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Apostila de contabilidade - analise de balanços

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Análise das 
Demonstrações 
Financeiras
Fabrizio Sacavassa
APRESENTAÇÃO
É com satisfação que a Unisa Digital oferece a você, aluno(a), esta apostila de Análise das Demons-
trações Financeiras, parte integrante de um conjunto de materiais de pesquisa voltado ao aprendizado 
dinâmico e autônomo que a educação a distância exige. O principal objetivo desta apostila é propiciar 
aos(às) alunos(as) uma apresentação do conteúdo básico da disciplina.
A Unisa Digital oferece outras formas de solidificar seu aprendizado, por meio de recursos multidis-
ciplinares, como chats, fóruns, aulas web, material de apoio e e-mail.
Para enriquecer o seu aprendizado, você ainda pode contar com a Biblioteca Virtual: www.unisa.br, 
a Biblioteca Central da Unisa, juntamente às bibliotecas setoriais, que fornecem acervo digital e impresso, 
bem como acesso a redes de informação e documentação.
Nesse contexto, os recursos disponíveis e necessários para apoiá-lo(a) no seu estudo são o suple-
mento que a Unisa Digital oferece, tornando seu aprendizado eficiente e prazeroso, concorrendo para 
uma formação completa, na qual o conteúdo aprendido influencia sua vida profissional e pessoal.
A Unisa Digital é assim para você: Universidade a qualquer hora e em qualquer lugar!
Unisa Digital
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................... 5
1 ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ................................................... 7
1.1 Balanço Patrimonial ........................................................................................................................................................7
1.2 Apresentação do Balanço .............................................................................................................................................8
1.3 A Importância do Balanço ............................................................................................................................................8
1.4 Critérios de Classificação dos Elementos Patrimoniais .....................................................................................9
1.5 Classificação do Ativo ....................................................................................................................................................9
1.6 Classificação do Passivo .............................................................................................................................................11
1.7 Demonstração do Resultado do Exercício ..........................................................................................................15
1.8 Estrutura da Demonstração de Resultado Conforme a Lei das Sociedades Anônimas ....................15
1.9 Problemas Contábeis diversos ................................................................................................................................19
1.10 Resumo do Capítulo .................................................................................................................................................25
1.11 Atividades Propostas ................................................................................................................................................25
2 INTRODUÇÃO À ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS .................. 27
2.1 Insumos Básicos da Análise de Balanço ...............................................................................................................27
2.2 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................28
2.3 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................28
3 OBJETIVO DA ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ....................... 29
3.1 O Início da Análise ........................................................................................................................................................29
3.2 Relatório de Análise .....................................................................................................................................................30
3.3 Grupos de Interesse .....................................................................................................................................................30
3.4 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................31
3.5 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................31
4 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL ....................................................................................... 33
4.1 Vertical ..............................................................................................................................................................................33
4.2 Objetivo da Análise Vertical ......................................................................................................................................34
4.3 Horizontal ........................................................................................................................................................................34
4.4 Análise Horizontal Encadeada x Anual .................................................................................................................36
4.5 Relação entre a Análise Vertical e Horizontal .....................................................................................................37
4.6 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................41
4.7 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................42
5 ANÁLISE ATRAVÉS DOS ÍNDICES ............................................................................................. 45
5.1 Conceito ...........................................................................................................................................................................45
5.2 Quantos Índices Podemos Calcular .......................................................................................................................46
5.3 Quadro de Resumo de Índices ................................................................................................................................46
5.4 Descrição dos Índices ..................................................................................................................................................47
5.5 Como Avaliar os Índices .............................................................................................................................................51
5.6 Elaboração do Relatório .............................................................................................................................................52
5.7 Resumo do Capítulo ....................................................................................................................................................52
5.8 Atividades Propostas ...................................................................................................................................................53
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................... 55
RESPOSTAS COMENTADAS DAS ATIVIDADES PROPOSTAS ..................................... 57
REFERÊNCIAS .............................................................................................................................................61
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5
INTRODUÇÃO
Olá futuro(a) administrador(a),
Seja bem-vindo(a) ao nosso módulo de análise das demonstrações financeiras, neste material você 
encontrará informações básicas para elaboração de uma análise completa de uma empresa.
Este conteúdo abordará desde o início da análise que consiste em conhecer as principais contas 
do balanço patrimonial, conhecendo seus grupos e subgrupos em ordem de liquidez até a finalização da 
análise através de índices financeiros e indicadores de performance.
Como você sabe, muitas empresas utilizam a análise das demonstrações financeiras para comparar 
seu negócio aos demais concorrentes de mercado, portanto, é uma ferramenta de extrema importância 
para aqueles que desejam ingressar no ramo financeiro.
Desejo a você um ótimo módulo e bons estudos durante este período. Espero que este conteúdo 
ajude você em sua vida tanto profissional quanto sua vida pessoal, muito sucesso a você caro(a) aluno(a).
Fico à disposição para o que se fizer necessário.
Um grande abraço e sucesso.
Prof. Fabrizio Scavassa
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7
ESTRUTURA DAS DEMONSTRAÇÕES 
FINANCEIRAS1 
Olá caro(a) aluno(a), antes de iniciarmos o 
estudo da demonstração financeira e seus con-
ceitos, precisamos conhecer a estrutura de um 
balanço. Por isso, a Análise das Demonstrações Fi-
nanceiras vem ganhando força cada vez mais nas 
empresas, pois se trata de uma técnica que une os 
conceitos contábeis e financeiros.
Independentemente do porte da empresa, 
é possível utilizar todos os conhecimentos e téc-
nicas de análise de balanço, desde que, a empresa 
possua dados confiáveis e um registro contábil de 
suas movimentações.
Conforme citado anteriormente toda em-
presa pode aplicar este tipo de controle, basta 
apenas um bom conhecimento em contabilidade 
e finanças.
1.1 Balanço Patrimonial
Conceito
É muito importante para a análise saber que 
o Balanço Patrimonial é uma fotografia estática 
da empresa em 31 de dezembro de um determi-
nado ano. Essa espécie de “fotografia” apresenta 
as contabilizações da empresa de acordo com as 
normas contábeis, que atualmente está são re-
gidas pela Lei nº 11.638/07 (conhecida como Lei 
das SAs).
Ao final do período de apuração (31/12), 
podemos identificar os saldos remanescentes 
para composição do Ativo, Passivo e Patrimônio 
Líquido.
Ativo 
Caro(a) estudante, para simplificar a estru-
tura do balanço, o ativo pode ser definido como 
os bens e direitos que uma empresa (pessoa jurí-
dica) possui. Conforme orientação da Lei das SAs, 
a sua estrutura deve respeitar o grau de liquidez 
do maior para o menor, ou seja, as contas que po-
dem ser transformadas em dinheiro mais rápido 
para a empresa devem constar primeiro no Ativo, 
posteriormente as contas com menor grau de li-
quidez.
Passivo 
Muita atenção caro(a) aluno(a), pois para 
compreender bem a estrutura do balanço deve-
mos também conhecer as obrigações da empre-
sa, que são apresentadas pelo Passivo. O passivo, 
podemos entender como as obrigações de uma 
empresa (pessoa jurídica), estes são valores que 
se encontram investidos no Ativo da empresa. 
Também classificamos o passivo pelo seu grau de 
liquidez, as dívidas que devem ser honradas pri-
meiro (curto prazo) são apresentadas primeiro no 
lado do passivo.
Patrimônio Líquido (PL) 
Por fim, mas não menos importante, temos 
o Patrimônio Líquido, que é o primeiro item que 
Análise das Demonstrações Financeiras
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8
1.2 Apresentação do Balanço
temos na abertura da empresa, pois uma de suas 
contas, Capital Social, é apresentada como o di-
nheiro do sócio na abertura da empresa. Todo va-
lor contabilizado no Patrimônio Líquido pode ser 
reconhecido como sendo do sócio e proprietário 
da empresa.
Apresentamos a seguir a estrutura do Ba-
lanço Patrimonial das empresas brasileiras.
ƒƒ O Ativo é indicado no lado esquerdo ou 
superior da demonstração;
ƒƒ O Passivo é apresentado do lado direi-
to ou inferior;
ƒƒ O Patrimônio Líquido, que mostra a 
diferença entre a soma do Ativo e a do 
Passivo, mostrando por sua vez o inves-
timento (capital) e o lucro (ou prejuízo) 
acumulado, também é apresentado 
do lado direito ou inferior somando ou 
subtraindo do Passivo.
BALANÇO
1.3 A Importância do Balanço
Ativo = Passivo – Patrimônio Líquido
AtençãoAtenção
O passivo representa todas as obrigações da em-
presa, incluindo as dívidas com terceiros e pro-
prietários. 
Muito bem futuro administrador(a), para 
obter dados através de verificação direta nos re-
gistros é trabalhoso e inviável, mesmo em peque-
nas empresas devido ao volume de lançamentos 
ocorridos diariamente. 
Pelas importantes informações de tendên-
cia que podem ser extraídas de seus diversos gru-
pos de contas, o balanço servirá como elemento 
de partida indispensável para o conhecimento da 
situação econômica e financeira da empresa. 
Daí a necessidade de resumo apresentando 
os dados de forma adequada, que permita o co-
nhecimento da situação patrimonial e das varia-
ções ocorridas durante determinado período.
Essa tarefa é fácil com o uso do plano de 
contas, obedecendo aos critérios de realização e 
exigibilidade.
A importância do Balanço consiste na visão:
ƒƒ Das origens dos recursos;
ƒƒ Das aplicações dos recursos;
ƒƒ De quanto desses recursos são devidos 
a terceiros;
ƒƒ Do grau de endividamento da empresa, 
da liquidez e da proporção do Capital 
Próprio;
ƒƒ Outras análises, que serão estudadas 
mais adiante.
Fabrizio Scavassa
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9
Conteúdo do Balanço:
Ativo Passivo
Ativo Circulante Passivo Circulante
Ativo Não Circulante Passivo Não Circulante
Ativo Realizável a Longo Prazo Passivo Exigível a Longo Prazo
ƒInvestimentos
ƒImobilizado
ƒIntangível
Patrimônio Líquido
ƒCapital Social
ƒReservas de Capital
ƒLucro/Prejuízo Acumulado
Fonte: O autor.
1.4 Critérios de Classificação dos Elementos Patrimoniais
Segundo Matarazzo (2007), no Brasil, as em-
presas costumam utilizar um Plano de Contas que 
atenda a suas necessidades operacionais, portan-
to não existe um padrão para as empresas.
A Lei, apenas, disciplina de forma geral a 
função e a ordem dos vários grupos que com-
põem o Ativo, Passivo e P. Líquido, como segue.
1.5 Classificação do Ativo
Segundo Matarazzo (2007), podemos clas-
sificar o Ativo em três grandes grupos: Ativo Cir-
culante, Ativo Não Circulante (Realizável a Longo 
Prazo) e Ativo Permanente, os quais são apresen-
tados em ordem decrescente do grau de liquidez 
(realização), de acordo com a Lei das SAs.
Saiba maisSaiba mais
No ativo circulante encontram-se as contas com 
maior liquidez da empresa. Dentro do ativo circu-
lante, encontramos subgrupos que também respei-
tam a ordem de liquidez ou de realização.
Ativo Circulante
Segundo Silva (1998), o ativo circulante 
compreende as disponibilidades, os direitos rea-
lizáveis no exercício social subsequente e as apli-
cações de recursos em despesas do exercício se-
guinte. 
Todas as contas de grande rotação são apre-
sentadas no Balanço como ativo circulante. Dessa 
maneira, todas as contas de liquidez imediata, ou 
que se convertem em dinheiro em curto prazo, 
serão classificadas nesse grupo.
Considera-se curto prazo todos os valores 
cujos vencimentos ocorrerão até o final do exercí-
cio seguinte ao encerramento do balanço, ou do 
ciclo operacional da empresa, no caso deste ser 
superior a um ano (exercício social).
O ativo circulante, por sua vez, divide-se nos 
seguintes subgrupos:
ƒƒ Disponível;
ƒƒ Aplicações Financeiras;
ƒƒ Valores a Receber a Curto Prazo ou Rea-
lizável a C. Prazo;
ƒƒ Estoques.
Análise das Demonstrações FinanceirasUnisa | Educação a Distância | www.unisa.br
10
Disponível
De acordo com Silva (1998), o subgrupo dis-
ponível inclui as contas com maior grau de liqui-
dez do ativo, constituído pelas disponibilidades 
imediatas, como dinheiro em caixa e cheques re-
cebidos e não depositados.
Também fazem parte do disponível da con-
ta bancos conta movimento (para pagamentos em 
cheques), títulos e aplicações financeiras de liqui-
dez imediata.
Aplicações Financeiras
Segundo Silva (1995), as aplicações finan-
ceiras referem-se a aplicações em títulos e valo-
res mobiliários resgatáveis a curto prazo. Essas 
aplicações normalmente são realizadas mediante 
a utilização de excessos temporários de caixa e 
representam uma forma de resguardar o poder 
de compra da moeda em ambiente inflacionário. 
As aplicações podem ser feitas em títulos públi-
cos, letras de câmbio, certificados de depósitos 
bancários, debêntures e outros ativos. Podemos 
classificar neste subgrupo do circulante, também, 
obras de arte, terrenos, investimentos em ações, 
quando estes são de caráter transitório e cuja cir-
cularização aconteça até, no máximo, o final do 
exercício seguinte (conceito de curto prazo).
Valores a Receber a Curto Prazo 
Discrimina, segundo Silva (1998), todos os 
valores recebíveis a curto prazo de propriedade 
da empresa, como clientes e os valores a receber 
provenientes das demais transações da empresa.
Do montante das duplicatas a ser recebi-
das de Clientes, parte podem ser descon-
tadas em instituições financeiras e isso 
aparecerá como (-) Duplicatas Desconta-
das. Que aparecerá subtraindo do valor 
de Duplicatas a Receber (Clientes). Parte 
das duplicatas a receber, podem dei-
xar de ser recebidas por vários motivos 
(concordatas, falências, etc.), em função 
disto a empresa pode provisionar parte 
do valor como perdas prováveis, quan-
do aparecerá no ‘ativo realizável’ como (-) 
Provisão para devedores Duvidosos, sub-
traindo do valor de Duplicatas a Receber 
(Clientes). (SILVA, 1998, p. 45).
Estoques
O estoque, podemos classificar como itens 
para elaboração, em processo ou transformado 
em produtos destinados para venda, estes itens 
são operacionais, ou seja, fazem parte da opera-
ção da empresa para compor o estoque, entre as 
contas que podemos identificar no subgrupo es-
toque, podemos destacar:
ƒƒ Matéria-prima;
ƒƒ Materiais de consumo;
ƒƒ Mercadorias para revenda;
ƒƒ Produtos Acabados (indústria);
ƒƒ Produtos em Elaboração etc.
Ativo Não Circulante
O ativo não circulante é a soma do realizável 
a longo prazo e o permanente.
Realizável Longo Prazo
A contabilização neste grupo de conta 
pode ser definida como todos os diretos de re-
cebimentos de valores que superam o exercício 
subsequente (superior a um ano).
DicionárioDicionário
Entende-se por longo prazo todos os valores a 
vencer acima do período de 365 dias, ou seja, um 
ano.
Fabrizio Scavassa
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11
Ativo Permanente
Segundo Matarazzo (2007), o ativo perma-
nente representa o último grupo do ativo, ele 
possui o menor grau de liquidez. Conforme sua 
nomenclatura, são recursos aplicados em bens 
ou direitos não destinados à comercialização, ou 
seja, à circulação econômica, permanecendo na 
empresa. O ativo permanente é dividido em três 
subgrupos: investimentos, imobilizado e intangível.
Investimentos 
Segundo Matarazzo (2007), trata-se de um 
subgrupo que se caracteriza pelos vários direitos 
de suas contas, sua particularidade em relação 
aos outros grupos está que ele não se destina à 
manutenção da atividade da empresa ou a nego-
ciações. 
1.6 Classificação do Passivo
Imobilizado
Muito bem, o Ativo Imobilizado refere-se a 
bens tangíveis destinados à operação da empresa 
ou suporte à operação da empresa.
Para identificarmos um item como Ativo 
Imobilizado, ele deve respeitar ou possuir pelo 
menos quatro características:
ƒƒ Destinado à operação da empresa;
ƒƒ Não são destinados à venda;
ƒƒ Sua vida útil deve ser superior a um ano;
ƒƒ Possuir relevância em seu valor, o qual é 
definido de acordo com cada empresa.
PASSIVO CIRCULANTE
Refere-se às obrigações de curto prazo, ou 
seja, obrigações que deverão ser liquidadas den-
tro do exercício social seguinte ao encerramento 
do balanço. O passivo circulante também pode 
ser dividido em vários subgrupos, como:
Fornecedores
Fique atento(a), pois a conta de fornecedo-
res é todos os valores financiados por terceiros, 
desde matéria-prima até valores financiados pelo 
próprio fornecedor na compra de máquinas e 
equipamentos para a operação da empresa.
Salários e encargos sociais
Futuro(a) administrador(a), são contabiliza-
dos os salários que são pagos no mês subsequen-
te à prestação de serviço pelo colaborador, nesta 
conta estão incluídos os valores de FGTS, INSS e 
13º salário.
Impostos e taxas
Atenção a esta conta no balanço, pois nela 
podemos contabilizar neste subgrupo os tributos 
como: ICMS a recolher, IPI, ISS, PIS, IRRF, entre ou-
tros impostos.
Empréstimos e Financiamentos 
Neste subgrupo contabilizamos todos os 
valores adquiridos através de instituições finan-
ceiras (Bancos) em moeda nacional.
Análise das Demonstrações Financeiras
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12
PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
O exigível a longo prazo também pode con-
ter vários subgrupos, ele vai respeitar a particula-
ridade e a necessidade de cada empresa, no Pas-
sivo Exigível a Longo Prazo podemos encontrar:
Empréstimos e Financiamentos
Caro(a) aluno(a), o empréstimo e o finan-
ciamento respeitam a mesma natureza da conta 
anterior, mas, além dos empréstimos, os financia-
mentos adquiridos podem ser através de leasing, 
FINAME, entre outros.
O PATRIMÔNIO LÍQUIDO
O Patrimônio Líquido representa todos os 
valores que são pertencentes aos sócios da em-
presa, estes valores ficam contabilizados, pois 
seus donos não reclamam o reembolso de suas 
aplicações na empresa. 
AtençãoAtenção
Todo balanço patrimonial possui uma data base; 
tome cuidado para não confundir um balanço 
patrimonial anual e analisar comparando com 
um balanço patrimonial trimestral.
O PL é representado através:
ƒƒ Dos investimentos dos proprietários na 
sociedade;
ƒƒ De valores recebidos como doação e 
subvenções para investimentos;
ƒƒ Das reservas oriundas de lucros; 
ƒƒ Das reservas provenientes de reavalia-
ção de Ativos.
Modelo de Balanço Patrimonial Comparativo:
Companhia EXEMPLO S/A
CNPJ nº 00.000.000/000-00
Balanço Patrimonial
Em 31.12.X2
Em R$ mil
ATIVO 20X2 20X1
( 1 ) ATIVO CIRCULANTE
•	 Disponível
•	 Aplicações Financeiras
•	 Valores Realizáveis a Curto Prazo
•	 Estoques
•	 Despesas Antecipadas
( 2 ) ATIVO NÃO CIRCULANTE (3+4)
( 3 ) ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
•	 Valores a Receber
•	 Títulos e Valores Mobiliários
•	 Empréstimos Compulsórios
•	 Depósitos Judiciais
•	 Incentivos Fiscais
( 4 ) ATIVO PERMANENTE
Fabrizio Scavassa
Unisa | Educação a Distância | www.unisa.br
13
•	 INVESTIMENTOS
•	 ATIVO IMOBILIZADO
•	 ATIVO INTANGÍVEL
TOTAL DO ATIVO (1+2)
PASSIVO 20X2 20X1
( 1 ) PASSIVO CIRCULANTE
•	 Salários e Encargos a Pagar
•	 Fornecedores
•	 Empréstimos
•	 Dividendos Propostos a Pagar
( 2 ) PASSIVO NÃO CIRCULANTE 
( 3 ) PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
•	 Empréstimos
•	 Impostos Parcelados a Pagar
( 4 ) PATRIMÔNIO LÍQUIDO
•	 Capital Social
•	 Reservas de Capital
•	 Reservas de Reavaliação
•	 Reservas de Lucros
•	 Lucro ou Prejuízo Acumulado
TOTAL DO PASSIVO (1+2+4)
Fonte: Equipe de professores da USP.
OPORTUNIDADE DO BALANÇO
ƒƒ Obrigatório pelo menos uma vez a cada 
ano;
ƒƒ Atualmente, devido às necessidades de 
informações cada vez mais atualizadas 
e precisas, o ideal é que se emita um 
balanço a cada mês, ou quantosforem 
necessários para auxiliar no processo 
de tomada de decisões.
 
COMO SE LEVANTA O BALANÇO
Muito bem, caro(a) aluno(a), chegou a hora 
do levantamento das informações do balanço, 
para isso devemos seguir os seguintes itens:
ƒƒ Levantamento de Balancete de Verifica-
ção do razão do último mês ou período;
ƒƒ Ajuste das contas;
ƒƒ Encerramento das contas de Receitas e 
Despesas;
ƒƒ Elaboração das Demonstrações Finan-
ceiras e das Notas Explicativas.
Primeira Etapa: Balancete de Verificação
Demonstrativo para verificação da igual-
dade do resultado entre os saldos credores e 
devedores das contas do razão contábil, por isso 
chama-se Balancete de Verificação, ou apenas Ba-
lancete.
Análise das Demonstrações Financeiras
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14
Exemplo:
Cia. Exemplo S/A
Balancete de Verificação em 31-07-X1
Contas Saldos
Devedores Credores
Caixa
Despesas Diversas
Estoques
Terrenos
Móveis e Utensílios
Fornecedores
Capital
60.000
9.000
78.000
31.000
50.000
-
-
228.000
-
-
-
-
-
58.000
170.000
228.000
Fonte: Equipe de professores da USP.
O levantamento do Balancete de Verificação 
do razão é o ponto de partida no encerramento 
do Balanço e consiste na verificação da exatidão 
matemática dos saldos das contas.
Tal verificação abrange todas as contas (ati-
vo, passivo e resultado). Caso haja divergência 
nos saldos será feito o que se chama de concilia-
ção das contas para o devido ajuste.
Segunda Etapa: Ajuste das Contas
A escrituração contábil respeita a conven-
ção contábil.
Segundo Iudícibus (1998), o ajuste das con-
tas é um dos trabalhos mais importantes do le-
vantamento do balanço, através da análise das 
demonstrações financeiras podemos verificar a 
real Situação Patrimonial e do Resultado da em-
presa.
Terceira Etapa: Encerramento das Contas de 
Resultado
Do ponto de vista contábil, as contas divi-
dem-se em dois grupos:
ƒƒ As Contas Patrimoniais (ativo, passivo e 
PL);
ƒƒ As Contas de Resultados (despesas e re-
ceitas).
As patrimoniais aparecem no Balanço sem-
pre com seus saldos, de maneira cumulativa, ou 
seja, não são encerradas no processo de levanta-
mento do balanço.
As de resultado são encerradas a cada fe-
chamento de exercício social, iniciando com 
saldo “Zero” no período seguinte, ou seja, seus 
saldos são transferidos através de lançamentos 
contábeis para a conta de Apuração de Resulta-
do (Resultado do Exercício), cujo saldo (diferença 
despesas x receitas) é transferido para a conta Lu-
cro/Prejuízo Acumulado, que é mostrada no ba-
lanço como indicadora da variação patrimonial 
no decorrer da vida da empresa. 
A conta Lucros ou Prejuízos Acumulados re-
presenta o único elo entre as contas do Balanço e 
as do Resultado do Exercício.
Fabrizio Scavassa
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15
1.7 Demonstração do Resultado do Exercício
1.8 Estrutura da Demonstração de Resultado Conforme a Lei das Sociedades 
Anônimas
Elaborada simultaneamente com o ba-
lanço patrimonial, constitui-se em relató-
rio sucinto das operações realizadas pela 
empresa em determinado período de 
tempo. Desta demonstração extrai-se um 
dos valores mais importantes às pessoas 
nela interessadas: o resultado líquido do 
período, lucro ou prejuízo. (MATARAZZO, 
2007, p. 69).
Segundo Matarazzo (2007), o lucro (ou pre-
juízo) é resultante de receitas, custos e despesas 
incorridos na empresa no período e apropriados 
segundo o regime de competência, ou seja, inde-
pendentemente de que tenham sido esses valo-
res pagos ou recebidos.
O objetivo da contabilidade, com a DRE 
juntamente com o balanço, é mostrar a situação 
patrimonial e econômico-financeira da empresa.
A demonstração do Resultado do Exercício 
mostra como a empresa se comportou em termos 
de Receitas e Despesas, durante certo período de 
tempo, em geral de um ano. Na demonstração 
deve constar o período de tempo considerado.
A seguir apresentamos as principais contas 
pela ordem da demonstração do resultado do 
exercício de acordo com Matarazzo (2007).
RECEITA BRUTA DE VENDAS OU RECEITA OPE-
RACIONAL BRUTA
Refere-se ao valor nominal total das vendas 
de bens ou dos serviços prestados pela empresa, 
no exercício social considerado, antes de qual-
quer dedução. É importante dizer também que 
estas receitas são registradas quando da realiza-
ção da venda, independentemente da mesma ter 
sido recebida ou de quando irá ocorrer seu venci-
mento, procedimento este conhecido como regi-
me de competência.
(-) DEDUÇÕES SOBRE VENDAS
Da receita bruta, devem ser deduzidos di-
versos valores que não pertencem à empresa, 
tais como impostos sobre vendas (ICMS, IPI, ISS 
etc.), descontos e abatimentos sobre vendas, e as 
devoluções sobre vendas ou vendas canceladas. 
Com isso, obtém-se o total da Receita Líquida de 
Vendas e Serviços ou a Receita Operacional Líqui-
da de Vendas e Serviços.
Descontos sobre vendas e abatimentos sobre 
vendas
Caro(a) aluno(a), embora possa parecer que 
sejam sinônimos, descontos são diferentes de 
abatimentos. Temos um desconto sobre vendas 
quando o vendedor concede no momento da ne-
gociação do objeto comercializado devido a mé-
ritos do comprador (cliente), ou seja, por este ser 
pontual, comprar uma quantidade regular etc. A 
este tipo de desconto, podemos chamar ainda de 
desconto comercial. O abatimento sobre vendas 
difere de desconto devido à ocorrência deste se 
dar por anormalidade em relação ao bem ou ser-
viço entregue, no caso de um bem estar avariado 
e uma devolução ser inviável economicamente, 
negocia-se um abatimento sobre a venda.
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16
Devolução sobre vendas ou vendas cancelas
Podemos entender com sendo devolução 
quando esta ocorrer apenas parcialmente sobre 
a venda efetuada, devido parte desta estar em 
desacordo com as especificações do cliente ou 
mesmo apresentar algum tipo de anormalida-
de. Já as vendas canceladas, podemos entender 
como sendo aquelas onde a devolução for total, 
por estar totalmente em desacordo com as espe-
cificações do cliente.
Impostos sobre vendas
Podemos definir como sendo aqueles valo-
res que transitam temporariamente pelo dispo-
nível, mas que não pertencem à empresa por se 
tratar de tributos que incidem sobre as vendas e 
serviços prestados e que por isso devem ser re-
passados aos cofres públicos.
(=) RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS OU RECEITA 
OPERACIONAL LÍQUIDA
É a diferença entre a receita bruta e a soma 
das deduções sobre as vendas.
Resumindo:
ƒƒ Brutas: total do faturamento, antes das 
deduções (descontos, abatimentos, de-
voluções e impostos), a fórmula para 
chegar ao faturamento bruto é volume 
vezes preço.
ƒƒ Líquidas: resultante da subtração dos 
impostos a elas relacionadas, e também 
das devoluções e abatimentos sobre 
vendas.
(-) CUSTO DAS MERCADORIAS, PRODUTOS OU 
SERVIÇOS VENDIDOS
Mostra o valor do custo das mercadorias, 
produtos ou serviços vendidos. Representa todos 
os custos incorridos pela empresa em seu proces-
so comercial (compra/venda), de fabricação em 
se tratando de uma indústria, ou de serviços no 
caso de uma prestadora de serviços. Esses valores 
são normalmente apurados pelo custo histórico 
de aquisição ou de produção. Em relação a pro-
dutos fabricados, estes custos referem-se à maté-
ria-prima, mão de obra, e outros custos indiretos 
de fabricação, para efeito de empresa comercial 
estes custos referem-se aos de aquisição da mer-
cadoria vendida.
(=) LUCRO BRUTO 
É a diferença entre receita líquida de vendas e 
o custo das vendas.
(±) DESPESAS OPERACIONAIS ou RESULTADO 
OPERACIONAL
São aquelas necessárias para o normal de-
senvolvimento das operações que constituem o 
objetivoda empresa. É a soma dos gastos com 
despesas comerciais, administrativas, tributárias 
e encargos financeiros líquidos (diferença entre 
receitas e despesas financeiras). As despesas ope-
racionais são deduzidas do lucro bruto, dando o 
lucro ou resultado operacional. 
(±) OUTROS RESULTADOS (DESPESAS/RECEI-
TAS) OPERACIONAIS
Compõem-se de itens que nem sempre se 
enquadram no conceito correto de operacional, 
ou seja, não são provenientes das atividades fins 
da empresa. Nesse grupo podem estar incluídos, 
entre outros, dividendos recebidos de investi-
mentos societários avaliados pelo método de 
custo corrigido, variações nos investimentos ava-
liados através da equivalência patrimonial, receita 
de vendas de sucatas etc. As perdas por eventua-
lidades, como enchentes, incêndios sem que haja 
cobertura de seguros, também são consideradas 
como resultado não operacional.
Fabrizio Scavassa
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17
(=) LUCRO OU PREJUÍZO OPERACIONAL
Ao lucro operacional são adicionadas ou-
tras receitas ou deduzidas outras despesas não 
operacionais, chegando-se ao lucro líquido antes 
do imposto de renda (LAIR). Sobre esse valor é 
provisionado o imposto de renda para o período, 
chegando-se ao lucro líquido disponível.
(±) RESULTADOS (DESPESAS/RECEITAS) NÃO 
OPERACIONAIS
Normalmente são classificados como não 
sendo operacionais, aquelas perdas ou ganhos 
oriundos de alienação (vendas), ou baixas de 
bens do ativo permanente.
(=) LUCRO/PREJUIZO ANTES DOS IMPOSTOS E 
PARTICIPAÇÕES
Este pode ser definido como o resultado 
econômico obtido pela empresa através de suas 
atividades operacionais e não operacionais. So-
mente depois de apurado o resultado econômico 
é que a empresa apura e provisiona os impostos e 
as participações.
(-) IMPOSTO DE RENDA E CONTRIBUIÇÃO SO-
CIAL SOBRE O LUCRO
Depois de apurado este valor, a empresa 
apura o que chamamos de resultado tributável 
ou lucro real para efeito de apropriação do impos-
to de renda e da contribuição social sobre o lucro.
(-) PARTICIPAÇÕES
Compreendem as participações estatutá-
rias que representam parcelas dos lucros destina-
das a empregados, diretores, debenturistas etc.
(-) LUCRO/PREJUÍZO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
O lucro ou prejuízo líquido do exercício é 
obtido após as deduções de participações e con-
tribuições do lucro remanescente, depois de de-
duzida a provisão do imposto de renda.
O lucro ou prejuízo líquido é transferido 
para o Patrimônio Líquido, mais especificamente 
para a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados. Jun-
to com as outras demonstrações contábeis apura-
das no exercício é apresentado à assembleia geral 
ordinária dos acionistas da empresa proposta de 
destinação a ser dada ao lucro líquido do exercí-
cio.
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DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO
 MODELO GENÉRICO
RECEITA BRUTA DE VENDAS
ƒVendas Nacionais
ƒVendas Estrangeiras
(-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA
ƒImpostos sobre vendas
ƒAbatimentos sobre Vendas
ƒDevoluções sobre Vendas 
(=) RECEITA LÍQUIDA DE VENDAS
(-) CUSTO DAS VENDAS (CMV – CPV OU CSV)
(=) RESULTADO BRUTO ou LUCRO BRUTO
(±) DESPESAS E RECEITAS OPERACIONAIS
 Despesas com Vendas
ƒFretes sobre vendas
ƒPropaganda e publicidade
ƒOutras
Despesas Gerais e Administrativas
ƒSalários e encargos
ƒAlugueis
ƒDepreciação
ƒSeguros
ƒOutras
Encargos Financeiros Líquidos 
ƒDespesas Financeiras
ƒReceitas Financeiras
Outras Despesas e Receitas Operacionais
ƒGanhos de Participações
ƒPerdas de Participações
(=) LUCRO/PREJUÍZO OPERACIONAL
(-) RESULTADO NÃO OPERACIONAL
ƒGanho não Operacional
ƒPerda não Operacional
(=) RESULTADO ANTES DO IMP. DE RENDA
(-) PROVISÃO PARA IMPOSTO DE RENDA
(=) LUCRO APÓS O IMPOSTO DE RENDA
(-) PARTICIPAÇÕES E PROVISÕES
ƒParticipações nos lucros p/empregados
(=) LUCRO OU PREJUÍZO LÍQUIDO
LUCRO OU PREJUÍZO POR AÇÃO
Fonte: Equipe de professores da USP.
OUTRAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS E AS 
NOTAS EXPLICATIVAS
A elaboração das demonstrações citadas 
e mais as notas explicativas representam a últi-
ma etapa do levantamento do balanço e conse-
quentemente da sequência dos procedimentos 
contábeis.
Fabrizio Scavassa
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19
1.9 Problemas Contábeis diversos
DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS 
ACUMULADOS
De acordo com Matarazzo (2007), essa de-
monstração retrata as movimentações ocorridas 
na conta patrimonial de “Lucros ou Prejuízos Acu-
mulados”, é legalmente obrigatória para pratica-
mente todas as sociedades.
Estrutura da demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados conforme a Lei
Saldo inicial da conta “Lucros/Prejuízos Acumulados” (final exercício anterior)
(±) Ajustes de exercícios anteriores
(+) Reversões de Reservas
(±) Lucro/Prejuízo líquido do Exercício
(-) Transferência para Reservas
(-) Dividendos propostos
(-) Parcela dos Lucros Incorporada ao Capital
(+) Saldo final da conta “Lucros /Prejuízos Acumulados”
Fonte: Equipe de professores da USP.
EXPLICAÇÕES ADICIONAIS:
ƒƒ Ajustes de exercícios anteriores: re-
fere-se às mutações havidas em decor-
rência de alterações do critério contá-
bil adotado pela empresa, ou a erros e 
omissões cometidos em exercícios an-
teriores, os quais irão alterar a estrutura 
final de seu patrimônio líquido.
ƒƒ Reversões de reservas: são as parcelas 
do lucro líquido de exercícios anteriores 
que foram destinadas à constituição 
de reservas, reconvertidas totais ou 
parcialmente, no momento em que não 
existir mais razão para sua manutenção. 
Basicamente tais reversões processam-
se sobre as reservas de lucros, existindo, 
porém, exceções.
VALORES A RECEBER
Na composição dos “valores a receber a cur-
to prazo” são discriminados todos os valores rece-
bíveis a curto prazo, de propriedade da empresa. 
Consideram-se recebíveis ou realizáveis as 
vendas a prazo (de produtos, mercadorias ou ser-
viços) a clientes e os valores a receber provenien-
tes das demais transações efetuadas pela empre-
sa.
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20
DEVEDORES DUVIDOSOS e INSOLVÁVEIS
Os diversos valores a receber são avaliados 
por seu valor de realização, ou seja, pelo montan-
te que a empresa espera auferir quando do rece-
bimento.
O que se quer mostrar aqui é a possibilida-
de da ocorrência de prejuízos, em virtude de de-
vedores não liquidarem seus compromissos com 
a empresa.
Quando se torna comprovada a real impos-
sibilidade da quitação de suas dívidas, são esses 
devedores considerados pela contabilidade de-
vedores insolváveis.
Segundo Matarazzo (2007), o Balanço mos-
tra a existência de duplicatas a receber no valor 
global. A prática comercial indica que é comum o 
aparecimento de devedores insolváveis, de modo 
que se pode prever o aparecimento de algum 
prejuízo.
Dessa forma, baseando-nos na premissa 
de que o Balanço deve retratar a situação patri-
monial com o máximo de fidelidade possível, os 
títulos (duplicatas e outros documentos) a rece-
ber deveriam aparecer no Balanço com saldo cor-
respondente ao montante líquido que provavel-
mente serão recebidos.
De acordo com Matarazzo (2007), da conta 
Resultado dever ser debitada todas as despesas 
e perdas relativas ao período. A perda decorren-
te de débitos insolváveis deve, portanto, pesar 
negativamente no resultado desse exercício. Em 
função disso, devemos concluir que tanto o Ba-
lanço quanto a Demonstração de Resultados se-
rão incorretos, a menos que neles estejam previs-
tas as possíveis e prováveis perdas relacionadas a 
terceiros.
Na prática, por ocasião do levantamento do 
Balanço, deduz-se de Duplicatas a Receber um 
montante estimado de perdas com clientesduvi-
dosos. Este montante também é deduzido como 
despesa do exercício e aparece como uma despe-
sa de vendas na Demonstração de Resultados do 
Exercício.
FORMAS DE PROVISÃO PARA DEVODORES 
DUVIDOSOS
Segundo Iudícibus (1997), os prejuízos fu-
turos não podem ser previstos com precisão, por 
isso a legislação do IR dispõe que o valor consi-
derado dedutível como provisão para perda será 
aquele que for suficiente para absorver as perdas 
que provavelmente ocorrerão no recebimento 
dos créditos de direito existentes no final de cada 
exercício. 
A lei permite também que se constitua pro-
visão para devedores duvidosos da seguinte ma-
neira:
a) Análise individual de devedores. Os 
débitos vencidos e os pertencentes a 
pessoas que estejam com dificuldade fi-
nanceira são somados e adotados para 
constituição da provisão;
b) Aplicação de um percentual sobre os 
valores a receber no fim do ano, ma-
neira esta utilizada pela grande maioria 
das empresas.
Fabrizio Scavassa
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21
Exemplo:
DEMONSTRAÇÃO DO CÁLCULO DA PROVISÃO PARA DEVEDORES DUVIDOSOS 
(retrospecto histórico)
EXERCÍCIOS Duplicatas a ReceberSaldo em 31-12
Perda efetiva-
mente observada %
Ano 1 $ 380.000 $ 15.200 4,00
Ano 2 $ 460.000 $ 18.000 3,91
Ano 3 $ 500.000 $ 15.000 3,00
TOTAL $ 1.340.000 $ 48.200 3,60
Fonte: Equipe de professores da USP.
Supondo que no ano de fechamento o va-
lor de Duplicatas a receber seja de $ 480.000, o 
percentual (%) de provisão para perdas poderá 
ser 3,6% (média dos últimos três anos), ou seja, $ 
17.280.
Débito: 
Devedores Duvidosos
Crédito: 
Provisão p/Devedores Duvidosos
Estimativa de perdas com devedores duvidosos 
$ 17.280
Observação:
ƒƒ O saldo da conta Devedores Duvidosos, 
da mesma forma que outra conta de 
despesas, deve ser transferido para re-
sultado do exercício.
ƒƒ O saldo da conta Provisão para devedo-
res duvidosos aparecerá no ativo redu-
zindo a conta de duplicatas a receber 
com sinal negativo (-).
Exemplo no Balanço:
Duplicatas a Receber...................$ 480.000
(-) Provisão p/Dev. Duvidosos.. $ 17.280 $ 462.720
DESCONTO DE DUPLICATAS A RECEBER
A empresa, depois de realizadas as vendas 
e emitidas as Duplicatas a Receber, podem adotar 
três atitudes:
ƒƒ Ficar com a mesma até que seja quitada 
pelo devedor (cliente);
ƒƒ Endossar e enviar ao Banco, para que 
este proceda a cobrança;
ƒƒ Endossar, enviar ao Banco, transferindo 
ao mesmo sua propriedade, recebendo 
em troca o valor do título, deduzidas as 
despesas incidentes sobre a operação, a 
isso se dá o nome de “Desconto de Du-
plicatas”.
Segundo Iudícibus (1998), a contabilização 
das duplicatas a receber deve ser da seguinte for-
ma:
Diversos
a Duplicatas Descontadas
Pelo desconto das duplicatas nºs. .... no Banco ... 
como segue:
Bancos Cta. Movimento
Valor creditado........................................$ 18.000
Juros e Descontos a Vencer (conta do ativo)
Valor dos juros a ser cobrado no 
recebimento da duplic........................$ 1.400
Despesas Bancárias
Comissão e IOF cobrados pelo Banco
$ 600 $ 20.000
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Vejam agora que o valor que a empresa tem real-
mente a receber, no Balanço, é:
Duplicatas a Receber ...................................$ 50.000
(-) Duplicatas Descontadas .....$ 20.000 $ 30.000
ATIVO IMOBILIZADO
O ativo imobilizado é parte integrante do 
ativo permanente da empresa. Ele compreende 
os bens e direitos que tenham por objeto à manu-
tenção das atividades da empresa, ou exercidos 
com essa finalidade, inclusive os de propriedade 
industrial ou comercial.
O imobilizado é representado por bens tan-
gíveis e intangíveis, tendo as seguintes caracterís-
ticas básicas:
1. Sua utilização na empresa;
2. Não esteja destinada à venda;
3. Vida útil superior a um ano;
4. Relevância de valor.
Iudícibus (1998) afirma que o tipo de Ativo 
Imobilizado pode variar de acordo com a ativida-
de operacional de cada empresa.
É importante observar que um bem pode 
ser classificado como imobilizado ou como 
estoque, dependendo apenas de seu propósito. 
Numa revendedora de veículos, por exemplo, os 
carros destinados à venda representam estoques 
(mercadorias), enquanto os veículos que fazem 
parte da frota de uso da revendedora constituem 
imobilizado.
Os itens componentes do ativo imobiliza-
do são avaliados pelo custo de aquisição, mais os 
gastos necessários à colocação dos mesmos em 
condição de funcionamento. Tais valores eram 
antes da Lei nº 4.249/95 corrigidos monetaria-
mente para fins de atualização devido ao efeito 
da inflação, porém essa Lei extinguiu tal correção.
Entre os itens que habitualmente compõem 
o ativo imobilizado destacam-se:
ƒƒ Imóveis e Terrenos;
ƒƒ Máquinas e Equipamentos;
ƒƒ Veículos, acessórios e semoventes;
ƒƒ Móveis e Utensílios;
ƒƒ Instalações;
ƒƒ Imobilizações em Andamento;
ƒƒ etc.
DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO
Os bens do imobilizado sofrem deprecia-
ção, amortização e exaustão, em fase de 
sua expectativa de vida útil, ou seja, de 
duração. Os itens de depreciações, amor-
tizações e exaustões aparecem como re-
dutoras de imobilizado. Apenas os bens 
tangíveis, que estão sujeitos ao desgaste 
ou deterioração, pelo uso ou pelo trans-
correr do tempo, devem ser depreciados. 
(MATARAZZO, 2007, p. 62).
Fique atento caro(a) estudante, pois atual-
mente existem algumas formas para depreciação, 
de acordo com a estratégia da empresa ela pode 
variar os seus critérios. Pelo princípio contábil de 
consistência, a empresa deverá manter durante a 
vida útil do bem o mesmo critério de depreciação 
que adotou desde o início, porém, na eventuali-
dade de mudança, deverá explicar a ocorrência 
em nota explicativa.
Iudícibus (1998) apresenta os principais mé-
todos de depreciação, entre eles temos:
1. Método da linha reta: é o método mais 
utilizado, com base em uma expectati-
va de vida útil do bem é estabelecido 
um percentual anual fixo para depre-
Saiba maisSaiba mais
A depreciação é usada apenas para ativos tangíveis, 
como mesa, cadeira, máquinas etc., enquanto que 
a amortização é usada para bens intangíveis, como 
software.
Fabrizio Scavassa
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23
ciação. Supondo, por exemplo, que 
determinado bem como veículo tenha 
uma vida útil de cinco anos, sua taxa de 
depreciação será de 20% ao ano.
2. Método da taxa constante: é aplicada 
um taxa constante de depreciação 
sobre o valor residual, isto é, sobre o 
custo mais a depreciação acumulada. 
Observe que, enquanto o método da 
linha reta mantém uma taxa constante 
sobre o valor base, este aplica o percen-
tual sobre o valor residual, fazendo que 
a depreciação seja maior nos primeiros 
anos de vida do bem.
3. Método da soma dos dígitos: por 
esse método também é suposto que 
a depreciação é maior nos primeiros 
anos de vida do bem, sendo a taxa de 
aplicada uma fração cujo denomina-
dor é a soma dos algarismos (dígitos) 
sequenciais correspondentes aos anos 
de vida útil do bem.
Exemplo: para um computador com cinco 
anos de vida útil estimada, teríamos a soma dos 
números sequenciais de 1 a 5 (1 + 2 + 3 + 4 + 5 = 
15), resultando no denominador igual a 15. O nu-
merador é composto pelos períodos de vida res-
tantes no início da cada período, isto é, para um 
veículo com vida prevista de cinco anos, no início 
do primeiro ano seu restante de vida útil seria de 
cinco anos, no início do segundo ano, seu perío-
do de vida restante seria de quatro anos, isto é, o 
segundo ano que está iniciando, mais três anos.
Exemplo:
ANO 1 2 3 4 5
TAXA 5/15 4/15 3/15 2/15 1/15
Fonte: Equipe de professores da USP.
Observa-se que a soma das frações relativasa cinco anos é igual a um, isto é, corresponde a 
100%, que é a totalidade do valor do bem a ser 
depreciado.
4. Método das unidades produzidas 
ou processadas: este método leva 
em consideração a capacidade esti-
mada de unidades a serem produzidas 
ou processadas durante a vida útil do 
bem. Portanto, a depreciação referente 
a determinado período é representada 
por um número decorrente da divisão 
do número de unidades produzidas 
durante o período de vida útil do bem. 
Critério análogo pode ser adotado 
quando a capacidade produtiva é esti-
mada em horas de trabalho, em vez de 
unidades produzidas.
A Lei das Sociedades por Ações trata dos 
critérios de avaliação do ativo imobilizado das 
empresas, destacando que a diminuição do valor 
dos elementos do ativo imobilizado será registra-
da periodicamente nas contas de:
a) Depreciação: quando corresponder à 
perda do valor dos direitos que têm por 
objeto bens físicos sujeitos a desgaste 
ou perda de utilidade por uso, ação da 
natureza ou obsolescência.
b) Amortização: quando corresponder 
à perda do valor do capital aplicado 
na aquisição de direitos de proprieda-
de industrial ou comercial e quaisquer 
outros com existência ou exercício de 
duração limitada, ou cujo objeto sejam 
bens utilizados por prazo legal ou con-
tratualmente limitados.
c) Exaustão: quando corresponder à 
perda do valor decorrente de sua ex-
ploração, de direitos cujo objeto sejam 
recursos minerais ou florestais, ou bens 
aplicados nessa exploração.
A legislação determina regras para depre-
ciação, baseadas em taxas determinadas pela Se-
cretaria da Receita Federal, como os exemplos a 
seguir:
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Tipo de imobilizado Taxa dedepreciação
Vida útil
estimada
Prédios e construções 04% 25 anos
Máquinas e equipamentos 10% 10 anos
Veículos 20% 05 anos
Móveis e Utensílios 10% 10 anos
Instalações em geral 10% 10 anos
Ferramentas (alicates, facas etc.) 20% 05 anos
Microcomputadores 20% 05 anos
Fonte: Equipe de professores da USP.
Há diversas taxas para diversos tipos de ati-
vos, os quais constam do Regulamento do Impos-
to de Renda. Cabe ressaltar que as taxas estabele-
cidas pela Receita Federal são taxas máximas.
Se a empresa utilizar taxas acima das con-
vencionais, caberá a ela provar ao fisco, através de 
laudos do Instituto Nacional de Tecnologia, que 
usou taxas cientificamente adequadas em face da 
expectativa de vida útil do bem.
A legislação permite que as taxas sejam 
ajustadas em função do número de turnos em 
que a empresa opere. Caso a empresa opere em 
mais de um turno (8 horas de trabalho), poderá 
aplicar as taxas como segue:
Turnos de 8 horas Multiplicador p/ as taxas habituais
Um turno 1,0
Dois Turnos 1,5
Três Turnos 2,0
Fonte: Equipe de professores da USP.
Ao tratamento mencionado, dá-se o nome 
de depreciação acelerada. É importante desta-
car que os terrenos não estão sujeitos a deprecia-
ção por não sofrerem desgaste pelo uso ou pela 
ação do tempo.
Quanto à amortização, de modo geral, são 
aplicadas sobre os intangíveis como marcas e pa-
tentes, ou sobre benefícios em propriedade de 
terceiros. 
A exaustão, por outro lado, é utilizada no 
caso de florestas e de jazidas de minérios, por 
exemplo.
Fabrizio Scavassa
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25
1.10 Resumo do Capítulo
1.11 Atividades Propostas
Caro(a) aluno(a), chegamos ao final deste capítulo, no qual abordamos a importância das contas e 
o estudo do agrupamento do balanço patrimonial e a demonstração do resultado do exercício.
No ativo encontramos todos os bens e direitos da empresa e ele é subdividido em ativo circulante e 
ativo não circulante. Por sua vez, o passivo é dividido em passivo circulante e passivo não circulante, este 
compõe o total do capital de terceiro e para finalizar o patrimônio líquido que compõe o capital próprio.
A demonstração de resultado, estudamos que são todas as contas de receitas, custos e despesas 
estão localizadas nestes demonstrativos e devemos classificá-las conforme a natureza de cada lança-
mento.
1. O que você entende por ativo? Mencione os grupos que compõem o ativo.
2. Dê o conceito de ativo circulante e mencione pelo menos duas contas que podem compor 
cada um dos principais subgrupos que o compõe.
3. Quando uma aplicação financeira pode ser considerada uma disponibilidade?
4. O que você entende por provisão para devedores duvidosos? Como é constituída uma provi-
são para devedores duvidosos?
5. Conceitue o realizável a longo prazo e mencione alguns itens que possam compor esse grupo.
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27
INTRODUÇÃO À ANÁLISE DAS 
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS2 
Saiba maisSaiba mais
As empresas com capital aberto são obrigadas a pu-
blicar suas demonstrações financeiras a cada 3 me-
ses, com isso é fácil fazer uma análise comparativa 
dessas empresas.
Caro(a) aluno(a) neste momento vamos 
compreender um pouco sobre a leitura e inter-
pretação das análises de balanço.
A análise compreende o estudo das rela-
ções entre elementos patrimoniais, econômicos e 
financeiros contidos nas demonstrações financei-
ras geradas na contabilidade.
O objetivo da análise compreende a indica-
ção de informações numéricas, preferencialmen-
te, de mais de dois períodos regulares (exemplo: 
1999, 2000 e 2001), de modo a auxiliar ou instru-
mentar os dirigentes/administradores, clientes, 
acionistas, proprietários, instituições financeiras, 
fornecedores, investidores, governo etc., em suas 
decisões.
Isso justifica a grande importância da maté-
ria no programa dos principais cursos voltados à 
gestão empresarial, como Administração, Econo-
mia, Ciências Contábeis etc.
Os insumos básicos do processo de análi-
se de balanços são os relatórios contábeis 
gerados periodicamente pelas empresas. 
Entre os relatórios gerados pela contabi-
lidade, estão aqueles ditos obrigatórios 
que são aqueles definidos pela legislação 
societária, sendo mais conhecidos por 
demonstrações contábeis ou demonstra-
ções financeiras. Obrigatórios são aque-
les definidos pela legislação societária, 
sendo mais conhecidos como ‘demons-
trações contábeis’ ou ‘demonstrações 
financeiras’. A atual Lei das Sociedades 
por Ações determina que ao final de cada 
exercício social (12 meses) toda empresa 
2.1 Insumos Básicos da Análise de Balanço
deve apurar, com base nos fatos registra-
dos pela contabilidade, as seguintes de-
monstrações contábeis:
•	 Balanço Patrimonial;
•	 Demonstração do Resultado do Exer-
cício – DRE;
•	 Demonstração dos Lucros ou Preju-
ízos Acumulados ou Demonstração 
das Mutações do Patrimônio Líquido; 
•	 Demonstração das Origens e Aplica-
ções de Recursos. (IUDÍCIBUS, 1998, 
p. 150).
Atualmente, nota-se crescente demanda de 
profissionais que reúnam condições de interpre-
tar e mensurar dados através dos demonstrativos 
contábeis e que possam, da mesma maneira, efe-
tuar uma análise voltada para seus aspectos eco-
nômicos e financeiros.
AtençãoAtenção
Fique atento ao analisar o balanço, pois as contas 
sempre são apresentadas em ordem de liquidez.
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28
Caro(a) estudante, a introdução da análise das demonstrações financeiras passa por algumas eta-
pas, entre elas a definição dos anos de análises, por exemplo: definimos o ano base de nossa análise sen-
do, por exemplo, 20x1 e comparamos com outros anos passando para 20x2, 20x3, 20x4 e quantos anos 
achar necessários para verificar o comportamento da empresa ao longo dos anos.
2.2 Resumo do Capítulo
1. A Provisão para Devedores Duvidosos no Balanço é considerada como
a) Acréscimo de Patrimônio Líquido.
b) Dedução de Ativo Permanente.
c) Acréscimode Passivo Circulante.
d) Dedução de Contas a Receber de Clientes.
2. A Depreciação Acumulada é:
a) Uma Reserva.
b) Uma provisão somada às demais contas do P. Líquido.
c) Uma conta retificadora de Ativo Permanente.
d) Um fundo para reposição de máquinas.
3. Duplicatas descontadas no balanço padronizado:
a) Fazem parte do Passivo Circulante Operacional.
b) Devem ser deduzidas de contas a Receber.
c) Não precisam figurar no Balanço.
d) São incluídas no Passivo Circulante Financeiro.
4. Vendas Líquidas representam:
a) As vendas totais da empresa.
b) As vendas totais menos devoluções.
c) As vendas totais menos as despesas de vendas.
d) As vendas totais menos impostos e menos devoluções e abatimentos s/vendas.
5. Que características devem ter um bom relatório de Análise de balanços?
2.3 Atividades Propostas
Saiba maisSaiba mais
A ordem de liquidez é denominada pelo tempo que a conta pode ser transformada em recursos financeiros para a 
empresa, ou seja, quanto mais rápido a conta é transformada em recursos para a empresa, maior é a liquidez dela.
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29
OBJETIVO DA ANÁLISE DAS 
DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS3 
A análise de balanços visa relatar, com 
base nas informações contábeis forneci-
das pela empresa, a posição econômico-
-financeira atual, as causas que deter-
minaram a evolução apresentada e as 
tendências futuras. Em outras palavras, 
pela análise de balanços extraem-se in-
formações sobre a posição passada, pre-
sente e futura (projetada) de uma empre-
sa. (MATARAZZO, 2007, p. 40).
Chegamos a um momento muito impor-
tante em nosso módulo, falaremos agora sobre a 
análise de balanços. 
A análise de balanços é considerada por 
alguns autores como “uma arte”, pois, apesar das 
técnicas desenvolvidas, não há um critério ou me-
todologia formal de análise válido nas diferentes 
situações e aceito unanimemente pelos analis-
tas. Dessa forma, torna-se impossível estabelecer 
uma sequência metodológica ou instrumental 
científico capaz de fornecer diagnósticos sempre 
precisos da empresa (ASSAF NETO, 2001). Isso faz 
com que os indicadores de análise sejam vistos 
de maneira particular por quem faz a análise, 
além do conhecimento técnico, a experiência e a 
própria intuição do analista. 
Isso quer dizer que na prática dois analistas 
podem chegar a conclusões diferentes sobre a 
mesma empresa, isso se deve à experiência e co-
nhecimento que cada um apresenta no momen-
to em que seus conhecimentos são colocados em 
prática para análise da empresa.
Todo analista ou gestor que trabalha com 
algum tipo de análise financeira, principalmente 
os contadores, sabe que as demonstrações finan-
ceiras geradas no departamento de contabilida-
de trazem um volume muito grande de dados.
O Contador
A função básica do contador é compilar 
os dados decorrentes das operações da 
empresa mediante os registros contá-
beis. E suas matérias-primas, são os fa-
tos de significado econômico-financeiro 
expressos em moeda e os seus produtos 
finais são as demonstrações financeiras. 
(IUDÍCIBUS, 1998, p. 27).
O Analista
O analista de balanços por sua vez pre-
ocupa-se com as demonstrações finan-
ceiras, que necessitam ser transformadas 
em informações, que permitam concluir 
3.1 O Início da Análise
se a empresa merece ou não crédito, se é 
lucrativa, se possui dívidas acima de sua 
capacidade, se vem evoluindo ou regre-
dindo ou até mesmo se sobreviverá ou irá 
a falência. (IUDÍCIBUS, 1998, p. 27).
A Linguagem
O resultado da análise de balanços é de-
monstrado através de relatórios escritos 
em linguagem descomplicada, com uso 
de gráficos representativos como auxilia-
res, objetivando simplificar as conclusões 
mais complexas. Devem ser elaborados 
como se fossem destinados a leigos mes-
mo que não o sejam. (IUDÍCIBUS, 1998, p. 
28).
Análise das Demonstrações Financeiras
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Caro(a) aluno(a), preste muita atenção, pois 
a análise das demonstrações financeiras deve ser 
mais sucinta e não deve apresentar tantos dados 
soltos e isolados no relatório gerencial, as infor-
mações mais relevantes são:
O grau de endividamento da empresa 
encontra-se em nível razoável em relação 
ao ramo de atividade; entretanto, vem 
crescendo de maneira indesejável, pois 
há dois anos podia ser considerado bom. 
A composição do endividamento mostra 
um perfil de dívida insatisfatório devido 
à excessiva participação das obrigações 
de curto prazo. Já a liquidez da empresa 
pode ser considerada boa. (MATARAZZO, 
2007, p. 19).
Apresentamos a seguir alguns tipos de in-
formações relevantes que a análise deve conter:
ƒƒ Situação financeira;
ƒƒ Situação econômica;
3.2 Relatório de Análise
ƒƒ Desempenho;
ƒƒ Eficiência na utilização dos recursos; 
ƒƒ Pontos fracos e fortes;
ƒƒ Tendências e perspectivas;
ƒƒ Quadro evolutivo;
ƒƒ Adequação das fontes às aplicações de 
recursos;
ƒƒ Causas das alterações na situação finan-
ceira;
ƒƒ Causas das alterações na rentabilidade;
ƒƒ Evidência de erros da administração;
ƒƒ Providências que deveriam ser tomadas 
e não foram;
ƒƒ Avaliação de alternativas econômico-
-financeiras futuras.
Futuro(a) administrador(a) chegamos aos 
grupos de interesses, esse tipo de análise desper-
ta vários interessados nestas informações, entre 
seus principais podemos listar:
ƒƒ Diretores e sócios;
ƒƒ Clientes;
ƒƒ Fornecedores;
ƒƒ Instituições financeiras (instituições de 
crédito, bancos, corretoras de valores 
etc.)
ƒƒ Governo.
3.3 Grupos de Interesse
Saiba maisSaiba mais
As demonstrações financeiras são utilizadas tam-
bém por investidores para decisão de aplicação ou 
compra de ações de determinada empresa.
AtençãoAtenção
A qualidade de um relatório depende muito do 
conhecimento do analista, quanto maior esse 
conhecimento, mais completo será o material 
publicado.
Fabrizio Scavassa
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31
Os grupos de interesses são os acionistas, clientes, fornecedores e principalmente bancos, todos 
estes grupos têm grande interesse na posição econômico-financeira da empresa, este interesse se deve 
principalmente ao endividamento da empresa.
Vale ressaltar que as informações corretas contribuem para a tomada de decisão na hora da con-
cessão de crédito, seja ele pelo banco ou pelo fornecedor. 
A importância de uma boa análise ajuda a rápida tomada de decisão, a qual os administradores 
precisam em momentos de análise de resultados para elaborar os próximos passos da empresa.
3.4 Resumo do Capítulo
3.5 Atividades Propostas
1. Todo início de análise passa por três etapas básicas, descreva detalhadamente estas três eta-
pas detalhando a importância de cada uma delas.
2. Descreva quais os tipos de informações podemos extrair de um balanço patrimonial e uma 
demonstração do resultado do exercício fazendo uma análise de balanço.
3. Quem são os grupos de interesses nas informações contábeis das empresas?
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ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL4
Caro(a) aluno(a), este tipo de análise deve sempre ser utilizada em conjunto, pois as análises verti-
cal e horizontal são complementares.
Vale ressaltar que estas são técnicas muito usadas em diversas empresas dos mais diversos seg-
mentos.
4.1 Vertical
Também chamada por análise por coefi-
cientes, é aquela através da qual se com-
para cada um dos elementos do conjunto 
em relação ao total do conjunto. Eviden-
cia a porcentagem de participação de 
cada elemento no conjunto. (MATARA-
ZZO, 2007, p. 249).
Conceito
É um processo comparativo, expresso 
em porcentagem, que se aplica ao se 
relacionar uma conta ou grupo de contas 
com um valor afim ou relacionável, 
identificado no mesmo demonstrativo, 
ou seja, o primeiro propósito da análisevertical (AV) é mostrar a participação 
relativa de cada item de uma 
demonstração financeira em relação a 
determinado referencial. (MATARAZZO, 
2007, p. 250).
Caro(a) aluno(a), de um modo geral, pode-
mos ver que a AV apresenta o quanto representa 
cada conta em relação ao valor total do conjunto. 
No balanço calcula-se o percentual de cada conta 
em relação ao ativo total e ao passivo total, den-
tro de suas respectivas naturezas. 
Através desse tipo de análise, pode-se co-
nhecer pormenores das demonstrações financei-
ras que escapam à análise genérica através dos 
índices.
O cálculo do percentual que cada elemento 
ocupa em relação ao conjunto é feito por meio de 
regra de três, em que o valor-base é igualado a 
100, sendo os demais calculados em relação a ele.
No caso do Balanço, podemos saber qual o 
percentual do ativo circulante em relação ao ativo 
total, ou ainda a relação percentual entre o dispo-
nível e ativo total, como o exemplo a seguir.
Saiba maisSaiba mais
A Análise Vertical, também denominada por alguns 
analistas como “Análise por Coeficientes”, é aquela 
através da qual se compara cada um dos elementos 
do conjunto em relação ao total do conjunto. Ela 
evidencia a porcentagem de participação de cada 
elemento no conjunto.
Análise das Demonstrações Financeiras
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34
Exemplo: % do disponível em relação ao ativo 
total
At. Total: 2.726.178 = 100
Disponível: 34.665 = x 
x = 34.665 x 100 = 1,27%
 2.726.178
A porcentagem encontrada corresponde ao 
percentual de participação do disponível em rela-
ção ao volume do Ativo Total.
É evidente que nos casos referentes ao DRE, 
calcula-se o percentual de cada conta em relação 
às vendas, onde o valor das vendas é igualado a 
100.
Exemplo: x = 10.860 x 100 = 0,23%
 4.793.123
O principal objetivo da Análise Vertical é mostrar a importância de cada conta na demonstração 
financeira a que pertence.
A Análise Vertical pode ser feita em qualquer Balanço Patrimonial e esta alcança sua plenitude 
quando efetuada na Demonstração do Resultado do Exercício.
A redução do Lucro Líquido de um período para outro pode ser resultado do aumento indesejado 
de alguns itens de despesa, o que é facilmente verificado através da análise vertical.
4.2 Objetivo da Análise Vertical
Também denominada por alguns analis-
tas como análise por índices, tem por fi-
nalidade evidenciar a evolução dos itens 
das demonstrações financeiras ao longo 
do ano. Por meio deste tipo de análise, é 
possível acompanhar o desempenho de 
todas as contas que compõe a demons-
tração analisada. (MATARAZZO, 2007, p. 
251).
Conceito
É a comparação que se faz entre os 
valores de uma mesma conta ou grupo 
4.3 Horizontal
de contas, em diferentes exercícios 
sociais. É basicamente um processo de 
análise temporal, desenvolvido por meio 
de números-índices. (MATARAZZO, 2007, 
p. 251).
De acordo com Matarazzo (2007), o objeti-
vo da Análise Horizontal é a verificação da evo-
lução do Balanço Patrimonial ou DRE em relação 
aos anos anteriores.
Saiba maisSaiba mais
A Análise Horizontal tem esse nome por conta da 
análise pela sua evolução; é a análise em linha.
AtençãoAtenção
Caro(a) aluno(a), fique atento, pois a Análise Hori-
zontal, também denominada por alguns analistas 
como “Análise por meio de números-índices”, tem 
por finalidade evidenciar a evolução dos itens das 
demonstrações financeiras ao longo do tempo.
Fabrizio Scavassa
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Matarazzo (2007) afirma que os índices ex-
traídos da análise horizontal representam a evo-
lução de cada conta no decorrer do tempo, e 
mostram os caminhos trilhados pela empresa e as 
possíveis tendências. A análise é feita geralmente 
de no mínimo três exercícios.
Podemos concluir, segundo Matarazzo 
(2007), que esse tipo de análise auxilia o acom-
panhamento do desempenho gerencial de cada 
uma das contas que compõem a demonstração 
financeira analisada, destacando as evidenciadas 
em cada uma delas, sejam de evolução ou retra-
ção.
Através da AH, o analista poderá verificar a 
evolução normal desta conta e compará-la com a 
evolução das demais contas da Demonstração e 
concluir sobre o comportamento da mesma du-
rante o período.
Enquanto a Análise Vertical é feita pela 
comparação de cada elemento do conjunto em 
relação ao total, em um mesmo período, a Análi-
se Horizontal compara a evolução dos valores de 
cada conta das demonstrações em análise ao lon-
go de vários períodos.
O analista não pode desprezar em sua aná-
lise a influência da inflação, que pode concorrer 
para um crescimento ou redução dos valores em 
análise.
A Análise Horizontal é feita por meio de nú-
meros-índices.
Na elaboração dos percentuais para cada 
cálculo a análise horizontal usa a técnica dos 
números índices em que no primeiro ano todos 
os valores são considerados iguais a 100. 
O mecanismo consiste em escolher um 
exercício – geralmente o mais antigo como base, 
atribuindo aos seus valores o percentual 100 e, a 
partir desse exercício, calcular os demais valores 
dos outros exercícios por meio da regra de três, 
sempre em relação ao primeiro.
REPETINDO
ƒƒ Através da regra de três obtém-se os va-
lores dos anos seguintes;
ƒƒ A variação é o que exceder a 100 ou o 
que faltar para 100.
Exemplo: 
Suponhamos que a Demonstração do Re-
sultado do Exercício de uma determinada empre-
sa apresente os seguintes valores da Receita Ope-
racional Líquida:
Exercício de x1 = 4.280.000
Exercício de x2 = 8.200.000
Exercício de x3 = 9.680.000
Escolhendo o exercício de x1 como base, faremos:
Cálculo de índice para o exercício de x2;
R$ 4.280.000 = 100%
R$ 8.200.000 = x logo
x = 8.200.00 x 100 = 191,59%
Cálculo do índice para o exercício de x3
R$ 4.280.000 = 100%
R$ 9.680.000 = x logo
x = 9.680.000 x 100 = 226,17%
Para fins de Análise Horizontal, podemos 
elaborar uma tabela com base nos dados apura-
dos. Veja:
Saiba maisSaiba mais
Número-índice é uma operação estatística, utilizada 
pela análise de Balanços, que consiste em substituir 
os valores constantes das contas de cada exercício 
por um número percentual que facilita a compara-
ção entre eles.
4.280.000
4.280.000
Análise das Demonstrações Financeiras
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Demonstração de resultado do exercício da 
empresa exemplo S/A.
CONTAS X1 X2 X3
Receita Operacio-
nal Líquida 100% 191,59 226,17
Para Matarazzo (2007), a interpretação do 
cálculo é: 
ƒƒ Na construção dos percentuais para 
elaboração da Análise Horizontal se usa 
a técnica dos números-índices, onde no 
1º ano todos os valores são considera-
dos iguais a 100.
ƒƒ Através da regra de três obtém-se os va-
lores dos anos seguintes (índices).
ƒƒ A variação é o que exceder 100 ou o 
que faltar para 100.
De posse da tabela devidamente elaborada, 
basta analisar a evolução ou a retração de cada 
conta em relação ao exercício escolhido como 
base.
A análise pode ser feita inicialmente com-
parando-se os índices obtidos em cada ano sem-
pre em relação ao ano-base. Pode ser feita espe-
cificamente em cada item e depois em conjunto, 
possibilitando verificar a influência de cada item 
um sobre o outro.
A análise horizontal pode ser efetuada 
através do cálculo das variações em re-
lação a um ano-base – quando será de-
nominada Análise Horizontal encadeada 
– ou em relação ao ano anterior – quan-
do será denominada Análise Horizontal 
Anual. (MATARAZZO, 2007, p. 253).
Suponha que uma conta Estoques de determina-
da empresa tenha a seguinte evolução:
20X1 20X2 20X3 20X4
Clientes 2.890.143 1.156.058 1.926.764 2.890.143
Fonte: O autor.
A análise horizontalencadeada apresenta os se-
guintes cálculos:
4.4 Análise Horizontal Encadeada x Anual
20X1 20X2 20X3 20X4
Clientes 100% 40% 67% 100%
Fonte: O autor.
X2 Þ (1.156.058 x 100) / 2.890.143 = 40%
X3 Þ (1.926.764 x 100) / 2.890.143 = 67%
X4 Þ (2.890.143 x 100) / 2.890.143 = 100%
Após análise podemos concluir que a em-
presa teve uma redução de estoques em 20X2; tal 
redução passou a representar 40% dos estoques 
iniciais. Em 20X3 os clientes subiram para o nível 
de 67% dos iniciais e em 20X4 voltaram exata-
mente ao nível inicial.
A análise horizontal anual mostra os seguin-
tes números (observe que neste processo em 
cada ano só aparece o percentual de variação em 
relação ao ano anterior).
20X2 20X3 20X4
Clientes -60% +66% +50%
Fabrizio Scavassa
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37
X2 Þ 40 – 100 = -60%
X3 Þ [(1.926.764 x 100) / 1.156.058] – 100 = 66%
X4 Þ [(2.890.143 x 100) / 1.926.764] – 100 = 50%
Como conclusão destes cálculos, podemos 
dizer que a empresa sofreu uma redução de 60% 
no seu estoque no 1º ano e apresentou aumento 
de 66 e 50% respectivamente, nos dois seguintes.
Isso sugere que a redução inicial teria sido 
inteiramente compensada em 20X3 e ainda teria 
havido um aumento dos estoques em 20X4, o 
que não corresponde à realidade.
Ou seja, a redução de 60% de 20X2 foi cal-
culada sobre uma base muito maior do que a 
base usada para o crescimento em 20X3 e 20X4.
Caro(a) aluno(a), recomendamos que estes 
dois tipos de análise sejam usados em conjunto. 
Não se deve tirar conclusões exclusivamente da 
análise horizontal, pois determinado item, mes-
mo apresentando variação de 1.000%, por exem-
plo, pode continuar sendo irrelevante dentro da 
demonstração financeira a que pertence.
É desejável que as conclusões baseadas na 
análise Vertical sejam completadas pelas da aná-
lise Horizontal.
Na DRE, pequenos percentuais podem ser 
significativos, visto que o lucro líquido costuma 
representar também percentuais pequenos em 
relação às vendas em análise vertical, porém em 
uma análise horizontal pode representar varia-
ções de grandes proporções.
Relação entre Análise Vertical/Horizontal e 
Análise através de Índices.
A análise através de índices Financeiros é 
genérica; relaciona grandes itens das Demons-
trações Financeiras e permite dar uma avaliação 
à empresa.
A análise Vertical/Horizontal desce a um ní-
vel de detalhes que não permite essa visão ampla 
da empresa, mas possibilita localizar pontos es-
pecíficos de falhas, problemas e características da 
empresa e explicar os motivos de a empresa estar 
em determinada situação.
4.5 Relação entre a Análise Vertical e Horizontal
Objetivos da Análise Vertical/Horizontal:
Análise Vertical:
Mostrar a importância de cada conta em 
relação à demonstração financeira a que 
pertence e, através da comparação com 
padrões do ramo ou com percentuais da 
própria empresa em anos anteriores e 
permitir inferir se há itens fora das pro-
porções normais. (MATARAZZO, 2007, p. 
26).
Análise Horizontal:
Mostrar a evolução de cada conta das De-
monstrações. Financeiras e, pela compa-
ração entre si, permitir conclusões sobre 
a evolução da empresa. Em sentido espe-
cífico, destacam-se os seguintes objeti-
vos da análise Vertical/Horizontal conjun-
tamente. (MATARAZZO, 2007, p. 26).
ƒƒ Indicar a estrutura de ativo e passivo, 
bem como suas modificações.
ƒƒ Analisar em detalhes o desempenho da 
empresa.
Análise das Demonstrações Financeiras
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ANÁLISE VERTICAL
A seguir apresentamos um estudo de caso para fixação do conteúdo sobre a análise vertical.
BALANÇO DA CIA. FUTURISTA S/A.
Ativo/Passivo 20X1 AV 20X2 AV 20X3 AV
Ativo Circulante 100.000 17,8 110.000 16,1 95.000 13,0
Real. A L. Prazo 160.000 28,6 184.000 26,9 192.000 26,2
Ativo Permanente 300.000 53,6 390.000 57,0 445.000 60,8
TOTAL 560.000 100,0 684.000 100,0 732.000 100,0
Passivo Circulante 70.000 12,5 90.300 13,2 106.400 14,5
Exig. A L. Prazo 150.000 26,8 200.000 29,2 235.000 32,1
Patrimônio Líquido 340.000 60,7 393.700 57,6 390.600 53,4
DRE DA CIA. FUTURISTA S/A
20X1 AV 20X2 AV 20X3 AV
Receitas de Vendas 830.000 100,0 1.260.000 100,0 2.050.000 100,0
(-) Custos (524.167) 63,2 (840.500) 66,7 (1.594.600) 77,8
(=) Lucro Bruto 305.833 36,8 419.500 33,3 455.400 22,2
(-) Desp. Operacion (139.500) 16,8 (190.000) 15,1 (277.500) 13,5
(-) Desp. Financeiras (88.000) 10,6 (140.000) 11,1 (186.000) 9,1
(=) Resultado Oper 78.333 9,4 89.500 7,1 (8.100) -0,4
(-) Prov. Imp. Renda (31.333) 3,8 (35.800) 2,8 - -
(-) Resultado Líquido 47.000 5,6 53.700 4,3 (8.100) -0,4
INFORMAÇÕES EXTRAÍDAS DO BALANÇO PELA ANÁLISE VERTICAL:
ƒƒ Os investimentos de curto prazo sofreram pequenas reduções no período, passando de 17,8% 
do total do ativo em X1, para 13,0% para X3.
Ativo Circulante 100.000 17,8 110.000 16,1 95.000 13,0
ƒƒ Em contrapartida, de forma desequilibrada, as dívidas de curto prazo (representadas pelo pas-
sivo circulante) apresentaram uma participação maior ao longo dos períodos. Em X1, 12,5% do 
total dos financiamentos da empresa eram representados por passivo circulante, subindo para 
14,5% em X3.
Passivo Circulante 70.000 12,5 90.300 13,2 106.400 14,5
Fabrizio Scavassa
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39
ƒƒ Essa situação, conforme se comentou, produziu uma redução da liquidez da empresa que deve 
administrar um volume maior de dívidas vencíveis a curto prazo sem apresentar um incremen-
to correspondente em seus ativos circulantes. Situação semelhante também pode ser verifica-
da em relação ao Realizável a Longo Prazo X Exigível a Longo Prazo:
Real. A L. Prazo 160.000 28,6 184.000 26,9 192.000 26,2
Exig. A L. Prazo 150.000 26,8 200.000 29,2 235.000 32,1
ƒƒO único grupo patrimonial que proporcionalmente cresceu ao longo dos anos foi o ativo perma-
nente:
Ativo Permanente 300.000 53,6 390.000 57,0 445.000 60,8
Os demais grupos de contas do Ativo sofreram decréscimos do exercício X1 ao X3.
A maior preocupação por investimentos produtivos pode ser derivada do crescimento dos níveis 
de vendas da empresa, tendo atingido 51,8% em X2 em relação a X1 e 62,7 em X3 em relação a X2, con-
forme quadro da DRE.
Da mesma forma, observa-se que em X1 60,7% dos ativos da empresa eram financiados por capital 
próprio. Em X3, esse percentual caiu para 53,4%, significando que a empresa deve a terceiros os outros 
46,6% (100%-53,4) de seus ativos.
Na verdade a empresa, conforme se comentou, não produziu melhores níveis de capitalização no 
período (> participação de capital próprio), diminuindo inclusive a participação do Patrimônio Líquido.
Patrimônio Líquido 340.000 60,7 393.700 57,6 390.600 53,4
Através da Demonstração de Resultados, confirma-se a necessidade de um volume maior de recei-
tas de vendas para cobrir os custos. Em X1, 63,2% das vendas eram destinadas a reporem os custos in-
corridos, elevando-se para 66,7 em X2 e 77,8% em X3. Como consequência, reduz-se a parte das vendas 
que representa o lucro bruto. 
Vejam:
Receitas de Vendas 830.000 100,0 1.260.000 100,0 2.050.000 100,0
(-) Custos (524.167) 63,2 (840.500) 66,7 (1.594.600) 77,8
(=) Lucro Bruto 305.833 36,8 419.500 33,3 455.400 22,2
Nos exercícios de X1 e X2, apesar de ter apresentado um lucro líquido crescente em valores absolu-
tos, houve uma redução proporcional às vendas. 
Vejam:
(-) Resultado Líquido 47.000 5,6 53.700 4,3 (8.100) -0,4
Ou seja, em X1, 94,4% da receita de vendas foram para cobrir os custos e despesas, no exercício 
seguinte esse percentual foi de 96,7% e em X3 a empresa utilizou toda a sua receita e mais 0,4 do P.L 
(representado por prejuízo).
Análise das Demonstrações Financeiras
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ANÁLISE HORIZONTAL
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