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1 AGENTE, ESCRIVÃO E PERITO DA PF+PRF Direito Penal Prof.: Nestor Távora Aula: 03 Monitor: Simone Brandão MATERIAL DE APOIO – MONITORIA Índice. I. Anotações. II. Lousa. III. Exercícios I. ANOTAÇÕES. TEORIA DO DELITO 1. Observação COMPARAÇÃO ENTRE OS INSTITUROS Crime omissivo próprio Crime omissivo impróprio I- Há um tipo penal autônomo I - O omitente responde pelo resultado que devia ter evitado ex. Omissão de socorro art.135, CP) II - Dever de agir incumbe a todas as pessoas II - Ele admite a tentativa III - Omitente responde apenas por sua omissão IV - Não admite tentativa III - Ele admite a forma dolosa e culposa V - Admite a forma dolosa e culposa c) Conduta dolosa – c.1 Conceito De acordoo com o artigo 18, I CP, “Diz-se o crime doloso quando o agente quis o resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. c.2 Teorias sobre o dolo I - Teoria da vontade – Dolo é a vontade de praticar conduta e praticar o resultado II - Teoria da representação Dolo é a vontade de praticar conduta, prevendo a possibilidade de produção do resultado III – Teoria do assentimento Dolo é a vontade de praticar conduta assumindo o risco da produção do resultado Advertência Percebe-se que o art. 18. I, CP adotou a teoria da vontade na sua primeira parte e a teoria do assentimento na sua parte final c.3 Espécies de dolo (Classificação) I Dolo direto ou determinado é quando o agente visa certo e determinado resultado Exemplo atirar na pessoa pretendida Advertência O dolo direto admite a seguinte classificação 2 I.a) Dolo direto de primeiro grau O agente quer o resultado e atinge somente o objetivo pretendido I,a) Dolo direto de segundo grau o agente quer atingir o objetivo, mais para alcança-lo precisa provocar outras consequências II - Dolo Indireto ou indeterminado O agente assume o risco de produzir o resultado. Advertência Ele admite as seguinte classificação II.a) Dolo direto indireto alternativo o agente tem dupla intenção e qualquer dos resultados lhe é satisfatório Ex: atirar uma pedra coma finalidade de lesionar ou matar, II.b) Dolo Indireto eventual - O agente conhece os riscos da conduta está ciente das consequência, mais segue em frente Ex. fazer racha em uma rua movimentada Observação Dolo eventual X culpa consciente No dolo eventual, o agente aceita o resultado que para ele é indiferente. Na culpa consciente, o agente conhece os riscos da conduta e prevê um possível resultado, mais acredita sinceramente que o evitará com suas habilidades caso a situação de risco se apresente. III – Dolo Natural X Dolo normativo III.a) Dolo natural é a vontade de praticar conduta Observação Pressupostos do dolo natural: Consciência e vontade É o adotado pela teoria finalista III.b) Dolo normativo ele é composto pela consciência mais vontade mais consciência da ilicitude Observação Ele é o adotado pela teoria causalista da ação IV – Dolo genérico X Dolo específico IV. A) Dolo genérico é a vontade de praticar a conduta descrita no tipo penal, sem um fim especial Ex: Homicídio art. 121, CP matar alguém IV b) Dolo especifico a vontade de realizar a conduta é agregada a um fim especial. Exemplo art. 159 do CP Sequestrar pessoa com o fim de obter, para se ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate d) Conduta Culposa d.1) conceito ela caracteriza uma conduta consciente e voluntária cujo resultado e distinto do pretendido, em razão da inobservância de um dever objetivo de cuidado. De acordo com inciso II, do art. 18 do CP, disse o crime culposo, quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, imprudência ou negligência. d.2) Elementos I - Conduta Ela é praticada com inobservância de um dever de cuidado, imposta a todos no convívio social Condutas o que importa não é a finalidade do agente mais o modo e a forma imprópria com que atua, provocando o resultado em dissonância com aquilo que pretendia. II - Dever de cuidado objetivo Devemos confrontar a conduta praticada com a conduta que teria, nas mesma condições uma pessoa prudente e de discernimento 3 Observação A inobservância do dever de cuidado pode manifestar-se das seguintes formas: II.a) Imprudência ela revela uma conduta positiva. O agente age quando o dever de cuidado impõe que ele não atue. Exemplo Invasão de sinal II.b) Negligência ela caracteriza uma conduta negativa, pois o indivíduo deixa de agir quando o dever de cuidado impõe uma ação Exemplo Deixar de fazer a revisão do carro. II. c) Imperícia é a incapacidade ou a falta de conhecimento técnico no exercício da arte ou do ofício. Exemplo eletricista que não faz o aterramento. Advertência Erro profissional não se confunde a imperícia com o erro profissional, pois neste ao agente usa corretamente todo os procedimentos em regras, mais chega aa um resultado satisfatório por falha nas regras Ex: tratamento contra o câncer Observação Enquadramento Imperícia " culpa profissional Erro profissional i) O agente possui conhecimento insuficiente para desempenhar a arte, oficio ou profissão i) O agente utiliza corretamente todos procedimentos e regras ii) Incorre em crime culposo ii) o resultado obtido é insatisfatório iii) Decorrência da falibilidade humana iii) a ciência a arte ou a técnica não estão suficientemente desenvolvidas iv) O resultado decorre da falibilidade cientifica - (não há crime) III - Resultado A mera inobservância do dever de cuidado não é suficiente para a caracterização do delito Exemplo mera invasão de sinal Conclusão É imprescindível a ocorrência de um resultado danoso como fruto da conduta culposa IV - Previsibilidade quanto ao fato e correspondente circunstâncias É a possibilidade de conhecimento do perigo que sua conduta gera, assim como a possibilidade de prever o resultado Observação Enquadramento i) Previsibilidade objetiva leva em conta a previsão de uma pessoa razoável ii) Previsibilidade subjetiva ela leva em conta a condição pessoal do agente V- Tipicidade É necessário que o artigo de lei expressamente contemple a modalidade culposa para a infração Conclusão a modalidade culposa é excepcional art. 18, parágrafo único do CP) Conclusão diante da ausência de previsão legal, e sinal de que o delito só admite a modalidade dolosa exemplo furto Observação O tipo culposo é um “tipo aberto “pois o legislador não descreve todas as formas de atuação com imprudência, negligência ou imperícia Advertência É importante frisar que não há violação ao princípio da taxatividade, até porque sempre teremos um tipo penal doloso correspondente. D.3 Questões complementares (classificação) I - espécies de culpa I.a) Culpa consciente (com previsão) o agente prevê o resultado, mais espera que ele não corra 4 I.b) Culpa inconsciente (sem previsão) o agente não prevê o resultado, que era objetiva e subjetivamente previsível Observação Culpa consciente X dolo eventual Culpa Consciente Dolo eventual O agente prevê o resultado, mais acredita sinceramente que conseguirá evitá-lo O agente prevê que a conduta pode causar o resultado, mais aceita que isso aconteça I.c) Culpa presumida É aquela atribuída ao agentepelo descumprimento de uma disposição regulamentar exemplo dirigir coma carteira vencida Ela não é aceita, pois tal fato não serve para presumir em caráter absoluto, que o indivíduo é culpado No nosso ordenamento vigora a presunção de inocência I.d) Culpa mediata/indireta Ocorre quando o agente indiretamente produz um resultado a título de culpa Ex. assaltar um motorista na beira da estrada, que ao fugir e atropelado e morre. Conclusão o agente responde pelo roubo, dolosamente, assim como pelo resultado morte, a título de culpa. II - Compensação de culpas Não há compensação de culpas ex: a culpa do pedestre que atravessa fora da faixa não afasta a culpa do motorista que estava em excesso de velocidade. III _ concorrência de culpas ( próxima aula) II. LOUSA. 5 6 7 8 9 10 III. Exercícios 1.0. FCC - 2016 - Prefeitura de Campinas - SP - Procurador O código penal brasileiro considera praticado o crime no lugar em que ocorreu a a) ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. b) omissão ou ação dolosa, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. c) ação ilícita, no todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado esperado. d) ação ou omissão culposa do agente, no todo ou em parte, bem como onde se produziu o resultado. e) omissão, no todo ou em parte, ainda que seja outro o momento do resultado. 2.0 CESPE - 2016 - TRE-PI - Analista Judiciário - Área Judiciária - Específicas Acerca dos crimes em espécie, assinale a opção correta. a) Em se tratando de crime ambiental, não se admite a incidência do princípio da insignificância. b) A apreensão de arma de fogo na posse do autor dias após o cometimento de crime de roubo não constitui crime autônomo, sendo fato impunível. c) A nulidade do exame pericial na arma de fogo descaracteriza o crime de porte ilegal, mesmo diante de conjunto probatório idôneo, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal. d) O particular não pode responder pela prática do crime de abuso de autoridade, nem mesmo como partícipe. e) Conforme o entendimento do Supremo Tribunal Federal, é possível a condenação de pessoa jurídica pela prática de crime ambiental, mesmo que absolvidas as pessoas físicas ocupantes de cargos de presidência ou direção. 3.0 CESPE - 2014 - TCE-PB - Procurador De acordo com o CP, assinale a opção correta a respeito de crimes (relação de causalidade; ilicitude e causas de sua exclusão) imputabilidade penal e penas. a) Se a participação do agente delituoso no crime for de menor importância, a sua pena pode ser reduzida de um sexto a um terço. 11 b) Somente nos casos em que o agente praticar o fato em estado de necessidade, em legítima defesa (ainda que putativa) e em estrito cumprimento do dever legal não se considerará existente o crime. c) A inimputabilidade penal, se for devidamente comprovada, resultará sempre em redução da pena, de um a dois terços, independentemente do crime praticado. d) A emoção, a paixão e a embriaguez culposa podem, em circunstâncias especiais, excluir a imputabilidade penal. e) O ajuste, a determinação e o auxílio são sempre puníveis, independentemente da natureza do crime planejado. Gabarito 1.0. A 2.0. E 3.0. A
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