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Gabarito da Prova Final de Ca´lculo Diferencial e Integral III Eng. Produc¸a˜o – 06/12/2007 Prof. Rolci Cipolatti 1a Questa˜o: (2,0 pts) Calcule as integrais duplas abaixo: (a) ∫∫ D dxdy (x2 + y2)p , sendo p < 1 e D = { (x, y) |x2 + y2 ≤ 4 } ; (b) ∫∫ R e(x+y)/(x−y) dxdy, sendo R e´ o trape´zio cujos ve´rtices sa˜o os pontos (1, 0), (2, 0), (0,−2) e (0,−1). Soluc¸a˜o: (a) Usando coordenadas polares.∫∫ D dxdy (x2 + y2)p = ∫ 2pi 0 [∫ 2 0 r dr r2p ] dθ = 2π ∫ 2 0 r1−2pdr = π22(1−p) 1− p . (b) Consideremos a mudanc¸a de varia´veis: u = x+ y e v = x− y. Enta˜o ∂(u, v) ∂(x, y) = ∣∣∣∣ 1 11 −1 ∣∣∣∣ = −2 ⇒ ∂(x, y)∂(u, v) = −1/2 Assim, I = ∫∫ R e(x+y)/(x−y) dxdy = 1 2 ∫ ∫ G eu/vdudv Como a regia˜o G e´ do tipo I, temos I = 1 2 ∫ 2 1 (∫ v −v eu/v du ) dv = 1 2 ∫ 2 1 ( eu/v 1/v ∣∣∣∣v −v ) dv = e− e−1 2 ∫ 2 1 v dv = 3 4 senh(1). 2a Questa˜o: (3,0 pts) (a) Calcule as coordenadas do centro de massa do so´lido W definido por W = { (x, y, z) |x2 + y2 + z2 ≤ R2, x ≥ 0, y ≥ 0, z ≥ 0 } e cuja densidade volume´trica ρ(x, y, z) (em g/cm3) em cada ponto P ∈ W e´ igual a` distaˆncia de P ao eixo dos z’s. (b) Quando R = R(t) varia com o tempo, o centro de massa descreve uma curva ~γ(t). Determine o vetor velocidade em cada instante, supondo que R(t) = t2. Que tipo de movimento descreve o centro de massa? Soluc¸a˜o: (a) A densidade e´ ρ(x, y, z) = √ x2 + y2. Logo, M = ∫∫∫ W ρ(x, y, z) dx dy dz = ∫∫∫ W √ x2 + y2dx dy dz Em coordenadas esfe´ricas, tem-se x = ρ senφ cos θ y = ρ senφ sen θ z = ρ cosφ de modo que dx dy dz = ρ2 senφdρ dφ dθ, √ x2 + y2 = ρ senφ. Nessas coordenadas o conjunto W toma a forma W˜ = {(ρ, θ, φ) ∈ R3 ; 0 ≤ ρ ≤ R, 0 ≤ φ, θ ≤ π/2}. Portanto, M = ∫∫∫ W˜ ρ senφρ2 senφdρ dφ dθ = (∫ pi/2 0 dθ )(∫ pi/2 0 sen2 φdφ )(∫ R 0 ρ3 dρ ) = π 2 × π 4 × R4 4 = π2R4 32 . Por outro lado, x = ∫∫∫ W xρ(x, y, z) dx dy dz = ∫∫∫ W x √ x2 + y2dx dy dz, que, em coordenadas esfe´ricas se escreve, x = ∫∫∫ W˜ ρ senφ cos θ ρ senφρ2 senφdρ dφ dθ = (∫ pi/2 0 cos θ dθ )(∫ pi/2 0 sen3 φdφ )(∫ R 0 ρ4 dρ ) = (∫ pi/2 0 cos θ dθ )(∫ pi/2 0 (1− cos2 φ) senφdφ )(∫ R 0 ρ4 dρ ) = (∫ pi/2 0 cos θ dθ )(∫ 1 0 (1− u2) du )(∫ R 0 ρ4 dρ ) = 2R5 15 . Observe pela simetria das fo´rmulas que y = x. z = ∫∫∫ W˜ ρ cosφρ senφρ2 senφdρ dφ dθ = (∫ pi/2 0 dθ )(∫ pi/2 0 sen2 φ cosφdφ )(∫ R 0 ρ4 dρ ) = (∫ pi/2 0 dθ )(∫ 1 0 u2 du )(∫ R 0 ρ4 dρ ) = πR5 30 . Assim, o centro de massa e´ o ponto PM = ( x M , y M , y M ) = ( 64R 15π2 , 64R 15π2 , 16R 15π ) . (b) Supondo R(t) = t2, tem-se: −→γ (t) = ( 64R 15π2 , 64R 15π2 , 16R 15π ) = 16t2 15π2 (4, 4, π). Logo o movimento e´ retil´ıneo na direc¸a˜o do vetor (4, 4, π) e o vetor velocidade e´ d dt −→γ (t) = 32t 15π2 (4, 4, π), o que mostra que e´ um movimento uniformemente acelerado. 3a Questa˜o: (3,0 pts) Seja C a curva parametrizada por ~σ(t) = (cos t, sen t, cos 2t), 0 ≤ t ≤ 2π e ~F (x, y, z) = ( ln(1 + x2)− y, e−y 2 − z, sen(z2)− x ) . (a) Calcule ∮ C ~F · d~r usando o Teorema de Stokes. (b) E´ poss´ıvel calcular a integral de linha acima sem aplicar o Teorema de Stokes? Justifique sua resposta. Soluc¸a˜o: (a) Temos rot −→ F = (1, 1, 1). Como cos 2t = cos2 t − sen2 t, veˆ-se que a curva −→σ (t) esta´ contida na superf´ıcie S dada por z = x2 − y2. Esta superf´ıcie pode ser parametrizada por −→ Φ (x, y) = (x, y, x2 − y2). Para que C seja o bordo de S, tomamos o domı´nio de −→ Φ como o disco unita´rio D, isto e´, D = {(x, y) ; x2 + y2 ≤ 1}. Desta forma, o vetor normal −→ N (x, y), com orientac¸a˜o positiva relativamente a` orientac¸a˜o da curva C, e´ −→ N (x, y) = (2x,−2y, 1). Assim, do Teorema de Stokes, tem-se∮ C −→ F · d−→r = ∫∫ S rot −→ F · d −→ S = ∫∫ D (1, 1, 1) · (2x,−2y, 1) dxdy = ∫∫ D (2x− 2y + 1) dxdy Mas ∫∫ D 2xdxdy = 2 ∫ 2pi 0 [∫ 1 0 r cos θ rdr ] dθ = 0, ∫∫ D 2y dxdy = 2 ∫ 2pi 0 [∫ 1 0 r sen θ rdr ] dθ = 0. Logo, ∮ C −→ F · d−→r = ∫∫ D dxdy = a´rea de D = π. (b) O ca´lculo da integral de linha pode ser feito explicitamente, embora na definic¸a˜o do campo estejam presentes func¸o˜es que na˜o possuem primitivas elementares, tais como e−y 2 . De fato, se escrevermos −→ F = −→ G + −→ H , com −→ G (x, y, z) = ( ln(1 + x2), e−y 2 , sen(z2) ) , e −→ H (x, y, z) = ( −y,−z,−x ) , enta˜o rot −→ G = (0, 0, 0). Logo, −→ G e´ um campo gradiente e ∮ C −→ G · d−→r = 0. Desta forma, ∮ C −→ F · d−→r = ∮ C −→ H · d−→r = ∫ 2pi 0 (− sen t,− cos 2t,− cos t) · (− sen t, cos t,−2 sen2t) dt que pode ser calculada explicitamente. 4a Questa˜o: (2,0 pts) Calcule o fluxo ∫∫ S( ~F · ~n) dS, do campo ~F (x, y, z) = (x, y + ez 2 , z2 + 1), atrave´s da superf´ıcie S = {(x, y, z) | z = 1 − x2 − y2, z ≥ 0}, (com vetor normal apontando para fora). (Sugesta˜o: Use o Teorema de Gauss, mas observe que a superf´ıcie na˜o e´ fechada em z = 0.) Soluc¸a˜o: Consideremos o so´lido W = {(x, y, z) ∈ R3 ; 0 ≤ z ≤ 1− x2 − y2}. Enta˜o a fronteira ∂W de W e´ a superf´ıcie S ∪ T , sendo T o disco {(x, y, z) ; z = 0, x2 + y2 ≤ 1}. Pelo Teorema de Gauss, tem-se∫∫∫ W div −→ F dxdydz = ∫∫ ∂W∪T −→ F · d −→ S = ∫∫ S −→ F · d −→ S + ∫∫ T −→ F · d −→ S Como div −→ F (x, y, z) = 2 + 2z, tem-se em coordenadas cil´ındricas ∫∫∫ W div −→ F dxdydz = ∫∫∫ W (2 + 2z) dxdydz = ∫∫ D [∫ 1−r2 0 (2 + 2z) dz ] rdrdθ, sendo D o disco unita´rio. Portanto,∫∫∫ W div −→ F dxdydz = 2π ∫ 1 0 [ 2(1− r2) + (1− r2)2 rdr ] = 4π 3 . Por outro lado,∫∫ T −→ F · d −→ S = ∫∫ T ( −→ F · −→n ) dS = ∫∫ T (x, y + 1, 1) · (0, 0,−1) dS = −a´rea de T = −π. Assim, conclu´ımos ∫∫ S −→ F · d −→ S = 4π 3 + π = 7π 3 .
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