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Problema 1: Uma roda de , essencialmente um aro fino de de raio, está girando em torno de seu eixo de simetria a . Ela precisa ser parada em . (a) Qual o trabalho necessário para fazê-la parar? (b) Qual a potência média necessária? Solução: Do Teorema do Trabalho – Energia Cinética aplicado ao corpo rígido, temos onde é a energia cinética de spin (energia cinética de rotação em relação ao centro de massa) e ∫ ⃗ ⃗⃗⃗ é o trabalho total do torque externo no intervalo [ ]. Como a roda gira em torno de seu eixo de simetria, temos , onde é seu momento de inércia em relação ao eixo de rotação e é sua rapidez angular. a) De , o trabalho necessário para que a roda pare será onde é a rapidez angular inicial da roda. Como a roda pode ser aproximada por um aro de raio e massa , seu momento de inércia será dado por . Então, o trabalho total do torque externo será ( ) b) A potência média será Princípios e Fenômenos da Mecânica – 2012.2 Escola de Ciências e Tecnologia – UFRN GABARITO DOS PROBLEMAS DA AULA 24 Problema 2: O virabrequim de um automóvel transfere energia do motor para o eixo a uma taxa de ( ) quando gira a . Qual é o torque (em unidades do SI) exercido pelo virabrequim? Solução: A taxa com que a energia cinética de spin varia é dada por ⃗⃗⃗ ⃗ onde ⃗⃗⃗ é a velocidade angular e ⃗ é o torque externo total em relação ao centro de massa. Como a roda gira em torno de um eixo (principal) fixo, temos ⃗⃗⃗ ̂ e ⃗⃗ ̂, com ̂ Então, ⃗ ⃗⃗ ̇ ̂ ̂ onde é a componente de ⃗ na direção de ̂. Usando esses resultados em , temos ⃗⃗⃗ ⃗ No presente caso, ̇ é exatamente a potência transferida ao virabrequim pelo motor de modo que o torque exercido pelo virabrequim é, de , Problema 3: Um goleiro bate um “tiro de meta”, imprimindo uma rotação inicial à bola. Supondo que a única força externa sobre a bola é a força peso, qual a variação em sua rapidez angular de spin até ela atingir o solo? Solução: Como se deseja saber apenas a variação da rapidez angular , podemos considerar a energia cinética de rotação da bola, dada por , sendo é seu momento de inércia. Na última equação consideramos que a bola gira em torno de um de seus eixos principais, ou ainda que a bola é uma esfera perfeita. Como a força peso não realiza torque em relação ao centro de massa, temos (da equação ) Logo, se apenas a força peso atuar na bola, sua rapidez angular de spin permanece constante durante todo o movimento. Problema 4: Um taco atinge uma bola de sinuca horizontalmente em um ponto a uma distância acima do centro da bola. Determine o valor de para o qual a bola rolará, sem deslizar, desde o início. Escreva sua resposta em termos do raio da bola. Solução: Como ilustrado na figura, após ser atingida com o taco a bola irá girar no sentido horário em relação a um eixo perpendicular ao plano e que passa pelo centro de massa. Logo, no sistema de eixos dados, podemos escrever o vetor velocidade angular como ⃗⃗⃗ ̂ O sinal negativo vem do fato de que a rotação é feita no sentido horário quando “vista de cima”. Admitindo que a bola seja uma esfera homogênea, o eixo de rotação será um eixo principal, de modo que o momento angular ⃗⃗ em relação ao centro de massa será dado por ⃗⃗ ⃗⃗⃗ ̂ 𝒋 𝒊 ⃗ ⃗ onde é o momento de inércia em relação ao eixo de rotação que passa pelo centro de massa. Pela Segunda Lei de Newton para rotações, podemos escrever ⃗⃗ ⃗ onde ⃗ é o torque externo total em relação ao centro de massa. No momento do impacto do taco, as forças que atuam no sistema são a força peso ⃗⃗ que atua no centro de massa, a força normal ⃗⃗ que a tua no ponto e a força ⃗⃗ produzida pelo taco que atua no ponto . Logo, o torque externo total em relação ao centro de massa é dado por ⃗ ⃗ ⃗⃗ ⃗ ⃗⃗ ( ) ⃗ ̂ Combinando , e , temos ( ̂) ̇ ̂ ̂ onde fizemos ̇. Por outro lado, pela Segunda Lei de Newton para a translação de um sistema de partículas, temos ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ Como o movimento do centro de massa ocorre apenas na direção horizontal, temos ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ e ⃗⃗ , de modo que a equação se resume a Usando o vínculo de que a bola rola sem deslizar, temos ainda que Combinado as equações , e , teremos enfim Problema 5: O sistema da figura é solto do repouso quando o bloco de está a acima da prateleira. A polia é um disco uniforme de com um raio de . Justo antes de o bloco de atingir a prateleira, determine Solução: Consideremos o diagrama de corpo livre para cada bloco e para a polia, como mostrado na figura. As forças que atuam sobre o bloco de massa são a força peso ⃗⃗ (exercida pela Terra) a força de tração ⃗⃗ (exercida pelo fio). Sobre o bloco de massa atuam a força peso ⃗⃗ (exercida pela Terra) a força de tração ⃗⃗ (exercida pelo fio). Finalmente, sobre a polia de massa atuam a força peso ⃗⃗ (exercida pela Terra) as forças de tração ⃗⃗ e ⃗⃗ (exercidas pelo fio) de a força de contato ⃗⃗ exercida pelo teto onde está presa a polia. Como os blocos apenas realizam um movimento de translação (não possuem rotação em relação ao centro de massa) o Teorema do Trabalho – Energia Cinética aplicado a eles fornece onde é a rapidez do bloco , é o trabalho da força peso ⃗⃗ , é o trabalho da força de tração ⃗⃗ e equivalentemente para o bloco na equação . Nas equações anteriores também consideramos que os blocos partem do repouso, de maneira que suas energias cinéticas iniciais são nulas. a) sua rapidez b) a rapidez angular da polia e c) a tensão nos fios. Obs.: Suponha que o fio seja ideal e que não deslize na polia. ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ 𝒋 𝒊 Já no caso da polia, seu centro de massa permanece fixo, de modo que sua energia cinética de translação é nula durante todo o movimento. Contudo, como ela gira em relação ao seu centro de massa, possui energia cinética rotacional, e o Teorema do Trabalho – Energia Cinética aplicado a ela toma a forma onde é o momento de inércia da polia em relação ao eixo perpendicular (principal) que passa pelo centro de massa, é a rapidez angular de rotação, é o trabalho do torque produzido por ⃗⃗ e é o trabalho do torque produzido por ⃗⃗ . Note que as forças ⃗⃗ e ⃗⃗ não irão contribuir porque elas estão sobre a linha que passapelo centro de massa. Em usamos também o fato de que a rapidez angular inicial da polia é nula. Como o fio é ideal, temos | ⃗⃗ | | ⃗⃗ | | ⃗⃗ | | ⃗⃗ | No sistema de eixos considerado, poderemos então escrever ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗⃗ ̂ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗⃗ ⃗ ⃗ onde ⃗ e ⃗ são os deslocamentos dos blocos 1 e 2, respectivamente. Os trabalhos das forças sobre os blocos serão ⃗⃗ ⃗ ⃗⃗ ⃗ ⃗⃗ ⃗ ⃗⃗ ⃗ onde admitimos que e são constantes. Os torques sobre a polia serão ⃗ ⃗ ⃗⃗ ̂ ⃗ ⃗ ⃗⃗ ̂ Então, o trabalho total sobre a polia será ∫ ⃗ ⃗ ⃗⃗⃗ ∫ onde é a duração do movimento e é o arco total percorrido pela polia durante . Como a corda não desliza na polia, os vínculos devem ser satisfeitos. Usando esses vínculos em e , e usando , as equações a tomam a forma, a) Somando com e combinando o resultado com , teremos √ √ b) A rapidez angular pode ser obtida usando-se : c) De , temos ( ) ( ) De , temos ( ) ( ) Note que , mesmo em se tratando de um fio ideal. Essa diferença se deve ao fato de que a polia não é ideal e, portanto, é necessário um torque para fazê- la girar; é a diferença entre e que provê esse torque, como se pode inferir de .
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