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Tec Conjuntivo [Parte IV]

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Greg Kitten 
Cartilagem 
Introdução 
A classificação dos tecidos conjuntivos reflete o componente 
predominante ou a organização estrutural do tecido: 
• Tecidos 
Conjuntivos 
Propriamente 
Ditos 
• Tecidos 
Conjuntivos 
Especializados 
• Tecidos 
Conjuntivos de 
sustentação 
Frouxo 
Denso 
Modelado / Ordenado 
Não modelado / Desordenado 
Elástico 
Reticular 
Mucoso 
Embrionário/ Mesenquimático 
Sangue / Hemocitopoiético 
 
Adiposo Unilocular 
 Multilocular 
Cartilagem 
 
Osso 
• Tecido conjuntivo de 
consistência rígida. 
 
• Funções: 
-Suporte de tecidos moles, 
 
-Revestimento de superfícies 
articulares para absorção de 
choques e facilitação de 
deslizamentos, 
 
- Participação na formação e 
crescimento de ossos longos 
 (vida intra-uterina e depois 
do nascimento) 
 
 Tecido conjuntivo 
especializado de 
consistência rígida, 
que mantém certo 
grau de flexibilidade; 
 Não possui vasos sanguíneos, sendo nutrido pelos capilares do 
conjuntivo envolvente ou através do líquido sinovial nas 
cavidades articulares; 
 Não possui vasos 
linfáticos ou nervos. 
Cartilagem 
 Células: CONDROBLASTOS, CONDRÓCITOS 
Estrutura 
 Fibras: COLÁGENAS (Tipo II, Tipo I, etc) 
 COLÁGENAS + ELÁSTICAS 
 SFA: GLICOSAMINOGLICANAS (GAGs) 
 PROTEOGLICANAS (PGs) 
 GLICOPROTEÍNAS 
 A consistência firme da cartilagem se deve às ligações 
eletrostáticas entre as GAGs sulfatadas e o colágeno, e à 
grande quantidade de moléculas de água presas às GAGs 
(água de solvatação); 
Outras Características 
 As cartilagens (exceto as articulares e fibrosas) são 
envolvidas por uma bainha de tecido conjuntivo 
denominada PERICÔNDRIO. 
 Cartilagem – Matriz Extracelular 
PERICÔNDRIO 
PERICÔNDRIO 
 Compostos de agrecana preenchem o 
interstício entre os feixes de fibras 
colágenas; 
 
 
 as cadeias laterais de GAGs das PGs 
formam pontes eletrostáticas com o 
colágeno; 
 
 A glicoproteína de adesão 
condronectina conecta os condrócitos 
à MEC. 
Gartner, Hiatt (1999) 
 100 a 200 moléculas de PGs se ligam 
não covalentemente ao ácido 
hialurônico = agrecana 
 MEC da Cartilagem 
 Fibrilas de colágeno (ex, Cartilagem 
Hialina - colágeno II, 40% peso seco) 
agrecana água de 
solvatação 
condronectina 
P
ro
te
o
g
lic
a
n
a
s
 
Ácido hialurônico (GAG) 
AGRECANA 
GAGs Proteínas + = 
- - - - - - 
- - - - - - 
- - - - - - 
H2O H2O 
H2O H2O 
H2O 
+ + + 
+ 
+ + 
+ 
+ 
+ + + 
Poliânions 
Cátions 
Água 
Fator X 
X X 
X X 
Por sua hidratação, as moléculas de proteoglicanas ocupam muito 
espaço, conferindo grande resistência a forças de compressão. 
As fibras colágenas conferem resistência a forças de distensão. 
Água de solvatação: grande número de moléculas de água presas 
às glicosaminoglicanas sulfatadas da matriz cartilaginosa. 
H2
O 
H2
O 
H2
O 
H2
O H2
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H2
O 
H2
O 
Tecido cartilaginoso – estrutura geral 
Pericôndrio 
TCPD denso modelado 
Fibroblastos (núcleo alongado) 
Não ocorre em C.F. e C. Articular 
Condroblasto 
Formato alongado 
Condrócitos 
Formato arredondado 
Grupos isógenos 
 - localizados em lacunas 
Matriz cartilaginosa 
SFA – Agrecanas 
Colágeno 
Gartner, Hiatt (1999) 
 Bainha de tecido conjuntivo denso (em sua maior parte) que 
envolve as cartilagens, exceto a fibrocartilagem e cartilagem 
articular; 
Pericôndrio 
 Duas camadas: 
 EXTERNA: fibrosa (colágeno tipo I), com fibroblastos e vasos 
sanguíneos; 
 INTERNA: celular (células condrogênicas). 
 Funções: 
 (1) fonte de novos condrócitos para o crescimento; 
 (2) nutrição da cartilagem. 
Condrócito 
Matriz Territorial 
Condroblasto 
Fibroblasto do 
Pericôndrio 
Junqueira, Carneiro (1999) Matriz Interterritorial 
Células 
Condrogênicas 
Ross et al. (1993) 
 In vivo, ocupam toda a 
lacuna; 
 Nos preparados 
histológicos aparecem 
retraídos. 
Condrócito 
 
 Vivem sob baixas tensões de 
oxigênio, degradando a glicose 
por mecanismo anaeróbio; 
 Os nutrientes chegam do sangue 
por difusão, através da água de 
solvatação e pelo bombeamento 
promovido pelas forças de 
compressão. 
 
Condrócitos 
 
 Os periféricos são achatados e 
os centrais mais arredondados; 
 Têm núcleo grande, nucléolo 
proeminente, citoplasma pouco 
corado, muitas mitocôndrias, 
RER e Complexo de Golgi 
desenvolvido; 
 
CONDRÓCITOS 
Observar reentrâncias e saliências: essa disposição aumenta a superfície dos 
condrócitos, facilitando as trocas com o meio extracelular, o que é importante para 
essas células tão afastadas da corrente sanguínea. 
Origem embrionária de células 
do Tecido Conjuntivo: mesênquima 
 As cartilagens são inicialmente formadas no embrião a partir 
do mesênquima: 
Histogênese 
 Células mesenquimáticas retraem seus prolongamentos e 
tornam-se arredondadas; 
 As células multiplicam-se e formam aglomerados de células 
com citoplasma basófilo, conhecidas como condroblastos; 
 Inicia-se a síntese de matriz, afastando os condroblastos uns 
dos outros e aprisionando-os em lacunas dentro da matriz; 
 As células aprisionadas (condrócitos) ainda se dividem, 
formando grupos de 2 ou mais células (grupos isógenos). 
Histogênese da cartilagem hialina 
Junqueira, Carneiro (1999) 
Histogênese da cartilagem hialina a partir do mesênquima (1) . 
(2) A multiplicação das células mesenquimatosas forma um tecido muito celular. 
(3) Em seguida, pela síntese da matriz, os condroblastos se afastam. 
(4) Finalmente, a multiplicação mitótica dessas células origina os grupos isógenos. 
Crescimento 
de Cartilagem 
 APOSICIONAL 
 INTERSTICIAL 
 
 APOSICIONAL: 
 As células condrogênicas oriundas do pericôndrio sofrem 
divisão e se diferenciam em condroblastos, que começam a 
elaborar a matriz extracelular (crescimento a partir da 
periferia da cartilagem). 
Martini (1989) 
Crescimento de Cartilagem 
 INTERSTICIAL: 
 À medida que os condrócitos de um grupo isógeno produzem 
matriz, são empurrados para longe um do outro, ocupando 
lacunas separadas (crescimento a partir do interior da 
cartilagem). 
Crescimento de Cartilagem 
Martini (1989) 
Crescimento 
de Cartilagem 
 APOSICIONAL 
 INTERSTICIAL 
 INTERSTICIAL 
 APOSICIONAL 
 HIALINA: delicadas fibrilas de colágeno tipo II na MEC; 
3 Tipos de Cartilagem 
 ELÁSTICA: poucas fibrilas de colágeno II e muitas fibras 
elásticas; 
 FIBROSA: muitas fibras de colágeno I. 
3 Tipos de Cartilagem 
 A fresco é branco-azulada e translúcida; 
Cartilagem Hialina 
 É o tipo mais freqüentemente 
encontrado no corpo: 
 - nariz e laringe 
 - extremidades ventrais das costelas 
 - anéis da traquéia e brônquios 
 - discos epifisários de ossosem 
 crescimento 
 - superfícies articulares de articulações 
 móveis 
 
Ross et al. (1993) 
Cartilagem Hialina Ex. - anéis da traquéia 
 e brônquios 
Cartilagem Hialina 
 Na MEC existem numerosas fibrilas de colágeno tipo II 
associadas a proteoglicanas muito hidratadas e 
glicoproteínas adesivas; 
Cartilagem Hialina 
 Além do colágeno tipo II, que não forma grandes feixes, 
existem outros colágenos secundários (IX, X, XI); 
 A orientação das fibras está relacionada com resistência a 
forças mecânicas: na cartilagem articular, as fibras da 
superfície são paralelas a ela, enquanto as mais 
profundas formam fileiras curvas. 
 A MEC em torno dos condrócitos é pobre em colágeno e rica em condroitino-
sulfato, que contribui para a basofilia, metacromasia e reação PAS (+) dessa 
região (MATRIZ TERRITORIAL); 
 A matriz interterritorial é mais rica em colágeno II e pobre em proteoglicanas. 
 
Cartilagem Hialina 
condroblasto 
pericôndrio 
Grupo isógeno 
Matriz territorial e interterritorial 
Condrócitos (grupo isógeno) e matriz territorial 
Superfície 
 Articular 
Superfície Articular (diartroses) 
Welsch (1999) 
Membrana sinovial: 
 Macrófagos 
 Fibroblastos 
Líquido sinovial: 
 Ácido hialurônico 
 Glicoproteínas (lubricina) 
 Exsudato plasmático 
A artrite consiste na quebra da cartilagem. A cartilagem normalmente protege a articulação, permitindo que ela se 
mova suavemente. A cartilagem também absorve choques quando a pressão é colocada na articulação, como ao 
andar, por exemplo. Com a ausência da quantidade normal de cartilagem, os ossos se friccionam, causando dor, 
inchaço (inflamação) e rigidez. 
A artrite 
http://www.minhavida.com.br/saude/temas/artrite 
Disco Epifisário 
Welsch (1999) 
Correlação Clínica 
Gartner, Hiatt (1999, p. 107) 
UFMG 
Regeneração do tecido cartilaginoso 
 Este tecido apresenta dificuldade de 
regeneração após lesão. A regeneração 
ocorre por atividade do pericôndrio = 
cartilagem de reparo. 
Lesão pequena Lesão extensa 
Novo tecido cartilaginoso Cicatriz de tecido 
conjuntivo denso 
 Localização: 
 epiglote 
 pavilhão da orelha 
 tubas auditivas interna e externa 
 cartilagem cuneiforme da laringe 
Cartilagem Elástica 
 A fresco, é mais amarelada e 
opaca que a hialina; 
 Além das fibrilas de colágeno 
tipo II, apresenta uma rede de 
fibras elásticas finas, contínuas 
com as do pericôndrio. 
(Orceína) 
Cartilagem Elástica Ex. – epiglote e 
 pavilhão da orelha 
Cartilagem Elástica 
(Aldeído-fucsina) 
 Os condrócitos são mais 
numerosos e maiores e a 
matriz é menos abundante 
em relação à hialina; 
 Na matriz territorial os feixes 
de fibras elásticas são mais 
abundantes e espessos que 
no resto da MEC. 
Cartilagem Elástica (Epiglote) 
Detalhe da 
cartilagem 
Cartilagem elástica 
Mucosa 
Ross et al. (1993) 
Cartilagem 
Elástica 
• Discos intervertebrais, inserções de 
tendões e ligamentos e sínfise pubiana; 
• Associada ao conjuntivo denso; 
• Condrócitos em colunas entre feixes 
de colágeno I; 
 
 
Anel fibroso 
Núcleo pulposo 
Cartilagem Fibrosa (Fibrocartilagem) 
 Localização: 
 - sínfise pubiana 
 - discos articulares 
 - discos intervertebrais 
 - pontos de inserção 
 óssea de alguns 
 ligamentos e tendões. 
Cartilagem Fibrosa (Fibrocartilagem) 
 Intermediária entre 
cartilagem hialina e 
tecido conjuntivo 
denso; 
Ross et al. (1993) 
(Mallory) 
Cartilagem Fibrosa (Fibrocartilagem) 
Gartner, Hiatt (1999) 
 Não possui pericôndrio, 
tem pouca SFA e 
abundantes feixes de 
colágeno tipo I; 
 Condrócitos (originados 
de fibroblastos) 
organizados em fileiras 
paralelas, alternados com 
feixes espessos de fibras 
colágenas. 
Cartilagem Fibrosa (Fibrocartilagem) 
 Núcleo pulposo: 
 Centro gelatinoso (rico em ácido 
hialurônico) com células que 
desaparecem aos 20 anos e é 
resistente à compressão. 
Discos Intervertebrais 
Constituídos de duas partes: 
 Anel fibroso: 
 Circunda o núcleo pulposo; 
 Constituído de fibrocartilagem e tec. 
conj. denso na periferia; 
 Resiste à tração. 
 A hérnia (deslocamento) de disco 
 ocorre quando todo, ou parte, de um 
disco na espinha é forçado a atravessar 
uma parte mais fraca do disco. Isso 
gera pressão nos nervos vizinhos. 
RESUMO - Tecido Cartilaginoso 
 
Tecido epitelial de revestimento 
simples prismático pseudo-
estratificado, ciliado com células 
caliciformes 
epitélio glandular 
tec. conjuntivo frouxo 
Cartilagem hialina 
pericôndrio 
Matriz 
cartilaginosa 
epitélio 
glandular 
Tec. conjuntivo 
frouxo 
Condrócitos – 
grupos 
isogênicos 
Condroblastos / crescimento aposicional 
 
pericôndrio 
 
Face dorsal 
Face ventral 
Tecido adiposo 
Cartilagem elástica 
Cartilagem elástica 
matriz 
cartilaginosa – 
fibras elásticas 
condócitos 
grupos 
isogênicos 
condroblastos 
perocôndrio 
fileiras de condrócitos 
matriz acidófila 
Crescimento 
intersticial 
Fig.82 - A e B - CARTILAGEM 
HIALINA (MEV) : pericôndrio (Pe), 
matriz cartilaginosa (CM), condrócitos 
(Ch), ninhos de condrócitos (CN). 
 C - CONDRÓCITO ao MET com RER 
e acúmulo de glicogênio. 
Fig.83 - CARTILAGEM HIALINA ao MET, com condrócitos (abundante RER) separados pela matriz cartilaginosa.
FIM 
 EXTRA SLIDES 
Agrecana: importante na rigidez 
 
- União, mediada por proteínas de ligação, das 
proteoglicanas às moléculas de ácido 
hialurônico. 
 
-As cadeias de sulfatos de condroitina de 
proteoglicanos estabelecem ligações com as 
fibras colágenas. 
 
- Condronectina. 
 
• Fibrilas de colágeno II (40% peso seco) 
+ ácido hialurônico + proteoglicanas + 
glicoproteínas. 
 
Matriz territorial 
Pobre em 
colágeno e rica 
em proteoglicanos 
Cartilagem Hialina 
 Recentemente identificou-se 
uma fina rede de fibras 
colágenas embebida num 
material semelhante à lâmina 
basal na região 
imediatamente adjacente às 
lacunas (proteção contra 
pressão mecânica). 
Gartner, Hiatt (1999) 
Cartilagem elástica 
Encontrada no pavilhão auditivo, epiglote e laringe 
Possui pericôndrio e, como a hialina, cresce 
principalmente por aposição 
Crescimento aposicional e intersticial 
Cartilagem fibrosa 
Formada por colágeno I, resistente a tensões. 
Sempre associada a conjuntivo denso 
Encontrada nos discos intervertebrais e sinfise pubiana 
Não possui pericôndrio (crescimento apenas intersticial)

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