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FGF-CURSO DE DIREITO
PORTUGUÊS INSTRUMENTAL- Prof. J Carlos
Aluno(a): _________________________________ Turma: _________ Data: _________
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
	Hoje pretendemos ajudar você, caro aluno, a desenvolver ainda mais sua capacidade de ler e entender textos de gêneros diversos. Antes de tudo, é importante salientar que a leitura de um texto exige muito mais que o simples conhecimento linguístico-gramatical compartilhado entre o autor e os leitores: esses são, necessariamente, levados a mobilizar uma série de estratégias tanto de ordem linguística como de ordem cognitivo-discursiva, com o fim de levantar hipóteses, validar ou não as hipóteses formuladas, preencher as lacunas que o texto apresenta, enfim, participar, de forma ativa, da construção do sentido.
	Para construir os sentidos de um texto, o leitor mobiliza diversos conhecimentos. Dentre esses, destacam-se o conhecimento lingüístico, o conhecimento de mundo e o conhecimento interacional. O primeiro abrange o conhecimento gramatical e lexical, que diz respeito às regras gramaticais, ao uso de elos coesivos, à sequenciação textual e à seleção lexical. O segundo refere-se a conhecimentos relacionados a vivências pessoais, a suas leituras e saberes empíricos. O terceiro permite ao leitor: (a) reconhecer os objetivos e propósitos pretendidos pelo produtor do texto em uma dada situação; (b) selecionar a quantidade e a qualidade de informação necessária, a variante linguística adequada e o gênero textual adequado à situação comunicativa; e (c) identificar um texto como um exemplar de gênero adequado aos diversos eventos da vida social, ou seja, permite o reconhecimento dos gêneros textuais.
	Dentre os fatores que interferem na compreensão leitora, destacamos os aspectos materiais e os aspectos linguísticos. Dentre os aspectos materiais que podem comprometer a compreensão, destacam-se: o tamanho e a clareza das letras; a cor e a textura do papel; o comprimento das linhas; a fonte empregada; a constituição de parágrafos muito longos; o excesso de abreviações. Dentre os aspectos linguísticos, destacam-se: o léxico muito erudito, por exemplo; as estruturas sintáticas complexas; excesso de orações justapostas; uso inadequado dos sinais de pontuação.
	Assim, para você aprofundar a capacidade de entender os textos que lê, é necessário reconhecer as particularidades de cada gênero: sua estrutura composicional (macro e microestrutura); seu estilo; e seu conteúdo. Simultaneamente, deve estabelecer relações com o contexto de produção. Isso porque os textos são produzidos a partir de determinados contextos, determinadas situações, com os quais se relacionam intimamente. Essas situações condicionam a organização textual e certas estruturas, as quais estarão presentes em outros textos elaborados na mesma situação.
	Por exemplo, se considerarmos os textos do gênero jornalístico, podemos pensar em notícia ou reportagem. Mas há muitos outros, dos quais devemos a estrutura, o estilo e o conteúdo. Assim, na notícia, predomina a sequência narrativa com a apresentação “em pirâmide” (Quem? O que? Quando? Onde? Como? Por quê?), geralmente sem comentários analíticos. Já na reportagem predomina a sequência dissertativa, também com os mesmos elementos da notícia, mas apresentando opinião, análise crítica, que pode se manifestar por intermédio de termos pejorativos, de diminutivos depreciativos, de ironias, de comparações.
	Mas como entender o que o autor do texto pretende? Como interpretar o texto, assinalando a opção correta? Afinal, o nosso objetivo mais imediato é uma avaliação em que predominam os textos, em suas mais diversas manifestações.
Vamos a algumas técnicas para resolver questões de múltipla escolha.
O primeiro passo para responder uma questão de interpretação de texto é ler o enunciado, tendo a certeza do que se pede. Pede-se para assinalar o certo ou o errado? Para assinalar o diferente (exceto) ou o semelhante? Dessa forma, à medida que nos familiarizamos com os diferentes enunciados, veremos que eles encaminham o raciocínio para a resposta certa.
Atenção para alguns comandos: identificar, comparar, comentar, resumir, analisar, parafrasear... Todos esses verbos exigem uma estratégia diferente.
Erros clássicos de interpretação de texto
	Após uma ou duas leituras do texto que será objeto de análise, leia com atenção as assertivas. Você perceberá que algumas questões incidem sobre o conjunto do texto: estas podem ser respondidas diretamente. Outras incidem sobre trechos específicos do texto, por isso é necessário voltar a ele e conferir. Se não fizer assim, você certamente incorrerá em um dos erros clássicos de interpretação de texto, a saber: extrapolação, redução, generalização e contradição. Reconhecê-los é vital para o sucesso de sua resposta. Expliquemos cada um.
	EXTRAPOLAÇÃO: esse erro acontece quando saímos do contexto, quando acrescentamos idéias que não estão presentes no texto. Ao extrapolar, vamos além dos limites do texto, viajamos além de suas margens, de seu conteúdo, fazendo associações que não estão autorizadas pelo texto. Evocamos outros elementos, criamos a partir do que foi lido. Deixamos a imaginação voar, abandonando o texto que é o objeto de interpretação. Geralmente, o processo de extrapolação se realiza por analogia: uma informação do texto lembra outra semelhante, e é essa a que está na opção. Outras vezes, tiramos conclusões não autorizadas: são as falsas inferências.
	REDUÇÃO: trata-se de uma particularização indevida. Ao invés de sairmos do texto, vamos mais a fundo nele, destacamos uma pequena parte (um detalhe, um aspecto do texto) e consideramos como correto. Esse trecho é verdadeiro, mas não o suficiente diante do conjunto do texto ou então se torna falso porque passa a ser descontextualizado. Prendemo-nos a um aspecto menos relevante do conjunto, perdendo de vista os elementos e as relações principais, ou seja, fracionamos o conjunto, isolando-o do contexto. Um indício de redução é a presença dos vocábulos só, somente, nenhum, apenas, unicamente, tão somente e afins. (Mas atenção: se o próprio texto apresentar tais termos, então não consiste em erro).
	GENERALIZAÇÃO: generalizar é afirmar, de forma infundada ou não, que algo é verdadeiro em grande parte de situações, ou para a maioria das pessoas. Ao generalizar, o item torna mais amplo; dá maior extensão ao que se diz no texto; assim, tornar-se comum a muitas pessoas, ou em muitos locais. Outros sinônimos: estender; propagar; universalizar. Ocorre principalmente quando, nas assertivas, encontram-se os vocábulos totalmente, tudo, todos, amplamente, a maioria, a maior parte, usualmente, habitualmente e afins. (Mas atenção: se o próprio texto apresentar tais termos, então não consiste em erro).
	CONTRADIÇÃO: ocorre quando chegamos a uma conclusão contrária ao texto. Como esse erro tende a ser mais facilmente reconhecido – por apresentar ideias contrárias ao texto – os testes de interpretação muitas vezes são organizados com uma espécie de armadilha: uma opção apresenta muitas palavras do texto, até expressões inteiras, mas com sentido contrário. Se houver desatenção, você poderá marcar como correta por achar “mais parecida” com o texto.
	Vamos ver agora na prática. Leia o texto e assinale C ou E, conforme as opções sejam corretas ou erradas, e identifique, quando houver, o tipo de erro de interpretação.
TEXTO 1
	O que podemos experimentar de mais belo é o mistério. Ele é a fonte de toda arte e ciência verdadeira. Aquele que for alheio a essa emoção, aquele que não se detém a admirar as coisas, sentindo-se cheio de surpresas, esse já está, por assim dizer, morto e tem os olhos extintos. O que fez nascer a religião foi essa vivência do misterioso – embora mesclado de terror. Saber que existe algo insondável, sentir a presença de algo profundamente racional e radiantemente belo, algo que compreenderemos apenas em forma muito rudimentar – é essa a experiência que constitui a atitude genuinamentereligiosa. Neste sentido, e unicamente neste sentido, pertenço aos homens profundamente religiosos.
(Albert Einstein – Como vejo o mundo)
	( )
	O texto aborda a importância de Deus e da religião, e o mistério da criação do universo.
	
	( )
	Todo cientista precisa ser artista e religioso, para poder compreender a natureza.
	
	( )
	O terror faz nascer a religião.
	
	( )
	A nossa compreensão dos fenômenos é ainda muito elementar.
	
	( )
	Quem experimenta o mistério está com os olhos vendados e não consegue compreender a natureza. 
	
	( )
	A experiência do mistério é um elemento importante para a arte, não para a ciência.
	
	( )
	O autor é religioso em apenas um sentido.
	
	( )
	O homem incapaz de sentir a beleza do mistério está, metaforicamente, morto.
	
	( )
	A emoção do mistério é a raiz de toda ciência e arte.
	
	Outras vezes, é necessário que você busque compreender o querer-dizer do autor do texto. Essa busca pela compreensão ocorre quando devemos associar uma idéia-síntese a um trecho do texto. 
	Vejamos como isso ocorre. 
	Escute a música, preste atenção na letra e depois faça o exercício que se pede.
TEXTO 2
	Homem Primata
Titãs
Desde os primórdios
Até hoje em dia
O homem ainda faz
O que o macaco fazia
Eu não trabalhava
Eu não sabia
Que o homem criava
E também destruía...
Homem Primata
Capitalismo Selvagem
Oh! Oh! Oh!...(2x)
Eu aprendi
A vida é um jogo
Cada um por si
E Deus contra todos
Você vai morrer
E não vai pro céu
É bom aprender
A vida é cruel...
Homem Primata
Capitalismo Selvagem
Oh! Oh! Oh!...(2x)
Eu me perdi
Na selva de pedra
Eu me perdi
Eu me perdi...
"I'm a cave man
A young man
I fight with my hands
(With my hands)
I am a jungle man
A monkey man
Concrete jungle!
Concrete jungle!"
	Desde os primórdios
Até hoje em dia
O homem ainda faz
O que o macaco fazia
Eu não trabalhava
Eu não sabia
Que o homem criava
E também destruía...
Homem Primata
Capitalismo Selvagem
Oh! Oh! Oh!...(2x)
Eu aprendi
A vida é um jogo
Cada um por si
E Deus contra todos
Você vai morrer
E não vai pr'o céu
É bom aprender
A vida é cruel...
Homem Primata
Capitalismo Selvagem
Oh! Oh! Oh!...(2x)
Eu me perdi
Na selva de pedra
Eu me perdi
Eu me perdi
Eu me perdi
Eu me perdi...
	Muitas vezes, ouvimos uma música, mas não observamos atentamente sua mensagem. Vejamos o algo mais que essa letra nos diz.
	Associe os versos a sua correta interpretação.
	
	versos
	
	interpretação
	(1)
	Eu aprendi / a vida é um jogo
	( )
	Contradição
	(2)
	Cada um por si / e Deus contra todos
	( )
	Irracionalismo
	(3)
	Você vai morrer / e não vai pro céu
	( )
	Fragmentação
	(4)
	É bom aprender / a vida é cruel
	( )
	Individualismo
	(5)
	Homem primata
	( )
	Insegurança
	(7)
	Capitalismo selvagem
	( )
	Desânimo
	(8)
	Eu me perdi / na selva de pedra
	( )
	Descrença
	(9)
	Eu me perdi / eu me perdi
	( )
	Perda de identidade
	Leia mais um texto e responda às questões. Utilize as técnicas de interpretação estudadas.
TEXTO 3
Sete Quedas por nós passaram
E não soubemos amá-las
E todas sete foram mortas
E todas sete somem no ar,
Sete fantasmas, sete crimes
Dos vivos golpeando a vida
Que nunca mais renascerá.
(Carlos Drummond de Andrade)
1. Por fantasmas, no texto, há de entender-se:
a) entes sobrenaturais que aparecem aos vivos.
b) imagens dos que já não existem.
c) imagens da culpa que iremos carregar.
d) imagens que assombram e causam medo.
e) frutos da imaginação doentia do homem.
2. Os dois primeiros versos fazem-nos entender que:
a) os brasileiros não costumam amar a natureza.
b) Sete Quedas pertencem agora ao passado.
c) enquanto era possível, nós não passávamos por Sete Quedas. 
d) todos antigamente podiam apreciar o espetáculo, agora não.
e) só agora nos damos conta do valor daquilo que perdemos.
3. A repetição do conectivo “e” tem o efeito de marcar:
a) que existe uma sequência cronológica de fatos.
b) uma insistência exagerada no conectivo.
c) que existe uma continuidade de fatos, fiel aos acontecimentos.
d) que existe uma implicação natural de consequência dos dois últimos fatos em relação ao primeiro.
e) que existe uma coordenação entre as três orações.
________________________
Material elaborado a partir de:
AMARAL, Emília; SEVERINO, Antônio; PATROCÍNIO, M. Ferreira do. Novo Manual Nova Cultural - Redação, gramática, literatura e interpretação de texto. São Paulo: Ed. Nova Cultural, 1993.
KOCH, I. G. V.; ELIAS, V. Mª. Ler e compreender os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006.