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relato separação dos cations do doce de leite.

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL – UEMS
UNIDADE DE ENSINO DE DOURADOS
CURSO DE QUIMICA INDUSTRIAL
Separação e identificação dos cátions presentes em uma amostra de doce de leite enriquecido.
 
DOURADOS-MS
ABRIL /2014
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MATO GROSSO DO SUL – UEMS
UNIDADE DE ENSINO DE DOURADOS
CURSO DE QUIMICA INDUSTRIAL
CRISTIAN DI CARLO – 21468
ELIZABETE MARIA MAXIMIANO – 21472
Separação e identificação dos cátions presentes em uma amostra de doce de leite enriquecido.
Relato apresentado à disciplina de Química Analítica Experimental do 3° ano, curso de Química Industrial, sob orientação do Profa Dra Claudia Andréa Lima Cardoso.
DOURADOS-MS
ABRIL/2014
1.Objetivos
Separar e identificar os cátions dos grupos II, III e IV presentes em uma amostra de doce de leite enriquecido.
2.Materiais e Reagentes
2.1 Materiais:
Banho-maria
Bastão de vidro
Béquer
Bico Bunsen
Capela
Capsula de porcelana
Centrífuga
Espátula
Estante para tubo de ensaio
Papel de filtro
Papel tornassol
Pisseta
Pinça de madeira
Pinça metálica 
Pipeta de Pasteur
Placa de Petri
Tubos de ensaio
Vidro de relógio
2.2 Reagentes:
HCl 6 molL-1(ácido clorídrico)
NH4OH 6 molL-1 (hidróxido de amônia)
NH4Ac 6 molL-1 (acetato de amônia)
NaAc 3 molL-1 (acetato de sódio)
H2O (água destilada)
NaOH 6 molL-1 (hidróxido de sódio)
NH4Cl (cloreto de amônia)
Na2HPO4 1 molL-1 (fosfato dissódico)
C2H5NS 1 molL-1 (Tiacetamida) 
 (CH3COO)2Pb 0,1 mol/L (acetato de chumbo) 
NH4OH/NH4Cl 0,5 mol/L
HNO3 (acido nítrico)
H2O2 3% (peróxido de hidrogênio)
C14H8O4 (alizarina)
C13H12N4S (ditizona)
NH4SCN 1 mol/L (tiocianato de amônio)
C5H11OH (álcool amílico)
 H2SO4 (acido sulfúrico)
NaBiO3 (bismutato de sódio)
C4H8O2N2 (dimetilglioxima)
3. Procedimento Experimental, Resultados e Discussões
Para tal análise utilizou-se uma amostra de doce de leite enriquecida. A amostra foi inicialmente dividida em duas partes, a primeira parte foi utilizada para as análises onde se utilizou desta uma massa de aproximadamente 10 gramas. A segunda parte foi armazenada com o objetivo de servir como contraprova, além de substituir a amostra caso esta por algum motivo fosse perdida. Como a amostra se apresentava na forma pastosa, fez-se necessária a diluição da mesma para se facilitar todo o procedimento.
A realização da analise da amostra de doce de leite foi organizada em etapas, sendo que estas etapas serão descritas e discutidas a seguir.
Identificação dos íons Ag+ e Pb2+
Para se fazer a identificação da presença ou não dos íons Ag+ e Pb2+ na amostra, foi-se adicionada a esta, que já se apresentava diluída, ácido clorídrico 6 mol/L até pH de aproximadamente 0,5 e, em seguida, centrifugou-se por cerca de 10 minutos. A utilização deste pH especifico se faz necessário uma vez que em valores mais altos de pH pode ocorrer a precipitação de metais do grupo 3 o que interferiria na identificação de Ag+ e Pb2+ podendo ocasionar uma falsa precipitação destes íons em questão. Após a centrifugação, foi constatado que não houve a formação de precipitado, o que nos leva a constatar que não ocorreu na amostra a presença de íons Ag+ e Pb2+. 
Caso ocorresse a formação de um precipitado na solução após a centrifugação da amostra, constataria-se a possível presença dos íons Ag+ e Pb2+ sendo que as reações ocorridas na solução seriam, para íons Ag+ e Pb2+, respectivamente:
Ag+(aq) + HCl(l)(AgCl(s) + H+(aq)
Pb2+(aq)+ 2HCl(l)( PbCl2(s) + 2H+(aq)
Com isso, faria-se necessário a identificação desses íons, uma vez que eles poderiam apresentar-se em solução juntos ou até mesmo ocorrer apenas a presença de um deles. Para isso adicionaria-se ao precipitado, uma solução concentrada de hidróxido de amônio em excesso e, em seguida, realizaria-se outra centrifugação obtendo-se um novo precipitado assim como outro sobrenadante.
Com a adição do NH4OH ocorreria a solubilização do possível precipitado de cloreto de prata (AgCl) devido a formação de um complexo solúvel incolor de acordo com a primeira reação apresentada abaixo. E nesta solução realiza-se uma reação com a base forte (NaOH), sendo que esta é uma reação específica da prata, a qual deve-se observar a formação de um precipitado castanho escuro de óxido de prata Ag2O como mostra a segunda reação apresentada abaixo, constatando-se então a presença desse íon na amostra.[1]
AgCl(s) + 2NH4OH(l) ( Ag(NH3)2+(aq) + H2O(l) + Cl-(aq) 
2Ag+(aq) + 2OH-(aq) 		 Ag2O(s) + H2O(l) 
Sendo assim o cloreto de chumbo (PbCl2), permaneceria no precipitado uma vez que este é insolúvel na presença de hidróxido de amônio, já que o Kps para a formação deste composto não é atingido. Então a este precipitado deveria-se ser adicionado água destilada e levado para aquecimento em bico de Bunsen. Como este precipitado não é muito solúvel em soluções frias, mas a sua solubilidade aumenta com o aumento de temperatura, esperaria-se que ele se tornasse solúvel caracterizando-se assim a presença desse íon na amostra [1].
Separação e identificação dos cátions do grupo IV
Foi adicionada a solução, depois do teste negativo para íons Ag+ e Pb2+, na capela 1 ml de tioacetamida 1mol/L a levando para o banho-maria por aproximadamente 10 minutos, e após isso ajustou-se o seu pH até 0,5, e em seguida adicionou-se mais 0,5 ml de tioacetamida levando novamente ao banho-maria por mais 3 minutos, e por fim a centrifugando. Após a centrifugação desta solução não houve a formação de precipitados, o que caracteriza uma resposta negativa para íons Bi3+, Cu2+, Cd2+ e Pb2+, ou seja, não existe na amostra nenhum desses íons.
Caso houvesse a formação do precipitado poderia haver a presença de qualquer um desses íons em solução já que todos precipitam na forma de sulfetos em pH 0,5 onde kps dos mesmos são atingidos. Essas precipitações são caracterizadas pelas reações abaixo para respectivamente Bi3+, Pb2+, Cd2+ e Cu2+:
2 Bi3+(aq) + 3 S2-(aq)( Bi2S3(s)
Pb2+(aq)+ S2(aq)-(PbS(s)
Cd2+(aq) + S2-(aq)(CdS(s)
Cu2+ (aq)+ S2-(aq)(CuS(s)
A dissolução desses sulfetos é feita com o HNO3 de acordo com a primeira reação mostrada abaixo, e a separação dos cátions pode ser realizada com a adição de (NH4)2SO3 sólido, uma vez que o Pb2+ é precipitado como mostra a segunda reação descrita abaixo, restando ao sobrenadante apenas os cátions Bi3+, Cu2+e Cd2+.
M S(s) + 8 H+(aq) + 2 NO3-(aq)( M 2+(aq) + S(s) + 2NO(aq) + 4H2O(l) 
Pb2+(aq) + SO42- (aq)(PbSO4(s) 
O chumbo poderia ser identificado realizando-se uma reação entre o PbSO4 formado, com dicromato de potássio, onde ocorreria a formação de um precipitado amarelo de dicromato de chumbo (PbCrO4) de acordo com a reação iônica descrita abaixo:
Pb2+ + CrO42- PbCrO4
Para se identificar a presença do íon Bi3+ na amostra pode-se adicionar base forte tal como hidróxido de amônio e centrifugar-se a solução, se este cátion estivesse presente na solução iria ocorrer a formação de um precipitado branco de acordo com a reação abaixo:
Bi3+ + 3 NH4OH Bi(OH)3(S) + 3 NH4+
Para se identificar a possível presença de Cu2+e Cd2+ na amostra acidificado o sobrenadante, proveniente da identificação do Bi3+, que deveria conter os complexos solúveis [Cu(NH3)4]2+ e [Cd(NH3)4]2+, com uma solução de ácido sulfúrico e adicionado algumas gotas de solução de tiosulfato de sódio aquecendo a solução.
	Com isso poderia ser notada a presença de Cu2+ na presença de Cd2+, através da formação de precipitado de coloração castanha escura, que é típica do CuS, sendo isso demonstrado pela seguinte reação:
Cu2+ + S2- CuS
Para a identificação do íon Cd2+ adiciona-se a solução algumas gotasde solução de hidróxido de amônio e solução de tioacetamida, aquecendo-se em banho-maria por alguns minutos. Ocorreria então a formação de um precipitado amarelo, constituído por uma mistura de CdS e enxofre. A reação apresentada abaixo é referente a precipitação descrita:
Cd2+(aq) + S2-(aq) ( CdS(s)
Separação e identificação dos cátions do grupo III
Foi transferida a solução, depois do teste negativo para os cátions do grupo IV, para uma cápsula de porcelana e levado para chapa de aquecimento para eliminar todo o S2- da solução, fazendo- se testes sobre os vapores da solução com um papel de filtro umedecido com acetato de chumbo 0,1 mol/L. Isso se faz necessário uma vez que o S2 pode interferir na precipitação dos cátions do grupo III. Como nos vapores deve conter S2- ocorre a formação de PbS, que tem coloração marrom, assim esse teste foi feito até não se notar mais essa coloração no papel umedecido coma solução de acetato de chumbo, caracterizando então a ausência de S2- na solução.
Após isso a amostra foi neutralizada com solução de hidróxido de amônio concentrado adicionando-se também tampão NH4OH/NH4Cl 0,5 mol/L até pH aproximadamente de 9, sendo adicionado também 1 ml de tioacetamida na capela, e transferindo-o para tubos de ensaio tampando-os e levando-os para banho-maria durante aproximadamente 10 minutos, e posteriormente os destampando para sair o excesso de reagente, e centrifugando para a separação do sobrenadante e do precipitado. Seguiu com a adição de C2H5NS até a precipitação completa.
Nessa etapa da análise o precipitado que se forma deve conter cátions do grupo III, e o sobrenadante deve conter cátions do grupo II. Isso ocorre por que o kps dos S2- e hidróxidos dos cátions do grupo III é atingidos nessas condições
Lavou-se duas vezes o precipitado com solução de NH4Cl 2 mol/L quente para que se elimine interferentes que podem estar presentes. Transferiu-se o precipitado para uma cápsula de porcelana e adicionou-se 1 ml de solução de HNO3 para a solubilização do precipitado, e aqueceu-se em chapa aquecedora até parar de desprender fumaça branca, sendo que essa fumaça se refere ao ácido. Adicionou-se gotas de hidróxido de sódio em excesso e gotas de peróxido de hidrogênio 3%, aqueceu-se (para que ocorresse o desprendimento de oxigênio referente ao H2O2) Notando-se que dentro da cápsula havia se formado um precipitado amarelo, sendo este enxofre elementar, o qual foi retirado por filtração simples. Após isso centrifugou-se a amostra, separando o sobrenadante (que poderia conter Al(OH)4-, Zn(OH)42- e CrO42-) do precipitado ( que possivelmente continha Fe(OH)3, Co(OH)3, Ni(OH)2 e MnO2.H2O). As possíveis reações de precipitação que ocorrem nessa etapa são as seguintes. [2]
Fe2+ (aq) + 2OH- → Fe(OH)2(aq)
Fe(OH)2 + H2O2→ 2Fe(OH)3↓ + OH-
Ni2+ + OH-→ Ni(OH)2↓
Co2+(aq) + 2OH- → Co(OH)2
Co(OH)2 + H2O2 → Co(OH)3↓ + OH-
Mn2+ + OH- → Mn(OH)2
4 Mn(OH)2 + 2H2O + O2→ 4Mn(OH)3
2 Mn(OH)3 + O2 → 2 MnO2.H2O↓ + 2 OH-
Dissolveu-se o precipitado, que possivelmente continha Fe(OH)3, Co(OH)3, Ni(OH)2 e MnO2.H2O, com HNO3 e H2O2 3%, adicionou-se então a solução de NH4OH em excesso, e solução de NH4Cl, centrifugou-se e separou-se novamente o sobrenadante que poderia conter [Co(NH3)6]2+, [Ni(NH3)6]2+ e Mn2+; do precipitado que poderia conteria Fe(OH)3. Juntamente com o sobrenadante obtido na primeira centrifugação que poderia conter Al3+, Zn2+ e Cr3+ na forma dos íons Al(OH)4-, Zn(OH)42- e CrO42- [2], realizou-se então a reação especifica para cada cátion podendo assim identificar quais deles estavam presentes na amostra. 
Identificação do Al 3+.
Para a identificação da possível presença deste íon acidificou-se a solução com HNO3 a fim de transformar o Al(OH)4- em Al(OH)3, e adicionou-se solução de NH4OH , agitando e aquecendo ocorrendo assim a reprecipitação do Al3+ como um precipitado gelatinoso de Al(OH)3, em seguida, centrifugou e adicionou Alizarina sendo que esta forma com o Al3+ uma solução de coloração vermelha de alizarinato de alumínio[2]. Entretanto, quando se adicionou a alizarina no precipitado formado, a coloração não se tornou vermelha, indicando que ali realmente não havia íons Al3+.
Identificação do Zn2+.
Para se identificar a presença de Zn2+ na amostra, adicionou-se uma gota da solução da amostra sobre um papel de filtro, juntamente com uma gota de NaOH diluído e solução de ditizona. Caso a resposta fosse positiva para esse íon haveria a formação de um precipitado de coloração rosa de Zn[HDz]2 com ditizona em meio alcalino[2], de acordo com a reação presente abaixo, todavia isso não ocorreu, caracterizando-se assim a ausência de Zn2+ na amostra.
Zn2+(aq) + 2 C13H12N4S(l)→Zn[HDz]2(s)
Identificação do Fe3+.
Para a identificação da possível presença deste íon na amostra, adicionou-se ao precipitado 3 gotas de HCl 6 mol/L e gotas de tiocianato de amônio 1 mol/L. O que ocorre nesse teste de identificação é a formação de um complexo vermelho intenso de [Fe(SCN)6]3-. Essa fato realmente foi observado, indicando que existia Fe3+ na amostra. A reação ocorrida neste teste é descrita abaixo:
Fe3+(aq) + 6 SCN-(aq)→ [Fe(SCN)6]3-(aq)
Identificação de Cr3+.
Uma forma de se identificar a presença deste íon na amostra é adicionando-se gotas de H2O2 em meio alcalino, gotas de álcool amílico e gotas de H2SO4.O que ocorre nesse teste é a formação de ácido percrômico que possui uma coloração azul intensa. Entretanto, não houve a mudança de coloração indicando a ausência de Cr3+ na amostra. O que ocorre pode ser ilustrado pelo conjunto de reações descrito abaixo:
2Cr3+(aq) + 6OH-(aq)	 	2Cr(OH)3(s)
2Cr(OH)3(s) + 2OH-(aq)		2Cr(OH)4-(aq)
2Cr(OH)4-(aq) + 3H2O2(l) + 2OH-(aq) 	 2CrO42-(aq) + 8H2O(l)
Cr2O72-(aq) + 3H2O2(l) + 2H+(aq)		2H2CrO6(aq) + 3H2O(l)
	
O álcool amílico torna o acido formado mais estável, já que este é instável e forma rapidamente uma coloração verde podendo desaparecer[2]. Porém, não foi observada mudança de coloração para azul, indicando que não estava presente.
Identificação de Mn2+.
Para a identificação de Mn2+ na amostra adiciona-se em um vidro de relógio algumas gotas da amostra, juntamente com e HNO3 concentrado e bismutato de sódio. Caso fosse confirmada a presença deste cátion na amostra, ocorreria a formação de uma solução púrpura de acido permangânico (HMnO4) [2] que indica então a presença de Mn2+, de acordo com a reação abaixo, todavia isso não foi observado caracterizando então a ausência deste íon na amostra. 
2Mn2+(aq) + 5 BiO3-(aq) + 14H+(aq) 2MnO4-(aq) + 5Bi3+(aq) + 7 H2O(l)
Identificação de Co2+.
Para a identificação do íon cobalto na amostra, Adiciona-se a esta algumas gotas de acido clorídrico diluído, juntamente com tiocianato de amônio e algumas gotas de álcool amílico. Caso houvesse a presença de Co2+ na amostra haveria a formação de um anel de coloração azul, localizado na porção superior da solução, referente ao íon cobaltotiocianato[2], de acordo com a reação apresentada abaixo, todavia isso não aconteceu indicando então a ausência desses íons na amostra.
Co2+(aq) + 4SCN-(aq) [Co(SCN)4]2(aq)
Identificação de Ni2+.
Para a pesquisa de Ni2+ na amostra é adicionada a esta uma com solução de acido clorídrico até dissolver o precipitado, adicionou-se algumas gotas de dimetilglioxima e então adicionou-se lentamente solução de hidróxido de amônio, sendo que este torna possível a reação que vai acontecendo a cada pingo adicionado, sendo que esta adição deve ser lenta uma vez que um excesso de base causaria a formação de um complexo amoniacal de níquel. A resposta positiva para esse íon na amostra seria a formação de um complexo insolúvel [Ni(DMG)2] de coloração vermelha [2], de acordo com a reação descrita abaixo, todavia não houve a mudança na coloração, o que indica que não existe Ni2+ na amostra.
Ni2+(aq) + 2 DMG(l) → [Ni(DMG)2] (s)
Separação e identificação dos cátions do grupo II
O sobrenadante que possivelmentecontinha cátions do grupo II foi transferido para uma cápsula de porcelana e aquecido até eliminar todo o S2-, sendo que este é proveniente de adições anteriores que possivelmente ficou retido e poderia influenciar nas etapas posteriores da analise.
 	Após isso, a solução foi transferida para um tubo de ensaio, onde adicionou-se algumas gotas de acido clorídrico concentrado e gotas de hidróxido de amônio até atingir um pH de aproximadamente 8 e depois foi acrescentado também algumas gotas de carbonato de amônio. 
Os cátions desse grupo não reagem com ácido clorídrico, sulfeto de hidrogênio e com sulfeto de amônio, mas reagem com carbonato de amônio formando precipitados brancos. O ensaio deve ser realizado em soluções neutras ou básicas por isso usa-se um pH de aproximadamente 8. [3]
O NH4OH foi utilizado, pois na presença de sais de amônio o magnésio não é precipitado, o acido clorídrico foi utilizado nessa parte pois faz com que aconteça um decréscimo na concentração de íons hidroxila, o qual não consegue alcançar o seu produto de solubilidade (Kps). Formando assim um sal solúvel de cloreto de amônia, e os íons magnésio permanecem em solução, conforme a reação abaixo:
Mg 2+(aq.) + HCl(aq.) + NH4OH(aq.) ↔ NH4Cl(aq.) + H2O(l) + Mg 2+(aq.)
Não ocorre nenhuma precipitação do magnésio devido ao deslocamento do equilíbrio estar no sentido de formação de bicarbonato, isto está relacionado com o Kps do magnésio que é elevado, e a concentração de íons carbonatos na solução não foi suficiente para gerar o precipitado. Como descrito a seguir:
NH4 +(aq.) + CO3 2-(aq.) → NH3(g) + HCO3 –(aq.)
Ao adicionar-se a solução de carbonato de amônio, e após a centrifugação da amostra ocorreu a formação de um precipitado branco o qual poderia ser proveniente dos íons Ca2+, Ba2+ e Sr2+, além do sobrenadante onde possivelmente se encontrava o íon Mg2+. Para se identificar quais deles estavam presentes de fato na amostra, foram realizadas reações especificas e estas são descritas a seguir: 
Teste da presença do magnésio no sobrenadante
Separou-se uma alíquota do sobrenadante para testar a presença de magnésio. Esse teste foi realizado acidificando o meio com ácido clorídrico, e adicionando algumas gotas da solução de fosfato dissódico e em seguida adicionando-se algumas gotas de solução de hidróxido de amônio pouco a pouco, até que o meio se tornasse alcalino. Caso se encontrasse presente na amostra íons Mg2+ haveria a formação de um precipitado branco de Mg(NH4)PO4.6H2O, indicando assim a presença de magnésio, conforme a reação abaixo[2]. Todavia na amostra não foi possível observar a formação de precipitado, comprovando assim que na solução não continha íons magnésio.
HPO4 2-(aq.) + OH- ↔ PO4 3 -(aq.) + H2O(l)
Mg 2+(aq.) + NH4 +(aq.) + PO4 3 -(aq.) + 6H2O(l) ↔ Mg(NH4)PO4.6H2O(s)
Precipitados de carbonatos
 Soluções contendo íons de Ca2+, Sr2+ ou Ba2+ quando tratadas com solução de carbonato de amônio dão origem a formação de precipitados brancos de CaCO3, SrCO3 e BaCO3 respectivamente, que quando aquecidos se tornam gradativamente cristalinos[2], isso é mostrado nas reações descritas abaixo:
Ca2+ + CO32- ↔ CaCO3(s)
Sr2+ + CO32- ↔ SrCO3(s)
Ba2+ + CO32- ↔ BaCO3(s)
Ao precipitado que teoricamente poderia conter carbonatos de cálcio, bário e estrôncio foi adicionado ácido acético pois estes se solubilizam, como mostrado nas reações descritas abaixo, o qual é uma característica do grupo dissociar-se em ácido acético. 
MCO3 (s) ↔M2+ + CO32-
CO32- + H+ ↔HCO3-
HCO3- + H+ ↔ H2CO3 ↔ H2O + CO2
Após isso verificou-se o meio para ver se estava ácido com papel tornasol, e em seguida adicionou-se solução de acetato de sódio, formando um tampão com o ácido acético deixando o pH ligeiramente ácido. Em pH muito ácido a concentração dos íons cromato não é suficiente para a precipitação completa do BaCrO4, por isso é necessário a formação de um tampão no meio, o qual será obtido a precipitação completa do cromato de bário. 
A concentração dos íons CrO42- é suficiente para que o produto de solubilidade de cromato de bário seja alcançado ( isto antes que seja atingido o produto de solubilidade do dicromato de bário). Os íons bário formam com o cromato um precipitado amarelado de cromato de bário, BaCrO4, solúveis em ácidos fortes. Os íons Ca2+ e Sr2+ não precipitam nas condições em que foi feita a reação, pois requer uma maior concentração de íons cromato para precipitar.
Para se identificar a presença dos íons Ba2+ na amostra adicionou-se dicromato de sódio, sendo que caso a resposta fosse positiva para esse íon iria ocorrer a formação de um precipitado de cromato de bário de acordo com a reação descrita abaixo. Entretanto na prática não foi possível observar a formação desse precipitado indicando assim a ausência de bário na amostra.
Sobrenadante (estrôncio e cálcio)
Ao sobrenadante que poderia conter íons de estrôncio e cálcio adicionou-se hidróxido de amônio e sulfato de amônio. O carbonato de estrôncio é menos solúvel em ácidos do que o carbonato de bário, porém o estrôncio não é solúvel em ácido sulfúrico, formando o precipitado de sulfato de estrôncio de acordo com as reações descritas abixo:
Utiliza-se o hidróxido de amônio, para deixar o meio alcalino, e utiliza-se de fonte de íons sulfato o sulfato de amônio, pois o carbonato de cálcio solubiliza em acido sulfúrico. A precipitação do sulfato de estrôncio não foi observada, caracterizando assim a ausência íons estrôncio na amostra.
Teste para presença de cálcio
 Adicionou-se ao sobrenadante que pode conter íons de cálcio, oxalato de amônio. O cálcio reagindo com oxalato forma um precipitado branco de oxalato de cálcio, o precipitado é praticamente insolúvel em ácido acético e água, mas facilmente solúvel em ácidos minerais. A importância de usar oxalato de amônio é que a solução alcalinizada pela presença de amônio serve como catalisador para a reação.
Na prática, foi possível observar a precipitação do possível oxalato de cálcio, para testar se realmente o precipitado continha íons cálcio, utilizou-se do teste da chama para a confirmação. Através deste teste de chama foi possível observar a coloração vermelho-tijolo sendo esta coloração característica do cálcio na chama pode-se concluir que havia a presença de cálcio na amostra analisada.
4. Conclusão
	Através deste experimento foi possível separar e identificar a presença de cátions do grupo II, III e IV, contidos em uma amostra de doce de leite enriquecido. Foi possível identificar e separar íon ferro e cálcio na amostra, sendo que no caso do cálcio pode-se comprovar sua presença através do teste de chama.
5. Referências Bibliográficas
[1] BACCAN, N.; ALEIXO, L. M.; STEIN, E.; GODINHO, O. E. S. Introdução a semimicroanálise qualitativa. Editora Unicamp, Campinas-SP. 7 ed., p.157-198, 1997.
[2] CARDOSO, C.A.L. Química Analítica Experimental. Apostila de Química Analítica Qualitativa. Dourados - MS. 2009, págs. 18 e 30. 
[3] VOGEL, A.I. Química Analítica Qualitativa. 5ª.ed. São Paulo: Mestre Jou,1981, pág. 305 – 314.

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