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Sistemas agroflorestais no Semiárido Brasileiro

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ 
CAMPUS CINOBELINA ELVAS – BOM JESUS (PI) 
DISCIPLINA: EXTENSÃO RURAL 
DOCENTE: PROF° MSC. CAIO DE MENESES CABRAL 
 
 
 
 
 
 
 
Sistemas agroflorestais no Semiárido Brasileiro: Estratégias para o 
Combate à Desertificação e Enfrentamento às Mudanças Climáticas 
 
 
 
 
Discente: 
Lucas de Souza Barros 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BOM JESUS – PI 
 Novembro - 2017 
Introdução 
 A convivência com o Semiárido, precisa de várias regras de adaptações 
para que se possa ter uma vida melhor, onde ainda muitas famílias que tem 
restrições ao acesso à terra. Essa região biogeográfica, que abriga a caatinga, 
bioma que só existe no Brasil, e caracterizado por um período anual de estiagem, 
onde com um período curto de chuvas que acontecem de forma intercalada que 
muda a paisagem neste período do ano, onde mostra uma forma mais 
esbranquiçada em função as quedas de folhas das arvores e dos troncos 
cobertos por cascas ressecadas. Vale mostra que a planta tem essas 
adaptações onde perde as folhas para evita a perda de agua e ter uma vida até 
o próximo período de chuvas. 
A caatinga é extremamente grande e engloba todos estados do Nordeste 
e o norte de Minas Gerais. Apresenta várias formas de vida nesse local, onde 
abriga nesse bioma, 178 espécies de mamíferos, 591 de aves, 177 de repteis, 
79 de anfíbios, 241 de peixes e 221 de abelhas. Aproximadamente de 27 milhões 
de pessoas moram na região, onde muitos dessas pessoas precisam do bioma 
para sobreviver. 
Com os períodos de seca mais prolongados, onde as chuvas não são 
distribuídas certamente e diminuição do volume de chuva anuais, o aumento da 
temperatura dentre outros fatores vem ocasionando a destruição da caatinga. 
Nos últimos anos as famílias que ali abitam vêm trazendo novas formas 
de produção de alimento nessas localidades, onde que com essa atividade é 
possível proteger o Bioma. Essas atividades veem melhorando a produção e 
mostrando um melhor desenvolvimento para a região, onde essas famílias foram 
esquecidas pelas políticas de fomento e crescimento. 
Tendo o apoio do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (FNMC), 
Ministério do Meio Ambiente (MMA), o Centro Sabiá e o Centro de Assessoria e 
Apoio aos Trabalhadores e Instituições Não Governamentais (Caatinga) onde 
fizeram um levantamento das famílias da localidade para que houvesse um 
melhor controle do que ia ser trabalhado na região. 
 
Metodologia do Tralho 
 Foram escolhidos um grupo de 15 famílias das diversas áreas de 
semiáridos da região de Pernambuco. As famílias foram selecionadas com 
características similares com os sistemas de produção de cada uma, com a 
presença de Sistema Agroflorestais (SAFs), como formas adotadas para 
conviver com a escassez de das chuvas. 
 As dimensões e aspectos do sistema produtivo forma de modo de 
perguntas nas quais era visado saber quais as características conferem o 
sistema a possibilidade de conviver com poucas e a incerteza climática. Outro 
aspecto foi caracterizar os benefícios promovidos pelos os Sistema 
Agroflorestais implantados pelas famílias. 
 Foram instaladas 38 parcelas de 700 m2 (20 por 35 m) nas 15 localidades 
dos SAFs avaliados, os centros das parcelas foram georreferenciados com 
receptor GPS de navegação. Posteriormente, na literatura cientifica foram 
identificados os nomes científicos das espécies e famílias para a realização da 
análise fitossociológica. 
Contexto Das Mudanças Climáticas E Desertificação 
 
 As mudanças, ocasionadas, principalmente, pela emissão e acúmulo dos 
chamados gases de efeito estufa na atmosfera e pelo desmatamento, vêm 
trazendo consequências desafiadoras para humanidade. Em especial na região 
do Semiárido brasileiro os desafios representados pelo aumento da temperatura 
global são ainda maiores, pois, devido as características, o bioma Caatinga é um 
dos mais vulneráveis ás mudanças no clima, tudo isso por causa do processo de 
desertificação, onde estão localizadas as Áreas Susceptíveis à Desertificação 
(ASDs) do País, que abrange uma grande área onde se encontra 11 estados e 
mora por volta de 39 milhões de pessoas. 
 Estes dois fatores – aumento gradativo da temperatura do planeta e 
práticas de manejo inadequadas às características do – bioma – geram 
degradação ambiental acelerada e, consequentemente, aceleram o processo de 
desertificação. Onde isso em lugares onde apresenta um maior índice de 
desertificação as pessoas dali vão embora, provocando assim o êxodo rural. 
 Alguns dizem que a maiores perdas serão as dos cultivos básicos, como 
o feijão, milho, batata e arroz. Onde que no semiárido brasileiro, milho e o feijão 
é produzido pela agricultura familiar, essas mudanças podem afeta diretamente 
na alimentação dos povos dessa região onde vive 50% da agricultura brasileira. 
 Essas alterações nos ciclos climáticos mudarão completamente as formas 
de relação das pessoas com o meio ambiente, pois as civilizações se 
desenvolveram ao longo de milênios com certos padrões de clima. As atividades 
agrícolas nesse bioma, que já não são muito afetadas pelas atuais condições de 
escassez de água, poderão ser totalmente inviabilizadas. As consequências são 
imprevisíveis, mas certamente, poderão se agravar ainda mais os de 
degradação, desertificação e pobreza. 
 Estudos apontam que 50 % das áreas do Semiárido brasileiro já está em 
estado de desertificação muito alto e por volta de 15% do território apresenta 
uma situação mais severa. Só no estado do Pernambuco, dos 185 municípios, 
135 estão em áreas susceptíveis a Desertificação, onde corresponde a 90,68% 
de todo estado. Como um dos principais vetores da degradação é a extração 
ilegal de madeira para a produção de energia, a primeira medida seria o incentivo 
a Planos de Manejo Florestal da caatinga, em que a vegetação poderia ser 
utilizada de maneira sustentável. Com a falta de fiscalização e de controle da 
caatinga faz com que as empresas sigam consumindo de forma desenfreada da 
caatinga, vem diminuindo cada vez mais a qualidade de vida das pessoas que 
habitam aquela região. 
 Outro método utilizado e aos poucos vem sendo mais usados são os 
fogões ecológicos, que são usados por diversas famílias rurais. Além da 
economia no uso da biomassa vegetal, esses fogões trazem outros benefícios 
diretos e indiretos, como diminuição do tempo de coleta de lenha, menor emissão 
de fumaça e, principalmente uma melhoria nas condições de trabalho e saúde 
das mulheres. 
 Os Sistemas Agroflorestais (SAFs), praticado como forma de uso 
sustentável da vegetação da caatinga, é uma ideia muito eficiente para conciliar 
produção de alimentos e proteção do bioma. Além da produção de biomassa de 
vantagens que ajudam no combate à desertificação, como por exemplo, 
cobertura permanente do solo, proteção de nascentes, uso sustentável da lenha 
e o próprio aumento da cobertura vegetal do bioma. Os resultados também 
demonstram uma grande diversidade de espécies nos SAFs estudados. Como, 
por exemplo, o índice de Shannon-Weaner, que mede a diversidade das 
espécies baseado na riqueza que se refere ao número de espécies presentes 
em uma determinada área e na uniformidade, que se diz respeito à distribuição 
de indivíduos entre as espécies, em uma área. 
 Essa diversidade vai aos poucos contribuindo na recomposição da fauna 
e da flora da caatinga. Assim, os SAFs podem servir como bancos de sementes 
para outras áreas a serem recuperadas. 
 
Entendendo o Conceito de Resiliência 
 
 O termo resiliência está ligado a capacidade de um determinado sistema, 
seja ele um indivíduo, uma área de cultivo ou até mesmo um sistema econômico, 
em receber impactos e conseguir superar as dificuldades para continuar a se 
desenvolver. Neste caso, após um longo período de estiagemou enchentes, 
poderíamos dizer que a capacidade de resiliência estaria relacionada à 
continuidade na produção desse roçado e também da velocidade como ele 
voltaria a produzir em nível normal. 
 No entanto, os SAFs que foram estudados fazem um balanço entre dois 
exemplos porque, como eles estão situados em regiões onde é muito forte a 
produção de milho e feijão pelos agricultores, esta cultura não poderá ser 
negligenciada somente por não possuir as características mais apropriadas ao 
clima. Sendo assim, em períodos diferentes do ano, estas famílias conseguem 
produzir culturas temporários como estas citadas acima, outras culturas 
permanentes e nativas na mesma área, de forma equilibrada e harmoniosa, 
também com a criação de pequenos animais, que é um subsistema que cumpre 
uma função de poupança viva para as famílias agricultoras, estando presente 
em todos os SAFs estudados. 
 Raciocínio semelhante, podemos fazer para uma família que cultiva 
diferentes produtos e comercializa de várias formas. Se o preço de um 
determinado produto não tiver muito vantajoso, isso pode ser compensado por 
um outro que, eventualmente, esteja mais valorizado. Neste caso, o SAFs tem 
um papel fundamental por ser um produtor de alimentos de forma continua pela 
sua diversidade e temporalidade, onde todo o tempo as famílias têm algo para 
colher na área de produção. 
 No estudo realizado ficou muito evidente que inúmeras famílias 
entrevistadas adotam importantes medidas para aumentar a resiliência de seus 
sistemas produtivos. De modo geral, essas medidas estão completamente de 
acordo com alguns dos princípios recomendados para a construção de 
resiliência em sistemas sociológicos: 
I. Diversidade: os sistemas agroflorestais implantados têm como 
importante característica a diversidade de plantas. Em alguns casos, foram 
encontradas mais de 40 espécies de plantas. 
 II. Incentivo ao Aprendizado: a grande maioria das famílias participa 
ativamente de diferentes iniciativas de formação, como cursos, palestras, 
treinamentos práticos, visitas técnicas e viagens de intercambio. As 
organizações que assessoram essas famílias promovem, sistematicamente, 
eventos de formação técnica e de troca de aprendizado. 
 III. Participação: outra característica de destaque que ficou muito 
evidente no estudo é a participação, de forma ativa, dos membros das famílias 
em diferentes formas de organização. 
 IV. Estruturas Descentralização de Governança: a participação em 
estruturas descentralizadas de governança é também uma característica 
fundamental para a construção de sistema resilientes. No caso das famílias que 
participaram dos estudos, elas participam através de suas organizações 
representativas de Redes de Articulação como a Articulação Semiárido Brasileira 
(ASA), a Articulação Nacional de Agroecologia (ANA) e Redes de Certificação 
Participativa. 
 
SISTEMAS AGROFLORESTAIS 
 
O que são Sistemas Agroflorestais? 
Os sistemas agroflorestais (SAF's) são consórcios de culturas agrícolas 
com espécies arbóreas que podem ser utilizados para restaurar florestas e 
recuperar áreas degradadas. A tecnologia ameniza limitações do terreno, 
minimiza riscos de degradação inerentes à atividade agrícola e otimiza a 
produtividade a ser obtida. 
 Existem outras definições que, de uma forma ou de outra, convergem para 
a mesma ideia de várias plantas, incluindo árvores e/ou animais, cultivadas em 
uma mesma área. Em sistemas agroflorestais há tanto interações ecológicas 
quanto econômicas entre os diferentes componentes. Em síntese, SAF é todo 
sistema de produção agropecuário que integra plantas anuais, arvores e 
animais. 
 
Os que são Sistemas Agroflorestais simples e sistema complexo? 
Sistema agroflorestais simples podem ser consideradas aqueles que 
contem apenas duas espécies de plantas, como as de cultivo anual e uma fileira 
de árvores. O plantio de uma frutífera – manga, caju ou cajá -, em que no meio 
das fileiras é plantada uma cultura anual como o milho ou feijão, pode ser 
considerado um SAF bem simples. Já onde se cultiva mais de uma cultura, onde 
inclui espécies arbóreas, pode ser considerado um sistema complexo. 
Na verdade, esta divisão entre simples e complexos é meramente para 
fins didáticos. O que de fato existe é um gradiente de formas de produção que 
vai desde a mais simplificada e homogênea, com poucas espécies de plantas, 
até a mis complexa, envolvendo diversas espécies de plantas ou de animais. 
 
Qual a diferença de consócio de plantas para sistema agroflorestal? 
 A principal diferença é a presença ou não de espécies arbóreas. Um 
plantio de feijão nas entrelinhas do milho é apenas um consorcio de plantas. Em 
resumo, todo o consorcio que envolve uma espécie arbórea pode ser 
considerado um SAF, ainda que bem simples. Como regra geral, o que se 
pretende é ampliar o número de espécies cultivadas em uma mesma unidade de 
área, em função dos benefícios que pode trazer para o meio ambiente e para os 
seres humanos. 
 
Safs e Biodiversidade 
 O papel dos sistemas agroflorestais na conservação da biodiversidade e, 
principalmente de espécies ameaçadas de extinção, é inquestionável. No estudo 
conduzido foram encontradas 158 diferentes espécies de plantas, distribuídas 
em 45 famílias botânicas. Muitas dessas espécies são típicas da Caatinga, como 
a imburana dentre outros. Muitos apareceram mais espécies de animais, tais 
como pássaros, lagarto e pequenos roedores, característicos da região 
semiárida brasileira. 
 
SAFs e produção de Alimentos 
 Uma das funções dos SAFs, e a produção de alimentos. Um SAF 
contendo diversas espécies de pode ser uma garantia de fornecimento de 
alimento durante todo o ano. É comum ouvir agricultoras que quando vão ao SAF 
nunca voltam de mão vazias, sempre trazem algo. 
 Muitos SAFs também servem de área de pastejo para galinhas. As 
galinhas criadas no Nordeste que é muito comum no Nordeste, galinha de 
capoeira, rementem a estrutura do sistema agroflorestal. Além disso, é uma 
garantia de uma alimentação saudável, livre de agrotóxicos e aditivos químicos, 
próprios da industrialização de alimentos que, comprovam, constituem-se como 
graves ameaças à saúde humana. 
 
SAFs, Mudanças Climáticas e Desertificação 
 Os sistemas Agroflorestais desempenham um papel de relevância na 
produção de biomassa, mesmo em uma região de semiárido, onde a vegetação 
não possui o mesmo potencial produtivo se comparado a sistema localizados em 
áreas de florestas tropicais úmidas, como é o caso da Amazônia e da Mata 
Atlântica. A estratégia de produção em geral é adotada, de diversificar através 
de inúmeras frutíferas arbustivas explica em parte, o alto valor de biomassa que 
pode ser produzido. 
 O potencial de acumulo de biomassa de um SAF depende, 
fundamentalmente, da composição das espécies e da densidade de plantio. 
Estimativas conservadoras apontam que os sistemas mais consolidados, com 
aproximadamente quinze anos de implantação, chegam a fixa perto de 150 
toneladas por hectare de CO2 equivalente. 
 
SAFs e o Código Florestal Brasileiro (CFB) 
 
A). No novo Código Florestal, existe algo específico sobre SAF? 
 Apesar do SAFs estabelecidos no Sítio Geranium não descaracterizarem 
a cobertura vegetal existente e não prejudicarem a função ambiental da área, o 
Sítio Geranium não pode ser classificado como uma pequena propriedade rural 
(PPR), ou posse rural familiar. Segundo a Lei nº 11.326, de 24 de julho de 2006, 
em seu Art. 3º, uma PPR é constituída por uma área não superior a 4 módulos 
fiscais e que utilize predominantemente mão de obra da própria família na 
execução das atividades desenvolvidas na mesma, obtendo renda a partir 
destas atividades. 
 
B). Pode-se utilizar Sistemas Agroflorestais como área de reserva legal da 
propriedade? 
 Em relação as SAFs como estratégia de recomposição das áreas 
protegidas dapropriedade rural, previstas na lei – áreas de preservação 
permanente (APP) e reserva legal (RL) -, os dados coletados apontam que os 
sistemas analisados podem cumprir um papel como referência para recuperação 
do passivo ambiental. O recente instituído Cadastros Ambiental Rural (CAR)22 
define sistemas agroflorestais como sistema de uso e ocupação do solo em que 
plantas lenhosas perenes são manejadas em associação com plantas 
herbáceas, arbustivas, arbóreas, culturas agrícolas, forrageiras em umas 
mesmas unidades de espécie e interações entre estes componentes. 
 Os levantamentos fitossociológica realizados demonstram que a 
composição das espécies dos SAFs e sua estrutura horizontal estão de acordo 
com as exigências previstas no novo Código Florestal Brasileiro e no CAR para 
recuperação de áreas de preservação permanente e reserva legal. 
 
C). É possível colher a produção? 
 Sim. De acordo com a lei, os proprietários do imóvel que optarem por 
recompor a Reserva Legal na forma dos parágrafos 2 e 3 poderão fazer uso à 
sua exploração econômica. 
 
D). E cortar árvores da reserva legal, vai ser possível? 
 Não, pois o código só prevê o uso das colheitas das arvores, e não 
derrubadas. Pois estaria descaracterizando o ambiente. 
 
E). Essa área terá que ser registrada? 
 Sim, a área terá que ser registrada no órgão ambiental, por meio de 
inscrição no CAR, sendo vedada a alteração de sua destinação, nos casos de 
transmissão, a qualquer título, ou de desmembramento, com as exceções 
prevista na Lei. 
 
F). E para as Áreas de Preservação Permanente (APP), é possível usar 
sistemas agroflorestais? 
 A intervenção ou a supressão de vegetação nativa em Área de 
Preservação Permanente somente ocorrerá nas hipóteses de utilidade pública, 
de interesse social ou de baixo impacto ambiental. 
 
G). E como faço para recuperar minha área de preservação permanente 
SAF? 
 A recomposição das áreas de reserva legal poderá ser realizada mediante 
o plantio intercalado de espécies nativas e exóticas, em sistema agroflorestal , 
observados os seguintes parâmetros: (I) o plantio de espécies exóticas 
combinado com as espécies nativas de ocorrência regional; e (II) a área 
recomposta com espécies exóticas não poderá exceder a cinquenta por cento 
da área total a ser recuperada. A regularização ambiental da RL também poderá 
contemplar o manejo da regeneração natural, quando viável. 
 
H). Assim como na área de reserva legal, é possível colher a produção? 
 Sim, as atividades eventuais ou de baixo impacto ambiental 
 
I). Essa área terá que ser registrada? 
 Sim, todas devem esta indicadas no CAR. 
 
A IMPORTÂNCIA DAS POLITICAS PUBLICAS PARA O APOIO AOS SAFs 
 Em qualquer programa de incentivo a adoção de novas práticas, o crédito 
desempenha um pape muito importante. Talvez uma das iniciativas para 
fomentar SAFs através de incentivos de crédito seja possibilitar que o agricultor 
pague parte do empréstimo com os benefícios ambientais vinculados pelos 
SAFs. 
 As recentes politicas de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) do 
governo federal também contribuem para a expansão dos SAFs, pois algumas 
organizações não governamentais como o próprio Sabiá e o Caatinga podem 
acessar recursos e direcionar para a extensão agroflorestal, como as chamadas 
públicas para a ATER Agroecologia, que fazem parte do Plano Nacional de 
Agroecologia e Produção Orgânica (PLANAPO). 
 
Iniciativas Existentes: Programa de Ação Estadual de Pernambuco para o 
combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAE - PE) 
 Dentre as iniciativas especificas para o combate à desertificação, o Plano 
de Ação Estadual de Combate à Desertificação é o resultado de um processo de 
discussão e articulação entre os principais segmentos da sociedade civil 
organizada e o governo em seus distintos níveis – Federal, Estadual e Municipal. 
Devido à sua relevância no contexto estadual, em junho de 2010 foi instituída, 
através da Lei N°. 14.091, a Política Estadual de Combate à Desertificação e 
Mitigação dos Efeitos da Seca. 
 A lei teve como objetivo maior garantir às populações locais condições de 
vida digna para convivência com o Semiárido, promovendo o desenvolvimento 
socioambiental sustentável e a manutenção da integridade dos ecossistemas 
característicos desta região. 
- Sistema Estadual de Informação sobre a Prevenção e Combate à 
Desertificação Mitigação dos Efeitos da Seca; 
- monitoramento E fiscalização socioambiental das Áreas Susceptíveis à 
Desertificação; 
- Incentivos fiscais e financeiros para a criação e implementação de unidades 
de Conservação voltadas à proteção do bioma caatinga. 
 A política e o programa foram criados, mas infelizmente não houve 
implementação, por falta de recursos e, sobretudo, por falta de vontade política.

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