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EMPREGADOR
O art. 2º da CLT, considera-se Empregador: “a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços”. 
§ 1º, equiparam-se “ao empregador, para os efeitos exclusivos da relação de emprego, os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitirem trabalhadores como empregados”.
Há outras figuras que são acrescentadas pela doutrina e pela jurisprudência - o condomínio, a União, os Estados -membros, os municípios, etc...
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EMPREGADOR RURAL
Considera-se como exploração industrial em estabelecimento agrário as atividades que compreendem o primeiro tratamento dos produtos agrários in natura sem transformá-los em sua natureza, tais como:
 
a) o beneficiamento, a primeira modificação e o preparo dos produtos agropecuários e hortigranjeiros e das matérias-primas de origem animal ou vegetal para posterior venda ou industrialização;
 
b) o aproveitamento dos subprodutos oriundos das operações de preparo e modificação dos produtos in natura, referidas no item anterior 
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EMPREGADOR RURAL
É também Empregador a pessoa física ou jurídica que explora atividades agrícolas, pastoris ou de indústria rural. Dessa forma define-se Empregador rural:
O artigo 3º da Lei 5889/73 estabelece como empregador rural a pessoa física ou jurídica, proprietário ou não, que explore atividade agro-econômica, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou através de prepostos e com auxílio de empregados.
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EMPREGADOR DOMÉSTICO
 O Empregador doméstico também é acrescentado a este conceito.
Empregador Doméstico é toda pessoa física ou família que admite trabalhador doméstico, para exercer serviços de natureza não lucrativa e contínua, em seu âmbito residencial, de acordo com a lei 5859/72. 
Dessa forma, concluí-se: Empregador é o ente , dotado ou não de personalidade jurídica, com ou sem fim lucrativo, que tiver empregado.
Dessa forma, concluí-se: Empregador é o ente , dotado ou não de personalidade jurídica, com ou sem fim lucrativo, que tiver empregado.
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TIPOS DE EMPREGADORES
Há o empregador em geral, a empresa, e o empregador por equiparação(profissional autônomo, instituições de beneficência, sindicatos e outras associações ou instituições sem fins lucrativos, que admitirem empregados), os profissionais liberais, os condôminos, a União, etc...
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GRUPOS DE EMPRESAS OU GRUPOS ECONÔMICOS
De acordo com a reforma da CLT(art. 2º § 2º), “sempre que uma ou mais empresas, tendo, embora cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem sob a direção, controle ou administração de outra, ou ainda quando, mesmo guardando cada uma sua autonomia, integrem grupo econômico, serão responsáveis solidariamente pelas obrigações decorrentes da relação de emprego”.
Porém, não caracteriza grupo econômico a mera identidade de sócios, sendo necessárias, para a configuração do grupo, a demonstração do interesse integrado, a efetiva comunhão de interesses e a atuação conjunta das empresas integrantes(art. 2º, + 3º CLT).
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GRUPOS DE EMPRESAS OU GRUPOS ECONÔMICOS
Não resta dúvida de que a lei instituiu a responsabilidade solidária entre as empresas pertencentes ao mesmo grupo econômico, pelas dívidas trabalhistas de cada uma delas perante os seus respectivos empregados . Havendo grupo econômico, os empregados das diversas empresas do grupo estão mais bem garantidos, uma vez que seus créditos trabalhistas podem ser respondidos por outra empresa do grupo, mesmo que para ela não tenham trabalhado, e que será responsabilizada a título de coobrigada ao lado da devedora principal.
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GRUPOS DE EMPRESAS OU GRUPOS ECONÔMICOS
Decisão do TRT12:
1 - Processo:Nº  0004613-68.2015.5.12.0005 - Ementa: GRUPO ECONÔMICO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. Sempre que duas ou mais empresas, tendo, embora, cada uma delas, personalidade jurídica própria, estiverem ligadas por um nexo de direção ou coordenação, caracterizada está a formação de grupo econômico e, por conseguinte, a responsabilidade solidária das empresas quanto aos débitos trabalhistas advindos do contrato de trabalho do qual se beneficiaram direta ou indiretamente. Juiz Hélio Henrique G. Romero - Publicado no TRTSC/DOE em 31-08-2017
2. Processo:Nº  0000034-51.2015.5.12.0046 : Ementa:  GRUPO ECONÔMICO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. Comprovada a existência de grupo econômico, impõe-se o reconhecimento de seus efeitos quanto à responsabilidade solidária das empresas pelos débitos trabalhistas, a teor do § 2º do art. 2º da CLT.MULTA - ARTIGO 477 DA CLT. A existência de diferenças de verbas rescisórias não autoriza a aplicação da multa em apreço, uma vez que essa cominação tem como escopo evitar a retenção dos haveres rescisórios dos trabalhadores. Juiz Edson Mendes De Oliveira - Publicado no TRTSC/DOE em 19-08-2016 
TST:
Súmula 129 do TST:Contrato de trabalho. Grupo econômico A prestação de serviços a mais de uma empresa do mesmo grupo econômico, durante a mesma jornada de trabalho, não caracteriza a coexistência de mais de um contrato de trabalho, salvo ajuste em contrário. 
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PODER DE DIREÇÃO DO EMPREGADOR
Na relação de emprego, a subordinação é um poder e o poder de direção o outro lado da moeda, de modo que, sendo o empregado um trabalhador subordinado, está sujeito ao poder de direção do empregador.
Poder de direção é a faculdade atribuída ao empregador de determinar o modo como a atividade do empregado, em decorrência do contrato de trabalho, deve ser exercida.
Há um fundamento legal, o art. 2º da CLT, que, ao definir Empregador, qualifica-o como aquele que dirige a prestação pessoal dos serviços dos seus empregados.
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PODER DE DIREÇÃO DO EMPREGADOR
Há também fundamentos doutrinários:
Primeiro, a teoria da propriedade privada. O empregador manda porque é dono.
Segundo ,a teoria contratualista, segundo o qual o poder de direção encontra suporte no contrato de trabalho, ajuste de vontades no qual o empregado espontaneamente se põe em posição de subordinação, aceitando a direção da sua atividade pelo empregador.
Terceiro, a teoria institucionalista, que, por conceber a empresa como uma instituição, defende o direito do empregador de exercer a autoridade e o Governo, condições indispensáveis e características de todo grupo social.
Há ainda a teoria do interesse. O poder de direção resulta do interesse do empregador em organizar, controlar e disciplinar o trabalho que remunera, destinado aos fins propostos pelo seu empreendimento.
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PODER DE DIREÇÃO DO EMPREGADOR
Quanto a natureza, também há mais de uma explicação para a natureza jurídica do poder de direção.
Apresenta-se como um direito do empregador.
Para alguns é um direito potestativo, significando que contra o seu exercício nada poderá se opor, como em todo direito potestativo.
Para outros é um direito-função, uma vez que aumenta gradativamente a participação dos trabalhadores nas decisões da empresa, limitando-se assim a amplitude do poder patronal de direção, a ponto de se transformar em conjunto de deveres do empregador para com os seus empregados. Direito-função é a imposição do exercício de uma função pela norma jurídica a alguém, com o que o titular do direito passa a ter obrigações. 
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PODER DE ORGANIZAÇÃO DO EMPREGADOR
O Poder de direção do empregador manifesta-se primeiramente como poder de organização.
Cabe ao empregador organizar a atividade. Aliás, não é por outra razão que o conceito de empresa se faz como a organização do capital e do trabalho, fatores necessários para a produção de bens e prestação de serviços. O empresário é um organizador.
Decorre do poder de organização a faculdade de o empregador definir os fins econômicos visados pelo empreendimento. Assim, a ele compete escolher se a atividade a ser desenvolvida será comercial, industrial, agrícola, etc...
Outro aspecto do mesmo poder é a determinação da estrutura jurídica
a ser adotada. É o empregador que organizará o seu negócio sob a forma de sociedade anônima, sociedade limitada, etc...
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PODER DE ORGANIZAÇÃO DO EMPREGADOR
Outra conseqüência do poder de organização é a da enumeração do número e tipos de cargos e funções que serão preenchidos pelos trabalhadores segundo as necessidades decorrentes da atividade econômica desenvolvida.
Decorre ainda do poder de organização a importante função regulamentar do empregador, isto é, o seu direito de elaborar um regulamento de empresa, contendo normas, especialmente disciplinares, a que se sujeitarão os empregados.
Assim o poder de direção, manifestando-se primeiramente como direito de organizar, obviamente também de ordenar, é inerente ao empregador.
O poder de organização e direção vem sofrendo crescentes limitações impostas pelas leis, convenções coletivas e sentenças normativas, levando-se em conta a necessidade de proteger o empregado.
Assim, a organização social da empresa é uma idéia cada vez mais difundida. Significa a estruturação da empresa de modo a permitir que o trabalhador, pelos seus órgãos de representação, possa influir nas decisões.
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PODER DE CONTROLE DO EMPREGADOR
O Poder de Controle significa o direito de o empregador fiscalizar as atividades profissionais dos seus empregados. Justifica-se, uma vez que, sem controle, o empregador não pode ter ciência de que, em contrapartida ao salário que paga, vem recebendo o serviço dos empregados.
Aqui também inúmeros aspectos podem ser suscitados. Um deles, é o referente às revistas dos empregados pela empresa, na portaria, ao final do expediente. Se pode parecer à primeira vista absurda, mas tal exigência encontra fundamento no poder de controle do empregador. A revista dos empregados vem sendo considerada pelos Tribunais como um Direito de fiscalização do Empregador. No entanto se o empregado alegar que é uma revista abusiva a sua dignidade, não encontrará acolhida nas decisões judiciais.
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PODER DE CONTROLE DO EMPREGADOR
Decisão do TST:
Ementa:  RECURSO DE REVISTA - DANO MORAL - REVISTA VISUAL DE BOLSAS
A inspeção visual de bolsas, pastas e sacolas dos empregados, sem contato corporal ou necessidade de despimento, e ausente qualquer evidência de que o ato possua natureza discriminatória, não é suficiente para ensejar o pagamento de compensação por dano moral. Precedentes. Processo: RR - 749-35.2012.5.19.0004 Data de Julgamento: 11/03/2015, Relator Desembargador Convocado: João Pedro Silvestrin, 8ª Turma, Data de Publicação: DEJT 13/03/2015
Ementa:REVISTA EM PERTENCES DOS EMPREGADOS. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. INDEVIDA. 1. O acórdão regional, na solução do litígio, para a formação do convencimento, analisou os elementos fáticos e probatórios, asseverando categoricamente que a revista era realizada apenas nas bolsas dos empregados, sem qualquer discriminação, excesso ou violação à intimidade dos funcionários. 2. Para se infirmar as conclusões lavradas pela Corte de origem, seria necessário o revolvimento do conjunto fático-probatório dos autos, o que se afigura defeso na presente fase processual, por força do disposto na Súmula 126 deste Tribunal. Agravo de instrumento a que se nega provimento.Processo: AIRR - 973-25.2011.5.05.0027 Data de Julgamento: 16/12/2015, Relator Desembargador Convocado: André Genn de Assunção Barros, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT 12/02/2016. 
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PODER DE CONTROLE DO EMPREGADOR
ACÓRDÃO TRT 12ª / SECRETARIA DA 2A TURMA / 2013-03-05
 Data:20/02/2013
 Ementa:DANO MORAL. REVISTA EM BOLSAS E SACOLAS. A revista rotineira realizada pelo empregador em bolsas e sacolas de seus empregados, sem caráter discriminatório, de forma não abusiva, e sem expor o empregado à situação vexatória, não configura dano moral e,portanto, não enseja reparação civil. 
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PODER DE CONTROLE DO EMPREGADOR
Uma segunda questão, que se coloca dentre as que devem ser resolvidas à luz do direito de fiscalização, é a do direito do empregador de colocar, nas dependências onde o trabalho é exercido e em algumas áreas, câmeras de circuito interno de televisão.
Um terceiro aspecto está no direito do empregador de obrigar os empregados à marcação de cartão ponto ou de livro de ponto, exigência contra a qual nada se poderá objetar, fundamentando-se no poder de fiscalização.
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PODER DISCIPLINAR DO EMPREGADOR
É o direito do empregador de impor sanções disciplinares aos seus empregados.
No direito brasileiro as penalidades que podem ser aplicadas ao empregado são a suspensão disciplinar e a advertência. Ao atleta profissional é ainda passível pena de multa.
A lei brasileira autoriza a suspensão disciplinar do empregado, por até 30 dias, ao dispor que “a suspensão do empregado por mais de 30 dias consecutivos importa na rescisão injusta do contrato de trabalho”(art. 474 CLT). São usuais as suspensões disciplinares de 1, 3 e 5 dias, comunicadas ao empregado por carta de suspensão ou verbalmente.
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PODER DISCIPLINAR DO EMPREGADOR
Como é prevista a suspensão, admite-se a punição do empregado com advertência, embora não prevista na CLT. Quem tem poder maior por certo terá, também, nele compreendido um poder menor, que é o de advertir, que acarreta conseqüências morais, mas não implicações econômicas como a suspensão, cujo resultado, além da proibição do trabalho durante o seu cumprimento, será a perda dos salários dos dias respectivos, mais do repouso semanal.
A lei não autoriza o empregador a multar o empregado. Há no entanto, atletas profissionais que são multados com base nas normas desportivas.
Não há em nossas lei a necessidade de gradação de penalidades. Assim, para ser despedido, não é necessário que o empregado, anteriormente, tenha sido advertido ou suspenso, salvo se o regulamento interno da empresa o determinar.
As penalidades disciplinares estão sujeitas a controle da Justiça do Trabalho. O empregado, inconformado com a suspensão ou a advertência, tem o direito de ação, para reclamar, e caso a Justiça do Trabalho verificar que o empregado foi injustiçado poderá anular a penalidade.
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SUCESSÃO DE EMPRESAS
Sucessão de empresas significa mudança na propriedade da empresa.
A expressão sucessão de empresas, no sentido estrito, designa todo acontecimento em virtude do qual uma empresa é absorvida por outra, o que ocorre nos casos de incorporação, fusão e transformação.
Incorporação é a operação pela qual uma ou mais empresas são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações, comerciais, fiscais ou trabalhistas. Transformação é a operação pela qual uma sociedade passa de uma espécie para outra. Fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar uma sociedade nova.
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SUCESSÃO DE EMPRESAS
Ocorre também sucessão de empresa, e este é o sentido amplo do vocábulo, quando da alienação da empresa para outro empresário. A rigor, não é adequado falar nesse caso em sucessão de empresa. A empresa continua a existir normalmente, não foi sucedida, substituída por outra. O seu ou seus titulares, sim, foram substituídos. Houve modificação de propriedade, ou seja, a aquisição da empresa pelo novo titular.
Verifica-se, portanto a modificação de titular em relação aos empregados, cujo estabelecimento passa a pertencer ao novo empresário, incorporando-se , nessas condições, a uma empresa nova. Portanto, não só com o transpasse de toda a organização, mas de parte dela também, configura-se a sucessão, inclusive no sentido trabalhista.
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SUCESSÃO DE EMPRESAS
Fundamentos
Funda-se essa proteção no princípio da continuidade do contrato de trabalho, cujo corolário é o direito do emprego, como também no princípio da despersonalização do empregador, ou seja, na perfeita discriminação que se faz entre empresário e empresa, para vincular os contratos de trabalho com esta e não com aquele. Com efeito, empregador é empresa, diz a lei(art. 2º da CLT). Os contratos de trabalho são mantidos com a organização de trabalho e não com as pessoas que
estejam eventualmente à frente dessa mesma organização. Portanto, a intangibilidade dos contratos é preservada pelo direito do trabalho, fenômeno que encontra raízes históricas, como na Constituição de 1937: “nas empresas de trabalho contínuo, a mudança de proprietário não rescinde o contrato de trabalho, conservando os empregados, para com o novo empregador, os direitos que tinham em relação ao antigo.
O art. 10 da CLT determina: “Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos pelos empregados”.
E ainda, na forma do art. 448 da CLT: “a mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados”.
E as obrigações trabalhistas dos empregados que trabalhavam na empresa sucedida são de responsabilidade da empresa sucessora ou da sucedida?O que diz a a reforma da CLT?
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SUCESSÃO DE EMPRESAS
Efeitos
Quando há sucessão de empresas o direito do trabalho garante o empregado. Sub-roga-se o novo proprietário em todas as obrigações do primeiro, desenvolvendo-se normalmente o contrato de trabalho, sem qualquer prejuízo para o trabalhador.
A contagem do tempo de serviço não é interrompida e a antigüidade no emprego é contada a partir da efetiva admissão do trabalhador na empresa quando pertencia ao antigo e primeiro titular.
As obrigações trabalhistas vencidas à época do titular alienante, mas ainda não cumpridas, são exigíveis, porque a responsabilidade trabalhista existe em função da empresa.
As sentenças judiciais podem ser executadas, embora não o tenham sido na época do primeiro titular e desde que não prescritas, respondendo o sucessor, diretamente, por seus efeitos, inclusive reintegrações de estáveis.
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SUCESSÃO DE EMPRESAS
Os empregados cujos contratos de trabalho por ocasião da sucessão estiverem suspensos ou interrompidos tem o direito de reassumir os cargos; a sucessão não extingue as relações de emprego transitoriamente paralisadas por causas legais ou convencionais.
Os contratos a prazo devem ser respeitados pelo sucessor, persistindo o direito do empregado de cumprí-los até o fim.
A contagem dos períodos aquisitivos de férias dos trabalhadores prossegue normalmente.
A sucessão não é justa causa, de outro lado, para que o empregado dê por rescindido o contrato de trabalho, nem para que pleiteie indenizações.
Os débitos previdenciários assumidos pelo sucedido passam para o sucessor.
No caso de sucessor e sucedido, em que venha haver algum atrito a respeito de débitos previdenciários, trabalhistas ou outros, deve-se resolver na Justiça Comum, inclusive ação regressiva para cobrar débitos da gestão anterior 
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SUCESSÃO DE EMPRESAS
Alteração na Estrutura Jurídica da Empresa
Entende-se por alteração na estrutura jurídica da empresa toda modificação em sua forma ou modo de constituir-se. Ficam preservados os direitos dos trabalhadores, como se nada tivesse ocorrido. São exemplos a transformação de firma individual para sociedade; de sociedade por cotas de responsabilidade limitada para sociedade anônima; aumento de número de sócios; modificação de nome; alteração de cláusulas do contrato social, etc...
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SUCESSÃO DE EMPRESAS
 Efeitos
A legislação trabalhista, na defesa dos contratos de trabalho e visando a garantia do empregado, estabelece o princípio da continuidade do vínculo jurídico trabalhista, declarando que a alteração na estrutura jurídica e a sucessão de empresas em nada o afetará.
O art. 10 da CLT: “Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará os direitos adquiridos pôr seus empregados”.
O art 448 da CLT: “A mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados”.
Esse princípio significa, simplesmente, uma garantia de permanência do contrato de trabalho, no pressuposto de que o empregado tem um direito de continuidade na empresa, da qual é colaborador.
Esse princípio da continuidade, todavia, não é absoluto. Fundamenta a proteção do empregado para a preservação dos seus direitos no caso de modificações subjetivas do empregador, mas não garante de modo total que o empregado não possa ser dispensado. 
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SUCESSÃO DE EMPRESAS
Decisões do TRT12:
1- Ementa:  "SUCESSÃO TRABALHISTA. A sucessão de empresas é reconhecida na doutrina e na jurisprudência. Ao sucessor, na esfera trabalhista, imputa-se a obrigação de assumir os direitos e deveres do sucedido." Juiz Marcos Vinicio Zanchetta - Publicado no TRTSC/DOE em 16-08-2016.Processo n º: 0005280-47.2014.5.12.0051 
2 – Ementa: SUCESSÃO DE EMPRESAS. NÃO CONFIGURAÇÃO. Para caracterizar a sucessão empresarial é necessário, segundo o ensinamento de Délio Maranhão, a conjugação de dois pressupostos, a saber, que um estabelecimento, como unidade econômico-jurídica, passe de um para outro titular e que a prestação de serviço pelo empregador não sofra solução de continuidade. Ausentes esses requisitos, não há falar em sucessão. Juíza Lília Leonor Abreu - Publicado no TRTSC/DOE em 03-08-2016. Processo nº:0000433-5.2015.5.12.0022 
3 - Processo:Nº  0000250-85.2013.5.12.0012 - Ementa: SUCESSÃO TRABALHISTA. Nos termos dos arts. 10 e 448 da CLT, a mudança na propriedade ou na estrutura jurídica da empresa não afetará os contratos de trabalho dos respectivos empregados. Em assim sendo, havendo a transferência da propriedade do estabelecimento com manutenção da empresa (mesma atividade, equipamentos, carta de clientes, ponto comercial) tem-se por escorreita a decisão que determina o prosseguimento da execução em face da sucessora. Juíza Mirna Uliano Bertoldi - Publicado no TRTSC/DOE em 26-07-2017 
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SUCESSÃO DE EMPRESAS
OJ 411 SDI1 TST - SUCESSOR. SOLIDARIEDADE 
SUCESSÃO TRABALHISTA. AQUISIÇÃO DE EMPRESA PERTENCENTE A GRUPO ECONÔMICO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DO SUCESSOR POR DÉBITOS TRABALHISTAS DE EMPRESA NÃO ADQUIRIDA. INEXISTÊNCIA. (DEJT divulgado em 22, 25 e 26.10.2010) O sucessor não responde solidariamente por débitos trabalhistas de empresa não adquirida, integrante do mesmo grupo econômico da empresa sucedida, quando, à época, a empresa devedora direta era solvente ou idônea economicamente, ressalvada a hipótese de má-fé ou fraude na sucessão
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CONSÓRCIO DE EMPREGADORES RURAIS
O consórcio de empregadores é formado “pela união de produtores rurais pessoas físicas, que outorgar a um deles poderes para contratar, gerir e demitir trabalhadores para prestação de serviços, exclusivamente aos seus integrantes, mediante documento registrado em cartório de títulos e documentos.” – Art. 25-A, Lei 8.212/91.
Os empregadores integrantes do consórcio possuem responsabilidade solidária em relação aos seus empregados. Os produtores rurais integrantes do consórcio utilizam da força de trabalho dos empregados, respeitando os parâmetros das normas trabalhistas. É denominado “empregador único”, pois não existem tantos contratos de trabalho quanto os integrantes do consórcio, mas uma única relação de emprego com todos, os quais são solidariamente responsáveis para fins trabalhistas e previdenciários. 
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CONSÓRCIO DE EMPREGADORES 
Existe também a possibilidade de consórcios de empregadores urbanos.
A idéia do Consórcio tem como fito à união de empregadores, que por sua vez, tem por objetivo de recrutar, contratar e administrar a mão-de-obra empregada de pessoas “físicas”. Noutras palavras, o Consórcio consiste no fato de mais de um empregador contratar o mesmo trabalhador, simultaneamente, para que esse divida sua energia de trabalho, proporcionalmente, entre os empregadores, de modo a serem remunerados pela atividade laboral desenvolvida. 
 
O juiz do trabalho e professor de direito da Fundação Getúlio Vargas, Otavio Calvet, define o Consórcio como sendo uma espécie de negócio jurídico que guarda estrita semelhança com o contrato, mas dele diverge principalmente porque os interesses das partes no consórcio são comuns e não contraposto, como geralmente acontece na figura contratual clássica.
(karla Santiago Silva – Jurisway – publicado em 06 de 2010).
Nesta linha de pensamento, o consórcio de empregadores seria um agrupamento de pessoas físicas ou jurídicas, com animus de compartilhar mão-de-obra comum, realizando um pacto contratual, o que não configura sociedade. Haja vista que, sem essa união laboral, os empregadores, individualmente, seriam passivos a não contratar um empregado isoladamente. (karla Santiago Silva – Jurisway – publicado em 06 de 2010).
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CONSÓRCIO DE EMPREGADORES
Ainda o TST tem se manifestado da seguinte forma:
VÍNCULO EMPREGATÍCIO. CONSÓRCIO DE EMPREGADORES. 1. O reconhecimento do vínculo de emprego do autor com o consórcio de empregadores, com atribuição de responsabilidade solidária às empresas integrantes do consórcio, com fundamento na regra expressa no artigo 2º, § 2º, da Consolidação das Leis do Trabalho, não fere o princípio da legalidade consagrado na cabeça do artigo 37 da Constituição da República. 2. A figura do consórcio de empregadores encontra previsão expressa na legislação nacional e, consoante leciona o Ministro Maurício Godinho Delgado, o consórcio é o único empregador de seus empregados, cabendo aos integrantes do consórcio a responsabilidade solidária pelos haveres trabalhistas dos empregados do consórcio. (in Curso de Direito do Trabalho, 3ª Ed., LTr, p. 484/485 e 486). 3. De outro lado, nenhum efeito prático teria para o autor o reconhecimento do vínculo de emprego com cada uma das empresas que formam o consórcio empresarial, na medida em que ficou consignado na decisão revisanda a responsabilidade solidária de todas elas por eventuais créditos trabalhistas deferidos nesta reclamação trabalhista. 
[...] (TST – Recurso de Revista nº 157400-21.2003.5.12.0032, Rel. Ministro Lélio Bentes Corrêa, PRIMEIRA TURMA, julgado em 11/5/2011, DJU 20/5/2011. 
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CONSÓRCIO DE EMPREGADORES
TST - AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA AIRR 68320115060016 (TST) 
Data de publicação: 20/06/2014 
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONSÓRCIO DE EMPREGADORES URBANOS. VÍNCULO EMPREGATÍCIO ÚNICO. SOLIDARIEDADE. SÚMULA 129 DO TST. SALÁRIO DE SUBSTITUIÇÃO. HORAS EXTRAORDINÁRIAS. DESPROVIMENTO. Diante da consonância do acórdão regional com a Súmula 129 do TST, da incidência da Súmula 337, I, a, do TST e da ausência de violação dos dispositivos invocados, não há como admitir o recurso de revista. Agravo de instrumento desprovido. 
TRT-16 - 00635004520125160003 0063500-45.2012.5.16.0003 (TRT-16) 
Data de publicação: 03/12/2015 
Ementa: CONSÓRCIO DE EMPREGADORES URBANOS. APLICAÇÃO ANALÓGICA RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. A aplicação analógica do consórcio de empregadores previsto no art. 25-A da Lei nº 8.212/1991 ao meio urbano é possível por força do art. 8º da CLT, haja vista que o aplicador do direito não pode fechar os olhos para a evolução dos fenômenos sociais. Ao mesmo tempo que atende às demandas laborais dos consorciados, com a prestação de serviço em atividades focadas para um objetivo comum, o instituto assegura ao empregado a segurança e continuidade da relação de trabalho, sendo vantajoso ao obreiro que apesar de vinculado a um empregador único, pode reivindicar dos demais integrantes do consórcio os direitos trabalhistas e previdenciários em virtude da responsabilidade solidária estabelecida entre os empregadores consorciados. HORAS EXTRAS. DIVISOR 200. CARGA HORÁRIA SEMANAL DE 40 HORAS. No cálculo das horas extras do empregado submetido ao limite semanal de 40 horas de trabalho aplica-se o divisor 200. Inteligência da Súmula 431 do c. TST. Recursos ordinários conhecidos e parcialmente providos.

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