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1 Presidência da República Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional Lei Orgânica da Segurança Alimentar e Nutricional A proposta de Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN) é resultado do anseio da população brasileira, manifestado durante a II Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, realizada em Olinda (PE), em março de 2004. Durante este período, o Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA), o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e outros ministérios elaboraram o Projeto de Lei, encaminhado à Câmara dos Deputados no dia 17 de outubro de 2005, ao Congresso Nacional. O Projeto institui o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN) tem como objetivo assegurar de forma sustentável o direito humano à alimentação adequada para toda população brasileira. Na Câmara foi aprovado por unanimidade em três Comissões e encaminhando ao Senado Federal. Em 02 de agosto foi aprovada por unanimidade na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), do Senado Federal, onde estava desde 07 de julho último. A relatora do Projeto na CCJ é a Senadora Ideli Salvatti (PT/SC). A LOSAN será votada no plenário do Senado e depois encaminhada a Sanção Presidencial. id19066859 pdfMachine by Broadgun Software - a great PDF writer! - a great PDF creator! - http://www.pdfmachine.com http://www.broadgun.com 2 Presidência da República Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional Perguntas e respostas sobre a LOSAN 1. O que prevê a Lei Orgânica de Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN)? A LOSAN prevê a instituição do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN) e sua aprovação representa a consagração, em lei, de uma concepção abrangente e intersetorial da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), bem como, os dois princípios que a orientam: direito humano à alimentação e a soberania alimentar. O SISAN será composto de conferências (nacionais, estaduais e municipais), conselhos de participação social (os CONSEAs) e de câmaras governamentais intersetoriais de SAN nas esferas federal, estadual e municipal. 2. O que muda no Brasil com o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN)? Ao lado do reconhecimento legal da SAN e do direito humano à alimentação, o SISAN levará à formulação da política e do plano nacional de segurança alimentar e nutricional, com diretrizes, metas, recursos e instrumentos de avaliação e monitoramento. Eles serão compostos de ações e programas integrados envolvendo diferentes setores de governo e a sociedade civil. 3. Na prática, o que muda? Como é hoje e como ficará depois da Lei aprovada? Exemplifique. A principal mudança será a institucionalização da SAN como objetivo permanente a demandar ações e políticas públicas contínuas e intersetoriais sejam pela re- qualificação das existentes, sejam introduzindo ações inovadoras. Hoje, observa- se a existência de um grande número de ações e programas que tratam dessa questão de modo setorial ou fragmentado, com pouco diálogo e articulação entre os setores de governo e destes com as entidades da sociedade civil. Três exemplos: a ligação entre produção e acesso aos alimentos, promovida pelo Programa de Aquisição de Alimentos (PAA); as modificações nos procedimentos (cardápio, conteúdo educacional, etc.) e na inserção local do Programa de Alimentação Escolar; a articulação do Programa Bolsa-Família com acesso aos alimentos e geração de renda. 3 Presidência da República Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional Outra mudança será a introdução do enfoque da SAN em áreas aonde ele não vem sendo suficientemente considerado, como exemplificado pelas propostas feitas pelo CONSEA para as negociações internacionais e para as ações na área do abastecimento alimentar. 4. A Lei vai organizar o Fome Zero? Já se verifica uma reorganização do Fome Zero a partir da incorporação do enfoque da SAN, sendo de se esperar que a LOSAN contribua ainda mais nesta direção, em especial, ao institucionalizar a Câmara Inter-Ministerial de SAN no âmbito do Governo Federal. 5. E se o Sistema organiza, isso significa que os programas atualmente estão desorganizados? Qual a opinião do CONSEA? Eles não estão desorganizados, possuem um viés setorial e padecem de elevada fragmentação, como mencionado acima. Além disso, a instituição do SISAN deve aperfeiçoar e, espera-se, fortalecer a destinação de recursos para ações e programas de SAN, hoje, dependentes de negociações caso a caso. 6. Quem será o responsável pelo Sistema? Qual ministério? A articulação do SISAN será feita por sua instância maior, as Conferências Nacionais de SAN, de onde saem às diretrizes a serem transformadas em propostas pelo CONSEA Nacional e operacionalizadas pela Câmara Interministerial, por sua vez, responsável pela coordenação das ações governamentais nas três esferas de governo. O Ministério coordenador da Câmara ocupará a Secretaria-Geral do CONSEA. Na atual estrutura, esta função seria desempenhada pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). 7. Fale sobre a Câmara Interministerial de SAN que cuidaria dessa organização. Mais uma Câmara? A SAN tem uma natureza abrangente, ampla e intersetorial. Dessa maneira, no nível governamental há a necessidade da existência de uma instância que garanta a articulação entre os diferentes setores que conduzem programas e ações relacionados com a questão alimentar. Na Câmara, por exemplo, o programa Bolsa Família, é conduzido pelo MDS e tem a exigência de que seus beneficiários pesem e meçam suas crianças com determinada freqüência, além disso esse programa poderá se integrar melhor com a Vigilância Alimentar e Nutricional, que é um programa do Ministério da Saúde. Assim, poderíamos dar muitos outros exemplos sobre as possibilidades que esta Câmara trará. 4 Presidência da República Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional 8. Hoje essa inter-setorialidade não existe? Ela existe, se o gestor público envolvido com determinado programa tiver essa sensibilidade, de ir além do que é restrito ao seu próprio setor. Mas não existe um espaço próprio para que essa perspectiva seja desenvolvida na política pública de SAN. Esta será uma das grandes contribuições da LOSAN. 9. O texto da proposta diz articulação entre orçamento e gestão. O que é isso? Dê exemplos. Freqüentemente os programas e ações de SAN apresentam um determinado orçamento previsto para suas execuções, mas o dinheiro não aparece, na hora que é necessário para sua realização. Algo que vai suceder após a aprovação da LOSAN é o planejamento desta política, com metas claras e viáveis e, ao mesmo tempo a identificação dos recursos necessários para que ela possa se realizar, dentro da capacidade de quem é responsável por ela. Um exemplo claro disso é o crédito para o plantio, pois a agricultura exige que os recursos estejam disponíveis no momento certo. Se o financiamento para a aquisição de sementes e outros insumos não vem a tempo, não adianta aparecer depois, pois o agricultor e o consumidor vão pagar por isso. 10. Seria uma forma de desburocratizar algumas ações e políticas? Mais do que desburocratizar é garantir que o orçamento não seja uma peça de ficção, mas algo inteiramente vinculado com o planejamento daquilo que se pretende executar. 11. Com a aprovação da Lei, o que muda no CONSEA? Várias coisas importantes. O CONSEA tem sua atribuição reconhecida por propor diretrizespara as políticas de SAN. Conta com uma instância governamental apropriada para dar seguimento às suas resoluções, em nível de governo, que é a Câmara Interministerial. Os critérios para apontar os nomes dos Conselheiros que irão representar a sociedade civil dentro do CONSEA são definidos na Conferência Nacional e seu presidente é escolhido pelos próprios conselheiros. 12. A Lei vai instituir CONSEA como órgão permanente da Presidência da República. O que significa isso? Hoje, o CONSEA existe de que forma? Decreto? Sim, o CONSEA será um órgão da Presidência da República, assim como já é hoje. Isto tem grande importância, pois estando localizado na Presidência, não é um conselho de determinado ministério, mas propõe diretrizes de políticas públicas para todo o Governo. O CONSEA, a propósito, foi instituído por decreto. 5 Presidência da República Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional Com a lei, passa a ter uma garantia muito maior de ser preservado, pois um simples decreto não pode determinar seu término. 13. Quando e quem elaborou essa proposta de Lei? A proposta de uma Lei Orgânica de SAN nasceu através de um processo de preparação da II Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, nas conferências de alguns estados e é aprovada como principal resolução do evento nacional. A partir daí, o CONSEA assume a atribuição de preparar a proposta de Lei, a partir de um processo de consultas, principalmente em relação aos CONSEAs estaduais. Embora assinada e encaminhada pelo Presidente, foi uma proposta construída com forte participação da sociedade civil.
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