Buscar

PROVA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

3) Crise do escravismo e relações de trabalho (1831-1850-1888)
Nova ordem industrial; mão de obra escrava; auge do tráfico
;
Proibição do tráfico; tráfico interprovincial; lei de terras;
Homestead Act
; expansão para o interior; ferrovias;
Imigrantes; relações de trabalho regulamentadas;
Paulatino; Abolicionistas; Situação do ex-escravo;
Revolução Ind. responsável; diferentes términos;Com a consolidação da nova ordem industrial no Atlântico Norte, a demanda por café torna-se crescente e o Brasil entra de vez nesse mercado. Dessa forma, tornou-se necessário o uso de uma mão de obra eficiente que conseguisse atender à procura, que seria a mão de obra escrava africana (abundante e barata). Com isso, pode-se demarcar o período compreendido entre 1831 e 1850 como o auge do tráfico negreiro no Brasil, havendo um aumento exponencial da produção cafeeira. 
Em 1850, por pressão da Inglaterra, é aprovada a Lei Eusébio de Queiroz que diminui a oferta de escravos através da proibição do tráfico negreiro no Brasil (ele continua crescendo devido ao trafico interprovincial, porém em número insuficiente). No mesmo ano de 1850 é aprovada a Lei de Terras - lei essa que dá fim às doações de terras por parte dos nobres e da coroa portuguesas e as transforma em mercadorias a serem vendidas para quem tivesse capital para comprá-las – que acaba beneficiando os grandes produtores cafeeiros do Sudeste e Nordeste e dá abertura ao processo de grilagem das terras (falsificação de títulos). 
Enquanto no Brasil os políticos e a elite dificultavam a obtenção de terra por parte do trabalhador livre, o Homestead Act, nos Estados Unidos, fazia o contrário: definia a posse de uma propriedade de tamanho considerável a quem cultivasse ali por determinado tempo, o que atraiu um grande número de imigrantes e possibilitou a exploração do oeste americano. É importante ressaltar que, nesse momento, no Brasil, havia uma crescente expansão das terras em direção ao interior, acompanhada pela criação de ferrovias que seguiam a agricultura cafeeira (ao contrário dos EUA, onde a agricultura seguia a construção das ferrovias) e diminuíam consideravelmente os custos de produção. 
Então, no período contido entre 1850 e 1888 (abolição da escravidão com a lei áurea) cresce bastante o fluxo de imigrantes europeus no Brasil, principalmente depois de 1879, quando o governo adota políticas voltadas à atração de imigrantes. É nesse período que as relações de trabalho passam por algumas regulamentações estatais com o objetivo de formar um mercado de trabalho interno, como por exemplo: o código comercial (1850), que afeta os trabalhadores urbanos; a lei do ventre livre (1871) e a lei dos sexagenários (1885), que restringe o sistema escravocrata e dá um passo importante para a abolição, e a lei de locação de serviços (1879), que regula o trabalho agrícola (libertos, livres e imigrantes).
É possível observar que o desfecho do escravismo ocorreu de forma lenta e gradual na tentativa do governo de unificação do Estado Nacional. A crise desse sistema só foi possível, assim como diz Emília Viotti em “Abolicionismo”, com a ajuda de pessoas públicas que possuíam discursos reformistas a favor do abolicionismo, como por exemplo, Luiz Gama, negro e filho de escrava livre que ganhou notoriedade pelo seu talento e defendia os escravos em processos judiciários, mesmo sendo contrário aos ideais do partido que participava. Entretanto, a situação do ex-escravo não era boa, pois ele não recebeu nenhuma forma de amparo da sociedade, sendo obrigado a realizar os mesmo trabalhos.
Conclui-se que a Revolução Industrial foi responsável por intensificar o regime escravista em algumas localidades (como na região cafeeira do Brasil e no Sul dos Estados Unidos), mesmo que tenha dado fim em outras. No território brasileiro houve diferentes términos para o escravismo nas diversas regiões do país devido à desigualdade regional, uma vez que o café era o principal bem comercializado na economia, sendo produzido apenas no Sudeste e no Nordeste, e outros produtos secundários, como o cacau produzido no Norte, geravam menor receita quando comparados a ele, reproduzindo essa desigualdade.

Continue navegando