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Victor Thompson Defende uma abordagem mais socióloga da administração, sendo chamado por isso de pouco fiel a teoria estruturalista. Concentra-se sobre os determinantes estruturais do comportamento, tentando analisa-lo funcionalmente. Para ele o maior conflito das organizações é representado pelos defensores de funções dentro da estrutura burocrática versus os especialistas. Defende a livre comunicação dos grupos de especialistas entre si, como forma de tomada de decisão e solução de problemas de maneira mais criativa e eficaz. O controle hierárquico da comunicação oficial tende a dividir a organização. Segundo Thompson, a defesa da hierarquia apega-se à ideologia, à dramaturgia e à buropatologia. A ideologia de que a estrutura organizacional é a mais importante e perfeita serve de aparato a qualquer crítica, sendo os fracassos facilmente atribuídos às pessoas. A dramaturgia cria o mito da superioridade hierárquica, em que os chefes representam a personalidade ideal, e o aparato de demonstração desse grupo superior em status e poder faz parte dessa dramaturgia. A buropatologia provoca a perda da visão do papel ideal da organização, passando ela a servir aos objetivos pessoais dos elementos de maior poder, status. A preocupação do indivíduo de perder o cargo faz com que ele perca a noção de conjunto da organização. O conflito entre a hierarquia burocrática e a especialização só poderá diminuir quando for reconhecida a necessidade de interação e mútua dependência entre eles. A finalidade das organizações depende do tipo de objetivos que elas perseguem. Elas podem ser orientadas para a produção econômica, objetivos políticos, organizações integradoras de serviços ou de manutenção de padrões culturais e educacionais. A história, o tamanho, o mercado ou o campo de operação, o tipo de serviço ou produto, a tecnologia e uma série de outros fatores influenciarão no objetivo e forma de funcionamento da organização. Suas obras mais famosas que tratam sobre essa teoria são: “Moderna Organização”, que defende a tese de que a mais sintomática característica da burocracia moderna é o desequilíbrio crescente entre a capacidade e a autoridade; e “Burocracia e Inovação”, que demonstra a incapacidade de se desenvolver o potencial criativo na organização burocrática monocrática o que chama de slack-theory, propondo uma administração mais flexível, cuja preocupação com a produção não obscureça a orientação para a inovação. Talcott Parsons Talcott Parsos, sociólogo, apontado como o representante mais destacado do estrutural-funcionalismo, descreve a finalidade da organização em termos macroeconômicos. No seu entender, a organização é o último dos quatro fatores de produção. Na visão de Parsons, a organização é significativa em uma perspectiva a longo prazo e está envolvida em processo de mudança estrutural na sociedade, ou seja, dentro de uma conotação de empreendedora. A finalidade da organização, segundo ele, refere-se à: ... função de combinar os fatores de produção, de modo a facilitar a obtenção efetiva do objetivo da organização, nos seus aspectos econômicos ou relativos ao consumo de fatores. A organização no sentido microeconômico é um fator em essencial e todo funcionamento empresarial. Necessariamente, ela é uma parte central dos estágios básicos de qualquer atividade. Pelo estudo do nível micro da organização é possível fazer mudanças e ajustamentos necessários nas suas atividades, complementando, assim, sua finalidade macroeconômica. Objetivos Organizacionais As organizações são unidades sociais que procuram atingir objetivos específicos: a sua razão de ser é servir a esses objetivos, proporcionando benefícios. Um objetivo organizacional é uma situação desejada que a organização tenta atingir. Porém, se o objetivo é atingido, ele deixa de ser a imagem orientadora da organização e é incorporado a ela como algo real e atual. Quando isso ocorre, deixa de ser o objetivo desejado. Neste sentido, um objetivo nunca existe; é um estado que se procura, e não um estado que se possui. A eficiência geral de uma organização é determinada pela medida em que esta atinge seus objetivos, enquanto a competência de uma organização é medida pela quantidade de recursos utilizados para fazer uma unidade de produção. Os objetivos organizacionais têm muitas funções, a saber: A. Estabelecem linhas mestras para a atividade da organização; B. Constituem uma fonte de legitimidade que justifica as atividades de uma organização e, inclusive, sua existência; C. Servem como padrões para a avaliação de seu êxito, isto é, de sua eficiência e de seu rendimento; D. Servem como unidade de medida para o estudioso de organizações que tenta comparar e verificar a produtividade da organização. Há cinco categorias de objetivos organizacionais: OBJETIVOS DA SOCIEDADE: cujo ponto de referência é a sociedade em geral. Exemplos: produzir bens e serviços, manter a ordem pública, etc. OBJETIVOS DE PRODUÇÃO: cujo ponto de referência é o público que entra em contato com a organização. Exemplos: bens de consumo, serviços a empresas, educação. OBJETIVOS DE SISTEMAS: cujo ponto de referência é o estado ou maneira de funcionar da organização, independentemente dos bens e serviços que ela produz ou dos objetivos daí resultantes. Exemplos: ênfase nos lucros, no crescimento e na estabilidade da organização. OBJETIVOS DE PRODUTOS: cujo ponto de referência são as características dos bens e serviços produzidos. Exemplos: ênfase sobre qualidade ou quantidade de produtos, originalidade ou inovação dos produtos, etc. OBJETIVOS DERIVADOS: cujo ponto de referência são os usos que a organização faz do poder originado na consecução de outros objetivos. Exemplos: metas políticas, serviços comunitários, etc. Mudanças Organizacionais Um dos assuntos mais abordados pelos estruturalistas são as mudanças organizacionais. As organizações apresentam maior inclinação para a mudança do que qualquer outra unidade social, pelo fato de serem planificadas e orientadas por objetivos específicos, sob liderança relativamente racional. Podem, ainda, alterar de forma profunda seus objetivos, no processo de ajustamento a problemas e situações emergentes e imprevistas. Para os estruturalistas, há uma relação íntima entre os objetivos organizacionais e o meio, de forma que a estrutura de objetivos é que estabelece a base para a relação entre uma organização e seu meio ambiente. O processo de estabelecer objetivos é complexo e dinâmico, porque toda organização não busca unicamente um objetivo, mas um total de objetivos inter-relacionados e que formam toda uma estrutura. Estes, não sendo estáticos, estão em contínua evolução, modificando as relações da organização com seu meio.
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