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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ – UNESA
CURSO SUPERIOR DE TECNÓLOGO EM SEGURANÇA PÚBLICA – CSTSP
	
SHERLON AZEVEDO DOS SANTOS
VOLÊNCIA EM DESFAVOR DE POLICIAIS MILITARES 
EM ÁREAS PACIFICADAS NO RIO DE JANEIRO
Artigo a ser apresentado à Banca do Exame do Curso Superior de Tecnólogo em Segurança Pública da Universidade Estácio de Sá – CSTSP/UNESA, como requisito para aprovação na disciplina de TCC em Segurança Pública.
MARCO AURELIO NUNES DE BARROS
Orientador
Rio de Janeiro – RJ
Abril de 2017
VIOLÊNCIA EM DESFAVOR DE POLICIAIS MILITARES EM ÁREAS PACIFICADAS NO RIO DE JANEIRO
	
Sherlon Azevedo dos Santos
RESUMO
Este artigo tem como objetivo demonstrar as consequências da implantação das Unidades de Polícia Pacificadora – UPP, no Estado do Rio de Janeiro. Seu objetivo principal seria combater o segregado tráfico de drogas nas comunidades com a utilização de uma polícia de proximidade no lugar da Polícia de enfrentamento. Foi possível constatar que,com o passar dos anos, o que parecia ser uma solução de paz tornou-se palco de violência contra policiais militares, diante do aumento dos ataques nas áreas de Unidade Pacificadas. Isso traz à baila a atuação do Poder Público no amparo aos policiais alvejados e a família dos que perderam a vida. A pesquisa foi desenvolvida a partir de uma análise qualitativa de textos acadêmicos acerca da literatura do tema, assim como fontes extraídas de mídias digitais. 
Palavras-Chave:Unidades de Polícia Pacificadora; violência; amparo; família.
ABSTRACT
This article aims to demonstrate the consequences of the implementation of the Pacifying Police Unities (UPPs) in the state of Rio de Janeiro. These unities’ main approach would be blocking the widespread drug traffic in slums by the use of a Police of Proximity instead of that based on the traditional concept of confrontation. After some years and as far as several attacks to UPPs are concerned, it could be noticed that the supposed peaceful solution became a real battlefield against the cops. This emerges the State role of supporting the hit cops as well as the families of those who were murdered. The research was based on a qualitative analysis of academic texts about this issue and data extracted from digital sources.
Keywords: Pacifying Police Unities; violence, support; family.
1-INTRODUÇÃO
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 consagra a segurança no rol dos direitos fundamentais, dispondo, em seu Artigo 5º: 
“Art. 5º.Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes...”. 
Além desse, nossa Carta Magna de 1988, em seu Art. 144,ressalta a importância dos agentes de segurança pública para a manutenção da ordem pública e do bem-estar social: 
“Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I -  polícia federal;
II -  polícia rodoviária federal;
III -  polícia ferroviária federal;
IV -  polícias civis;
V -  polícias militares e corpos de bombeiros militares.”
Com a leitura deste último artigo, vislumbra-se que a segurança pública é um dever tanto do Estado, visto que ele é a figura principal nesta garantia, quanto do cidadão, que também possui suas responsabilidades sociais.
De acordo com o Portal da Unidade de Polícia Pacificadora – UPP, no fim do ano de 2008, foi inserido pela Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro o Programa das UPPs, planejado e coordenado pela Subsecretaria de Planejamento e Integração Operacional. Esse programa foi elaborado a partir dos princípios da Polícia de Proximidade e de uma estratégia fundamentada na parceria entre a população e as instituições da área de Segurança Pública, o que pressupõe significativas parcerias entre as esferas municipal, estadual e federal bem como diferentes atores da sociedade civil organizada. Isso objetiva fundamentalmente a retomada permanente de comunidades dominadas pelo tráfico com a consequente garantia da proximidade do Estado com a população.
As UPPs foram criadas com intuito de combater e desarticular o crime organizado do tráfico de drogas nas comunidades e favelas do Estado do Rio de Janeiro. Segundo Sapori (2011), a proposta da Unidade de Polícia Pacificadora é recuperar os territórios ocupados por traficantes e milicianos. Salienta-se que foram instituídos postos específicos a partir dos princípios da “Polícia Comunitária”, que objetiva o contato e a vivência solidária dos policiais com a população, a fim de lhe garantir maiores perspectivas de segurança e condições de vida. 
É bem verdade que as Unidades de Polícia Pacificadora têm a missão de substituir os confrontos armados, que acontecem com grande frequência na cidade, por um policiamento comunitário, pacífico. Entretanto, com o passar de alguns anos, não foi isso que se verificou, pois ainda existe a multiplicação dos ataques organizados pelo tráfico de drogas às UPPs de várias comunidades do Rio de Janeiro.
2 - IMPLEMENTAÇÃO DA POLÍCIA PACIFICADORA NO RIO DE JANEIRO
O Programa das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) foi criado com base nos princípios da Polícia de Proximidade, indo além da polícia comunitária, e tendo como estratégia fundamental a parceria entre a população e as instituições da área de Segurança Pública.
A primeira UPP foi implantada pela Secretaria de Estado de Segurança do Rio de Janeiro, no dia 19 de dezembro de 2008, na favela Santa Marta, na Zona Sul da capital fluminense. A ativação das UPPs tem como objetivo estabelecer o fim dos territórios do tráfico de drogas nas favelas cariocas por meio da ocupação permanente das unidades policiais em locais estrategicamente escolhidos. Salienta-se que, no lugar de uma política de confrontação, busca-se a pacificação por meio de uma ocupação permanente da Polícia Militar nas comunidades. 
Já existem 38 UPP em funcionamento no Estado do Rio de Janeiro,a saber: Santa Marta, Babilônia e Chapéu Mangueira, Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, Tabajaras e Cabritos, Escondidinho e Prazeres, Rocinha, Vidigal, Cerro-Corá, Borel, Formiga, Andaraí, Salgueiro,Turano, São João, Matriz e Quieto, Macacos, Mangueira, Nova Brasília, Fazendinha, Adeus e Baiana, Alemão, Chatuba, Fé e Sereno, Parque Proletário, Vila Cruzeiro, Jacarezinho, Manguinhos,Barreira do Vasco e Tuiuti, Caju, Arará e Mandela, Lins, Camarista Méier, Cidade de Deus, Batan, Vila Kennedy, Providência, Coroa, Fallet e Fogueteiro, São Carlos e Complexo da Mangueirinha.
A intenção do Governo do Estado com o pretendido policiamento comunitário é, em linhas gerais, o contato direto entre os policiais e os moradores para a identificação conjunta dos anseios e dos problemas da comunidade, de maneira a delinear os procedimentos de segurança mais adequados. 
2.1- A necessidade de policiamento em áreas pacificadas
Com a preparação de dois megaeventos esportivos internacionais que o Estado do Rio de Janeiro receberia nos anos de 2014 e 2016, seriam imprescindíveis uma grande mobilização por parte dos órgãos públicos e uma política de segurança que fosse capaz de gerar resultados satisfatórios, a fim de garantir e prover a segurança necessária para a grande quantidade de pessoas que transitariam principalmente pelas ruas da capital fluminense. 
O projeto de Pacificação iniciou no ano de 2008, e a escolha dos locais que receberam as Unidades de Polícia Pacificadoras baseou-se na idéia de criar um “cinturão de segurança” para a Copa do Mundo e as Olimpíadas, privilegiando as áreas turísticas bem como os corredores de acesso ao aeroporto internacional e aos bairros da cidade que receberam equipamentos olímpicos.
Diante da Pacificação, fez-se necessário um maior número de policiamentodirecionado para essas áreas pacificadas. Em seu artigo, Lopes e Figueira, acrescentam que:
“A grande maioria dos policiais da UPP é composta por jovens recém-ingressados na corporação, que, após submeterem-se a concurso público para a Polícia Militar do Rio de Janeiro e serem classificados, foram diretamente encaminhados aos cursos de formação voltados para um policiamento comunitário, que continha aulas de uso seletivo da força, direitos humanos, relações interpessoais, dentre tantas outras.” (pág. 8)
A reestruturação dos programas de formação de policiais foi fortemente influenciada pelas UPPs na medida em que se estabeleceu como objetivo central preparar os novos agentes públicos para agir como polícia comunitária e não como polícia confrontação/bélica. De acordo com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP-2006), a previsão de ser utilizado policiais recém-formados busca afastar da UPP a imagem tradicional do policial fluminense, que é tido como o mais truculento, violento, corrupto e indolente da nação. 
 As trinta e oito unidades de Polícia Pacificadoras no Rio de Janeiro contam com um efetivo de aproximadamente 9.543policiais militares. Ocorre que a presença constante dos policiais espalhados pelos postos tem como objetivos: a interação, ou seja, sua “proximidade” com os moradores, além da intenção de dar visibilidade à presença da polícia nos locais onde estão instaladas. Ressalta-se que, ao ocupar as comunidades de maneira permanente, os policiais das UPPs deparam-se com a “resistência” de alguns moradores, os quais não se sentem satisfeitos com a presença da Polícia Militar.
De acordo com o Boletim da PM nº. 86, de 2014, nesses espaços geográficos da cidade, verifica-se a incidência grave de ações de resistência ativa à presença policial, muito provavelmente em razão do resgate territorial e do consequente enfraquecimento das dinâmicas associadas ao tráfico de drogas ilícitas.
Por conta dessa “resistência”, o Comando Geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro,em maio de 2015,realizou o seminário chamado “UPP: desafios e perspectivas da ação policial nos conglomerados urbanos que possuem cenários de atuação potencialmente conflituosos”. A idéia do seminário, segundo o Boletim da Polícia Militar, surgiu diante dos registros de diversas ocorrências institucionais que vitimaram policiais militares que estavam em serviço nas UPP. Um dos argumentos trazidos no discurso do comandante que elaborou o boletim explicativo do seminário é o de que tais “resistências” têm o objetivo de desmoralizar as UPPs e todo o trabalho dos policiais.
Não obstante a algumas resistências dos moradores das comunidades pacificadas de acordo com o senso comum, muitos cidadãos aprovaram as UPPs. Após pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), percebe-se que as comunidades temiam que o programa de segurança pudesse acabar após os Jogos Olímpicos Rio 2016. No entanto, com o fim dos jogos, as Unidades de Polícia Pacificadora continuam atuantes no Estado do Rio de Janeiro, mantendo-se firmes, apesar do aumento de confrontos armados constantes nessas áreas pacificadas. 
De acordo o economista Daniel Cerqueira, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em entrevista ao portal Época (2015),as UPPs expandiram-se excessivamente por motivos eleitorais, resultado de um ritmo rápido que comprometeu a formação dos policiais e levou a essas comunidades uma força ainda despreparada. Segundo o estudioso, as UPPs deixaram de ser vistas como “áreas pacificadas” e passaram a ser enxergadas como “territórios instáveis” diante dos diversos ataques. O economista relata que o treinamento adequado dos Policiais Militares de UPPs é um aspecto fundamental, tanto para a autoproteção como para as mais básicas tarefas da polícia de proximidade, como mediar conflitos e se relacionar com o público. Assim sendo, isso muda a cultura histórica de parte da corporação– de confronto com traficantes– e faz com que esses policiais identifiquem-se com a política de pacificação. 
3 - ATAQUES AS UNIDADES POLÍCIA PACIFICADORAS (UPPs)
De acordo com o portal eletrônico da Fundação Getúlio Vargas - FGV (2014), as primeiras UPPs suspenderam os conflitos armados onde foram instaladas, o que criou expectativas para a população carioca. 
Segundo a socióloga Maria Isabel Macdowell Couto, pesquisadora da Fundação Getúlio Vargas – Diretoria de Análise de Políticas Públicas (FGV-DAAP), em 2011 e 2012,foram possíveis perceber alguns sinais preocupantes quanto à manutenção da trégua entre policiais e traficantes. No entanto, eventos como o ataque à granada contra soldados da UPP Fallet/Fogueteiro/Coroa poderiam ainda ser considerados casos isolados.
Para a pesquisadora, o ano de 2013, por sua vez, marcou a transformação de problemas antes esporádicos em eventos frequentes em várias UPPs. A grande maioria das unidades policiais inauguradas após meados de 2012 não foram capazes de realizar a promessa da suspensão dos tiroteios. 
Contudo, no início de 2014, multiplicou-se os ataques organizados pelo tráfico de drogas às UPPs de várias comunidades do Rio de Janeiro, o que demonstra que a instalação dessas unidades revela um amplo embate entre a milícia estatal e o poder paralelo. Esse foi, então, o momento de maior tensão desde o início das ocupações no ano de 2008.
Em reportagem veiculada a UOL Notícias (2014), dispôs Lênin Pires, pesquisador do INEAC (Instituto de Estudos Comparados em Administração Institucional de Conflitos) da UFF (Universidade Federal Fluminense) que “os criminosos que elegem como tática enfrentar a polícia para dar consequência aos seus negócios tendem sempre a se beneficiar quando as instituições policiais são desacreditadas”.
Na opinião do pesquisador, no caso das UPPs, eles buscariam a reação ostensiva da polícia para abalar a confiança da comunidade. Isso potencializaria pelo tratamento já diferenciado, ou seja, mais truculento que esses policiais costumam ter nestas regiões.
Diante dos ataques as áreas pacificadas, os governantes do Estado do Rio de Janeiro entenderam necessário recorrer ao apoio das Forças Nacionais no combate ao crime organizado, que tenta, com o avanço da política de pacificação, desestabilizar a presença da polícia nessas comunidades com ataques que geram pânico e o distúrbio nas comunidades, vitimando policiais militares e civis. 
Conforme reportagem veiculada pele emissora Rede Globo, tanto por jornal televisivo quanto por meio digital próprio neste ano de 2017, o Secretário de Segurança, Roberto Sá, declarou que “A UPP foi uma tentativa ousada demais do governo estadual com o instrumento que ele tinha de segurança pública local.”. Por outro lado, o Secretário esclarece que a Polícia Militar estaria realizando um estudo aprofundado sobre a situação das UPPs e sobre as possibilidades de que elas atuem de melhor dentro das comunidades. Destacou ainda o secretário que: “Estamos fazendo um diagnóstico, determinei que um grupo de estudo analisasse todas as hipóteses. A diretriz é o policiamento comunitário e preservar direitos, mas o crime organizado perde com isso e vai tentar desestimular o poder público (...)”.
Apesar dos constantes ataques nas áreas pacificadas, o Governo do Estado não recuou e consegue manter até hoje as UPPs.
3.1 – Violência contra Policiais Militares em Áreas de UPPs
A violência contra policiais militares no Rio de Janeiro, principalmente nas áreas com UPPs, teve um crescimento considerável nos últimos três anos. Ocorre que policiais militares são alvos de criminosos nessas áreas pacificadas, tendo como consequência grande números de lesões corporais e mortes. 
O primeiro caso de Policial Militar morto em área de pacificação ocorreu no ano de 2012, quando a soldado Fabiana Aparecida de Souza, após um ataque à UPP de Nova Brasília, foi brutalmente atingida, levando-a a óbito. Ressalta-se que, após esse triste episódio,os números de lesões corporais e mortes contra policiais militares atuantesem áreas pacificadas sofreram um acréscimo nas estatísticas referente ao período de 2014 a2016, conforme demonstrados nos gráficos a seguir:
Fonte: ISP com base em informações da CAAPMF e PMERJ.
Fonte: ISP com base em informações da CAAPMF e PMERJ.
No gráfico 1, nota-se que a taxa de mortes de policiais militares em áreas beneficiadas pela UPP tiveram um aumento consistente nos anos de 2014 até 2016. Já no gráfico 2, verifica-se que os índices de policiais militares feridos nas áreas pacificadas apresentaram um crescimento bastante expressivo, tendo, no ano de 2016, atingido o número de 236 policiais vítimas de violência.
A partir da análise comparativa dos gráficos, pode-se contatar que ocorreu um aumento expressivo da taxa de violência em desfavor dos Policiais Militares nas áreas de UPPs, seja ela no índice de mortos como no de lesão corporal. A grande verdade é que a violência cresce em uma velocidade que choca o Estado do Rio de Janeiro, seja ela letal ou que deixam marcas profundas.
Segundo o coronel José Vicente da Silva Filho, ex-secretário nacional de Segurança Pública, em reportagem veiculada pelo portal globo.com, em 2015, o aumento da letalidade violenta em áreas com UPPs mostra que a política de pacificação passa por um momento delicado. Acredita ainda que, os criminosos, depois de um período de retração, voltaram a se organizar, não só para exercer o tráfico em comunidades pacificadas, mas também para atacar policiais.
	
4 - AMPARO INSTITUICIONAL AO POLICIAL E AOS SEUS FAMILIARES
A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro possui serviços de amparo para assistência ao policial militar ferido e seus familiares, assim como aos dos policiais falecidos.
Foi criada no ano de 2014a Comissão de Apoio e Acompanhamento ao Policial Militar Ferido – CAAPMF, com o objetivo de orientar e padronizar os procedimentos a serem adotados em relação ao Policial Militar ferido em serviço ou de folga, desde que seja lotado na Coordenadoria de Polícia Pacificadora (CPP), e nas Unidades de Polícia Pacificador (UPP), de acordo com a Norma de Instrução Nº. 001/14CPP 30 de Junho de 2014.
A CAAPMF,ao ter conhecimento da ocorrência de policial militar ferido procede junto à Unidade de Saúde, com intuito de prestar o apoio necessário ao policial militar e a sua família. Essa Comissão de Feridos oferece diversos serviços tais como: transferência hospitalar, visitas hospitalares e domiciliares; encaminhamento psicológico; sepultamento; contatos telefônicos; serviços administrativos; condução de policiais feridos; condução de familiares; auxilio burocrático aos familiares dentre outras atribuições e benefícios. Convém destacar ainda que a CAAPMF também é a responsável pela transferência hospitalar dos policiais feridos e pelo contato junto ao GAFPMF (Grupo de Apoio de Atendimento aos familiares dos Policiais Militares Falecidos), vinculado à DIP – Diretoria de Inativos e Pensionistas.
A GAFPMF, por sua vez, tem a finalidade de auxiliar nas medidas necessárias aos dependentes legais do Policial Militar falecido, orientando-os e conduzindo-os a todos os locais necessários para que seus direitos sejam concedidos, além de providenciar e acompanhar a família do Policial Militar falecido em todos os trâmites referentes ao sepultamento.
5 -CONCLUSÃO
Discorrer sobre as UPPs implantadas no Estado do Rio de Janeiro é um algo já feito em todos os meios de comunicação do país e que gera bastante polêmica no tocante à letalidade violenta nas áreas pacificadas e as falhas no programa.
As UPPs foram criadas com objetivo de desarticular o crime organizado do tráfico de drogas nas comunidades e favelas, assim como a garantia da proximidade do Estado com a população.Ocorre que, durante um período de tempo, foram criadas expectativas positivas acerca do funcionamento do programa. Entretanto, contudo com o passar de alguns anos, pôde se observar que não se alcançou no todo a sua finalidade. 
É notório que as Unidades de Polícia Pacificadoras não conseguiram acabar totalmente com o tráfico armado nas comunidades, e vem enfrentando diversos ataques em suas bases implantadas, atingindo de forma letal ou que deixa marcas profundas tanto nos civis, quanto nos policiais militares que atuam nessas áreas, tornando-se a cada dia um aumento para as estatísticas de violência.
O que se pode perceber é que existem falhas no programa da UPP, as quais não são o objeto de análise deste trabalho. No entanto, não se pode confirmar que este é um projeto totalmente falido, visto que, nos primeiros anos de sua implantação, ocorreu uma baixa na criminalidade em torno dessas áreas, fazendo com que a sociedade criasse grandes expectativas.
Por outro lado, faz-se necessário um estudo para averiguar as deficiências no programa das UPPs, com intuito criar medidas que possam melhorar as condições de trabalho dos policiais militares que atuam nessas áreas pacificadas. Essas medidas conceder-lhes-iam condições dignas de trabalho bem como equipamentos eficazes para combater os criminosos que ainda permanecem nessas regiões e treinamentos mais específicos. De todo modo, não se pode perder de vista que a polícia de proximidade deve ser conservada nessas comunidades, fazendo com que a população ali residente tenha mais confiança nos policiais, e não a saudade de uma retomada pelo crime organizado, já que a polícia é uma força ao favor dos moradores, e não contra. 
O texto da Lei 13.142/2015, a qual transforma o homicídio, a lesão corporal gravíssima e a lesão corporal seguida de morte contra policiais em crime hediondo é um grande avanço. No entanto, essa norma deve ser cumprida ao “pé da letra”, punindo com severidade e rigor os criminosos que cometem tais crimes. Nesses casos, a pena, é de 12 a 30 anos, com aumento de pena, de um a dois terços, nos casos de lesão corporal contra esses profissionais.
Apesar da crise que acomete o Estado, o governo, por sua vez, precisa empreender esforços para manter a paz e a segurança publica, protegendo seus agentes, bem como os cidadãos. A substituição dos containers desprotegidos implantados no início da pacificação por bases blindadas é medida pela qual se clama, com intuito de diminuir os riscos que expõem todos os policiais atuantes nessas áreas de UPP.
Por fim, o presente artigo demonstrou que as UPPs carecem sim de modificações para alcançar o objetivo pelo qual foram criadas, isto é, o combate ao crime organizado por meio de uma polícia comunitária. Apesar de algumas falhas, ainda é um projeto no qual devemos acreditar, pois a retirada da polícia de pacificação seria um retrocesso à violência constante nessas comunidades, que daria oportunidade à expansão dos criminosos.
6 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BITTENCOURT, Marlos. “Rio:maioria de moradores de comunidades do Rio aprova UPP.”In:www.uol.com.br (Acesso em: 21/4/2017).
COIMBRA, Cecilia. Operação Rio: mito das classes perigosas: um estudo sobre a violência urbana, a mídia impressa e os discursos de segurança pública. Niterói: Intertexto, 2001.
LOPES, Jorge Antonio e FIGUEIRA, Luiz Eduardo,"GPAE e UPP: O que dizem os policiais militares sobre as práticas de policiamento comunitário nas favelas do Rio de Janeiro.”. Link de arquivo disponível em:http://publicadireito.com.br/artigos/?cod=98710a10740ffcf0
MUSUMECI, Leonarda; MOURÃO, Barbara Musumeci; LEMGRUBER, Julita; RAMOS, Silvia. “ Ser policial de UPP: Aproximações e resistências.”In: Boletim Segurança e Cidadania, nº 14, dezembro de 2013.
	
PIANES, Jacyara. “Para coordenador das UPPs, ataques do tráfico são tentativa de mostrar poder.”In:www.odia.com.br (Acesso em: 21/4/2017).
______. “Violência no Rio.” Disponível em: https://noticias.uol.com.br/cotidiano
SAPORI, Luis Flávio. A segurança pública no Brasil em debate.v. 3.Belo Horizonte:UFMG. 2011.
SENASP. Secretaria Nacional de Segurança Pública. Curso Nacional de multiplicador de Polícia Comunitária. Brasília:Ministério da Justiça. 2010, p. 195.
www.upprj.com (acessado em 04/5/2017);www.epoca.com.br (acessado em 04/5/2017);
http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/upp(acessado em 04/5/2017);

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