Buscar

ECO.HUM CAP2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
 TROL 
Gestão Ambiental e 
Desenvolvimento 
Sustentável 
Cláudio Augusto Vieira Rangel 
 
2ª
 E
di
çã
o 
Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
37 
O Estado dos Ambientes 
Ambientes Brasileiros e suas Características; 
Áreas Desmatadas e Desertificadas; 
Ambientes Aquáticos Erodidos; 
Aterros Sanitários; 
O Efeito Estufa; 
O Aquecimento Global; 
As Mudanças Climáticas. 
2 
Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
38 
 
 
Nesta unidade, encontraremos alguns dos mais importantes biomas 
encontrados no Brasil, bem como algumas definições de ordem ecológica, tais 
como: desertificação, tipos de aterros sanitários, situação de degradação em 
ambientes costeiros, efeito estufa, aquecimento global, enfim, uma série de 
informações que ao longo do curso lhe propiciarão condições de intervir em prol 
da melhoria das condições de vida dos seres vivos e, consequentemente, ampliar o 
leque de oportunidades de sobrevivência de todas as espécies. 
 
Objetivo da unidade: 
 
 Conhecer os Ecossistemas Brasileiros 
 
Plano da unidade: 
 
Ambientes Brasileiros e suas Características; 
Áreas Desmatadas e Desertificadas; 
Ambientes Aquáticos Erodidos; 
Aterros Sanitários; 
O Efeito Estufa; 
O Aquecimento Global; 
As Mudanças Climáticas. 
 
Bons estudos. 
Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
39 
 
 
Ambientes Brasileiros e suas Características 
 
Ao iniciar esta unidade, falaremos de alguns ambientes encontrados no Brasil, 
pois assim compreenderemos melhor as situações que estes se encontram e, 
consequentemente, poderemos avaliar seu estado de maneira mais abrangente. 
Começaremos pela vegetação, que possui uma grande variedade no Brasil. 
Porém essa vegetação vem sendo muito explorada desde o período colonial. A 
vegetação original tornou-se a primeira fonte de riqueza do país. A extração do 
pau-brasil representou também o início de um processo desordenado de utilização 
da cobertura vegetal, que praticamente levou à extinção da mata atlântica. Essa 
ação devastadora é marcante, sobretudo, nas regiões Sul, Sudeste, Nordeste e 
parte do Centro-Oeste. Atualmente, o desmatamento atinge principalmente a 
Amazônia. 
Podemos classificar a vegetação brasileira, em escala regional, em 
Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal, Caatinga, Matas de 
Araucária e de Cocais, além dos Campos, Restingas e Mangues. Estima-se que 10% 
das espécies vegetais do planeta vivam nas paisagens brasileiras, mas essa 
vegetação vem sendo consumida por desmatamentos, queimadas e poluição. 
 
Floresta Amazônica 
A Floresta Amazônica é uma típica floresta tropical, com grande diversidade 
de espécies vegetais e animais. Ocupa 5,5 milhões de km2 dos quais 60% estão em 
território brasileiro e nela vivem e se reproduzem mais de um terço das espécies 
existentes no planeta. Das 100 mil espécies de plantas que ocorrem em toda a 
América Latina, 30 mil estão na Amazônia e, desse total, 2.500 espécies de árvores 
(um terço da madeira tropical do mundo). A Amazônia também abriga muita água: 
o Rio Amazonas é a maior bacia hidrográfica do mundo e cobre uma extensão 
aproximada de 6 milhões de km2, cortando a região para desaguar no Oceano 
Atlântico, lançando no mar, a cada segundo, cerca de 175 milhões de litros de 
água. Esse número corresponde a 20% da vazão conjunta de todos os rios da terra. 
Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
40 
 
 O seu solo, na grande maioria, é pobre em nutrientes. Pode parecer 
contraditório que uma floresta tão rica possa sobreviver sobre um solo pobre. Isso 
se explica pelo fato de ocorrer um ciclo fechado de nutrientes. Quase todos os 
minerais estão acumulados no vegetal. No solo existe uma camada em 
decomposição formada por folhas, galhos e animais mortos, que rapidamente são 
convertidos em nutrientes e novamente absorvidos pelas raízes. Portanto, a 
floresta vive do seu próprio material orgânico. Se a água das chuvas caísse 
diretamente sobre o solo, tenderia a lavá-lo, retirando os sais minerais. Na floresta, 
porém, a queda das gotas é amortecida pela densa folhagem, o que reduz a perda 
de nutrientes. Tais fatos tornam o desmatamento um grande vilão, pois reduz a 
folhagem da floresta, levando ao empobrecimento da terra, isso sem contar com os 
demais seres vivos como os insetos, que se encontram em todos os estratos da 
floresta, animais rastejadores, os anfíbios, répteis, aves e mamíferos, enfim, todos 
que de forma direta sustentam o equilíbrio cíclico que sofre alterações drásticas em 
virtude do desmatamento. 
 Embora o Brasil tenha uma das mais modernas legislações ambientais do 
mundo, elas não têm sido suficiente para bloquear a devastação da floresta. O 
Brasil tem sua riqueza natural constantemente ameaçada. A exploração de 
produtos tradicionais como o guaraná, o látex e a castanha-do-pará pode ocorrer 
de forma a não interferir no equilíbrio ecológico e a garantir a sobrevivência de 
comunidades da floresta. Outros problemas são o extrativismo mineral e as 
queimadas, práticas realizadas muitas vezes com o fim de adequar áreas da floresta 
à pecuária. Daí, chegamos a problemas mais graves: a insuficiência de pessoal 
dedicado à fiscalização, as dificuldades em monitorar extensas áreas de difícil 
acesso, a fraca administração das áreas protegidas e a falta de envolvimento das 
populações locais. Solucionar essa situação depende da forma pela qual os fatores 
políticos, econômicos, sociais e ambientais serão articulados. 
 Outra forma de destruição tem sido os alagamentos para a implantação 
de usinas hidrelétricas A atividade mineradora também trouxe graves 
consequências ambientais, como a erosão do solo e a contaminação dos rios com o 
mercúrio. 
Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
41 
 
Mata Atlântica 
 
 A Mata Atlântica, atualmente, predomina na costa brasileira, onde 
planaltos e serras impedem a passagem da massa de ar, provocando chuva. Ela é 
uma floresta de clima tropical quente e úmido, sendo considerada uma das 
grandes prioridades para a conservação de biodiversidade em todo o continente 
americano. Sua cobertura florestal se apresenta reduzida a cerca de 7,6% da área 
original, que apresentava aproximadamente uma extensão de 1.306.421 km2. Mais 
de 70% da população brasileira vive em áreas de Mata Atlântica, que apresenta 
muitas das características da Floresta Amazônica. A diferença mais marcante é a 
topografia que, no caso da Mata Atlântica é mais íngreme e variável. 
 Na época do descobrimento do Brasil, a Mata Atlântica tinha uma área 
equivalente a um terço da Amazônia; cobria 1 milhão de km2 ou 12% do território 
nacional, estendendo-se do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. Apesar da 
devastação sofrida, a riqueza de espécies animais e vegetais que ainda se abrigam 
na Mata Atlântica é incrível. Em alguns trechos de floresta, os níveis de 
biodiversidade são considerados os maiores do planeta. 
Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
42 
 
 Ocorreu à predatória do Pau-brasil a partir do século XVI, utilizado para 
tintura e construção, depois a implantação do ciclo da cana-de-açúcar, onde 
extensos trechos de mata Atlântica foram derrubados para dar lugar aos canaviais. 
No século XVIII, foram as jazidas de ouro que atraíram para o interior um grande 
número de portugueses. A imigração levou a novos desmatamentos, eles 
estenderam-se até os limites com o Cerrado, para a implantação de agricultura e 
pecuária. 
 No século seguinte, foi a vez do café, provocandoa marcha ao sul do Brasil 
e, então, chegou a vez da extração da madeira. No Espírito Santo, as matas foram 
derrubadas para o fornecimento de matéria-prima para a indústria de papel e 
celulose. Em São Paulo, a implantação do Polo Petroquímico de Cubatão tornou-se 
conhecida internacionalmente como exemplo de poluição urbana. 
 A Mata Atlântica abrange as bacias dos rios Paraná, Uruguai, Paraíba do 
Sul, Doce, Jequitinhonha e São Francisco. A mata possui espécies imponentes de 
árvores, como o jequitibá-rosa, assim como outras espécies que também se 
destacam nesse cenário tais como: o pinheiro-do-paraná, o cedro, as figueiras, os 
ipês, a braúna e o pau-brasil, entre muitas outras. 
 Grande parte das espécies de animais brasileiros ameaçados de extinção é 
originária da Mata Atlântica, como os micos-leões, a lontra, a onça-pintada, o tatu-
canastra e a arara-azul-pequena. Fora dessa lista vivem na área gambás, 
tamanduás, preguiças, antas, veados, cotias, quatis etc. É também em grande parte 
através da Mata Atlântica que se garante o abastecimento de água para mais de 
120 milhões de brasileiros. Seus remanescentes regulam o fluxo dos mananciais 
hídricos, asseguram a fertilidade do solo, controlam o clima, protegem escarpas e 
encostas das serras, além de preservar um patrimônio histórico e cultural imenso. 
Essa região possui ainda belíssimas paisagens, verdadeiros paraísos tropicais, cuja 
proteção é essencial ao desenvolvimento do ecoturismo, importante atividade 
econômica presente em muitos projetos de desenvolvimento sustentável. 
Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
43 
 
 
Cerrado 
O cerrado apresenta uma formação típica de área tropical com duas estações 
marcantes, um inverno seco e um verão chuvoso. Sua área de ocorrência 
predominante encontra-se no Brasil Central. O solo, deficiente em nutrientes e com 
alta concentração de alumínio, dá à mata uma aparência seca. Apesar de não haver 
falta de água, as plantas têm raízes capazes de retirar água do solo a mais de 15m 
de profundidade. A vegetação é predominantemente arbustiva, com árvores 
retorcidas e folhas recobertas por pêlos. O cerrado apresentava toda a sua beleza 
de flores exóticas e plantas medicinais desconhecidas da medicina tradicional 
como arnica, catuaba, jurubeba, sucupira e angico. Encontram-se ainda gramíneas 
e cerradão, um tipo mais denso de cerrado, já misturado com formações florestais. 
Embora tradicionalmente esteja associado à pecuária, vem sendo ocupado pela 
monocultura de soja, responsável pela descaracterização dessa cobertura, já que 
ocupou originalmente cerca de 25% do território brasileiro. O equilíbrio desse 
sistema, cuja biodiversidade pode ser comparada à Amazônica, é de fundamental 
importância para a estabilidade dos demais ecossistemas brasileiros. 
Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
44 
 
Depois da Mata Atlântica, o Cerrado é o ecossistema brasileiro que mais sofreu 
alterações com a ocupação humana. Um dos impactos ambientais mais graves na 
região foi causado pelos garimpos, que contaminaram os rios com mercúrio e que 
provocou o assoreamento dos cursos de água. A erosão causada pela atividade 
mineradora tem sido tão intensa que em alguns casos chegou até mesmo a 
impossibilitar a própria extração do ouro rio abaixo. Nos últimos anos, contudo, a 
expansão da agricultura e da pecuária vem representando o maior fator de risco 
para o Cerrado. A partir de 1950, tratores começaram a ocupar sem restrições os 
habitats dos animais. São aproximadamente 2 milhões de km2 espalhados por 10 
estados brasileiros, a segunda maior formação vegetal brasileira, superado apenas 
pela floresta Amazônica. 
O Cerrado é um campo tropical no qual a vegetação herbácea coexiste com 
mais de 420 espécies de árvores e arbustos esparsos. A estação seca é bem 
pronunciada, podendo durar de 5 a 7 meses. Os rios não secam, porém a sua vazão 
diminui. 
A vegetação do Cerrado tem aspectos que costumam ser interpretados como 
adaptações aos ambientes secos (xeromorfismo), apresentando assim, árvores e 
arbustos com galhos tortuosos, folhas endurecidas, cascas grossas; as superfícies 
das folhas são muitas vezes brilhantes, outras vezes recobertas por pêlos, porém 
outras plantas, contraditoriamente, têm características de lugares úmidos: folhas 
largas, produção de flores e brotos em plena estação seca. 
 A fauna encontrada na região também recebe pouca atenção no que 
concerne à sua conservação e proteção. 
Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
45 
 
O processo de desmatamento realizado até então, se não for contido poderá 
resultar no fim do cerrado em períodos não muito distantes. Esta situação está 
causando a fragmentação de áreas e comprometendo seriamente os processos 
que mantêm a sua biodiversidade. Porém o Cerrado tem a seu favor o fato de ser 
cortadas por três das maiores bacias hidrográficas da América do Sul (Tocantins, 
São Francisco e Prata), favorecendo a manutenção de uma biodiversidade 
surpreendente. Estima-se que a flora da região possua 10 mil espécies de plantas 
diferentes (muitas delas usadas na produção de cortiça, fibras, óleos, artesanato, 
além do uso medicinal e alimentício). Isso sem contar as 400 espécies de aves, os 67 
gêneros de mamíferos e os 30 tipos de morcegos catalogados na área. O número 
de insetos é surpreendente: apenas na área do Distrito Federal há 90 espécies de 
cupins, 1.000 espécies de borboletas e 500 tipos diferentes de abelhas e vespas. 
 
Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
46 
 
Pantanal 
 
O Pantanal constitui-se em um dos mais valiosos patrimônios naturais do 
Brasil, sendo a maior área úmida continental do planeta, com cerca de 150 mil km², 
situado no sul de Mato Grosso e no noroeste de Mato Grosso do Sul, ambos 
estados do Brasil. Além de também englobar o norte do Paraguai e o leste da 
Bolívia (que é chamado de charco boliviano), considerado pela UNESCO Patrimônio 
Natural Mundial e Reserva da Biosfera. 
A região é uma planície fluvial influenciada por rios que drenam a bacia do 
Alto Paraguai, onde se desenvolve uma fauna e flora de rara beleza e abundância, 
influenciada por quatro grandes biomas: Amazônia, Cerrado, Charco e Mata 
Atlântica. 
 O Pantanal encontra-se sob o jugo das águas. A chuva divide a vida em 
dois períodos bem distintos, na época da seca entre os meses de maio a outubro, 
aproximadamente. A paisagem sofre mudanças radicais, no baixar das águas são 
descobertos campos, bancos de areia, ilhas sobre a superfície, onde fica exposta 
uma fina camada de lama humífera (mistura de areia, restos de animais e vegetais, 
sementes e humus) propiciando grande fertilidade ao solo. O equilíbrio desse 
ecossistema depende basicamente do fluxo de entrada e saída de enchentes que, 
por sua vez, está diretamente ligado à pluviosidade regional. 
Com o início do semestre chuvoso nas regiões altas (a partir de novembro), 
sobe o nível de água do Rio Paraguai, provocando as enchentes. O mesmo ocorre 
paralelamente com os afluentes do Paraguai que atravessam o território brasileiro 
cortando uma extensão de 700 km. As águas vão se espalhando e cobrindo, 
continuamente vastas extensões em busca de uma saída natural, que só é 
encontrada centenas de quilômetros adiante, no encontro do Rio com o Oceano 
Atlântico, fora do território brasileiro. As cheias chegam a cobrir até 2/3 da área 
pantaneira. A planície é levemente ondulada, pontilhada por raras elevações 
isoladas, geralmente chamadas de serras e morros, rica em depressões rasas. Seus 
limites são marcados por variados sistemas de elevações como chapadas, serras e 
maciços.É cortada por grande quantidade de rios dos mais variados portes, todos 
pertencentes à Bacia do Rio Paraguai. Os principais rios são: Cuiabá, Aquidauana, 
Piquiri, Taquari, São Lourenço, Miranda e Apa. O Pantanal é circundado do lado 
Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
47 
 
brasileiro (norte, leste e sudeste) por terrenos de altitude entre 600 e 700 metros; 
estende-se a oeste até os contrafortes da cordilheira dos Andes e se prolonga ao 
sul pelas planícies pampeanas centrais. 
As primeiras chuvas da estação caem sobre um solo seco e poroso, além der 
ser facilmente absorvidas. De novembro a abril, as chuvas caem torrenciais nas 
cabeceiras dos rios da Bacia do Paraguai, ao norte. Com o constante 
umedecimento da terra, a planície rapidamente se torna verde devido à rebrotação 
de inúmeras espécies resistentes à falta d'água dos meses precedentes. 
Esse grande aumento periódico da rede hídrica no Pantanal, a baixa 
declividade da planície e a dificuldade de escoamento das águas pelo alagamento 
do solo são responsáveis por inundações nas áreas mais baixas, formando baías de 
centenas de quilômetros quadrados. O que confere à região um aspecto de imenso 
mar interior. 
Entre a vegetação variada encontram-se inúmeras espécies de animais 
adaptados a essa região de aspectos tão contraditórios. Essa imensa variedade de 
vida, traduzida em constante movimento de formas, cores e sons é um dos mais 
belos espetáculos da Terra. 
Por causa dessa alternância entre períodos secos e úmidos, a paisagem 
pantaneira nunca é a mesma, mudando todos os anos: leitos dos rios mudam seus 
traçados; as grandes baías alteram seus desenhos. 
No Pantanal já foram catalogadas mais de 2.000 espécies de insetos voadores 
(borboletas), cerca de 80 espécies de mamíferos, sendo os principais a onça-
pintada, capivara, lobinho, veado-campeiro, veado catingueiro, lobo-guará, 
macaco-prego, cervo do pantanal, bugio, porco do mato, tamanduá, cachorro-do-
mato, anta, preguiça, ariranha, suçuarana, quati, tatu etc. Há 650 espécies de aves 
(no Brasil inteiro estão catalogadas cerca de 1800). A mais espetacular é a arara-
azul-grande, uma espécie ameaçada de extinção. Há ainda tuiuiús (a ave símbolo 
do Pantanal), tucanos, periquitos, garças-brancas, jaburus, beija-flores (os menores 
chegam a pesar dois gramas), socós (espécie de garça de coloração castanha), 
jaçanãs, emas, seriemas, papagaios, colhereiros, gaviões, carcarás e curicacas. Há 
uma infinidade de répteis, sendo o principal o jacaré (jacaré-do-pantanal e jacaré-
de-coroa), cobras (sucuri, jiboia, cobras-d’água e outras), lagartos (camaleão, 
calango-verde) e quelônios (jabuti e cágado). 
Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
48 
 
Quando o período da vazante começa, uma grande quantidade de peixes fica 
retida em lagoas ou baías, não retornando para aos rios. Durante meses, aves e 
animais carnívoros (jacarés, ariranhas etc) desfrutam, portanto, de um farto 
banquete. As águas continuam baixando mais e mais e nas lagoas, agora bem 
rasas, peixes como o dourado, pacu e traíra podem ser apanhados com as mãos 
pelos homens. Aves grandes e pequenas são vistas planando sobre as águas, 
formando um espetáculo de grande beleza. A fauna pantaneira é muito rica, 
provavelmente a mais rica do planeta. 
A vegetação do Pantanal não é homogênea e há um padrão diferente de flora 
de acordo com o solo e a altitude. Nas partes mais baixas, predominam as 
gramíneas, que são áreas de pastagens naturais para o gado. A pecuária é a 
principal atividade econômica do Pantanal. 
Entre os problemas ambientais do Pantanal estão os desequilíbrios ecológicos 
provocados pela pecuária extensiva, que destrói a vegetação nativa; a pesca e a 
caça predatórias de muitas espécies de peixes e do jacaré; o garimpo de ouro e 
pedras preciosas, que gera erosão, assoreamento e contaminação das águas dos 
rios Paraguai e São Lourenço; o turismo descontrolado que produz o lixo, esgoto e 
que ameaça a tranquilidade dos animais, além de outras ocorrências secundárias. 
Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
49 
 
Caatinga 
 
 A palavra Caatinga vem do tupi, significa "mata branca". Encontrada 
somente no Brasil, ocupa uma área de cerca de 750.000 km², cerca de 11% do 
território nacional, englobando de forma contínua parte dos estados do Maranhão, 
Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e 
parte do Norte de Minas Gerais (Sudeste do Brasil). Os cerca de 20 milhões de 
brasileiros que vivem nos 800 mil km2 de Caatinga tinham a falsa ideia de que o 
bioma não seria homogêneo, como se acreditava antigamente. Ele seria o 
resultado da degradação de formações vegetais mais exuberantes, como a Mata 
Atlântica ou a Floresta Amazônica, além do cerrado. 
 A Caatinga é composta de plantas xerófilas, próprias de clima seco e 
árido, adaptadas a pouca quantidade de água. As plantas da Caatinga apresentam 
várias adaptações que permitem a sobrevivência na estação seca. As folhas são 
muitas vezes reduzidas, como nas cactáceas, nas quais se transformam em 
espinhos. O mecanismo de abertura e fechamento dos estômatos é bem rápido, a 
queda das folhas na estação seca representa também um modo de reduzir a área 
exposta à transpiração. Algumas plantas possuem raízes praticamente na superfície 
do solo para absorver o máximo da chuva. O solo da caatinga é fértil quando 
irrigado. Em virtude do baixo índice pluviométrico da região sertaneja, as plantas 
que produzem cera, fibra, óleo vegetal e, principalmente, frutas dependem de 
irrigação artificial, possibilitada pela construção de canais e açudes. 
Quanto à flora, foram registradas cerca de 1000 espécies, estimando-se que 
haja um total de 2000 a 3000 plantas. Entre as de potencialidade frutífera, 
destacam-se o umbú, o araticum, o jatobá, o murici e o licuri, e entre as espécies 
medicinais encontram-se a aroeira, a braúna, o quatro-patacas, o pinhão, o velame, 
o marmeleiro, o angico, o sabiá, o jericó, entre outras. Com relação à fauna, foram 
identificadas 45 espécies de répteis, 17 de anfíbios, 120 de mamíferos, 695 de aves, 
além de pouco se conhecer em relação aos invertebrados. 
 As precipitações são relativamente baixas, podendo ocorrer de maneira 
bastante irregular. A estação da seca é superior a sete meses por ano. Os rios 
normalmente secam no verão, exceto o São Francisco, que é perene. 
Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
50 
 
Segundo estimativas, cerca de 70% da caatinga já se encontra alterada pelo 
homem. 
 
 É uma floresta aciculifoliada (folhas em forma de agulha, finas e 
alongadas), própria do clima subtropical, existente na Região Sul e em trechos do 
estado de São Paulo. Tem na Araucária angustifólia ou pinheiro do paraná, a 
espécie dominante, cujo fruto é o pinhão. Como atingem altura de mais de 30m e 
possuem formação aberta, as araucárias oferecem certa facilidade à circulação. Isso, 
associado ao grande número de pinheiros existentes, fez com que as florestas 
dessa formação se tornassem a principal fonte produtora de madeira do país, o que 
levou ao seu desaparecimento quase total. 
 Seu principal produto, o pinho, tem ampla e variada aplicação econômica 
na indústria de móveis, na construção civil e na indústria de papel e celulose; se 
volta principalmente para os pinos e os eucaliptos, menos nobres, porém mais 
exploráveis em curto intervalo de tempo. 
Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
51 
 
Matas de Araucária e de Cocais 
A Mata das Araucárias ou pinheiros do 
paraná, de porte alto e copa em forma de 
guarda-sol, estendia-se do sul de MinasGerais e São Paulo até o Rio Grande do Sul, 
formando cerca de 100.000 km2 de matas 
de pinhais. Na sua sombra cresciam 
espécies como a imbuia, o cedro, a canela, 
entre outras. 
A Mata de Cocais encontra-se 
localizada entre a Amazônia e a Caatinga 
nos estados do Maranhão, Piauí e norte do 
Tocantins. Suas florestas são dominadas 
pelas palmeiras babaçu e carnaúba, além 
do buriti e da oiticica, que são florestas 
secundárias, isto é, cresceram após o 
desmatamento. O babaçu domina o 
ambiente e está sendo destruído em ritmo 
intenso pelas pastagens, mas pode 
sobreviver pela velocidade com que se 
reproduz e pelos produtos que são 
extraídos dele (cera, óleo - utilizado pela indústria de alimentos e cosméticos - 
fibras, glicerina etc.), de alto valor para a sobrevivência da população local. 
Os Estados do Maranhão, Piauí e Tocantins são os que concentram as maiores 
extensões de matas onde predominam os babaçus, formando muitas vezes 
agrupamentos homogêneos bastante densos e escuros, tal a proximidade entre os 
grandes coqueiros. 
 
Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
52 
 
Campos 
Nos campos (considerados por muitos como um tipo de cerrado, assim como 
as savanas africanas), a vegetação é constituída principalmente de plantas 
herbáceas (com predominância da família das gramíneas, tais como grama, milho, 
aveia, cevada, trigo e outras), havendo poucos arbustos e podendo ser 
encontrados em diversas áreas descontínuas do país, onde aparecem com 
características bastante diversas. Existem alguns tipos de plantas trepadoras e 
parasitas que se servem das árvores para irem subindo e alcançar a luz; muitas 
vezes estas trepadeiras desenvolvem-se tanto que acabam por estrangular as 
árvores onde se enrolam. Elas são normalmente chamadas de lianas e atingem um 
desenvolvimento tão grande, que quem as vê, diria que se trata de uma autentica 
árvore. Há lianas com cerca de 200 metros de comprimento. 
Os campos também fazem parte da paisagem brasileira. Esse tipo de 
vegetação é encontrado em dois lugares distintos: os campos de terra firme são 
característicos do norte da Amazônia, Roraima, Pará e ilhas do Bananal e de Marajó, 
enquanto os campos limpos são típicos da região sul. 
Eles são amplamente utilizados para a produção de arroz, milho, trigo e soja, e 
às vezes em associação com a criação de gado. A desatenção com o solo, 
entretanto, leva à desertificação, registrada em diferentes áreas do Rio Grande do 
Sul. 
 
Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
53 
 
Restingas 
De acordo com a resolução 07, de 23 de julho de 1996, do CONAMA, entende-
se por vegetação de restinga o conjunto das comunidades vegetais, 
fisionomicamente distintas, sob influência marinha e fluvio-marinha. Área sujeita à 
influência de fatores ambientais como marés, ventos, chuvas e ondas, o que faz 
com que seja uma região dinâmica. Parte da vegetação é considerada pioneira, 
colonizando espaços abertos em outras áreas, iniciando o processo de sucessão. É 
uma região de baixa diversidade de espécies, com uma distribuição homogênea, 
ou seja, sem dominância de qualquer tipo de espécie. O substrato das praias é 
formado por areia de origem marinha e conchas e, é periodicamente, inundado 
pela maré, o que limita o desenvolvimento de certos tipos de plantas e a 
ocorrência de certos grupos de animais. O solo das dunas é arenoso e seco, 
sofrendo ação dos ventos que o remodelam constantemente. Pode receber 
borrifos das ondas, mas raramente se torna úmido. As dunas funcionam como área 
de descanso e alimentação e rota migratória para alguns falcões (peregrino) e 
águias, maçaricos, entre muitas outras aves como saíras, tucanos, arapongas, bem-
te-vis, macucos, jacus, saíra peruviana e a papa-mosca de restinga, ambos 
endêmicos. Em áreas alteradas, as aves migratórias desaparecem e surgem as 
oportunistas (coruja-buraqueira, anu branco, gavião carrapateiro), seu solo é 
arenoso de origem marinha e seca, podendo acumular água da chuva em 
determinadas épocas do ano. 
 Quanto à vegetação, encontraremos no início apenas algas e fungos 
microscópicos, em seguida plantas com estolões e rizomas que podem formar 
touceiras e raramente algum arbusto. O estrato herbáceo ocorre somente nas 
dunas e o arbustivo varia entre 1 e 1,5 m de altura com diâmetro máximo de 3 cm. 
As epífitas ocorrem no estrato arbustivo, são elas: bromélias, fungos, líquens, 
musgos e orquídeas. A vegetação de restinga pode ser subdividida em três regiões: 
Escrube, floresta baixa de restinga e Brejo de restinga. 
Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
54 
 
Mangues 
 
O manguezal é um bioma adaptado às condições adversas de salinidade e 
fluxo de marés. Este ecossistema é uma zona de transição entre mar e terra firme, 
onde o solo é rico em material orgânico, baixo teor de oxigênio, lodoso e salgado. 
A sua vegetação é arbórea, no entanto lenhosa. É um local bastante propício para 
que os animais se alimentem direta ou indiretamente dos nutrientes, minerais e 
material orgânico, sendo este utilizado para a reprodução das espécies e proteção. 
 Estima-se que haja hoje em todo mundo cerca de 20 milhões de hectares 
de mangue, contudo, estão seriamente ameaçados pela expansão urbana, obras de 
engenharia, lixões, indústrias, aterros, marinas, cultivo de camarão, poluição, entre 
outros fatores. Os mangues estão localizados em regiões costeiras tropicais e 
subtropicais do planeta, nas desembocaduras de rios e em litorais protegidos pela 
ação direta do mar. Um exemplo é a Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro. 
O ecossistema manguezal não se restringe à orla marítima. Ele pode penetrar 
quilômetros no continente, seguindo o curso de rios cujas águas se misturam com 
o mar durante as marés cheias, tais como em Belém (PA) e São Luiz (MA), onde sua 
vegetação típica penetra até 40 km pelo interior. 
Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
55 
 
 No manguezal, em geral, a vegetação é composta basicamente de 
vegetações do gênero Rhizophoras sp, Lagunculareae sp e Avicennia sp. Ocorre 
ainda um fenômeno em que as raízes respiratórias, chamadas de pneumatóforos 
(suas extremidades afloram perpendicular ao solo), crescem eretas emergindo do 
solo alagado para obter gás oxigênio necessário à respiração. 
 O mangue não apresenta vegetação rasteira, no entanto, encontram-se 
algumas espécies de epífitas, tais como orquídeas e bromélias. 
 
Áreas Desmatadas e Desertificadas 
 
A ocupação do litoral ocorreu através do estabelecimento de pequenos 
núcleos de povoamento que iniciaram um processo de transformação através do 
desmatamento das áreas naturais, principalmente a restinga, transformando-as em 
áreas urbanizadas. Recentemente, a urbanização ocorreu para fins de lazer, com o 
estabelecimento de moradias temporárias, condomínios de elevado padrão ou 
prédios, em geral ocupando também áreas de manguezais. 
 As mais importantes consequências dessa ocupação referem-se à 
eliminação da vegetação natural, ao estímulo dos processos erosivos, às mudanças 
nas características de drenagem por cortes e aterros (que exigem material de 
empréstimo, obtido a partir da escavação de morros situados na planície litorânea). 
Sem mencionar a geração de lixo, de esgoto doméstico (em geral sem o 
tratamento adequado e problemas de drenagens pelo afloramento do lençol 
freático nas áreas planas do litoral). Além do aumento na procura por recursos 
naturais nas áreas situadas no interior, causando desmatamentos e conseqüente 
perda das características naturais do ambiente. Em alguns casos, tudo isso ocasiona 
o processo de eliminação de riose córregos, o que em contrapartida empobrece o 
solo e direciona o ecossistema para um processo de desertificação que, na maioria 
dos casos, é irreversível. 
Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
56 
 
 Podemos definir a desertificação como o processo de destruição do 
potencial produtivo da terra nas regiões de clima árido, semiárido e subúmido 
seco. Esse problema vem sendo detectado há mais de setenta anos em regiões de 
todo planeta, se destacando nos Estados Unidos. Além disso, muitas outras 
situações consideradas como graves problemas de desertificação foram sendo 
detectadas ao longo do tempo em várias regiões do planeta, tais como Ásia, 
Europa, América Latina, África e Austrália, oferecendo exemplos de como o homem 
utilizou de forma indiscriminada e predatória, destruindo os recursos e 
transformando terras férteis em desertos ecológicos e econômicos. 
 À medida que o estudo sobre a origem dos desertos evoluiu, surgiram 
conceitos a respeito do assunto. Observe: Deserto é uma região de clima árido, 
onde o potencial de evaporação é maior que a precipitação média anual. Este se 
caracteriza por apresentar solos ressequidos; cobertura vegetal esparsa, presença 
de plantas xerófilas e temporárias. O processo de desertificação ocorre em mais de 
100 países do mundo, por isso é considerado um problema global. O Brasil possui 
quatro áreas que evidenciam o processo de desertificação, chamadas núcleos de 
desertificação, onde ocorre intensa degradação. Elas somam aproximadamente 19 
mil km² e se localizam nos municípios de Gilbués, no Piauí; Seridó, no Rio Grande 
do Norte; Irauçuba, no Ceará e Cabrobó, em Pernambuco. As regiões áridas, 
semiáridas e subúmidas secas, também chamadas de terras secas, ocupam mais de 
37% de toda a superfície do planeta, abrigando mais de 1 bilhão de pessoas, ou 
seja, 1/6 da população mundial, cujos indicadores são de baixo nível de renda, 
baixo padrão tecnológico, baixo nível de escolaridade e ingestão de proteínas 
abaixo dos níveis aceitáveis pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Vale 
ressaltar que a evolução desses lugares ocorre cada uma de modo específico. 
Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
57 
 
Ambientes Aquáticos Erodidos 
 
 Os ecossistemas aquáticos possuem uma importância muito grande no 
contexto ambiental, pois, além de fornecer subsídios para as populações terrestres, 
recebe na maioria dos casos o esgoto doméstico das populações litorâneas e do 
seu entorno. Outro fator de degradação é o comprometimento das cadeias 
alimentares em face dos organismos diretamente envolvidos nesse processo. Uma 
pesquisa de campo referendada por especialistas do governo do Estado de São 
Paulo acaba de constatar, na região de Campinas, que a degradação dos recursos 
hídricos provoca um desequilíbrio intenso nas cadeias alimentares. Constatou-se 
que a emissão desordenada de poluentes domésticos e industriais no leito dos rios 
compromete de forma irreversível, sobretudo os organismos que ocupam a base 
das cadeias alimentares destes ambientes, comprometendo assim o equilíbrio das 
espécies. Isso sem mencionar a degradação dos índices de potabilidade da água 
nessas regiões como, por exemplo, em ambientes rurais onde espécies endêmicas 
tornam-se intolerantes à agressão ambiental, como o lambari-de-rabo-amarelo, 
que só sobrevive nos trechos de regiões rurais. Em contrapartida, houve uma 
“explosão” populacional de espécies resistentes que nem sempre são interessantes 
na cadeia alimentar local. 
 Os ambientes estuarinos representam uma parte intermediadora entre a 
superfície continental e o mar aberto, promovendo como conseqüência a emissão 
de poluentes gerados pelas populações humanas – como os rejeitos urbanos, 
agrícolas e industriais que são transportados para ambientes marinhos por meio do 
escoamento superficial dos rios ou pela atmosfera. Acidentes nas estradas de alta 
rodagem próximas ao litoral, envolvendo caminhões de carga, transportadores de 
ácidos, óleos vegetais, grãos, entre outros, são contribuintes da poluição marinha, 
uma vez que grande parte do material despejado com o acidente é indiretamente 
carreada para o mar. Os poluentes também podem ser lançados diretamente nos 
ambientes marinhos, como no caso de rejeitos de atividades petrolíferas, lavagens 
de porões de navios e despejo de barcaças, provocando o desenvolvimento ou 
surgimento de espécies exóticas vindas de outros continentes, como é o caso das 
águas de lastro, usadas para, entre outras coisas, equilibrar o transporte de 
substâncias nos tanques dos navios. Desta forma, os mares e os estuários 
acumulam subprodutos da atividade antrópica e a situação é agravada pelo fato da 
maioria dos centros urbanos localizarem-se em regiões costeiras, principalmente 
próximas a baías e estuários. 
Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
58 
 
Aterros Sanitários 
 
 Inicialmente podemos denominar aterro com sendo a disposição ou o 
aterramento do lixo sobre o solo e classificar estes locais de depósito de lixo das 
cidades em três modalidades: o lixão ou vazadouro, o aterro controlado e o aterro 
sanitário. Podemos observar as vantagens e desvantagens de cada um nas linhas 
que se seguem. 
 O lixo normalmente é coletado pelas prefeituras ou por uma companhia 
particular que conduz o material a um depósito. No caso desse depósito ser do tipo 
lixão, podemos dizer que se trata de um local onde há uma inadequada disposição 
final de resíduos sólidos, que se caracteriza pela simples descarga sobre o solo sem 
medidas de proteção ao meio ambiente ou à saúde pública. Ou seja, o mesmo que 
depositá-lo a céu aberto, promovendo, entre outras coisas, a liberação de gases, 
principalmente o gás metano (que é combustível), o espalhamento de lixo pela 
redondeza por ação do vento, a possibilidade de criação de animais como porcos, 
galinhas, etc. nas proximidades ou no local. Isso se agrava com a proliferação de 
vetores de doenças (moscas, mosquitos, baratas, ratos etc.), acarretando problemas 
à saúde pública; sem falar na poluição do solo e das águas superficiais e 
subterrâneas através do chorume (líquido de cor preto, mal cheiroso e de elevado 
potencial poluidor produzido pela decomposição da matéria orgânica contida no 
lixo), comprometendo os recursos hídricos. 
 O aterro controlado é uma técnica de disposição de resíduos sólidos 
urbanos no solo, sem causar danos ou riscos à saúde pública e a sua segurança, 
minimizando os impactos ambientais. Este método utiliza princípios de engenharia 
para confinar os resíduos sólidos, cobrindo-os com uma camada de material inerte 
na conclusão de cada jornada de trabalho. Tal forma de depósito fica 
comprometida mediante a carência de impermeabilização do solo 
(comprometendo a qualidade das águas subterrâneas), de sistemas de tratamento 
de chorume ou de dispersão dos gases gerados. 
Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
59 
 
 É preferível esse método ao lixão, mas, devido aos problemas ambientais 
que causa e aos seus custos de operação, a qualidade é inferior ao aterro sanitário. 
No início da fase de operação, realiza-se uma impermeabilização do local, de modo 
a diminuir os riscos de poluição, e a proveniência dos resíduos é devidamente 
controlada. O biogás é extraído e as águas lixiviantes são tratadas. A deposição faz-
se por células que uma vez preenchidas são devidamente seladas e tapadas. A 
cobertura dos resíduos faz-se diariamente. Uma vez esgotado o tempo de vida útil 
do aterro, este é selado, efetuando-se o recobrimento da massa de resíduos com 
uma camada de terras com 1 a 1,5 metro de espessura. Posteriormente, esta área 
poderá ser utilizada para ocupações "leves" como zonas verdes, campos de jogos. 
 O aterro sanitário é consideradoo processo mais bem elaborado, pois é 
fundamentado em critérios de engenharia e normas operacionais específicas que 
permitem a confinação segura em termos de controle de poluição ambiental, 
proteção à saúde pública; ou forma de disposição final de resíduos sólidos urbanos 
no solo através de confinamento em camadas cobertas com material inerte, 
geralmente, solo, de acordo com normas operacionais específicas, e de modo a 
evitar danos ou riscos à saúde pública e à segurança, minimizando os impactos 
ambientais. 
 Antes de se projetar o aterro sanitário, são feitos estudos geológicos e 
topográficos para que a área selecionada para sua instalação não comprometa o 
meio ambiente. Ocorre, inicialmente, a impermeabilização do solo através de 
combinação de argila e lona plástica para evitar infiltração dos líquidos percolados 
no solo. Esses líquidos são captados por tubulações e destinados a lagoas de 
tratamento. A quantidade de lixo depositado é controlada na entrada do aterro 
através de balança. É proibido o acesso de pessoas estranhas. Os gases liberados 
durante a decomposição são captados e podem ser queimados com sistema de 
purificação de ar ou ainda utilizados como fonte de energia. Segundo a Norma 
Técnica NBR 8419 (ABNT, 1984), o aterro sanitário não deve ser construído em áreas 
sujeitas à inundação. Entre a superfície inferior do aterro e o mais alto nível do 
lençol freático deve haver uma camada de espessura mínima de 1,5 m de solo 
insaturado. O aterro deve ser localizado a uma distância mínima de 200 metros de 
qualquer curso d´água e de fácil acesso. A arborização deve ser adequada nas 
redondezas para evitar erosões, espalhamento da poeira e retenção dos odores, 
além de apresentar elevado índice de impermeabilidade. 
Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
60 
 
O Efeito Estufa 
 
 Os índices naturais de carbono da atmosfera propiciam as condições 
básicas para a existência de vida no planeta, mantendo elevada a temperatura. A 
Terra é aquecida pelas radiações infravermelhas emitidas pelo Sol até uma 
temperatura de –27ºC. Essas radiações chegam à superfície e são refletidas para o 
espaço. O carbono forma uma redoma protetora que retém parte dessas radiações 
infravermelhas e as reflete novamente para a superfície. Isso produz um aumento 
de 43ºC na temperatura média do planeta, mantendo-a em torno dos 16ºC. Sem o 
carbono na atmosfera, a superfície seria coberta de gelo, porém seu excesso 
tenderia a aprisionar mais radiações infravermelhas, produzindo o chamado efeito 
estufa: a elevação da temperatura média a ponto de reduzir ou até acabar com as 
calotas de gelo que cobrem os pólos. 
 
O Aquecimento Global 
 
Os cientistas ainda não estão de acordo se o efeito estufa já está ocorrendo, 
mas preocupam-se com o aumento do dióxido de carbono na atmosfera a um 
ritmo médio de 1% ao ano. A queima da cobertura vegetal nos países 
subdesenvolvidos é responsável por 25% desse aumento. A maior fonte, no 
entanto, é a queima de combustíveis fósseis, como o petróleo, principalmente nos 
países desenvolvidos. Seja como for, a alta da emissão desses compostos acarreta 
no processo batizado pelo nome de Aquecimento Global, que se resume no 
aquecimento recente do planeta provocado pelo aumento da emissão dos gases 
de estufa (CO, CO2, SO2 etc) através das ações humanas, ditas antrópicas. 
Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
61 
 
Mudanças Climáticas 
 
A partir de 1860, estações meteorológicas começaram a medir os níveis de 
carbono e observaram um aumento médio na década de 0,2 o C. Porém, a partir de 
1910, o aquecimento se tornou evidente, alcançando na década de 40 um 
aumento em torno de 0,6o C. No entanto, foi na última década do século XX e na 
primeira metade do século XXI que os índices alarmantes receberam uma maior 
atenção por parte das autoridades governamentais. Desde então, o termo 
aquecimento global entrou nas mais variadas pautas governamentais. 
 O sistema climático varia através de processos naturais internos e em 
resposta a variações dos fatores externos tais como, atividade solar, emissões 
vulcânicas, variações na órbita terrestre e gases estufa. As causas detalhadas do 
aquecimento recente continuam sendo uma área ativa de pesquisa, mas o 
consenso científico identifica os níveis aumentados de gases estufa, devido à 
atividade humana, como a principal influência. Essa atribuição se torna clara ao se 
observar os últimos 50 anos6. Porém, em oposição ao consenso científico, outras 
hipóteses foram feitas para explicar a maior parte do aumento observado na 
temperatura global. Uma dessas hipóteses é que o aquecimento é causado por 
flutuações no clima ou que o aquecimento é resultado principalmente da variação 
na radiação solar. 
Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
62 
 
 Infelizmente não estamos livres das conseqüências advindas destes 
problemas, entre eles o derretimento das calotas polares, o aumentando o nível 
das águas oceânicas, comprometendo mais de 3 bilhões de humanos, pois estes 
habitam regiões costeiras. Isso sem mencionar os demais seres vivos, sempre 
legados ao segundo plano. Outra conseqüência que também já podemos observar 
é o caso das doenças epidêmicas que são típicas de regiões tropicais, como a febre 
amarela, a malária, a dengue entre outras, para não falar da falta de energia que, 
sem dúvida, provocaria uma catástrofe terrível para os padrões consumistas de 
grande parte da humanidade. 
 As perspectivas não são e nem podem ser animadoras porque 
esquecemos, em grande parte, de nossas responsabilidades como seres dotados 
de cultura e raciocínio. Sendo assim, devemos assumir a dianteira dos 
acontecimentos e trabalhar em uníssono com um único objetivo: perpetuar a 
saúde e o equilíbrio do planeta, pois só assim poderemos galgar alguma esperança 
no processo de perpetuação das futuras gerações de seres vivos, sobretudo da 
humanidade. 
Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
63 
 
Leitura complementar: 
 
DREW, d. Processos interativos homem-meio ambiente. 5ª edição. Ed. Bertrand 
Brasil, 2002. 
 Na unidade seguinte estudaremos os instrumentos de gestão ambiental. 
Teremos acesso à elaboração de um projeto sócio-ambiental, bem como a algumas 
leis que propiciam regimentar todo esse processo. 
 
É HORA DE SE AVALIAR! 
 
Lembre-se de realizar as atividades desta unidade de estudo, elas irão ajudá-lo 
a fixar o conteúdo, além de proporcionar sua autonomia no processo de ensino-
aprendizagem. Caso prefira, redija as respostas no caderno e depois às envie 
através do nosso ambiente virtual de aprendizagem (AVA). Interaja conosco! 
 
 
 
Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
64 
Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
65 
 
 
Exercícios – Unidade 2 
 
1) Este bioma ocupa cerca de aproximadamente 22% do território nacional 
brasileiro. Aponte a alternativa que contém o nome desse bioma. 
 
a) Caatinga. 
b) Cerrado. 
c) Campina. 
d) Mata Atlântica. 
e) Pantanal. 
 
2) A qual ecossistema pertence o Pau-Brasil, devastado pelo extrativismo durante a 
colonização? 
a) Cerrado. 
b) Manguezal. 
c) Mata Atlântica. 
d) Floresta Amazônica. 
e) Pampas. 
 
Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
66 
 
3) O frequente derramamento de petróleo em águas brasileiras tem provocado 
danos graves ao meio ambiente. De acordo com esse fato, é correto afirmar que: 
 
I. Os peixes, por viverem abaixo da superfície das águas, não são afetados. 
II. As aves marinhas, em contato com a películaflutuante de petróleo, podem 
morrer. 
III. A película flutuante impede a penetração da luz na água, salvando assim os 
peixes. 
IV. Os organismos aquáticos fotossintetizantes morrem devido à ausência de luz. 
V. A ingestão de organismos que tiveram contato com esse fenômeno poderá 
acarretar danos à saúde humana. 
 
Assinale a alternativa correta: 
a) Apenas I e II estão corretas. 
b) Apenas I, II e III estão corretas. 
c) Apenas II, III e V estão corretas. 
d) Apenas II, IV e V estão corretas. 
e) Apenas I, II, III e V estão corretas. 
Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
67 
 
4)Onde está localizada a Mata dos Cocais? 
 
a) No litoral do Brasil. 
b) Em áreas desde o Maranhão até o Espírito Santo. 
c) Entre a Amazônia e a Caatinga, nos estados do Maranhão, Piauí e norte do 
Tocantins. 
d) Na Floresta Amazônica. 
e) No sul do Mato Grosso e no noroeste do Mato Grosso. 
 
5) Das alternativas abaixo, a única que permite um estudo completo de um 
ecossistema é: 
 
a) examinar as condições físicas e químicas do ambiente. 
b) estudar as relações entre as populações nele existentes. 
c) relacionar o meio abiótico à comunidade de organismos. 
d) estabelecer a densidade das populações nele existentes. 
e) examinar as populações do ambiente. 
 
6) Aponte nas alternativas abaixo, aquela que não utiliza como modelo as formas 
de depósito de lixo das cidades: 
 
a) aterro sanitário e lixão. 
b) aterro sanitário e aterro controlado. 
c) aterro controlado e lixão. 
d) vazadouro e aterro controlado. 
e) vazadouro e aterro compactado. 
Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
68 
 
7) A queima da cobertura vegetal nos países subdesenvolvidos é responsável por 
um percentual de ______ de aumento na emissão de gases de estufa. Assinale nas 
alternativas abaixo, aquela que completa corretamente a lacuna. 
 
a) 25% 
b) 26% 
c) 27% 
d) 30% 
e) 35% 
 
8) Aponte nas alternativas abaixo aquela que contém a distância mínima que um 
aterro sanitário deve ficar de um curso d’água: 
 
a) 2000 m. 
b) 200 m. 
c) 20 m. 
d) 20 km. 
e) 200 km. 
Gestão Ambiental e Desenv olv imento Sustentável 
69 
 
9) Explique o que significa desertificação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10) Cite os principais impactos ambientais causados pela ocupação indevida e o 
consequente povoamento de regiões litorâneas e de algumas áreas ambientais.

Continue navegando