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Cláudio de Souza Soares RGM 130.922-6 EXÉRCICIOS DOMICILIARES PARA COMPENSAÇÃO DE AUSÊNCIAS SÃO PAULO 20/12/2017 Cláudio de Souza Soares RGM 130.922-6 Trabalho sobre a BACIAS HIDROGRÁFICA DE SÃO PAULO – Alto Tietê, apresentado ao Professor Anderson Almeida Costa do Curso de Engenharia Civil da Universidade Cruzeiro do Sul – UNICSUL/SP, como exigência para compensação de faltas para aprovação na disciplina de Tópicos Especiais de Engenharia. SÃO PAULO 20/12/2017 2 INTRODUÇÃO Em função da importância da bacia do Alto Tietê, dentro do Estado de São Paulo, sua conexão com bacias vizinhas como a do Piracicaba e da Baixada Santista, e a importância desse Estado dentro do país, já se pode antecipar o impacto que podem ter no ponto de vista social, econômico e ambiental, as ações que serão adotadas dentro desta bacia que, em última análise, visam permitir o uso de seus recursos hídricos de maneira sustentável. Por outro lado, pode-se esperar que esse Comitê e suas ações continuem sendo uma referência para o resto do país como foi no período desde que foi promulgada a Lei de São Paulo, que precedeu a Lei Federal de 1997. De fato, naquele período, as experiências vividas na Bacia do Alto Tietê em muito influíram na própria elaboração da lei federal e na constituição de outros comitês mesmo em outros Estados. Mas não somente os aspectos e experiências positivas contam para o longo aprendizado da gestão de bacias. Os problemas enfrentados e mesmo as perplexidades geradas ao longo desse processo dentro da bacia do Alto Tietê são lições úteis que podem ser aproveitadas. A busca de soluções para os problemas diagnosticados podem conduzir os diferentes grupos dentro das bacias a preconizarem soluções distintas para os mesmos assuntos e é normal que cada um queira ver seu ponto de vista prevalecer, gerando assim uma disputa as vezes bastante acirrada. Assim é que os conflitos existentes nas sub-bacias do Tietê são um claro reflexo da discussão em torno das várias alternativas para a solução dos problemas lá existentes, que podem ter vários tipos de solução, cada uma delas sendo defendida ardorosamente pelos vários grupos envolvidos. Essa aparente dificuldade gerencial, na realidade, pode ser decorrente do próprio processo de gestão que é muito democrático e participativo, não se constituindo necessariamente em um defeito institucional. O Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê (CBH-AT) foi criado pela Lei Estadual nº. 7663/1991. A partir de 1997, foram criados seus cinco subcomitês: Alto Tietê-Cabeceiras; Cotia-Guarapiranga; Juqueri-Cantareira; Billings- Tamanduateí; Pinheiros-Pirapora. O CBH-AT é um órgão colegiado vinculado ao estado de São Paulo, de caráter consultivo e deliberativo, de nível regional e 3 estratégico, que compõe o Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos - SIGRH. Um de seus objetivos é promover o gerenciamento descentralizado, participativo e integrado dos recursos hídricos, sem dissociação dos aspectos quantitativos e qualitativos, em sua área de atuação. É constituído por representantes dos três segmentos: estado, município e sociedade civil, com participação paritária, sendo 18 membros por segmento. CARACTERÍSTICAS GERAIS Área de drenagem: 5.868km². População: 19.959.976 habitantes. Principais rios: Tietê, Pinheiros, Tamanduateí, Claro, Paraitinga, Jundiaí, Biritiba-Mirim e Taiaçupeba. Principais reservatórios: Paraitinga, Ribeirão do Campo, Ponte Nova, Biritiba-Mirim, Jundiaí, Taiaçupeba, Bilings, Guarapiranga, Pirapora, Represas do Sistema Cantareira e Pedro Beicht. 4 Principais atividades econômicas: Maior polo econômico do país, centralizando a sede dos mais importantes complexos industriais, comerciais e financeiros do país. Abriga uma série de serviços sofisticados, definidos pela interdependência dos setores, que se integram e se complementam. O setor de serviços é o mais expressivo e mostra uma grande complementaridade com a indústria. Ressalta-se ainda o setor de transporte, de serviços técnicos às empresas, de saúde e de telecomunicações. Unidades de Conservação: APA Cajamar, APA Haras de São Bernardo, APA Mata do Iguatemi, APA Parque e Fazendo do Carmo, APA Piracicaba e Juqueri-Mirim, APA Sistema Cantareira, APA Várzea do Rio Tietê, EE de Itapeti, PE Alberto Löfgren, PE da Cantareira, PE Chácara da Baronesa, PE Fontes do Ipiranga, PE Jaraguá, PE Juquery, PE Nascentes do Tietê, PE da Serra do Mar, RB Alto da Serra de Paranapiacaba, RPPN Voturuna V, RPPN Sítio Curucutu, RPPN Sítio Capuavinha, RPPN Sítio Ryan, RPPN Voturuna II, RPPN Paraíso e RPPN Mahayana. CABECEIRA DA BACIA DO ALTO TIETÊ A Bacia Hidrográfica do Alto Tietê Cabeceiras tem 1.889 km2 de área de drenagem e é constituída pelos rios Tietê (desde sua nascente até a divisa com Itaquaquecetuba), Claro, Paraitinga, Biritiba-mirim, Jundiaí e Taiaçupeba-mirim. Nessa Bacia estão presentes os reservatórios Ribeirão dos Campos, Ponte 5 Nova (no município de Salesópolis), Jundiaí (em Mogi das Cruzes), Taiaçupeba (na divisa de Mogi das Cruzes com Suzano), Biritiba (em Biritiba-Mirim) e Paraitinga (em Salesópolis). Os dois últimos são os mais recentemente concluídos. Sobrevoo no Sistema Alto Tietê. Foto: DAEE / Divulgação MUNICÍPIOS Arujá, Barueri, Biritiba Mirim, Caieiras, Cajamar, Carapicuíba, Cotia, Diadema, Embu, Embu-Guaçu, Ferraz de Vasconcelos, Francisco Morato, Franco da Rocha, Guarulhos, Itapecerica da Serra, Itapevi, Itaquaquecetuba, Jandira, Juquitiba, Mairiporã, Mauá, Mogi das Cruzes, Osasco, Pirapora do Bom Jesus, Poá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra, Salesópolis, Santana do Parnaíba, Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, São Lourenço da Serra, São Paulo, Suzano, Taboão da Serra. 1 - CARACTERÍSTICAS DA BACIA DO ALTO TIETÊ. Características Fisiográficas e Hidroclimáticas. A Bacia do Alto Tietê a montante da barragem de Pirapora abrange uma área de drenagem de 5.720 km2, incluída a bacia integral do rio Pinheiros com as sub- bacias dos 6 reservatórios Billings e Guarapiranga. A bacia hidrográfica do Alto Tietê tem um comprimento de cerca de 130 km, e larguras variando entre menos de 10 até pouco mais do que 70 km. As linhas de drenagem apresentam nítida orientação segundo as direções E-W a ENE-WSW, ou direções ortogonais a estas, como conseqüência do forte controle estrutural exercido pelas rochas constituintes, conforme será referido no sub-item “Geologia da Bacia do Alto Tietê”, a seguir. Quanto às nascentes do rio Tietê, são tradicionalmente referidas a um local denominado “Nascentes do Tietê” localizado no município de Salesópolis, próximo à divisa com o município de Paraibuna. Esta localidade, porém abrange uma área constituída pelas ramificações de diversos pequenos contribuintes, tornando muito difícil a definição do talvegue principal do rio e assim seu verdadeiro ponto de origem. Há inclusive, conforme o mapeamento utilizado (I.G.G., I.G.C. ou I.B.G.E.), uma certa dispersão entre as várias nascentes indicadas por cada um deles. Adotando-se o critério de maior extensão do talvegue, que corresponde ao ponto mais distal da bacia, e da cota mais elevada, mencionase o ponto definido no mapeamento I.G.C. cujas coordenadas U.T.M.são N= 7.390.825 e E= 425.070, ponto este situado no entorno da cota 1.115 m. Esta nascente se situa a 230km de distância de Pirapora, extensão esta medidaao longo do talvegue intensamente meandrado do rio, conforme ainda se verifica no trecho a montante da Penha e além de Mogi das Cruzes. Análises cartográficas mais extensivas da hidrografia regional revelaram, porém que o ponto mais distal da bacia do AltoTietê está localizado, não no rio Tietê, mas no rio Paraitinga, afluente da margem direita do Tietê, que desemboca cerca de 11 km a jusante da barragem de Ponte Nova. Assim, de acordo com o critério de maior extensão de talvegue, as nascentes do rio Paraitinga é que se constituiriam, a rigor, nas verdadeiras nascentes do rio Tietê. Este ponto, situado a cerca de 243 km do mesmo marco inicial, Pirapora, e ao longo do mesmo talvegue meandrado, está também localizado no município de Salesópolis, mas na localidade “Bairro da Roseira”, a cerca de 1.300m ao sul das nascentes tradicionalmente referidas. Para fins de referência, este ponto possui as coordenadas U.T.M.: N=7.389.550; E= 424.600. Situa-se no entorno da cota 1.100m. A bacia do Alto Tietê constitui-se por uma vasta rede de tributários contabilizando-se no trecho 7 quase uma centena. Vários deles se destacam não apenas pela magnitude de suas áreas de drenagem e pelos caudais que geram, com grandes prejuízos às atividades urbanas, mas também pela importância que representam, seja nos aspectos históricos da região, seja por sediar importantes projetos de engenharia nas áreas energética, de abastecimento e hidráulica. Destacam-se, com base nas amplitudes das áreas de drenagem, no sentido de montante para jusante: Na margem direita: rios Paraitinga, Baquirivu-Guaçu, Cabuçu de Cima e Juqueri. Na margem esquerda: rios Claro, Biritiba-Mirim, Jundiaí, Taiaçupeba-Açu, Aricanduva, Tamanduatei, Pinheiros, Cotia e São João do Barueri. SISTEMA ALTO TIETÊ 8 INDICE PLUVIOMÉTRICO No gráfico abaixo você pode acompanhar o volume armazenado e a pluviometria (chuva) diária no sistemas Alto Tietê no ano de 2015. 9 REGIÃO DO ALTO TIETÊ Arujá Emancipou-se de Santa Isabel em 18 de fevereiro de 1959. 52% de seu território é considerado área de proteção de mananciais. Na cidade a preservação ambiental é bastante acentuada e visível, como em todos municípios limítrofes da região metropolitana. É conhecida como "Cidade Natureza". Está em processo de industrialização, em parte devido a proximidade de Guarulhos, que detém um dos dez maiores parques industriais do país. O município encontra-se na microregião de Guarulhos. Biritiba Mirim Biritiba Mirim, em tupi-guarani, significa lugar pequeno onde nascem muitos biris. Se emancipou de Mogi das Cruzes em 1963. A cidade é servida amplamente por diversos rios, incluindo o Tietê. Apresenta alto grau de mata nativa da Mata Atlântica. É um dos "pulmões" da Grande São Paulo. Destaque para presença de imigrantes japoneses, vindo a partir de 1929 que até hoje, atuam no ramo hortifrutigranjeiro. 10 Ferraz de Vasconcelos O nome da cidade deriva do engenheiro José Ferraz de Vasconcelos. É uma homenagem póstuma ao profissional da Central do Brasil que ajudou a implantar a estação de trem do município. Foi um dos "berços" da uva Itália no Brasil. Sua emancipação política-administrativa de Poá ocorreu em 1954. Guararema Eleva a condição de cidade em 1906, Guararema tem um clima considerado por muitos como ótimo, muitas belezas naturais, e arquitetura histórica. Tudo isso confere à Guararema vocação turística. Um dos destaques da cidade é a Pedra Montada, no Parque Municipal da cidade. Itaquaquecetuba É uma das cidades mais populosas do Brasil, mais precisamente a 63ª. Pela cidade passa o Trópico de Capricórnio. A cidade possui forte vocação industrial, por causa de sua localização geográfica, por onde passam rodovias como a SP-56, SP-66 e rodovia Ayrton Senna e a proximidade com outros grandes centros urbanos como a capital e Guarulhos. É município desde 1953, quando se emancipou de Mogi das Cruzes. Destaque também para o Parque Ecológico do Tietêno qual divide com os dois municípios citados anteriormente. Mogi das Cruzes É a cidade mais populosa do Alto Tietê, 15ª de São Paulo. Recebeu e recebe forte influência japonesa. No últimos anos teve um crescimento econômico acentuado, com a chegada de novas empresas. Mogi das Cruzes alternou pobreza e progresso, como passagem e pouso de viajantes e é hoje centro administrativo do Alto Tietê. Suzano, Poá, Ferraz e Itaquá foram seus distritos no passado. Destaque para o "cinturão verde", que concentra a maior produção de hortifrutigranjeiros do país, as universidades UMC e UBC, setor de comércio e serviços dinâmicos e grande parque industrial. Hoje rivaliza com Suzano no qual foi seu bairro. Contém um Shopping de médio porte que contém sete salas de cinema. 11 Poá Emancipou-se de Mogi das Cruzes em 1949. É uma das estâncias do estado de São Paulo. Da Fonte Áurea é retirada a Água Mineral Poá, que é comercializada em todo o país e que é considerada a mais radioativa água mineral do Brasil. Recebeu o título de estância hidromineral em 1970 e posteriormente, 1978, de estância turística. É um dos municípios com menor território no estado, mesmo assim possui vantagem geográfica por estar localizado bem ao centro do Alto Tietê em relação à Capital. A exposição de flores Expoá, e a forte vocação econômica para serviços, com mais de 20.000 empresas do tipo instaladas na cidade, atraídas por uma das menores alíquotas de ISS do estado, 2%. TRECHO DO RIO TIETÊ EM POÁ Salesópolis A natureza deu a Salesópolis a nascente do Rio Tietê. A maior parte do território do município é protegido por leis de proteção ambiental. Ali não são permitidas indústrias. Por ter tantas qualidades naturais foi classificada também como estância turística. O nome da cidade, que se emancipou em 1857, é uma homenagem ao presidente Campos Sales. Pela região passava a Rota do Sal, traficado para burlar o monopólio real e havia movimentado comércio de índios e escravos negros. A localização "dentro" da Serra do Mar -, o clima, suas belezas naturais, seu manancial de águas fazem de Salesópolis um pólo turístico de inestimável valor. Santa Isabel 12 Santa Isabel foi sendo formada indiretamente pela corrida do ouro, no século XVIII. A cidade possui vocação agrícola, pecuária e avícola. Possui uma população flutuante 15.000 habitantes nos feriados e fins de semana, atraídas por chácaras e sítios da zona rural da cidade, que oferecem as belezas naturais da cidade. O município encontra-se na microregião de Guarulhos. Por se tratar de uma cidade que tem mais de 80% de seu território em áreas de preservação de mananciais, quase não possui indústrias, por outro lado, seu potencial turístico é muito vasto. Lá nasce o Rio Jaguari, rio que nomeia a represa que corta além da cidade, as cidades de Igaratá e Jacareí. Suzano O nome da cidade também é uma homenagem a um engenheiro da Central do Brasil, Joaquim Suzano Brandão, que trouxe melhorias para a estação de trem da cidade. Se emancipou de Mogi das Cruzes em 1949. A cidade possui grandes indústrias, entre elas a multinacional Suzano Papel e Celulose, que divulga o nome da cidade no Brasil e no exterior, além de responder sozinha por 45% da arrecadação de ICMS da cidade. Destaque também para o esporte no município - como o time do Ecus - e o cultivo de flores. Tem o segundo maior PIB per capita do Alto Tietê. CURIOSIDADES Qualidade da água Na Bacia do AltoTietê Cabeceiras, a degradação da qualidade da água dos reservatórios que compõem o Sistema Produtor Alto Tietê (que contribui com 12% do total necessário à Região Metropolitana, fornecendo cerca de 10 m3 de água por segundo) está mais associada ao manejo hidráulico, que contempla transposições de água entre represas, causando um impacto negativo cumulativo nos corpos receptores. As elevadas vazões nos túneis e canais de interligação entre as represas carreiam grandes cargas de nitrogênio e fósforo. Em razão disso, alerta Suzana Sendacz, é comum o intenso desenvolvimento 13 de cianobactérias (microrganismos com potencial para produzir toxinas) ou o crescimento excessivo de plantas aquáticas, como o aguapé e a alface-d’água, principalmente no reservatório Biritiba-mirim, o que encarece o tratamento da água que será disponibilizada a, aproximadamente, 3,5 milhões de pessoas diariamente. ÁREA De acordo com o Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais - DEPRN, dados de 1997, a bacia do Alto Tietê, com área de 5.985 km2, possui 205.610 ha de área ocupada por vegetação nativa, cerca de 34% do total. Não há dados atuais disponíveis que constatem a evolução desses índices. DECLIVIDADE Quanto às declividades, o rio Tietê apresenta sucessões e intercalações de trechos com características torrenciais assim como de planícies. Dentre os trechos com características de leito torrencial destacam-se os 15 km iniciais das cabeceiras tradicionais, com declividades variando, conforme o sub-trecho, entre 7 e pouco mais de 40m/km. Também na porção de jusante da bacia, a partir do desemboque do rio Cotia, já no município de Santana de Parnaíba, ocorrem sub-trechos torrenciais, com declividades compreendidas entre 1,5 e 5 m/km, fato este, porém mascarado pelos lagos das barragens Edgard de Souza e Pirapora. Quanto aos demais trechos, predominam as características de cursos de planície, com baixas declividades. Destaque-se o trecho situado a montante da barragem da Penha, até além de Mogi das Cruzes, cuja declividade, computada ao longo do curso meandrado do rio, com 124.300m de extensão, é de apenas 9 cm/km. Também em São Paulo, no trecho compreendido entre a barragem da Penha e o Cebolão, a declividade é baixa, com pouco mais de 25 cm/km. A bacia do rio Tietê abrange diversos municípios citando-se, de jusante para montante: Pirapora do Bom Jesus, 14 Santana do Parnaíba, Barueri, Cotia, Jandira, Carapicuíba, Osasco, São Paulo, todos os municípios do ABC, Guarulhos, Itaquaquecetuba, Poá, Suzano, Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim, Salesópolis e Paraibuna. TIPO DE SOLO Usos indevidos do solo da região do Alto Tietê /Cabeceiras Desmatamento A supressão de mata ciliar - que protege as margens dos rios, lagos e nascentes - provoca sérios problemas de assoreamento dos corpos d´água, carregamento de materiais e resíduos que comprometem a qualidade das águas. Nas áreas de nascentes e cabeceiras, o desmatamento acarreta o progressivo desaparecimento do manancial. De acordo com o Departamento Estadual de Proteção dos Recursos Naturais - DEPRN, dados de 1997, a bacia do Alto Tietê, com área de 5.985 km2, possui 205.610 ha de área ocupada por vegetação nativa, cerca de 34% do total. Não há dados atuais disponíveis que constatem a evolução desses índices. A presença de formações florestais preservadas nesta região está relacionada às áreas com a topografia acidentada que dificultam sua ocupação. A recuperação florestal deve ser entendida como um conjunto de ações destinadas a incentivar a implantação de florestas de forma a promover o equilíbrio ambiental, a utilização sustentável dos recursos naturais e especialmente, proteger os mananciais.Essa proteção contribuiria para reduzir os problemas de assoreamento, de aporte de esgotos, resíduos urbanos, rurais e industriais, agrotóxicos e outros patógenos, que poderiam provocar as conseqüências já conhecidas: turbidez, contaminação tóxica e biológica, aumento da DBO, eutrofização e poluição em geral. A implantação e a conservação de florestas ciliares amplia as possibilidades de utilização dos recursos hídricos superficiais, para usos nobres, como abastecimento público. 15 O Estado de São Paulo vem criando dispositivos legais para uma política de proteção e recuperação das bacias hidrográficas dos mananciais de interesse regional, assim como, desenvolvendo um conjunto de ações efetivas de recuperação florestal através da participação de diversos setores da administração estadual como a Secretaria da Agricultura e a Secretaria de Meio Ambiente, sendo órgão executor o Instituto Florestal de São Paulo. Dentre as ações mais recentes está o Programa Municipal de Recuperação e Conservação de Mananciais, que visa à participação mais efetiva das administrações municipais na recuperação dos mananciais, e já mostra seus primeiros frutos com a implementação de um projeto piloto desenvolvido pela Fundação Florestal no município de São Pedro, onde o plantio de espécies vegetais nativas conta com a participação de associações de proprietários rurais, empresas e entidades comerciais locais, assim como a administração municipal. Outro programa em andamento, no qual o principal componente é a implantação de tecnologias mais eficientes de utilização do solo, é o Programa de Recuperação de Microbacias, gerenciado pela Secretaria de Agricultura. Impactos A devastação florestal pela qual passou o Estado reduzindo sua cobertura vegetal para cerca de 4%, trouxe conseqüências como a redução dos mananciais de abastecimento público, a diminuição da biodiversidade, a erosão, o crescimento dos custos de produção da propriedade rural e a destruição da paisagem. Erosão A floresta amortece o impacto das gotas de chuva propiciando a infiltração mais lenta da água no solo. Isso reduz o escorrimento superficial e, conseqüentemente, diminui o processo erosivo e os riscos de deslizamentos de encostas. Por outro lado, a infiltração da água no solo, favorece a recarga do lençol subterrâneo que abastece as nascentes. 16 Alterações nos ecossistemas A água que deixa de infiltrar-se no solo desprotegido escorre pela superfície, arrasta terra, matéria orgânica e agroquímicos, que poluem a água, assoreiam rios e represas, comprometem os mananciais de abastecimento público e provocam enchentes. Outra possível conseqüência é a alteração das suas características físico-químicas, a exemplo do aumento da turbidez da água, o que pode afetar a ictiofauna (micro e macro fauna de corpos d'água). A vegetação também interfere no microclima e no clima de uma região, dependendo de sua menor ou maior extensão, respectivamente. Funcionam como reguladoras climáticas, minimizando os extremos de temperaturas, ou seja, evitando a ocorrência tanto de temperaturas muito elevadas, quanto muito baixas. Contribuem também para a formação de nuvens, por meio da liberação de vapor d'água para a atmosfera, pela transpiração das folhas. COBERTURA VEGETAL Vegetação remanescente: Apresenta 1.773km² de vegetação natural remanescente, que ocupa aproximadamente 30% da área da UGRHI. A categoria de maior ocorrência é a Floresta Ombrófila Densa. Remanescentes de vegetação Na Região Metropolitana de São Paulo o índice médio de cobertura de vegetação natural é cerca de 28% do total da sua área. Mesmo este índice sendo alto, pois a média de cobertura florestal na região da Mata Atlântica no Brasil é cerca de 8% (no início da década de 90), a vegetação concentra-se ao norte (ao longo da Serra da Cantareira) e ao Sul (aolongo da Serra do Mar). O mapa de remanescentes de Mata Atlântica para os municípios do SPAT é mostrado a seguir. Vale ressaltar que a área na cor amarela do mapa, que corresponde aos municípios do estudo, era originalmente recoberta, totalmente, por Mata Atlântica. 17 Uso do Solo da Bacia do Alto Tietê Fonte: Instituto Geociências USP - LIG 18 13 – BIBLIOGRAFIA http://www.sigrh.sp.gov.br/ http://www.infobibos.com/Artigos/2007_3/Tiete/index.htm Comitê de Bacia Hidrográfica ANA (Agência nacional das Águas) SigRH (Sistema Integrado de Gerenciamento de Recursos Hídricos do Estado de São Paulo)
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