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Política Monetária, Conjuntura Econômica e Persistência da Inflação em Angola

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Prévia do material em texto

ANDRÉ MANASSA DE OLIVEIRA 
Matrícula 11121ECO039 
 
 
 
 
POLÍTICA MONETÁRIA, CONJUNTURA ECONÔMICA E 
PERSISTÊNCIA DA INFLAÇÃO EM ANGOLA 
 
 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA 
INSTITUTO DE ECONOMIA 
2015 
 
 
ANDRÉ MANASSA DE OLIVEIRA 
Matrícula 11121ECO039 
 
 
 
 
POLÍTICA MONETÁRIA, CONJUNTURA ECONÔMICA E 
PERSISTÊNCIA DA INFLAÇÃO EM ANGOLA 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao Instituto de Economia da 
Universidade Federal de Uberlândia, como requisito parcial à 
obtenção do título de Bacharel em Ciências Econômicas. 
 
Orientador: Prof. Cleomar Gomes da Silva 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA 
INSTITUTO DE ECONOMIA 
2015
 
 
 
BANCA EXAMINADORA: 
 
Uberlândia, 08 de Junho, de 2015 
 
________________________________ 
Prof. Cleomar Gomes da Silva 
 
________________________________ 
Prof. Ana Maria de Paiva Franco 
________________________________ 
Prof. Flávio Vilela Vieira 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
DEDICATÓRIA 
Dedico este trabalho à minha família em particular, ao meu pai que sempre me apoiou nos estudos, 
à minha mãe que sempre foi uma mulher batalhadora, à minha namorada que esteve do meu lado 
nestes quatros anos da minha formação, pelo companheirismo e dedicação. Dedico esse trabalho à 
comunidade angolana em geral e espero que seja de bom uso para o Banco Nacional de Angola. 
Aos meus parentes e amigos que me apoiaram nesta luta e para todos aqueles que de forma direta 
ou indireta contribuíram para que fosse possível a realização desse trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
AGRADECIMENTOS 
Agradeço primeiramente a Deus pela saúde, e persistência, permitindo assim que eu conseguisse 
elaborar esse trabalho. Agradeço ao professor Cleomar Gomes da Silva, pela paciência e 
disponibilidade na elaboração da presente monografia. Agradeço à minha família que sempre me 
apoio, à minha namorada por ter estado sempre do meu lado, ao meus amigos que sempre me 
apoiaram e me deram força para que fosse possível terminar a monografia. Quero agradecer ao 
apoio dos meus colegas de turma e de todos os professores do Instituto de Economia. Quero 
agradecer também a todas as pessoas que de forma indireta ou direta sempre me deram o seu apoio. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráficos 1. Distribuição da população por Províncias ano 2014...............................................17 
Gráfico 2. Evolução da Dívida Pública no período de 2002 a 2012............................................23 
Gráfico 3. Taxa Nominal de Câmbio Período de 2002 a 2013....................................................24 
Gráfico 4. Inflação Homóloga ou de 12 meses período de 2002 a 2014.....................................25 
Gráfico 5. Inflação Mensal Média Geométrica (%) período de 2002 a 2014............................36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1. População Angolana, 2002 a 2014................................................................................16 
Tabela 2. Taxa de Crescimento do PIB de Angola período de 2002 a 2013...............................18 
Tabela 3. Classes de Despesas com Novo Quadro de Ponderadores para Angola (%)..........26 
Tabela 4. Contribuição da Classe de Despesas da Inflação de Luanda-Angola (%)................27 
Tabela 5. Índice Geral de Inflação por Província.......................................................................28 
Tabela 6: Estatística Descritiva: Taxa Mensal de Inflação de 2002/01 a 2014/12....................34 
Tabela 7. Autocorrelações das Séries em Nível e em Primeira Diferença 2002 e 2005.............36 
Tabela 8. Testes de raiz unitária ADF e KPSS............................................................................36 
Tabela 9. Valores de “d” para todos os modelos ARFIMA (p,d,q)...........................................36 
Tabela 10. Estimações dos Modelos ARFIMA (p, d, q) por NLS...............................................37 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
RESUMO 
 
Este estudo tem como objetivo analisar a persistência inflacionária do Índice de Preços ao 
Consumidor de Angola, fazendo uma breve passagem pela política monetária e a conjuntura do 
pais. O período considerado vai de janeiro de 2002 a dezembro de 2014 e a metodologia 
econométrica utilizada está baseada nos modelos de memória longa, ou Auto-Regressivos de 
Integração Fracionada (ARFIMA). Em linhas gerais, os resultados encontrados mostram que o grau 
de persistência inflacionária encontrado em Angola está caminhando para níveis 
internacionalmente aceitos. Assim, o processo inercial da inflação angolana ainda existe, mas já 
pode ser considerado estacionário e com rápida reversão à média de longo prazo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
ABSTRACT 
 
This study aims to analyze inflation persistence in the Consumer Price Index of Angola, as well as 
analyze the country’s monetary policy conduct and its economic situation. The period of analysis 
runs from January 2002 to December 2014 and the econometric methodology used is based on 
models of long memory, or Auto-Regressive of Fractional Integration (ARFIMA). Generally 
speaking, the results show that the degree of inflation persistence in finding Angola is heading 
towards internationally accepted levels. Thus, the inertial process of the Angolan inflation still 
exists, but can be considered stationary and mean-reverting. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
SUMÁRIO 
DEDICATÓRIA .............................................................................................................................. 4 
AGRADECIMENTOS .................................................................................................................... 5 
LISTA DE GRÁFICO ..................................................................................................................... 6 
LISTA DE TABELAS .................................................................................................................... 7 
RESUMO ........................................................................................................................................ 8 
ABSTRACT .................................................................................................................................... 9 
INTRODUÇÃO..............................................................................................................................11 
2. LITERATURA TEÓRICA E EMPÍRICA ................................................................................ 12 
Capitulo da literatura .................................................................. Error! Bookmark not defined. 
2.1. Política Monetária: Efeitos sobre a Inflação....................................................................... 12 
2.2. Literatura Empírica: Persistência da Inflação ..................................................................... 13 
3. A ECONOMIA ANGOLANA .................................................................................................. 16 
3.1. Conjuntura Econômica de Angola ...................................................................................... 16 
3.2. População ........................................................................................................................... 17 
3.3. Desempenho do PIB de AngolaPeríodo de 2002 a 2014................................................... 19 
3.4. Política Fiscal ..................................................................................................................... 21 
3.5. Evolução da Dívida Pública ............................................................................................... 24 
3.6. Taxa de Câmbio .................................................................................................................. 25 
4. INFLAÇÃO E POLÍTICA MONETÁRIA ............................................................................... 27 
4.1. Inflação (Processo Inflacionário em Angola) ..................................................................... 27 
4.2. Condução da Política Monetária do Banco Nacional de Angola. ...................................... 32 
5. METODOLOGIA ...................................................................................................................... 34 
5.1. A Metodologia Econométrica dos Modelos ARFIMA ...................................................... 34 
5.2. Dados .................................................................................................................................. 36 
6. RESULTADOS ......................................................................................................................... 38 
6.1. Testes de raiz unitária ......................................................................................................... 38 
Tabela 8. Testes de raiz unitária ADF e KPSS. ......................................................................... 39 
6.2. Modelos ARFIMA .............................................................................................................. 39 
CONCLUSÕES ............................................................................................................................. 43 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................... 44 
 
 
11 
 
INTRODUÇÃO 
O presente trabalho traz uma discussão sobre a questão da persistência inflacionária em 
Angola, analisado segundo uma visão Novo-Keynesiana que passa meramente pela discussão da 
questão relacionada à credibilidade da autoridade monetária em cumprir com o seu objetivo de 
alcançar e manter a inflação a níveis mais baixos e estáveis de formas que consiga manter a sua 
reputação perante os agentes. Para desenvolver este estudo a base de análise será a teoria de 
Kydland e Prescott (1977) que aborda a questão da credibilidade da política monetária do Banco 
Central e os modelos de reputação de Barro e Gordon (1983), onde a falta de credibilidade do 
gestor da política monetária pode ser resolvida com algumas travas, tais como um sistema de metas 
de inflação. 
Percebe-se que Angola mesmo com a ausência de um sistema formal de metas para inflação, 
tem utilizado vários fatores modernos de condução de política monetária que têm levado a um 
melhor controle dos níveis de preços. Soma-se a isso, a estabilidade política como um dos fatores 
cruciais para a modernização da condução da política monetária no país. Isso tem mostrando efeito 
no combate à inflação sendo que podemos perceber olhando o crescimento do PIB e a queda da 
inflação durante o período analisado. Consequentemente, a hipótese a ser testada é se tem havido 
uma queda da persistência inflacionária ao longo dos últimos anos e para se testar a hipótese sobre 
persistência inflacionária será usada à metodologia ARFIMA, aplicada para os EUA por Gil-Alana 
(2005), e para o Brasil por Da Silva e Vieira (2013). 
Também será apresentada algumas estatísticas descritivas para as seguintes variáveis 
relevantes: Inflação, Produto Interno Bruto (PIB), Dívida Pública, Taxa de Câmbio e dados da 
População. 
O trabalho irá contar com sete capítulos, sendo que o primeiro será uma breve introdução. 
O segundo capítulo trata da literatura teórica e Empírica. No terceiro capítulo trata da economia 
angolana, apresentando alguns indicadores econômicos e sociais. No quarto capítulo trata da 
inflação angolana como também da política monetária e da conjuntura do país. E no quinto capítulo 
a apresentamos a metodologia ARFIMA, e o sexto capítulo os resultados do modelo ARFIMA. E 
o sétimo capitulo a conclusão. 
12 
 
2. LITERATURA TEÓRICA E EMPÍRICA 
Este capítulo apresenta a literatura teórica e empírica utilizada como base teórica de estudo. 
A literatura teórica tem como base a macroeconomia Novo-Keynesiana que traz a questão 
relacionada a credibilidade e a reputação da autoridade monetária com objetivo evitar o problema 
de viés inflacionário. E a literatura empírica traz alguns trabalhos que utilizaram a metodologia 
ARFIMA para estudarem o fenômeno da persistência inflacionaria em alguns países. 
 
2.1. Política Monetária: Efeitos sobre a Inflação 
 
No decorrer dos anos os Bancos Centrais foram se preocupando com a questão da 
credibilidade da política monetária, cuja discussão foi iniciada com o trabalho de Kydland e 
Prescott (1977), sobre inconsistência dinâmica da política econômica. Tal problema aparece pelo 
o comportamento forward-looking dos agentes econômicos e pela incapacidade dos policymakers 
em se comprometerem previamente em relação às políticas anunciadas. Segundo os autores, 
quando o Banco Central não é crível, implementando ações discricionárias de política monetária, 
surge o problema do viés inflacionário. 
Para alcançar a credibilidade o Banco Central também leva em conta um modelo de 
reputação, estabelecendo uma regra baseada num sistema de metas para a inflação. Desta forma, o 
governo deve ter uma visão de longo prazo, pois as futuras consequências da política monetária 
corrente influenciarão a sua reputação (MENDONÇA, 2002). Sendo assim, a reputação é 
imprescindível para evitar o viés inflacionário. 
 Nos modelos de Barro e Gordon (1983), o viés inflacionário surge porque as autoridades 
monetárias não estão comprometidas com regras. Mesmo assim, elas são influenciadas pelo fator 
reputação em relação à reação dos agentes privados. 
Assim, a construção da credibilidade pelas autoridades monetárias tem sido um fator 
importante para não incorrer ao problema de viés inflacionário. Para tal, o Banco Central constrói 
sua reputação mostrando seriedade e compromisso no cumprimento dos objetivos traçados, que 
são decorrentes de situações em que a adoção de uma meta para a inflação e o uso de política 
monetária crível são fundamentais no que diz respeito à confiança dos agentes econômicos. A 
adoção de regras não resolve o problema, a inflação poderá permanecer ou até mesmo vir a 
aumentar caso o governo não cumpra com as suas responsabilidades, perdendo até mesmo a sua 
reputação e consequentemente a credibilidade da autoridade monetária. Dado isto, “é importante 
13 
 
para o sucesso no uso da regra, a presença efetiva da trilogia transparência-reputação-credibilidade, 
de formas a diminuir as incertezas e tornar as expectativas quanto à condução da política monetária 
mais robustas’’ (OREIRO e NEVES, 2008). 
Os Bancos Centrais têm de ter uma política monetária transparente deixando a sociedade 
consciente dos seus objetivos e instrumentos utilizados para alcançar uma inflação baixa e estável, 
exemplos disso é o regime de metas para a inflação. A questão da transparência é de extrema 
importância para a autoridade monetária pois é por meio dos instrumentos utilizados como 
publicação de relatórios de inflação e as ações realizadas pelo banco centrais relacionados à 
definição da taxa de juros nas reuniões do comité de política monetária que se torna possível a 
fiscalização pelo público do cumprimento dos objetivos.E com isto a autoridade monetária se vê 
comprometida com o público. 
 
2.2. Literatura Empírica: Persistência da Inflação 
 
Tratando do caso específico de persistência inflacionária encontramos vários artigos 
importantes, que analisam vários casos de alguns países. Backus e Zin (1993) encontraram um grau 
fracionário de integração nos Estados Unidos usando dados mensais e chegaram a um parâmetro 
fracionado de 0,31. Eles argumentaram que a agregação de agentes com crenças heterogêneas 
resulta em longa memória da taxa de inflação. Ainda para os EUA Gil-Alana (2005) realizou um 
estudo sobre inflação utilizando a metodologia ARFIMA. Notou-se que os resultados variam 
consideravelmente dependendo de como foram especificados os erros. Logo, se a especificação 
do modelo for de ruídos brancos, a inflação americana pode ser considerada estacionária com 
parâmetro fracionado igual a 0,25, ou seja, com pouca persistência. 
Analisando o fenômeno de persistência inflacionária para as regiões metropolitanas do 
Brasil, Gomes da Silva e Viera (2013) por meio da metodologia ARFIMA e testes de raiz unitárias 
com quebras estruturais, examinaram o IPCA. Para o período compreendendo os meses de agosto 
de 1999 a dezembro de 2011. Para o modelo específico encontramos parâmetro ‘d’ de 0,25, 
indicando que inflação do Brasil pode ser tomada como estacionária com baixa persistência e 
reversão à média de longo prazo. Ainda nos estudos de Gomes da Silva et al. (2011), analisam a 
persistência inflacionária de Brasil, Chile e México para o período de janeiro de 1999 a janeiro de 
2009. Em linhas gerais, os resultados encontrados mostram que o grau de persistência dos três 
14 
 
países possui características semelhantes, com algum componente inercial, mas com reversão a 
uma média de longo prazo. 
Os estudos de Hassler (1993), Delgado e Robinson (1994) forneceram fortes evidências da 
memória longa da I (d) com comportamento das taxas de inflação suíças e espanholas, 
respectivamente. Baillie et al. (1996) examinaram dados da inflação medida pelo IPC mensal em 
dez países e chegaram aos estimadores “d” de 0,59 para a Argentina, 0,59 para o Brasil, 0,38 para 
o Canadá, 0,45 para a França, 0,18 para a Alemanha, 0,59 para o Israel 0,44 para a Itália, 0,20 para 
o Reino Unido e 0,47 para os Estados Unidos. Portanto, encontraram evidências de memória longa 
nas séries com o comportamento de reversão à média de longo prazo em todos os países, exceto o 
Japão que apresentou um parâmetro “d” de 0,08. Evidência similar foi encontrada por Hassler e 
Wolters (1995) e Baum et al. (1999). 
Bos et al. (1999, 2001) examinaram a inflação nos países do G7. Os parâmetros “d” 
encontrados foram os seguintes: 0,32 para o Canadá, 0,35 para a França, 0,20 para a Alemanha, 
0,44 para a Itália, 0,26 para o Japão, 0,38 para o Reino Unido, e 0,51 para os Estados Unidos. 
Assim, os autores encontraram algumas evidências de memória longa, que se mostrou bastante 
robusta às mudanças de nível, embora desaparecendo para alguns índices de inflação quando 
permitidas quebras estruturais. 
Foram analisados alguns casos em países da África e há evidências de integração fracionada 
caindo, (Kallon, 1994; Moriyama e Naseer, 2009). Quase todos os estudos existentes assumem 
graus inteiros de diferenciação, testando estacionariedade / não-estacionariedade com unidade 
testes de raiz e técnicas de co-integração. Gaomab (1998) usou um modelo de correção de erro com 
base na co-integração para a taxa de inflação na Namíbia. Masale (1993) testou para 
estacionariedade da taxa de inflação em Botswana e encontrou evidências de não-estacionariedade 
e co-integração com preços Sul-africanos. 
 Moriyama e Naseer (2009) analisaram a previsão da taxa de inflação média de 3 meses no 
Sudão com os dados a partir de janeiro de 2000 a outubro de 2008 com um (4,5) modelo ARMA. 
O modelo estimado acompanhou o aumento da inflação em 2007 e 2008, uma vez que a inflação 
dos preços externo, devido ao preço mundial de trigo para a inflação foi tida em conta. Chhibber 
et al. (1989) estimaram um modelo multivariado para o Zimbábue, incluindo ambos os fatores 
monetários e os fundamentos econômicos como determinantes da inflação. Um modelo semelhante 
para o Gana foi empregado por Chhibber e Safik (1990) e Sowa e Kwakye (1991), sendo que para 
15 
 
a equação estimada da inflação, encontraram um parâmetro de 0,55. Os autores chegam à conclusão 
que, embora fatores estruturais foram importantes no passado, a inflação em Gana tem sido 
principalmente um fenômeno monetário e o produto da fraqueza no sistema financeiro nos últimos 
anos. 
Gil-Alana e Barros (2012) examinaram a taxa de inflação mensal em Angola de janeiro de 
1991 a junho de 2011, por meio de técnicas de memória longa. Os resultados apoiam a visão de 
que a inflação em Angola possui uma memória de longo prazo, com uma ordem de integração 
restrita entre 0 e 1. Os autores ainda encontraram uma quebra estrutural em torno de Agosto de 
1996. Dada essa interrupção nos dados, a ordem de integração fica em cerca de 0,3. 
Em Angola a equipe do Departamento de Estudos Econômicos do BNA realizou estudos 
sobre Determinantes da Inflação em Angola e nesse estudo, Carvalho et al. (2012) procuram 
mostrar que Angola também sofre com problemas inflacionários. Segundo a conclusão em que os 
autores chegaram, podemos perceber que esse inflação possui um componente inercial, causado 
pelo custo de reter moeda e pela variação de preços defasado de dois períodos, sendo o fenômeno 
inercial um problema existente em várias economias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
3. A ECONOMIA ANGOLANA 
 
A economia angolana após obter a paz em 2002 passou por um longo período de 
crescimento e neste capitulo vamos apresentar alguns indicadores econômicos e demográficos 
aonde podemos perceber como está distribuída a população no pais e como o país cresceu e qual 
foi o indicador que mais influenciou este crescimento. 
 
3.1. Conjuntura Econômica de Angola 
 
Segundo o relatório da OCDE sobre as Perspectivas Econômicas de Angola de (2004/2005), 
desde que foi decretado o cessar-fogo entre as forças armadas e os rebeldes, em Abril de 2002, que 
pôs fim a mais de 25 anos de guerra civil ininterrupta, o país enfrenta agora a árdua tarefa de 
canalização de fundos para a reconstrução de infraestruturas e a redução da pobreza. 
Angola organizou-se focando nas riquezas que possuía dentro do seu território, sendo que 
estas formam o motor chave da dinamização da economia durante este período levando assim o 
país a alcançar altas taxas de crescimento do PIB. As riquezas como diamantes e, em especial, o 
petróleo offshore dominam a economia nacional, sendo responsável pela quase totalidade das 
receitas. Isto acontece numa primeira fase que Angola está saindo de um conflito civil e se 
reconstruindo apostando tudo nestes dois recursos. 
No entanto, estes sectores estão muito pouco articulados com o resto da economia. A 
agricultura e as indústrias manufatureiras ainda sofrem com o legado deixado pela guerra civil, as 
infraestruturas arruinadas, falta de capital físico e financeiro, governos pobres e a presença 
alastrada de minas em algumas regiões sem contar a necessidade de realojar quatro milhões de 
pessoas desalojadas pelo conflito. 
Estes são os desafios do Governo angolano para levar acabo o processo de desenvolvimento 
do País. 
 
 
 
17 
 
3.2. População 
 
Podemos perceber que em 13 anos a taxa de crescimento população de angolana teve um 
comportamento constante ilustrada na Tabela 1, assim como também nos permite perceber que em 
2014 a taxa decrescimento correspondeu a 27,10% sendo o ano que a população mais cresceu, 
segundo o censo populacional realizado em 2014. Esta pode ser uma das explicações para a 
diferença entre os outros anos. Anteriormente tudo passava por apenas uma estimativa, sendo que 
não se conhecia o tamanho real da população angolana. Após a guerra o governo desenvolveu um 
programa que tinha como principal objetivo reunir as famílias. 
 
Tabela 1. População Angolana, 2002 a 2014 
Anos População Taxa de Crescimento 
2002 13580346 2,35 
2003 14083677 3,71 
2004 14519770 3,10 
2005 14948178 2,95 
2006 15410205 3,09 
2007 15888562 3,10 
2008 16367880 3,02 
2009 16888858 3,18 
2010 17429636 3,20 
2011 17992032 3,23 
2012 18576568 3,25 
2013 19183590 3,27 
2014 24383300 27,10 
 Fonte: Elaboração própria, dados do Censo Populacional em Angola, INE. 
 
Em 2008 teve as primeiras eleições no país após a guerra. Com processo eleitoral, toda a 
população maior de 18 anos de idade foi registrada, este fato permitiu que o governo tivesse uma 
estimativa da população angolana residente no país. Mas para se obter melhores dados oficias o 
governo promoveu o primeiro censo populacional e habitacional em 2014. Este projeto contou com 
a colaboração de toda a população e o órgão executor foi o Instituto Nacional de Estatística (INE). 
18 
 
Com todos estes acontecimentos, a cidade de Luanda, capital de Angola foi se tornando-se 
o maior centro econômico e político do país, possuindo uma população de 6.542.944 de habitantes 
em 2014 como mostra o Gráfico 1. A população de Angola é muito concentrada em Luanda, por 
motivos relacionados à passada guerra civil e as famílias que procuraram recomeçar uma vida nova 
em Luanda e com a paz muitos acabaram por se fixar, não retornando às suas cidades de origem. 
Luanda foi ficando abarrotada e suas infraestruturas não eram suficientes para suportar a 
grande contingente de população que imigrava para Luanda. Mesmo com os esforços do governo 
em reunir as famílias, muitos escolheram ficar em Luanda devido às oportunidades de emprego, 
melhores serviços de saúde, educação e infraestruturas. Tudo isso influenciou a escolha das 
famílias em sua busca de melhores condições de vida. 
Em relação as outras províncias, Luanda se encontrava em melhores condições, pois não 
sofreu com os impactos da guerra. Precisava-se fazer um lavamento dos danos, pois não iria ser 
simples para o governo fazer políticas, para alojar essas pessoas em Luanda, ou até mesmo levar 
de volta para as suas regiões. Uma vez de volta pra os seus lares, estas famílias, não teriam meios 
de subsistência, pois não poderiam cultivar pois os campos encontravam minados, isso para uma 
grande parte do território angolano. Logo, tudo isso envolveria uma mobilização do Estado a criar 
políticas públicas que visava a inserção dessas famílias na sociedade, por meio de políticas 
habitacionais, e a criação de postos de emprego para que estas famílias pudessem recomeçar as 
suas vidas. 
Podemos perceber que as províncias como Luanda, Huíla, Benguela, Huambo Cuanza Sul 
e Uíge possuem a maior parte da população do pais. Isto acontece porque estas cidades receberam 
investimentos do governo em infraestruturas para receber a população. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
Gráfico 1. Distribuição da população por Províncias ano 2014 
 
 Fonte: Elaboração própria, Censo Populacional em Angola 2014, INE 
 
3.3. Desempenho do PIB de Angola Período de 2002 a 2014 
 
Numa primeira fase o crescimento do PIB foi puxado pelas receitas do petróleo e dos 
diamantes explorados no país. Entende-se por PIB petrolífero a soma de todos a produção final de 
bens e serviço do setor petrolífero produzida no país, sendo está a maior fonte de riqueza do país, 
mas podemos notar de acordo a Tabela 2, o PIB petrolífero vem perdendo participação. O PIB não 
petrolífero se trata da soma de todos os bens e serviços finais advindo de setores como agrícola, 
setor manufatureiro, setor da construção civil, setor de mineração (diamantes) e serviços. Estes 
setores vêm aumentando a sua participação no PIB total ao longo dos anos, logo podemos perceber 
analisando a Tabela 2, que de forma geral o PIB petrolífero possuía maior participação no PIB 
total, apresentando altas taxas de crescimento, mas o governo vem fortificando os investimentos 
internos de modo a diversificar a economia, podendo assim reduzir a dependência externa do 
petróleo. Durante esse período o país vem aumentando os seus investimentos em infraestrutura 
27%
10%
8%
8%
7%
6%
5%
4%
4%
3%
3%
3%
2%
2%
2%
2%
2%
1%
Luanda
Huila
Benguela
Huambo
Cuanza Sul
Uíge
Bié
Malanje
Cunene
Lunda Norte
Moxico
Cabinda
Zaire
Lunda Sul
Cuando Cubango
Namibe
Cuanza Norte
Bengo
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%
20 
 
construindo cidades, estradas, recuperando os caminhos de ferro e com isto a construção civil 
ganhou uma participação devido ao processo de reconstrução nacional. 
O período 2002/2008, já com as informações do relatório econômico de Angola, CEIC 
(2013), considera-se como sendo a “mini-idade de ouro” do crescimento econômico de angola, 
com uma taxa média anual de 12,8% como consta na Tabela 2, dentro deste período em 2004, 
houve uma retomada do crescimento, que atingiu os 11 por cento, devido à exploração de novas 
jazidas petrolíferas. O crescente aumento da produção de petróleo deveria permitir que se 
atingissem os 15% em 2005 e os 25% em 2006. 
 
Tabela 2. Taxa de Crescimento do PIB, PIB Petrolífero e PIB não Petrolífero de 
Angola período de 2002 a 2013 
Anos PIB (Crescimento) PIB Petrolífero PIB Não Petrolífero 
2002 13,2% 26,6% 4,3% 
2003 5,2% -2,2% 12,8% 
2004 11,3% 13,1% 9,3% 
2005 20,6% 26,0% 13,6% 
2006 18,6% 13,1% 25,9% 
2007 23,2% 20,4% 25,4% 
2008 13,8% 12,3% 15,0% 
2009 2,4% -5,1% 8,3% 
2010 3,5% -2,9% 7,8% 
2011 3,9% -5,6% 9,7% 
2012 5,2% 4,3% 5,6% 
2013 6,8% -0,9% 10,9% 
 Fonte: elaboração própria, Relatório de Inflação e Contas, BNA 
 
A economia angolana continuou a depender fortemente do petróleo, um setor de capital 
intensivo muito pouco articulado com outros setores da economia e apesar de ter pouco impacto 
no emprego é o setor que gera divisas para o país, e com a crise de 2008 essa dependência não foi 
favorável para Angola sendo que teve baixo crescimento do PIB durante os anos 2009, 2010 e só 
volta a crescer em 2011, mas essa queda foi registrada na sua maior parte pela queda no PIB 
21 
 
petrolífero. A diversificação da economia estava sendo travada por infraestruturas físicas 
inadequadas, fraca governação e corrupção, mas é uma questão que o governo vem melhorando 
junto com parcerias internacionais como a China. 
Ainda podemos notar que a presença do setor não petrolífero mostra tendência de 
crescimento nos anos de 2010 para 2011, como também em 2013 a sua participação foi maior. 
Logo é de estrema importância que este setor continue aumentando a sua participação, pós 
contribui com uma maior percentagem na criação de emprego no país. 
 
3.4. Política Fiscal 
 
Os enormes desequilíbrios orçamentais, justamente com os consideráveis déficits das 
operações do Banco Central segundo os relatórios de contas do BNA, minaram a estabilização dos 
preços, sendo assim foram feitos esforços para melhorar a coordenação institucional entre o Banco 
Central e o Tesouro Nacional, com o objetivo de garantir o equilíbrio entre o aumento dos 
agregados monetários e as execuções fiscais, no âmbito do monitoramento da liquidez em 
circulação na economia. 
Após a introdução de medidas de estabilizaçãoem setembro de 2003, a inflação caiu para 
77% no final de 2003, e o déficit orçamental permaneceu relativamente elevado (7,9% do PIB). O 
governo recorreu a recursos intensivos aos empréstimos e donativos provenientes do exterior bem 
como a utilização dos bônus de assinatura das companhias petrolíferas para financiar o déficit 
orçamental ocorrido, podemos observar que em 2004 o déficit público desceu a 3,5% do PIB, 
devido a um aumento das receitas petrolíferas e a aplicação de medidas visando melhorar a 
fiscalização e o processo de execução do orçamento (CEIC, 2013). Por outro lado, as receitas 
provenientes de impostos sobre as transações internacionais não aumentaram, apesar da 
transferência da gestão alfandegária de Luanda para a empresa Crown Agents. 
O orçamento de 2005 apoiou-se num esforço continue no sentido de conter as despesas e 
assegurar a sua fiscalização, nomeadamente através da eliminação progressiva dos preços 
subsidiados da gasolina e de serviços públicos, e de um corte substancial nas despesas correntes, 
excetuando os salários. A eliminação progressiva do subsídio ao petróleo teve início em maio e 
novembro de 2004, com aumentos consideráveis dos preços de venda a retalho dos produtos 
22 
 
petrolíferos. O referido subsídio deveria passar de 4,5% do PIB em 2004 para 1,1% em 2005 (BNA 
2012). 
Apesar do aumento substancialmente da produção de petróleo em 2005 e 2006, tinha-se 
previsto um fraco aumento das receitas petrolíferas devido à amortização dos pesados custos 
operacionais e de desenvolvimento relativos à exploração de novas jazidas de petróleo em águas 
profundas. As medidas de estabilização implementadas desde 2003 conseguiram manter a inflação 
numa média estimada de 40% em 2004, provendo-se que desça a 31% em 2005 e a 26% em 2006. 
Para que esse processo seja sustentável, é necessária uma gestão prudente do déficit orçamental 
não petrolífero (definido como déficit orçamental global excluindo as receitas provenientes do 
petróleo um indicador chave para avaliar a viabilidade orçamental em países ricos em recursos 
naturais e a poupança dos lucros inesperados provenientes dos aumentos dos preços do petróleo, 
os quais constituirão uma riqueza financeira para as gerações futuras. No caso da continuação 
desses enormes desequilíbrios orçamentais, o resultado seria uma transferência dos custos do 
ajustamento as gerações futuras, que, por sua vez, deverão também enfrentar o empobrecimento 
das reservas petrolíferas. Além disso, as fatias do orçamento destinadas à saúde e a educação são 
muito pequenas representando respectivamente 7,3% e 4,6% do total das despesas para 2005, 
enquanto que a defesa contou com 12,5% e a segurança com 7,9%. 
Finalmente, apesar de algumas melhorias, enormes progressos são necessários em matéria 
de transparência das receitas petrolíferas. Atualmente, a monetarização insuficiente e a falta de 
controle das despesas públicas fazem com que seja difícil elaborar uma avaliação detalhada da 
situação orçamental do país, avaliação essa que é extremamente necessária para a obtenção por 
Angola do apoio da comunidade internacional incluindo a assinatura do Programa de Apoio 
Monitorado. 
No período de 2010 a 2011, o Governo continuou a implementar o programa SBA (Acordo 
Stand-By Arrangement) envolvendo ajuda financeira do FMI, e prosseguiu uma política 
orçamental rigorosa para controlar a despesa pública e proteger a economia contra os choques 
externos. Estas políticas, apoiadas pelo preço do petróleo, permitiram a Angola reverter um déficit 
orçamental de 4.9% do PIB em 2009, para um excedente orçamental de 6.8% e 7.3% do PIB, em 
2010 e 2011, assegurando simultaneamente um aumento dos gastos correntes, especialmente em 
serviços sociais, educação e saúde. 
23 
 
O início de 2011 observou-se uma menor produção de petróleo causando assim um redução 
nas receitas petrolíferas, essa queda das receitas foi compensada pelo aumento dos preços. O 
governos solicitou um aumento suplementar do orçamento de 1.75% do PIB, em Maio de 2011 
com o objetivo de efetuar o reembolso final de atrasados internos ao financiamento de projetos de 
infraestruturas concluídos e para aumentar o financiamento ao sector social. Teve uma transição 
gradual das atividades para fiscais da Petrolífera angolana (Sonangol) em 2011, em consonância 
com a lei de responsabilidade orçamental de 2010, como parte de uma maior transparência e de 
medidas de responsabilização a ser implementadas pelo Governo. 
A contenção das despesas de capital e um melhor controle das despesas em 2011, permitiu 
às autoridades pagar atrasados internos de 7.5 mil milhões de USD, em que tinha incorrido desde 
2009. O crescimento econômico e a sustentabilidade orçamental ainda eram altamente dependentes 
das receitas petrolíferas, ainda que o déficit orçamental primário do sector não-petrolífero tenha 
sido constantemente decrescente (redução de 0.3 pontos para -22.5% do PIB em 2011). O 
orçamento de 2011 financiou um amplo Programa de Reconstrução Nacional, com as despesas de 
capital a chegar a quase 10% do PIB. Também aumentaram as despesas com serviços sociais para 
31.5% do PIB, em linha com o teto do SBA (Administração de Pequenos Negócios) de 30%. 
Em 2012, o excedente orçamental deverá diminuir para 4.7% do PIB devido ao aumento de 
gastos em serviços sociais e infraestruturas. Estas iram aumentar para 5.0% do PIB em 2013. 
As receitas orçamentais globais (incluindo donativos), em percentagem do PIB, diminuíram 
para 42.3% (valor estimado) em 2011, contra 43.5% em 2010, devido à redução do crescimento 
das receitas do petróleo resultado da crise que causou baixo crescimento. No entanto, o aumento 
esperado das receitas orçamentais não-petrolíferas irá reduzir o déficit orçamental não petrolífero, 
de -21.9% em 2011 para -20.9% em 2012. Como o país atingiu um pico no que concerne ao 
petróleo, os esforços para diversificar a economia, para além do petróleo, são fundamentais para a 
sustentabilidade orçamental do país em longo prazo. Governo está a ponderar a criação de fundos 
de estabilização para obter receitas extraordinárias do petróleo. 
Neste sentido, um "Fundo estratégico para infraestruturas petrolíferas" foi criado para 
financiar infraestruturas prioritárias em 2011. No entanto, ainda não há desenvolvimentos sobre a 
criação de um “Fundo Soberano do Bem-Estar” (FSBE). As eleições legislativas de 2012 podem 
atrasar ainda mais o processo de criação e implementação do FSBE e criar uma pressão adicional 
no aumento das despesas públicas. 
24 
 
3.5. Evolução da Dívida Pública 
 
Segundo o Gráfico 2 podemos notar que a dívida externa foi maior que a dívida interna em 
todo período, o governo recorreu a recursos intensivos aos empréstimos e donativos provenientes 
do exterior bem como a utilização dos bônus de assinatura das companhias petrolíferas para 
financiar o déficit orçamental ocorrido, (CEIC, 2013). Mas com o aumento das receitas petrolíferas 
o governo conseguiu honrar com os débitos externos. 
 Ainda podemos notar que a dívidas internas de curto prazo, geradas pela crise da Balança 
de Pagamentos (BOP) de 2008/09, que era estimada em 7.5 mil milhões de USD em 2010, foram, 
totalmente reembolsadas em 2011. As maiorias dos débitos foram pagos por caixa durante 2010 e 
2011, apesar terem sido emitidas obrigações, indexadas à taxa de 7%, e um prazo de maturação de 
três a cinco anos, no montante de 1.14 mil milhões de USD, para liquidar parte da dívida bancária 
de curto prazo e esse fato fez com que os a dívida interna diminui-se como conta no Gráfico 2. 
Bem como a dívida externa que mostrou um decrescimento após o período de 2008 aonde o 
governo dado as receitas petrolíferasconseguiu efetuar pagamento de uma parte importante da 
dívida externa. 
 
Gráfico 2. Evolução da Dívida Pública no período de 2002 a 2012
 
Fonte: elaboração própria dados do BNA 
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
90,0%
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Dívida Pública Dívida Externa Dívida Interna
25 
 
E em 2009 a Análise da Sustentabilidade da Dívida (ASD) do FMI, mostrou que o risco de 
superendividamento de Angola é moderado. O hiato da dívida pública externa relativamente ao 
PIB caiu de 19% em 2010, para 15.9% em 2011, enquanto o hiato da dívida pública total em relação 
ao PIB diminuiu de 35.0% em 2010, para 29.9% em 2011. 
Em 2011, o Governo concluiu uma estratégia de gestão da dívida e estabeleceu uma 
Unidade de Gestão da Dívida (UGD). A UGD desempenhou um papel-chave na gestão de dívida 
pública, interna e externa, e evitou a negação do crédito ao sector privado. Previu-se que a dívida 
pública total cairia de 24.7% em 2012 e chegará a 13.7% do PIB em 2015. 
As receitas do setor petrolíferas e as receitas do setor não-petrolíferas vão manter os hiato 
da dívida inferiores aos respectivos patamares a médio e longo prazo. 
As autoridades aprovaram a nova lei de parcerias público-privadas (PPP) em 2010 e criaram 
uma unidade de PPP no Ministério da Economia em 2011. Esta unidade visa o desenvolvimento 
de grandes projetos de infraestruturas e alavancar recursos públicos. No entanto, o quadro 
regulamentar para a unidade de PPP ainda está por aprovar. 
 
3.6. Taxa de Câmbio 
 
Em 2003, as perspectivas de crescimento do setor não petrolífero foi travada pela 
desvalorização do Kwanza de 37% face ao dólar, visto que o setor é dependente de importação de 
matérias primas. O plano de estabilização, desde setembro de 2003 incluiu a unificação das taxas 
de câmbio, o lançamento das vendas semanais de divisas, um controlo reforçado da liquidez dos 
bancos comerciais (através da aplicação de novos regulamentos relativos a reservas obrigatórias e 
a posição do câmbio) e uma coordenação de políticas estreita entre o Tesouro Nacional e o Banco 
Nacional de Angola (BNA), mantendo o câmbio menos volátil, e com estas medidas percebe-se 
um comportamento de um crescimento não muito expressivo da taxa de câmbio segundo o Gráfico 
3. 
Após a desvalorização do câmbio de 2002 a 2003 segundo o Gráfico 3, a taxa de câmbio 
nominal apresentou uma relativa estabilidade durante todo o período analisando com baixas 
flutuações. Numa primeira fase em 2004 a depreciação do Kwanza contribuiu para a estabilização 
da situação macroeconômica do país e para a recuperação da confiança dos agentes econômicos 
pela moeda nacional, dado Angola viveu um período de dolarização do sistema financeiro. O 
26 
 
período de 2010 já se percebe uma certa estabilização da taxa de câmbio e mais recentemente o 
governo vem diminuído a dolarização da economia angola permitindo apenas os bancos comerciais 
e as casas de câmbios comercializarem. 
Em 2013, verificou-se uma alteração fundamental no funcionamento do mercado cambial 
com a entrada em vigor em Julho da terceira fase do regime cambial aplicável ao sector petrolífero, 
no qual os pagamentos por parte dos operadores a residentes cambiais passaram a ser 
exclusivamente feitos em Kwanza (CEIC, 2013). Logo com essa política diminui um pouco a 
pressão sobre as divisas. 
Gráfico 3. Taxa Nominal de Câmbio Período de 2002 a 2013 
 
Fonte: Elaboração própria, dados BNA 
 
E ainda como aponta o (CEIC 2013) o governo ainda objetiva com que o mercado cambial 
continue a encontrar de modo sustentável um curso de estabilidade, para que Angola mantenha um 
clima macroeconómico favorável ao investimento. Mantendo estável a taxa de câmbio nominal 
com registrada no Gráfico 2. Os dados do BNA sobre transações em divisas são opacos, por que 
não levam em conta as importações financiadas por linhas de credito (do Brasil, china e Israel). 
Isso impede a avaliação do nível necessário de intervenção sobre as transações em divisas para que 
a taxa de câmbio nominal seja mantida. 
43,53
74,61
83,54
87,16
80,37
76,71 75,03
79,33
91,91 93,93
95,47 96,52
0,00
20,00
40,00
60,00
80,00
100,00
120,00
2
0
0
2
2
0
0
3
2
0
0
4
2
0
0
5
2
0
0
6
2
0
0
7
2
0
0
8
2
0
0
9
2
0
1
0
2
0
1
1
2
0
1
2
2
0
1
3
27 
 
4. INFLAÇÃO E POLÍTICA MONETÁRIA 
Com muito esforço e resultado das políticas do governo angolano visando o crescimento, 
foi possível reduzir a inflação à um digito, resultado de uma melhor coordenação da política 
monetária e da política fiscal. Vai ser apresentado neste capítulo alguns gráficos e tabelas para 
ilustrar a trajetória da inflação angolana e as mudanças ocorridas como a introdução do novo 
ponderador, a ampliação da cesta básica. E o capitulo descreve também de uma forma resumida a 
política monetária que vem sofrendo algumas mudanças. 
 
4.1. Inflação (Processo Inflacionário em Angola) 
 
O país vinha apresentando altos níveis de inflação durante os anos 90. O governo 
desenvolveu um programa de estabilidade macroeconômico baseada principalmente num maior 
rigor orçamental e no controle das taxas de câmbio. Segundo os relatórios de inflação do BNA 
podemos notar que tais medidas surtiram efeitos reduzindo assim a inflação até o período atual 
como consta no Gráfico 4, com isso o decorrer do processo inflacionário foi notado o decréscimo 
da inflação ao longo dos anos. O Centro de Estudos e Investigação Cientifica da Universidade 
Católica (CEIC) produz relatórios anuais de economia de Angola e percebe-se, desses relatórios 
que ainda em clima de guerra civil, o controlo da inflação podia ser um fator crucial de resguardo 
do poder de compra dos baixíssimos rendimentos médios da população e de atração de 
investimento privado, nomeadamente estrangeiro, para os setores não minerais, e os sucessos foram 
claros em 2000, a taxa média anual de inflação foi de 344,5% e no final de 2002 apenas 109,3%. 
As variáveis monetárias foram os principais instrumentos da política econômica de estabilização 
ativa levada a efeito atendendo a circunstância de não estarem reunidas condições para atuar sobre 
o lado da oferta agregada da economia, CEIC (2010). 
Na verdade, o Gráfico 4, mostra diferentes períodos de queda continua da inflação na 
economia nacional. A maior quebra relativa da inflação ocorreu entre 2002 e 2004, coincidindo 
com uma política monetária de relativo rigor, um ritmo significativo de crescimento do PIB não 
petrolífero e um ambiente externo favorável que propiciou uma recolha de receitas externas e 
fiscais muito significativa. 
 
 
28 
 
Gráfico 4. Inflação Homóloga ou de 12 meses período de 2002 a 2013 
 
Fonte: Elaboração própria, dados notas de imprensa do Índice de Preços ao consumidor, INE. 
 
Com a finalização da guerra civil, em seu Relatório Econômico de Angola de 2010, o CEIC 
crítica o fato de que a paz não tem sido, suficientemente valorizada como um bem público de 
inestimável utilidade e importância pelo poder político e institucional instalado e que uma parte 
dele acabou por se beneficiar das despesas militares, e portanto foi o que potencializou a natureza 
da policy mix, sofrendo efeito assim nas taxas médias anuais da inflação, passando depois para 
45,3% em 2004, equivalente a uma redução de 86,8% em 4 anos e a uma cadência média anual de 
cerca de 17%. Não há muitos países que apresentem uma história de inflação com este desempenho. 
Porém, a partir de 2006 as taxas médias anuais de inflação se mantiveram abaixode 15%. 
O ritmo de desinflação foram sendo atenuados até 2007, deixando de ocorrer entre 2008 e 2010, 
período de novas subidas da taxa de inflação. Ver-se-á até que ponto 2011 é a nova fronteira do 
comportamento da inflação no país. 
Na sequência dos objetivos do Governo sobre a inflação angolana, o Instituto Nacional de 
Estatística (INE), após a realização do Inquérito Sobre o Bem-Estar da População (IBEP) em 2008-
2009, a partir de Janeiro de 2011, iniciou um novo ciclo de produção do Índice de Preços no 
Consumidor (IPC) de Luanda, com a atualização nos ponderadores dos bens e serviços, bem como 
da constituição do cabaz que passou de 224 para 240 produtos, tendo tido em consideração os 
resultados do referido inquérito. Com essa atualização dos ponderadores e com a nova cesta de 
105,6%
76,6%
31,0%
18,5%
12,2% 11,8% 13,2% 14,0%
15,3%
11,4% 9,0% 7,7% 7,28%
0%
20%
40%
60%
80%
100%
120%
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
29 
 
produtos foi possível em Abril de 2014 a elaboração do IPC para as demais províncias do país, 
contando ainda com ajuda dos Serviços Províncias do INE (SPINE) para a recolha dos preços nas 
demais localidades. Na Tabela 3, consta a nova estrutura de ponderação do IPC- Luanda. Em 2011, 
o Executivo angolano, estabeleceu um objetivo de inflação. 
 
Tabela 3. Classes de Despesas com Novo Quadro de Ponderadores para Angola 
Classes de Despesas Novo Quadro de Ponderadores em (%) 
Classes de Despesas 2010 2011 
Alimentação e Bebidas não Alcoólicas 46,09 43,95 
Bebidas Alcoólicas e Tabaco 4,03 2,66 
Vestuário e Calçados 5,99 6,50 
Habitação, Água, Eletricidade e Combustíveis 12,27 12,50 
Mobiliário, Equipamentos Domésticos e Manutenção 6,51 5,98 
Saúde 3,35 3,40 
Transportes 6,53 7,93 
Comunicações 1,12 3,33 
Lazer, Recreação e Cultura 2,54 2,24 
Educação 2,07 2,45 
Hotéis, Cafés e Restaurantes 4,39 3,03 
Bens e Serviços Diversos 5,51 6,03 
Fonte: INE, Nota de Imprensa do IPC, Relatório de Contas BNA. 
O dado de 2011 se constitui como o novo quadro de ponderadores, de forma que a partir de 
2011 o cálculo do IPC de Luanda e atualmente das demais províncias vão contar com uma nova 
cesta de produtos adequado a realidade dos consumidores angolanos. 
Em Janeiro de 2013, a inflação atingiu uma variação mensal de 0,61% e o índice de preços 
ao consumidor de Angola, para os últimos doze meses registrou um mínimo histórico de 8.9% 
influenciados pela estabilidade cambial e pela política de subsídio aos combustíveis. Os fatores que 
mais contribuíram para a inflação incluem a subida ligeira nas classes de alimentação e bebidas 
não alcoólicas em 0,75%, mobiliário, equipamento doméstico e serviços de manutenção em cerca 
de 0,72 % e serviços de hotelaria e restaurantes em 0,71 %. 
 
 
30 
 
Tabela 4. Contribuição da Classe de Despesas da Inflação de Luanda-Angola (%) 
Contribuição das Classes de Despesas na Inflação 2010 2011 2012 2013 
Alimentação e Bebidas não Alcoólicas 59,00 54,00 54,00 52,00 
Bebidas Alcoólicas e Tabaco 2,00 3,00 2,00 3,00 
Vestuário e Calçados 5,00 7,00 7,00 9,00 
Habitação, Água, Eletricidade e Combustíveis 2,00 6,00 11,00 7,00 
Mobiliário, Equipamentos Domésticos e Manutenção 1,00 
6,00 7,00 9,00 
Saúde 1,00 3,00 3,00 3,00 
Transportes 15,00 5,00 4,00 3,00 
Comunicações 
Lazer, Recreação e Cultura 1,00 1,00 2,00 2,00 
Educação 
Hotéis, Cafés e Restaurantes 7,00 5,00 3,00 4,00 
Bens e Serviços Diversos 3,00 8,00 7,00 8,00 
Fonte: Elaboração própria, dados Nota de Imprensa do IPC, INE e Relatório e Contas BNA. 
 
A atual tendência da inflação mostra que o governo poderá alcançar a meta de 9 por cento 
fixada para 2013, mas os altos custos dos produtos petrolíferos refinados e alimentares representam 
um risco para a estabilidade de preços. Por outro lado, a crescente demanda interna conjugada com 
a insuficiente logística para a oferta de bens e serviços, e a expectativa do aumento da liquidez 
devido à transferência de elevados pagamentos das companhias petrolíferas para os bancos 
nacionais até Outubro de 2013, como parte da implementação da nova lei cambial, implica que o 
controle da inflação em um dígito será um grande desafio para o BNA. 
 A Tabela 5, do índice geral ilustra os resultados de um esforço do governo em expandir e 
obter melhor resultados no que diz respeito à melhor produção de informações estatísticas oficias 
mais credíveis, conseguir expandir para seis províncias já é um ganho, pois daí será possível 
futuramente obter um índice de inflação mais completo que ilustra a realidade dos preços, e assim 
permitir o BNA a levar a cabo a sua política de estabilização de preços. 
É recente a ampliação do Índice de Preços no Consumidor das seis províncias, pois apesar 
de se construir o quadro de ponderadores de 2011 com o IBEP, apenas em Março de 2014 passou-
se a ter os primeiros dados de inflação das províncias de Benguela, Cabinda, Cunene, Huambo, 
Huíla e Namibe. 
31 
 
São apresentados na Tabela 5, os primeiros resultados do Índice de Preços no consumidor 
das províncias de Luanda, Benguela, Cabinda, Cunene, Huíla, Huambo e Namibe - IPC Províncias 
sendo considerado o período de base Dezembro de 2014. 
Tabela 5. Índice Geral de Inflação por Província 
Variação mensal por províncias de Novembro de 2014 em (%) 
Contribuição das Classes de 
despesas na Inflação 
Luanda Benguela Cabinda Cunene Huambo Huíla Namibe 
Índice Geral 0,53 0,10 0,08 0,35 0,20 0,23 0,30 
Alimentação e Bebidas não 
Alcoólicas 
0,44 0,10 0,04 0,55 0,13 0,33 0,29 
Bebidas Alcoólicas e Tabaco 0,56 0,12 0,15 0,43 0,82 0,46 0,00 
Vestuário e Calçados 0,83 0,45 0,00 0,19 0,48 0,45 0,06 
Habitação, Água, Eletricidade e 
Combustíveis 
0,32 0,00 0,00 0,00 0,00 0,03 0,00 
Mobiliário, Equipamentos 
Domésticos e Manutenção 
1,03 0,03 0,07 0,82 0,34 0,25 0,30 
Saúde 0,81 0,00 0,73 0,48 0,10 0,00 0,17 
Transportes 0,08 0,00 0,29 0,00 0,37 0,03 0,75 
Comunicações 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 
Lazer, Recreação e Cultura 0,23 0,00 0,00 0,35 0,19 0,00 0,27 
Educação 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 
Hotéis, Cafés e Restaurantes 0,54 0,06 0,22 0,00 0,74 0,00 0,00 
Bens e Serviços Diversos 1,47 0,15 0,11 0,02 0,19 0,29 0,53 
Fonte: Elaboração própria com dados da Nota de Imprensa do IPC INE, Relatórios e Contas BNA. 
 
Este é mais um produto do INE e visa fornecer aos usuários, informações Macroeconômicas 
cada vez abrangente. O Governo está a trabalhar para que em 2015 possa se ter o IPC Nacional e, 
assim, termos o país representado pelos seus principais mercados onde o cálculo da IPC é relevante. 
Mas é importante ressaltar que as informações utilizadas aqui são apenas da província de 
Luanda, pois as demais províncias não possuem informações suficientes para se construir uma série 
que permitam elaborar as análises que se pretendem. 
Inflação Mensal é a variação mensal generalizada dos preços de bens e serviços, controlado 
pelo Departamento de Estatísticas Econômicas e Financeiras, Divisão de Preços do INE que usa 
32 
 
como metodologia o Índice de preço de Laspeyres. A inflação mensal é monitorada de forma diária 
através da coleta dos preços nos mercados formais e informais na cidade de Luanda, permitindo 
assim que o INE tenha um acompanhamento mensal por meio das notas de imprensa do índice de 
preço ao consumidor que são publicadas e vendidas ao público. A Inflação Homóloga ou Inflação 
de 12 meses é calculada comparando o mês atual em relação ao mesmo mês do ano anterior. 
Durante o ano todo o INE vai fazendo a coleta de preços bem como a publicação de 
resultados mensais com as devidas variações dospreços, esses resultados é possível fazer uma 
variação mensal para se ter em mente como se comportou os preços no mercado durante os meses, 
e no final do ano o INE calcula a Inflação Homóloga ou a inflação de 12 meses que é na verdade 
uma comparação da inflação de Dezembro do ano presente em relação a Dezembro do ano passado, 
e esta inflação são usadas para saber como se comportou os preços durante o ano. Mensalmente o 
BNA solicita as informações de Inflação junto do INE para fazer o acompanhamento dos preços e 
elaboração os relatórios trimestrais de inflação. 
 
4.2. Condução da Política Monetária do Banco Nacional de Angola. 
 
O Banco Nacional de Angola é o órgão responsável pela política monetária, em termos da 
Lei 16/10, de 15 de julho, compete ao Banco Nacional de Angola proceder à implementação da 
política monetária, sendo o seu principal objetivo a preservação do valor da moeda nacional 
(Kwanza) e, por isso mesmo, concorrer a estabilidade de preços na economia. 
Atualmente, a condução da política monetária conta, essencialmente, com os seguintes 
instrumentos: reservas obrigatórias, comercialização de divisas, colocação de títulos públicos e, 
muito recentemente, operações de mercado aberto. Contudo, o BNA utiliza alguns instrumentos 
importantes para conduzir a política monetária, com o objetivo de controlar a inflação. 
O mecanismo de política monetária utilizado é a taxa básica de juros (Taxa BNA), que 
sinaliza a orientação da política monetária do BNA, pretende-se que a taxa básica sirva de 
referência para todas as taxas praticadas pelas instituições financeiras no mercado monetário 
interbancário. 
O BNA conta com um Comitê de Política Monetária (CPM), que define as diretrizes para 
a implementação da política monetária, tanto quanto a alteração ou não da Taxa BNA, com o 
objetivo principal de controlar a inflação. 
33 
 
Em 2011 a introdução do novo quadro operacional implicou o aprimoramento dos 
mecanismos e instrumentos de transmissão de política monetária, permitindo que o banco central 
pudesse desempenhar um papel mais ativo na preservação da estabilidade dos preços na economia. 
Foi, assim, introduzida a Taxa Básica de Juro – Taxa BNA, que tem por objetivo indicar a 
orientação da política monetária, e segregar as facilidades de natureza prudencial da política 
monetária1. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 Anteriormente, o conjunto de instrumentos limitava-se essencialmente à taxa de redesconto e às reservas 
obrigatórias. (Para mais informações consultar o Quadro operacional sobre a Política Monetária). 
34 
 
5. METODOLOGIA 
Neste capítulo vai ser apresentada a metodologia econométrica ARFIMA, sendo este o 
método de estudo para à análise do fenômeno da persistência inflacionaria em Angola para o 
período de 2002 a 2014, apresentamos também algumas estatísticas descritivas. 
 
5.1. A Metodologia Econométrica dos Modelos ARFIMA 
 
Umas das maneiras de se analisar persistência de forma univariada é fazer uso dos diferentes 
testes de raiz unitária existentes na literatura. Neste caso, Como mostra Gomes da Silva e Vieira 
(2013), o pesquisador estima a ordem de integração ‘d’ das séries e tal ordem somente pode assumir 
valores inteiros, seja I(0), se for estacionária, ou I(1), caso contrário. Outra possibilidade para se 
testar persistência univariada é fazer uso dos modelos ARFIMA (Auto-Regressive-Fractonally-
Integrated-Moving-Average), tal como definido nos artigos de Granger & Joyeux (1980) e Hosking 
(1981). Tais modelos são uma generalização dos modelos ARIMA (p, d, q) com a vantagem de a 
ordem de integração ‘d’ poder ser fracionada entre 0 e 1. Além disso, os modelos ARFIMA 
auxiliam na resolução do problema amplamente conhecido do baixo poder dos tradicionais testes 
de raiz unitária. 
 Com base em Hamilton (1994) um modelo ARMA (p, q) pode ser escrito da seguinte forma: 
𝑦𝑡 = 𝑐 + 𝛼1𝑦𝑡−1 + ⋯ + 𝛼𝑝𝑦𝑡−𝑝 + 𝑢𝑡 + 𝛽1𝑢𝑡−1 + ⋯ + 𝛽𝑞𝑢𝑡−𝑞 , 𝑡 = 1, … , 𝑇. (1) 
onde ‘α’ e ‘β’ são os coeficientes do modelo; ‘y’ uma variável genérica e ‘u’ representa o termo de 
erro com ut= NID [0, σ2]. 
 Utilizando o operador defasagem: 
(1 − 𝛼1𝐿 − 𝛼2𝐿
2 − ⋯ − 𝛼𝑝𝐿
𝑝)𝑦𝑡 = 𝑐 + (1 + 𝛽1𝐿 + 𝛽2𝐿
2 + ⋯ + 𝛽𝑞𝐿
𝑞)𝑢𝑡 (2) 
Dividindo-se ambos os lados pelo termo da esquerda2: 
𝑦𝑡 = 𝜇 + Φ(𝐿)𝑢𝑡 (3) 
 
2 Ver Hamilton (1994, p. 59) para as condições necessárias para tal exercício. 
35 
 
 
onde: 
Φ(𝐿) =
(1 + 𝛽1𝐿 + 𝛽2𝐿
2 + ⋯ + 𝛽𝑞𝐿
𝑞)
(1 − 𝛼1𝐿 − 𝛼2𝐿2 − ⋯ − 𝛼𝑝𝐿𝑝)
 
0
j
j


  
 
𝜇 =
𝑐
(1 − 𝛼1 − 𝛼2 − ⋯ − 𝛼𝑝)
 
Desta maneira, um processo integrado de ordem ‘d’ pode ter a seguinte representação: 
 
   1
d
t tL y L u 
 (4) 
Geralmente, assume-se que d = 1, ou que a primeira diferença da série é estacionária. 
Todavia, valores fracionados de ‘d’ podem ser de grande utilidade. 
A razão da escolha dessa família de processos, para fins de modelagem das séries com 
comportamento de memória longa, é o efeito do parâmetro d em observações distantes decai 
hiperbolicamente conforme a distância aumenta, enquanto os efeitos do parâmetro Φ decaem 
exponencialmente. Então, d deve ser escolhido com o objetivo de explicar a estrutura de correlação 
de ordens altas da série, enquanto o parâmetro Φ explicam a estrutura de correlação de ordens 
baixas (MORETTIN 2011, p 249). 
 Ainda segundo Hamilton (1994, p. 448), considere a representação MA (∞) da equação (4). 
Se d < 0.5, o inverso do operador (1 - L)-d existe. Isso pode ser visto multiplicando-se ambos os 
lados da eq. (4) por (1 - L)-d. O resultado é o seguinte: 
 
   1
d
t ty L L u

  
 (5) 
O operador (1 - L)-d pode ser representado pelo seguinte filtro: 
(1 − 𝐿)−𝑑 = 1 + 𝑑𝐿 + (1 2!⁄ )(𝑑 + 1)𝑑𝐿2 + (1 3!⁄ )(𝑑 + 2)(𝑑 + 1)𝑑𝐿3 + ⋯ = ∑ 𝜆𝑗𝐿
𝑗∞
𝑗=0 (6) 
Onde λ0 ≡ 1 e: 
36 
 
 
       1/ ! 1 2 3 1j j d j d j d j d d         (7) 
 Pode-se demonstrar3 que, se d < 1, λj pode ser aproximado para um grande j por: 
 
 
1
1
d
j j

 
 (8) 
Assim, uma representação MA (∞), em que o coeficiente de impulso-resposta λj comporta-
se, para grandes j, como (j + 1)d-1, pode ser definido como: 
 
  0 0 1 0 21
d
t t t t ty L u u u u          (9) 
As autocorrelações das séries estacionárias ARMA podem ter um decréscimo exponencial, 
ao passo que séries fracionalmente integrados possuem decréscimos hiperbólicos. Em outras 
palavras enquanto que os coeficientes de impulso-resposta de um processo ARMA estacionário 
desaparecem bem devagar, porque os processos fracionalmente integrados também são 
denominados de processos de memória longa. 
Assim, para d> 0.5, o processo deve ser diferenciado antes que fazer a descrição apresentada na 
equação (3). 
Consequentemente, se 0 ≤ d ≤ 0,5, a série é estacionária, com reversão à média e com um 
processo de memória longa. Se 0,5 <d ≤ 1, a série não é estacionária mas permanece com reversão 
à média. Se d ≥ 1, a série não é estacionária e não possui reversão à média (Gil-Alana, 2001). Se - 
0,5 <d< 0, o processo é chamado de memória intermediária ou sobre-diferenciado. 
 
5.2. Dados 
 
Os dados utilizados na análise são os índices de preços ao consumidor (variações mensais) 
da cidadede Luanda que também é o índice oficial até ao momento. O período considerado vai de 
janeiro de 2002 a dezembro de 2014 e um novo recorte que vai de janeiro 2005 a dezembro de 
2014. 
Apresentamos algumas estatísticas descritiva da taxa mensal de inflação, dos dois períodos 
analisados, pois podemos perceber a discrepância na média quando mudamos o período de 2002 
 
3 Ver apêndice 15.A de Hamilton (1994). 
37 
 
para 2005, apenas 3 anos e a média cai quase pela metade, notamos também que a inflação máxima 
cai de 8,72 para 2,35, sendo que o desvio padrão foi para baixo. A diferença das estatísticas 
apresentadas na tabela e segundo a interpretação apresentada é justificada pelo fato de que em 2005 
a inflação foi mais estável, e a um nível mais baixo. 
Tabela 6: Estatística Descritiva: Taxa Mensal de Inflação de 2002/01 a 2014/12 
Série Período Média Mediana Máximo Mínimo 
Desvio-
Padrão 
Mensal 
2002/01 
2014/12 
1,77 0,98 8,72 0,41 1,85 
Mensal 
2005/01 
2014/12 
0,95 0,86 2,35 0,41 0,38 
Nota: número de observações = 156 (2002); 120 (2005) 
Fonte: Elaboração própria, dados das notas de Imprensa do Índice de Preço ao consumidor, INE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
6. RESULTADOS 
Antes de analisar os resultados das estimações dos modelos ARFIMA propriamente ditos, 
é importante examinar o teste de raiz unitária e as autocorrelações das séries tanto para análise feita 
do período digamos completo que vai de 2002 a 2014, como também do recorte feito no período 
que vai de 2005 a 2014. Visto que no decorrer do período observou-se uma queda muita grande e 
em um espaço de tempo muito curto da inflação. As taxas de inflação tiveram um decréscimo muito 
rápido até 2005 o que poderia influenciar as estimações do modelo ARFIMA. 
De fato, a necessidade de recorte da série se deu pelo fato de que o período 2002 ainda 
carregava a memória inflacionária dos períodos passados referentes aos anos 1990 indo até 2002 
praticamente. Após este período, o governo lançou um plano de estabilização, provocando uma 
queda considerável da inflação. 
Os resultados dos dois períodos analisados estão na Tabela 7 e mostram que as taxas de 
inflação ajustadas sazonalmente tiveram um decréscimo devagar uma vez que há autocorrelações 
significantes da série no geral. A tabela reporta ainda as autocorrelações em primeira diferença, 
que mostram alguns sinais negativos, indicando que as séries podem ter um processo de 
estacionaridade e reversão a uma média de longo prazo. 
 
Tabela 7. Autocorrelações das Séries em Nível e em Primeira Diferença 2002 e 2005 
Séries Período Lag 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 16 17 18 
Mensal 
2002 
2002/01
2014/01 
xt 0,86 0,82 0,78 0,80 0,75 0,73 0,67 0,62 0,60 0,57 0,31 0,29 0,25 
Δxt -0,4 -0,19 -0,21 0,18 -0,02 0,01 -0,01 -0,05 0,11 -0,24 -0,06 0,14 -0,05 
Mensal 
2005 
2005/01 
2014/12 
xt 0,41 0,29 0,23 0,18 0,22 0,20 0,22 0,16 0,21 0,16 0,03 0,10 0,05 
Δxt -0,4 -0,10 0,01 -0,07 0,07 -0,04 0,07 -0,10 0,09 -0,05 -0,11 0,12 -0,09 
Fonte: Elaboração própria, dados das notas de Imprensa do Índice de Preço ao consumidor, INE 
 
 6.1. Testes de raiz unitária 
 
Em seguida foram utilizados os testes ADF e o KPSS, para testar a estacionariedade da 
série, considerada neste trabalho, logo obtemos resultados que nos mostram pelo teste ADF, uma 
39 
 
serie estacionária tanto a 5% e a 10%. Portanto o teste ADF não é suficiente para se testar a 
veracidade da série no que se diz respeito a testes de raiz unitária. Para tal há a necessidades de se 
fazer outro teste para constatar os dados. O uso de um teste alternativo KPSS nos mostra que a 
série é não estacionária pois possui raiz unitária para os níveis de significância sugeridos. 
Tabela 8. Testes de raiz unitária ADF e KPSS. 
Série Período 
ADF KPSS 
Estatística 
de Teste 
Lag 
Valores 
Críticos 
Rejeita Ho 
Estatística 
de Teste 
Lag 
Valores 
Críticos 
Rejeita Ho 
Raiz 
Unitária 
Estacionariedade 
5% 
10
% 
5% 10% 5% 10% 5% 10% 
Mensal 
2002/01 
2014/12 
2,06 13 -2,9 
2,5
7 
Não Não 0,27 10 0,14 0,11 Não Não 
Mensal 
2005/01 
2014/12 
7,9 12 -2,9 
2,5
7 
Sim Sim 0,15 5 0,14 0,11 Não Não 
Fonte: elaboração própria, dados de IPC, INE. 
 
6.2. Modelos ARFIMA 
 
Para estimar os modelos ARFIMA (p, d, q), seguimos o procedimento padrão observado em 
outros trabalhos e defasamos a parte auto-regressiva (AR) e a parte média móvel (MA) até a terceira 
defasagem, gerando 16 diferentes estimações para cada modelo. Após a regressão dos 16 modelos 
para cada série, utilizamos o critério de informação de Akaike para selecionar as defasagens mais 
apropriadas dentre aquelas feitas com o objetivo de retirar a correlação serial dos erros. 
 
Tabela 9. Valores de “d” para todos os modelos ARFIMA (p,d,q) 
Série Período (0,0) (0,1) (0,2) (0,3) (1,0) (1,1) (1,2) (1,3) (2,0) (2,1) (2,2) (2,3) (3,0) (3,1) (3,2) (3,3) 
Mensal 
2002/01 
2014/12 
0,64 0,88 0,94 0,95 0,72 0,24 - 0,97 0,76 0,34 -0,57 - -0,13 - - - 
Mensal 
2005/01 
2014/12 
0,34 0,41 0,86 0,79 0,38 0,79 0,79 0,78 0,35 0,45 0,38 0,49 0,37 0,44 0,44 0,66 
Fonte: elaboração própria, dados de Índice de Preço no Consumidor de Angola, INE. 
 
40 
 
Na Tabela 9 estão relacionados os parâmetros ‘d’ da integração fracionada de todas 
regressões estimadas dos dois períodos escolhidas e dado o critério de Akaike utilizado para 
selecionar o melhor modelo entre os dois períodos encontramos para o período de 2002/01 a 
2014/12 um parâmetro de 0,76, com duas defasagens AR e zero MA, mas para o segundo caso não 
houve problema de correlação serial por isso o parâmetro selecionado apresentou nenhuma 
defasagens. As células vazias correspondem aos modelos em que não foi possível obter 
convergência da estimação. 
Olhando pelo primeiro parâmetro no caso do IPC mensal de 2002/01 a 2014/01 (d = 0,64) 
já demonstra em uma primeira fase que precisa-se de um controle da inércia inflacionária, embora 
que o parâmetro escolhido tenha sido 0,76 mais pode-se perceber uma grande queda quando 
mudamos o período para 2005/01 a 2014/01 o parâmetro “d” cai para 0,34, mostrando certo 
controle da inércia inflacionária. 
Como podemos ver, o Gráfico 5 nos mostra o porquê de se conseguir uma inflação com 
raiz unitária pós 2002. Segundo Carvalho et al (2011) os níveis de inflação possuíam um custo 
social e econômico muito alto sendo até insustentável para o país, isso começa a mudar a partir de 
2005 em diante. Para tal é de dar maior preferência aos resultados encontrados na inflação mensal 
de 2005 que se mostrou estacionária com reversão à média de longo prazo. 
 
Gráfico 5. Inflação Mensal Média Geométrica (%) 
 
Fonte: elaboração própria, dados INE e BNA. 
6,04
4,42
2,16
1,38
0,92 0,90 1,03 1,06
1,18
0,87 0,71 0,61 0,72
0
1
2
3
4
5
6
7
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
41 
 
A Tabela 9 ilustra bem essa diferença pois encontramos um parâmetro “d” 0,76 quando 
consideramos o período de análise completo e após o recorte encontramos uma série mais constante 
e sem muitos saltos 
Contudo, devemos nos atentar para o melhor modelo selecionado no sentido de decidirmos 
a real persistência inflacionária. O próximo passo é decidir se cada série é mais bem caracterizada 
como sendo estacionária (d < 0.5) ou não estacionária (d > 0.5). Logo, consideraremos aqui o 
período mensal de janeiro de 2005 a dezembro de 2014 como o período que apresentou o modelo 
mais adequado as nossas perspectivas deanálise. 
O primeiro parâmetro para 2002 apresenta um modelo de integração com dois MA, e zero 
AR, sendo que podemos interpretar da seguinte forma: (2, 0): 2002-2014: d = 0,64 série não é 
estacionária mas permanece com reversão à média. E o primeiro parâmetro para 2005 apresenta 
um modelo de integração com zero MA e zero AR, e podemos interpretar da seguinte forma: (0, 
0): 2005-2014:d = 0,34 a série é estacionária, com reversão à média e com um processo de memória 
longa. 
Primeiramente, a análise das estimações dos modelos ARFIMA (0, d, 0) reportados na 
Tabela 10 mostram as regressões referentes ao IPC mensal de Angola, com apenas o parâmetro 
“d”. Isso corresponde ao máximo de integração fracionada que a série poderia carregar. Umas das 
características presentes demonstra que, apesar de dividir a serie em dois períodos, temos que 
apenas o período de 2005 teve o parâmetro selecionados menor que 0.5, sendo que em algumas 
séries possuem componentes auto-regressivo. 
 
Tabela 10. Estimações dos Modelos ARFIMA (p, d, q) por NLS 
Serie Período ARMA ‘d’ 
α1 α2 
Constante 
AR(1) AR(2) 
Mensal 
2002/01 
2014/12 
2,0 
0.761 
[0.077] 
-0,252 
[0,108] 
-0,091 
[0,090] 
1,494 [1,895] 
Mensal 
2005/01 
2014/12 
0,0 
0,346 
[0,058] 
- - 0,917 [0,116] 
Erros-padrão em colchetes. 
Fonte: Elaboração própria, dados do Índice de Preços no Consumidor de Angola, INE. 
 
42 
 
Para os modelos propriamente ditos foram escolhidos para os dois períodos, sendo que 
encontramos um parâmetro “d” apresentando uma estimativa maior que 0.5, com dois MA e zero 
AR, e podemos interpretar como:(2, 0): 2002-2014: d = 0,76 série não é estacionária mas com 
reversão à média. E para o período de 2005 o modelo é apresentado por zero MA e zero AR, e a 
sua interpretação é dada por:(0, 0): 2005-2014: d = 0,34 a série é estacionária, com reversão à 
média e com um processo de memória longa. 
Dado os resultados obtidos podemos fazer comparações com estudos feitos anteriormente 
onde podemos notar que para Angola, Gil-Alana e Barros (2012) encontraram uma ordem de 
integração de cerca de 0,3. Podemos afirmar que esse resultado alcançado da inflação angolana 
possui um componente inercial baixo na ordem de integração de 0,34 muito próximo dos resultados 
encontrados para os EUA por Gil-Alana (2005) de 0,25 e de 0,25 também para o Brasil encontrado 
por Gomes da Silva e Vieira (2013). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
7. CONCLUSÕES 
 
Angola alcançou a paz e conseguiu estabilizar a economia, reduzindo de forma significante 
a participação do PIB petrolífero aos longos dos últimos 7 anos, dando lugar a outros setores como 
construção civil, a indústria que vem aumentando a sua participação e os serviços que formam o 
PIB não petrolífero. Podemos observar que a mini-idade de ouro de Angola foi proporcionada pela 
exportação de petróleo. Este aumento do PIB permitiu que o governo angolano pode-se investir 
fortemente na reconstrução do país, dando uma grande importância nos setores de educação e 
saúde. Teve grande preocupação com a população desde o 2002 e vem criando projetos para alojar 
as famílias, expandindo as cidades para dar melhores condições de vida. 
Foram desenvolvidos vários planos de estabilização macroeconômico com o objetivos de 
melhorar a coordenação institucional entre o Banco Central e o Tesouro Nacional, de formas a 
garantir o equilíbrio entre o aumento dos agregados monetários e as execuções fiscais, no âmbito 
do monitoramento da liquidez em circulação na economia. Estas políticas levaram a redução da 
inflação a níveis mais baixos em um período curto de tempo. A economia angolana obteve neste 
mesmo período uma inflação baixa com altas taxa de crescimento do PIB. 
Implementou-se uma estratégia de gestão da dívida pública, levando assim a queda da 
participação da dívida pública no PIB no período pós-guerra. Acabou com as taxas múltiplas de 
câmbio e em 2011 criou no Banco Nacional de Angola o comitê de política monetária, passando a 
entrar em vigor a taxa básica de juros (Taxa BNA) e a fortalecer os mecanismos de política 
monetária. Podendo assim alcançar os seus objetivos estabelecidas no seu plano de estabilização 
macroeconômica, conduzindo uma política monetária crível e mesmo não tendo um modelo de 
reputação explicita, conseguiu alcançar níveis mais baixos de inflação. 
Através da metodologia ARFIMA podemos perceber que a inflação angolana é estacionaria 
com reversão a média de longo prazo quando consideramos apenas o período de 2005, sendo que 
se aproxima dos resultados encontrados para Angola por Gil-Alana e Barros (2012), como para os 
EUA por Gil-Alana (2005) e para o Brasil por Gomes da Silva e Vieira (2013). 
 
 
 
 
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