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E por meio da precipitação que se da a entrada de água em uma bacia hidrográfica, e o seu comportamento no espaço e tempo é um dos principais responsáveis pelas respostas hidrológicas da bacia hidrográfica A precipitação ocorre na forma de: ◦ Chuva ◦ Granizo ◦ Neve ◦ Geada A precipitação interage diretamente com as atividades humanas, assim o estudo dela pode minimizar os efeitos negativos e maximizar os positivos, através de uma interação sustentável com as atividades humanas, principalmente em relação ao uso adequado do solo. a) Umidade atmosférica: é a concentração de vapor na atmosfera – é de suma importância para as precipitações. b) Umidade relativa: Expressa a quantidade atual de vapor em relação a quantidade máxima que o ar atmosférico pode conter UR (%) = et /est*100 et = vapor atual de água na atm est saturação de vapor de água na atm c) Ponto de orvalho: é a temperatura em que o ar úmido, mantenho a mesma pressão, sofre saturação d) Ponto de condensação: é a temperatura que adquiri o ar úmido quando, evoluindo adiabaticamente (sem troca de calor) atinge um nível em que et = est (vapor de água na atmosfera é igual ao vapor de saturação), ocorrendo a precipitação. Fluxos de energia principal radiação ativa o ciclo hidrológico A radiação pode se apresentar das seguintes formas: Solar ondas curtas e alta intensidade Terrestre ondas longas e baixa intensidade Outras formas de fluxo de energia Condução: por meio da matéria, atividade molecular interna (sem movimento de massa); vapor de água e CO2 são os principais absorventes de energia e a transmitem por contato. Outras formas de fluxo de energia Convecção: transferência de calor através de um fluido que ocorre devido ao movimento do próprio fluido. *Importante na formação de nuvens, o ar se aquece próximo a superfície, se expande e se eleva, quando atinge temperaturas mais baixas se condensa podendo precipitar. Chuva: É a principal forma de precipitação no mundo, principalmente em regiões tropicais e subtropicais A precipitação atinge a superficie da terra na forma liquida, e os processos gerados por essa situação são os principais processos da hidrologia, com a interação chuva-infiltração-escoamento. Granizo: a precipitação ocorre na forma irregulares de gelo, com tamanho mínimo de 5 mm. O granizo é formado pelo congelamento instantâneo de gotículas, produzido por forte e rápida ascensão atmosférica do vapor de água Neve: é uma forma de precipitação na qual há formação de flocos de gelo com formatos normalmente hexagonais, em nuvens abaixo de 0° C Orvalho: O vapor da atmosfera sofre condensação e precipita nas diferentes superfícies. Ocorre quando o ar úmido atinge superfícies frias, o qual ocasiona a condensação do ar atmosférico Geada: Ocorre de maneira semelhante ao orvalho, no entanto ocorre o processo de sublimação, no qual o ar úmido se condensa na forma de gelo sobre as superfícies. Neblina: Consiste na condensação do vapor de água em pequenas gotículas em decorrência do resfriamento da atmosfera. Normalmente são formadas a noite e no inicio da manhã em áreas de serra ou relevo montanhoso, onde há o acúmulo do ar frio. O processo de condensação por si só não é capaz de promover a ocorrência de precipitação, pois nesse processo são formadas gotículas muito pequenas, denominadas de elementos de nuvem, que permanecem em suspensão na atmosfera, não tendo massa suficiente para vencer a força de flutuação térmica. Para que haja a precipitação deve haver a formação de gotas maiores, denominadas de elementos de precipitação, resultantes da coalescência das gotas menores, que ocorre devido a diferenças de temperatura, tamanho, cargas elétricas e, também, devido ao próprio movimento turbulento. Coalescência: Aumento das gotas por meio da colisão (turbulência do ar, forças elétricas e movimento Browniano). Na queda as gotas menores vão se incorporando nas maiores Difusão: O ar, após atingir o nível de condensação, continua evoluindo e difundindo o vapor supersaturado e sua consequente condensação em torno das gotículas, as quais aumentam o seu tamanho. Diâmetro das gotículas: Nuvens: 0,01 a 0,03 mm Chuva: 0,5 a 2,0 mm podendo chegar em alguns casos a 5,0 mm Chuva Frontal Originada do encontro de massas de ar com diferentes características de temperatura e umidade. Nesse processo ocorre a “convecção forçada”, com a massa de ar quente e úmida se sobrepondo à massa fria e seca. Com a massa de ar quente e úmida se elevando, ocorre o processo de resfriamento adiabático, com condensação e posterior precipitação. Características das chuvas frontais Distribuição: generalizada na região Intensidade: fraca a moderada, dependendo do tipo de frente Predominância: sem horário predominante Duração: média a longa (horas a dias), dependendo da velocidade de deslocamento da frente. Chuva Convectiva Ocorrem pelo aquecimento de massas de ar próxima a superfície, onde o ar se expandi e sobe onde as temperaturas são mais baixas ocorrendo dessa maneira a condensação do vapor, formação de nuvens e precipitação Características das chuvas convectivas Distribuição: localizada, com grande variabilidade espacial Intensidade: moderada a forte, dependendo do desenvolvimento vertical da nuvem Predominância: no período da tarde/início da noite Duração: curta a média (minutos a horas) Chuva Orográfica Ocorrem em regiões onde barreiras orográficas forçam a elevação do ar úmido, provocando convecção forçada, resultando em resfriamento adiabático e em chuva na face a barlavento. Na face a sotavento, ocorre a sombra de chuva, ou seja, ausência de chuvas devido ao efeito orográfico. Medida da Chuva A medida da chuva é feita pontualmente em estações meteorológicas, tanto automáticas como convencionais. O equipamento básico para a medida da chuva é o pluviômetro, o qual tem diversos tipos (formato, tamanho, sistema de medida/registro). A unidade de medida da chuva é a altura pluviométrica (h), que normalmente é expressa em milímetros (mm). Em alguns países são utilizadas outras unidades, como a polegaga (inches – in.), sendo 1mm = 0,039 in. A altura pluviométrica (h) é dada pela seguinte relação: h = Volume precipitado / Área de captação Se 1 litro de água for captado por uma área de 1 m2, a lâmina de água coletada terá a altura de 1mm. Em outras palavras, 1mm = 1L / 1m2. Portanto, se um pluviômetro coletar 52 mm, isso corresponderá a 52 litros por 1m2. h = 1L / 1m2 = 1.000 cm3 / 10.000 cm2 = 0,1 cm = 1mm Equipamentos para medida da chuva Pluviômetros Os pluviômetros são instrumentos normalmente operados em estações meteorológicas convencionais ou mini-estações termo-pluviométricas. O pluviômetro padrão utilizado na rede de postos do Brasil é o Ville de Paris (foto da esquerda). Outros tipos de pluviômetro (fotos do centro e da direita) são comercializados ao um custo menor e tem por finalidade monitorar as chuvas em propriedades agrícolas. A durabilidade desses pluviômetros e sua precisão, em função da menor área de captação, são menores do que a dos pluviômetros padrões. A área de captação mínima recomendável é de 100 cm2. Ville de Paris (A = 490 cm2) KCCI (A = 176 cm 2) SR(A = 15 cm2) Equipamentos para medida da chuva Pluviômetros O pluviômetro mais utilizado no pais é o Ville de Paris tem uma forma cilíndrica com área de captação de 400 cm², de modo que o volume de 40 ml corresponda a 1 mm de chuva, geralmente é instalada a 1,5 m do solo. Ville de Paris (A = 400 cm2) Pluviógrafo Os pluviógrafos são dotados de um sistema de registro diário, no qual um diagrama (pluviograma) é instalado. Ele registra a chuva acumulada em 24h, o horário da chuva e a sua intensidade. São equipamentos usados nas estações meteorológicas convencionais O pluviograma acima mostra uma chuva ocorrida no dia 11/03/1999, em que foi registrado cerca de 76mm em 5h. A chuva se concentrou entre 20h do dia 10/03 e 1h do dia 11/03. A intensidade máxima foi observada entre 20:30 e 21:30, com cerca de 53mm/h. Estações meteorológicas utilizam: Pluviômetros de báscula Os pluviômetros de báscula são sensores eletrônicos para a medida da chuva, usados nas estações meteorológicas automáticas. Eles possuem duas básculas, dispostas em sistema de gangorra, com capacidade para armazenar de 0,1 a 0,2mm de chuva. Conforme a chuva vai ocorrendo o sistema é acionado e um contador disposto no sistema de aquisição de dados registra a altura pluviométrica acumulada. Esse equipamento registra o total de chuva, o horário de ocorrência e a intensidade. Básculas dispostas em um sistema de gangorra A medição de chuva por radar está baseada na emissão de pulsos de radiação eletromagnética que são refletidos pelas partículas de chuva na atmosfera, e na medição da intensidade do sinal refletido. A relação entre a intensidade do sinal enviado e sinal recebido, denominado refletividade, é correlacionada a intensidade de chuva caindo na região. Os satélites medem a temperatura no topo das nuvens e tem uma relação com a precipitação, há também alguns radares em satélites o qual auxiliam na estimativa da precipitação por satélites. Observação: No Brasil ainda deve melhorar a precisão dos radares e satélites; O estado de são paulo são os mais bem servido de radares meteorológicos Necessitando de dados mais precisos e pontuais deve ser utilizada uma estação meteorológica ou pluviômetros e pluviográfos. Ana Inmet Iapar para o Paraná Hidroweb outros A) Altura pluviométrica (h): Representa a altura da lâmina de água precipitada, caso a mesma fosse recolhida em uma superfície horizontal, sendo expressa em mm, cm ou em polegadas em alguns países. Pode expressar uma chuva isolada ou uma precipitação em um dado intervalo de tempo. B) Tempo de duração (t): É o período de tempo contado desde o início até o final da precipitação (horas ou minutos) C) Intensidade da precipitação: É uma grandeza intensiva e instantânea, representado pela variação da lâmina precipitada num intervalo de tempo (i = dh/dt) D) Frequência: É o numero de ocorrência de uma determinada precipitação no decorrer de um período de tempo especificado. Observação: Para a hidrologia e estudos associados ao potencial erosivo da chuva, considera-se eventos separados por mais de 6 horas, sendo eventos distintos. Exemplo: Em um dado pluviograma temos dois eventos ocorridos fornecendo dados para as seguintes intepretações: Evento 1: 9:40 ás 14:20 Evento 2: 21:30 ás 08:00 a) Total precipitado: Evento 1: 8,6 mm Evento 2: 26,8 mm b) Duração Evento 1: 4: 40 horas (280 minutos) Evento 2: 10:30 horas (630 minutos) c) Intensidade média Evento 1: 1,843 mm h-1 Evento 2: 2,552 mm h-1 A Tabela apresenta a análise de freqüência de ocorrência de chuvas diárias de diferentes intensidades ao longo de um período de 23 anos em uma estação pluviométrica no interior do Paraná. Observa-se que ocorreram 5597 dias sem chuva (P = zero) no período total de 8279 dias, isto é, em 67% dos dias do período não ocorreu chuva. Em pouco mais de 17% dos dias do período ocorreram chuvas com intensidade baixa (menos do que 10 mm). A medida em que aumenta a intensidade da chuva diminui a freqüência de ocorrência. A variável utilizada na hidrologia para avaliar eventos extremos como chuvas muito intensas é o tempo de retorno (TR), dado em anos. O tempo de retorno é uma estimativa do tempo em que um evento é igualado ou superado, em média. Há uma grande variabilidade espacial das precipitações, e, considerando uma área de coleta de 400cm² para representar grandes áreas, deve-se utilizar de processos para representar a precipitação média. A forma de representar a variabilidade espacial da chuva para um evento, para um ano inteiro de dados ou para representar a precipitação média anual ao longo de um período de 30 anos são as linhas de mesma precipitação (isoietas) desenhadas sobre um mapa. As isoietas são obtidas por interpolação dos dados de pluviômetros ou pluviógrafos e podem ser traçadas de forma manual ou automática. Em razão da variabilidade espacial das precipitações é necessário estimar a precipitação média sobre uma bacia, a qual pode ser feita de 3 maneiras: Média aritmética Poligonos de Thiessen Método de isoietas – interpolação em SIGs Utilizando o método da média aritmética considera-se os pluviômetros que estão no interior da bacia. A média da chuva é Pm = (66+50+44+40)/4 = 50 mm. Traçar linhas que unem os postos pluviométricos mais próximos entre si. Traçar linhas médias perpendiculares às linhas que unem os postos pluviométricos. Definir a região de influência de cada posto pluviométrico e medir a sua área. Área total = 100 km2 Área sob influência do posto com 120 mm = 15 km2 Área sob influência do posto com 70 mm = 40 km2 Área sob influência do posto com 50 mm = 30 km2 Área sob influência do posto com 75 mm = 5 km2 Área sob influência do posto com 82 mm = 10 km2 Precipitação média na bacia: Pm = 120x0,15+70x0,40+50x0,30+75x0,05+82x0,10 = 73 mm. Se fosse utilizado o método da média aritmética haveria apenas dois postos no interior da bacia, com uma média de 60 mm. Se fosse calculada uma média incluindo os postos que estão fora da bacia chegaríamos a 79,5 mm. A chuva média anual é uma das variáveis mais importantes na definição do clima de uma região, bem como sua variabilidade sazonal. O total de chuva precipitado ao longo de um ano influencia fortemente a vegetação existente numa bacia e as atividades humanas que podem ser exercidas na região. O clima, entretanto, não é constante, e ocorrem variações importantes em torno da média da precipitação anual. Média = 1433 mm, em um ano chuva de 700 mm e outro chuva de 2300 mm A distribuição de frequência é aproximadamente gaussiana (parecida com a distribuição Normal). Séries anuais é comum utilizar a distribuição anual. 68 % dos dados estão entre a média + ou – desvio padrão Séries anuais é comum utilizar a distribuição anual. 95 % dos dados estão entre a média + ou – 2 desvio padrão O desvio padrão da chuva anual em um posto pluviométrico é de 298,8 mm e a média de 1433 mm. Estime qual o valor de precipitação anual que é igualado ou superado apenas 5 vezes a cada 200 anos, em média. A faixa de chuva entre a média menos duas vezes o desvio padrão e a média mais duas vezes o desvio padrão inclui 95% dos anos em média, e 2,5 % dos anos tem precipitação inferior à média menos duasvezes o desvio padrão, enquanto 2,5% tem precipitação superior à média mais duas vezes o desvio padrão, o que corresponde a 5 anos a cada 200, em média. Assim, a chuva anual que é superada ou igualada apenas 5 vezes a cada 200 anos é: P+2,5% = 1433+2x298,8 = 2030 mm P -2,5% = 1433-2x298,8 = 835,4 mm As principais características das chuvas são a sua intensidade, sua distribuição temporal (duração) e espacial, e sua frequência de ocorrência O conhecimento dessas características é de fundamental importância na análise de diversos problemas na engenharia de recursos hídricos, no projeto de obras hidráulicas, tais como vertedouros de barragens, sistemas de drenagem, galerias de águas pluviais, dimensionamento de bueiros, entre outros A precipitação tem efeito direto sobre erosão do solo, inundação em áreas urbanas e rurais. O estudo das precipitações máximas é um dos caminhos para conhecer a vazão de enchente de uma bacia. Chuva intensa: toda chuva em que a lâmina precipitada supere um valor mínimo em função do tempo de duração A relação entre e intensidade e a distribuição espacial da chuva é inversa, isto é, quanto maior a área de abrangência menor a intensidade A lâmina precipitada ( ou intensidade) de uma chuva além de depender da sua duração, depende também da frequência de ocorrência. Assim é que, para uma mesma duração, quanto maior a intensidade da chuva, menor será sua frequência, ou, maior será seu tempo de retorno. O problema da análise de freqüência de chuvas máximas é calcular a precipitação P que atinge uma área A em uma duração D com uma dada probabilidade de ocorrência em um ano qualquer. A forma de relacionar quase todas estas variáveis é a curva de Intensidade – Duração – Freqüência (curva IDF). A curva IDF é obtida a partir da análise estatística de séries longas de dados de um pluviógrafo (mais de 15 anos, pelo menos). O problema da análise de freqüência de chuvas máximas é calcular a precipitação P que atinge uma área A em uma duração D com uma dada probabilidade de ocorrência em um ano qualquer. A forma de relacionar quase todas estas variáveis é a curva de Intensidade – Duração – Freqüência (curva IDF). A curva IDF é obtida a partir da análise estatística de séries longas de dados de um pluviógrafo (mais de 15 anos, pelo menos). A Figura apresenta uma curva IDF obtida a partir da análise dos dados de um pluviógrafo que esteve localizado no Parque da Redenção, em Porto Alegre. Cada uma das linhas representa um Tempo de Retorno; no eixo horizontal estão as durações e no eixo vertical estão as intensidades. Observa-se que quanto menor a duração maior a intensidade da chuva. Da mesma forma, quanto maior o Tempo de Retorno, maior a intensidade da chuva. Por exemplo, a chuva de 1 hora de duração com tempo de retorno de 20 anos tem uma intensidade de 60 mm.hora-1.
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