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JOSÉ VINÍCIUS DA COSTA PAIXÃO
QUESTÕES DE MOBILIDADE URBANA NO BRASIL
Palmas
2017
JOSÉ VINÍCIUS DA COSTA PAIXÃO
QUESTÕES DE MOBILIDADE URBANA NO BRASIL
Trabalho apresentado como requisito parcial de nota para G1 na disciplina de Transporte e Tráfego Urbano do curso de Engenharia Civil ministrado pela profª. Elaine Maria.  
Palmas
2017
QUESTÕES TRANSPORTE E TRÁFEGO URBANO
1 – Quais medidas seriam importantes para se obter um aumento na participação do transporte público na matriz modal dos deslocamentos urbanos?
Programar políticas perenes de financiamento e investimento direto com recursos do OGU de grandes obras de mobilidade urbana com foco na priorização do transporte coletivo e do transporte não motorizado, e tomar medidas de regulação de trânsito, como a destinação de mais espaço no sistema viário para o transporte público coletivo e o não motorizado, aliadas com outras medidas compensatórias (restritivas) focadas no transporte individual.
2 – Explique como o aumento da população idosa afeta o transporte público no Brasil e qual é a forma de solução que o artigo apresenta?
Com o envelhecimento, aumenta-se ano a ano o contingente de passageiros gratuitos e diminui o número de passageiros pagantes, já que as pessoas com mais de 65 anos não pagam passagem de transporte público coletivo. O impacto atual das gratuidades dos idosos chega a quase 10% do custo da tarifa, com forte tendência de crescimento. Como não há custeio extra tarifário dessa gratuidade, os usuários de transporte estão pagando por ele, o que se torna uma grande injustiça social, já que esses usuários, em sua maioria, são de baixa renda. O desafio aqui colocado é a constituição de fundos públicos para o custeio dessa e de outras gratuidades existentes, de forma que o ônus do benefício não recaia nas costas dos usuários de baixa renda. O ideal é que esses fundos sejam compostos de recursos oriundos do transporte individual ou outras fontes ligadas ao padrão de consumo dos mais ricos, já que eles pouco contribuem para o financiamento do transporte público.
3 – Tendo em vista a massa populacional que são as pessoas de baixa renda, mesmo em regiões periféricas dos grandes centros. Qual o grande gargalo da vida urbana na atualidade?
4 – Qual fenômeno acontecido nos anos 90 explica a queda no número de usuários do transporte público na época? E o atual aumento no número de usuários.
A política de atração dos investimentos da indústria automobilística iniciada em meados da década de 1990 e a redução da carga tributária sobre os veículos até 1.000 cilindradas, que representam atualmente mais de 50% das vendas, além de medidas de expansão do crédito.
5 – Explique por qual motivo o transporte público interfere na população como um todo quando ocorre alguma paralização.
Todas as atividades econômicas sofrem fortes impactos. Além disso, os usuários de automóveis não conseguem trafegar pelas vias, o setor produtivo fica prejudicado pela falta de mão de obra e o comércio padece com a falta de transporte de trabalhadores e consumidores.
6 – Quais os principais problemas gerados pelo modelo de mobilidade baseado no transporte individual?
O aumento do tráfego de veículos nas vias urbanas ocasionando grande engarrafamentos, aumento no valor das passagens do transporte público em decorrência da diminuição da demanda de passageiros, níveis elevados de poluição do ar causada pela queima de combustíveis e aumento dos números de acidentes de transito.
7 – Fale sobre a importância do transporte público na valorização de imóveis.
Os imóveis que ficam próximos aos locais que recebem investimentos em sistemas de transporte público de qualidade se beneficiam com a valorização do imóvel devido esses locais terem um aumento do fluxo de pessoas, melhorando assim o comércio local.
8 – De acordo Com o gráfico 01, principalmente a partir de 2010, compare os investimentos público e privado na infraestrutura de transportes e contextualize a queda do investimento público. 
Os investimentos privados e públicos (federal) em infraestrutura de transportes (rodovias, ferrovias, portos e aeroportos) cresceram três vezes e meia (247, 6%) entre 2003 e 2010. Deve-se destacar, porém, que os investimentos públicos já vinham sendo reduzidos desde 2010. 
As inversões privadas passaram a apresentar crescente relevância para a sustentação dos investimentos em transportes representando praticamente o dobro dos públicos. Contudo, mesmo considerando o crescimento no período, os investimentos totais em infraestrutura de transporte são insuficientes para a manutenção e a ampliação dos ativos. Apesar dos esforços empreendidos, o Brasil completou três décadas de limitados recursos para aplicação em transportes. 
Na atualidade o país investe menos de 0,6% do produto interno bruto (PIB) em transportes. O país precisa multiplicar por quatro, pelo menos, seus investimentos em transportes, para ter disponível uma infraestrutura adequada ao tamanho e à importância de sua economia. Por isso, dada a limitada capacidade de poupança do governo, o setor privado passou a ser considerado como de fundamental relevância para elevar os investimentos. 
Entretanto, deve-se ter clareza quanto aos limites do interesse do capital privado para investimentos em projetos de transporte – o retorno financeiro dos empreendimentos. Isto é, a estruturação de projetos de infraestrutura fica condicionada às expectativas de viabilidade econômico-financeira destes. 
Destaca-se que, apesar da relevância e da magnitude dos investimentos privados em transportes, eles são uma alternativa limitada. Os problemas de infraestrutura serão apenas parcialmente resolvidos com a participação do capital privado. No caso do setor de transportes, como afirmado, essa participação fica condicionada à atratividade (retorno financeiro) dos empreendimentos. Vale a pena fazer uma análise de cada segmento do setor buscando identificar os limites do interesse de participação da livre iniciativa
9 – Compare e diferencie os dois momentos do investimento público no sistema ferroviário, sendo desde 2003-2007 / 2008-2014.
No primeiro momento observamos um baixo investimento público em ferrovias que poderia ser efeito da baixa quantidade de recursos arrecadados no período. O segundo momento distingue-se por uma mudança nos investimentos públicos no setor aumentando consideravelmente e ampliando a malha rodoviária, isso devido ao arrecadamento fiscal.
10 – No setor aéreo brasileiro constatou-se um acentuado crescimento da demanda, contudo a capacidade operacional não acompanhou o aumento da demanda e a consequência foi o estrangulamento. Quais foram as ações do Governo para amenizar essa situação.
A criação da Secretaria de Aviação Civil (SAC), a instituição do Fundo Nacional De Aviação Civil (FNAC), mas o destaque e para a concessão de aeroportos ao setor privado. O investimento do setor privado for responsável pela duplicação de investimentos (medis anual) garantindo recursos financeiros para melhorias e ampliação dos aeroportos 
11 – Justifique a precariedade da infraestrutura de transporte no Brasil sob a ótica dos investimentos públicos em relação ao Produto Interno Bruto.
O Brasil investe atualmente apenas 0,6% do PIB em infraestrutura do transporte, demais países do BRIC, por exemplo investem 3,4%. 
12 – Os investimentos privados em rodovias concedidas pelo Governo Federal e por alguns estados cresceram entre os anos de 2003 e 2015. Qual?
Os investimentos foram de R$ 2,1 bilhões para R$ 6,7 bilhões, com pico de R$ 7,4 bilhões em 2014. O crescimento foi mais acentuado foi a partir de 2008, como consequência das novas concessões realizadas pelo governo federal e pelo estado de São Paulo, principalmente.
13 – A ineficiência na aplicação dos recursos disponibilizados pelos orçamentos para investimentos na infraestrutura de transporte tem endereço certo: falta de planejamento competente. Reflexo de quaisfatores?
Mudanças frequentes nos marcos regulatórios que provocam insegurança jurídica para o investidor e o financiador (risco político);
Projetos mal elaborados, que atrasam e elevam os custos das obras, editais e contratos mal feitos, que deixam brechas para sua inadequada execução, deixando possibilidades para que o Tribunal de Contas da União possa adiar o processo de licitação ou embargar a obra; 
Lei de licitações (Lei nº 8.666/1993) defasada, licitações ambientais que podem levar anos para serem emitidas;
Restrições da capacidade burocrática;
Pendências judiciais do poder público contra as empresas e vice-versa. 
 14 – Com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o poder público retomou sua participação nos investimentos na ampliação da malha ferroviária nacional. Cite exemplos das obras oriundas desse orçamento fiscal.
Ampliações da Ferrovia Norte-Sul, a construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste e a construção da Ferrovia de Integração Centro-Oeste.
Essa maior intervenção pública nos investimentos é percebida pelo seu forte crescimento nos anos 2008, 2009 
15 – O Brasil investe 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB) na área de transporte, muito abaixo dos investimentos dos países emergentes nesse setor, que é em média 3,4%. Uma das soluções para melhorar os investimentos em transporte é o setor privado, porém ele tem certas limitações, quais são elas?
O setor privado se interessa apenas por rodovias com intenso fluxo de veículos (grande demanda), pois são projetos que têm viabilidade econômico-financeira. Rodovias que tem pequeno fluxo só seriam viáveis para concessão se a tarifa do pedágio fosse mais elevada que nas rodovias com um grande fluxo, e nesse caso a tarifa seria maior que a capacidade de pagamento dos usuários, inviabilizando financeiramente para o setor privado.
16 – Pode-se afirmar que um percentual bastante elevado da malha pavimentada brasileira continuará dependendo acentuadamente de recursos fiscais para manutenção, recuperação e ampliação?
Sim, porque para o setor privado só e economicamente viável as rodovias com um grande fluxo, para haver um retorno financeiro do dinheiro investido.
 17 – Durante 2005-2014 o setor aéreo brasileiro sofreu um acentuado crescimento de demandas. Com a aproximação da Copa 2014 o setor sofreu o estrangulamento operacional, que é quando os aeroportos operam acima de 80% de sua capacidade. Sendo assim, quais as medidas adotadas pelo Governo para que este serviço se normalize?
A medida adotada pelo governo foi a privatização dos serviços. A incapacidade de investimentos e operações dos serviços a serem feitos por partes do governo, a privatização do setor ocorreu em quatro grandes etapas. 1) Aeroporto São Gonçalo do Amarante (Natal/RN) em 2011. 2) Aeroporto de Guarulhos (São Paulo/SP), Aeroporto de Viracopos (Campinas/SP) e Aeroporto de Brasília em 2012. 3) Aeroporto do Galeão (Rio de Janeiro/RJ) e Aeroporto de Confins (Belo Horizonte/BH) em 2014. 4) E está programado a privatização dos aeroportos de Fortaleza, Salvador e Florianópolis. 
18 – Uma das causas para o crescimento do transporte individual no Brasil são as políticas públicas de incentivo a compra, porém seus subsídios posteriormente são mais caros, porquê?
Várias foram as políticas que reforçaram o estímulo ao transporte individual. As tarifas de transporte público por ônibus, por exemplo, tiveram um crescimento acima da inflação nos últimos quinze anos, ao mesmo tempo em que os principais itens associados ao transporte privado tiveram crescimento real negativo, o que significa, na prática, um processo de barateamento do uso e aquisição do transporte privado e encarecimento do transporte público.
Os problemas de um modelo de mobilidade estruturado no transporte individual são as externalidades negativas geradas. Talvez a mais impactante dessas externalidades m as mortes no trânsito, trazendo inúmeros prejuízos para a sociedade.
19 – Em relação aos financiamentos dos sistemas de transportes, descreva sobre suas vantagens e desvantagens.
Historicamente, os investimentos na infraestrutura do transporte público urbano sempre ficaram a cargo do poder público, enquanto os investimentos em equipamentos e garagens eram responsabilidades das empresas operadoras. No caso das companhias metroviárias não privatizadas, o poder público se responsabiliza por todos os investimentos.
Os financiamentos públicos no sistema de transporte geram oportunidades de emprego, aquecem a economia e ajudam no desenvolvimento do país. Parcerias público-privadas também são formas de financiamento interessantes, pois o país ganha da mesma forma (mais emprego, incremento da economia), culminando com seu desenvolvimento no geral.
Em vários processos de licitação de sistemas de transporte público coletivo no país, por exemplo, houve a exigência das empresas concessionárias realizarem investimentos em infraestrutura urbana também, como corredores, pontos de parada, estações de transbordo e terminais. A lógica, nesse caso, é que os recursos da outorga, pagos pelas empresas vencedoras, sejam internalizados no sistema via melhoria da infraestrutura, ao contrário do pagamento da outorga em espécie, que quase sempre se diluía no caixa público e não retornava ao setor sob a forma de melhoria das condições de operação.
20 – O futuro do transporte público nas metrópoles brasileiras passa pela discussão de quais modos de transportes as pessoas vão optar, sendo eles motocicletas, automóveis ou transporte público. O que pode ocasionar em relação a essa escolha?
Esta é uma pergunta difícil de responder dada a grande quantidade de fatores que poderão interferir na escolha modal feitas pelas pessoas. Seguindo as tendências atuais, quando as políticas de incentivo ao uso de transporte público são escassas, estima-se que a maior parte dessas viagens será feita em motocicletas e automóveis, o que tornará o trânsito nas RMs bastante caótico.
21 – A gestão da circulação de pessoas é uma atividade essencial para a sustentabilidade das metrópoles, e tem relação direta com a qualidade do transporte público e da circulação dos seus usuários. Quais são os maiores desafios de uma gestão?
22- É notório a precariedade do sistema de transporte público brasileiro. Apresente medidas a serem tomadas em prol da melhora do sistema.
Maior investimento nos transportes públicos que apresentem maior eficiência como é o caso do metrô, melhorar a qualidade e aumento da frota e promover maior conforto e segurança, com preço justo.
23 – Dentre os participantes do trânsito urbano, qual é considerado o mais vulnerável levando em conta o número de mortes por ano? Sugira ao menos três políticas públicas que poderiam mudar este cenário.
Mesmo com a redução da porcentagem de mortos anualmente, os pedestres continuam sendo os mais vulneráveis no transito urbano. 1. Pontes de travessia bem sinalizadas e com frequente sinalização de veículos infratores. 2. Conscientização dos motoristas sobre os riscos de dirigir sobre efeito de álcool e desatenção utilizando telefone celular. 3. Redução das velocidades dos veículos em locais com presença constante de pedestre como centros e orlas, proximidades a shoppings e etc.
24 – Quais atitudes o Governo deve tomar para que haja um maior interesse da população em geral pelo transporte público?
Maior investimento e qualidade em sistemas de transporte em massa como metro e ônibus, fazendo com que melhore o fluxo de veículos nas cidades e vias públicas de qualidades.
25 – Identifique os segmentos pagantes e não pagantes do sistema tarifário de transporte público no Brasil. De que forma o sistema é impactado nos momentos de alta das tarifas e aumento do desemprego da população?
1) não pagantes (idosos/inválidos) 13%. 2) Estudantes (1/2) 7,8%. 3) Empregador 40%. 4) Autônomos, trabalho informal e desempregados 60%.
A medida que se tem o aumento no desemprego o aumento das passagens ocorre diminuição na demanda do transporte público, pois este atende majoritariamente pessoas de média e baixarenda no Brasil. 
26 – O sistema de mobilidade urbana dos grandes centros urbanos se caracteriza pelo grande uso do transporte individual motorizado. Quais as consequências e sugestões para amenizar tais problemas?
O aumento do transporte individual motorizado e consequente redução das viagens do transporte público vêm contribuindo para a deterioração das condições de mobilidade da população dos grandes centros urbanos, principalmente em função do crescimento dos acidentes de trânsito com vítimas, dos congestionamentos urbanos e também dos poluentes veiculares.
27 – Estabeleça uma relação entre mobilidade urbana e qualidade de vida da população.
Problemas relacionados a mobilidade urbana das pessoas e mercadorias nos centros urbanos afetam diretamente a qualidade de vida da população. Sistemas de mobilidades influentes pioram as desigualdades socioespaciais e pressionam as frágeis condições de equilíbrio ambiental no espaço urbano, demandado por partes do poder público, adoção de políticas alinhadas com o objetivo de se construir uma mobilidade urbana sustentável econômico ambiental e socialmente.

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