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Universidade Federal de Roraima – UFRR Instituto de Ciências Jurídicas – ICJ Curso de Bacharelado em Direito – 2º Semestre ALUNO: Ícaro Vitório Viana Braga EXERCÍCIO DE DIREITO PENAL I – 2 Professora Denise Meneses Gomes 1. O que é o Princípio da Taxatividade? R: Princípio destinado aos legisladores no momento da elaboração das leis, exigindo que o legislador seja claro e conciso no texto legal, que evite o uso de expressões ambíguas, equívocas ou vagas, deixando o sentido da lei o mais preciso possível. 2. Em que consiste o Princípio da Insignificância? R: Consiste em uma causa supralegal de exclusão da tipicidade material por considerar que o ato não ofereceu risco relevante aos bens jurídicos tutelados pelo Estado, mesmo que a conduta seja formalmente típica. 3. Os Estados-Membros podem ser fonte de produção de direito penal? R: Não, pois nos termos do Artigo 22, caput da Constituição Federal, cabe somente à União a competência para criação de normas. 4. Existe diferença entre norma e lei? Qual a opinião de Binding? R: A maioria dos doutrinadores não vê diferença entre norma e lei penal, afirmam que a primeira é parte da última. Segundo Binding, há diferença sim, a lei é o veículo e a norma o conteúdo da lei. 5. Como se classifica a lei penal? R: A lei penal pode ser incriminadora ou não incriminadora, a primeira subdivide-se em completa e incompleta (leis penais em branco e tipos abertos), já a segunda, em leis permissivas, declarativas e explicativas. 6. O que se entende por norma penal em branco? R: São normas penais incriminadoras que necessitam de um complemento normativo em seu preceito primário. Caso sejam homogêneas, o complemento tem como fonte a lei, já as heterogêneas, a fonte do complemento é outra coisa (portaria, decreto) que não a lei. 7. É admissível o emprego de analogia em normas penais? R: Sim, mas em situações específicas. A favor do réu e em normas penais não incriminadoras. Em outras ocasiões que seu uso for feito que não essas especificadas, a analogia ferirá o princípio da reserva legal (Art 5º, inciso 39 da CF e Art 1º do CP). 8. Em que consiste o Princípio do Tempus Regit Actum? R: É o princípio reitor do Direito Penal intertemporal que dita que a norma penal a ser aplicada ao fato é aquela em vigor à época do mesmo. 9. A lei penal é retroativa? R: Não, ela é irretroativa em regra, mas em algumas exceções, como para benefício do réu ela retroage, segundo vige nos artigos 2º, parágrafo único do Código Penal, e 5º, inciso 40 da Constituição Federal. 10.Que princípios são aplicáveis à solução dos conflitos de leis penais no tempo? R: O princípio da extratividade (ultratividade e retroatividade) da lei penal mais benéfica, o princípio do Tempus Regict Actum, e o da reserva legal. 11.Quais são as hipóteses de conflito de leis penais no tempo? R: O Abolitio Criminis, onde um tipo penal antigo é descriminalizado (Art 2º CP), Novatio Legis Incriminadora, na qual ocorre criminalização de conduta antes lícita, Novatio Legis In Melius, ocorrendo melhora das condições da pena de certo tipo penal (menor sanção ou pena alternativa), Novatio Legis In Pejus, onde se agrava o tipo penal com aumento de pena ou adição de condições agravantes, combinação de leis, Vacatio Legis e o crime permanente, que é aquele que se protrai no tempo. 12.É possível haver combinação de leis para favorecer o agente? R: Para parte da doutrina, não, pois assim o magistrado assumiria o papel legislador e afetaria o equilíbrio entre os poderes e tal situação foi vedada pela Súmula 501 do STJ reforçada posteriormente pelo STF. Porém, outra parte da doutrina assume que cabe ao magistrado sim combinar leis, que nessa situação só se movimentaria de acordo com o estipulado pelo legislativo. 13. O que é lei excepcional e lei temporária? Quais suas principais características? R: Lei excepcional é aquela criada em Estado de calamidade pública e só cessa quando cessarem as circunstâncias que lhe deram origem, ela é aplicada a todos os atos realizados em sua vigência mesmo que ocorra em tempo de outra lei a sentença. A lei temporária é aquela com um prazo de validade, ou seja, autorrevogável. 14. Qual a teoria adotada pelo Código Penal para determinar o Tempo do crime? R: A teoria da conduta, nos termos do artigo quarto do Código Penal, é considerado crime o momento da ação ou omissão mesmo que o resultado se consume em outro tempo. 15. Qual a teoria adotada pelo Código Penal para determinar o Lugar do crime? R: A teoria mista ou da ubiquidade, que leva em consideração o lugar onde ocorreu a conduta ou onde se produziu ou deveria produzir um resultado, segundo o Artigo 6º do Código Penal. 16. Se um menor com 17 anos e 11 meses pratica crime de sequestro, responde pelo delito se for preso em flagrante três meses depois? R: Sim, pois, por se tratar de um crime permanente, a conduta se protrai no tempo até o momento em que o agente atinge a maior idade e torna-se penalmente imputável, nos termos do Artigo 4º do Código Penal. 17. João foi definitivamente condenado pela prática de certo crime. Posteriormente, surge lei nova, desincriminando a conduta cometida. Extinta a punibilidade, a vítima pode ser ressarcida do prejuízo? R: Por se tratar de um caso de abolitio criminis, segundo o artigo segundo, caput e Artigo 107, inciso 3º do Código Penal, a vítima pode ser sim ressarcida, a depender somente da valoração do magistrado perante o caso concreto. 18. Pedro está respondendo a processo por crime de ADULTÉRIO, cometido a anos atrás. Ocorre que o fato foi desincriminado em 28/03/05. Como ficará a situação de Pedro? R: Pedro terá sua ficha criminal limpa, por se tratar de um caso de Abolitio Criminis (Art 2º CP), cessam todos os efeitos penais da norma e o antigo réu é liberado devido à descontinuidade normativo-típica, retroagindo a lei que for mais benéfica. 19. Mário comete um crime, após o que passa a viger a lei X, cominando para o fato praticado a agravante Y, inexistente na legislação anterior. A agravante poderá ser considerada na aplicação da pena? R: Não, pois em respeito ao princípio da reserva legal, nos termos do artigo 1º do Código Penal, a lei penal não retroagirá, e tem-se, também, nos termos do Artigo 4º do CP, que considera-se crime o momento da ação ou omissão mesmo que o resultado seja em outro tempo. 20. Maria pratica um crime e durante o processo surge a lei X, criando uma circunstância atenuante para a prática do fato. Esta circunstância poderá favorecer a agente? R: Sim, pois nos termos impostos pela Carta Magna, no Artigo 5º inciso 40, a lei penal pode retroagir para beneficiar o réu. 21. Durante uma revolução, o legislador determinou à categoria de crime “passar em determinada ponte”. Antônio realiza a conduta punível e, no transcorrer do processo, termina a revolução. Ocorre a auto-revogação da lei excepcional. O criminoso pode ser condenado? R: Sim, pois nesse caso vige o princípio do tempus regict actum, as leis excepcionais, nos termos do Artigo 3º do CP, são aplicadas a todos os fatos praticados em sua vigência, mesmo que já tenham se cessado as circunstâncias que lhe deram origem. 22. O que significa a expressão “cominação de pena”? R: É expressão sinônima de pena prevista, aquela que a lei prevê sanção para determinado comportamento. 23. O que é tipo penal? R: É o modelo de conduta, permissiva ou incriminadora, prevista no texto da lei em seu preceito primário, contem um núcleo que se expressa por meio de verbo, fazer (ação) ou não fazer (omissâo). 24. Existe diferença entre crime e contravenção? R: Não existe diferença ontológica, são espécies de contravenção penal, diz-se que o crime é mais grave e com sanção mais severa, enquanto a contravenção é um delito anão quesó admite prisão simples. 25. O que é crime permanente? R: É aquele em que a consumação se prolonga no tempo por vontade do agente, como o caso do crime de sequestro ( Art 148, CP).
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