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JAQUELINE DE SOUZA FERREIRA REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL

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Rondonópolis/MT 
2017 
 
JAQUELINE DE SOUZA FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL 
 
 
 
Rondonópolis/MT 
2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
à Anhanguera Educacional, como requisito 
parcial para a obtenção do título de graduado 
em Direito. 
Orientador: Rodrigo Bonfim 
 
 
 
JAQUELINE DE SOUZA FERREIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JAQUELINE DE SOUZA FERREIRA 
 
 
 
REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
à Anhanguera Educacional, como requisito 
parcial para a obtenção do título de graduado 
em Direito. 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Aprovada em ___/___/___ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho aos meus pais, com 
todo amor e gratidão, por tudo que 
fizeram por mim ao longo de minha vida. 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço em primeiro lugar a Deus pela força e coragem durante esta longa 
caminhada. 
Agradeço também aos meus pais, por todo apoio e confiança. Mãe, seu cuidado e 
dedicação foi que deram, em vários momentos forças para seguir em frente. Pai, sua 
presença significou segurança e certeza de que não estou sozinha nessa 
caminhada. 
Agradeço aos meus amigos, pelo companheirismo, pelas alegrias, tristezas e dores 
compartilhadas. 
Agradeço a faculdade e a todos os professores do curso, que foram importantes na 
minha vida acadêmica. 
 
 
 
FERREIRA, Jaqueline Souza. Redução da Maioridade Penal. 2017. 27 folhas. 
Trabalho de Conclusão de Curso, Graduação em Direito – Faculdade Anhanguera 
Educacional, Rondonópolis-MT, 2017. 
 
RESUMO 
 
A violência em nosso país praticada por menores infratores está a cada dia mais 
ampla, os crimes são dos mais terríveis possíveis, alguns deles são sequestros, 
estupros, assassinatos, roubos. O presente trabalho tem como objetivo expor a 
discussão sobre a redução da maioridade penal no Brasil, no qual traz opiniões tanto 
a favor, como contra. A maioridade penal em nosso país hoje é fixada aos dezoitos 
anos de idade, neste caso, se uma pessoa menor de dezoito anos matar alguém, 
não há o que se falar em crime, este menor simplesmente praticou um ato infracional 
e será imposto apenas medidas socioeducativas que estão previstas no Estatuto da 
Criança e do Adolescente – (ECA), Lei 8069/90. Diante disso, o índice de 
criminalidade entre jovens de 12 a 18 anos só aumenta, e não podemos de modo 
algum aceitar que esses menores infratores continuem sendo considerados 
inimputáveis. 
Palavras-chave: Menor Infrator; Redução da Maioridade Penal; ECA – Estatuto da 
Criança de do Adolescente; Inimputável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FERREIRA, Jaqueline. Reduction of the Penal Majority. 2017. 27 sheets. Graduation 
in Law - Faculty of Anhanguera Educacional, Rondonópolis-MT, 2017. 
 
ABSTRACT 
 
Violence in our country practiced by juvenile offenders is growing every day, crimes 
are the most terrible crimes, some of them kidnapping, rape, murder, robbery. The 
present work has the objective of exposing the discussion about the reduction of the 
criminal majority in Brazil, in which it brings opinions both for and against. The 
criminal majority in our country today is fixed at eighteen years of age, in this case, if 
a person under eighteen years of age kills someone, there is nothing to talk about in 
crime, this minor simply committed an infraction and will be imposed only socio-
educational measures which are provided for in the Statute of the Child and 
Adolescent - (ECA), Law 8069/90. Faced with this, the crime rate among young 
people between 12 and 18 years only increases, and we can not in any way accept 
that these minor offenders continue to be considered inimputable. 
Key-words: Minor offender; Reduction of the Penal Majority; ECA - Statute of the 
Child of the Adolescent; inimputable. 
 
 
SUMÁRIO 
 
INTRODUÇÃO................................................................................................07 
1. MAIORIDADE PENAL................................................................................09 
1.1. IMPUTABILIDADE....................................................................................10 
1.1.1. Aferição de Imputabilidade....................................................................14 
2. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE...................................15 
3. POSSIBILIDADE E IMPOSSIBILIDADE DA REDUÇÃO DA MAIORIDADE 
PENAL DE ACORDO COM O PRINCÍPIO DA DOUTRINA...........................19 
CONCLUSÃO..................................................................................................25 
REFERÊNCIAS...............................................................................................26 
 
 
 
 
 
7 
INTRODUÇÃO 
 
A Redução Maioridade penal é um tema contemporâneo e bastante polêmico 
entre os legisladores, juristas e cidadãos brasileiros em geral. As opiniões contrárias 
e favoráveis pode abrir uma reflexão se é ou não possível à redução da maioridade 
penal no Brasil. 
Deste modo, foi feita uma análise sobre o tema a partir de uma base 
doutrinária, a qual seria a Proteção Integral da Criança e do Adolescente. Foram 
expostos, conceitos, definições e históricos que possibilitarão a noção de institutos 
jurídicos relacionados com a doutrina e a maioridade penal. Essa análise, responde 
fundamentalmente como a doutrina de proteção integral, possibilita ou não a 
redução da maioridade penal. 
A maior preocupação da população brasileira referente à violência é a 
frequente presença de menores de dezoito anos na prática dos mais terríveis delitos, 
um grande problema, pois são essas crianças e adolescentes serão os responsáveis 
pelo futuro do país. Em meio ao aumento dos crimes praticados por eles, surgiu a 
proposta de redução da maioridade penal para dezesseis anos. 
Com base na doutrina da proteção integral da criança e do adolescente foram 
levantadas duas hipóteses para contestar a possibilidade da redução da maioridade 
penal no Brasil. 
Segundo alguns doutrinadores, um jovem com 16 anos já seria capaz de 
distinguir as condutas que seriam legais e ilegais, devendo então ser 
responsabilizado pelos seus atos. 
A doutrina da proteção integral, com base na instrução da Constituição 
Federa e do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), observa que o jovem é 
ainda uma pessoa em desenvolvimento, e devem ser punidos por lei especial. 
Para chegar ao objetivo, foram analisados os seguintes pontos: os direitos 
fundamentais e os princípios que orientam e estimulam a aplicação da doutrina da 
proteção integral do direito brasileiro; as medidas socioeducativas aplicadas aos 
menores infratores no Brasil, com base no Estatuto da Criança e do Adolescente; e 
por fim verificar a possibilidade da aplicação da redução da maioridade penal com 
base na Constituição Federal de 1988 e da doutrina integral. 
 
 
 
 
8 
Devido à aflição da sociedade, quase não se discute os métodos adotados 
pelos legisladores para a redução da maioridade penal, entretanto salienta que os 
critérios adotados contribuem para caracterização da imputabilidade penal
na 
legislação pátria. Foi adotado pelo Brasil, o critério biopsicológico, onde o mesmo 
estabelece uma idade mínima como critério para analisar se o jovem possui 
capacidade de entender e determinar a conduta que foi aplicada. 
Existe a necessidade de demonstrar que a possibilidade de reduzir a 
maioridade penal implica em vários aspectos legais, que contrariam opiniões até 
mesmo de interpretes e aplicadores da lei. A análise a ser levantada pelo presente é 
de suma importância para esclarecer com base nos dispositivos legais a 
possibilidade da redução da maioridade penal e suas consequências na sociedade. 
Os meios utilizados para alcançar o objetivo, foram as leis referentes a 
Doutrina de Proteção Integral, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a 
Constituição Federal e documentos oficiais que possuem aspectos dos menores no 
Brasil. 
O método utilizado para a pesquisa foi análise documental e bibliográfica, a 
documental uma vez que a maior parte das fontes escritas foi baseada em 
investigações a partir de documentos legais, e a bibliográfica por serem estudados 
livros, artigos, matérias e publicações. 
O presente trabalho se divide em três capítulos, sendo o primeiro relativo à 
maioridade penal, e apresentando as características de imputabilidade. No segundo 
será apresentado a Doutrina da Proteção Integral, o trajeto dela na legislação 
brasileira e a efetivação através do Estatuto da Criança e do Adolescente, 
expressando as medidas de punições adequadas de acordo com o que afirma a 
doutrina. E por fim, será apresentado o contexto que analisará a possibilidade ou 
não da redução da maioridade penal com base no princípio da doutrina da proteção 
integral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
1 . MAIORIDADE PENAL 
 
Atualmente por expressa disposição no art. 27 Código Penal Brasileiro - 
(CPB) de 1940, considera-se menor e inimputável todo aquele com menos de 18 
(dezoito) anos de idade. 
O Código Civil, em consonância com o CPB/40 e a Constituição Federal de 
1988, também dispõe em seu art. 5º que a menoridade cessará aos dezoito anos, 
quando a pessoa ficará habilitada para praticar todos os atos da vida civil. Contudo, 
vale lembrar que a maioridade civil a luz do Código Civil de 1916 era fixada aos 21 
(vinte e um) anos, porém o legislador do CC/02 não enxergando mais a necessidade 
de se continuar com essa idade a diminuiu, a fixando em dezoito anos. 
A maioridade penal define a partir de qual idade o indivíduo responde pela 
violação da lei penal na condição de adulto. Os menores de dezoito anos são 
penalmente inimputáveis de acordo com o conjunto de normas jurídicas do Brasil. 
Deste modo, a Constituição Federal de 1988 disciplina em seu artigo 228 que “São 
penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da 
legislação especial”. 
Figueiredo (2002) mostra que nem sempre foi essa a idade limite fixada no 
país, dizendo que somente após o CPB de 1940 que essa idade foi fixada. E assim 
completa: 
“[...] o Código Penal de 1890 considerava inimputável o infrator até os 9 
(nove) anos de idade. Entre 9 (nove) e 14 (quatorze) anos, o infrator poderia 
ser considerado criminoso, desde que, o juiz analisasse que ao praticar a 
conduta delituosa, este agiu com discernimento. O critério utilizado para os 
menores de 1927 era bem diferente, três limites de idade eram observados: 
o infrator com 14 (quatorze) anos era considerado inimputável. De 14 
(quatorze) a 16 (dezesseis) anos de idade, o infrator ainda era considerado 
inimputável, porém instaurava-se um processo para analisar o fato com a 
possibilidade de cerceamento de liberdade. Por fim, o infrator entre 16 
(dezesseis) e 18 (dezoito) anos de idade, poderia ser considerado 
responsável, e sofrer pena. Já o assim chamado Código de Menores – Lei 
Federal 6.691 de 1979, classificou como inimputável os menores de 18 
(dezoito) anos, assim seguiu a Constituição Federal de 1988, o que não era 
garantido nas constituições anteriores, como também o Estatuto da Criança 
e do Adolescente – Lei 8.069/90.” 
 
Segundo Nucci (2009, p.301): 
“A adoção dessa idade limite, qual seja 18 (dezoito) anos, utilizou-se o 
critério puramente biológico, isto é, a lei penal criou uma presunção absoluta 
de que o menor de dezoito anos, em face do desenvolvimento mental 
incompleto, não tem condições de compreender o caráter ilícito do que faz 
ou capacidade de determinar-se de acordo com esse entendimento.” 
 
 
 
 
10 
Jesus explica (2010, p.550) que o Código prevê presunção absoluta de 
inimputabilidade: 
“Acatado o critério biológico, não é preciso que, em decorrência da 
menoridade, o menor seja “inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito 
do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. A 
menoridade (fator biológico) já é suficiente para criar a inimputabilidade: o 
Código presume de forma absoluta que o menor de dezoito anos “é 
inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato” e de determinar-se 
de acordo com esse entendimento”. A presunção não admite prova em 
contrário.” 
 
No mesmo sentido Mirabete (2008, p.214), diz: 
“No dispositivo adotou-se o critério puramente biológico (idade do autor do 
fato) não se levando em conta o desenvolvimento mental do menor, que 
não está sujeito à sanção penal ainda que plenamente capaz de entender o 
caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com esse entendimento. 
Trata-se de uma presunção absoluta de inimputabilidade que faz com que o 
menor seja considerado como tendo desenvolvimento mental incompleto em 
decorrência de um critério de política criminal.” 
 
Ressalta-se dizer do que trata essa política criminal, assim Nucci (2008, p.66) 
nos esclarece: 
“Variando do conceito de ciência, para uns, a apenas uma técnica ou um 
método de observação e análise crítica do Direito Penal, para outras, 
parece-nos que política criminal é uma maneira de raciocinar e estudar o 
Direito Penal, fazendo-o de modo crítico, voltado ao direito posto, expondo 
seus defeitos, sugerindo reformas e aperfeiçoamentos, bem como com 
vistas à criação de novos institutos jurídicos que possam satisfazer as 
finalidades primordiais de controle social desse ramo do ordenamento.” 
 
Ante esclarecimento fica declarado que todo aquele que antes de completar 
dezoito anos de idade e que cometer um crime, não poderá ser punido, haja vista, 
ser incapaz de responder por tais ilícitos, por simplesmente não ter alcançado a 
idade legal estabelecida, isto tudo, devido ao princípio biológico adotado em nosso 
CPB/40. 
 
1.1 IMPUTABILIDADE 
 
De acordo com conjunto de normas jurídicas do Brasil, os menores de dezoito 
anos são penalmente inimputáveis. A Constituição Federal de 1988 disciplina em 
seu artigo 228 que “São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, 
sujeitos às normas da legislação especial.” (BRASIL,1998) O código penal 
reproduziu o texto constitucional em seu Capítulo I, título III, artigo 27, que trata da 
imputabilidade penal referente a faixa etária. 
 
 
 
11 
A imputabilidade é a possibilidade de atribuir a um indivíduo a 
responsabilidade por uma infração. Além de estar relacionada a faixa etária, inclui 
também outros indivíduos, conforme a capacidade intelectual do agente, entretanto, 
a legislação brasileira considera inimputáveis aqueles que possuem doença mental, 
desenvolvimento mental incompleto ou retardo ou estado de embriaguez acidental. 
O ordenamento jurídico pátrio não traz a conceituação de imputabilidade, 
deste modo, é necessário compreender um pouco sobre a imputabilidade para 
alcançar o que o legislador pretendia ao determinar a maioridade penal a partir dos 
dezoito anos. Diante disso o doutrinador penalista
Fernando Capez define o conceito 
de imputabilidade da seguinte forma: 
“É a capacidade de entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de 
acordo com esse entendimento. O agente deve ter condições físicas, 
psicológicas, morais e mentais de saber que está realizando um ilícito penal. 
Mas não é só. Além dessa capacidade plena de entendimento, deve ter 
totais condições de controle sobre sua vontade. Em outras palavras 
imputável é não apenas aquele que tem capacidade de intelecção sobre o 
significado de sua conduta, mas também de comando da própria vontade, 
de acordo com esse entendimento. (CAPEZ, 2011).” 
 
O art. 26 do Código Penal (CP) brasileiro ao dispor sobre inimputabilidade por 
doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, possibilita o 
entendimento de quem seja um sujeito imputável. Dessa maneira declara: 
“Art. 26 É isento de pena o agente que, por doença mental ou 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou 
da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse entendimento.” 
 
Deste modo, Jesus (2010, p.513) nos ensina que inimputável é: 
“O agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto 
ou retardado, não possui, ao tempo da prática do fato, capacidade de 
entender o seu caráter ilícito ou de determinar-se de acordo com esse 
entendimento. Já o imputável é o sujeito mentalmente são e desenvolvido, 
capaz de entender o caráter ilícito do fato e de determinar-se de acordo com 
esse entendimento. Por conseguinte, o inimputável não comete crime.” 
 
A imputabilidade não se confunde com a responsabilidade penal, que 
corresponde às consequências jurídicas oriundas da prática de uma infração. Assim, 
responsabilidade, segundo Jesus (2010, p. 514) é: 
“A obrigação que alguém tem de arcar com as consequências jurídicas do 
crime. É o dever que tem a pessoa de prestar contas de seu ato. Ele 
depende da imputabilidade do indivíduo, pois não pode sofrer as 
consequências do fato criminoso (ser responsabilizado) senão o que tem a 
consciência de sua antijuridicidade e quer executá-lo.” 
 
 
 
 
12 
Conforme a teoria da imputabilidade moral, o homem é um ser inteligente e 
livre e por isso responsável pelos atos praticados. Inversamente, quem não tem 
esses atributos é inimputável. Sendo livre, tem condições de escolher entre o bem e 
o mal. Escolhendo uma conduta que atinge interesses jurídicos alheios, deve sofrer 
as consequências de seu comportamento. 
Imputável é a pessoa mentalmente sã e desenvolvida, que possui capacidade 
de compreender que sua conduta contraria os mandamentos da ordem jurídica. A 
imputabilidade encontra-se no momento da infração. 
Jesus(1995), define imputabilidade da seguinte forma: 
“Inimputabilidade é a incapacidade para apreciar o caráter ilícito do fato ou 
de determinar-se de acordo com essa apreciação. Se a imputabilidade 
consiste na capacidade de entender e de querer, pode estar ausente porque 
o indivíduo, por questão de idade, não alcançou determinado grau de 
desenvolvimento físico ou psíquico, ou porque existe em concreto uma 
circunstância que a exclui. Fala-se, então, em inimputabilidade. (JESUS, 
1995, p.419).” 
 
Segundo Jesus (1995, p. 420): 
“A imputabilidade é a regra; a inimputabilidade, a exceção. Todo indivíduo é 
imputável, salvo quando ocorre uma causa de exclusão. As causas de 
exclusão da imputabilidade são as seguintes: a) doença mental; b) 
desenvolvimento mental incompleto; c) desenvolvimento mental retardado; 
d) embriaguez completa, proveniente de caso fortuito ou força maior. 
Excluem, por consequência, a culpabilidade. É necessário que em virtude 
dessas deficiências não tenha capacidade de entender e de querer. A 
presença da doença mental e da incapacidade de entender é que surge a 
inimputabilidade.” 
 
Podem-se analisar as três primeiras causas no Código Penal Brasileiro de 
1940, no art. 26, e a quarta causa no art. 28, § 1º. O art. 27 afirma que os menores 
de 18 anos de idade são "penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas 
estabelecidas na legislação especial" (Estatuto da Criança e do Adolescente e leis 
complementares). 
A menoridade penal é também constituída como causa de exclusão da 
imputabilidade, encontrando-se abrangida pela expressão "desenvolvimento mental 
incompleto" (art. 26, caput). 
A imputabilidade encontra-se ao tempo da prática do fato, por exemplo, se a 
pessoa praticar o fato ao tempo em que não tinha capacidade de compreensão e de 
determinação devido à doença mental, não será considerado imputável se após a 
ocorrência readquirir a normalidade psíquica. 
 
 
 
13 
O Código Penal (1940) classifica em duas hipóteses as formas de 
imputabilidade no país, as quais são imputabilidade por doença ou desenvolvimento 
mental e imputabilidade por imaturidade natural. 
A imputabilidade por doença ou desenvolvimento mental é determinada pelo 
artigo 26 do CP, que compõe no seu caput: 
“Art. 26 - É isento de pena o agente que, por doença mental ou 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou 
da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de 
determinar-se de acordo com esse entendimento. Conforme leciona Capez 
a doença mental, assim aludida pela legislação penal, deve ser 
compreendida como perturbação mental ou psíquica de qualquer espécie, 
capaz de aniquilar ou deixar com problemas a aptidão para assimilar o 
caráter delituoso do ato ou a de conduzir a vontade de conforme esse 
entendimento. (CAPEZ, 2011, p.282).” 
O Código Penal (1940) trata ainda sobre uma forma de semi-imputabilidade, 
que também pode ser chamada de imputabilidade reduzida ou diminuída, essa 
forma pode ser encontrada em indivíduos que estão entre a normalidade e a doença 
mental. A semi-imputabilidade não significa inimputabilidade penal, pois a pessoa 
que está sob essa condição e pratica um ato ilícito terá apenas uma redução da 
pena, sem necessidade de aplicar a medida de segurança como no caso da 
imputabilidade por doença ou desenvolvimento mental. 
O dispositivo legal que se trata de semi-imputabilidade é o parágrafo único do 
artigo 26 do Código Penal (1940): 
“Art. 26, parágrafo único: A pena pode ser reduzida de 1 (um) a 2/3 (dois 
terços), se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por 
desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente 
capaz de entender o caráter ilícito do fato ou determinar-se de acordo com 
esse entendimento.” 
 
A imputabilidade por imaturidade natural encontra-se no texto do art. 27 do 
Código Penal (1940), onde expõe: “Os menores de 18 (dezoito) anos são 
penalmente inimputáveis, ficando às normas estabelecidas na legislação especial.” 
Rogério Greco(GRECO, 2015, p. 451), se pronuncia sobre a imputabilidade 
por imaturidade penal: 
“A inimputabilidade por imaturidade natural ocorre em virtude de uma 
presunção legal, em que, por questões de política criminal, entendeu o 
legislador brasileiro que os menores de 18 anos não gozam de plena 
capacidade de entendimento que lhes permita imputar a prática de um fato 
típico e ilícito. Adotou-se, portanto, o critério puramente biológico.” 
 
Existem ainda outros doutrinadores que classificam os menores de dezoito 
anos sujeitos com desenvolvimento mental incompleto, devido estarem em processo 
de crescimento e formação. No entanto, interessa saber que a imputabilidade que 
 
 
 
14 
leva em consideração a faixa etária do indivíduo é classificada por imaturidade 
natural, esta atesta que todos que tenham menos de dezoito anos são inimputáveis, 
independente da capacidade intelectual que apresenta. 
1.1.1. Aferição de Imputabilidade
A doutrina traz alguns critérios para determinação da imputabilidade penal, 
são sistemas diferentes que autorizam uma avaliação de estados e 
comportamentos, e é através deles que se identifica qual o será critério adotado pela 
legislação. Existem três teorias para identificação dos critérios, os quais são: 
biológico, psicológico, e biopsicológico. 
“O critério biológico leva em consideração apenas o desenvolvimento 
intelectual do indivíduo, se ele é portado de doença mental, 
desenvolvimento mental retardado ou incompleto ou também em estado de 
total embriaguez acidental. Mesmo assim, para que seja declarada a 
inimputabilidade há necessidade de comprovar se o indivíduo já poderia ser 
considerado inimputável no momento da ação ou omissão dos fatos. 
(GRECO, 2015, p. 450).” 
 
Segundo Capez, há uma exceção ao critério biológico no que diz respeito à 
imputação quanto à idade: 
“Foi adotado, como exceção, no caso dos menores de 18 anos, nos quais o 
desenvolvimento incompleto presume a incapacidade de entendimento e 
vontade (CP, art. 27). Pode até ser que o menor entenda perfeitamente o 
caráter criminoso do homicídio, roubo ou estupro, por exemplo, que pratica, 
mas a lei presume, ante a menoridade, que ele não sabe o que faz, 
adotando claramente o sistema biológico nessa hipótese. (CAPEZ, 2011, 
335).” 
 
Existe também o posicionamento do doutrinador Guilherme de Souza Nucci, 
que trata do critério adotado para caracterização da imputabilidade penal etária de 
forma semelhante, descrevendo: 
“Trata-se da adoção, nesse contexto, do critério puramente biológico, isto é, 
a lei penal criou uma presunção absoluta de que o menor de 18 anos, em 
face do desenvolvimento mental incompleto, não tem condições de 
compreender o caráter ilícito do que faz ou capacidade de determinar-se de 
acordo com esse entendimento. (NUCCI, 2011, p. 307).” 
 
No critério psicológico será analisada a inimputabilidade no momento da ação 
delituosa, entretanto é importante verificar a consciência no tempo da prática, se 
efetivamente não estava em condição intelectual normal e também pela forma de se 
conduzir diante da situação, ou seja, sendo capaz de escolher a maneira que poderá 
agir. 
“Assim, o critério psicológico está baseado na compreensão dos fatos pelo 
indivíduo, ou seja, basta a comprovação de que no tempo do acontecimento 
 
 
 
15 
dos fatos o agente não entendia ou almejava sua ação, a atribuição da 
imputabilidade sobre uma visão que considera especificamente a 
capacidade psicológica do agente (DOTTI, 2005, p. 412). 
Já o critério biopsicológico, ou misto, é uma junção dos critérios biológicos e 
psicológicos, esse sistema leva em consideração tanto a condição biológica 
do indivíduo, como também a condição psicológica através da sua 
capacidade de compreensão do fato ilícito. O indivíduo para ser inimputável 
deverá no tempo da ação ou omissão do ato ilícito, apresentar alguma 
doença mental, alguma falha ou incompleto desenvolvimento mental, bem 
como não compreender ou diferenciar a ilicitude do ato. (DOTTI, 2005, p. 
412).” 
 
No mesmo sentido, Rogério Sanches Cunha (2015) explica o critério 
biopsicológico da seguinte maneira: 
“Sob a perspectiva biopsicológica, considera-se inimputável aquele que, em 
razão de sua condição mental (por doença mental ou desenvolvimento 
mental incompleto ou retardado), era, ao tempo da conduta, inteiramente 
incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo 
com esse entendimento. (CUNHA, 2015, p. 278).” 
 
 Observando os critérios para aferição da imputabilidade, é possível verificar 
tomando por base os artigos 26 caput e 27 do Código Penal (1940) que o direito 
brasileiro utiliza o critério misto. 
 
2. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – (ECA) LEI 8.069/90 
 
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) é o conjunto de normas 
do ordenamento jurídico brasileiro, o qual tem como objetivo a proteção integral 
da criança e do adolescente, aplicando medidas e expedindo encaminhamentos 
para o juiz. É o marco legal e regulatório dos direitos humanos de crianças e 
adolescentes. 
O ECA em sua Lei 8.069/90 dispõe sobre a proteção integral à criança e ao 
adolescente. Salienta que para efeitos desta Lei, em seu art. 2º é considerado 
criança, a pessoa até 12 (doze) anos de idade incompletos, e adolescentes aquela 
entre 12 (doze) e 18 (dezoito) anos de idade. 
O ECA/90 cita ser o menor, uma pessoa incapaz de entender o caráter ilícito 
de suas condutas, em razão de acreditar que esses menores não possuem o 
desenvolvimento mental para entenderem os atos criminosos que possam vir a 
praticar. 
São atribuídos às crianças e aos adolescentes como para qualquer outra 
pessoa às leis deste país todos os direitos e garantias fundamentais distintas à 
 
 
 
16 
pessoa humana, sem qualquer prejuízo da proteção integrada enfatizada pelo 
ECA/90. 
“Conforme pressupõe o art. 4º do ECA/90 é dever da família, da 
comunidade, da sociedade em geral e do Poder Público assegurar, com 
absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à 
alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, profissionalização, à cultura, 
à dignidade, ao respeito, à liberdade e a convivência familiar e comunitária.” 
 
Deste modo, a família conjuntamente com o Poder Público e a sociedade tem 
a responsabilidade de contribuir para que todas as crianças do país possam ter seus 
direitos e garantias protegidos. Entretanto, esses direitos e garantias estão somente 
fixados e garantidos no papel. 
Diante de tanta violência praticada é visível o abandono destes menores, 
primeiro pela própria família em segundo pelo Poder Público, e por fim pela própria 
sociedade que sofre com essa criminalidade imensa. 
De acordo com o ECA em seu art. 103, verifica-se: “Considera-se ato 
infracional a conduta descrita como crime ou contravenção penal”. 
Um exemplo de benevolência é se, por exemplo, quando um menor disparar 
tiros conta outra pessoa, e consequentemente esta perder sua vida, ao menor não 
poderá ser atribuído à prática de crime, e sim a prática de um ato infracional, 
aplicando então medidas socioeducativas, previstas no ECA/90. Agora caso um 
maior de dezoito anos cometa a mesma conduta, este sim ira ter cometido um crime, 
onde fica sujeito a pena prevista no art. 121 do CPB/84: 
“Art. 121. Matar alguém: 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.” 
 
Dizer que os jovens de hoje não possuem consciência, é fechar os olhos para 
a cruel realidade. Lembrando ainda que os maiores de dezoito anos tiram vantagem 
do descuido do legislador ECA e aproveitam para induzir os menores a dar início a 
vida do crime, o que ocorre muito cedo, de encontro com as drogas, armas, 
prostituição, e o mais tentador que é dinheiro fácil, “sem esforço”. 
Afinal de contas, qual criança e adolescente não gostaria de ter uma roupa de 
marca, celular, videogame, entre outros objetos que o capitalismo nos instiga a 
consumir todos os dias. Tudo isso custa dinheiro, e a realidade é que o país está em 
fase de desenvolvimento, onde a igualdade é um desejo muito distante, e é 
 
 
 
17 
exatamente a vida no crime que que traz satisfação, alegria e contentamento para 
esses jovens. 
No entanto, jamais poderemos confundir pobreza com falta de caráter, e falta 
de oportunidades com criminalidade, até porque isto iria significar que existe 
somente menores infratores pobres e sem oportunidades, o que não é verdade. Pois 
são crianças e adolescentes de todas as classes sociais. 
O art. 104 do ECA traz essa proteção, ao prever que “são penalmente 
inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às medidas previstas nesta Lei”. 
O parágrafo único cita que: 
“Parágrafo
único: para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do 
adolescente à data do fato”. 
Diante disso, o ECA acredita que se o menor infrator praticar qualquer ato 
delituoso, este não ficará impune, prevendo então para que quando houver a prática 
desses atos infracionais, serão aplicadas as medidas socioeducativas, as quais 
variam entre seis. 
O ECA organiza as medidas socioeducativas que acredita ser capaz de 
controlar a prática de ator infracionais e posteriormente fazer com que as crianças e 
adolescentes fiquem longe do crime. Em seu art. 112 descreve as medidas 
socioeducativas: 
“Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente 
poderá aplicar ao adolescente as seguintes medidas: 
I - advertência; 
II - obrigação de reparar o dano; 
III - prestação de serviços à comunidade; 
IV - liberdade assistida; 
V - inserção em regime de semiliberdade; 
VI - internação em estabelecimento educacional;” 
 
Sobre advertência dispõe o art. 115: 
“Art. 115. A advertência consistirá em admoestação verbal, que será reduzida 
a termo e assinada.” 
Agora a medida socioeducativa de reparar o dano pode ser encontrada no art. 
116: 
“Art. 116. Em se tratando de ato infracional com reflexos patrimoniais, a 
autoridade poderá determinar, se for o caso, que o adolescente restitua a 
coisa, promova o ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o 
prejuízo da vítima. 
Parágrafo único. Havendo manifesta impossibilidade, a medida poderá ser 
substituída por outra adequada.” 
 
 
 
18 
 A medida de prestação de serviços à comunidade elencada no art. 117 
prevê: 
“Art. 117. A prestação de serviços comunitários consiste na realização de 
tarefas gratuitas de interesse geral, por período não excedente a seis 
meses, junto a entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros 
estabelecimentos congêneres, bem como em programas comunitários ou 
governamentais. 
Parágrafo único. As tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do 
adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada máxima de oito horas 
semanais, aos sábados, domingos e feriados ou em dias úteis, de modo a 
não prejudicar a frequência à escola ou à jornada normal de trabalho.” 
A medida da liberdade assistida conforme se verifica no art. 118 será: 
Art. 118. A liberdade assistida será adotada sempre que se afigurar a 
medida mais adequada para o fim de acompanhar, auxiliar e orientar o 
adolescente. 
§ 1º A autoridade designará pessoa capacitada para acompanhar o caso, a 
qual poderá ser recomendada por entidade ou programa de atendimento. 
§ 2º A liberdade assistida será fixada pelo prazo mínimo de seis meses, 
podendo a qualquer tempo ser prorrogada, revogada ou substituída por 
outra medida, ouvido o orientador, o Ministério Público e o defensor. 
Ao orientador devidamente acompanhado pela supervisão da autoridade 
competente, cabe promover socialmente o adolescente e sua família, orientando e 
caso tenha necessidade insira-os em programa oficial ou comunitário de auxílio e 
assistência social; supervisionar o rendimento escolar, fazendo até se necessário 
sua matrícula, empenhar-se no sentido da profissionalização e inserção no mercado 
de trabalho do adolescente e apresentar relatório do caso. 
A medida de inserção ao regime de semiliberdade de acordo com o art. 120: 
“Art. 120. O regime de semiliberdade pode ser determinado desde o início, 
ou como forma de transição para o meio aberto, possibilitada a realização 
de atividades externas, independentemente de autorização judicial. 
§ 1º São obrigatórias a escolarização e a profissionalização, devendo, 
sempre que possível, ser utilizados os recursos existentes na comunidade. 
§ 2º A medida não comporta prazo determinado aplicando-se, no que 
couber, as disposições relativas à internação. 
A medida de internação encontrada no art. 121: 
Art. 121. A internação constitui medida privativa da liberdade, sujeita aos 
princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de 
pessoa em desenvolvimento. 
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe 
técnica da entidade, salvo expressa determinação judicial em contrário. 
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção 
ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis 
meses. 
 
 
 
19 
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três 
anos. 
§ 4º Atingido o limite estabelecido no parágrafo anterior, o adolescente 
deverá ser liberado, colocado em regime de semiliberdade ou de liberdade 
assistida. 
§ 5º A liberação será compulsória aos vinte e um anos de idade. 
§ 6º Em qualquer hipótese a desinternação será precedida de autorização 
judicial, ouvido o Ministério Público. 
§ 7o A determinação judicial mencionada no § 1o poderá ser revista a 
qualquer tempo pela autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.594, de 
2012).” 
 
Nessa breve citação sobre as medidas socioeducativas, conclui-se a 
ineficácia de tais medidas, ao que tange a repressão da prática de ilícitos. A solução 
a curto prazo para reter o aumento da criminalidade juvenil passa pela adoção de 
medidas mais repressivas, especialmente a redução da maioridade penal. 
Fica evidente que, diante dessas medidas socioeducativas o menor infrator é 
levado a acreditar que o crime compensa, visto que, se cometer algum crime, o 
máximo que poderá acontecer é a medida de internação por 3 (três) anos, ou seja 
praticamente impune. 
Nucci (2009, p.302) diz: 
“O menor de dezoito anos já não é o mesmo do início do século, não 
merecendo continuar sendo tratado como uma pessoa que não tem noção 
do caráter ilícito do que faz ou deixa de fazer, sem poder conduzir-se de 
acordo com esse entendimento.” 
 
É correto afirmar que uma das maiores causas do crescimento de infrações 
cometidas pelos menores é a condição social. A falta de oportunidades, o acesso à 
educação, não somente dos menores, como também de suas famílias, pelo fato de 
não encontrar outra saída, ou também por vontade própria entram no mundo do 
crime e se acomodam. 
É clara a desigualdade no país, mas isso não justifica que a pessoa pobre 
tenha que seguir no caminho da criminalidade. 
Lenza (2011, p1.118) dispõe: 
“...A sociedade evoluiu e, atualmente, uma pessoa com 16 anos de idade 
tem total consciência de seus atos, tanto é que exerce os direitos de 
cidadania, podendo propor ação popular e votar. Portanto, em nosso 
entender, eventual PEC que reduza a maioridade penal de 18 pra 16 anos é 
totalmente constitucional. O limite de 16 anos já está sendo utilizado e é 
fundamentado no parâmetro de exercício do direito de votar e à luz da 
razoabilidade e maturidade do ser humano.” 
 
A sociedade precisa de políticas públicas de educação, emprego e trabalho, 
capazes de prestar o assistencialismo antes desses menores de corromperem, 
 
 
 
20 
evitando-se assim que a cada dia mais e mais vítimas do sistema percam suas 
vidas, ou tirem vida de inocentes. 
 
3. POSSIBILIDADE E IMPOSSIBILIDADE DA REDUÇÃO DA MAIORIDADE 
PENAL DE ACORDO COM O PRINCÍPIO DA DOUTRINA 
 
A inimputabilidade penal recebeu tratamento constitucional, pela primeira vez, 
com a promulgação da Constituição Federal de 1988. Anteriormente, a matéria era 
tratada somente pela legislação penal. O artigo 228 refere que são penalmente 
inimputáveis os menores de 18 anos, sujeitos às normas de legislação especial. 
(MASSON,2015). 
Contudo, a possibilidade de redução da idade de imputação penal do sujeito 
foi debatida nos meios sociais e jurídicos do país, onde foi levantada uma hipótese 
que a partir da redução da maioridade penal, também diminuiria a criminalidade 
entre os jovens. 
Para Liberati (2000),
a inimputabilidade abaixo dos dezoito anos de idade, 
retoma-se uma discussão, onde implica várias opiniões. No qual uns defendem que 
a maioridade tem que ser reduzida para dezesseis anos, e outros defendem que 
deve ser conservada a inimputabilidade abaixo dos dezoito anos, devido a formação 
psíquica do jovem. 
Alguns defensores da redução da maioridade penal creem que seria uma 
solução e auxilio na luta contra a criminalidade, da violência e delinquência juvenil. A 
redução é necessária, tendo em vista que a criminalidade aumenta cada dia mais. 
Deste modo, com o objetivo de agradar uma grande parte da população diante das 
reivindicações, a redução da maioridade foi considerada uma “saída”, pois os 
menores estariam sujeitos as penas previstas no Código Penal. 
Quando o assunto chegou ao Congresso Nacional, vários projetos de 
Emendas à Constituição tramitaram na Casa Legislativa com o objetivo de reduzir a 
maioridade penal do indivíduo para dezesseis ou até mesmo quatorze anos de 
idade, bem como aumento da internação. 
Se tratando de uma matéria constitucional, especificamente no art. 228 da CF 
que se refere a maioridade penal, a redução da maioridade somente seria possível 
através de emenda constitucional. Deste modo, o art. 60 da CF traz as condições 
para emenda à Constituição (BRASIL, 1988): 
 
 
 
21 
Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: 
 I -de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do 
Senado Federal; 
 II -do Presidente da República; 
III -de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da 
Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus 
membros 
 
Neste mesmo artigo a Constituição estabelece uma limitação que deve ser 
analisada para formação de emendas, pois, existe algumas matérias que não podem 
ser objeto de decisão por meio de emendas constitucionais. 
O art. 60 da Magna Carta, no 4º parágrafo, define que para formação de 
emendas constitucionais deve ser analisado o Art. 60 da CF: “A Constituição poderá 
ser emendada mediante proposta: [...] § 4º Não será objeto de deliberação a 
proposta de emenda tendente a abolir: [...] VI -os direitos e garantias individuais 
(Brasil 1988)”. O texto trata-se das chamadas Cláusulas Pétreas, que limitam o 
poder reformador constituinte. 
Estão previstos no art. 5º da CF os direitos e garantias, mas, de acordo com a 
determinação do parágrafo § 2º do mesmo artigo, os direito e garantias declarados 
nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios 
adotados por ela, ou dos tratados internacionais nos quais a República Federativa 
do Brasil seja parte, podendo então, estarem postos em outros artigos. 
Neste sentido, o art. 228, pode ser considerado a garantia e o direito dos 
menores, de acordo com o que disciplina a Doutrina de Proteção Integral. 
Entretanto, fica claro que os direitos e garantias individuais, não devem ser objetos 
de emendas, se restringir direitos e garantias. 
Diante disso Bastos e Martins recomendam (BASTOS; MARTINS,1999; p. 413): 
“Os direitos e garantias individuais conformam uma norma pétrea. Não são 
eles apenas os que estão no artigo 5º, mas, como determina o § 2o do 
mesmo artigo, incluem outros que se espalham pelo Texto Constitucional e 
19 outros que decorrem de implicitude inequívoca.” 
 
Nathália Masson (2015), reforça sobre as emendas Constitucionais referentes 
as Cláusulas Pétreas: 
Vale lembrar que as cláusulas pétreas poderão, obviamente, ser objeto 
válido de emendas constitucionais quando estas possuírem o intuito de 
ampliar ou sofisticar os assuntos relacionados no § 4°, do art. 60, CF/88. 
[...], uma emenda pode sim ter por objeto direitos individuais (ou qualquer 
outra cláusula pétrea), desde que não tenha a pretensão de abolir ou 
reduzir o núcleo essencial do tema. (Masson, 2015 p. 127) 
 
Considerando que o menor de dezoito anos possui um direito fundamental – 
sendo, irrevogável – que não permite o envolvimento, como réu, em quaisquer tipos 
 
 
 
22 
de ações criminais, processos esses nos quais o respeito devido à sua condição de 
hipossuficiência é colocada em apreciação. Por se tratar de um direito fundamental 
de natureza individual, a sua modificação, por emenda ou não é expressamente 
vedada (LIBERATI, 2000). 
Para Piovesan (2001): 
“As propostas de alterações da idade penal, além de violar cláusula pétrea, 
ofende regras internacionais de proteção dos direitos humanos, que o 
Estado brasileiro firmou compromisso para cumprir, ainda, com fulcro no 
artigo 5º, parágrafo 2º da Constituição, os direitos circunstanciados em 
tratados internacionais de proteção dos direitos humanos somam-se aos 
direitos nacionais. (PIOVISAN, 2001; p. 76-77).” 
 
Deste modo, entende-se que as propostas de emendas à Constituição para 
reduzir a maioridade penal, desconsidera as regras constitucionais, além dos 
tratados internacionais incorporados pelo Brasil, no momento em que sujeitar que as 
crianças e adolescentes tem absoluta prioridade, na condição especial de sujeito de 
direitos e garantias. 
Sendo assim, pode ser constatada que além de ser considerada cláusula 
pétrea, não sendo possível a alteração via Emenda Constitucional, o art.228 cria 
outra problemática, o Brasil faz parte da Convenção Internacional dos Direitos da 
Criança onde disciplina que o menor será inimputável, deste modo, o parágrafo 2º 
dos art. 5º da CF/88 determina que serão também considerados direitos e garantias 
individuais, os que forem estabelecidos em tratados e convenções internacionais em 
que o Brasil seja parte. 
Desta forma, caso o Brasil ainda faça parte das convenções internacionais 
que tratam dos direitos e das crianças e adolescentes, pela regra da Constituição, 
não atingiria a possibilidade de alteração da idade penal mínima levando em 
consideração aos acordos firmados sobre direitos e garantias decorrentes de 
tratados internacionais. 
Contudo, existe doutrinadores que possuem opiniões opostas sobre a 
possibilidade constitucional da redução. O jurista Pedro Lenza (LENZA, 2012, p. 
1228) determina: 
Embora parte da doutrina assim entenda, a nossa posição é no sentido de 
ser perfeitamente possível a redução de 18 para 16 anos, uma vez que 
apenas não se admite a proposta de emenda (PEC) tendente a abolir direito 
e garantia individual. Isso não significa, como já interpretou o STF, que a 
matéria não possa ser modificada. Reduzindo a maioridade penal de 18 
para 16 anos, o direito à inimputabilidade, visto como garantia fundamental, 
não deixará de existir. A sociedade evoluiu, e, atualmente, uma pessoa com 
16 anos de idade tem total consciência de seus atos, tanto é que exerce os 
 
 
 
23 
direitos de cidadania, podendo propor a ação popular e votar. Portanto, em 
nosso entender, eventual PEC que reduza a maioridade penal de 18 para 
16 anos é totalmente constitucional. O limite de 16 anos já está sendo 
utilizado e é fundamentado no parâmetro do exercício do direito de votar e à 
luz da razoabilidade e maturidade do ser humano. 
Mesmo com apontamento de doutrinadores a favor da redução da 
maioridade, salienta-se que o foco do mesmo não é questionar a partir da 
capacidade do menor de entender ou não os atos que pratica, e sim as questões 
que dominam o ordenamento jurídico pátrio. 
É correto afirmar que inimputabilidade penal antes dos 18 anos é uma 
disposição jurídica subjetiva, pois foi consolidada e firmada através do art. 60, § 4º, 
inciso IV, da Constituição. Isto é, por meio das informações expostas, a 
impossibilidade jurídica da redução da maioridade é manifestada através do próprio 
texto constitucional que distinguiu a doutrina da proteção integral nos artigos 227 e
228. 
Souza Junior (SOUZA JUNIOR, 2001) interpreta que: 
"A garantia do artigo 228 da Constituição, que expressamente estabelece a 
idade penal aos 18 anos, abriga uma cláusula pétrea, e qualquer atentado a ela 
constituirá fraude constitucional". 
Para Souza Junior (2001, p. 104): 
Toda esta construção permite alicerçar o raciocínio em torno do caráter de 
garantia fundamental da inimputabilidade do menor de 18 anos. 
Evidentemente, não há ingenuidade nessa postura hermenêutica que 
impeça reconhecer os fatores de atualização de enunciados normativos sob 
50 impulso de transformações sociais e que se possam se acolher ao abrigo 
de mudanças constituintes, sob pena dos assaltos corrosivos. A 
intocabilidade do núcleo essencial do direito à inimputabilidade penal antes 
dos 18 anos, por meio de revisão ou de emenda, ainda que reconheça que 
a subjetividade aí inscrita não pode ser a priori e definitivamente fixada. 
 
A Constituição Federal de 1988 que também é conhecida como Constituição 
Cidadã, obteve avanços inseridos no ordenamento jurídico qual seja o resultado de 
conquistas sociais que defendem a integralidade dos direitos a todos, sem nenhuma 
distinção, tanto para crianças como adolescentes. Lembrando ainda que os atos 
infracionais praticados por menores, são punidos por meio de medidas adequadas 
considerando as condições dos menores, e a maioridade penal seria uma retrocesso 
dos direitos e garantias já considerados para as crianças e adolescentes. 
Assim Bitencourt (BITENCOURT, 2012): 
“Além das informações legais sobre o assunto, ressalta-se que propostas 
que reduzem a imputabilidade penal de 18 para 16 anos, permitirão a 
aplicação de penas aos menores infratores da mesma forma de um adulto, 
o que se consideraria um tratamento irregular de acordo o ato infracional, 
 
 
 
24 
pois ao analisarmos tal questão, as penas seriam cumpridas igualmente e 
no mesmo local, o que seria inadequado”. 
 
Pelo motivo do menor ser considerado uma pessoa em desenvolvimento, 
devem ser retiradas qualquer possibilidade de cumprimento de pena junto de adultos 
infratores, além disso, devem ter locais próprios para execução das penas, para que 
seja propicio ao menor o tratamento ressocializador e de uma forma individualizada. 
Deste modo, as medidas socioeducativas tem um papel essencial, pois, efetiva a 
aplicação das punições aos menores e também assegura os direitos e garantias 
defendias da doutrina de proteção integral. 
A redução da maioridade, não deve ser só observada por um aspecto, é 
necessário avaliar os impactos que decorrerão delas para que tenha grandes 
mudanças. É necessário gerar análises psicológicas, criminais, sociais, prisionais e 
também diversos estudos para que seja adotada uma medida correta, para suprir 
necessidades coletivas e assegurar os direitos dos indivíduos. 
 
Liberati (LIBERATI,2006 p. 135) diz: 
Se houver uma reforma da Constituição no art. 228, onde trata da idade 
mínima de imputabilidade penal seria um retrocesso dos direitos 
fundamentais e 51 uma afronta ao que disciplina o art. 1º do ECA que trata 
sobre a doutrina da proteção integral, esta medida tem caráter imediatista, 
onde o principal intuito é o de dar uma resposta a sociedade, sem ter uma 
análise aprofundada dos efeitos que essa mudança ocasionaria na prática 
 
Diante disso, exige-se, que para admitir a redução da maioridade penal, 
competências e honestidade de propósitos, aspectos nada comuns no tratamento do 
atual sistema penitenciário nacional, onde levam o receio de sustentar a tese de que 
não adotariam por completo as responsabilidade penais, sendo essas diminuídas, 
não acrescentando estabelecimentos adequados, exclusivos para os menores, com 
estrutura funcional diferenciada, contrariando as doutrinas de proteção integral, onde 
delimitam o menos como alguém em desenvolvimento, necessitado de espaços que 
estabeleçam medidas apropriadas, visando as particularidades desse público. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
CONCLUSÃO 
 
 
O presente trabalho teve como objetivo o estudo da possível redução da 
maioridade penal de acordo com o Princípio da Doutrina da Proteção Integral. Para 
isto foi necessário fazer uma contextualização do tema para se delimitar o objeto de 
estudo. 
Primeiro foi feita uma abordagem acerca da maioridade, fazendo uma 
consideração preliminar sobre a imputabilidade penal, onde foram apresentados os 
aspectos jurídicos e doutrinários que permitem uma melhor explicação do que é a 
maioridade penal no ordenamento jurídico pátrio. Foram também apresentadas duas 
formas de imputação existentes, sendo imputabilidade por doença mental e 
imputabilidade por imaturidade natural. Após isto foram expostos os critérios 
adotados pela legislação para aferição da imputabilidade no Brasil, o ordenamento 
adotou o critério Biopsicológico, mas além disso, foram expostos outros critérios 
existentes. 
Logo após, fez-se uma análise ao Estatuto da Criança e do Adolescente 
(ECA) Lei 8.069/90 a qual dispõe sobre a proteção integral dos mesmos. Foram 
apresentadas as medidas de punições as quais são essenciais, pois, por meio delas 
são efetivadas as punições dos menores infratores, de forma adequada, sempre 
respeitando a condição do menor e suas peculiaridades, e com o objetivo de educar 
e ressocializar. 
E por fim, sem pretensão de esgotar o tema, o qual merece aprofundamento 
em nível de pós-graduação, concluiu-se através de análise a possibilidade ou não da 
redução da maioridade penal de acordo com a doutrina da proteção integral, 
principalmente pela ótica legal e constitucional da abordagem do tema. 
A intenção deste trabalho não foi retirar nem diminuir a proteção aos jovens 
do país, e sim trazer reflexão para o tema, de uma forma que a redução da 
maioridade penal seja vista não somente como uma solução para o fim da 
criminalidade, mas também como uma medida necessária para a adaptação das 
legislações frente ao amadurecimento dos jovens. 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
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