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urisdição - Conceito e Características JURISDIÇÃO Conceito: é uma das funções do Estado, mediante a qual este se substitui, na pessoa de um juiz, aos titulares dos interesses em conflito, para, imparcialmente, aplicar o direito ao caso concreto, a fim de fornecer uma pacífica solução ao litígio, reafirmando a autoridade da ordem jurídica e a verticalidade da relação Estado-Particular (CAPEZ). CARACTERÍSTICAS DA JURISDIÇÃO SUBSTITUTIVIDADE: é a atuação do ESTADO pelo JUIZ representando as partes. Esse atuará de forma IMPARCIAL para resolver o conflito de interesses existente entre as partes. O poder judiciário ao compor o litígio substitui a vontade das partes. OBJETIVO DE ATUAÇÃO DO DIREITO: o ESTADO atua por meio de substituição das partes objetivando a atuação da vontade da LEI. INÉRCIA: os órgãos jurisdicionais são por sua própria índole inerte, devendo atuar de forma imparcial, salvo os casos em que a lei não obsta certa parcialidade. IMUTABILIDADE: é a existência da possibilidade das decisões jurisdicionais se tornarem COISA JULGADA, ou seja, não sendo possível a sua modificação ou revisão, salvo casos previstos em lei. (revisão criminal art. 621 e s CPP). LIDE: conflito de interesses qualificados pela pretensão de alguém e pela resistência de outrem. É elemento indispensável para compor a jurisdição, mas poderá haver casos em que a LIDE não estará presente, não significando que atrapalhará o curso normal do processo. Princípios da Jurisdição PRINCÍPIOS DA JURISDIÇÃO I – Princípio da investidura: a Jurisdição só pode ser exercida por quem tenha sido regularmente investido na autoridade de juiz. (Art. 93, inciso I do CF/88). II - Princípio do juiz natural: este princípio, previsto na Constituição Federal, afirma que "ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente" (CF, art. 5º, LII). Referido princípio também reforça a garantia da proibição do juízo ou tribunal de exceção (ou Tribunal ad hoc - art. 5º, XXXVII, CF), que é aquele criado após a prática de um crime para o seu específico julgamento (exemplo: O Tribunal de Nuremberg, constituído pelos aliados para julgar nazistas pelos crimes de guerra). III - Princípio da indelegabilidade: esse princípio dispõe que o juiz não pode delegar suas funções exceto quando houver previsão legal, como ocorre, por exemplo, nas cartas precatórias. IV - Princípio da inafastabilidade: determina que nenhum juiz poderá subtrair-se do exercício da função jurisdicional, nem o legislador poderá produzir leis restringindo o acesso ao Poder Judiciário (art. 5º, XXXV, CF). É o judiciário que profere, sobre o litígio, a ultima palavra. V – Princípio da inevitabilidade: este princípio quer dizer que as partes não podem recusar o juiz designado pelo Estado, exceto nos casos de suspeição, impedimento e incompetência, em que deverá ser propostas as respectivas exceções. A jurisdição se impõe independente da vontade das partes. FINALIDADE DA JURISDIÇÃO: - atuação da vontade da lei - solução de conflitos de interesses - aplicação da justiça a casos concretos. ESPÉCIES DE JURISDIÇÃO: - jurisdição penal - jurisdição cível Jurisdição necessária: será imposta sempre que o objeto da relação jurídica material for de extrema indisponibilidade. No direito penal brasileiro, que tem sua aplicação voluntária vedada já pela Constituição, que afasta a possibilidade do indigitado delinqüente submeter-se espontaneamente à aplicação da pena (CF, art. 5, LVII e LIV), a ser imposta pelo titular do jus puniendi (o Estado), por meio de um mero ato administrativo. Exceção: art. 98, I CF/88, e 76 da Lei 9.099/95 (transação penal). Questionário Pós aula I 01 –Quando um juiz se antecipa a outro, também competente, por haver praticado algum ato ou ordenado alguma medida do processo, mesmo antes do oferecimento da denúncia ou da queixa, denomina –se: a) Competência por prevenção b) Competência por continência c) Competência por conexão d) Competência por delegação 02 - A possibilidade de substituição de um juízo por outro; submetendo as partes a um juiz que, originariamente, não seria competente, ocasionando, portanto, a modificação de competência na esfera de um órgão denomina-se: a) Prorrogação da competência b) Delegação da competência c) Dilação da competência d) Atribuição da competência Competência - Conceito COMPETÊNCIA Conceito: A competência é a medida e o limite da jurisdição, é a delimitação do poder jurisdicional. Sendo assim, torna-se evidente que um juiz não poderá julgar todas as causas e nem a jurisdição poderá ser exercida ilimitadamente por qualquer magistrado; sendo, portanto, o poder de aplicação do Direito a casos concretos, ou jurisdição, distribuído pela Constituição Federal e por Lei entre os diversos órgãos do judiciário, por meio da competência. Consoante Júlio Fabbrini Mirabete, essa distribuição baseia-se em dois elementos, a saber: Primeiro a causa criminal – em que a competência é delimitada tendo em vista a natureza do litígio, é determinada conforme a causa a ser julgada (competência material). O segundo é o referente aos atos processuais, em que o poder de julgar é distribuído de acordo com as fases do processo, ou o objeto do juízo, ou o grau de jurisdição (competência funcional). (MIRABETE, 2008, p. 156) Competência material O poder jurisdicional no setor da competência material é delimitado da seguinte forma: em razão da natureza da relação de direito; em razão da qualidade da pessoa do réu; e em razão do território. [13] Competência funcional Na competência funcional, referente aos atos processuais, o poder de julgar é distribuído de acordo com as fases do processo, ou o objeto do juízo, ou o grau de jurisdição. A priori, o juiz é competente para todos os atos do processo. Todavia, essa competência poderá ser limitada e redistribuída entre dois ou mais juízes, de acordo com a fase do processo. A título de exemplo, no processo relativo aos crimes contra a vida existe o juiz que é competente para a instrução e o juiz competente para o julgamento (júri). A competência também poderá estar relacionada com as diversas questões apresentadas para conhecimento e decisão do processo (objeto do juízo). Um exemplo clássico dessa espécie de competência é o Tribunal do júri – no qual há juízes profissionais – incumbidos de resolver as questões de direito (art. 497, CPP), lavrar a sentença (art. 492, CPP), fixar a pena, quando aplicável (art. 59, CP); e juízes populares – que a eles compete responder aos quesitos onde lhes são formuladas as questões em que o julgamento se fundará (art. 481, CPP). Por fim, a competência é fixada segundo os graus de jurisdição – que podem ser de primeira e de segunda instância. Nessa hipótese, a competência pode ser originária (como no foro por prerrogativa de função) ou em razão de recurso (pelo princípio de duplo grau de jurisdição). [16] Em todas as suposições, a competência funcional presume a existência da atribuição jurisdicional segundo a competência ratione loci e ratione materiae. Prorrogação e Delegação da Competência Prorrogação da competência Entende-se como prorrogação de competência, a possibilidade de substituição de um juízo por outro; submetendo as partes a um juiz que, originariamente, não seria competente. Ocorre, portanto, a modificação de competência na esfera de um órgão - podendo ser em virtude de disposição legal (necessária); ou em consequência da manifestação de vontadeexpressa ou tácita das partes (voluntária). Delegação de competência A delegação é a transferência da atribuição jurisdicional de um juízo para o outro. Poderá ser externa – se essa transferência ocorre em juízos diferentes (Ex: cartas precatórias citatórias – art. 353, CPP e instrutórias, para interrogatório de testemunhas (arts. 222 e 224, CPP); ou interna – na qual não há alteração de juízo, ocorrendo, consequentemente, dentro do mesmo juízo (Ex: juízes auxiliares e substitutos do juiz titular). Competência na Constituição Federal A competência na matéria penal é regulamentada pela Constituição Federal, Constituições Estaduais, pelas Leis Complementares, Leis Ordinárias Federais (temos como exemplo o Código de Processo Penal) e Leis Ordinárias estaduais. A Constituição distribuiu o poder de julgar entre os diversos órgãos jurisdicionais levando- se em conta a natureza da lide; estabelecendo, expressamente, de um lado, as justiças especiais, quais sejam: Justiça do Trabalho (sem competência para a matéria penal), a Justiça Eleitoral (competente para o julgamento de crimes eleitorais e conexos, assim como os remédios constitucionais referentes a tais crimes) e a Justiça Militar (competente para o julgamento dos crimes definidos pelo Código Penal Militar); de outro, a justiça comum: Tribunais e Juízes dos Estados, Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; e os juizados especiais ou de pequenas causas federais e estaduais. A Constituição da República Federativa do Brasil, em seu artigo 109, fixou competência à Justiça Federal para processar e julgar determinadas matérias, sendo a competência da Justiça Comum estadual, em regra, fixada por exclusão; isto é, o que não for de competência das justiças especiais e da Justiça Federal será de competência da Justiça Comum estadual. O Código de Processo Penal, por sua vez, no campo infraconstitucional, elenca, em seu artigo 69, os parâmetros de fixação de competência Questionário Pós aula II 01 - De acordo com o Código de Processo Penal, a competência pode ser classificada em razão: a) da matéria. b) razão do lugar. c) da pessoa incriminada. d) da pessoa que intenta a ação. 02 - Assinale a alternativa incorreta: a) Em regra, os crimes dolosos contra a vida são julgados pelo tribunal do Júri, da jurisdição comum estadual ou federal, dependendo do caso. b) Legislador infraconstitucional não poderá incluir outros crimes, que não elencados na CF, na competência do tribunal do Júri. c) São de competência do tribunal do Júri os crime de homicídio, participação em suicídio, infanticídio e o aborto. d) Lei infraconstitucional não poderá excepcionar a competência constitucional do tribunal do Júri. Competência pelo lugar da infração (competência ratione loci) Competência pelo lugar da infração (competência ratione loci) A competência pelo lugar da infração está prevista no artigo 69, I do Código de Processo Penal – que adotou a teoria do resultado, ou seja, determina-se a competência pelo lugar onde se consumou o delito, ao contrário da teoria da ubiquidade - art. 6.º do CP – eleita pelo Código Penal: “considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado”. Em sua obra, Processo Penal, Fernando da Costa Tourinho Filho tece alguns comentários sobre a Teoria do resultado: Entendeu o legislador que o juiz competente para processar e julgar uma causa criminal é o do lugar onde a infração se consumou (locus delicti comissi). Este é o foro comum, para as infrações penais em geral. É a regra em matéria de competência penal. É o lugar onde se consumou a infração que firma a competência para o processo e julgamento da causa. (TOURINHO FILHO, 2008, p. 92). Como em toda regra há exceções, nos Juizados Especiais Criminais, a competência ratione loci, consoante o artigo 63 da Lei n.º 9.099, é determinada pelo “lugar em que foi praticada a infração penal”. A Competência pelo domicílio ou residência do réu O inciso II, do artigo 69 apregoa que a competência poderá ser determinada pelo “domicílio ou residência do réu”. Caso não ocorra outra hipótese de fixação da competência, duas são as circunstâncias em que esta se determinará pelo fórum domicilii. A primeira situação está prevista pelo artigo 72, caput: “Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência do réu”. A segunda está prevista pelo artigo 73, caput: “Nos casos de exclusiva ação privada, o querelante poderá preferir o foro de domicílio ou da residência do réu, ainda quando conhecido o lugar da infração”. Competência pela natureza da infração - Distribuição ou Prevenção Competência pela natureza da infração Após atribuir competência pelo lugar da infração ou, casualmente, pelo domicílio ou residência do réu, é necessário fixá-la em razão da matéria - se é da Justiça Especial ou da Justiça comum. Resolvida essa questão, referente à competência do juízo, deve-se buscar, no caso de haver vários juízes e, não tendo todos a competência plena (para todas as infrações), aquele que seja competente em razão da natureza da infração. A competência em razão da natureza da infração não constitui, portanto, critério de fixação do Juízo, mas de fixação do Juiz. [17] Competência por distribuição “A precedência da distribuição fixará a competência quando, na mesma circunscrição judiciária, houver mais de um juiz igualmente competente”. (Art. 75, CPP). O supramencionado artigo determina que quando houver vários juízes no foro competente para o processo e julgamento do delito, a competência será resolvida pela distribuição. Trata-se, portanto, de mais um caso de determinação da competência do juiz e não parâmetro para fixação do Juízo. Competência por prevenção A competência pela prevenção (art. 69, VI), relaciona-se com o que, em direito, expressa o conhecimento anterior. Prescreve o artigo 83 do CPP: Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do processo ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3.º, 71, 72, § 2.º, e 78, II, c). Diz-se por prevenção, “a competência de um juiz quando ele se antecipa a outro, também competente, por haver praticado algum ato ou ordenado alguma medida do processo, mesmo antes do oferecimento da denúncia ou da queixa”. Segundo a Súmula 706, do Supremo Tribunal Federal, “é relativa a nulidade decorrente da inobservância da competência penal por prevenção”. Considerando-se, a nulidade relativa, sanada se não alegada oportunamente. Questionário Pós aula III 01 - O STF é competente para processar e julgar originalmente: a) seus próprios Ministros nos crimes comuns. b) os membros do Congresso Nacional nas infrações de responsabilidade. c) os membros do Tribunal de Contas da União apenas nos crimes de responsabilidade. d) os membros dos Tribunais Superiores apenas nos crimes comuns. 02 - Assinale a alternativa incorreta. O STJ é competente para processar e julgar originalmente, nos crimes de responsabilidade: a) Desembargadores dos Tribunais de Justiça do Estados e DF. b) Membros dos Tribunais de Contas do Estados e do DF. c) Membros dos Tribunais Regionais Federais. d) Governadores dos Estados. Competência por Conexão ou Continência CONEXÃO E CONTINÊNCIA A questão cuidou de um importante tema do Direito Processual Penal:a conexão e a continência. Note-se que tais institutos, no Direito Penal, em nada se assemelham à conexão e continência do Processo Civil. Vale lembrar que não estamos diante de critérios de fixação de competência, mas sim, de motivos ensejadores de alteração da competência. CONEXÃO é sinônimo de relação, nexo, de forma que, somente resta configurada quando houver algum liame entre uma e outra infração penal. De acordo com a doutrina, a conexão se divide em três espécies: a) intersubjetiva; b) objetiva; c) instrumental. CONEXÃO INTERSUBJETIVA quando houver necessariamente vários crimes e vários agentes, pouco importando se esses se uniram em concurso, reciprocidade ou simultaneidade. a) Conexão intersubjetiva por concurso: duas ou mais infrações penais praticadas por várias pessoas em concurso; b) Conexão intersubjetiva por reciprocidade: duas ou mais infrações penais cometidas por duas ou mais pessoas, umas contra as outras; c) Conexão intersubjetiva por simultaneidade: duas ou mais infrações penais praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, sem qualquer ajusto prévio, sem uma saber da outra. Fala-se em conexão intersubjetiva ocasional. CONEXÃO OBJETIVA (LÓGICA OU MATERIAL) se revela quando o crime é praticado para facilitar a execução de outro, ocultar-lhe ou garantir a manutenção da sua vantagem. E, por derradeiro, a conexão instrumental (probatória ou processual), que se concretiza quando a prova de um crime influencia na existência de outro. É exatamente o que se extrai do artigo 76 do CPP (Código de Processo Penal), in verbis: Art. 76 - A competência será determinada pela conexão: I - se, ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas reunidas, ou por várias pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar, ou por várias pessoas, umas contra a outra - conexão intersubjetiva; II - se, no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas - conexão objetiva; III - quando a prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra infração - conexão instrumental. Assim, a conexão se revela como instrumento de unificação de processos que guardam, entre, si algum vínculo. CONTINÊNCIA: como o próprio nome indica, ocorre quando um fato criminoso contém outros, o que impõe que o julgamento de todos seja realizado em conjunto. É nesse sentido a determinação do artigo 77 do CPP . Partindo dessa premissa, estudiosos do tema classificam a continência em objetiva e subjetiva. a) Subjetiva: quando duas ou mais pessoas forem acusadas da mesma infração penal. a) Objetiva: quando os crimes são cometidos na forma dos artigos 70 , 73 e 74 do Código Penal , ou seja, em concurso formal, na aberratio ictus ou aberratio criminis. Art. 77 - A competência será determinada pela continência quando: I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração - continência subjetiva II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 70 , 73 e 74 do Código Penal - continência objetiva. Com base em todo o exposto, no caso apresentado na questão em análise - diversas pessoas saquearam um estabelecimento comercial, sem se conhecerem umas às outras - não há dúvidas de que estamos diante de hipótese de conexão intersubjetiva por simultaneidade (ocasional). Competência Pela Prerrogativa de Função Competência pela prerrogativa de função Considerando a dignidade do cargo exercido pela pessoa, já que existem funções de suma importância para o Estado, a competência poderá ser determinada pela prerrogativa de função (art. 69, VII). Habitualmente, usa-se a expressão foro privilegiado; expressão que não indica privilégio às pessoas - pois a legislação não admite “preferências”. Todavia, devido à relevância, para o Estado, do cargo exercido por alguns, torna-se necessário que estes sejam processados por órgãos superiores. A Constituição Federal destaca as hipóteses de competência por prerrogativa de função referentes ao Supremo Tribunal Federal e ao Superior Tribunal de Justiça. O Supremo Tribunal Federal, cuja função principal é a “guarda da Constituição”, na área penal tem competência para processar e julgar: (...) nas infrações penais comuns o Presidente da República, o Vice-Presidente, os membros do Congresso Nacional, seus Ministros e o Procurador-geral da República; nas infrações penais comuns e nos crimes de responsabilidade, os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, ressalvada a hipótese dos crimes de responsabilidades conexos com os do Presidente e Vice-Presidente, os membros dos Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os chefes de missão diplomática de caráter permanente (art. 102, I, “b” e “c”). (MIRABETE, 2008, págs. 176, 177) Já ao Superior Tribunal de Justiça compete processar e julgar: (...) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério Público da União que oficiem perante os tribunais (art. 105, I, “a”). (MIRABETE, 2008, p.177) A competência por prerrogativa de função abarca também as pessoas que não possuem foro especial, toda vez que houver concurso de pessoas (arts. 77, I e 78, III). De acordo com a Súmula 704 do STF, “não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do co-réu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados”. “Entretanto, rejeitada a denúncia contra a pessoa que goza de foro privilegiado, a competência para o julgamento dos demais retorna para o 1º grau de jurisdição”. [23] A competência fixada pelo foro por prerrogativa de função afasta a regra do foro pelo lugar da infração. Estende-se, a qualquer região do território nacional, ainda que a infração tenha sido praticada em outro Estado, a competência do Tribunal de Justiça do Estado sobre o seu jurisdicionado. Importantíssimo trazermos à baila os casos de crimes dolosos contra a vida, que sejam praticados por quem goze de foro por prerrogativa de função estabelecido pela Constituição Federal. Nesse caso, a competência para processá-lo e julgá-lo será do foro especial, já que a própria Constituição estabelece exceção à regra do Tribunal do Júri. Contudo, se o foro especial for estabelecido pela Constituição estadual, por lei processual ou de organização judiciária, o autor do crime doloso contra a vida será submetido ao Tribunal do Júri, já que tais regras não poderão sobrepujar a competência do juízo estabelecido pela Carta Magna. Nesses termos é a Súmula 721 do STF: “A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição estadual”. Questionário Pós aula IV 01 - Na hipótese de o crime ser praticado por dois ou mais agentes em concurso, em que um deles tiver foro privilegiado: a) os processos devem ser separados, devendo o agente que tem prerrogativa responder no juízo especial e o que não tem responder no juízo comum. b) os processos devem ser reunidos por conexão e julgados pelo juízo comum. c) os processos devem ser reunidos por conexão ou continênciae julgados pelo juízo especial. d) os processos nunca poderão ser reunidos, em abono à garantia do juiz natural. 02- São casos de competência absoluta: a) ratio materiae e ratio loci. b) ratio materiae e ratio personae. c) ratio personae e ratio loci. d) Todas as alternativas estão corretas. Prisão - Conceito e espécies PRISÃO Conceito: é a privação da liberdade de locomoção determinada por ordem escrita da autoridade competente ou em caso de flagrante delito. ESPÉCIES Prisão-pena ou prisão penal: é aquela imposta em virtude de sentença condenatória transitada em julgado, ou seja, trata-se de privação da liberdade determinada com a finalidade de executar decisão judicial, após o processo legal, na qual determinou o cumprimento de pena privativa de liberdade. Prisão sem pena ou prisão processual: trata-se de prisão de natureza puramente processual, imposta com finalidade cautelar, destinada a assegurar o bom desempenho da investigação criminal, do processo penal ou da execução da pena, ou ainda impedir que, solto, o sujeito continue praticando delitos. PRISÃO PROVISÓRIA: é a prisão realizada antes do trânsito em julgado da sentença. MODALIDADES -Prisão em flagrante -Prisão preventiva -Prisão temporária – Lei 7.960/89 -Prisão decorrente de pronúncia (arts. 406 a 497) -Prisão decorrente de sentença penal condenatória recorrível. Momento para a prisão: art. 5º, XI, CF/88 Prisão especial: 295 do CPP PRISÃO EM FLGRANTE: arts. 301 a 310 do CPP Prisão em flagrante Prisão decorrente de mandado de prisão. Flagrante facultativo e obrigatório: art. 301 CPP Estado de flagrância: art. 302 CPP I- Certeza - cometendo II- Certeza – acaba de cometer III- Presunção IV- Presunção. Crimes permanentes: art. 303 CPP Auto de prisão em flagrante: art. 304 CPP Termo de entrega de preso, oitiva de testemunhas e interrogatório: art. 304 CPP Nota de culpa: art. 306, § 2º CPP Comunicação ao Juiz: art. 306 CPP e art. 5º, LXII da CF/88 Nas infrações de menor potencial ofensivo – art. 69, § único da Lei 9.099/95. FLAGRANTE Ilegal: quando realizado em contrariedade a lei. Relaxamento: de oficio ou a pedido de advogado Legal: quando realizado conforme a lei Liberdade provisória spécies de Flagrante ESPÉCIES DE FLAGRANTE: a) Flagrante próprio: propriamente dito, real ou verdadeiro. É aquele que o agente é surpreendido cometendo uma infração penal ou acaba de cometê-la (art. 302, I e II CPP). b) Flagrante impróprio: irreal, ou quase flagrante. Ocorre quando o agente é perseguido, logo após cometer o ilícito, em situação que faça presumir ser o autor da infração (art. 302, III CPP). c) Flagrante presumido: ficto ou assimilado. O agente é preso, logo depois de cometer a infração, com instrumentos, armas, objetos ou papeis que façam presumir ser ele o autor da infração (art. 302, IV CPP). d) Flagrante compulsório ou obrigatório: o agente é obrigado a efetuar a prisão em flagrante, não tendo discricionariedade sobre a conveniência ou não de efetivá-la. e) Flagrante facultativo: consiste na faculdade de efetuar ou não o flagrante, de acordo com critérios de conveniência e oportunidade. f) Flagrante preparado ou provocado: quando o agente, policial ou terceiro, conhecido como provocador, induz o autor à prática do crime, viciando a sua vontade, e, logo em seguida, o prende em flagrante. Sumula 145 STF. g) Flagrante esperado: a atividade do policial ou do terceiro consiste em simples aguardo do momento do cometimento do crime, sem qualquer atitude de induzimento ou instigação. h) Flagrante prorrogado ou retardado: o agente policial detém discricionariedade para deixar de efetuar a prisão em flagrante no momento em que presencia a prática da infração penal, podendo aguardar um momento mais importante do ponto de vista da investigação criminal ou da colheita de provas. FLAGRANTE NAS VARIAS ESPÉCIES DE CRIME; a) Crime permanente: enquanto não cessar a permanência, o agente encontra-se em situação de flagrante delito (art. 303 CPP). b) Crime habitual: em tese não cabe prisão em flagrante. A prática de um dos atos componentes da cadeia da habitualidade não pode ser punido por não saber se ao certo se trata-se de ato de preparação, execução ou consumação. No crime habitual cada um dos episódios agrupados não é punível em si mesmo, vez que pertencem a uma pluralidade de condutas requeridas no tipo para que configure um fato punível. c) Crime de ação penal privada: o ofendido deverá autorizar a lavratura do auto ou ratificá-lo dentro do prazo da entrega de nota de culpa e oferecer queixa-crime no prazo de cinco dias, após a conclusão do IP (dez dias). d) Crime continuado: existem várias ações independentes, sobre as quais incide, isoladamente, a possibilidade de se efetuar a prisão em flagrante. Questonário Pós aula I 01 - Ivo, indivíduo primário e com endereço fixo, foi preso em flagrante pela prática do delito de homicídio qualificado, definido como crime hediondo. Nessa situação hipotética, ao receber o auto de prisão em flagrante, caberá ao juiz a) manter a prisão, por se tratar de crime insuscetível de liberdade provisória. b) conceder liberdade provisória a Ivo, por ser ele réu primário com endereço fixo, ainda que verificada a presença dos requisitos da prisão preventiva. c) conceder liberdade provisória a Ivo, se verificada a ausência dos requisitos da prisão preventiva, sem possibilidade de imposição do pagamento de fiança. d) conceder liberdade provisória a Ivo, se verificada a ausência dos requisitos da prisão preventiva, com possibilidade de imposição do pagamento de fiança. e) manter a prisão, ainda que reconhecida a ilegalidade da prisão em flagrante, tendo em vista a hediondez do crime. Prisão Temporária PRISÃO TEMPORÁRIA a) Conceito: prisão cautelar de natureza processual destinada a possibilitar as investigações a respeito de crimes graves, durante o inquérito policial. b) Base legal: Lei 7.960/89 c) Decretação: só pode ser decretada por autoridade judiciária d) Fundamentos: I - Imprescindível para a investigação do inquérito policial; I - Indiciado não tem residência fixa ou não fornece dados necessários ao esclarecimento de sua identidade; I - Fundadas razões de autoria ou participação do indiciado em qualquer um dos crimes: homicídio doloso, sequestro ou cárcere privado, roubo, extorsão, estupro, epidemia com resultado morte, envenenamento de água potável ou substancia alimentícia, crimes contra a sistema financeiro. e) Prazo Crime comum: 5 dias, prorrogáveis por mais 5. f) Crime hediondo: 30 dias, prorrogáveis por mais 30. Comprada e extrema necessidade. g) Procedimento: - pode ser decretada em face da representação da autoridade policial ou a requerimento do MP. - não pode ser decretada de ofício pelo juiz. - no caso de representação da autoridade policial, o Juiz antes de decidir, deve ouvir o MP. - o Juiz tem o prazo de 24 horas a partir do recebimento da representação ou do requerimento para decidir fundamentadamente sobre a decretação da prisão. - o mandado de prisão deve ser expedido em duas vias, sendo uma via entregue ao indiciado a titulo de nota de culpa. - o preso será advertido pela autoridade policial do direito de permanecer calado. -ao decretar a prisão o juiz poderá determinar que o preso lhe seja apresentado, solicitar informações da autoridade policial ou submetê-lo a exame de corpo de delito. - o prazo de 5 ou 30 dias poderá ser prorrogado por igual períodouma vez comprovando extrema necessidade. - decorrido o prazo legal, o preso deverá ser colocado imediatamente em liberdade, salvo decretação da prisão preventiva. - o preso temporário deve permanecer separado dos demais detentos. Prisão Preventiva Prisão Preventiva A prisão preventiva só será imposta quando o cerceamento da liberdade for realmente necessário para que se alcance os objetivos descritos no CPP. Se for possível alcançar o mesmo resultado com uma das medidas cautelares previstas nos artigos 319/320 do CPP, a prisão não poderá ser imposta. O art. 312 do CPP descreve, em rol taxativo, quais motivos podem causar a decretação da preventiva: a) garantia da ordem pública: busca impedir que o agente continue a delinquir, pondo em risco a segurança da sociedade; b) conveniência da instrução criminal: visa impedir que o agente perturbe ou impeça a produção de provas (ex.: ameaça a testemunhas); c) garantia de aplicação da lei penal: busca impedir que o agente obste a aplicação da lei (ex.: risco de evasão, inviabilizando futura execução da pena); d) garantia da ordem econômica: é espécie de garantia da ordem pública; e) descumprimento da medida cautelar imposta: caso a medida cautelar diversa da prisão (arts. 319/320 CPP) não alcance o objetivo desejado, ocorrerá a sua conversão para a prisão preventiva. Questionário Pós aula II 01 - Cabe a substituição da prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for: a) gestante ou mulher com filho de até 14 (quatorze) anos incompletos. b) homem com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos, caso seja o único responsável por seus cuidados. c) portador de doença grave, ainda que não se apresente debilitado. d) maior de sessenta anos. Liberdade Provisória LIBERDADE PROVISÓRIA art. 321 a 350 do CPP A liberdade provisória encontra-se prevista na Constituição Federal e no Código de Processo Penal, in verbis: Art. 5º, LXVI, da Constituição Federal – “ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança.” (princípio) Art. 310, III, do Código de Processo Penal - Ao receber o auto de prisão em flagrante, o juiz deverá fundamentadamente: III - conceder liberdade provisória, com ou sem fiança. Parágrafo único – Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto- Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação. Art. 321. Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código. I - LIBERDADE PROVISÓRIA OBRIGATÓRIA: Trata-se de direito incondicional do acusado, não lhe podendo ser negado em hipótese alguma. Art. 69, § único. II - LIBERDADE PROVISÓRIA PERMITIDA: ocorre nas hipóteses em que não couber prisão preventiva. A liberdade provisória pode ser também permitida ou vinculada. Ocorre em determinadas hipóteses em que o legislador admitiu a concessão desse instituto, porém sujeitou o acusado ao cumprimento de certas condições, sob pena de se revogar a liberdade e recolher-se o réu à prisão. As condições às quais o réu estará sujeito encontram-se previstas nos arts. 327 e 328 do Código de Processo Penal: a) obrigação de comparecer a todos os atos do processo (art. 327 do CPP); b) proibição de o réu mudar de residência, sem prévia permissão da autoridade processante (art. 328, 1ª parte, do CPP); c) proibição de o réu ausentar-se por mais de 8 (oito) dias de sua residência, sem comunicar à autoridade processante o lugar onde será encontrado (art. 328, 2ª parte, do CPP). III – LIBERDADE PROVISÓRIA VEDADA: quando proibida por lei. Ex: art. 44 da lei 11.343/06. Liberdade Provisória Sem Fiança LIBERDADE PROVISÓRIA PERMITIDA SEM FIANÇA: A primeira hipótese de liberdade provisória sem fiança, mas com vinculação é a mencionada no art. 310, § único do CPP, verbis: Art. 310 – Parágrafo único – Se o juiz verificar, pelo auto de prisão em flagrante, que o agente praticou o fato nas condições constantes dos incisos I a III do caput do art. 23 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, poderá, fundamentadamente, conceder ao acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento a todos os atos processuais, sob pena de revogação. O referido artigo permite ao juiz conceder liberdade provisória ao acusado, independentemente de fiança, desde que sua conduta se encaixe no art. 23 do Código Penal (causas excludentes da ilicitude do fato), pouco importando se o crime é inafiançável ou não. O fundamento para a existência desse dispositivo é que o acusado agiu acobertado por uma excludente da ilicitude, ou seja, de acordo com o direito, não havendo, portanto, razão para que permaneça preso. A segunda hipótese de liberdade provisória sem fiança, mas com vínculo é a prevista no art. 350 do CPP. De acordo com esse dispositivo: Art. 350 – Nos casos em que couber fiança, o juiz, verificando a situação econômica do preso, poderá conceder-lhe liberdade provisória, sujeitando-o às obrigações constantes dos arts. 327 e 328 deste Código e a outras medidas cautelares, se for o caso. Essa liberdade provisória prevista no art. 350 do CPP depende de três requisitos: a) somente pode ser concedida nos casos em que se admite fiança; b) o réu deve ser hipossuficiente; c) sujeição às condições previstas nos arts. 327 e 328 do CPP. A terceira hipótese de liberdade provisória sem fiança, mas com vínculo é a do art. 321 do CPP: Art. 321 – Ausentes os requisitos que autorizam a decretação da prisão preventiva, o juiz deverá conceder liberdade provisória, impondo, se for o caso, as medidas cautelares previstas no art. 319 deste Código e observados os critérios constantes do art. 282 deste Código. Questionário Pós aula III 01 -De acordo com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal acerca do instituto da prisão preventiva, assinale a alternativa correta. a) A prisão preventiva daquele que obstaculiza a apuração dos fatos de um Inquérito Policial somente poderá se dar mediante atuação direta do investigado. b) É permitida a decretação de nova prisão preventiva de réu que deixa de cumprir os compromissos estabelecidos perante o Juízo. c) As circunstâncias judiciais, tais como gravidade do crime, motivação, frieza, premeditação, emprego de violência, desprezo pelas normas regentes da vida em sociedade conferem, com vista à garantia da ordem pública, a decretação da prisão preventiva independentemente se tais elementos refletirão, ou não, na futura fixação da pena. d) Em respondendo por outros inquéritos policiais, bem como sendo processado por outros crimes, configura hipótese de manutenção da prisão preventiva com vistas da preservação da ordem pública e proteção das testemunhas e vítimas. e) A recusa da parte em se manifestar é considerada em seu desfavor para efeito de decretação de prisão preventiva, conforme o estabelecido na Convenção Americana sobre Direitos do Homem. Liberdade Provisória com Fiança LIBERDADE PROVISÓRIA PERMITIDA COM FIANÇA: A liberdade provisória com fiança e, conseqüentemente, com vinculação ocorre em determinadas infrações onde o legislador permitiu que o acusado, mediante a prestação de uma garantia, goze de liberdade provisória.Assim, como bem dispõe a Constituição Federal (art. 5º, LXVI), ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança. Trata-se então de uma caução, de uma garantia real, servindo para designar os meios que sirvam para assegurar o cumprimento de uma obrigação processual do réu. Art. 323 e 324 a “contrário sensu”. Conceito de fiança: é uma caução destinada a garantir o cumprimento das obrigações processuais do réu. Competência para arbitrar fiança: Autoridade policial: art. 322 e 332, 1ª parte do CPP. Autoridade judiciária: art. 332, 2ª parte Valor da fiança: Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes limites: I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena privativa de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos. Diferenças de Relaxamento e Revogação de Prisão; e Liberdade Provisória Art. 310 CPP Importante ainda destacar que não se confundem os institutos da liberdade provisória, revogação de prisão preventiva e o relaxamento da prisão em flagrante. Relaxamento da prisão em flagrante: se dá, nos termos do art. 5º, LXV, da Constituição, nos casos de ilegalidade da prisão, ou seja, “limitando-se às situações de vícios de forma e substância na autuação, e nunca acarretando ao acusado deveres e obrigações”. (art. 310, I do CPP) Liberdade provisória: subsistem os motivos da custódia, porém, desde que ausentes os pressupostos autorizadores da prisão preventiva, poderá ser o acusado colocado em liberdade, sujeitando-o a determinadas condições, conforme o caso. Vê-se, portanto, que a prisão é legal, porém desnecessária. (art. 310, III do CPP) Revogação da prisão preventiva: por sua vez, ocorre quando não mais subsistem os seus pressupostos autorizadores (art. 312 e 313 do CPP), sem que o acusado fique sujeito a qualquer condição. Nota-se, assim, que, quanto à causa, a revogação da prisão preventiva equipara-se à liberdade provisória, porém, quanto aos efeitos, assemelha-se ao relaxamento da prisão. (art. 316 do CPP). Para a possibilidade de revogação da prisão cautelar, os pressupostos que autorizadores dela devem estar presentes, não apenas durante a sua decretação, mas durante toda a sua duração. Nesse viés, caberá a revogação quando, num primeiro momento, a prisão era necessária (os pressupostos estavam preenchidos), entretanto, no decorrer do tempo, o (s) pressuposto (s) não mais está presente. Isso porque a prisão cautelar é regida pela cláusula da imprevisão, também conhecida como rebus sic stantibus, ou seja, a medida deve permanecer enquanto permanecer a situação fática, mudando, a medida deve ser revogada. Questiionário Pós aula IV 01 – Marque V (verdadeiro) ou F (falso) a) ( ) a prisão temporária pode ser decretada em qualquer fase do processo. b) ( ) a prisão preventiva pode ser decretada pela autoridade policial. c) ( ) não cabe fiança para o crime de roubo qualificado. d) ( ) o delegado de polícia pode arbitrar fiança em todos os crimes que couber fiança. cLiberdade Provisória com Fiança LIBERDADE PROVISÓRIA PERMITIDA COM FIANÇA: A liberdade provisória com fiança e, conseqüentemente, com vinculação ocorre em determinadas infrações onde o legislador permitiu que o acusado, mediante a prestação de uma garantia, goze de liberdade provisória. Assim, como bem dispõe a Constituição Federal (art. 5º, LXVI), ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança. Trata-se então de uma caução, de uma garantia real, servindo para designar os meios que sirvam para assegurar o cumprimento de uma obrigação processual do réu. Art. 323 e 324 a “contrário sensu”. Conceito de fiança: é uma caução destinada a garantir o cumprimento das obrigações processuais do réu. Competência para arbitrar fiança: Autoridade policial: art. 322 e 332, 1ª parte do CPP. Autoridade judiciária: art. 332, 2ª parte Valor da fiança: Art. 325. O valor da fiança será fixado pela autoridade que a conceder nos seguintes limites: I - de 1 (um) a 100 (cem) salários mínimos, quando se tratar de infração cuja pena privativa de liberdade, no grau máximo, não for superior a 4 (quatro) anos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). II - de 10 (dez) a 200 (duzentos) salários mínimos, quando o máximo da pena privativa de liberdade cominada for superior a 4 (quatro) anos. Diferenças de Relaxamento e Revogação de Prisão; e Liberdade Provisória Art. 310 CPP Importante ainda destacar que não se confundem os institutos da liberdade provisória, revogação de prisão preventiva e o relaxamento da prisão em flagrante. Relaxamento da prisão em flagrante: se dá, nos termos do art. 5º, LXV, da Constituição, nos casos de ilegalidade da prisão, ou seja, “limitando-se às situações de vícios de forma e substância na autuação, e nunca acarretando ao acusado deveres e obrigações”. (art. 310, I do CPP) Liberdade provisória: subsistem os motivos da custódia, porém, desde que ausentes os pressupostos autorizadores da prisão preventiva, poderá ser o acusado colocado em liberdade, sujeitando-o a determinadas condições, conforme o caso. Vê-se, portanto, que a prisão é legal, porém desnecessária. (art. 310, III do CPP) Revogação da prisão preventiva: por sua vez, ocorre quando não mais subsistem os seus pressupostos autorizadores (art. 312 e 313 do CPP), sem que o acusado fique sujeito a qualquer condição. Nota-se, assim, que, quanto à causa, a revogação da prisão preventiva equipara-se à liberdade provisória, porém, quanto aos efeitos, assemelha-se ao relaxamento da prisão. (art. 316 do CPP). Para a possibilidade de revogação da prisão cautelar, os pressupostos que autorizadores dela devem estar presentes, não apenas durante a sua decretação, mas durante toda a sua duração. Nesse viés, caberá a revogação quando, num primeiro momento, a prisão era necessária (os pressupostos estavam preenchidos), entretanto, no decorrer do tempo, o (s) pressuposto (s) não mais está presente. Isso porque a prisão cautelar é regida pela cláusula da imprevisão, também conhecida como rebus sic stantibus, ou seja, a medida deve permanecer enquanto permanecer a situação fática, mudando, a medida deve ser revogada. Questiionário Pós aula IV 01 – Marque V (verdadeiro) ou F (falso) a) ( ) a prisão temporária pode ser decretada em qualquer fase do processo. b) ( ) a prisão preventiva pode ser decretada pela autoridade policial. c) ( ) não cabe fiança para o crime de roubo qualificado. d) ( ) o delegado de polícia pode arbitrar fiança em todos os crimes que couber fiança. Questões prejudiciais I) questões prejudiciais (arts. 92 a 94); II) processos incidentes (arts. 95 a 154), que se dividem em: a) exceções (arts. 95 a 111); b) incompatibilidade e impedimentos (art. 112); c) conflito de jurisdição (arts. 113 a 117); d) restituição das coisas apreendidas (arts. 118 a 124); e) medidas assecuratórias (arts. 125 a 144); f) incidente de falsidade (arts. 145 a 148); g) incidente de insanidade mental do acusado (arts. 149 a 154). Questões prejudiciais São aquelas relativas à existência do crime e que condicionam a decisão da questão principal. São espécies de questões prejudiciais: I) questões prejudiciais homogêneas – devem ser decididas no próprio juízo penal (ex: exceçãode verdade no crime de calúnia – art. 138, § 3°); II) questões prejudiciais heterogêneas – devem ser resolvias em outro ramo do direito (cível, trabalhista, administrativo etc) e dividem-se em: a) obrigatórias – art. 92 – versa sobre estado civil e torna imperativo a suspensão do processo (ex: ação de anulação de casamento e crime de bigamia); b) facultativas – art. 93 – aborda outras questões, sendo permitido ao juiz suspender ou não o processo (ex: controvérsia sobre a propriedade e crime de furto). Processos incidentes Processos incidentes (arts. 95 a 154) São eventualidades que podem aparecer no decorrer do processo e devem ser resolvidas no próprio juízo criminal. Exceções peremptórias Exceções peremptórias Uma pessoa não pode ser processada ou julgada mais de uma vez pelo mesmo fato (proibição do bis in idem). Assim, se dois ou mais processos correrem simultaneamente dar-se-á a litispendência e o que se iniciou por último deve ser extinto. Exceções dilatórias Exceções dilatórias (arts. 95 a 111) Podem ser de: a) suspeição – b) incompetência – c) ilegitimidade de parte – Incompatibilidades e impedimentos Incompatibilidades e impedimentos (art. 112) O impedimento, tal qual a suspeição, afeta a parcialidade dos órgãos responsáveis pela condução do processo. As hipóteses de impedimento estão previstas no art. 252 e 253 e tornam o ato inexistente. A incompatibilidade cuida dos casos de parcialidade não previstos para a suspeição e impedimento e geralmente são previstas nas leis de organização judiciária. Restituição das coisas apreendidas Restituição das coisas apreendidas (arts. 118 a 124) Os objetos apreendidos, podem ser restituídas, antes de transitar em julgado a sentença condenatória, aquelas peças que não interessarem a o processo (art. 118). Nos outros casos, a restituição se dá com o trânsito em julgado da sentença (art. 119), a não ser que se trate de (CP, art. 91, II): a) instrumentos do crime, cujo uso, porte ou fabricação, seja considerado ilícito; b) produto do crime ou qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do crime. Medidas assecuratórias Medidas assecuratórias (arts. 125-144) As medidas assecuratórias são as seguintes: a) seqüestro (arts. 125-133) – medida assecuratória consistente em reter os bens móveis e imóveis do acusado quando adquiridos com o proveito da infração penal; b) hipoteca legal (arts. 134-137) - medida assecuratória que torna indisponíveis os bens imóveis do acusado adquiridos legalmente; c) arresto (art. 137) - medida assecuratória que torna indisponíveis os bens móveis do acusado adquiridos legalmente. Incidente de falsidade Incidente de falsidade (arts. 145-148) Uma das provas mais importantes é o documento, que é qualquer objeto que expresse uma idéia a respeito de fato relevante para o processo. Assim, se houver controvérsia sobre a autenticidade de um documento, far-se-á um procedimento a parte que definirá a sua veracidade ou não. Esse procedimento é denominado incidente de falsidade. Prova Conceito: é o conjunto de atos praticados pelas partes, pelo juiz, e por terceiros, destinados a levar ao magistrado a convicção acerca da existência ou inexistência de um fato, da falsidade ou veracidade de uma afirmação. Finalidade da Prova Finalidade: destina-se a formação da convicção do juiz acerca dos elementos essenciais para o deslinde da causa. As provas constituem os olhos do processo, o alicerce sobre o qual se ergue toda a dialética processual. Objeto: é toda circunstância, fato ou alegação referente ao litígio sobre os quais pesa incerteza, e que precisam ser demonstrados perante o juiz para o deslinde da causa. São, portanto, fatos capazes de influir na decisão do processo, na responsabilidade penal e na fixação da pena ou medida de segurança, necessitando, por essa razão, de adequada comprovação em juízo. Prova ilícita e ilegítima Prova proibida: art. 5º, LVI da CF/88: “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”. Art. 157 do CPP Prova ilegítima: quando a norma afrontada tiver natureza processual. Ex: Art. 158 CPP, art. 479, caput CPP. Classificação da Provas I - quanto ao objeto - direta: quando, por si, demonstra um fato, refere-se diretamente ao fato probando. - indireta: quando alcança o fato principal por meio de um raciocínio lógico-dedutivo, levando-se em consideração outros fatos de natureza secundária, porem, relacionados com o primeiro. II - em razão do efeito ou valor - plena: convincente ou necessária para a formação de um juízo de certeza no julgador. Prevalece in dúbio pro reo. - não plena ou indiciária: juízo de mera probabilidade, vigorando nas fases processuais em que não se exige um juízo de certeza. Ex: pronuncia. III – quanto ao sujeito ou causa - real: provas consistente em uma coisa extrema e distinta da pessoa, e que atestam dada afirmação. Ex: lugar, cadáver, arma. - pessoal: aquelas que encontram a sua origem na pessoa humana, consistente em afirmações pessoais e conscientes. IV – quanto a forma - testemunhal: resultante do depoimento prestado por sujeito estranho ao processo sobre fatos de seu conhecimento pertinentes ao litígio. Ocular: viu os fatos, presenciou o crime Auricular: ouviu falar do fato, do crime. - documental: produzida por meio de documentos - material: obtida por meio químico, físico ou biológico. Ex: exames, vistorias, corpo de delito. Ônus da prova: a prova não constitui uma obrigação processual e sim um ônus, a posição jurídica cujo exercício conduz seu titular a uma condição mais favorável. Procedimento Probatório Proposição: momento ou instante do processo previsto para a produção da prova. Plenário, 05 dias para arrolar as testemunhas. Admissão: ato processual específico e personalíssimo do juiz, que, ao examinar as provas propostas pelas partes e seu objeto, defere ou não a sua produção. Produção: conjunto de atos processuais que devem trazer a juízo os diferentes elementos de convicção oferecidos pelas partes. Valoração: o juízo valorativo exercido pelo magistrado em relação as provas produzidas, emprestando-lhe a importância devida, de acordo com a sua convicção. Pós aula I 01 - Assinale a resposta CORRETA. a) Prova não plena tem uma probabilidade de procedência da alegação, sendo suficiente para medidas preliminares. b) Prova real é a que exprime o conhecimento subjetivo e pessoal de alguém, por exemplo, interrogatório, depoimentos etc. c) Prova indireta é aquela que por si demonstra o fato alegado d) Prova auricular é aquela em que a testemunha viu e ouviu o fato criminoso. 02 – Marque V (verdadeiro) ou F (falso) a) ( ) prova ilegítima é quando a norma afrontada tiver natureza processual. b) ( ) prova ilícita é quando a prova for vedada, em virtude de ter sido produzida com afronta a normas de direito material. c) ( ) prova emprestada é aquela produzida em determinado processo e a ele destinada, depois transportada, por translado, certidão o qualquer outro meio autenticatório, para produzir efeito como prova em outro processo. d) ( ) a prova derivada da ilícita é admitida no processo penal pátrio. 03 - Assinale a alternativa CORRETA. a) O silêncio do acusado importará confissão. b) A confissão será indivisível e retratável. c) A confissão será divisível e irretratável. d) O silêncio do acusado não importará confissão. Princípios Gerais das Provas I – Princípio da autorresponsabilidadedas partes: as partes assumem as conseqüências de sua inatividade, erro ou atos intencionais. II – Princípio da audiência contraditória: toda prova admite a contra-prova, não sendo admissível a produção de uma delas sem o conhecimento da outra parte. III - Princípio da aquisição ou comunhão da prova: não há prova pertencente a uma das partes, as provas produzidas servem para ambos os litigantes e ao interesse da justiça. IV – Princípio da oralidade: deve haver a predominância da palavra falada, os depoimentos são orais, não podendo haver a substituição por outros meios. V – Princípio da concentração: busca-se concentrar toda produção da prova na audiência. VI – Princípio da publicidade: os atos judiciais são públicos, exceto no caso de segredo de justiça. VII – Princípio do livre convencimento motivado: as provas não são valoradas previamente pela legislação, logo, o julgador tem liberdade de apreciação, limitando apenas aos fatos e circunstancias constantes nos autos. Das Espécies de Provas I - Prova Pericial Conceito: é um meio de prova que consiste em um exame elaborado por pessoa, e regra profissional, dotado de formação e conhecimento técnicos específicos acerca de fatos necessários ao deslinde da causa (Capez.) Natureza jurídica: é meio de prova pela legislação, cujo qual se atribui uma valoração especial, também chamada de prova crítica. Perito: é um auxiliar da justiça, devidamente compromissado, estranho às partes, portador de um conhecimento técnico altamente especializado e sem impedimentos ou incompatibilidade para atuar no processo. Perito oficial: assume o cargo por meio de concurso de provas e títulos Perito louvado ou não oficial: nomeado pela autoridade policial (inquérito) ou juiz (processo) e presta compromisso (art. 277) Requisitos: artigo 159 CPP Determinação das perícias: tanto a autoridade policial (art. 6º, VII CPP) como o juiz pode determinar de oficio ou a requerimento das partes. Laudo pericial: é o documento elaborado pelos peritos, o qual deve conter: Descrição minuciosa do objeto periciado; Respostas aos quesitos formulados; Fotografias; Desenhos, etc., sempre que possível. Do Assistente Técnico Conceito: é o perito de confiança das partes, também deve ter curso superior e a ele não é exigido imparcialidade, que ira atuar com o fito de ratificar ou infirmar o laudo oficial. Como perito, deve ter curso superior.O Assistente Técnico somente ingressará no processo na fase instrutória e após sua admissão pelo juiz, assim, não há que se falar em assistente na fase de inquérito policial. II - Do exame de Corpo de Delito Conceito: É o conjunto de vestígios materiais (elementos sensíveis) deixados pela infração penal, representa a materialidade do crime. Os elementos sensíveis são os vestígios corpóreos perceptíveis por qualquer dos sentidos humanos. O exame do corpo de delito é um auto em que os peritos descrevem suas observações e se destina a comprovar a existência do delito (CP, art. 13, caput), o corpo de delito é o próprio crime em sua tipicidade. (Capez, 2006. pag. 319/320). Exame de corpo de delito e Corpo de delito Exame de corpo de delito: é um auto em que os peritos descrevem suas observações e se destina a comprovar a existência de delito (art. Corpo de delito: é o próprio crime em sua tipicidade Exame de corpo de delito: Direto – é feito sobre o próprio corpo de delito, sobre a pessoa ou a coisa, objeto da ação tipificada. Indireto – advém de um raciocínio dedutivo sobre um fato narrado por testemunha, realizados sobre dados, como fichas médicas de pacientes. Indispensabilidade do exame do corpo de delito: Art. 158 - Quando a infração deixar vestígios será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado. Impossibilidade do exame do corpo de delito direto em infração que deixa vestígios: art. 167 CPP Necropsia ou autopsia: é o exame interno feito no cadáver a fim de constatar a causa da morte. Denomina-se laudo necroscópico ou laudo cadavérico. Exumação: é o desenterramento, ao contrario da inumação, que é o sepultamento. III - Do Interrogatório: artigo 186 do CPP. Conceituado por Capez, como sendo ato judicial no qual o juiz ouve o acusado sobre imputação contra ele formulado. É o ato privativo do juiz e personalíssimo do acusado, possibilitando a este último o exercício da ampla defesa, da sua autodefesa. (Capez, 2011). O interrogatório é o ato de interrogar, são as perguntas feitas verbalmente pelo juiz ao acusado e por este, caso ache conveniente responderá, lembrando que o acusado tem o direito de ficar em silêncio, tais questionamentos é no intuito de obter novos elementos de prova. Negativa das perguntas de identificação: art. 68 da Lei de Contravenção Penal. Espécies de interrogatório: - do analfabeto com dificuldade de se comunicar: art. 192, § único CPP; - do estrangeiro: art. 193 CPP - do mudo, do surdo e do surdo-mudo: art. 192, inciso I a III CPP. Características: - ato processual personalíssimo: só o réu pode ser interrogado - ato privativo do juiz: somente o juiz pode interrogar o acusado (art. 188 CPP). - ato oral: admite-se como exceção, as perguntas escritas ao surdo e as respostas igualmente escritas do mudo. - ato na preclusivo: o interrogatório não preclui, podendo ser realizado a qualquer momento (art. 169 do CPP). Ausência de interrogatório: nulidade absoluta, cujo prejuízo é presumido. IV- Da Confissão Conceito: é a aceitação pelo réu da acusação que lhe é dirigida em um processo penal. É a declaração voluntária, feita por um imputável, a respeito de fato pessoal e próprio, desfavorável e suscetível de renuncia. Capez (2011). Natureza Jurídica: é de meio de prova como qualquer outro, e é admissível para que o juiz chegue a verdade aproximada dos fatos. Espécies de confissão: - simples: o confitente reconhece pura e simplesmente a prática criminosa. - qualificada: quando confirma o fato a ele atribuído, mas a ele opõe um fato impeditivo ou modificativo, procurando uma excludente de antijuridicidade, culpabilidade ou eximentes de pena. - complexa: reconhece de forma simples várias imputações. - extrajudicial: aquelas produzidas no inquérito policial. - explícitas: reconhece espontânea e expressamente, ser o autor da infração. - implícita: o autor da infração procura ressarcir o ofendido dos prejuízo causados pela infração. Característica: Retratabilidade: o acusado pode retratar-se, ou seja, desdizer a confissão ofertada. A confissão não produzirá efeitos se a vontade do agente ao confessar estiver viciada. Divisibilidade ou cindibilidade: a confissão pode-se dar no todo ou em parte, com relação ao crime atribuído ao confittente. Delação: é a atribuição da prática do crime a terceiro, feita pelo acusado, em seu interrogatório, e pressupõe que o delator também confesse sua participação. MATERIAL DO PROFESSOR Questionário Pós aula II 01 – No tocante aos princípios orientadores das provas, marque a alternativa incorreta: a) O Princípio da autorresponsabilidade das partes determina que cada litigante assuma as conseqüências de sua inatividade, erro ou atos intencionais. b) O Princípio da audiência contraditória, informa que nem toda prova admite a contra- prova, sendo admissível a produção de uma delas sem o conhecimento da outra parte. c) O Princípio da aquisição ou comunhão da prova determina que não há prova pertencente a uma das partes, as provas produzidas servem para ambos os litigantes e ao interesse da justiça. d) O Princípio da concentração, busca se concentrar toda produçãoda prova na audiência. 02 - A prova produzida no processo pode ser utilizada: a) somente pelo juiz. b) somente pela parte que produziu a prova. c) somente pelas partes, tanto pela que produziu a prova, quanto pela parte adversária. d) tanto pelo juiz quanto pelas partes. 03 - Sobre acareação não é possível afirmar que: a) pode ocorrer na instrução criminal e no inquérito policial. b) é necessário que as pessoas acareadas não tenham prestado suas declarações. c) pode ocorrer entre acusados. d) pode ocorrer entre testemunha e acusado. Das espécies de provas - continuação - Da Prova Testemunhal A testemunha é pessoa desinteressada na solução da lide, e que diz ao juiz tudo o que tenha conhecimento a respeito do ocorrido, declarando as suas percepções sensoriais sobre o ato delitivo. Característica da prova testemunhal: - judicialidade: só é prova testemunhal aquela produzida em juízo; - oralidade: deve ser colhida por meio de uma narrativa verbal prestada em contato direto com o juiz, as partes e seus representantes; - objetividade: deve depor sem externar opiniões ou emitir juízo valorativos; - retrospectividade: o testemunho se dá sobre fatos passados; - imediação: deve dizer aquilo que captou imediatamente através dos sentidos; - individualidade: cada testemunha presta seu depoimento isolada da outra. As características da testemunha, segundo Capez (2011): • Somente a pessoa humana pode servir como testemunha, já que testemunhar é narrar fatos conhecidos através dos sentidos, • Somente pessoa estranha ao processo e eqüidistante as partes, para não se tornar impedida ou suspeita, • Deve ter capacidade jurídica mental para depor, • Deve ter sido convocada pelo juiz ou partes, • Não emite opinião, mas apenas relata objetivamente fatos apreendidos pelos sentidos, • Só fala sobre fatos no processo, não se manifestando sobre ocorrências inúteis para a solução do litígio. Dever de depor: Em regra toda testemunha tem o dever de testemunhar, para tanto que caso não compareça o juiz poderá autorizar o uso da coerção, e fazer com que compareça. Art. 206 do CPP. Dispensadas de depor: Algumas pessoas estão dispensadas de depor, como é o caso do cônjuge, o ascendente, o descendente ou o irmão, e os afins em linha reta do acusado. Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, abster-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias (declarantes). Proibidas de depor: Existem também pessoas que são proibidas de depor como é o caso das elencadas no art. 207, Código de Processo Penal, “São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho”. Numero de testemunhas - procedimento ordinário: máximo 08 (art. 401 e 406, § 2º e 3º CPP) - procedimento sumário: máximo 05 (art. 532 CPP) - procedimento sumaríssimo: máximo 05 (Lei 9.099/95) - procedimento do tribunal do júri (plenário): máximo 05 (art. 422 CPP). Falso testemunho: art. 342 CP. Art. 211, caput CPP – copia do depoimento para instaurar inquérito policial. VI – Do Ofendido Conceito: é o sujeito passivo da infração. Não é testemunha. Não precisa ser arrolado pelas partes, devendo o juiz determinar, de oficio sua oitiva. Art. 211, §1º CPP. VII - Do Reconhecimento de pessoas e de coisas Definição: é o meio processual de prova, eminentemente formal, pelo qual alguém é chamado para verificar e confirmar a identidade de uma pessoa ou coisa que lhe é apresentada com outra que viu no passado. Espécies de reconhecimento: - imediato: quando não há por parte do reconhecedor qualquer necessidade de exame ou análise; - mediato: o reconhecedor sente necessidade de um esforço evocativo para chegar ao resultado final; - analítico: o reconhecedor começa a examinar detalhes para através de partes chegar ao resultado objetivado; - mediante recordação mental: há apenas uma impressão de recordação, cuja certeza, somente será obtida dias depois; - direto: visual e auditivo; - indireto: através de fotos, vídeos, gravações sonoras, etc. Reconhecimento de pessoas: art. 226 CPP - reconhecimento ao vivo e não por fotos. Reconhecimento de coisas: art. 227 CPP – reconhecimento de qualquer objeto que se relacionam com o crime. VIII – Da Acareação(arts. 229 a 230) Conceito: ato processual consistente na colocação face a face de duas ou mais pessoas que fizeram declarações substancialmente distintas acerca de um mesmo fato, destinando-se a ofertarão juiz o convencimento sobre a verdade fática, deduzindo-se a termo o ato da acareação (art. 229, § único CPP). - É um depoimento conjunto Pressupostos: - que as pessoas a serem acareadas já tenham sido previamente ouvidas; - que exista um ponto divergente, controvertido entre referidas pessoas. IX - Dos Documentos (arts. 231 a 238) Conceito: considera-se documentos “quaisquer escritos, instrumentos ou papéis, públicos ou particulares” que interessem como prova. * Podem ser juntados em qualquer fase do processo, até mesmo após a sentença, se houver recurso. Função do documento: -dispositivo: necessário e indispensável para a existência do ato jurídico; -constitutivo: elemento essencial para a formação e validade ato, considerado como integrante deste; -probatório: quando sua função é de natureza processual. X - Dos Indícios (art. 239) - São certas circunstâncias que nos permitem chegar à verificação da existência de um fato. * Tem valor relativo, em face do princípio do livre convencimento motivado. XI - Da Busca e Apreensão (art. 240 a 250) Busca: é uma diligência que se faz em determinado lugar com o fim de aí encontrar-se a pessoa ou coisa que se procura. Espécies: - Domiciliar (só com Mandado Judicial): para fins de inviolabilidade, domicilio, será qualquer compartimento habitado, aposento ocupado de habitação coletiva ou qualquer compartimento não aberto ao publico, no qual se exerce profissão ou atividade. – Pessoal: será realizada quando “houver fundada suspeita de que alguém oculta consigo arma ou outros objetos. É realizado na pessoa, incluindo bolsas, malas, etc. e em veículos que estejam em sua posse. Requisitos: art. 243, 245. 247 e 248 CPP. Apreensão: consiste na detenção física do bem material desejado e que possa servir como meio de prova para a demonstração da infração penal. O ato se formaliza em um auto circunstanciado, o qual contem a descrição completa de todo acontecido, devendo ser assinado pelos executores e testemunhas presenciais. Emendatio Libelli e Mutatio Libelli Emendatio Libelli Ocorre quando o juiz, sem modificar a descrição do fato contida na peça acusatória, altera a classificação formulada na mesma. Art. 383. O juiz, sem modificar a descrição do fato contida na denúncia ou queixa, poderá atribuir-lhe definição jurídica diversa, ainda que, em consequência, tenha de aplicar pena mais grave. Momento: O momento oportuno para a "emendatio libelli" é na SENTENÇA. Exceção: é possível a correção do enquadramento típico no recebimento da denúncia/queixa-crime para: a) beneficiar o réu; b) permitir a correta fixação da competência ou do procedimento a ser adotado. É possível em grau de recurso, desde que não se viole o principio da vedação a reformatio in pejus. Mutatio Libelli Ocorre quando o fato que se comprovou durante a instrução processual é diverso daquelenarrado na peça acusatória. Art. 384. Encerrada a instrução probatória, se entender cabível nova definição jurídica do fato, em consequência de prova existente nos autos de elemento ou circunstância da infração penal não contida na acusação, o Ministério Público deverá aditar a denúncia ou queixa, no prazo de 5 (cinco) dias, se em virtude desta houver sido instaurado o processo em crime de ação pública, reduzindo-se a termo o aditamento, quando feito oralmente. *Atenção: Recusando-se membro do MP a aditar a denúncia, em caso de mutatio libelli, o juiz fará remessa dos autos ao procurador-geral, ou a órgão competente do MP, e este promoverá o aditamento, designará outro órgão do MP para fazê-lo ou insistirá na recusa, a qual só então estará o juiz obrigado a atender (art. 28 do CPP). O aditamento pode ser: a) próprio: pode ser real ou pessoal, conforme seja acrescentados fatos ou acusados, cuja existência era desconhecida quando do oferecimento da denúncia. b) impróprio: embora não se acrescente fato/sujeito novo, corrige-se alguma falha na denúncia, retificando dados relativos ao fato. Momento: Encerrada a instrução probatória (antes da sentença). Somente ação penal pública Não é cabível em grau de recurso (STF, Súmula 453: Não se aplicam à segunda instância o art. 384 e parágrafo único do código de processo penal, que possibilitam dar nova definição jurídica ao fato delituoso, em virtude de circunstância elementar não contida, explícita ou implicitamente, na denúncia ou queixa). Questionário Pós aula III 01 - O sistema de apreciação de provas adotado pelo Código de Processo Penal foi: a) o da certeza moral do juiz. b) o da livre convicção. c) o da certeza moral do legislador. d) o sistema religioso. 02 - A recusa do acusado em se manifestar quando de seu interrogatório judicial pode ser recebida pelo juiz como prova capaz de gerar o reconhecimento do crime a ele imputado ou: a) o direito ao silêncio só é admitido na fase policial. b) o direito ao silêncio é prerrogativa constitucional e jamais poderá ser utilizado contra o réu. c) o juiz deve consignar as perguntas a ele destinadas, aplicando-lhe a pena de confissão tácita. d) o réu pode se calar diante do juiz, fato que será utilizado contra ele. 03 - Silvana confessa, perante o juiz de Direito, a prática de crime contra o patrimônio de Yolanda, o que é desmentido pelas testemunhas do fato. Pode o Magistrado condenar Silvana apenas com base em sua confissão judicial? a) Sim, pois a confissão, no âmbito do Processo Penal, constitui a rainha das provas, possuindo valor pleno. b) Não, tendo em vista que a confissão, no âmbito do Processo Penal, não se reveste de valor pleno, tendo que ser corroborada por outros elementos de prova. c) Não, pois considerando-se que o depoimento das testemunhas tem maior valor probante que a confissão. d) Sim, desde que Silvana confesse o crime espontaneamente. Sentença no Processo Penal CONCEITO É a decisão definitiva e terminativa do processo, acolhendo ou rejeitando a imputação formulada pela acusação. Cuida-se da sentença em sentido estrito. Entretanto, toda a decisão que afasta a pretensão punitiva do Estado é, igualmente, sentença, embora em sentido lato (como a que julga extinta a punibilidade do réu). CLASSIFICAÇÃO DAS DECISÕES EM SENTIDO AMPLO a) interlocutórias simples: são as que solucionam questões relativas à regularidade ou marcha processual, sem que penetrem no mérito da causa. Ex: O recebimento da denúncia, a decretação da prisão preventiva, quebra do sigilo telefônico ou fiscal, determinação de busca e apreensão. b) despachos: é a decisão do magistrado que dá andamento ao processo, sem decidir qualquer controvérsia. c) decisões interlocutória: é a decisão do juiz solucionando controvérsia entre as partes, mas sem julgar o mérito (pretensão de punir do Estado). Divide-se em: I - interlocutórias simples: decide a controvérsia e o processo continua. II - interlocutórias mistas: decide a controvérsia, cessa o trâmite do processo ou encerra-se uma fase. d) decisões definitivas: são as tomadas pelo juiz, colocando fim ao processo, julgando o mérito em sentido lato, ou seja, decidindo acerca da pretensão punitiva do Estado, mas sem avaliar a procedência ou improcedência da imputação. Somente chegam a afastar a pretensão punitiva estatal, devido reconhecimento de alguma causa extintiva da punibilidade. Ex; decisão que reconhece a existência da prescrição. Diferem das interlocutórias mistas, pois estas, embora coloquem fim ao processo ou a uma fase do mesmo, não avaliam a pretensão punitiva do Estado. CONCEITO DE SENTENÇA SENTIDO ESTRITO É o ato pelo qual o juiz encerra o processo no primeiro grau de jurisdição, bem como seu respectivo officio. Classificação Das Sentenças Em Sentido Estrito: a) condenatórias: quando julgam procedente, total ou parcialmente, a pretensão punitiva; b) absolutórias: quando não acolhem a pretensão punitiva, não impondo qualquer sanção ao acusado. Absolutórias subdividem-se em: I – próprias: quando não acolhem a pretensão punitiva, não impondo qualquer sanção ao acusado; II – impróprias: é quando o juiz, reconhece não ter havido crime, por ausência de culpabilidade, aplica-se uma medida de segurança, é uma espécie de sanção penal, cuja a finalidade não é castigar ou simplesmente reeducar o acusado, mas curá-lo, pois trata-se de um doente-mental. c) terminativas de mérito: também chamadas de definitivas em sentido estrito, quando julgam o mérito, mas não condenam nem absolvem o acusado, Ex; ocorre na sentença de declaração da extinção de punibilidade. Requisitos da Sentença REQUISITOS DA SENTENÇA. Relatório: É um resumo histórico do que ocorre nos autos, de sua marcha processual. OBS: Insta observar que no procedimento sumariíssimo de que trata a Lei de Juizados ($4 do Art. 81), dispensa-se o relatório, mencionando-se, apenas, os elementos de convicção do juiz. Motivação: requisito pelo qual o juiz está obrigado a indicar os motivos de fato e de direito que o levaram a tomar a decisão, sob pena de nulidade. Art. 93, IX, da CF com a redação determinada pela EC n. 45/2004. Fundamentação: aquela em que o juiz ou Tribunal adota como suas razões de decidir ou de argumentar de outra decisão judicial. MOTIVAÇÃO o juiz analisa os fundamentos fáticos em que se arrima a pretensão deduzida, analisa regras de direito, dando, enfim, a conhecer o desenvolvimento do trabalho intelectual do Magistrado que o leva à conclusão. Sentença sem motivação é um corpo sem alma; É nula. Parte Dispositiva ou Conclusão: é a decisão propriamente dita, em que o juiz julga o acusado após a fundamentação da sentença. Conforme o art. 381, o magistrado deve mencionar “a indicação dos artigos de lei aplicados (inciso IV) e o “dispositivo” (inciso V). É a parte do decisum em que o magistrado presta a tutela jurisdicional, viabilizando o JUS PUNIENDI do Estado. Geralmente, os Juízes, termina a motivação, iniciam o DECISUM com as expressões: “isto posto”, ou “assim considerando”, julgo procedente ou improcedente etc. Questionário Pós Aula IV 01 - De acordo com o texto expresso do art. 397 do CPP, o juiz deverá absolver sumariamente o acusado no processo penal quando verificar: a) extinta a punibilidade do agente. b) falta de justa causa para o exercício da ação penal. c) que a denúncia é manifestamente inepta. d) falta de condição para o exercício da ação penal. e) falta de pressuposto processual. 02 - Sobre os institutos jurídicos da mutatio libelli e emendatio libelli, é correto afirmar: a) Havendo o aditamento
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