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PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE ENSINO
RELIGIOSO PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA (6ª e 7ª anos)
PARANÁ
2016
SUMÁRIO
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR (PPC) DA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA (6ª E 7ª ANOS)........................................................................................................................02
1. Apresentação da disciplina.................................................................................02
1.1. O ensino religioso no estado do paraná..............................................................05
2. Objetivos gerais da disciplina.............................................................................08
3. Justificativa...........................................................................................................08
4. Conteúdos da disciplina de ensino religioso....................................................09
4.1. Conteúdos estruturantes.....................................................................................09
4.2. Conteúdos básicos para 6ª e 7ª séries/anos.......................................................09
4.2.1. Conteúdos básicos para 5ª série/6ªano...........................................................09
4.2.1.1 organizações religiosas (1º bimestre)............................................................09
4.2.1.2. Lugares sagrados (2º bimestre)....................................................................09
4.2.1.3. Textos sagrados: orais e escritos (3º bimestre)............................................10
4.2.1.4. Símbolos religiosos (4º bimestre)..................................................................10
4.2.2. Conteúdos básicos para 6ª série/ 7ªano..........................................................12
4.2.2.1. Temporalidade sagrada (1º bimestre)...........................................................12
4.2.2.2. Festas religiosas (2º bimestre)...............................................................13
4.2.2.3. Ritos (3º bimestre).........................................................................................13
4.2.2.4. Vida e morte (4º bimestre).............................................................................14
5. Metodologia..........................................................................................................15
6. Avaliação...............................................................................................................15
Referência bibliográfica...........................................................................................16
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR (PPC) DA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA (6ª E 7ª ANOS)
Professor responsável pela elaboração do documento:
Laerte Aparecido de Camargo
1. APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA 
	A disciplina de Ensino Religioso na Educação Básica de Ensino, já tem um marco importante na história, e de grande conquista entre estes períodos. Assim como nos mostra a Diretrizes Curriculares da Educação Básica do Paraná “há muito tempo a disciplina de Ensino Religioso participa dos currículos escolares no Brasil e, em cada período histórico, assumiu diferentes características pedagógicas e legais” (PARANÀ, 2008, p. 38).
	Desde a colonização nota-se que a religião é promotora de educação e fundamenta-se nos princípios Católicos, considerando que os jesuítas pertenciam a uma ordem religiosa. Neste contexto, até então, “não seja possível em falar em política públicas para a educação e também numa disciplina denominada de Ensino Religioso” (PARANÀ, 2008, p. 38). Pois a primeira forma de inclusão dos temas religiosos na educação brasileira, que se perpetuou até 1891, ou seja, até a Constituição da República, assim como afirma a Diretrizes do Ensino Religioso: pode ser identificada nas atividades de evangelização promovidas pela companhia de Jesus e outras instituições religiosas de confissão católica” (PARANÀ, 2008, p. 38). 
	O período imperial todo continua sob o mesmo modelo, sendo a Igreja Católica Apostólica Romana proclamada religião oficial do império. Somente com a proclamação da República, onde e separada a igreja do estado, iniciam os debates sobre a nova postura educacional de relação com o sagrado, até então puramente confessional. Como esclarece a Diretrizes:
Com o advento da república, contudo, e do ideal positivista de separação entre Estado e Igreja, todas as instituições e assuntos de ordem pública e consequentemente a educação do povo foram incumbidos da tarefa de se reestruturar de acordo com o critério de laicidade interpretada no sentido de neutralidade religiosa. Assim, surgiu, entre os defensores da república, o impulso de dissolver o modelo de educação baseado na catequese religiosa (PARANÀ, 2008, p. 38). 
	Percebe-se, um manifesto contra o modelo de educação confessional por parte dos republicanos. A partir daí “iniciou-se um período de intensa luta entre os defensores da manutenção do ensino confessional e os partidários do princípios republicano de educação laica” (PARANÀ, 2008, p. 38-39). 
	A partir daí, temos um antagonismo entre as duas posições (uma de ideia laica e outra confessional) sobre a educação, do ensino da religião nas escolas. A diretrizes relata que “Em 1934, o Estado Novo procurou pôr fim a esta querela com a introdução da disciplina de ensino Religioso os currículos da educação pública, salvaguardando o direito individual de liberdade de credo” (PARANÀ, 2008, p. 39). O Estado Novo para atender tanto as demandas republicanas (laica) quanto as demandas confessionais, ele apresentou, em forma de lei, “uma proposta de ensino da temática religiosa que, por um lado, garantisse a existência de uma disciplina desse teor na educação pública e que, por outro lado, mantivesse um caráter facultativo para os estudantes não católicos”. Desta forma, este contexto, é representado em forma de lei, o qual foi descrito no artigo 153 da Constituição da Era Varga, onde trata do Ensino Religioso, que diz o seguinte:
O ensino religioso será de frequência facultativa e ministrado de acordo com os princípios da confissão religiosa do aluno manifestada pelos pais ou responsáveis e constituirá matéria dos horários nas escolas públicas primárias, secundárias, profissionais e normais (BRASIL, 1934, art. 153).
 
	Essa orientação posto como lei do Ensino Religioso, mesmo tendo alguns reajustes nas leis da constituição durante por algum tempo (até 1996), ocorria na prática a não manifestação de uma postura de respeito às liberdades religiosas, pois “aquele que não pertencia à religião hegemônica, frequentando ou não as aulas de Ensino Religioso, não tinha o privilégio de ter sua religião contemplada na educação pública” (PARANÀ, 2008, p. 39). Neste caso, acontecia “a abertura exclusiva do espaço público para a religião dominante e a consequente exclusão das religiões minoritárias do quadro da educação” (PARANÀ, 2008, p. 39). A religião dominante naquele período, assim como anteriormente e até hoje, abordava unicamente a doutrina cristã. 
	No entanto, “a possibilidade de um Ensino Religioso aconfessional e público só se concretizou legalmente na redação da Lei de Diretrizes e bases da Educação nacional de 1996 e sua respectiva correção, em 1997, pela Lei 9.475” (PARANÀ, 2008, p. 40). Assim, de acordo com o artigo 33 da LDBN, o Ensino Religioso recebeu a seguinte caracterização: 
 Art. 33. O ensino religioso, de matrícula facultativa, é parte integrante da formação básica do cidadão e constitui disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental, assegurado o respeito à diversidade cultural religiosa do Brasil, vedadas quaisquer formas de proselitismo. 
§ 1º Os sistemas de ensino regulamentarão os procedimentos para a definição dos conteúdos do ensino religioso e estabelecerão as normas para a habilitação e admissão dos professores. 
§ 2º Os sistemasde ensino ouvirão entidade civil, constituída pelas diferentes denominações religiosas, para a definição dos conteúdos do ensino religioso. 
Art. 34. A jornada escolar no ensino fundamental incluirá pelo menos quatro horas de trabalho efetivo em sala de aula, sendo progressivamente ampliado o período de permanência na escola.
§ 1º São ressalvados os casos do ensino noturno e das formas alternativas de organização autorizadas nesta Lei.
§ 2º O ensino fundamental será ministrado progressivamente em tempo integral, a critério dos sistemas de ensino. (BRASIL, 1996, art. 33)
 	
Está manifestação pelo Ensino Religioso nas escolas públicas, segunda a Diretrizes do Paraná, a qual ressalta sua impressão de que “pela primeira vez na história da inclusão dos temas religiosos na educação brasileira, foi proposto um modelo laico e pluralista com a intenção de impedir qualquer forma de prática catequética nas escolas públicas” (PARANÀ, 2008, p. 41). 
Nota-se portanto, que na maioria das vezes, ensino religioso se realiza como o ensino de uma religião, não levando em consideração, por exemplo, o respeito às diversas culturas dos diferentes povos que aqui chegaram e formaram o povo brasileiro. Exemplo claro, o negro, tendo que esconder sua religião dando origem ao sincretismo; o protestante, sem voz, durante quase todo o tempo da história. Somente nos anos 90 iniciam-se novos debates em torno da problemática.
	Vale ressaltar aqui, que com a promulgação da nova LDBEN no. 9394/96, o ensino religioso é proposto dentro da carga horária normal do ensino, porém sem ônus para os cofres públicos. Mais tarde, após a luta da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) e do CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristas), foi alterado o texto original, LEI 9475/97, onde o Ensino Religioso passa a ser não-confessional, em horários normais, com ônus para os cofres públicos.
1.1. O ENSINO RELIGIOSO NO ESTADO DO PARANÁ 
Para viabilizar a proposta do Ensino Religioso no Paraná, a Associação Interconfessional de Curitiba (Assintec) formada por um grupo ecumênico, se preocupou em elaborar material pedagógico e cursos de formação continuada. Um desses “foi Programa Nacional de Tele Educação (Prontel) em 1972, propôs a instituição do Ensino Religioso radiofonizado nas escolas municipais” (PARANÁ, 2008, p. 41). A Secretaria de Estado da Educação SEED e a Assintec aceitaram a Prontel, com parecer favorável do Conselho Estadual da Educação. “Em 1973, foi firmado um convênio entre a a SEED e a ASSINTEC, com a proposta de implementar um Ensino Religioso Interconfessional nas escolas públicas de Curitiba” (PARANÁ, 2008, p. 41). No mesmo, a SEED designou a ASSINTEC “como intermediária entre a Secretaria e os Núcleos Regionais de Educação; foi instituído o Serviço de Ensino Religioso para orientar a proposta curricular da disciplina” (PARANÁ, 2008, p. 41). 
No entanto, “em 1976, pela resolução nº 754/76, foram autorizados cursos de atualização religiosa em quatorze municípios do Estado, com o apoio da Associação das Escolas Católicas (AEC)” (PARANÁ, 2008, p. 41-42). Neste Mesmo ano, foi disponibilizado aos professores um conjunto de apostilas intituladas “Crescerem em Cristo”. Em 1981, surgiu o projeto “Diga sim” como forma de ampliar a formação e favorecer a preparação dos temas a serem trabalhados. Também houve o I Simpósio de Educação Religiosa no CETEPAR, onde se levantou a necessidade de contribuir com as discussões realizadas na Constituinte e garantir um novo espaço para a Educação Religiosa na legislação brasileira. Já em 1987,
“Teve início o curso de especialização em Pedagogia Religiosa, com carga horária de 360 h/a, numa parceria SEED, ASSINTEC e PUC/PR, voltado à formação de professores interessados em ministrar aulas de Ensino Religioso. Durante o desenvolvimento do curso, ficou evidenciada a preocupação com a formação do professor para a pluralidade religiosa” (PARANÁ, 2008, p. 42). 
As discussões iniciadas na Constituinte foram intensificadas com a promulgação da Constituição de 1988, por meio da organização de um movimento nacional para garantir o Ensino Religioso como disciplina escolar. Em 1992, foi publicado um caderno para o Ensino Religioso seguindo os moldes do Currículo Básico, elaborado pela ASSINTEC com a colaboração da SEED, dessa forma, mais uma vez se esvazia o papel do Estado em relação ao Ensino Religioso, a responsabilidade das tradições religiosas distanciando ainda mais das demais disciplinas do currículo, a Assintec que definia orientações para a oferta do Ensino Religioso nas escolas, em conformidade com a Resolução SEED n.6.856/93. Com a nova LDBEN 9.394/96, perde a validade essa resolução.
Novas discussões para mudanças no artigo 33 da LDBEN 9.394/96, onde três propostas foram apresentadas para mudança nesse artigo; A exclusão do texto” sem ônus para os cofres públicos” a segunda indicava que o Ensino Religioso fosse parte da formação básica do cidadão, a terceira solicitava-se o caráter laico para o Ensino
Religioso.
Houve um enfraquecimento da disciplina de Ensino Religioso no Paraná em 1995 à 2002, ficou restrita apenas onde havia professor efetivo da disciplina. Em 1997, foi publicado o PCN de Ensino Religioso. 
Em 2002 o Conselho Estadual de Educação do Paraná aprovou a deliberação 03/02, que regulamentou o Ensino Religioso nas escolas públicas do Sistema Estadual de Ensino do Paraná. O estado com a responsabilidade sobre a oferta e organização curricular da disciplina, envolvem os professores que ministravam as aulas de Ensino Religioso em num processo de formação continuada. “Por meio de Encontros, Simpósios, Grupos de Estudos e DEB Itinerante – eventos realizados de 2004 a 2008” (PARANÁ, 2008, p. 44). Essas discussões serviu para elaboração das Diretrizes Curriculares. Em 2006, o Conselho Estadual de Educação aprova Deliberação 01/06, que institui novos encaminhamentos para o Ensino Religioso no Sistema Estadual de Ensino do Paraná. Em que destacam entre outros avanços a partir dessa deliberação, na qual consta na Diretrizes Curriculares do Ensino Religioso do Paraná: 
• O repensar do objeto de estudo da disciplina;
• O compromisso com a formação continuada dos docentes;
• A consideração da diversidade religiosa no Estado frente à superação das tradicionais aulas de religião;
• A necessidade do diálogo e do estudo na escola sobre as diferentes leituras do Sagrado na sociedade;
• O ensino da disciplina em cuja base se reconhece a expressão das diferentes manifestações culturais e religiosas. (PARANÁ, 2008, p. 45)
Nessa perspectiva a SEED sustentou um longo processo de discussão que resultou na primeira versão das Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso, em fevereiro de 2006. “O resultado final, mas não conclusivo, deste processo é a proposta de implementação de um Ensino Religioso laico e de Forte caráter escolar” (PARANÁ, 2008, p. 45).
	De acordo com que foi apresentado, questionamos a seguinte premissa: como deve ser a aula de Ensino religioso nas escolas públicas? Para tanto, é necessário que tenhamos uma proposta que venha de encontro aos anseios da diversidade cultural brasileira, numa postura que contemple a compreensão do fenômeno religioso como forma de garantir ao educando a cidadania plena, respeitando a diversidade de saberes e crenças, prevenindo e combatendo a intolerância religiosa, inclusive no que diz respeito a religiões minoritárias e a cultos afro-brasileiros, bem como refletir e entender como os grupos sociais se constituem culturalmente e como se relaciona com o sagrado e assim compreender suas trajetórias, suas manifestações no espaço escolar estabelecendo relações entre culturas e os espaços por elas produzidas, para que no entendimento destes elementos o educando possa elaborar o seu saber, e assim, entender a diversidade de nossa cultura marcada pela religiosidade.
No conteúdo abordado pelo Ensino Religioso, há preocupação com a constituição do “sagrado”, no processo histórico, buscando a concretizaçãode simbologias e espaços, criando assim, as tradições. Nessa perspectiva, o sagrado norteará todo o currículo de Ensino Religioso, através da materialidade fenomênica do sagrado, através dos sentidos (paisagem religiosa) de sua lógica simbólica e através das escrituras sagradas. Até porque, “O Sagrado no Ensino Religioso demostram que é possível organizar conhecimento básicos sobre o assunto para ampliar as oportunidades de desenvolvimento humano” (BIACA, 2008, p. 4). 
Nesse intuito, nossa proposta deverá promover a cooperação inter-religiosa permanente e cotidiana, para erradicar a violência de motivação religiosa e criar a cultura de justiça e paz, condição elementar em qualquer sociedade democrática. Pois, “é preciso esclarecer que o Ensino Religioso não pretende ser nenhuma experiência de fé mas que precisa existir em sua própria razão de ser, sob o fundamento do conhecimento” (BIACA, 2008, p. 4). 	 
2. OBJETIVOS GERAIS DA DISCIPLINA
	Construir parâmetros éticos, de respeito aos direitos humanos, visando o homem em coletividade e na sua individualidade estabelecendo diálogos com diferentes formas de pensamento, ouvindo e expressando conhecimentos da diversidade de concepções religiosas, de forma a compreender o fenômeno religioso como manifestação humana de todos os tipos de sociedade, valorizando a cultura e a diversidade de tradições, ritos, símbolos, livros sagrados e valores, dentro de uma crítica, visando a construção da cultura da paz.
Conhecendo as diferentes manifestações do sagrado e a compreensão do mesmo como cerne da experiência religiosa nos diversos grupos sociais. 
3. JUSTIFICATIVA
A disciplina de Ensino Religioso na escola tem como objetivo orientar uma prática de ensino voltada para a superação do preconceito religioso, como também, desprender-se do seu histórico confessional catequético para a construção e consolidação do respeito à diversidade cultural e religiosa, contribuindo para superar desigualdades étnico-religiosas para garantir o direito Constitucional de liberdade de crença e expressão e, por consequência, o direito a liberdade individual e política.	 
	Os conteúdos trabalhados nas aulas, de Ensino Religioso privilegia o estudo das diferentes manifestações do Sagrado no coletivo, a partir da concepção prevista na legislação e nas novas Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso para o Ensino Fundamental.
4. CONTEÚDOS DA DISCIPLINA DE ENSINO RELIGIOSO 
4.1. CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
	Para a disciplina de Ensino Religioso, três são os conteúdos estruturante, a saber:
● Paisagem Religiosa 
● Universo Simbólico Religioso 
● Textos Sagrados 
	“Tais conteúdos não devem ser abordados isoladamente, pois são referências que se relacionam intensamente, contribuem para a compreensão do objeto de estudo e orientam a definição dos conteúdos básicos e específicos de cada série” (PARANÁ, 2008, p. 58). 
4.2. CONTEÚDOS BÁSICOS PARA 6ª E 7ª SÉRIES/ANOS
	De acordo com que estão definidos nas Diretrizes Curriculares de Ensino Religioso, que tem como objeto de estudo o Sagrado, os conteúdos básicos apresenta-se o seguinte esquema:
4.2.1. CONTEÚDOS BÁSICOS PARA 5ª SÉRIE/6ªANO
Os conteúdos para essa série se dividem em:
1- Organizações Religiosas
2- Lugares Sagrados
3- Textos Sagrados orais e escritos 
4- Símbolos Religiosos
4.2.1.1 ORGANIZAÇÕES RELIGIOSAS (1º Bimestre)
As organizações religiosas compõem os sistemas religiosos organizados institucionalmente.
Serão tratadas como conteúdos, destacando-se as suas principais características de organização, estrutura e dinâmica social dos sistemas religiosos que expressam as diferentes formas de compreensão e de relações com o sagrado.
● Fundadores e/ou Líderes Religiosos.
● O papel do líder religioso.
● Estruturas Hierárquicas.
● Diferentes Organizações Religiosas.
● O Sagrado Feminino nas Religiões 
Exemplos de Organizações Religiosas Mundiais e Regionais: Budismo (Sidarta Gautama), Confucionismo (Confúcio), Espiritismo (Allan Kardec), Taoísmo (Lao Tsé), Judaísmo (Abraão), Cristianismo (Jesus Cristo), Islamismo (Muhammad ou Maomé), Fé Bahá’í (Bahá’u’lláh), Etc.
Inserir projetos interdisciplinares, citando:
● Boas atitudes;
● Valorização à vida, campanhas anti-drogas, da paz e meio ambiente;
● Texto sagrado;
● Tempo de agradecer.
4.2.1.2. LUGARES SAGRADOS (2º Bimestre)
Caracterização dos lugares e templos sagrados das diversas tradições religiosas: lugares de peregrinação, de reverência, de culto, de identidade, principais práticas de expressão do sagrado nestes locais e os objetos simbólicos que complementam estes ambientes.
● O lugar sagrado e a arte na religião.
● Lugares na natureza: rios, lagos, montanhas, grutas, cachoeiras, etc.
● Lugares construídos: templos, cidades sagradas, etc.
● Espaços construídos para o encontro com o sagrado (altar, santuário, templo, mesquita, sinagoga, terreiro e entre outros).
● O sagrado na arquitetura.
4.2.1.3. TEXTOS SAGRADOS: ORAIS E ESCRITOS (3º Bimestre)
Ensinamentos sagrados transmitidos de forma oral e escrita pelas diferentes culturas religiosas.
● Mitos de origem: Onde a vida começa?
● Os textos sagrados e os mitos
● Textos Antigos (como: escritas cuneiformes, hieróglifos egípcios, código de Hamurabi, Decálogo, Pergaminho, Língua sânscrita, entre outros) 
● Os diferentes textos sagrados escritos (Imagens, desenhos, pinturas, tatuagem, entre outros.)
● Literatura oral e escrita (cantos, narrativas, poemas, orações, as mandalas, etc.)
Exemplos: Vedas – Hinduísmo; Escrituras Bahá'ís - Fé Bahá'I, Tradições Orais -Africanas, Indígenas e Japonesas; Alcorão – Islamismo; Bíblia – Cristianismo; Avesta – Zoroastrismo; Torá – Judaísmo; Tripitaka – Budismo; Livros dos espiritas de Allan Kardec – Espiritismo; Tao Te Ching – Taoísmo; O Livro de Mórmon – Religião de Mórmons; Etc.
4.2.1.4. SÍMBOLOS RELIGIOSOS (4º Bimestre)
Os símbolos são linguagens que expressam sentidos, comunicam e exercem papel relevante para a vida imaginativa e para constituição das diferentes religiões no mundo. “Neste contexto, o símbolo é definido como qualquer coisa que veicule uma concepção; pode ser palavra, um som, um gesto, um ritual, um sonho, uma obra de arte, uma notação matemática, cores, textos e outros” (PARANÁ, 2008, p. 63).
● Símbolos nos ritos, nos mitos e no cotidiano. 
● Os símbolos comunicam
● O fogo como símbolo sagrado
● A água como símbolo sagrado
● Símbolos das religiões existentes.
Exemplos de simbologias: Preto- associa cor da morte e luto no ocidente; Branca-associa a morte no oriente; O vermelho pode simbolizar para o homem a vida, o nascimento, a morte, a paixão e o amor; Vestes (batina, veste branca nos rituais Umbanda, Kipá, véu, hijab, mantos, estola, entre outros); Objetos (cruz, rosário, escapulário, anel, chave, tambor, candelabro, Vela, entre outros ); pintura corporal – cultura indígena; Máscaras; Animais (vaca e entre outros); arte indígenas – tudo que eles criam tem uma ligação com o sagrado; aves (pomba), Plantas (flor de lótus, entre outros); textos sagrados; Rituais; quatro elementos (água, terra, ar e fogo); etc. 
4.2.2. CONTEÚDOS BÁSICOS PARA 6ª SÉRIE/ 7ªANO
Os conteúdos para essa série se dividem em:
1- Temporalidade Sagrada;
2- Festas Religiosas;
3- Ritos;
4- Vida e Morte.
4.2.2.1 TEMPORALIDADE SAGRADA (1º Bimestre)
O que diferencia o tempo sagrado do tempo profano é a falta de homogeneidade e continuidade. Enquanto o homem em sua vida profana experimenta a passagem do tempo, em que, basicamente, um momento é igual ao outro, na vida religiosa, o homem experimenta momentos qualitativamente diferentes. Os momentos das atividades ordinárias como o trabalho, a alimentação e o estudo são – apesar da possibilidade de serem sacralizados –, de maneira geral, semelhantes e podem seguramente ser substituídos uns pelos outros. O tempo da revelação do sagrado constitui, por outro lado, o momento privilegiado em queo humano se liga ao divino. (PARANÁ, 2008, 63).
● Temporalidade sagrada: tempo sagrado e tempo profano.
● Religião e Mitologias.
● Temporalidade indígena.
● Temporalidade judaica.
● Temporalidade budista.
● Temporalidade Maia.
●Temporalidade Cristã.
● Tempo sagrado e os calendários.
● Calendário – Sistema de medição do Tempo (Tempo cíclico e Tempo linear)
● Calendários – Maia, Mulçumano, ano litúrgico católico, chinês, indígena, judaica, budista, etc. 
● Momentos/datas/eventos importantes ligados ao tempo sagrado nas Tradições Religiosas.
4.2.2.2. FESTAS RELIGIOSAS (2º Bimestre)
São os eventos organizados pelos diferentes grupos religiosos, com objetivos diversos: confraternização, rememoração dos símbolos, períodos ou datas importantes.
● Festas sagradas.
● O calendário e as festas religiosas.
● Festas religiosas no Brasil (Toré, Festa de Iemanjá, Círio de Nazaré, Marcha para Jesus, Hana Matsuri, Lavação das escadarias, etc).
● Festas e peregrinação (Muro das lamentações, peregrinação à Meca, Roma, Jerusalém, Jordânia, Cisjordânia, Nossa Senhora Aparecida, Festa de Nossa Senhora do Rocio em Paranaguá, etc) 
● Festas familiares, festas nos templos, datas comemorativas.
● Festas no Brasil (Carnaval, Festa do Boi-bumbá, Cavalhada, Folia de Reis, etc.).
● Festas nas diversas tradições Religiosas:
Exemplos: Festa do Dente Sagrado (Budismo), Ramadã (Islâmica), Kuarup (indígena), Festa de Iemanjá (Afro-brasileira), Pessach (Judaísmo), Natal (Cristianismo), Kumbha Mela (Hinduísmo), Etc.
4.2.2.3. RITOS (3º Bimestre)
São práticas celebrativas das tradições/manifestações religiosas, formadas por um conjunto de rituais. Podem ser compreendidos como a recapitulação de um acontecimento sagrado anterior, é imitação, serve à memória e à preservação da identidade de diferentes tradições/manifestações religiosas e também podem remeter a possibilidade futuras a partir de transformações contemporâneas.
● Rituais nas tradições religiosas.
● A música nas tradições religiosas.
● Alimentos sagrados nos rituais.
● As vestes e objetos nos rituais sagrados (túnica, batina, estola, maracá, cálice, atabaque, bacia, pia batismal, vela, entre outros).
● Vivenciando os ritos (tipos de ritos).
● Ritos de passagem (batismo, casamento, eucaristia ou primeira comunhão; formaturas, etc).
● Ritos Mortuários.
● Propiciatórios
● Rito e magia.
● Os diferentes rituais
Exemplos: Dança (Xire) – Candomblé; Kiki (kaingang - ritual fúnebre); Via Sacra - católica; Festejo índigena de colheita; A dança do bate-pau na etnia Terena; ritual Kuarup; culto aos orixás – tradição Afro-Brasileiras; Roda da cura; Pajelança; etc.
4.2.2.4. VIDA E MORTE (4º Bimestre)
As religiões procuram dar explicações aos seus adeptos para a vida além da morte, as respostas elaboradas para vida além da morte nas diversas tradições e manifestações religiosas e sua relação com o sagrado podem ser trabalhadas sob as seguintes interpretações: (PARANÁ, 2008, p.65)
● O sentido da vida nas tradições/manifestações religiosas;
● A ciência e a religião explicam a origem da vida;
● As diversas formas de ver a morte;
● As diversas formas de entender a vida e morte: reencarnação, ressurreição, ancestralidade e niilismo;
● Como algumas religiões entendem a vida e a morte;
● mitos afro-brasileiros e indígenas narram a morte;
● Os rituais de enterro;
● Outras interpretações.
Inserir projetos interdisciplinares como:
● Projeto solidário: Conservação do patrimônio público;
● Projeto anti-drogas, paz e meio ambiente.
● Projeto Cultura Afro
● Projeto Cultura Indígena
● Leituras referentes aos temas da Bioética e direito a vida.
5. METODOLOGIA 
O Ensino Religioso no sentido de contribuir para a formação da cidadania, como toda disciplina escolar, tem uma prática docente metodológica própria.
Numa visão pedagógica e holística, o educando conhecerá ao longo do Ensino Fundamental os elementos básicos que compõem o fenômeno religioso, para que possa entender melhor a sua busca de Transcendente.
No Ensino Religioso não se pode afirmar haver receitas prontas, fórmulas, métodos prontos e definitivos, pois estaríamos desconsiderando diversas variáveis que, num movimento cíclico entre sociedade-escola, se constituem.
Logo, as práticas pedagógicas desenvolvidas em Ensino Religioso em sala de aula, serão no sentido de fomentar o respeito às diversas manifestações religiosas, ampliando e valorizando o universo cultural dos alunos, com articulação de conteúdo, diálogo, sensibilidade à pluralidade, mediar conflitos e também atenção especial aos alunos com necessidades especiais, na inclusão social.
6. AVALIAÇÃO
Em Ensino Religioso é necessário destacar que os procedimentos avaliativos não tem a mesma orientação que a maioria das disciplinas no que se refere a atribuição de notas ou de conceitos. Não se constitui objeto de reprovação, mas não deixa de ser importante no processo educativo.
Posso identificar, por exemplo, através de ações em que medida o aluno:
● Respeita a pluralidade religiosa;
● Aceita as diferenças;
● Expressa relação harmoniosa em sala de aula, com os colegas;
● É atencioso com os alunos que tenham necessidades especiais, os da inclusão;
● Participar com prazer de todas as atividades propostas, tais como: textos, debates, teatro, música, questionamentos, registro formal do conteúdo apresentado, dramatizações, relatórios e apresentações nas celebrações culturais da escola, durante o ano.
	Além disso, a avaliação permitirá à escola e ao professor uma referência do grau de aprendizagem e obtenção de consciência dos conteúdos por parte do aluno, denunciando a necessidade ou não de uma retomada dos conteúdos, bem como um discernimento das causas do índice negativo e suas necessárias reformulações.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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