo das partículas do solo entre si. Os tipos de estrutura mais comumente aceitos são: Em água salgada (com alta concentração iônica, Na+), os grãos tendem a flocular antes de sendimentarem. Devido a este fato, não ocorre sendimentação de grãos isolados, mas de flóculos sob ação de gravidade, dispondo-se ao acaso. Em água doce, os grãos sendimentam isoladamente, tendendo a se disporem uniformemente. FORMA DAS PARTÍCULAS As partículas apresentam-se geralmente sob uma das 3 formas seguintes. - Equidimensional: todas as 3 dimensões são equivalentes. É o tipo predominante em pedregulhos, areias e siltes. Subdivide-se em: - Arredondada - Sub-arredondada granular compacta granular fofa Figura 1 - Estrutura dos Solos Granulares floculada dispersa Figura 2 - Estrutura dos Solos Coesivos IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 11 - Sub-angulosa - Angulosa - Lamelar: 2 dimensões predominam sobre a terceira. Predomina nas argilas. - Fibrilar: 1 dimensão predomina sobre as outras. Predomina nos solos turfosos. A forma da partícula tem influência decisiva em algumas propriedades mecânicas importantes, como compressibilidade. SUPERFÍCIE ESPECÍFICA É a soma das superfícies de todas as partículas contidas na unidade de volume ou de massa do solo. Imaginando-se uma partícula de forma cúbica incialmente com 1 centímetro de aresta e subdividindo-a em cubos cada vez menores, tem-se: aresta volume da partícula nº de part. na unidade de vol. área de cada partícula Superfície Específica (cm) (cm3) (cm2) (cm2/cm3) 1 1 1 6 6 10-1 10-3 103 6 x 10-2 6 x 10 10-2 10-6 106 6 x 10-4 6 x 102 10-4 10-12 1012 6 x 10-8 6 x 104 Conclui-se que, quanto mais fino o solo, maior sua superfície específica, sendo esta uma das principais razões da diferença entre as propriedades físicas dos solos grossos para os solos finos, uma vez que as forças elétricas atuam na superfície das partículas. Quanto maior a superfície específica maior a influência das forças elétricas. Nos solos grossos predominam as forças gravitacionais, e nos solos finos, por terem uma grande superfície específica, predominam as forças elétricas. Para minerais argílicos: - Caolinitas - 10 m²/g - Ilitas - 80 m²/g - Montmorilonitas - 800 m²/g IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 12 SENSIBILIDADE - Is É a relação entre a resistência à compressão simples de uma amostra indeformada e a resistência à compressão simples da mesma amostra amolgada, na mesma umidade. I s Rc R c Is Rc R c R es ist ên ci a à C om pr es sã o (k Pa ) R c R c ' F ig u r a 3 - C u r v a te n sã o x D e fo r m a ç ã o R es ist ên ci a à C om pr es sã o (k Pa ) R c R c ' F ig u r a 3 - C u r v a te n sã o x D e fo r m a ç ã o Se: Is ≤ 1 - insensível 1 < Is ≤ 2 - baixa sensibilidade 2 < Is ≤ 4 - média sensibilidade 4 < Is ≤ 8 - sensível Is > 8 - extra sensível TIXOTROPIA É a recuperação, com o tempo, da resistência do solo amolgado. Deve-se a gradual reorientação das partículas de uma estrutura dispersa para uma floculada, acompanhada de uma reorientação das moléculas de água da camada adsorvida para uma estrutura mais ordenada (MITCHELL, 1960) Um exemplo de argila com propriedades tixotrópicas é a BENTONITA, argila do grupo das montmorilonitas, muito usada em serviços de engenharia que envolvam escavações em solos (paredes diafragmas, sondagens, etc...). IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 13 ÍNDICES FÍSICOS 1 - INTRODUÇÃO. Em um solo ocorrem, geralmente, 3 fases: - sólida (as partículas minerais) - líquida (a água) - gasosa (o ar) A ocorrência só das fases sólida e líquida é bastante comum. Neste caso todos os vazios do solo encontram-se ocupados por água e o solo é chamado saturado. Em condição natural não se encontram solos secos (fase sólida + ar). Em laboratório isto pode ser conseguido facilmente mas torna-se necessário definir o que é solo seco uma vez que as partículas de argila têm uma película de água que as envolve, chamada água adsorvida. Esta água está submetida a pressões altíssimas (encontra-se inclusive congelada à temperatura ambiente) e faz parte da estrutura do solo. Dependendo da temperatura de secagem, parte ou até toda água adsorvida pode ser removida junto com a água livre dos vazios o que daria diferentes pesos secos em função da temperatura da estufa. Para resolver isto, convenciona-se em Mecânica dos Solos que solo seco é aquele que apresenta constância de peso em duas pesagens consecutivas após secagem em uma estufa de 105 a 110.̊ 2 - PRINCIPAIS ÍNDICES FÍSICOS Admita-se a abstração apresentada na figura abaixo em que as 3 fases possam permanecer isoladas. À esquerda está a coluna de volume e à direita a coluna de peso: onde: Vt = volume total da amostra Vs = volume da fase sólida da amostra Vw = volume da fase líquida Va = volume da fase gasosa Vv = volume de vazios da amostra = Va + Vw Wt = peso total da amostra Wa = peso da fase gasosa da amostra (considerado nulo) Ws = peso da fase sólida da amostra Ww = peso da fase líquida obs.: como considera-se o peso da fase gasosa igual a zero, o peso da fase sólida é igual ao peso seco da amostra Va Vw Vs Vv Vt Ww Ws Wt AR ÁGUA SÓLIDOS IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 14 2.1 - PESO ESPECÍFICO DAS PARTÍCULAS - γg É o peso da fasesólida por unidade de volume. Sendo uma relação de força por volume a unidade mais usada é o kN/m3 ou um seu (sub) múltiplo. γg Ws Vs γg Ws Vs obs.: a massa específica dos grãos ( ρg ), usada no ensaio de granulometria por sedimentação é uma relação de massa por volume; a unidade mais usada é g/cm3 ou um seu (sub)múltiplo. 2.2 - DENSIDADE RELATIVA DOS GRÃOS - Gs É a razão entre a massa ou o peso específico da parte sólida e a massa ou o peso específico de igual volume de água pura a 4̊C. Como é uma relação de massas ou de pesos específicos, Gs é adimensional. Gs γg γw(a 4C) Gs γg γw(a 4C) O valor de Gs pode ser uma indicação do tipo de solo. Se: Gs < 2.5 → solo orgânico 2.6 < Gs < 2.8 → solo inorgânico Gs > 2.9 → solo contendo ferro. 2.3 - TEOR DE UMIDADE - w É a relação entre a massa ou o peso da água contida no solo e a massa o ou peso de sua fase sólida, expressa em percentagem. w(%) Ww Ws × 100w(%) Ww Ws × 100 A umidade varia teoricamente de 0 a ∞. Os maiores valores conhecidos são os de algumas argilas japonesas que chegam a 1400%. 2.4 - ÍNDICE DE VAZIOS - e É a relação entre o volume de vazios e o volume de sólidos. IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 15 e Vv Vs e Vv Vs Embora possa variar teoricamente de 0 a ∞, o menor valor encontrado para o índice de vazios é de 0.25 (para uma areia muito compacta com finos) e o maior de 15 (para uma argila altamente compressível). 2.5 - POROSIDADE - n É a relação entre o volume de vazios e o volume total da amostra, expressa em percentagem. Teoricamente varia de 0 a 100%. Na prática varia de 20 a 90%. n(%) Vv Vt × 100n(%) Vv Vt × 100 Embora o índice de vazios e a porosidade sejam análogos, o primeiro tem a vantagem de envolver apenas uma variável Vv. Observar que: n Vv Vt Vv Vs Vt Vs Vv Vs Vs Vv Vs Vv Vs 1 Vv Vs n Vv Vt Vv Vs Vt Vs Vv Vs Vs Vv Vs Vv Vs 1 Vv Vs O que leva a: 2.6 - GRAU DE SATURAÇÃO - Sr É a relação entre o volume de água e o volume de vazios de um solo, expressa em percentagem. Sr(%) Vw Vv × 100Sr(%) Vw Vv × 100 IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 16 Varia de 0% para um solo seco a 100% para um solo saturado. 2.7 - PESO ESPECÍFICO APARENTE (OU NATURAL) - γ (ou γnat) É a relação entre o peso total e volume total da amostra. γ Wt Vt γ Wt Vt 2.8 - PESO ESPECÍFICO APARENTE DE UM SOLO SECO - γd É definido como o peso específico aparente para a situação de umidade nula. γd Ws Vt γd Ws Vt Normalmente o γd é obtido com as equações a seguir: γd Ws Vt Ws Wt Vt Wt Ws Ww Ws Vt Wt 1 Ww Ws Ws 1 Wt Vt 1 1 w 1 γ γd Ws Vt Ws Wt Vt Wt Ws Ww Ws Vt Wt 1 Ww Ws Ws 1 Wt Vt 1 1 w 1 γ o que leva: γd γ 1 wγd γ 1 w Da mesma forma: IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 17 γ Wt Vt Ws Ww Vs Vv Ws (1 Ww Ws ) Vs (1 Vv Vs ) γg 1 w 1 eγ Wt Vt Ws Ww Vs Vv Ws (1 Ww Ws ) Vs (1 Vv Vs ) γg 1 w 1 e Logo γ 1 w1 e × G × γw G G × w 1 e × γw γ G S × e1 e × γw γ 1 w1 e × G × γw G G × w 1 e × γw γ G S × e1 e × γw Se o solo é seco: Sr = 0 e γ = γd, logo: 2.9 - PESO ESPECÍFICO APARENTE DE UM SOLO SATURADO - γsat: É a relação entre o peso da amostra saturada e o volume total. γsat Wsat Vt γsat Wsat Vt Se o solo é saturado: Sr = 1 e γ = γsat, logo, na expressão tem-se: γsat G e 1 e × γwγsat G e 1 e × γw IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 18 2.10 - PESO ESPECÍFICO SUBMERSO - γsub É a relação entre o peso da amostra submersa e o volume total. γsub Wsub Vt γsub Wsub Vt Se o solo está submerso, passa a atuar nas partículas o empuxo de água (E) que é uma força vertical, de baixo para cima, igual ao peso do volume de água deslocado. Neste caso teremos: Wsub = Wsolo - E V * γsub = V . γsat - V . γw γsub = γsat - γw NA NT˜˜ IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 19 2.11 RELAÇÕES DIVERSAS Da equação tira-se: γd γg 1 eγd γg 1 e tem-se então e γg γd 1e γg γd 1 IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 20 3 - ESQUEMA DEMONSTRATIVO Determina-se em laboratório: Vt =volume total da amostra, através de medições diretas na amostra, por imersão em mercúrio ou pela balança hidrostática. Wt = peso da amostra Wd = peso seco da amostra Gs = densidade relativa dos grãos. Wt Vt w Wt - Wd Wd g G w g d e - 1 d 1 + w n e 1 + e S G w e satw G + e 1 + e sub = sat - w G Vt Wt Wd IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 21 4 - PROBLEMAS RESOLVIDOS E PROPOSTOS 1 - Um recipiente de vidro e uma amostra indeformada de um solo saturado tem massa de 68.959 g. Depois de seco baixou para 62.011 g. A massa do recipiente é 35.04 g e o peso específico dos grãos é 28 kN/m3. Determine o índice de vazios, a porosidade e o teor de umidade da amostra original. TEOR DE UMIDADE - w Ww 68.959 x 9.81 62.011 x 9.81 6.948 x 9.81 kN Ws 62.011 x 9.81 35.046 x 9.81 26.965 x 9.81 kN Ww 68.959 x 9.81 62.011 x 9.81 6.948 x 9.81 kN Ws 62.011 x 9.81 35.046 x 9.81 26.965 x 9.81 kN logo: w 6.948 x 9.8126.695 x 9.81 x 100 25.8%w 6.948 x 9.81 26.695 x 9.81 x 100 25.8% ÍNDICE DE VAZIOS – e Se Gw como S 1 temse: e 2.8 x 0.258 0.72Se Gw como S 1 temse: e 2.8 x 0.258 0.72 POROSIDADE - n n e1 e 0.72 1 0.72 x 100 42%n e 1 e 0.72 1 0.72 x 100 42% 2 - Uma amostra de solo saturado tem um volume de 0.028 m3 e massa de 57.2 kg. Considerando que os vazios estão tomados por água, determinar o índice de vazios, a porosidade e o teor de umidade deste solo. Considerar Gs = 2.79 e γw = 10 kN/m3. IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-600022 ÍNDICE DE VAZIOS: γ γsat Wt Vt 0.0572 x 100.0283 20.2 kN m 3 γsat G e 1 e x γw 20.2 2.79 e 1 e x 9.81 e 0.755 γ γsat Wt Vt 0.0572 x 100.0283 20.2 kN m 3 γsat G e 1 e x γw 20.2 2.79 e 1 e x 9.81 e 0.755 POROSIDADE: n 0.7551 0.755 × 100 43%n 0.755 1 0.755 × 100 43% TEOR DE UMIDADE: w 1 x 0.7552.79 x 100 27%w 1 x 0.755 2.79 x 100 27% 3 - O volume de uma amostra irregular de solo parcialmente saturado foi determinado, cobrindo- se a amostra com cera e pesando-a ao ar e debaixo d'água. Encontre o γd e o Sr deste solo sabendo que: peso total da amostra ao ar = 1.806 N peso da amostra envolta em cera, ao ar = 1.993 N peso da am. envolta em cera, submersa = 0.783 N umidade da amostra = 13.6% densidade dos grãos = 2.61 peso específico da água = 10 kN/m3 peso específico da cera = 8.2 kN/m3. Empuxo = Wao ar - Wsub = 1.993 - 0.783 = 1.21 N Peso da cera = 1.993 - 1.806 = 0.187 N IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 23 Vt Vc Vam Vt E γw 1.21 x 10 3 10 x 10 6 121 cm 3 Vc Wc γc 0.187 x 10 3 8.2 x 10 6 22.8 cm 3 Vam 121 22.8 98.2 cm 3 Vt Vc Vam Vt E γw 1.21 x 10 3 10 x 10 6 121 cm 3 Vc Wc γc 0.187 x 10 3 8.2 x 10 6 22.8 cm 3 Vam 121 22.8 98.2 cm 3 logo γd: γ Wam Vam 1.806 x 10 3 98.2 x 106 18.4 kN m3 γd γ 1 w 18.4 1 13.6100 16.2 kN m3 γ Wam Vam 1.806 x 10 3 98.2 x 106 18.4 kN m3 γd γ 1 w 18.4 1 13.6100 16.2 kN m3 para e : e γg γd 1 2.61 x 1016.2 1 0.611e γg γd 1 2.61 x 1016.2 1 0.611 Va Vw Vs Vv Vt AR ÁGUA SÓLIDOS CERAVc Vam IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 24 para S: G x w S x e S 2.61 x 13.6100 0.611 x 100 58.1% G x w S x e S 2.61 x 13.6100 0.611 x 100 58.1% 4 - Uma amostra de solo saturado tem o volume de 0.0396 m3 e massa de 79.2 kg. A densidade real dos grãos é 2.75. a) considerando que os vazios estão tomados por água pura, determinar o teor de umidade e o índice de vazios deste solo. b) considerando agora que a água dos vazios seja salgada (com os sais totalmente dissolvidos), tendo o peso específico de 10.1 kN/m3, determinar o peso de água pura, o peso do sal e o índice de vazios desta amostra a) ρ 0.07920.0396 2 t/m 3 γ G e1 e γw 2 x 9.8 2.75 e1 e 9.8 e 0.75 G w S e w 27.27% ρ 0.07920.0396 2 t/m 3 γ G e1 e γw 2 x 9.8 2.75 e1 e 9.8 e 0.75 G w S e w 27.27% IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 25 b) Vv Vw Vw¯ onde Vw¯ volume da água salgada Vam Vs Vv Vs Vw¯ Vam Ws γg Ww¯ γw¯ Wam Ws Ww¯ Ws Wam Ww¯ Vam Wam Ww¯ γg Ww¯ γw¯ Vv Vw Vw¯ onde Vw¯ volume da água salgada Vam Vs Vv Vs Vw¯ Vam Ws γg Ww¯ γw¯ Wam Ws Ww¯ Ws Wam Ww¯ Vam Wam Ww¯ γg Ww¯ γw¯ 0.0396 79.2 E3 x 9.81 Ww¯2.75 x 9.81 Ww¯ 10.1 Ww¯ 174.36 N Vw¯ Ww¯ γw¯ 0.0173 m3 Vw¯ Vw Ww Vw x 9.81 169.35 N Wsal Ww¯ Ww 5.01 N e Vv Vs Vw¯ Vam Vw¯ 0.77 0.0396 79.2 E3 x 9.81 Ww¯2.75 x 9.81 Ww¯ 10.1 Ww¯ 174.36 N Vw¯ Ww¯ γw¯ 0.0173 m3 Vw¯ Vw Ww Vw x 9.81 169.35 N Wsal Ww¯ Ww 5.01 N e Vv Vs Vw¯ Vam Vw¯ 0.77 5 - Um certo volume de lodo (resíduo industrial) deverá ser estocado em laboratório para deposição de sólidos. Sabe-se que o lodo contém 20% em peso de sólidos, sendo seu peso específico 11.28 kN/m3. Após sedimentação total foi retirada uma amostra indeformada do sedimento, tendo um volume de 35.4 cm3 e massa de 50.3 g. Depois de seca em estufa esta amostra teve sua massa alterada para 22.5 g. Determinar o peso específico dos grãos, o índice de vazios do lodo e o índice de vazios do sedimento. IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 26 LODO: Ws 0.20 Wt w Ww Ws 100 Wt Ws 1 100 Wt0.20 Wt 1 100 400% Considerando que: γ G S e1 e γw e G w S e temse: e G (1 w) γ γw 1 11.87 SEDIMENTO ρ 50.335.4 1.42 g cm 3 γ 1.42 . 9.8 kN m 3 w 50.3 22.522.5 100 123.5% 1.42 . 9.8 G e1 e 9.8 como o sedimento está saturado: G w e logo: G 2.95 γg 29.04 kN m3 e 3.66 LODO: Ws 0.20 Wt w Ww Ws 100 Wt Ws 1 100 Wt0.20 Wt 1 100 400% Considerando que: γ G S e1 e γw e G w S e temse: e G (1 w) γ γw 1 11.87 SEDIMENTO ρ 50.335.4 1.42 g cm 3 γ 1.42 . 9.8 kN m 3 w 50.3 22.522.5 100 123.5% 1.42 . 9.8 G e1 e 9.8 como o sedimento está saturado: G w e logo: G 2.95 γg 29.04 kN m3 e 3.66 6 - Duas porções de solo (1) e (2) da mesma amostra apresentam respectivamente w1 = 10% e w2 = 25%. Quanto da porção (1) deve ser acrescentado à porção (2) para obter-se a umidade final da mistura igual a 22% ? w Ww Ws Wt Ws 1w Ww Ws Wt Ws 1 IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 27 para: w1 0.10 Wt1 Ws1 1.10 w2 0.25 Wt2 Ws2 1.25 wf 0.22 Wtf Wsf 1.22 para: w1 0.10 Wt1 Ws1 1.10 w2 0.25 Wt2 Ws2 1.25 wf 0.22 Wtf Wsf 1.22 Da última expressão tirase: Wt1 Wt2 Ws1 Ws2 1.22 ou ainda: Wt1 Wt2 Wt1 1.10 Wt2 1.25 1.22 daí tirase: Wt1 Wt2 0.22 Da última expressão tirase: Wt1 Wt2 Ws1 Ws2 1.22 ou ainda: Wt1 Wt2 Wt1 1.10 Wt2 1.25 1.22 daí tirase: Wt1 Wt2 0.22 7 - Uma camada arenosa de e = 0.60 e Sr = 50%, sofreu o efeito de um terremoto de tal forma que a espessura desta camada reduziu-se em 3% da espessura inicial. Pede-se o índice de vazios e o grau de saturação desta areia depois do terremoto. (Resp.: e = 0.55 ; Sr = 54.3%) 8 - Um solo saturado tem um peso específico aparente de 18.83 kN/m3 e umidade de 32.5%. Calcular o índice de vazios e o peso específico dos grãos do solo. IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 28 (Resp.: e = 0.89 ; γg = 26.86 kN/m3). 9 - Em um solo saturado são conhecidos o peso específico aparente (γ = 20.1 kN/m3) e seu teor de umidade (w = 23%). Encontre a densidade relativa dos grãos deste solo. (Resp.: Gs = 2.71) 10 - Em um solo saturado Gs = 2.55 , γnat = 17.65 kN/m3. Calcule o índice de vazios e a umidade deste solo. (Resp.: e = 0.94 ; w = 36.8%) 11 - A massa de uma amostrade argila saturada é 1526 g. Depois de seca em estufa passa a ser 1053 g. Se Gs = 2.7, calcule e, n, w, γ, γd. (Resp.: e = 1.21 ; n = 54.8% ; w = 44.9% ; γ = 17.4 kN/m3 ; γd = 11.9 kN/m3) 12 - Em uma amostra de solo parcialmente saturado são conhecidos o γsub, w, G. Encontre o peso específico seco, o índice de vazios e o grau de saturação em função das quantidades conhecidas. 13 - Um recipiente de vidro e uma amostra indeformada de um solo saturado pesaram 0.674 N. Depois de seco em estufa o peso tornou-se 0.608 N. O recipiente de vidro pesa 0.344 N e o peso específico dos grãos do solo é 27.5 kN/m3. Determinar o índice de vazios, a porosidade e o teor de umidade da amostra original. (Resp.: e = 0.70 ; n = 41.2% ; w = 25%) 14 - Por imersão em mercúrio o volume de uma amostra siltosa foi determinado igual a 14.83 cm3. Sua massa, no teor natural de umidade era 28.81 g e depois de seca em estufa 24.83 g. O peso específico dos grãos era 26.5 kN/m3. Calcule o índice de vazios e o grau de saturação da amostra. (Resp.: e = 0.61 ; Sr = 70.6%) 15 - Do perfil de terreno mostrado na figura retirou-se uma amostra a 6 m de profundidade. O peso da amostra foi de 0.39 N e após secagem em estufa foi de 0.28 N. Sabendo-se que Gs = 2.69, pede-se: w, n, e, γnat, γsub. (m) 0 - ──────────────────────────────────────── NA 2 - ──── Areia 4 - ──────────────────────────────────────── Argila 8 - ──────────────────────────────────────── (Resp: w = 39%; e = 1.05; n = 51%; γsat = 17.8 kN/m3 ; γsub = 8.0 kN/m3) IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 29 16 - As amostras A, B ,C e D foram recolhidas por meio da cravação de um cilindro de aço de 1 litro de volume e massa de 100 g, com paredes suficientemente finas para não alterar o volume inicial da amostra. Foram tomadas todas as precauções para preservar a umidade da amostra até sua chegada em laboratório onde foram pesadas dentro do cilindro e depois levadas para uma estufa a 110̊ C até obter-se a constância de peso. Obtiveram-se os seguintes resultados: AMOSTRAS A B C D massa da amostra + cilindro (g) 1520 2050 1450 2030 massa da amostra seca (g) 1210 1640 1165 1720 Admitindo-se Gs = 2.65, determinar os pesos específicos aparentes e secos, os teores de umidade, os índices de vazios e os graus de saturação dessas amostras. Resp.: AMOSTRAS A B C D γ (kN/m3) 13.9 19.1 13.2 18.9 w (%) 17.4 18.9 15.9 12.2 γd (kN/m3) 11.9 16.1 11.4 16.9 E 1.19 0.62 1.28 0.54 S (%) 38.7 81.3 32.8 59.9 17 - Escavou-se um buraco em um terreno, retirando-se 1080 g de solo. Logo em seguida preencheu-se este buraco com 1500 g de uma areia seca com peso específico aparente de 18.63 kN/m3. Calcular o peso específico seco, o índice de vazios e o grau de saturação deste terreno sabendo-se que de uma parcela do solo retirado do buraco determinou-se a umidade do terreno em 14% e a densidade real dos grãos em 2.5. (Resp.: γd = 11.77 kN/m3 ; e = 1.08 ; Sr = 32.3%) 18 - Retirou-se uma amostra a 3 m de profundidade no perfil abaixo, com massa de 18.0 kg e volume de 0.011 m3. Sabendo-se que a densidade real dos grãos deste solo é 2.69, calcule: - o peso específico natural; - o peso específico submerso; - o índice de vazios; - a umidade - a porosidade. IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 30 0 - ─────────────────────────────────────────────────────── ─ areia medianamente compacta 2 - ─────────────────────────────────────────────────────── ─ NA 4 - ───── argila siltosa média 6 - ─────────────────────────────────────────────────────── ─ 19 - Uma areia tem emax = 0.97, emin = 0.45 e GC = 0.4. Sabendo-se que o peso específico dos grãos é igual a 25.3 kN/m3, pede-se: a) o γsat e o γd para esta areia tal como se encontra b) a espessura final da camada de areia caso o GC da areia em questão chegue a 0.65 e a espessura inicial da camada seja 3.0 m. c) os novos valores de γsat e γd para as condições finais do item "b". (Resp.: a) γsat = 18.60 kN/m3 ; γd = 14.35 kN/m3 - b) Hf = 2.78 m - c) γsat = 19.30 kN/m3 ; γd = 15.50 kN/m3. 20 - Retirou-se uma amostra de argila do fundo do mar. Para determinar seu volume, cobriu-se a amostra com parafina e determinou-se sua massa ao ar e debaixo d'água, obtendo-se: - massa da amostra ao ar = 12 Kg; - massa da amostra coberta com parafina ao ar = 13 Kg; - massa da amostra coberta com parafina debaixo d'água = 3.5 Kg; Admitindo-se que a água existente nos vazios da amostra tem peso específico de 10.3 kN/m3, pede-se o peso do sal contido nos vazios da amostra. Considerar: - peso específico da parafina = 8.2 kN/m3; - densidade real dos grãos = 2.65. 21 - Uma amostra de um solo argiloso apresentava os seguintes índices físicos: γnat = 18.5 kN/m3 , γg = 27 kN/m3 e w = 15%. De quanto se deve aumentar a umidade desta amostra para que ela fique completamente saturada ? (Resp.: w = 9.64%) IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 31 PLASTICIDADE Os solos arenosos são bem identificados por suas curvas granulométricas, isto é, areias ou pedregulhos de iguais curvas granulométricas comportam-se, na prática, de maneira semelhante desde que tenham a mesma compacidade. Isto não acontece nos solos finos. Pode-se encontrar siltes, argilas e solos argilosos de mesma curva granulométrica, com mesmo índice de vazios, mas com comportamentos diferentes. Pode-se definir a plasticidade como a propriedade de certos solos serem moldados sem variação de volume. Isto ocorre porque, a forma lamelar das partículas permite um deslocamento relativo entre elas, sem necessidade de variação de volume. Esta plasticidade dependerá também do teor de umidade da argila. A forma dos grãos possibilita que eles deslizem uns sobre os outros, desde que a água intersticial possa funcionar como uma partícula lubrificante. Entretanto, se existir água em demasia, as partículas como que estarão em suspensão e o corpo não será mais plástico e sim um líquido viscoso. Por outro lado, se existir pouca água, as forças capilares serão muito grandes e os grãos se aglutinarão, formando torrões quase sólidos, que não poderão ser moldados e, ao sofrerem esforços de deformação, se quebrarão. Considere-se uma amostra de argila com teor de umidade (w) muito alto. Ela estará como um líquido, ao que denominaremos estado líquido. A medida que água evapora, a amostra diminui de volume e endurece. Para um certo valor de w, ela perde sua capacidade de fluir, porém pode ser moldada facilmente e conservar sua forma. Ela encontra-se, agora, no estado plástico. A continuar a perda de umidade, o volume da amostra continua a decrescer. O estado plástico desaparece até que, para outro valor de w, o solo se desmancha ao ser trabalhando. Este é o estado semi-sólido. Se a secagem ainda continuar, ocorrerá a passagem para o estado sólido. A partir deste ponto a amostra não reduz mais de volume. Estes são os estados de consistência e suas fronteiras os limites de consistência, conforme mostra a figura. Estes limites dependem principalmente da: - Espécie mineralógica da fração argilosa; - Estrutura; - Forma e tamanho dos grãos; - Umidade.IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 32 DETERMINAÇÃO EM LABORATÓRIO DOS LIMITES DE CONSISTÊNCIA LIMITE DE LIQUIDEZ wL : O wL é admitido como a umidade que um sulco previamente feito em uma amostra colocada em um aparelho especialmente projetado para este ensaio por Casagrande, fecha com 25 "golpes", na extensão de 1/2". No ensaio, obtém-se em torno de 5 pares de valores umidade x número de golpes para fechar o sulco e plota-se em um gráfico semilogarítmico. Interpola-se uma reta por estes pontos. O wL é a umidade correspondente à 25 golpes. Observa-se que quanto mais fino é o solo maior seu limite de liquidez (caolinitas ≈ 50 % , ilitas ≈ 120 %, montmorilonitas ≈ 500 %) De fato o wL á a umidade na qual todo solo apresenta uma resistência ao cisalhamento da ordem de 1.7 kPa. Há um processo de determinação do wL chamado "de um ponto" em que se usa o número de golpes (N) que tenha fechado o sulco e a umidade correspondente (w) - quanto mais próximo N estiver de 25 melhor a aproximação. Com estes valores aplica-se a fórmula: wL w N 25 tg β wL w N 25 tg β onde tg β é função da inclinação da reta nº de golpes x umidade. Usualmente utiliza-se tg β = 0,121. Nos solos brasileiros, Pinto & Oliveira (1975), sugerem um valor de tg β = 0,156. Ex.: Em um ensaio de limite de liquidez no aparelho Casagrande obteve-se a umidade de 45% para uma amostra em que se usara 29 golpes para fechar o sulco. Estime o wL. 10 15 20 25 30 35 40 45 15 20 25 30 35 40 nmero de golpes um id ad e wL=27% IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 33 wL 45 29 25 0.156 46%wL 45 29 25 0.156 46% Um método mais recente consiste em considerar o wL como a umidade na qual um cone padrão, com 50 g de massa, caindo de uma altura zero (isto é, a ponta do cone toca na amostra) atinge uma penetração na amostra de 20 mm. Este método ainda é pouco usado no Brasil. LIMITE DE PLASTICIDADE - wP O wP é a umidade para a qual um cilindro de solo rompe com diâmetro de 3 mm quando "rolado" em uma superfície lisa, com a palma da mão exercendo uma suave e constante pressão. Para reduzir a influência do operador, a norma brasileira (NBR 7180) exige que o wP seja a média aritmética de no mínimo 3 valores sendo que estes não podem estar fora de uma faixa de ± 5% desta mesma média. LIMITE DE CONTRAÇÃO - wS O wS é a umidade para a qual a amostra deixa de reduzir de volume quando em processo de secagem. É determinado colocando-se uma pastilha de solo saturado para secar em uma estufa de 105º a 110º C. Posteriormente mede-se o volume da pastilha seca utilizando-se uma cuba com mercúrio e através da fórmula apresentada a seguir chega-se ao limite de contração. wS w1 V1 Vd Wd γw 100wS w1 V1 Vd Wd γw 100 onde: w1 = umidade da amostra saturada; V1 = volume da amostra saturada; Vd = volume da amostra seca; Wd = peso da amostra seca. ÍNDICE DE PLASTICIDADE Segundo Atterberg, a plasticidade de um solo seria definida por um índice, o ÍNDICE DE PLASTICIDADE (IP). IP wL wPIP wL wP Se: 1 < IP < 7 => fracamente plástico; 7 < IP < 15 => medianamente plástico; IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 34 15 < IP => altamente plástico. 0 20 40 60 80 CA RTA D E PL A STICIDA D E Li nh a A In dí ce d e Pl as tic id ad e L im ite de Liquidez 4 7 10 20 30 40 0 20 40 60 80 CA RTA D E PL A STICIDA D E Li nh a A In dí ce d e Pl as tic id ad e L im ite de Liquidez 4 7 10 20 30 40 Assim quanto maior fosse o IP, tanto mais plástico seria o solo. Entretanto, sabe-se agora que só o IP é insuficiente para julgar a plasticidade de um solo. Casagrande propõe a conhecida carta de plasticidade, em função do IP e do wL. Os solos que se situassem acima da Linha A seriam plásticos (argilosos) e os que se situassem abaixo da Linha A seriam pouco ou nada plásticos (siltosos). A equação da linha A é : Ip = 0.73 ( wL - 20). O gráfico é uma versão incompleta da Carta de Plasticidade de Casagrande. No estudo da classificação dos solos usaremos o gráfico completo. ATIVIDADE É a propriedade, que algumas argilas têm, de poder transmitir ao solo, em maior ou menor grau, um comportamento argiloso, isto é, uma maior ou menor plasticidade e coesão. Um solo residual de arenito, cuja granulometria mostrasse 15% de argila, deveria, em princípio, ser considerado areia. Entretanto, alguns deste tipo de solo no Brasil mostram plasticidade e coesão elevada, principalmente quando secos. É que os 15% de argila foram capazes de conferir- lhe um comportamento argiloso. IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 35 Skempton propôs um índice que serviria como indicação da maior ou menor influência da fração argilosa nas propriedades geotécnicas de um solo: Ia IP %<2µm Ia IP %<2µm onde %<2µm é a percentagem de argila (partículas menores que 0,002 mm). Se: Ia < 0.75 => inativas 0.75 < Ia< 1.2.5 => normais Ia > 1.25 => ativas Observa-se que quanto menor o valor de Ia menor o potencial de variação de volume do solo. Por isto mesmo as argilas do grupo das montmotilonitas são as mais ativas. COESÃO É a resistência que a fração argilosa empresta ao solo, tornando-o capaz de se manter coeso em forma de torrões ou blocos, ou capaz de ser cortado em formas diversas e manter esta forma. Os solos que têm esta propriedade chamam-se coesivos. Os solos não coesivos esborroam-se facilmente ao serem cortados ou escavados. Pode-se definir coesão como a resistência ao cisalhamento de um solo quando sobre ele não atua pressão externa alguma. A coesão pode ter 3 origens: - a existência de um cimento natural ligando os grãos: são os solos concrecionados tais como o loess (não existente no Brasil), cujo o cimento é o carbonato de cálcio e a argila laterítica do DF cujo o cimento é o óxido de ferro. - a pressão capilar na água intersticial: é o que chamamos coesão aparente, que tem efeito temporário, pois os meniscos tenderão a se desfazerem à medida que ocorra deformação no solo ou que este se sature. - a eventual ligação entre os grãos, muito próximos uns dos outros, exercida pelo potencial atrativo de natureza molecular ou coloidal: é o que chamamos de coesão verdadeira. IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 36 CONSISTÊNCIA Refere-se, sempre, a solos coesivos. É definida como a maior ou menor dureza com a qual uma argila é encontrada na natureza. O Índice de Consistência é dado por: Ic wL w IP Ic wL w IP onde w é a umidade natural no terrreno. Se: Ic < 0 => argila muito mole; 0 < Ic < 0.5 => argila mole; 0 < Ic < 0.75 => argila média; 0.75 < Ic < 1.0 => argila rija; 1.0 < Ic => argila dura. Na verdade deve-se ter muita cautela com este tipo de classificação especialmenteporque o Ic obtido através do wL e do IP não terá significado para a condição natural em campo uma vez que, para obter-se o wL e o wP a estrutura do solo foi completamente destruída. A melhor maneira de obter tal índice é a partir de correlações com resultados de ensaios de compressão simples em amostras indeformadas. GRAU DE COMPACIDADE (GC) OU DENSIDADE RELATIVA (Dr). Embora este índice não tenha nada a ver com a plasticidade dos solos (que é o tema desta apostilha), aproveitando a analogia com o Índice de Consistência preferiu-se apresentar este tópico aqui. O Grau de Compacidade, também chamado de Densidade Relativa, refere-se sempre, a solos não coesivos. É a maior ou menor compacidade (ou densidade) dos solos. Quanto mais compacta for uma areia, menor seu índice de vazios e maior seu peso específico seco. Portanto, podemos definir GC (é preferível esta denominação para evitar confusão com a densidade relativa dos grãos) tanto pelo índice de vazios quanto pelo γd. GC Dr emax e emax emin GC Dr γd γdmin γdmax γdmin . γdmax γd GC Dr emax e emax emin GC Dr γd γdmin γdmax γdmin . γdmax γd IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 37 sendo emáx e emin respectivamente, o maior e menor índice de vazios possível de obter-se naquela areia. De modo análogo pode-se entender os γd máx e γd min . A variação teórica de GC é de 0 (para o máximo fofa) a 1 (para o máximo compacta). Na prática, não ocorrem estes limites. Considera-se: GC < 0,3 areia fofa; 0,3 < GC < 0,7 areia medianamente compacta; 0,7 < GC areia compacta. O emax , correspondente ao estado mais fofo possível, é obtido derramando-se uma certa quantidade de material seco, lentamente e sem qualquer tipo de vibração, em um recipiente de volume conhecido, V. emax Vvmax Vs V Wdmin γg Wdmin γg emax Vvmax Vs V Wdmin γg Wdmin γg Onde Wd min = peso do material seco solto. O emin , correspondente ao estado mais denso possível, é obtido compactando-se o material, por vibração, dentro do mesmo recipiente. emin Vvmin Vs V Wdmax γg Wdmax γg emin Vvmin Vs V Wdmax γg Wdmax γg Onde Wd max = peso do material seco compactado. IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 38 Da mesma forma que o Índice de Consistência, a melhor maneira de obter-se o Grau de Compacidade no campo é através de correlações com o NSPT, ou similar, obtido em sondagens à percussão. GRANULOMETRIA 1 - INTRODUÇÃO. O tamanho relativo dos grãos dos solos é chamado textura e a sua medida é a granulometria. Os métodos mais usados para esta medida são: - para solo grossos (diâmetro das partículas maior que 0.075 mm, que são os pedregulhos e areias) : peneiramento. - para solos finos (diâmetro das partículas menor que 0.075 mm, que são os siltes e argilas) : sedimentação. 2 - GRANULOMETRIA POR PENEIRAMENTO. Para executar o peneiramento utilizam-se peneiras padronizadas que são chamadas geralmente pela própria abertura em polegadas, ou por números que significam a quantidade de furos em uma polegada linear. O padrão usado no Brasil, do US BUREAU OF STANDARDS, é mostrado na tabela: NOME ABERTURA (mm) NOME ABERTURA (mm) NOME ABERTURA (mm) 4" 101,6 #6 3.36 #50 0.297 2" 50,8 #8 2.38 #60 0.250 1" 25,4 #10 2.00 #70 0.210 ¾" 19.1 #12 1.68 #100 0.149 ½" 12.7 #16 1.19 #140 0.105 ⅜" 9.52 #20 0.840 #200 0.074 ¼" 6.35 #30 0.590 #270 0.053 #4 4.76 #40 0.420 #400 0.037 Para executar o ensaio de granulometria, inicialmente, a amostra que vem do campo é destorroada e espalhada para secar ao ar. Após isto é passada na peneira de 2.0 mm de abertura IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 39 (#10). O material retido na #10 é lixiviado e seco em uma estufa de 105º a 110º. Quando seco, este material é usado no peneiramento grosso. Do material que passou na #10, retira-se uma certa quantidade para a determinação da umidade higroscópica (seca ao ar). Separa-se cerca de 120 g no caso de solo arenoso e 70 g em caso de solo argiloso, para fazer o peneiramento fino ou, no caso de granulometria mista, a sedimentação e o peneiramento fino. 2.1 - PENEIRAMENTO GROSSO. A amostra retida na #10 é retirada da estufa, pesada e colocada em uma seqüência de peneiras previamente definidas, decrescentes em relação à abertura da malha, como por exemplo, as peneiras com abertura de 38 mm, 25 mm, 19 mm, 9.5 mm, 4.8 mm (#4), 2.0 mm (#10) e Fundo. Leva-se o conjunto ao peneirador mecânico e após ocorrer a constância de massa em uma peneira representativa, obtém-se a massa de cada peneira com o material nela retido. Subtraindo- se da massa previamente conhecida da peneira tem-se a massa do material retido naquela peneira. A princípio, nada deveria passar na #10, uma vez que a amostra foi lixiviada nesta peneira, no entanto, devido às quebras de grãos, é comum encontrar algum vestígio de amostra no Fundo que deve ser somada à parte retida na #10. Calcula-se então: - massa total da amostra seca: Ms Mt Mg 1 w MgMs Mt Mg 1 w Mg Ms = massa total da amostra seca; Mt = massa total da amostra seca ao ar usada no ensaio; Mg = massa do material seco retido na #10; w = umidade higroscópica. - a porcentagem que passa em cada peneira: Qg Ms Mi Ms x 100Qg Ms Mi Ms x 100 onde: Qg = percentagem do material passando em cada peneira; Mi = massa do material seco retido acumulado em cada peneira. IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 40 2.2 - PENEIRAMENTO FINO No material separado para o peneiramento fino que passou na #10, faz-se a lixiviação na peneira com abertura de 0.075 mm (#200) e leva-se a parte retida para a estufa. Após secagem coloca-se em uma série de peneiras, como por exemplo a #10, #20, #40, #60, #100, #200 e Fundo. Leva-se o conjunto ao peneirador mecânico e após ocorrer a constância de massa em uma peneira representativa, obtém-se a massa de cada peneira com o material nela retido. Subtraindo- se da massa previamente conhecida da peneira tem-se a massa do material retido naquela peneira. Da mesma forma que no peneiramento grosso, nenhum material deveria passar na #200 mas, devido ao mesmo motivo, pode ocorrer alguma coisa no Fundo que deve ser adicionado ao retido na #200. Calcula-se então: - a percentagem que passa em cada peneira: Qf Mh 1 w Mi Mh 1 w x NQf Mh 1 w Mi Mh 1 w x N onde: Mh = massa do material úmido submetido ao peneiramento fino; N = percentagem do material que passa na #10. Pode ocorrer que todo o material passe na #10. Neste caso, evidentemente, N = 100. Traça-se em um papel semilogarítmico a curva granulométrica desta amostra onde no eixo das abcissas lançam-se os diâmetros e no das ordenadas as percentagens que passam em cada peneira. 2.3 - EXEMPLO DE APLICAÇÃO DE GRANULOMETRIA POR PENEIRAMENTO. Traçar a curva granulométrica de um solo em que se fez um ensaio de granulometria por peneiramento. No ensaio, todo o material passou na#10. Deste material determinou-se a umidade higroscópica (w = 2.5%) e separou-se 118.5 g para a lixiviação na #200. Após secagem, fez-se o peneiramento fino, obtendo-se: IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 41 OBTIDOS NO ENSAIO CALCULADOS Peneira nº Massa da pen. (g) Massa da pen. + solo (g) Massa retida (g) Massa retida acum. (g) Qf % 10 390.0 390.0 0.0 0.0 100.0 20 367.7 391.8 24.1 24.1 79.2 40 367.0 388.2 21.2 45.3 60.8 100 428.0 472.1 44.1 89.4 22.7 200 300.4 308.3 7.9 97.3 15.8 Fundo 335.9 335.9 0.0 - para cálculo de Qf o exemplo é feito a seguir para a peneira 40: Qf 118.5 1 0.025 45.3 118.5 1 0.025 x 100 60.8%Qf 118.5 1 0.025 45.3 118.5 1 0.025 x 100 60.8% Traça-se então a curva granulométrica: IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 100 90 80 80 60 50 40 30 20 10 0 0 .001 0.1 1 100 .01 100 diâm etro das partículas (m m ) pe rc en ta ge m q ue pa ss a pe rc en ta ge m re tid a PE N E IRA S nº 40200 100 60 30 20 10 4 3/8" 1"3/4" 1 1 /2"2" argila s ilte areia fina C U RVA G R A N U L O M É T R IC A pedregulho grosso are ia m édia areia grossa pedregulho m édio pedregulho fino 0.002 0.0 6 0.2 0.6 2.0 6.0 60 .020 .0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 100 90 80 80 60 50 40 30 20 10 0 0 .001 0.1 1 100 .01 100 diâm etro das partículas (m m ) pe rc en ta ge m q ue pa ss a pe rc en ta ge m re tid a PE N E IRA S nº 40200 100 60 30 20 10 4 3/8" 1"3/4" 1 1 /2"2" argila s ilte areia fina C U RVA G R A N U L O M É T R IC A pedregulho grosso are ia m édia areia grossa pedregulho m édio pedregulho fino 0.002 0.0 6 0.2 0.6 2.0 6.0 60 .020 .0 IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 43 4 - GRANULOMETRIA POR SEDIMENTAÇÃO. Para as partículas menores que 0.075 mm (#200), as peneiras tornam-se inoperantes. A análise, então, é feita por sedimentação. O método baseia-se na velocidade de queda de uma esfera em meio viscoso (lei de Stokes): onde: d = diâmetro da partícula (em mm) η = viscosidade do meio dispersor (em g.s/cm2) ρg = massa específica dos grãos (em g/cm3) ρw = massa específica da água na temperatura do ensaio (em g/cm3) a = altura de queda obtida em um densímetro calibrado (em cm) t = tempo (em seg.). A Tabela a seguir fornece ρw e η da água em função da temperatura. temp (º C) ρw (g/cm3) η x 10-6 (g s/cm2) temp (º C) ρw (g/cm3) η x 10-6 (g s/cm2) 16 0.99897 11.38 24 0.99733 9.34 17 0.99880 11.09 25 0.99708 9.13 18 0.99862 10.81 26 0.99682 8.92 19 0.99844 10.54 27 0.99655 8.72 20 0.99823 10.29 28 0.99627 8.52 21 0.99802 10.03 29 0.99598 8.34 22 0.99780 9.80 30 0.99568 8.16 23 0.99757 9.56 A aplicação da lei de Stokes é admitida como válida para partículas com diâmetro entre 0.2 e 0.0002 mm, porém, muitas críticas podem ser feitas a este ensaio: - o ensaio de sedimentação baseia-se na queda de uma esfera isolada em meio viscoso. Ocorre que uma partícula de argila tem forma lamelar e portanto sedimenta de forma inteiramente diferente de uma esfera; IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 44 - como no ensaio trabalha-se com centenas de milhares de partículas com diferentes velocidades de sedimentação, nada garante que a queda de uma partícula não interfira na trajetória de outra; - a massa específica das partículas que sedimentam são diferentes entre si, dependendo do mineral argílico que as forma. No ensaio trabalha-se com uma massa específica média; - durante o ensaio faz-se frequentes leituras com a utilização de um aparelho chamado densímetro que é imerso na mistura solo-amostra. Esta inserção, inevitavelmente, interfere na sedimentação das partículas de forma direta ou devido à agitação que causa na mistura; - alguns tipos de solos apresentam grande descontinuidade na curva granulométrica na passagem do ensaio de peneiramento para o de sedimentação. Silveira (1991), em um estudo sobre solos residuais e coluvionares do Rio de Janeiro, refere-se a este problema e aponta o ensaio de sedimentação como provável causador. Freire (1995) também encontrou curvas granulométricas decontínuas em solos da cidade de Santos; - o defloculante - substância química (por exemplo, o hexametafosfato de sódio) que serve para separar as partículas de forma a sedimentarem isoladamente - tem grande influência no resultado da granulometria da maioria dos solos tropicais. Ensaios de sedimentação executados em amostras do DF, com ou sem defloculante, mostraram diferenças superiores a 30% (Mortari & Camapum de Carvalho, 1994) ; - há situações em que a água em que a amostra é mantida em suspensão altera o volume das partículas. É o caso das argilas do grupo das montmorilonitas que expandem na presença de água. A percentagem em peso de grãos com diâmetros menores que o diâmetro achado com a equação poderá ser determinada através das leitura obtidas com um densímetro calibrado, com a expressão: Qs ρg ρg ρw ρc V (LLd) Mh 1 w NQs ρg ρg ρw ρc V (LLd) Mh 1 w N onde: ρc = massa específica da água na temperatura de calibração do densímetro (em g/cm3); V = volume da suspensão (em cm3); Mh = massa do material úmido submetido à sedimentação; w = umidade da amostra; L = leitura do densímetro na suspensão (em g/cm3); IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 45 Ld = leitura do densímetro em água à temperatura do ensaio (em g/cm3); N = percentagem do material que passa na #10. Execução do ensaio: - mistura-se o material (70 g para solo argiloso e 120 g para solo arenoso) com 250 cm3 com água destilada deixando a mistura em descanso por 12 horas. - adiciona-se 125 cm3 da solução do defloculante (hexametafosfato de sódio ou silicato de sódio dissolvido em água). - agita-se no dispersor por 10 a 15 min. - transfere-se o material para a proveta graduada (1000 ml). - agita-se a mistura por 1 min. - coloca-se o densímetro e faz-se a primeira leitura aos 30 seg. e após, com 1 e 2 min., sem retirar o densímetro e medindo-se a temperatura. - retira-se o densímetro e o coloca-se em água destilada à mesma temperatura. - lê-se novamente a intervalos de tempo de 4, 8, 15 e 30 min. e 1, 2, 4, 8 e 24 horas a contar do início da sedimentação, sempre transferindo o densímetro após cada leitura, para uma proveta com água destilada com a mesma temperatura da solução. Com as leituras obtidas com o densímetro e com a ajuda dos gráficos de calibração, efetuam-se os cálculos e após, traça-se em um papel semilogarítmico a curva granulométrica onde no eixo das abcissas são lançados os diâmetros e no das ordenadas as percentagensque passam em cada peneira. 4.1 - EXEMPLO DE APLICAÇÃO DE GRANULOMETRIA POR SEDIMENTAÇÃO. Traçar a curva granulométrica de um solo em que se fez um ensaio de granulometria por sedimentação. No ensaio utilizou-se 70.0 g de uma amostra com 4.5% de umidade. O ρg deste solo é 2.75 g/cm3. O densímetro usado foi calibrado a 20ºC. Toda amostra passou na #10. SOLUÇÃO: - Ld e a foram obtidos em gráficos de calibração do densímetro. IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 46 - uma aproximação aceitável para a viscosidade e a massa específica da água são, respectivamente, as equações: η (25.0074 4.94803 ln t) ρw 1.005 e 3.1 E 4 t η (25.0074 4.94803 ln t) ρw 1.005 e 3.1 E 4 t com η em 10-6 x g s /cm2; ρw em g/cm3 e t em ºC. Por exemplo, para t = 23.ºC => η = 9.49 x 10-6 g s/cm2 e ρw = 0.9978 g/cm3 - Qs e d foram obtidos com as equações 4 e 5, cujo exemplo de aplicação é dado para o tempo de 30 segundos. Qs 2.75 2.75 0.9978 0.9988 x 1000 70.0 1 0.045 (1.0420 1.0052) 100 86.2% d 1800 x 9.49 E6 x 9.8(2.75 0.9978) 30 0.0563 mm Qs 2.75 2.75 0.9978 0.9988 x 1000 70.0 1 0.045 (1.0420 1.0052) 100 86.2% d 1800 x 9.49 E6 x 9.8(2.75 0.9978) 30 0.0563 mm OBTIDO NO ENSAIO CALCULADO tempo seg temper. ºC L g/cm3 Ld g/cm3 a cm Qs % d mm 15 23 1.0450 1.0052 9.2 93.2 0.0775 30 23 1.0420 1.0052 9.8 86.2 0.0563 60 23 1.0359 1.0052 10.9 71.9 0.0421 120 23 1.0271 1.0052 12.6 51.3 0.0319 240 23 1.0203 1.0052 13.8 35.4 0.0237 IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 47 480 23 1.0135 1.0052 15.1 19.5 0.0175 900 24 1.0102 1.0050 15.7 12.3 0.0129 1800 25 1.0083 1.0048 16.1 8.3 0.0091 3600 25 1.0074 1.0048 16.2 6.2 0.0065 7200 25 1.0066 1.0048 16.4 4.3 0.0046 28800 26 1.0058 1.0045 16.5 2.9 0.0032 86400 24 1.0061 1.0050 16.5 2.7 0.0013 A partir destes dados traça-se a curva granulométrica: IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 0 1 0 2 0 3 0 4 0 5 0 6 0 7 0 8 0 9 0 1 0 0 1 0 0 9 0 8 0 8 0 6 0 5 0 4 0 3 0 2 0 1 0 0 0 .0 0 1 0 .1 1 1 00 .0 1 1 0 0 diâ m etro da s p a rtícula s (m m ) pe rc en ta ge m q ue p as sa pe rc en ta ge m re tid a P E N E IR A S nº 4 02 0 0 1 0 0 6 0 3 0 2 0 1 0 4 3 /8 " 1 "3 /4 " 1 1 /2 " 2 " a rg ila s ilte a re ia fina C U R VA G R A N U L O M É T R IC A p ed reg ulho g ro sso a re ia m éd ia a re ia g ro ssa ped reg ulho m éd io ped reg ulho fino 0 .0 0 2 0 .0 6 0 .2 0 .6 2 .0 6 .0 6 0 .02 0 .0 0 1 0 2 0 3 0 4 0 5 0 6 0 7 0 8 0 9 0 1 0 0 1 0 0 9 0 8 0 8 0 6 0 5 0 4 0 3 0 2 0 1 0 0 0 .0 0 1 0 .1 1 1 00 .0 1 1 0 0 diâ m etro da s p a rtícula s (m m ) pe rc en ta ge m q ue p as sa pe rc en ta ge m re tid a P E N E IR A S nº 4 02 0 0 1 0 0 6 0 3 0 2 0 1 0 4 3 /8 " 1 "3 /4 " 1 1 /2 " 2 " a rg ila s ilte a re ia fina C U R VA G R A N U L O M É T R IC A p ed reg ulho g ro sso a re ia m éd ia a re ia g ro ssa ped reg ulho m éd io ped reg ulho fino 0 .0 0 2 0 .0 6 0 .2 0 .6 2 .0 6 .0 6 0 .02 0 .0 IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 49 6 - GRANULOMETRIA MISTA Na maioria das vezes o solo é formado por uma ampla variação de tamanhos de partículas, desde pedregulhos a argilas. Nestes casos pode ser conveniente a execução da granulometria mista, onde usa-se o peneiramento e a sedimentação. Para isto inicialmente passa-se o solo na #10. A porção retida é ensaiada como no peneiramento grosso mostrado anteriormente. Da fração que passou na #10, separa-se de 70 a 120 g de material e faz-se o ensaio de sedimentação. Após completado o ensaio de sedimentação, verte-se o material da proveta na #200. Lixivia-se a parte retida e após a água passar completamente limpa pela amostra, leva-se para a estufa para secagem. Após seca esta amostra sofre o peneiramento fino. As equações a serem usadas são as mesmas mostradas anteriormente. 6.1 - EXEMPLO DE APLICAÇÃO DE GRANULOMETRIA MISTA. Executou-se em um ensaio de granulometria mista com lavagem, em um solo com G = 2.72, os seguintes passos: - passou-se na #10, 1250 g da amostra seca ao ar. - “pesou-se” o material retido na #10 após lavagem e secagem na estufa, obtendo-se 202.33 g. Do material que passou na #10 determinou-se a umidade higroscópica (whigr = 2.9%) e separou-se 85.0 g para a sedimentação. - cálculo da massa total da amostra seca: Ms 1250 202.33 1 0.029 202.33 1220.47gMs 1250 202.33 1 0.029 202.33 1220.47g Com o resultado do peneiramento grosso pode-se montar a tabela abaixo: OBTIDO NO ENSAIO CALCULADO peneira nº peneira g pen+solo g solo ret g ret. acum.g Qg % 1 ½ 561.4 561.4 0.00 0.00 100.0 1 548.5 560.59 12.09 12.09 99.0 ¾ 533.3 543.26 9.96 22.05 98.2 3/8 658.7 683.15 24.45 46.50 96.2 4 517.0 576.30 59.30 105.80 91.3 10 437.7 534.23 96.53 202.33 83.4 IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 50 Qg 1220.47 22.05 1220.47 x 100 98.2%Qg 1220.47 22.05 1220.47 x 100 98.2% - Qg foi obtido como mostra o exemplo da peneira de 3/4": Do resultado da sedimentação, pode-se montar a tabela: OBTIDO NO ENSAIO CALCULADO tempo seg temper. ºC L g/cm3 Ld g/cm3 a cm Qs % d mm 30 25 1.0121 1.0048 15.3 11.70 0.0699 60 25 1.0110 1.0048 15.6 9.95 0.0497 120 25 1.0099 1.0048 15.8 8.20 0.0354 240 25 1.0095 1.0048 15.8 7.56 0.0251 480 25 1.0088 1.0048 16.0 6.45 0.0178 900 25 1.0081 1.0048 16.1 5.33 0.0131 1800 25 1.0079 1.0048 16.1 5.01 0.0092 3600 25 1.0075 1.0048 16.2 4.38 0.0066 7200 27 1.0068 1.0043 16.3 3.93 0.0045 14400 28 1.0062 1.0041 16.4 3.31 0.0032 86400 25 1.0068 1.0048 16.3 3.26 0.0013 - a correção do densímetro usado no ensaio com a temperatura: Ld = 1.01 - 2,1 x 10-4 t (t em ºC => Ld em g/cm3) - no ensaio utilizou-se um densímetro calibrado a 20̊C cuja altura de queda, a, pode ser obtida com a expressão: IESPlan FacPlan Instituto de Ensino Superior Planalto Faculdades Planalto SEPS AV. W5 SUL – EQ 708/907 – Brasília - DF – CEP: 70390-070 - Fone: 3442-6000 51 a = 203.6 - 186 L (L em g/cm3 => a em cm) - Qs e d foram achados conforme o exemplo para t = 60 seg.: Qs 2.72 2.72 0.99708 0.99823 x 1000 85 1 0.029 (1.011 1.0048) 83.4 9.95% d 1800 x 9.13 x 10 6 x 15.6 (2.72 0.99708) 60 0.0497 mm Qs 2.72 2.72 0.99708 0.99823 x 1000 85 1 0.029 (1.011 1.0048) 83.4 9.95% d 1800 x 9.13 x 10 6 x 15.6 (2.72 0.99708) 60 0.0497 mm - com o material usado na sedimentação, fez-se a lavagem na #200 e secou-se em estufa a parte retida, executando-se após o peneiramento fino, obtendo-se: OBTIDO NO ENSAIO CALCULADO
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