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Universidade Estadual do Norte Fluminense – Darcy Ribeiro Bioquímica II – Licenciatura em Ciências Biológicas Resumo Aula 4 – Cadeia Transportadora de Elétrons e Fosforilação Oxidativa Nas etapas iniciais desse grande ciclo, tem-se a remoção de prótons e elétrons, produção de grandes quantidades de NADH e quantidades menores de FADH2. Sendo esses dois últimos produtos redirecionamos para a cadeia transportadora de elétrons para direcionar a fosforilação oxidativa. Os elétrons nos sistemas vivos fluem sempre de uma molécula doadora para uma molécula receptora. Sendo que o fluxo de elétrons, em eucariotos, ocorre na membrana interna das mitocôndrias, sendo oxigênio o aceptor final dos elétrons. A cadeia transportadora de elétrons, que é composta por 4 complexos enzimáticos mais uma coenzima, denominada, ubiquinona, que participam do transporte de elétrons e do bombeamento de prótons, da matriz para o espaço intermembranar. Esse fluxo de elétrons para o O2 está acoplado à geração de um gradiente de prótons no espaço intermembranar da mitocôndria e esse gradiente de prótons possibilita a síntese de ATP quando os prótons voltam para a matriz. A fosforilação oxidativa é regulada pela necessidade energética das células. A membrana interna é impermeável para a entrada de NADH citosólico e por isso é necessário a ação de lançadeiras. Duas lançadeiras que podem ser destacadas são: a lançadeira de glicerol-3-fosfato e a lançadeira malato- aspartato. A lançadeira de glicerol-3-fosfato age transferindo os prótons do NAD para a ubiquinona e ela as leva para o complexo III. Já a lançadeira malato- aspartato age através do malato, oxidando e após isso reduzindo o NADH para conseguir utilizar-se dele. Para movimentarem-se dentro da cadeia, os elétrons vindos do NADH e do FADH também necessitam de suporte, e para isso, utilizam das moléculas transportadoras de elétrons, que são divididas em quatro tipos: flavoproteínas, ubiquinona, citocromos e proteínas ferro-enxofre. As flavoproteínas apresentam um nucleotídeo flavina (FAD ou FMN) como grupo prostético fortemente ligado, as vezes de forma covalente. A ubiquinona é lipossolúvel, pequena, e difunde-se livremente na membrana, aceitando 1 ou 2 elétrons e é considerada muito importante no acoplamento do fluxo de elétrons com o movimento de prótons. Em relação aos citocromos, existem 3 classes de citocromos mitocondriais: a, b, c. Pode-se destacar a classe c, que apresenta subtipos: um solúvel, que fica no espaço intermembranar e outros que são partes integrais de proteínas de membrana. Já em relação as proteínas ferro-enxofre são as reações de transferência de um elétron, nas quais um dos átomos de ferro é oxidado ou reduzido. Para determinar a ordem dos carreadores, e se entender como funciona a cadeia, foram utilizados rotenona, antimicina A, cianeto e monóxido de carbono, inibidores de fluxo de elétrons que permitiram a dedução da sequência completa. Os carreadores de elétrons funcionam dentro de complexos multienzimáticos e esses complexos podem ser isolados experimentalmente. Aprofundando-se nos complexos individualmente, começa-se no Complexo I, chamado Complexo I - NADH Desidrogenase ou NADH: ubiquinona oxirredutase, este catalisa dois processos simultâneos acoplados: 1) a transferência exergônica de um hidreto do NADH em um H+ da matriz para a ubiquinona e 2) a transferência endergônica de 4 H+ para o espaço entre membranas da mitocôndria. Este complexo é uma bomba de prótons cuja energia vem da transferência de elétrons e a reação catalisada é vetorial. No Complexo II, chamado Complexo II - Succinato desidrogenase os elétrons passam do succinato para o FAD, daí para um proteína ferro-enxofre e então para a ubiquinona (vale lembrar que a ubiquinona recebe elétrons de vários lugares: NADH da matriz, do ciclo do ácido cítrico, da glicólise, da degradação de ácidos graxos). No complexo III, chamado Complexo III - Complexo citocromo bc1, este transfere elétrons da ubiquinona para o citocromo c e transporta H+ vetorialmente. E no complexo IV, chamado Complexo IV - Citocromo oxidase é o passo final da cadeia respiratória. Ele é responsável por carrear elétrons do Citocromo C para o oxigênio. Para cada 4 elétrons passando pelo complexo, a enzima utiliza 4 H+ como "substrato" para, junto com o oxigênio, formar água. Além de, assim como o Complexo I, usar a energia da reação redox para bombear um próton para fora do elétron passado. Quanto aos íons H+ acumulados no espaço intermembranar formam um gradiente que possui muita energia potencial, chamada força próton-motriz, que será empregada na síntese de ATP. Essa força possui dois componentes importantes: 1) a energia química potencial e a 2) energia elétrica potencial. E essa força próton-motriz nos leva ao modelo quimiosmótico, que é a ideia de "osmose química". A energia liberada pelo modelo quimiosmótico alimenta a ATP sintase que é responsável por sintetizar o ATP. Esse possui dois domínios funcionais, o F0 e o F1. Esses domínios funcionais são mecanismos muito complexos que possuem subunidades, que serão as responsáveis pela síntese do ATP em si. Existe ainda as mitocôndrias desacopladas que têm a função de produzir calor e estão presentes no tecido adiposo marrom na maioria de mamíferos recém-nascidos ou que hibernam.
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