Buscar

LUDICIDADE NA EDUICAÇÃO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 21 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

4
 DIÁLOGOS NATURAIS
A IMPORTÂNCIA DA NATUREZA NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL 
EMERSON DAMASCENO MAGNO
RESUMO: 
A brincadeira faz parte da cultura de um povo. É através da brincadeira que a criança explora, experimenta e descobre o mundo, imitando, desbravando, buscando formas de superar seus limites e satisfazer suas curiosidades. Por gerações, crianças reconstruíram suas realidades em meio à natureza. A proximidade com o solo, com o campo era muito grande e, portanto, era muito natural que se brincasse junto a estes elementos. Com tantas transformações que impactaram nossa sociedade (novidades tecnológicas como jogos e brinquedos eletrônicos, computadores etc.) esse contato foi se perdendo. Tantas novidades afastaram o ser humano de um contato mais íntimo com a mãe terra, e as crianças foram perdendo seu território livre do brincar. O valor das experiências ao ar livre, as descobertas proporcionadas pelo contato e pela observação de outros seres vivos e as trocas com os elementos naturais foram substituídos por programas televisivos e jogos eletrônicos. A brincadeira foi transportada para dentro das casas e para pátios cimentados. Seguindo a linha de pensamento que defende a necessidade de a criança ter contato direto com diferentes elementos da natureza para melhor desenvolver-se, este estudo consiste numa pesquisa bibliográfica que visa refletir sobre a importância das relações naturais no processo de ensino aprendizagem e no desenvolvimento cognitivo, social e emocional da criança. O foco principal está centrado nas atividades lúdicas ao ar livre. E vai em busca de mostrar a contribuição que uma maior vivência nos espaços naturais pode oferecer para o desenvolvimento da criança nos anos iniciais do Ensino Fundamental, contemplando a riqueza do diálogo da criança com a natureza e as possibilidades ricamente orgânicas dessa troca.
PALAVRAS-CHAVE: Desenvolvimento infantil; relações naturais; lúdico. 
INTRODUÇÃO 
A discussão a respeito da importância da natureza na formação das crianças não é nova, no entanto, essa antiga discussão é bastante atual. Por todo o mundo existem grupos de estudo e pesquisadores debatendo sobre essa temática e escolas investindo em projetos que buscam discutir o tema e proporcionar, para a comunidade escolar, o acesso às experiências que envolvam o contato com a natureza. O objetivo é o de, ao direcionar o olhar da criança para presença do natural no seu cotidiano, estimulá-la ao aprendizado significativo. 
Pedagogias como a Waldorf e a Montessori trazem o contato com a natureza como parte de sua proposta e suas ideias e valores repercutem por todo o mundo.
Em alguns países, destacando o Reino Unido (School in the Woods) e a Espanha (Bosquescuela), há “escolas na floresta”, onde as aulas são “do lado de fora” e toda a proposta pedagógica é construída através das experiências proporcionadas pelo ambiente natural onde se localiza a instituição (algumas inclusive não possuem salas de aula).
Outras escolas buscam enriquecer seus currículos com propostas de jardinagem, compostagem, brincadeiras ao ar livre e com elementos naturais, além de passeios e projetos de pesquisa que envolva a natureza.
São muitas ideias, muitas iniciativas e muito caminho ainda a ser trilhado. Ao mesmo tempo em que há escolas como a Green School, em Bali, Indonésia, onde todo o projeto escolar foi desenvolvido de forma sustentável, pensando não apenas nas experiências dos alunos, mas em toda a comunidade da região, a maior parte das escolas por todo o mundo ainda são construções fechadas, com pátios cimentados e com uma área verde que muitas vezes se resume a um canteiro.
 É brincando que a criança põe a prova seu papel social e os daqueles a sua volta. Ao brincar em contato com a natureza, a criança tem acesso a uma riqueza de experiências que muitas vezes não se repetem em outros ambientes. Lydia Hortélio, (2012), professora e pesquisadora brasileira, disse em uma de suas entrevistas que o brincar é “o lugar de permanência das coisas”. Através de fotos e documentos, levantou o debate dos arquétipos presentes nas brincadeiras infantis e mostrou que em diferentes culturas, separadas por costumes, tempo e distâncias, as crianças brincam com os mesmos jogos, usam os mesmos símbolos e se expressam de formas semelhantes. Em resposta a uma pergunta feita nesta mesma entrevista sobre a importância da natureza no brincar, a autora declara que 
Para favorecer o desenvolvimento da cultura da criança, a natureza tem um papel fundamental. A cultura da criança se tornou uma questão ecológica. Se você não permite o desenvolvimento da criança, não há futuro, a espécie tende a desaparecer. Hoje em dia, a primeira, a grande preocupação é com a preservação da vida. Precisamos levar os meninos a brincar na natureza. (HORTÉLIO, 2012). [1: 	 Entrevista realizada pela folha de São Paulo online.]
A natureza, o campo, a praia, o quintal, trazem todas essas possibilidades para as crianças de forma natural e orgânica. Para Gabriela Romeu (2013), responsável pelo Projeto Infâncias, o ambiente é o meio. Ela afirma que: “A natureza e a vida dão a liga, são a essência para meninos e meninas se conectarem com o mundo à sua volta”. [2: 	 Texto- Relato e Reflexões, resultado de um encontro realizado no Sesc Vila Mariana, em São Paulo, que discutiu as relações entre infância, audiovisual e meio ambiente e que teve a participação do projeto Infâncias.]
A ARTE DO BRINCAR
Já é da natureza da criança que ela brinque, para o que não é preciso fixar regras, nem mandar-lhe fazer. O brincar é algo muito importante porque traz inúmeros benefícios para o desenvolvimento cognitivo e afetivo, além de contribuir para aprimorar as habilidades motoras da criança. O termo “lúdico”, bastante utilizado por teóricos para orientar formas de ensino de crianças pequenas, abrange o brincar, a atividade individual, coletiva, livre e regrada.
A brincadeira é o canal de expressão da criança com o mundo. É através desta que sua realidade é explorada, testada, contestada e recriada.
Spréa (2010, p.12) entende que
No início da experiência social de cada ser humano encontra-se uma intensa busca pelo pertencimento do que se pode perceber à volta. A realidade em torno é tomada pelas mãos, pela boca, pelos olhos e ouvidos (...). Na consonância entre o amadurecimento biológico e o aprimoramento das relações interpessoais, inicia-se o processo de desenvolvimento cultura da criança (SPRÉA, 2010, p. 12).
O brincar permite, ainda, aprender a lidar com as emoções. Através do brincar, enquanto toma decisões pertinentes à brincadeira, enquanto aprende a dividir o brinquedo ou esperar sua vez para poder brincar, ou quando brinca de faz de conta sozinha, sendo ela mesma e o outro imaginado, as tensões provenientes de seu mundo cultural vão sendo equilibradas e sua individualidade vai sendo construída.
É brincando que a criança reconhece o mundo à sua volta e descobre a si mesma. Cornell (1997) afirma que: 
A experiência direta desperta o sentido de admiração e nos possibilita alcançar e sentir outras realidades. Quando aprendemos por meio de experiência direta, passamos a conhecer com mais amplitude o mundo que nos rodeia. Somente com essa empatia teremos condições de começar realmente a conhecer a natureza. (CORNELL, 1997.p.39). 
Pensando assim, entende-se a relevância de um ambiente com o qual a criança possa interagir e dialogar com as diferenças de forma a desenvolver valores e atitudes corretas por meio de exemplos positivos sendo, ainda, estimulada no seu desenvolvimento e amadurecimento. 
Humberto (2000) acrescenta que 
A reinvenção das linguagens ocorre não só na turbulência de ossos universos articulares, no campo de nossas angustiadas batalhas e de nossos momentâneos apaziguamentos, as também na alegria do lúdico inerente aos desafios a que nos propomos ao inventarmos realidades (HUMBERTO, 2000, p. 18 apud Colunista Portal 2013).
No Dicionário Aurélio Online “lúdico” aparece como“relativo ao jogo ou ao divertimento”, e ainda como “o que serve para divertir ou dar prazer”. Tal definição leva muitas pessoas a confundirem o ato de brincar com um simples passatempo. Mas, ao brincar, a criança não está apenas se divertindo. Piaget (1974, apud Ferracioli,1999) já afirmava que o desenvolvimento da criança se dá através das relações que esta estabelece com o mundo. Numa interação sujeito-objeto, ela assimila diferentes informações e trabalha seus aspectos cognitivos, afetivos, físico-motores, sociais, linguísticos e morais.
Considerando este ponto de vista, Rosa (2012) considera que 
(...) a escola deve ser um lugar de atividades divertidas como: brincadeiras, dança, teatro, música, leitura no pátio, hora do conto tudo isso encanta, gerando prazer e não devendo ser vistas separadas da educação. O educador além de reconhecer a importância da brincadeira deve saber utilizá-la, deve reestruturar seus planejamentos para deixá-los mais atrativos e até usá-las como ferramenta para estimular déficits de aprendizagem dos alunos. (ROSA, 2012, p.247)
Se a importância do brincar é tema gerador do discurso de diversos pensadores, que, assim como Rosa (2012), entendem este aspecto cultural como essencial na e para a aprendizagem infantil, porque é que que as brincadeiras não têm força para entrar pelos portões das escolas? Se brinquedos e brincadeiras habitam espaços além dos muros da escola e, também habitam discursos teóricos que circulam no interior da escola, por que, ainda hoje, apresentam tanta resistência para permear o cotidiano escolar dos pequenos aprendizes? É de incumbência do professor ampliar e estimular um ambiente de aprendizagem significativa e, para a criança nada mais significativo e estimulante que o brinquedo, o jogo, a brincadeira, a manipulação de diferentes materiais concretos, a observação da natureza e seu movimento contínuo no planeta.
Kishimoto (2008, apud Colunista Portal, 2013) defende que “o jogo simbólico permite não só a entrada no imaginário, mas as expressões de regras implícitas que se materializam nos temas das brincadeiras”, ou seja, por meio do jogo a criança passa a representar seu mundo, buscando recriar sua realidade e compreendê-la.
Já o sociointeracionista Vygotsky (1984) ressalta que a brincadeira estimula o desenvolvimento cognitivo da criança, pois ajuda a sistematizar suas experiências e organizar os processos de assimilação que já estão em andamento, visto que 
A brincadeira cria para as crianças uma “zona de desenvolvimento proximal” que não é outra coisa senão a distância entre o nível atual de desenvolvimento, determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema, e o nível atual de desenvolvimento potencial, determinado por meio da resolução de um problema sob a orientação de um adulto ou com a colaboração de um companheiro mais capaz. (VYGOTSKY 1984, p. 97, apud COLUNISTA PORTAL 2013). 
Ao se pensar sobre o desenvolvimento de uma criança é de extrema importância que haja preocupação com seu crescimento cultural, seus valores e sua posição como ser em sociedade, reconhecendo que esta tem um papel como cidadã e que faz parte de uma realidade em transformação, estando em suas mãos seguir este fluxo de forma positiva ou negativa.
Quais valores queremos ensinar para as crianças de agora? Que tipo de aprendizagens queremos que desenvolvam? De acordo com o que pensemos a respeito, entenderemos ou não a necessidade de estratégias de ensino que possibilitem à criança a experimentação do mundo à sua volta para além da abstração de conteúdo em sala de aula, considerando que é muito mais fácil abstrair aquilo que, inicialmente, foi compreendido por meio do concreto, do real, do manipulativo. 
2. ESPAÇOS DO BRINCAR E DA BRINCADEIRA
Em um quintal aberto (ou pátio, ou parque, ou bosque, ou praia, ou fazenda etc.) a criança se depara com uma gama de possibilidades de ações lúdicas e investigativas: subir em árvores, cavar a terra ou a areia, fazer bolinho de lama, observar animais e insetos.
O ambiente permeado pela natureza possibilita experiências de troca e aprendizado de maneira natural. Crianças por si já são pequenos cientistas. Quando se lhes oferecem oportunidades para exercitar sua curiosidade, essa ânsia pela descoberta do mundo se aflora ainda mais.
Mas por que brincar “lá fora”? O que todo esse verde possibilita que uma sala bem instrumentada com equipamentos tecnológicos não tem? Para Capra (2006)
A percepção ecológica profunda reconhece a interdependência fundamental de todos os fenômenos, e o fato de que, enquanto indivíduos e sociedades, estamos todos encaixados nos processos cíclicos da natureza (e, em última análise, somos dependentes destes processos) (CAPRA, 2006 p.25). 
O contato com o natural começa despertando um sentimento adormecido na sociedade moderna: o cuidado. Viver a natureza, ter contato com animais, plantas e outros seres vivos cria uma conexão maior, mais real e significativa. Diferente de ler ou assistir sobre os mesmos seres. A criança vivencia aquilo, entende seu valor e realmente se conecta.
Em uma sociedade onde o materialismo predomina e é mais que sabido que a natureza pede socorro, o desenvolvimento de uma sensibilidade amorosa em relação ao planeta é de extrema importância. Num futuro bem próximo, serão essas crianças que terão a oportunidade de mudar esse cenário.
Além do cuidado com a natureza, outros sentimentos são despertados, como o respeito pela vida e seus ciclos. Diferente de uma tela, onde a criança assiste o desenrolar de uma história onde tudo acontece ao mesmo tempo, na natureza, o começo, meio e fim são bem determinados e marcantes.
É perceptível como crianças que assistem muita televisão são mais ansiosas e inquietas. Faith (2013) alerta que “a televisão tende a atrapalhar a capacidade de se manter concentrado, pois circula imagens rápido demais para que as crianças as processem, além de distraí-las de suas atividades no mundo real” (FAITH, 2013, apud Souza, 2013).
No “mundo real” a criança precisa se concentrar para conseguir descobrir as respostas de suas perguntas no meio natural. Ela precisa parar e observar. Para acompanhar as mudanças causadas pelas estações ou pelo clima, ela precisa se entregar a um momento de contemplação. 
E acompanhando esses movimentos naturais, ela passa a perceber seus próprios movimentos e a dialogar com seus sentimentos e emoções. Quase como que em uma identificação natural, ela percebe que tais ciclos também fazem parte dela e que ela também está em constante movimento e mutação.
O pensador construtivista Vigotsky (2015) entende que o conhecimento se dá através de interações. Ele aponta três fases de desenvolvimento: o Nível de Desenvolvimento Real, que é aquele em que a criança se encontra; o Nível de Desenvolvimento Potencial, que consiste no conhecimento a ser construído; a Zona de Desenvolvimento Proximal, definida como o caminho que a criança percorrerá entre o Nível de Desenvolvimento Real até o Potencial. Para o teórico
A zona de desenvolvimento proximal define aquelas funções que ainda não amadureceram, mas que estão em processo de maturação, funções que amadurecerão, mas que estão presentemente em estado embrionário (VIGOTSKI, 2007.p. 98)
Ao se perceber como ser natural vivo e pulsante, a criança que dialoga com a natureza e percebe seu balanço e nuances acaba desabrochando o seu próprio ritmo. 
A realidade das crianças de hoje é muito movimentada, com várias atividades durante o dia, muita informação recebida de todos os lados, muito tempo dentro do carro (de um lado para o outro) e muita imagem e movimento por trás das telinhas. Isso acaba afastando-as de seu equilíbrio próprio. Por isso é tão importante o contato com a natureza que lhe proporciona tempo e espaço para se ouvir, para sentir, para ser. 
Jenny Kable (2016), responsável pelo site Play Outside! (Brinque do lado de fora), baseando-se em diversas pesquisas atuais, listou diversos pontos positivos para o desenvolvimento da criança juntoà natureza. Entre eles estão: 
Redução de ansiedade e stress; 
Melhoria da concentração e foco; 
Capacidade de resolver problemas e assumir riscos; 
Despertar de habilidades de liderança, auto confiança e auto regulação;
Construção de resiliência; 
Desenvolvimento de responsabilidade e do senso de tomar decisões; 
Fortalecimento de competências sociais;
Trabalho em equipe e brincadeira cooperativa; 
Despertar de um sentimento de “pertença” (identificação com o mundo a sua volta); 
Aquisição de força, coordenação e conhecimento de seu próprio corpo;
Fortalecimento do sistema imunológico; 
Aumento do nível de vitamina D no corpo; 
Auxílio no fortalecimento dos ossos, entre outros. 
O contato com a natureza também enriquece a experiência do desenvolvimento motor. Em espaços abertos a criança tem maior possibilidade de se movimentar, de explorar seu corpo e colocar a prova seus limites.
Brincar em contato com a natureza é uma experiência rica, significativa e completa. Este território livre do brincar enriquece as primeiras experiências da criança de forma sensível e real. 
Gandhy Piorsk (2016) artista plástico e pesquisador das culturas da infância, relaciona a arte do brincar junto à natureza aos quatro elementos naturais. Para o artista cada elemento representa um tipo de brincadeira, mostrando que tal experiência tem também um caráter mais complexo que dialoga com a essência humana. De acordo com o pesquisador
A busca dos brinquedos da terra é pela concretude, pela construção de intimidade e individualidade, pois é da natureza da terra produzir corpos, seres únicos ocupando espaços únicos. A intimidade almejada pela criança no brincar se projeta para a descoberta no íntimo da natureza e das coisas, do que tem dentro dos corpos dos bichos (fazendinhas de ossos, bolas de papos de peru, de bexigas de carneiros), das plantas, dos brinquedos que precisam ser quebrados e desmontados (PIORSK, 2016, p.18).
Piorski diz que “cada coisa é teia de conhecimento valioso pra melhor brincar” (PIORSK, 2016). Ele entende as brincadeiras “de terra” (que envolvem representações do cotidiano) como um exercício de pertencimento, de reconhecimento de que se é parte de algo e de um lugar. Já as brincadeiras que envolvem fogo são compreendidas pelo autor como atividades que trabalham com a imaginação e o exercício de criar novas impressões do mundo. As brincadeiras que envolvem água despertam o equilíbrio e a entrega, possibilitando aos pequenos um maior contemplar dos ciclos da natureza. E, por fim, as brincadeiras que envolvem ar representam a transgressão, a imaginação contemplativa, o “sonhar voando”, com respiração profunda, concentração e liberdade de ser, viver e estar no mundo.[3: 	 Entrevista com Gandhy Piorsk concedida a Abrinquedoteca. São Paulo, 27 0UT. 2009. ]
2.2 RESPEITO, CUIDADO E AMOR – UMA QUESTÃO DE VALORES
De acordo com Piorski (2016), a interação da criança com a natureza possibilita o desenvolvimento de uma identidade cultural estruturada por uma responsabilidade ambiental desenvolvida no processo dessa interação. Quanto maior o contato da criança com a natureza e o natural, maior será o respeito que ela terá pela natureza e maiores suas preocupações e cuidados com a preservação da vida e dos elementos dos quais depende o futuro de tudo o que é vivo no planeta. 
Não se ensina amor, respeito e cuidado através de bibliografia. É preciso vivenciar, sentir o valor com seu próprio corpo. Uma criança que teve grande contato com a natureza em sua infância será um adulto responsável e cuidadoso. 
A maior fonte de desentendimento entre pais e filhos talvez resida na falta de preocupação da criança com relação ao valor e à utilidade. Como a vida do adulto baseia-se nesse tipo de preocupações, a despreocupação da criança torna-se uma fonte de ansiedades para os pais. Só se permitirem que a criança experimente o mundo sem preocupar-se com seus valores ou utilidade é que ela poderá formar um conhecimento deste mundo como ele é – uma vez que o mundo não tem valores (PEARCE, 1987, p.126).
O Referencial Curricular para a Educação Infantil (1998) considera o mundo natural e o social indissociáveis e propõe vivências junto à natureza na vida escolar das crianças (Natureza e Sociedade, p. 163), reconhecendo assim seu valor e o direito de se viver em contato com o mesmo. 
Tal realidade ainda é pouco observada no cotidiano das escolas brasileiras. Mesmo que algumas até disponibilizem um parque ou um quintal em seus espaços, muitos professores ainda preferem trabalhar em sala de aula ou dentro de outro espaço fechado, considerando o espaço aberto desafiador e mais recreativo. 
Hara (2007, p. 7) cita uma pesquisa feita por Tiriba (2006) que analisou as escolas urbanas da rede municipal de Juiz de Fora, buscando levantar dados sobre o contato que os alunos de tais instituições tinham com o ambiente externo à sala de aula. Foi registrado que tais instituições
Atendem por um período de 12 horas, as crianças permanecem em espaços entreparedes durante 8, 9, 10 horas ou mais (...) elas dispõem, diariamente, de um curto período de 30 a 60 minutos ao ar livre. No caso dos bebês e dos que têm até 2 ou 3 anos, a situação de aprisionamento se acentua, devido à dependência física, à falta de carrinhos, à localização dos berçários, às rotinas de troca e alimentação, ao pequeno número de adultos. Nas unidades que não dispõe de solário, até mesmo o banho de sol pode não acontecer! (...) as janelas não estão ao alcance das crianças, ou não existem. O seja, além de permanecerem muito tempo em espaços entreparedes, são impossibilitadas de acesso à vida que transcorre lá fora... as crianças permanecem 10 horas entreparedes e não têm acesso à janela. (TIRIBA, 2006, apud HARA, 2007 p. 7).
Fora da escola o contato com a natureza também acaba sendo pouco, consequência da vida corrida e agitada das grandes cidades e da sociedade capitalista. Como essas crianças vão aprender o valor do natural, a importância da preservação e do cuidado e o seu direito a liberdade sem ter vivenciado tal experiência?
Mekari (2014) defende que 
A criança precisa vivenciar o dia a dia da cidade. Ela tem que se sentir em sua casa quando está no espaço público. Contudo, o que vemos é a sociedade se fechando cada vez mais, fazendo com que o espaço para brincadeiras se restrinja ao playground ou até mesmo à varanda do apartamento. Tenho certeza de que, para muitas crianças, brincar na praça é um luxo (MEKARI, 2014). 
Como estes cidadãos vão compreender seu espaço, seus direitos e deveres sem ter acesso aos espaços públicos, aos espaços verdes e a toda a natureza que nos envolve?
Contextualizando esta ideia, a revista online Educa-me (2017), publicou uma pesquisa feita recentemente com pediatras, psicólogos e educadores sobre “Quais as vantagens de brincar lá fora”. De acordo com estes especialistas a lista é longa e não inclui somente aprendizagem no campo acadêmico. Os benefícios são:
Atividade física – ter espaços abertos para correr torna as crianças mais ativas e elas passam a ter mais energia para realizar qualquer tarefa;
O aprendizado – quanto mais a criança se move nos primeiros anos de vida (dos 0 aos 6), maior é o estímulo cerebral. Isso ocorre especialmente no cerebelo, região responsável pela organização espacial e equilíbrio. O desempenho em sala de aula também melhora: há uma relação positiva entre os exercícios físicos e brincadeiras coletivas com o rendimento intelectual;
A criatividade – levar as crianças para o pátio sem brinquedos pré-fabricados permite que elas inventem as próprias brincadeiras e coloquem a imaginação para funcionar. Por estarem em um ambiente em que nem tudo é controlado, elas aprendem a lidar com imprevistos e elaborar soluções;
A autonomia – crianças que brincam ao ar livre com maior frequência costumam ser mais independentes. Mas, atenção: para isso, é preciso que os adultos se afastem e permitam espaço para que elas mesmas tentem resolver seus problemas;
A coletividade(ou as relações sociais) – nada de deixar cada um brincando em um tablet ou celular. Desenvolva atividades em grupo, que ensinam os pequenos a criar laços entre si, lidar com discordâncias e comportamentos alheios. Se possível, permita que turmas de idades diferentes passem tempo juntas; dessa forma, elas aprenderão mais umas com as outras;
A saúde – a princípio, brincar do lado de fora faz com que as crianças desenvolvam anticorpos e se tornem mais resistentes a doenças. A luz do sol também é necessária para o crescimento saudável. Contudo, outro ponto positivo é que elas passem a conhecer seus corpos e saibam quando estão bem (ao arranhar um joelho, por exemplo), ou quando de fato precisam de ajuda (quando sofrem um ferimento mais sério).
O contato com a natureza – esses são os momentos em que elas podem interagir com o espaço natural. É brincando ao ar livre que as crianças vão reconhecer diferentes texturas (areia, barro, água, grama), experimentar e identificar horas do dia (manhã, tarde ou noite) por causa da luz, encontrar cheiros e sensações desconhecidas (EDUCA-ME, 2017.).
Vale a pena repensar estes espaços e investir em atividades que possibilitem aos pequenos maior contato com a natureza dentro deles. Vale, também, direcionar um olhar mais atento e cuidadoso a estes que tem em suas mãos o futuro do planeta, visto que, logo adiante, importantes decisões relacionadas às questões ambientais serão tomadas por eles. 
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
A presente pesquisa qualitativa foi realizada a partir de estudo teórico de diferentes autores, pesquisadores e pensadores da educação e da psicologia infantil, visando o levantamento de dados e bases que fortalecessem o argumento norteador do trabalho. Optou-se por uma abordagem qualitativa por ser uma temática que não se delimita apenas a um grupo ou setor, abrangendo diferentes realidades, pensamentos e opiniões. É uma discussão a respeito de uma forma de ver e se relacionar com o meio ao nosso redor. Formas de ver o mundo e, a partir daí relacionar-se com ele, dependem de muitos elementos não quantificáveis como a educação familiar e a cultura dentro da qual se está inserido, por exemplo.	Neste estudo foram abordados vários métodos e linhas de pesquisa que, apesar das possíveis divergências socioculturais, se interligam com o mesmo pensamento e propósito: a busca por uma opção mais leve e orgânica no crescer, vivenciar e desabrochar infantil. O estudo traz uma amostra das condições dos espaços de aprendizagem das crianças da atualidade e suas oportunidades de diálogo com a natureza. Em anexo se encontram as entrevistas realizadas. 
	
4 Considerações Finais 
 
Este artigo buscou levantar reflexões a respeito do brincar ao ar livre e do contato da criança com a natureza, reconhecendo a importância desta no desenvolvimento e na formação de caráter do ser humano e o seu valor como bem natural. 
	Alguns pontos foram levantados em comparação com a realidade da sociedade atual, buscando alternativas para contornar dificuldades. O contato que a criança de hoje tem com o bem natural é escasso e cada vez mais difícil. Mas com sensibilidade, cuidado e atenção é possível que educadores, pais e responsáveis contornem essa realidade e reconstruam este quadro. 
	Atualmente há várias iniciativas que buscam um novo caminho para o ensino porque construíram uma nova visão sobre a escola e sobre os processos de aprendizagem da criança, assim como há diversos projetos por todo o mundo que visam conectar as pessoas e movimentá-las a favor de um futuro mais orgânico e equilibrado. 
	Este olhar sensível para a natureza, para a infância e para o ser humano pode ser uma tarefa difícil nos dias de hoje, visto que vovemos circundados pelo movimento digital e somos bombardeados de informações o tempo todo. Mas é necessário parar e desconstruir as ideias prontas que são vendidas facilmente a todos, buscando enxergar com os próprios olhos e sentir com todo o corpo. 
	Pensadores antigos já disseram que é necessário ver o mundo com o olhar de uma criança. Conseguir senti-lo novamente e ter forças para reconstruí-lo deve ser um exercício diário. 	
 
5. REFERÊNCIAS
BRASIL. Referencial curricular nacional para a educação infantil. V. 1. Brasília: MEC/SEF, 1998.
CORNELL, Joseph. Vivências com a natureza 1: guia de atividades para pais e educadores, 3ª ed. São Paulo: Editora Aquariana, 2008. 
FAITH, David apud SOUZA, Guilherme, Quanto tempo seu filho pode passar na frente de uma tela? Disponível em: http://hypescience.com/quanto-tempo-seu-filho-pode-passar-na-frente-de-uma-tela/ Acesso em: 07/2017. 
FERRACIOLI, Laércio, Aprendizagem, desenvolvimento e conhecimento na obra de Jean Piaget: uma análise do processo de ensino-aprendizagem em Ciências. Disponível em: http://rbep.inep.gov.br/index.php/RBEP/article/viewFile/191/191
Acesso em 05/2017.
HARA, Márcia Fernandes Pinheiro, Educação Ambiental e Natureza nos Espaços de Educação Infantil, Disponível em: http://www.ufjf.br/espacoeducacao/files/2009/11/cc01_2.pdf Acesso em: 07/2017.
HORTÉLIO, Lydia. “Cultura da alma”. Mapa do brincar. Folha de São Paulo online. Jun. 08, 2012. Disponível em: http://mapadobrincar.folha.com.br/mestres/lydiahortelio/ acesso em: 14 out. 2017.
LÚDICO. Dicionário Aurélio online, 17 jul. 2017. Disponível em: https://dicionariodoaurelio.com/ludico Acesso em: 07/2017.
KABLE, Jenny, Why play outside?, Disponível em: http://theplayfiles.blogspot.com.au/p/let-children-play.html Acesso em: 01/2017.
MEKARI, Danilo, Seis motivos para deixar uma criança brincar livremente, Disponível em: http://jornalggn.com.br/blog/portalaprendiz/seis-motivos-para-deixar-uma-crianca-brincar-livremente-0 Acesso em 01/2017.
PORTAL, Colunista, Concepção do brincar e aprender na visão de Piaget e Vygotsky, Disponível em: https://www.portaleducacao.com.br/pedagogia/artigos/32223/concepcao-do-brincar-e-aprender-na-visao-de-piaget-e-vygotsky Acesso em: 07/2017. 
PEARCE, Joseph Chilton. A Criança mágica: A redescoberta da imaginação na natureza das crianças, 3ª ed. Rio de Janeiro: Editora Francisco Alves, 1987.
PIORSKI, Gandhi, Brinquedos do Chão, 1ª ed. São Paulo: Editora Peirópolis, LTDA, 2016.
PIORSKI, Gandhi. Espaço para ser criança. Entrevista concedida a Abrinquedoteca. São Paulo, 27 0UT. 2009. Disponível em:
http://www.abrinquedoteca.com.br/pdf/entrevista_gandhy_piorsk.pdf
Projeto Infâncias Blog (internet). São Paulo: Gabriela Romeu. 2012, fev. Para a infância, o ambiente é o meio. (citado em 2013 mai. 2). Disponível em: http://projetoinfancias.com.br/site/reflexao/ Acesso em: 01/2017.
ROSA, Andrea Cristiane Silveira. O lúdico na escola. Revista Científica Trajetória Multicursos, Rio Grande do Sul, ano. 3, n.7, p. 247, ago.2012.
SPRÉA, Nélio e SOUZA, Fernanda, Palmas pra que te quero, 1ª ed. Curitiba: Editora Parabolé, 2010. 
VYGOSTSKY, L.S. apud MARQUES, Fernanda Martins e EBERSOL, Helenise Lopes, A importância do brincar para o desenvolvimento infantil. Disponível em: http://www.ufrgs.br/creche/a-unidade/psicologia-1/a-importancia-do-brincar-para-o-desenvolvimento-infantil Acesso em: 05/2017.
VIGOTSKI, Lev S. A Formação Social da Mente. 7 ed. São Paulo: Editora Martins Fontes, 2015. 
EDUCAME, a importância de brincar ao ar livre – e o que cada brincadeira pode ensinar às crianças. Disponível em 
http://naescola.eduqa.me/atividades/aimportancia-de-brincar-ao-ar-livre-e-oquecada-brincadeira-pode-ensinar-as-criancas/ Acesso em 05/10/2017 
 
6. ANEXOS:
1. Entrevistas: 
MÃE 1
Idade: 30
Idade dos filhos: 2/4 
Quando você era criança, como era sua brincadeira? (Onde, com quem, quando, por quanto tempo) 
Eu brincava de casinha, pular corda, mãe pega, bulica e esconde-esconde. Com meus primos eu brincava todos os finais de semana na casa da minha vó e na rua. Em casa, com meus irmãos, brincávamos de pintar, desenhar, de boneca, bola, e também íamos bastante ao parquinho. 
Como seus filhos brincam? (Onde,com quem, quando, por quanto tempo) 
Meus filhos brincam de desenhar, colorir, jogo da memória, bola, boneca e casinha. Eles brincam em casa e ás vezes com seus primos brincam da mesma coisa. Levo-os ao parquinho quando posso e aí podem brincar com outras crianças. 
 
Como você vê a relação entre a brincadeira na sua infância e a brincadeira do seu filho? 
Na minha época de criança a gente era mais solto. Eu acho que hoje em dia poucas crianças realmente são “crianças”. Aqui em casa tento evitar celular, tablete e estou conseguindo. A Belly e o Nicolas gostam mais de interagir com outras crianças e brincam os dois juntos em casa, e se estamos em um lugar aberto e com mais espaço, ensino eles a brincar das coisas que eu gostava de brincar quando era criança.
 MÃE 2
Idade: 37
Idade dos filhos: 6 anos
Quando você era criança, como era sua brincadeira? (Onde, com quem, quando, por quanto tempo) 
Brincava bastante. Na rua e na “floresta” (uma parte de mata atrás da casa). Brincava de casinha, fazendo comidinha com mato, brincando com barro, passeando no matagal, sentindo o sol queimar o coco da cabeça. Sempre estava com meus amigos, na maioria meninos porque minhas irmãs eram mais velhas. Brincava todos os dias de manhã até a noite. Só ia pra casa pra comer
Como seus filhos brincam? (Onde, com quem, quando, por quanto tempo) 
Meu filho brinca mais em casa porque hoje em dia é muito perigoso para uma criança brincar em um local aberto e sozinha como eu brincava. Ele desenha solta pipa com meu esposo, e nas férias tento ir para minha sogra que mora no Norte do Paraná. Lá ele fica mais livre para brincar, mas tomamos muito cuidado pra que sempre eu ou meu esposo estejamos por perto, porque não dá pra confiar mesmo no interior deixar uma criança sozinha. Também brinca com os colegas na hora do recreio da escola onde frequenta.
Como você vê a relação entre a brincadeira na sua infância e a brincadeira do seu filho? 
É bem diferente. Eu brincava com meninos que não tinham malícia alguma. Hoje em dia, crianças da idade do meu filho já apresentam gestos e fala maliciosa. Tem que ficar de olho no que assiste, com quem fala e o que está fazendo porque tudo está muito precoce. Sei da importância de brincar ao ar livre, pescar, correr no mato, entre outros porque eu fiz isto e foi muito, mas muito bom mesmo. Mas a sociedade atual, com esta violência brutal nos deixa sem opções a não ser ficar todo o tempo em alerta no cuidado com nossos filhos. 
MÃE 3
Idade: 23
Idade das filhas: 5/2 anos 
Quando você era criança, como era sua brincadeira? (Onde, com quem, quando, por quanto tempo) 
Minhas brincadeiras eram na rua: bets com ripa, lata de óleo e bolinhas de rool- on; pic-esconde e outras. Brincava com uma “renca” de primos e filhos dos vizinhos. As brincadeiras aconteciam até tarde. Até perdi as contas de quantas vezes perdi o “tampão” do dedão no asfalto. 
Como seus filhos brincam? (Onde, com quem, quando, por quanto tempo) 
Hoje minhas filhas brincam dentro de casa, NUNCA, brincaram com os vizinhos, nem mesmo na rua e provavelmente isto nunca vai acontecer. Elas brincam de esconde – esconde, jogos, bonecas e de desenhar e dificilmente se sujam
Como você vê a relação entre a brincadeira na sua infância e a brincadeira do seu filho? 
Com certeza no meu tempo era muito diferente. Tínhamos liberdade. Coisas que as crianças de hoje não tem. Mas também naquela época não acontecia as atrocidades que acontecem hoje. 
MÃE 4
Idade: 31 anos
Idade da filha: 7 anos
Quando você era criança, como era sua brincadeira? (Onde, com quem, quando, por quanto tempo) 
Eu brincava muito em casa com minhas irmãs, à tarde, depois da escola. 
Como seus filhos brincam? (Onde, com quem, quando, por quanto tempo) 
Minha filha brinca em casa nos finais de semana. Também deixo minha filha brincar com a melhor amiga dela á tarde, depois da escola.
Como você vê a relação entre a brincadeira na sua infância e a brincadeira do seu filho? 
Tento fazer com que ela brinque de brincadeiras como: boneca e casinha. Porque nos dias de hoje as crianças gostam muito de tecnologia (tablete, celular, computador). Fazendo com que ela brinque das mesmas brincadeiras que eu brincava acredito que será mais saudável para ela. 
MÃE 5
Idade: 50
Idade das filhas: 32 / 25
Quando você era criança, como era sua brincadeira? (Onde, com quem, quando, por quanto tempo) 
Brincava de escolinha em uma “tuia” velha (galpão que guarda mantimentos), subia em árvores, rolava em tambor e pneus, brincava de gangorra, bambolê, brincava de “bugalha” (3 marias), entre outras brincadeiras. Eu brincava muito com minha irmã mais velha. Nós brincávamos antes de ajudar a mãe nos serviços domésticos e a tardezinha antes de deitar. 
Como seus filhos brincam/ brincavam? (Onde, com quem, quando, por quanto tempo) 
Brincavam com as colegas da escola, subiam em árvores, pega-pega, passa anel. Como não precisavam auxiliar nos serviços elas brincavam o dia todo e estudavam apenas. 
Como você vê a relação entre a brincadeira na sua infância e a brincadeira do seu filho? 
No tempo em que minhas filhas eram crianças não tinha perigo ainda então elas aproveitaram bastante também. As brincadeiras eram praticamente as mesmas, com exceção de que eu trabalhava em casa e elas já não. E também tinham muito mais brinquedos do que eu.

Continue navegando