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UNIVERSIDADE CASTELO BRANCO – REALENGO ESCOLA SUPERIOR DE COMUNICAÇÃO SOCIAL CURSO DE PUBLICIDADE E JORNALISMO PRÁTICAS INVESTIGATIVAS EM JORNALISMO AUDIOVISUAL OBRA DE ASSISTÊNCIA À INFÂNCIA DE BANGU INFÂNCIA: O MOMENTO EM QUE TUDO PODE FAZER A DIFERENÇA DIELLEN SANTOS EVELYN CAROLINE VANESSA VELOSO VIVIAN ESTER Rio de Janeiro, novembro de 2015. Onde está a infância das nossas crianças? Abandonadas, descartadas, rejeitadas, inúmeras crianças em todo o Brasil sofrem grandes privações e violações de direitos, com pouca ou nenhuma consideração dada ao seu maior interesse: a infância. A maioria dessas crianças estão escapando da pobreza, de moradias inadequadas, famílias desestruturadas, violência doméstica. O quadro de abandono de menores é um problema que se repete em todo país. Um levantamento do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), realizado em 2013, apontou dados sobre este fenômeno tão comum. No Brasil, mais de 80% dos encaminhamentos de crianças e adolescentes a abrigos estão vinculados à dependência química dos pais. Outro estudo relevante, que ilustra este cenário é o Mapa da Violência 2014. Crianças e adolescentes do Brasil, da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso). O levantamento acusa que nos últimos dois anos, o país registrou 27.625 casos de abandono e negligência. Nesse universo, 61% correspondem a crianças com até 4 anos. O restante é constituído de menores com idade entre 5 e 15 anos. O Mapa da Violência 2014 apresenta ainda outros tipos de violência os quais as crianças e adolescentes são submetidos, entre eles estão o trabalho infantil, agressões físicas, violência sexual, tráfico humano e tortura. O juiz José Dantas, em entrevista ao Jornal Tribuna do Norte, reforça a tese de que todas as violações contra os direitos das crianças e adolescentes permeiam o universo sombrio e criminoso das drogas. “Os maus tratos começam com pais alcoólatras. Uma criança só vai pra rua quando em casa ela não tem o que precisa. A casa deixa de ser um espaço de acolhimento. As drogas são potencializadores do problema”, explica. Com o passar dos anos, as casas de acolhimento mudaram completamente de função. Antes criados para receber crianças cujos pais haviam falecido, hoje os abrigos quase não recebem esse tipo de público. “O número de filhos órfãos de pais vivos, órfãos do crack e outras drogas, é grande”, avalia José Dantas. O juiz explica ainda que o processo que desencadeia a permanência da criança ou adolescente no abrigo é constituído de várias etapas. “Primeiro, há o trabalho de vínculo familiar com os próprios pais. Não sendo possível, buscamos a família extensa ou ampliada. Quando falha essas duas opções, partimos para a destituição do poder familiar desses pais. Aí, encaminhamos para a doação nacional ou internacional. Enquanto isso, a criança fica no abrigo”, informa. Durante a Assembléia Geral das Nações Unidas, no dia 20 de novembro de 1959, representantes de centenas de países aprovaram a Declaração dos Direitos da Criança, composta por 10 princípios, e que foi adaptada da Declaração Universal dos Direitos Humanos. O documento apresenta os direitos que devem ser respeitados por nós para que todas as crianças possam viver dignamente, com muito amor , proteção e valorização. Entre eles, estão, “o direito à vida e à liberdade; a proteção da violência doméstica; direito a alimentação e ao atendimento médico; direito ao amor e à compreensão dos pais e da sociedade; direito à educação; direito de não serem violentadas verbalmente ou serem agredidas por pais, avós, parentes, outros responsáveis ou até a sociedade”. Mas, atualmente, é muito difícil que esses direitos sejam totalmente respeitados. Nossas crianças, hoje, levam uma vida triste e solitária, sejam em seus quartos trancados no computador ou em um orfanato esperando novos pais ou até em um abrigo querendo um mínimo de carinho e de atenção. Elas crescem e a cada dia carregam dentro de si preocupações de adultos, sem receberem a atenção que precisam. Assim, carregam experiências e trauma por toda vida, pois a infância é um momento em que tudo pode fazer a diferença. Nos abrigos e outras instituições de acolhimento às crianças, elas são cuidadas por funcionários, que assumem a função de monitores ou educadores. Estes são responsáveis por suprir as necessidades básicas dos abrigados, ou seja, devem oferecer condições de alimentação, saúde, educação, higiene e afeto. Para os funcionários e outras pessoas que atuam como voluntários ou participantes, de forma geral, a experiência é muito enriquecedora, e no final de tudo a sensação é que você realiza o trabalho como forma de ofertar amor para essas crianças, e a consequência não poderia ser melhor: você recebe amor em dobro! Essa é uma forma de resgatar um pouco a infância dessas crianças, que é o momento mais lindo das suas vidas. Não há preço que pague o sorriso no rosto de uma criança e seus olhos brilhando. Faz bem para nós mesmos, faz bem para a alma! Bibliografia: “Em dois anos, mais de 27 mil crianças foram abandonadas”. Jornal A Tribuna do Norte. <Disponível em: http://tribunadonorte.com.br/noticia/em-dois-anos-mais-de-27-mil-criancas-foram-abandonadas/275665> “Perfil de educadores de abrigos.” Gosto de ler. <Disponível em: http://www.gostodeler.com.br/materia/15817/perfil_de_educadores_de_abrigos.html> Direitos da criança. Wikipédia. <Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Direitos_da_crian%C3%A7a> Levantamento Nacional de Abrigos para Crianças e Adolescentes da Rede SAC. IPEA. <Disponível em: http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/infanciahome_c/acolhimento_institucional/Doutrina_abrigos/IPEA._Levantamento_Nacional_de_abrigos_para_Criancas_e_Adolescentes_da_Rede_SAC.pdf>
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