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1 Fosforilação Oxidativa Estude com a gente! www.biologiatotal.com.br A oxidação da glicose, ácidos graxos e aminoácidos levam à produção de acetil-CoA. Essa oxidação leva a uma pequena produção de ATP, onde a maior parte da energia é conservada na forma de coenzimas reduzidas. Assim, as células aeróbias produzem a maior parte do seu ATP, utilizando a oxidação dessas coenzimas pelo oxigênio. Essa síntese de ATP é chamada de fosforilação oxidativa. É a partir da oxidação dessas coenzimas que as células sintetizam o ATP. A oxidação dessas coenzimas libera uma grande quantidade de energia que ocorre ao final do processo com a transferência de elétrons para o oxigênio. O oxigênio ao receber esses elétrons forma a água. A transferência de elétrons para o oxigênio ocorre em etapas. Dessa maneira, ocorre a transformação de energia contida nas coenzimas, reduzidas em um gradiente de prótons que será utilizado pelas células para sintetizar grandes quantidades de ATP. Essas transferências de elétrons ocorrem através de uma maquinaria específica conhecida como cadeia transportadora de elétrons. Os componentes dessa cadeia estão em membranas e são distribuídos de acordo com o seu potencial de redução. Os elétrons irão sair da coenzima reduzida para uma parte desses componentes da cadeia, que possuem o potencial redutor maior, e vão caminhando em sequência com potenciais de redução cada vez maiores, até encontrarem o oxigênio. Ao mesmo tempo que os elétrons vão passando de cada uma para outro componente da cadeia, vai se formando um gradiente de prótons no espaço intermembranas. Ou seja, se estabelece uma concentração de prótons diferente em cada lado da membrana onde ocorre a transferência de elétrons. Essa diferença de concentração de prótons ativa uma proteína que irá sintetizar o ATP. Cadeia transportadora de elétrons A maioria desses componentes se organizam em quatro complexos enzimáticos que são chamados de I, II, III e IV. Eles atravessam a membrana interna da mitocôndria. Cada um desses complexos possui várias subunidades proteicas que estão associadas a grupos prostéticos diferentes como: flavina mononucleotídeo, FAD, centros de ferro-enxofre, grupos heme e os íons de cobre. 2 Fo sf or ila çã o Ox id at iv a Estude com a gente! www.biologiatotal.com.br A cadeia transportadora possui estruturas móveis como a coenzima Q, também conhecida como ubiquinona, que irá conectar os complexos I e II ao complexo III. Outra estrutura é o citocromo c, que irá conectar o complexo III ao complexo IV. Os grupos prostéticos irão funcionar como centros de oxirredução. O complexo I, também conhecido como NADH desidrogenase, ou ubiquinona oxirredutase, é a primeira enzima da cadeia transportadora de elétrons. A enzima irá transferir dois elétrons do NAD reduzido para a ubiquinona. Nesse momento, esse complexo transloca ou bombeia quatro prótons através da membrana interna. 40% da força próton- motriz que é gerada pela cadeia transportadora corresponde ao complexo I. Complexo I O complexo I possui seu centro redox em uma molécula de flavina mononucleotídeo (FMN) e oito centros de ferro-enxofre que estão distribuídos ao logo da sequência linear. Essa proteína contém um sítio de ligação com a ubiquinona. No complexo I, os elétrons são transferidos para a flavina mononucleotídeo e depois para os centros de ferro-enxofre e, logo após, para a ubiquinona. Durante esse processo, o complexo I transcola os prótons para o espaço intermembrana. A ubiquinona (coenzima Q) O complexo I: Ubiquinona- oxidorredutase ou NADH desidrogenase 3 Fo sf or ila çã o Ox id at iv a Estude com a gente! www.biologiatotal.com.br Complexo II O complexo II, também conhecido como succinato desidrogenase, é uma enzima que participa do ciclo de Krebs e da fosforilação oxidativa. Essa enzima catalisa a reação de oxidação de succinato a fumarato, com a redução concomitante de FAD. A oxidação de FAD ocorre acoplada a ubiquinona e essa enzima é chamada de succinato-ubiquinona oxirredutase. O complexo II possui também o heme como grupo prostético. Os elétrons são transferidos para o FAD, que irá se reduzir e posteriormente doar os elétrons para uma série de centros de ferro – enxofre. Finalmente, os elétrons são recebidos pela ubiquinona e transportados para o próximo complexo, o III. O complexo II não contribui para a formação do gradiente de prótons. O complexo II: Succinato- desidrogenase A ubiquinona constitui um “ponto de encontro” de elétrons. Os elétrons, sejam provenientes do complexo I, do complexo II, ou ainda de outras procedências, serão encaminhados para o complexo III. Localização da ubiquinona 4 Fo sf or ila çã o Ox id at iv a Estude com a gente! www.biologiatotal.com.br Complexo III O complexo III, ou citocromo bc1 ou ubiquinona-citocromo c oxirredutase, transfere os elétrons da ubiquinona ao citocromo c. Nesse complexo também ocorre a translocação de prótons para o espaço intermembrana. Os centros redox desse complexo são: citocromo b com os grupos heme, uma proteína ferro-enxofre e o citocromo c1. Durante a oxidação da ubiquinona, um elétron será transferido para a proteína com o ferro-enxofre e o outro para o citocromo b. Como esses centros só recebem elétrons quando a ubiquinona é oxidada, dois prótons são bombeados para o espaço intermembrana da mitocôndria. O complexo III apresenta dois sítios para a ligação com a ubiquinona: um próximo à superfície externa da membrana (sítio QO - outside) e outro no lado interno da membrana (sítio Qi - inside). O complexo III: Citocromo c-oxidorredutase Complexo IV No complexo IV (ou citocromo c oxidase) ocorre a transferência de elétrons do citocromo c para o oxigênio. Citocromo c 5 Fo sf or ila çã o Ox id at iv a Estude com a gente! www.biologiatotal.com.br Nesse complexo também ocorre o bombeamento de prótons para o espaço intermembrana. Seus centros redox são compostos por dois grupos heme e três íons de cobre. É na superfície externa da membrana interna da mitocôndria que os elétrons do citocromo c ganham o acesso ao complexo IV, utilizando os centros de cobre. Os elétrons vão para o heme e, depois, para outro centro de cobre e, finalmente, para o oxigênio. Ao final, o oxigênio é reduzido a duas moléculas de água. Durante a transferência de elétrons para o oxigênio, ocorre a translocação de mais um próton para o espaço intermembrana da mitocôndria. No total, quatro prótons serão bombeados para o espaço a cada ciclo. O complexo IV: Citocromo-oxidase O gradiente de prótons formado retorna para a matriz mitocondrial e, assim, essa energia é utilizada para sintetizar o ATP. A enzima responsável por sintetizar o ATP é a ATP sintase. 6 Fosforilação Oxidativa. EXERCÍCIOS. Estude com a gente! www.biologiatotal.com.br 1. (ENADE 2014) As mitocôndrias possuem dupla membrana (externa e interna) e um espaço intermembranar. A teoria quimiosmótica, introduzida por Peter Mitchell, em 1961, tem sido aceita como um dos grandes princípios unificadores da biologia no século XX, por explicar os processos de respiração celular que resultam na síntese de ATP. MARGULIS, L. Origin of Eukaryotic Celis. Yale University Press, 1970. Nessa perspectiva e de acordo com a imagem apresentada, é correto afirmar que a síntese do ATP (adenosina trifosfato), a partir da associação do grupamento fosfato (Pi) ao ADP (adenosina difosfato), depende: a) da geração do gradiente de prótons (íons H+) pela cadeia transportadora de elétrons, que ativa a ATPsoma. b) da ativação da ATPsoma, independentemente do gradiente gerado na cadeia transportadora de elétrons. c) da geração de pelo menos 10 íons H+ na cadeia transportadorade elétrons, que dá início à conversão do NADH2 em NAD+. d) de reações químicas por trocas de prótons e elétrons, que ocorrem de forma quase localizada entremolécula do NADH2 e o ADP + Pi. e) da presença da membrana mitocondrial externa, pois sem ela não haveria a formação do gradiente deelétrons (íons H+) no espaço intermembranar. 2. Porque precisamos respirar para sobreviver? 3. O que é fosforilação oxidativa (F.O.)? 4. Qual a relação do processo de FO com a via glicolítica e com o ciclo de Krebs? 5. Descreva sobre a estrutura da cadeia transportadora de elétrons e sua função. questão enade 7 EX ER CÍ CI OS Estude com a gente! www.biologiatotal.com.br 6. O que é transporte acoplado e desacoplado? Qual a importância de cada um dos tipos de transporte para a sobrevivência das células? 7. Uma proteína capaz de desacoplar o sistema transportador de elétrons irá, em um primeiro momento: a) Diminuir a síntese de ATP e diminuir a velocidade do sistema. b) Aumentar a síntese de ATP e diminuir a velocidade do sistema. c) Diminuir a síntese de ATP e aumentar a velocidade do sistema. d) Diminuir apenas a síntese de ATP. e) Não irá influenciar na resposta do sistema transportador de elétrons. 8. Que composto éo último aceptor de eletrons na cadeia respiratória? a) Oxigênio b) ATP c) Gás Carbônico d) Óxido Nitrico e) Complexo IV questão resolvida na aula 9. Transporte de elétrons e fosforilação oxidativa são o mesmo processo? Explique. 10. Cite um inibidor do complexo III. 11. Cite um inibidor do complexo IV. 8 EX ER CÍ CI OS Estude com a gente! www.biologiatotal.com.br gabarito. Resposta da Questão 1: [A] Resposta da Questão 2: Através da inspiração a molécula de oxigênio é obtida e carreada para os tecidos através das hemácias. Esse oxigênio será utilizado pelas células para sintetizar o ATP, uma biomolécula energética que desempenha papel fundamental para que a celular possa realizar trabalho. Resposta da Questão 3: Fosforilação oxidativa é o nome data para a síntese de ATP que é uma reação endergônica acoplada a reações de oxidação- redução provenientes das transferências de elétrons de componentes da cadeia transportadora de elétrons (essas reações são exergônicas). Resposta da Questão 4: Através da oxidação completa da glicose que a fosforilação do ADP em ATP pode ocorrer. Para tal, a glicose é convertida a piruvato pela via glicolítica e posteriormente esse piruvato transformado em acetil-CoA que inicia o ciclo de Krebs. Tanto na via glicolítica, mas principalmente em Krebs, coenzimas como NAD e FAD são reduzidas e podem ser utilizadas no sistema transportador de elétrons que viabilizarão finalmente a fosforilação oxidativa. Resposta da Questão 5: O sistema transportador de elétrons constitui-se de vários complexos enzimáticos que são chamados de I, II, III e IV que atravessam a membrana interna da mitocôndria. Cada um desses complexos possui várias subunidades proteicas que estão associadas a grupos prostéticos diferentes como Flavinamononucleotídeo, FAD, centros de ferro- enxofre e grupos heme, ou ainda íons de cobre. Ainda temos a presença de estruturas móveis da cadeia transportadora. Uma delas, conhecida como coenzima Q ou ainda, ubiquinona, que irá concectar os complexos I e II ao complexo III. A outra estrutura móvel é o citocromo c que irá concectar o complexo III ao complexo IV. São nesse complexos enzimáticos que a transferência de elétrons ocorre, de um componente da cadeia transportadora para o seguinte, através de reações de oxidação e redução que são termodinamicamente favoráveis. A esse sistema está acoplado uma proteína que é capaz de sintetizar o ATP, processo que necessita de energia. Assim quando os elétrons são transportados complexo a complexo, prótons são bombeados para o espaço intermembrana da mitocôndria, gerando um gradiente de prótons. Quando eles retornam para a matriz mitocondrial, o fazem pela ATP sintase (proteína que sintetiza o ATP) e liberam energia ao realizarem esse movimento. Essa energia altera a estrutura da proteína ativando-o e consequentemente sua capacidade de fosforilar o ADP em ATP. Em resumo o sistema transportador é maquinaria fundamental para que ocorra a fosforilação oxidativa. Resposta da Questão 6: O transporte desacoplado é quando a membrana interna da mitocondrial possui um proteína que faz com que os prótons do espaço intermembrana “vazem” além da ATP sintase. Esse tipo de situação desconecta a cadeia transportadora de elétrons da ATP sintase fazendo com que o sistema aumente de velocidade para compensar a dimunição de ATP sintetizado. Geralmente, a proteína desacopladora libera calor durante a passagem desses prótons e esse calor poderá ser utilizado de alguma forma para a célula ou tecido. Essas proteínas são conhecidas como UCP (Uncoupling Protein). Uma situação bem conhecida ocorre no tecido adiposo marrom de mamíferos. Resposta da Questão 7: [C] Resposta da Questão 8: [A] Resposta da Questão 9: Não. Cada um representa um parte do processo de síntese do ATP. Para a fosforilação oxidativa ocorrer ela necessita da energia favorável produzida através de seu acoplamento ao sistema transportador de elétrons. Resposta da Questão 10: O antibiótico Antimicina A. Resposta da Questão 11: Monócido de carbono. Cianeto, azida.
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