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NEGÓCIOS INTERNACIONAIS AULA 1 LEITURA PRÉVIA LEITURA PRÉVIA MDIC divulga material histórico sobre os 200 anos do comércio exterior brasileiro. Está disponível no site do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), para acesso livre, o conteúdo comemorativo dos 200 anos do comércio exterior brasileiro, lançado pelo ministério em comemoração ao bicentenário do comércio exterior brasileiro, completado dia 28 de janeiro. Nessa data, foram abertos os portos brasileiros às nações amigas, por determinação de D. João VI. Resumo histórico No material produzido pela Secex, a narrativa dos 200 anos das relações comerciais brasileiras com diversos países do mundo foi dividida em 20 décadas: 1808-1820 A corte portuguesa se estabeleceu no Brasil, em 1808. Em 28 de janeiro daquele ano, foi publicada a Carta Régia de Abertura dos Portos brasileiros às Nações Amigas. Com isso, o Brasil passou a exercer autonomia inédita sobre seu próprio comércio exterior. 1821-1830 O principal fato histórico desse período para os brasileiros foi a independência do país em 1822. O Brasil assinou o Tratado de Comércio com a Inglaterra, ato que revalidou os termos do Tratado de Comércio firmado entre Portugal e a Grã- Bretanha em 1810. 1831-1840 A terceira década do século XIX foi marcada, no Brasil, pelo aumento da demanda mundial pela borracha produzida na região amazônica. Entretanto, a balança comercial registra sucessivos déficits. Nesta década, o café começou a se destacar na pauta das exportações brasileiras. 1841-1850 No ano de 1844 o governo brasileiro extinguiu o Tratado Comercial com a Grã-Bretanha. Esta medida aumentou o custo dos produtos importados, estimulando a instalação de algumas indústrias no país. As exportações de café aumentaram, mas a balança comercial ainda é desfavorável para Brasil. 1851-1860 Pela primeira vez o Brasil conseguiu diversificar os destinos de suas exportações, mas as importações continuaram concentradas na Grã-Bretanha. O primeiro saldo positivo da balança comercial foi obtido em 1860 graças ao café, que nesta década correspondia a 48,8% das exportações, seguido pelo açúcar (21,2%), algodão (6,2%), fumo (2,6%) e cacau (1%). 1861-1870 Nesta década, o café e o algodão são os principais produtos exportados pelo Brasil. O total das exportações entre 1851 e 1860 são de 150 milhões de libras esterlinas, equivalentes a 11,8% do PIB e as importações somam 132 milhões de libras. O superávit comercial do período foi de 18 milhões de libras. 1871-1880 Entre os anos de 1871 e 1880, os embarques brasileiros de café, açúcar, algodão, couros, borracha, cacau, mate e fumo, continuavam crescendo e representavam 95% de toda a pauta exportadora. 1881-1890 A balança comercial brasileira registrava sucessivos saldos positivos, contribuindo para um acúmulo de capital, que parte era direcionado para a expansão das atividades manufatureiras. Em maio de 1888, a Lei Áurea aboliu a escravidão no Brasil e em 15 de novembro de 1889 houve a proclamação da República. 1891-1900 O comércio exterior continua dependente do café, que constituía o setor mais dinâmico da economia e responde por mais de 60% das exportações brasileiras. Na região Amazônica intensificou-se a exploração da borracha, valorizada pela nascente indústria automobilística nos Estados Unidos. 1901-1910 Nesta década, iniciou-se uma longa fase de expansão do comércio exterior brasileiro. A Região Norte viveu o auge do ciclo da borracha e o Brasil respondia por 97% da produção mundial. Em 1906, foi colocado em prática o Acordo de Taubaté, para manter em alta o preço internacional do café e garantir os lucros dos cafeicultores. 1911-1920 O acontecimento histórico que marca a segunda década do século XX é a Primeira Guerra Mundial. A entrada do Brasil na guerra coincide com uma crise no setor cafeeiro, que obrigou o governo a colocar em prática o segundo plano de valorização do produto. Os principais produtos de exportação eram café, açúcar, cacau, mate, fumo, algodão, borracha, couros e peles. 1921-1930 A quebra da bolsa de Nova York, em 1929, provoca uma crise que se alastra pelo mundo e atinge fortemente a economia cafeeira brasileira. Isso coincide com uma extraordinária expansão das lavouras de café e o resultado foi uma oferta superior à demanda internacional. A solução encontrada pelo governo é a destruição dos estoques excedentes do produto. 1931-1940 Os efeitos da quebra da bolsa de Nova York e da crise do setor cafeeiro comprometem o desempenho do comércio exterior brasileiro. No início desta década, grande parte da safra do grão se acumula em armazéns. A oferta continua muito maior que demanda mundial e para contornar a crise do setor, o governo destruiu milhões de sacas de café. O algodão brasileiro desponta como o segundo principal produto de exportação. A política de substituição de importações favorece o desenvolvimento da indústria nacional. Nesta década, houve o início da Segunda Grande Guerra. 1941-1950 Durante a Segunda Guerra Mundial, o intercâmbio comercial brasileiro era feito principalmente com os Estados Unidos. Com a guerra, os preços internacionais do café se tornam mais uma vez atrativos. A produção e a exportação desse produto voltam a sua posição de destaque na economia nacional. 1951-1960 Neste período, houve a diversificação da pauta exportadora brasileira e também dos destinos desses produtos. No início dos anos 50, a normalização das trocas internacionais já tinha feito com que o café voltasse a concentrar a maior parte das exportações nacionais, tendo os Estados Unidos como seu principal mercado. 1961-1970 Os anos JK foram bastante proveitosos para a indústria nacional, com sucessivos aumentos da produtividade, mas não houve avanços do comércio exterior brasileiro. Café, açúcar, algodão e minérios ainda são responsáveis por 70% da pauta exportadora do país. Na segunda metade da década, a participação de produtos manufaturados nas exportações brasileiras passou de 7% em 1965 para 30% em 1974. 1971-1980 Nesta década, a economia brasileira conseguiu crescer de forma considerável. O milagre econômico, iniciado em 1967, chegou a seu auge, com taxas de crescimento anual acima de 11%. A participação dos produtos manufaturados na pauta exportadora brasileira aumenta em 47% de 1974 a 1979 e o Brasil conquistou novos mercados no Oriente Médio e na África. 1981-1990 Brasil e Argentina assinaram a Ata de Buenos Aires, que fixou a data de 31 de dezembro de 1994 para início das atividades do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) e, no âmbito da Associação Latino-americana de Integração (Aladi), foi firmado o Acordo de Complementação Econômica N.º 14, que consolidou os protocolos de natureza comercial e propôs uma redução tarifária a partir de 1990. 1991-2000 No início da década de 90, o Brasil iniciou a abertura comercial com redução de tarifas de importação e reformulação dos incentivos às exportações. Os fluxos comerciais se intensificaram e foi criado o MERCOSUL. Nesta década também foi instituída a Organização Mundial de Comércio (OMC), organismo multilateral responsável pela regulamentação do comércio. 2001-2010 A partir de 2000, o comércio exterior brasileiro aumentou num ritmo mais vigoroso. O crescimento econômico mundial, o aumento dos preços internacionais de produtos básicos, a diversificação dos mercados importadores e a maior produtividade da indústria nacional são fatores que favoreceram o dinamismo das exportações brasileiras, que passou a atingir sucessivos recordes". (Reportagemde Miguel Carmo, especialista em Comércio Exterior – disponível em: https://administradores.com.br/artigos/mdic-divulga-material-historico- sobre-os-200-anos-do-comercio-exterior-brasileiro) Até a aula! Gabriele Andrade Gabriele Andrade é Administradora, professora e especialista em int finanças e mercado financeiro https://administradores.com.br/artigos/mdic-divulga-material-historico-sobre-os-200-anos-do-comercio-exterior-brasileiro https://administradores.com.br/artigos/mdic-divulga-material-historico-sobre-os-200-anos-do-comercio-exterior-brasileiro NEGÓCIOS INTERNACIONAIS AULA 2 LEITURA PRÉVIA LEITURA PRÉVIA QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS INDICADORES ECONÔMICOS E PORQUE CONHECE - LOS? São muitos os indicadores econômicos e a seguir iremos conhecer um pouco sobre os principais indicadores para calcular taxa de juros, inflação, valores contratuais como aluguéis e outros. Tais indicadores são, normalmente, coletados do Banco Central do Brasil (BCB), Fundação Getúlio Vargas (FGV) e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 1. PNAD A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua é realizada pelo IBGE. O Instituto produz inúmeros indicadores mensalmente, trimestralmente e anualmente sobre o mercado de trabalho brasileiro, que são importantes para o planejamento socioeconômico do Brasil. A PNAD, especificamente, fornece dados sobre a quantidade de pessoas empregadas, desempregadas, taxa de ocupação e taxa de desemprego. Também traz a média dos rendimentos dos trabalhadores. 2. Produção Industrial Torna-se muito difícil avaliar o desenvolvimento de uma região sem uma indústria que seja forte, competitiva e diversificada. A indústria, dentre todos os setores produtivos, é o setor que mais exerce influência no crescimento do produto agregado. E por isso há um indicador que pede a produção industrial do país. Felizmente, a produção industrial é considerada relativamente diversificada. Contudo, é imatura, pois ainda está em processo de especialização em diversos setores, bem como avançou pouco no fortalecimento de cadeias produtivas com produtos mais avançados tecnologicamente. Caso esse cenário não mude, a contribuição da indústria para o crescimento da economia poderá reduzir no futuro. E, com isso, diminui o potencial de crescimento da economia. 3. Taxa Referencial (TR) A Taxa Referencial (TR) foi instituída no Brasil durante o Governo Collor. O cálculo da TR é realizado a partir da Taxa Básica Financeira, que consolida informações dos juros praticados pelos maiores bancos do país. Este indicador é importante para calcular o rendimento da caderneta de poupança e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). 4. Salário Mínimo Considera-se salário mínimo o menor valor a ser pago em uma relação de trabalho que a lei permite que os empregadores paguem aos seus empregados pelo tempo e mão de obra na produção de bens e serviços. Também é o menor valor que alguém pode vender sua força de trabalho. Por isso, o salário mínimo é um dos principais indicadores econômicos do nosso país. 5. Balança Comercial A Balança Comercial é um indicador econômico referente à relação entre o total de exportações e importações de bens e serviços de um país em um determinado período. O total de exportações de bens e serviços precisa ser superior ao de importações para que possa ter um superávit no saldo da balança comercial. Caso o contrário ocorra, registra-se um déficit. 6. INPC Outro indicador produzido pelo IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) é um dos principais do país sobre a variação mensal dos preços. O INPC mede o quanto que varia o custo de vida das famílias com integrantes assalariados e com rendimento mensal de 1 a 5 salários mínimos mensais, o que corresponde a cerca de 50% das famílias brasileiras. 7. PIB O Produto Interno Bruto é um importante e um dos mais utilizados indicadores na macroeconomia. O objetivo é metrificar a atividade econômica de uma região (pode ser cidade, estado ou país). Se uma determinada região apresenta declínio no valor de seu PIB por dois trimestres consecutivos, é sinal de que sua economia está em uma recessão técnica. Mesmo que seja um bom indicador de crescimento, o PIB não pode ser considerado um índice de desenvolvimento. Afinal, não são incluídos no seu cálculo dados como distribuição de renda, expectativa de vida, nível de escolaridade da população, desigualdade social e outros aspectos. 8. INCC O Índice Nacional de Custo da Construção é produzido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ele é usado para medir a evolução dos custos das construções habitacionais nas capitais dos dezoito principais estados brasileiros. 9. Taxa SELIC Muito conhecida pelos investidores, a taxa SELIC é a taxa básica de juros da economia brasileira. Utilizada como referência para calcular as demais taxas de juros que são cobradas pelo mercado e para decidir a política monetária do governo federal. A Selic, inclusive, é um indicador bastante utilizado para referenciar a rentabilidade de alguns investimentos de renda fixa. 10. IGP-M O Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) é utilizado para medir o movimento dos preços do mercado nacional. É calculado mensalmente pela FGV e divulgado no final de cada mês. O IGP-M é utilizado para o reajuste dos aumentos da energia elétrica e dos contratos de aluguel. 11. INPCA/IPCA O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (PCA) é produzido pelo IBGE. Trata-se de um indicador oficial do Governo Federal para conferir metas inflacionárias. O IPCA mede a variação do custo de vida das famílias brasileiras com assalariados que têm renda mensal de 1 a 40 salários mínimos mensais. Assim como a Selic, o IPCA é um dos principais indicadores econômicos para referenciar a rentabilidade de investimentos, especialmente no âmbito da renda fixa. Há outros indicadores econômicos? No site oficial do Banco Central do Brasil é possível conferir diversas outras informações sobre outros indicadores econômicos importantes. Veja alguns deles encontrados no site do BACEN: Índice do nível de emprego formal – Brasil; Aplicações financeiras; Fundos de Investimento; Arrecadação do IPI por setores – Regime de competência; Previdência Social – Fluxo de caixa; Banco Central do Brasil – Operações cambiais; Valor da cesta básica em 17 capitais (municípios). São muitos os indicadores econômicos e financeiros, mas vale a pena conferir alguns deles e ir conhecendo aos poucos estas informações. Afinal, os indicadores econômicos são importantes para entender como a economia do país está se comportando. É essencial que investidores entendam e saibam os principais indicadores do mercado, a fim de ter maior assertividade na hora de investir. (Artigo de André Bonna, especialista em educação financeira – Disponível em: https://andrebona.com.br/11- principais-indicadores-economicos-que-voce-precisa-conhecer/) Até a aula! Gabriele Andrade Gabriele Andrade é Administradora, professora e especialista em finanças e mercado financeiro. https://andrebona.com.br/11-principais-indicadores-economicos-que-voce-precisa-conhecer/ https://andrebona.com.br/11-principais-indicadores-economicos-que-voce-precisa-conhecer/ NEGÓCIOS INTERNACIONAIS LEITURA PRÉVIA AULA 03 LEITURA PRÉVIA O CAMINHO “LONGO E IRREGULAR” ATÉ A RETOMADA DA ECONOMIA GLOBAL APÓS A COVID-19, NA PREVISÃO DO FMI Sob forte impacto da pandemia do coronavírus, a economiamundial deverá encolher 4,4% em 2020, segundo a projeção mais recente do Fundo Monetário Internacional (FMI), divulgada em 13/10/2020. A contração é menor do que a estimada pelo Fundo em junho/2020, quando a projeção era de queda de 4,9% no PIB (Produto Interno Bruto) global. Mas o FMI salienta que, apesar de ser "menos severa" do que o esperado anteriormente, a recessão ainda assim é profunda, e a recuperação será "longa, irregular e incerta". A projeção para 2021 é de crescimento de 5,2% no PIB mundial, um pouco abaixo dos 5,4% previstos em junho/2020. As novas projeções fazem parte do relatório World Economic Outlook ("Perspectivas da Economia Mundial"), divulgado em Washington. Para a economia brasileira, o FMI projeta recuo de 5,8% em 2020, desempenho melhor do que a queda de 9,1% prevista em junho/2020, mas ainda mais pessimista do que as projeções do mercado e do governo brasileiro. O relatório Focus, do Banco Central, feito a partir de pesquisa semanal com analistas de mercado, projeta retração de 5,02% em 2020. O Ministério da Economia prevê queda de 4,7%. O Banco Mundial também revisou suas projeções para a economia brasileira, prevendo queda e 5,4%, menor do que o recuo de 8% projetado em junho/2020. Para 2021, o FMI projeta crescimento de 2,8% no PIB brasileiro, abaixo dos 3,6% previstos no relatório de junho/2020. "A economia global está emergindo das profundezas nas quais despencou durante o Grande Lockdown em abril/2020. Mas com a pandemia de covid-19 continuando a se espalhar, muitos países reduziram a velocidade da reabertura e alguns estão voltando a estabelecer medidas parciais de lockdown para proteger populações vulneráveis", diz o relatório. "Enquanto a recuperação da China foi mais rápida do que o esperado, a longa ascensão da economia global de volta a níveis de atividade pré-pandemia permanece suscetível a reveses." A China, primeiro país afetado pela pandemia, deverá crescer 1,9% em 2020 e 8,2% em 2021, segundo o FMI. REVISÃO A pandemia deixou mais de 1 milhão de mortos e mais de 38 milhões de infectados ao redor do mundo, até a primeira quinzena de outubro 2020. O Brasil é o segundo país com o maior número de mortos, com mais de 150 mil óbitos, e o terceiro em número de casos, com mais de 5 milhões de infectados. Muitos países adotaram medidas de lockdown para tentar conter o avanço do coronavírus, entre elas o fechamento de escolas, bares, restaurantes, comércio e lazer. Alguns governos impuseram isolamento rigoroso por determinado período, proibindo os moradores de saírem de casa, a não ser para atividades como ir ao supermercado ou ao médico. Os impactos da pandemia na economia mundial foram devastadores. Segundo o FMI, "nenhum país foi poupado", e houve retração no PIB tanto em economias avançadas quanto em países emergentes e em desenvolvimento. Os economistas do Fundo dizem que a revisão nas projeções mundiais foi motivada principalmente por resultados do segundo trimestre no PIB de grandes economias avançadas, que não foram tão negativos como projetado inicialmente, assim como indicadores de uma recuperação mais forte no terceiro trimestre de 2020. Ressaltam ainda que a China voltou a crescer de maneira mais vigorosa do que o esperado. O FMI salienta que os resultados "teriam sido muito mais fracos" não fosse pela considerável resposta fiscal, monetária e regulatória, "rápida e sem precedentes", que garantiu renda disponível para a população e protegeu o fluxo de caixa para empresas. Ações como essas evitaram até agora uma "catástrofe financeira" como a ocorrida em 2008 e 2009, diz o relatório. Com a reabertura a partir de maio ou junho de 2020, depois do período de lockdown, muitas economias começaram a se recuperar em um ritmo mais acelerado do que o antecipado, segundo o FMI. Mas os economistas advertem que as perspectivas pioraram desde junho / 2020 para alguns mercados emergentes e em desenvolvimento onde o número de casos está crescendo rapidamente. DESEMPREGO E POBREZA Segundo o relatório, as economias ao redor do mundo terão um caminho difícil até atingirem níveis de atividade pré-pandemia. Apesar das medidas de apoio adotadas por vários governos, o FMI diz que o nível de emprego continua "bem abaixo dos níveis pré-pandemia", e outros vários milhões de postos de trabalho estão em risco se a crise continuar. Para o Brasil, o FMI vê taxa de desemprego de 13,4% em 2020 e 14,1% em 2021. A pandemia também deverá reverter o progresso verificado desde os anos 1990 na redução da pobreza global e aumentar a desigualdade. Segundo o FMI, muitas economias vão enfrentar um retrocesso no padrão de vida em comparação ao que era esperado antes do coronavírus. O FMI diz que 90 milhões de pessoas ao redor do mundo poderão ser levadas à extrema pobreza (definida como renda diária de até US$ 1,90, ou cerca de R$ 10) neste ano em consequência da crise. "Não apenas a incidência de extrema pobreza vai aumentar pela primeira vez em mais de duas décadas, mas a desigualdade (também) deve aumentar, já que a crise afetou desproporcionalmente mulheres, trabalhadores do setor informal e aqueles com grau de instrução mais baixo", diz o relatório. O Banco Mundial já havia previsto que a pandemia iria empurrar 115 milhões de pessoas para a pobreza extrema somente em 2020. O relatório do FMI não cita especificamente o avanço da pobreza no Brasil. Mas, mesmo antes da pandemia, o país já registrava aumento da pobreza extrema nos últimos cinco anos. Segundo dados da PNAD Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019 o número de brasileiros em pobreza extrema era de 13,88 milhões, um aumento de 170 mil em relação ao ano anterior. Em 2020, durante à pandemia, o auxílio emergencial ajudou a amortecer o efeito da crise, com quase R$ 200 bilhões desembolsados pelo governo desde abril/2020. Mas há risco de que os indicadores voltem a piorar, ainda mais com a redução recente do valor do auxílio, de R$ 600 para R$ 300. INCERTEZAS O FMI ressalta que há grandes incertezas e riscos na retomada da economia global, inclusive o de que o crescimento seja menor do que o projetado. "Se o vírus ressurgir, o progresso em tratamentos e vacinas for mais lento do que o antecipado, ou o acesso a eles permanecer desigual, a atividade econômica poderá ser menor do que o esperado, com renovado distanciamento social e lockdowns mais restritivos", diz o relatório. Os economistas observam que, além do impacto das medidas de lockdown obrigatórias no início do ano, as economias também foram afetadas negativamente pelas ações de distanciamento social adotadas voluntariamente pela população, por medo de contrair o vírus. Segundo o FMI, isso faz com que a suspensão de medidas de lockdown não resulte necessariamente em recuperação rápida, especialmente em países que levantam as restrições prematuramente, enquanto ainda há volume relativamente alto de novos casos. Vários países que haviam conseguido reduzir os níveis de transmissão do coronavírus registraram novo aumento no número de casos, o que levou à suspensão da reabertura da economia. O relatório diz que, para evitar retrocessos, as políticas de apoio não podem ser retiradas prematuramente. Os economistas do Fundo consideram provável que, enquanto houver riscos à saúde, a atividade econômica continue reduzida. "A recuperação não é garantida enquanto a pandemia continuar a se propagar", diz o relatório. (Matéria de Alessandra Corrêa, jornalista – Escrito em Washington (EUA) para a BBC News Brasil) – disponível no link a seguir: LEIA AQUI Até a aula! https://www.bbc.com/portuguese/internacional-54525220 NEGÓCIOS INTERNACIONAIS LEITURA PRÉVIA AULA 04 LEITURA PRÉVIA POLÍTICAS FISCAL, MONETÁRIA E CAMBIAL: CRISE ECONÔMICA BRASILEIRA DE 2017No dia 29 de novembro de 2016, foi aprovada pelo Senado a PEC 55 – antes PEC 241. O texto estabelece um limite de gastos do governo pelos próximos 20 anos, a ser corrigido pela inflação do ano anterior. Essa é uma medida de política fiscal que tem como o objetivo equilibrar as contas públicas, para que o país possa superar a crise econômica. Mas o que significa política fiscal? E quais outros tipos de políticas econômicas podem ser utilizados pelo poder público? Muito se discute nos meios de comunicação sobre uma variedade de indicadores econômicos – inflação, déficit primário, carga tributária, taxa de câmbio, entre outros – que sinalizam possíveis períodos de recessão e crescimento, mas pouco se elucida sobre a dinâmica econômica e os efeitos das medidas tomadas pelo estado. POLÍTICAS ECONÔMICAS Toda ação tomada pelo governo através de instrumentos econômicos parte da premissa de formular propostas para resolver ou minimizar os problemas econômicos presentes, zelando pelos interesses e bem-estar da população. A função do governo é, portanto, atuar sobre determinadas variáveis e, através dessas, alcançar resultados positivos no campo econômico, como redução da inflação ou equilíbrio da balança de pagamentos. As políticas econômicas dependem de um diagnóstico correto de quais são os problemas econômicos existentes e da visão que os governantes têm sobre o papel do Estado na sociedade. Logo, as principais divergências existentes na condução dessas políticas são na esfera do pensamento econômico. Mas a macroeconomia, de uma forma geral, segue uma lógica intuitiva. Em outras palavras, pode existir discordância em relação a assuntos como o aumento da taxa de juros ou se seria coerente aumentar os tributos, mas é indiscutível o efeito que cada ação possui. A modificação da taxa de juros altera a propensão dos agentes econômicos a tomar empréstimos e a alteração da carga tributária afeta a arrecadação do Estado. Exatamente nesse ponto importante que entram em conjunto as diferentes políticas econômicas, ao tentar corrigir distorções ou promover crescimento em determinadas variáveis sem comprometer o desempenho de outras. É preciso existir um equilíbrio entre as políticas fiscal, cambial e monetária. E os principais indicadores utilizados como padrão de equilíbrio são inflação, equilíbrio das contas externas e crescimento da produção e do emprego. POLÍTICA FISCAL Este é o principal instrumento de política econômica do setor público. Resumidamente, a política fiscal pode ser definida como o planejamento orçamentário do Estado. O orçamento nada mais é que a diferença entre as receitas e despesas em um período. Quando as receitas são maiores que os gastos, tem-se um superávit e quando as receitas são menores, um déficit. A receita é obtida através da arrecadação de impostos, enquanto as despesas são mais variadas, contabilizando os gastos com pagamentos de funcionários, construção e manutenção de escolas, hospitais, pagamentos de juros da dívida, etc. As alterações de receita e gastos podem ser feitas em inúmeros segmentos da economia. Pode-se diminuir a tributação para setores específicos da indústria de forma a incentivar o investimento daquele segmento, pode-se aumentar os gastos com infraestrutura (rodovias, portos, sistema de transmissão de energia, etc.), e assim por diante. E a dinâmica da política fiscal é mais ou menos a seguinte. Quando se tem um superávit, existe a sinalização de que as contas estão sendo pagas e de que está sobrando dinheiro, que pode ser utilizado para reduzir o estoque da dívida pública, por exemplo. Além disso, o setor público teria uma folga para investir em áreas precisam de impulso, ou então para reduzir impostos e estimular a economia. Com a redução de impostos, sobra mais dinheiro para os agentes consumirem ou investirem, o que aumenta o Produto Interno Bruto (PIB) – soma de tudo que foi produzido no país. Da mesma forma que o aumento de investimento direto por parte do governo tem a tendência de promover crescimento do PIB. Porém, o crescimento do PIB pode resultar em pressões inflacionárias, principalmente se for puxado pelo crescimento do consumo, pois o aumento da demanda (procura) por produtos leva a um aumento do nível de preços (inflação). Por isso, é necessária uma boa percepção da dinâmica econômica para entender o que cada movimento do mercado ou do governo pode ocasionar. É o conjunto de medidas que o governo adota para controlar a oferta de moeda conforme os interesses econômicos do país. Entende-se como oferta de moeda a liquidez do ativo, a facilidade com que ele pode ser convertido em dinheiro. Alguns tipos de investimentos financeiros têm datas pré-estabelecidas para se retirar a aplicação, tornando a sua liquidez menor. Uma liquidez menor ainda vale para imóveis, por exemplo, que demandam maior tempo para venda, tornando mais demorado o processo de ter aquela quantidade de dinheiro correspondente ao valor do imóvel em mãos. POLÍTICA MONETÁRIA O que o governo faz é controlar a quantidade de dinheiro circulando de forma “mais líquida” na economia. O Banco Central (BACEN), uma autarquia federal, vinculada ao Ministério da Fazenda, é o responsável por esse controle. A famosa Selic, que frequentemente aparece nos noticiários, é a taxa básica de juros. O Bacen ao alterar a Selic altera a meta de taxa de juros que deseja alcançar, e para isso, utiliza de alguns mecanismos para alterar os meios de pagamentos (oferta de moeda). Na teoria, menor oferta de moeda circulando significa que esse ativo está ficando mais escasso, consequentemente a demanda por empréstimos sobe e então, as instituições financeiras aumentam os juros por estarem oferecendo um produto que está sendo mais procurado pelo mercado (o empréstimo). Vale a mesma regra para o processo inverso. Como dito anteriormente, existem algumas ferramentas utilizadas pelo BACEN no controle de oferta de moeda, que são: operações de mercado aberto (open market), depósitos compulsórios, redescontos bancários e controle e seleção de crédito. Não se faz necessário detalhar cada instrumento, pois seria material para um novo texto, mas o importante aqui é perceber que a oferta de moeda controlada pelo banco central altera a taxa de juros para próximo da meta Selic. Os juros por sua vez, influenciam na atividade econômica e na inflação. Aqui no Brasil, aplica-se o sistema de metas de inflação, em que o governo promove esforços para atingir uma meta para a inflação anual. A taxa de juros tem papel importante nesse sistema. Um aumento dessa taxa afeta as decisões de investimento do empresariado e de consumo das famílias. Com taxas maiores para se tomar empréstimos e arcar com custos de “carregar” seu estoque, o empresário diminui seu investimento. As famílias, por sua vez, têm uma tendência de preferir a poupança ao invés do consumo, uma vez que está mais caro parcelar suas compras e pode estar sendo mais vantajoso deixar seu dinheiro aplicado rendendo a juros altos (aplicações vinculadas aos juros são mais atrativas quando estes estão altos, pois o retorno no futuro será maior). A combinação de redução de investimentos e de consumo ocasiona uma redução da atividade econômica do mercado. Com a redução da demanda, os preços caem e a inflação, que é o índice geral de preços, também cai. Portanto, esse é um mecanismo que controla o nível de preços para que fique dentro da meta. Porém, taxas de juros elevadas por um longo período podem deixar de elevar o crescimento econômico (redução do crescimento do PIB devido à redução da atividade econômica). O Estado, por sua vez, sofre com o aumento do custo de rolagem da dívida, pois os juros altos aumentam o saldo devedor da dívida interna ao longo do tempo, aumentando os gastos do governo – moderados pela política fiscal – e pressionando o déficit público. Para controlar a ofertade moeda, o BACEN pode também emitir papel moeda. Mas essa não é uma prática utilizada, pois tende a aumentar a inflação, já que não existiria um crescimento da oferta de produtos e serviços que justificasse um aumento da oferta de moeda. Em outras palavras, como não existiu um aumento da riqueza do país, não há motivo para que se emita moeda. POLÍTICA CAMBIAL A política cambial, que por sua vez difere da política fiscal e da política monetária, é baseada na administração das operações cambiais e da taxa de câmbio. São utilizadas para controle das relações comerciais e financeiras entre os agentes de um determinado sistema econômico com outro externo, em outras palavras, de seu país com outros países. No âmbito comercial, a situação de equilíbrio é avaliada pela balança comercial, ao gerar saldo positivo ou negativo entre a exportação e importação de bens e serviços. Já no âmbito financeiro, o equilíbrio é mensurado entre a quantidade de recursos (dólares) atraídos para o mercado interno para pagamento das contas em dólares. A soma dos dois fatores resulta em superávit ou déficit da chamada Balança de Pagamentos. Quanto maior a oferta de dólares em circulação na economia, mais o preço do dólar será pressionado para baixo, por causa do excesso de oferta. Portanto, o real ganha uma valorização frente ao dólar. O câmbio sinaliza quantos reais são necessários para comprar um dólar. Em uma situação hipotética em que um dólar custe R$ 2,00, e ocorra um excesso de oferta, como descrito acima, o dólar pode passar a valer R$1,90. Nessa situação, diz-se que o câmbio foi valorizado, ou que o real se valorizou. A maioria dos países desenvolvidos adotam um regime de câmbio flutuante, onde a taxa de câmbio é determinada exclusivamente pela interação entre oferta e demanda. Já no câmbio fixo, uma taxa de câmbio é estipulada e o Banco Central deve se virar para vender ou comprar dólares, a fim de manter o câmbio inalterado. No caso brasileiro, utiliza-se de um regime híbrido: o governo atua quando as oscilações ocorridas no mercado cambial podem comprometer determinados objetivos da política econômica. Assim, se o dólar atinge um patamar considerado muito elevado ou muito baixo, o Banco Central intervém. Esse regime assemelha-se muito ao regime de bandas cambiais ou flutuação suja. Em uma situação hipotética, em que durante certo período as exportações foram maiores que as importações, significa que entrou uma maior quantidade de dólares no país do que saiu. Nesse caso, a tendência é uma pressão para a queda do dólar frente ao real, valorizando o real e aumentando as reservas de dólares. Numa situação contrária, onde se importa mais que se exporta, os dólares saem mais do que entram do país. A oferta de dólares cai e então o real se desvaloriza. O BACEN pode atuar comprando dólares, a fim de manter um equilíbrio desejado no câmbio. Do ponto de vista das empresas brasileiras, o câmbio valorizado pode não ser muito favorável. A baixa taxa de câmbio oferece maior facilidade para importar produtos e serviços. Dessa forma, a balança comercial fica em déficit. Isso também atinge a competitividade do mercado nacional. No longo prazo, isso pode significar uma desvalorização da moeda, combinada com uma tendência de queda do PIB por causa da queda da produção interna. CRISE ECONÔMICA BRASILEIRA DE 2017 A política fiscal foi a principal ferramenta utilizada contra a crise econômica brasileira em 2017, porque afetou diretamente a demanda agregada (soma de consumo, investimento, gastos públicos e exportações) e o nível de produto da economia, pois o gasto público foi a única variável dessa equação que foi mudada com ações diretas, e não através de medidas que favoreceram sua mudança, como ocorre com as outras variáveis. Em 2017, no Brasil, foi aplicada uma política de austeridade, de contenção de gastos públicos, que é considerada por neoliberais como saída para a redução do déficit orçamentário, de forma a organizar a casa. Mas parte dos economistas que adotam a perspectiva keynesiana acredita que o corte dos gastos pode levar ao agravamento da crise, afetando ainda mais as camadas desfavorecidas da população. Em suma, é fundamental entender que a política fiscal por si só pode não chegar a um equilíbrio que possa proporcionar crescimento do PIB, do emprego e a redução da inflação. Como foi visto, a própria taxa de juros, que é controlada pelo lado monetário, pode contribuir para um crescimento do déficit público. Por isso, as políticas econômicas têm que atuar sempre em conjunto. (Matéria de Bruno Gonçalves Rodrigues, Bacharel em Ciências Econômicas – Disponível no link a seguir: LEIA AQUI Até a aula! https://www.politize.com.br/politica-fiscal-monetaria-e-cambial/ NEGÓCIOS INTERNACIONAIS LEITURA PRÉVIA AULA 05 LEITURA PRÉVIA EDI (INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL) NA IMPRENSA - SINAIS POSITIVOS DO SETOR EXTERNO DÃO ALGUM ALENTO PARA PIB DO ANO DE 2017 Diante da incerteza do cenário econômico e com a divulgação dos dados do primeiro trimestre, o setor externo é um dos poucos para o qual analistas convergem expectativas de contribuição positiva para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2017. A magnitude da contribuição, porém, é alvo de controvérsias. Para alguns analistas depende da evolução ainda incerta da taxa de câmbio e da recuperação da demanda doméstica. As exportações de bens e serviços dentro do PIB, que caíram sistematicamente ao longo de 2016 devido principalmente à apreciação cambial, voltaram a crescer no início deste ano, com alta de 4,8% no primeiro trimestre contra o trimestre anterior, na série com ajuste sazonal. A expansão foi superior às importações, que cresceram 1,8% no mesmo critério de comparação. A contribuição positiva do setor externo ajudou a compensar a retração da demanda doméstica, aponta boletim do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). "A relevância do setor externo para o resultado do primeiro trimestre de 2017 ficou bastante nítida no primeiro trimestre", avalia Rafael Cagnin, economista do Iedi. Na comparação anualizada, as exportações, depois de levar um tombo de 7,6% no último trimestre do ano passado, voltaram a crescer, com alta de 1,9% nos primeiros três meses de 2017, compensando parcialmente a forte elevação das importações, de 9,8% na mesma comparação. A taxa de crescimento dos desembarques, diz boletim do Iedi, reflete tanto bases muito baixas de comparação, como um estágio menos agudo da crise, favorecendo a importação de alguns bens, como de intermediários. Para Cagnin, há todos os elementos para que o setor externo traga contribuição positiva para o ano dada a reação das exportações no primeiro trimestre. Ele pondera, porém, que o resultado depende do que vai acontecer com o preço das commodities, que alavanca o volume no embarque de básicos, e com o câmbio e seus efeitos no esforço do setor manufaturado em ocupar a capacidade ociosa com produção para exportação. Em 2015, o setor externo contribuiu de forma positiva com 2,6 pontos percentuais para o total da riqueza produzida no país. No ano passado essa ajuda foi positiva ainda, mas caiu para 1,7 ponto percentual. Para Livio Ribeiro, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre/FGV), as importações e exportações caminharam conforme esperado no primeiro trimestre, mas o "imbróglio político" resultante das denúncias envolvendo o presidente Michel Temer pode tornar a contribuição do setor externo maior que a esperada anteriormente. Isso porque, diz ele, a crise deflagrada em maio pode ter efeitos ainda incertos na taxa de câmbio e na absorção doméstica. O que se esperava para 2017 antes das denúncias era uma contribuição para o PIB do setor externo bem menor do que a do ano passado e tendendo a zero. A evolução no primeirotrimestre, diz ele, contribuiu para reforçar a avaliação. A perspectiva era de que as taxas de exportação e de importação não seriam mantidas no nível do primeiro trimestre, explica Ribeiro, mas o vetor que alavancava a importação parecia mais forte do que o que puxava as exportações. A crise política, porém, diz ele, pode afetar a taxa de câmbio e a absorção doméstica. "Abre-se agora nova incerteza nesses dois vetores que impactam exportações e importações." Com isso, explica, é possível que o setor externo tenha contribuição maior que a esperada inicialmente, mas ainda não é possível avaliar quanto. Até meados de maio, diz, o cenário era de recuperação lenta e gradual da atividade e de câmbio mais apreciado do que o passado recente. "Não é mais possível saber para onde vai o câmbio, afetado primordialmente pelo cenário doméstico. E também não se sabe que impacto a crise terá sobre a atividade. ” Fabio Silveira, sócio da Macro Sector Consultores, diz que as importações do primeiro trimestre vieram bem mais fortes do que se imaginava, por conta da reativação de alguns setores no mercado doméstico que demandam insumos e do câmbio valorizado. Para ele, as exportações devem manter bom ritmo agora com câmbio mais depreciado. Os preços das commodities, diz ele, apesar da queda na evolução dos últimos meses, ainda deve ter ganho em relação ao ano passado. Ele estima preços médios do petróleo e do minério de ferro neste ano 13% e 17% maiores, respectivamente, que a média de 2016, o que deve favorecer aumento de volume de embarques. A MacroSector projeta para 2017 alta de 6,5% nas exportações de bens e serviços dentro do PIB. Para as importações, a alta estimada é de 3,5%. Poderá ler a reportagem completa com Marta Watanabe, jornalista do Valor Econômico no link a seguir: LEIA AQUI Até a aula! https://iedi.org.br/artigos/imprensa/2017/ NEGÓCIOS INTERNACIONAIS LEITURA PRÉVIA AULA 06 LEITURA PRÉVIA NEGOCIAÇÕES COMERCIAIS INTERNACIONAIS Compete à CAMEX, entre outros: 1) Estabelecer as diretrizes para as negociações de acordos de comércio exterior bilaterais, regionais ou multilaterais; e 2) Propor as medidas pertinentes para proteger os interesses comerciais brasileiros nas relações comerciais com países que descumprirem acordos bilaterais, regionais ou multilaterais, como, por exemplo, a abertura de procedimentos contenciosos. Nesse contexto, a CAMEX é o órgão competente no governo brasileiro para tomada de decisões relativas à: abertura de negociações comerciais, ampliação de acordos já existentes e autorização para a abertura de contenciosos na Organização Mundial de Comércio (OMC). Ressalte-se que a CAMEX também tem atribuição para decidir sobre questões pontuais durante o processo negociador de um acordo bilateral ou regional do qual o Brasil seja parte. Cabe ao Ministério das Relações Exteriores (MRE) o papel de coordenar o processo de negociação de acordos comerciais em parceria com os outros Ministérios membros da CAMEX. O Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) é o responsável pelas consultas junto ao setor privado para elaboração da oferta de bens industriais com os cronogramas de desgravação tarifária, bem como por preparar a posição brasileira em outros temas de sua competência como serviços, investimentos, regras de origem, entre outros. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) é o interlocutor do governo junto ao setor agrícola, negocia os textos dos capítulos de medidas sanitárias e fitossanitárias e prepara em conjunto com o MDIC a oferta de desgravação tarifária do setor agrícola. Há ainda a participação ativa do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (MPDG) responsável pelas negociações em compras governamentais e do Ministério da Fazenda (MF) cujo interesse e participação, focada em impactos econômicos, perpassam todos os temas, sejam eles tarifários ou não tarifários. Dependendo da negociação e dos temas envolvidos, vários outros órgãos de governo são convidados a participarem do processo negociador. A Secretaria-Executiva da CAMEX, por meio de sua equipe técnica, participa das negociações dos acordos internacionais de comércio do Brasil e acompanha o relacionamento comercial do Brasil com outros países e órgãos internacionais. Além disso, coordena ou acompanha grupos técnicos intragovernamentais, a fim de preparar estudos e propostas sobre matérias de competência da CAMEX, para serem submetidos ao Conselho da CAMEX e ao Comitê Executivo de Gestão (Gecex). Seguem breves informações sobre negociações em curso e sobre fóruns internacionais de comércio dos quais o Brasil participa: MERCOSUL – UNIÃO EUROPEIA As negociações entre o Mercosul e a União Europeia foram lançadas com a assinatura do Acordo Quadro de Cooperação Inter-regional entre os dois blocos em dezembro de 1995, em Madri. Duas trocas de ofertas em bens foram realizadas em 2004 (maio e setembro), as quais não foram consideradas satisfatórias pelas Partes, o que interrompeu o processo negociador. O Acordo Mercosul-UE ganhou novo impulso com o intercâmbio de ofertas de acesso a mercados em bens, serviços e compras governamentais, realizado em maio de 2016 e, desde então, as negociações tem avançado por meio de reuniões do Comitê de Negociações Birregionais – CNB (Bruxelas, outubro de 2016; Buenos Aires, março de 2017, e Bruxelas, setembro de 2017), quer por reuniões intersecionais (Bruxelas, fevereiro de 2017; Buenos Aires, junho de 2017), ou videoconferências. As negociações têm acordado intenso calendário de reuniões com encontros todos os meses até o final de 2017, quando se espera que os blocos cheguem a um acordo político. Mercosul – Índia O Conselho da CAMEX autorizou em sua 107ª Reunião, realizada em maio de 2015, o aprofundamento do Acordo de Preferências Fixas entre o Mercosul e a Índia. O Mercosul e a Índia discutem a ampliação das atuais 450 linhas tarifárias para cerca de 2.000 novas linhas de cada parte. Está prevista reunião ainda em 2017 para dar seguimento às negociações com vistas à ampliação do APF. MERCOSUL E CANADÁ O Mercosul e o Canadá realizaram três reuniões do Diálogo Exploratório entre 2011 e 2012. O principal objetivo do Diálogo foi determinar a conveniência do lançamento de negociações formais para um Acordo de Livre Comércio entre as partes. As tratativas seguem avançando e as partes se reuniram duas vezes em 2017 para identificar os próximos passos para o lançamento oficial de negociações de um acordo comercial. Tanto os sócios do Mercosul quanto os canadenses têm envidado esforços para obter mandato para o lançamento das negociações. MERCOSUL-ASSOCIAÇÃO EUROPEIA DE LIVRE COMÉRCIO (EFTA) A fase relativa ao Diálogo Exploratório para a negociação de um acordo de livre comércio entre o Mercosul e EFTA (bloco formado por Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça) foi concluída em janeiro de 2017 e as Partes realizaram duas rodadas de negociações em junho e agosto de 2017. Os principais capítulos em negociação são: bens; regras de origem; facilitação de comércio; medidas sanitárias e fitossanitárias; serviços; barreiras técnicas ao comércio; propriedade intelectual; compras governamentais; investimentos e disposições horizontais, legais e institucionais. BRASIL-MÉXICO Lançada em maio de 2015, a negociação entre os dois países tem como objetivo expandir significativamente a cobertura tarifária do Acordo de Complementação Econômica nº 53 entre Brasil e México e atualizar as o arcabouço regulatório nas áreas sanitárias e fitossanitárias, serviços, compras governamentais, facilitação de comércio, barreiras técnicas, propriedade intelectual, coerência regulatória, entre outras. Em agosto de 2017, ocorreu a sétima rodada de negociações para a ampliação do ACE 53. Parao Brasil, ainda é necessário avançar na definição da oferta agrícola mexicana por meio da inclusão de produtos de interesse ofensivo brasileiro. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO (OMC) A Organização Mundial do Comércio (OMC) possui atualmente 164 membros e nasceu como resultado de negociações da Rodada Uruguai (1986-1994). Em dezembro de 2017 ocorrerá a 11ª Conferência Ministerial da OMC de Buenos Aires. Na oportunidade, é possível que os membros cheguem a consenso sobre novas disciplinas multilaterais, tais como subsídios à pesca, comércio eletrônico, facilitação de investimentos e agricultura. (CAMEX – Secretaria Executiva da Câmara do Comércio Exterior – Disponível no link: LEIA AQUI) Até a aula! http://www.camex.gov.br/investimentos/98-assuntos/36-negociacoes-comerciais-internacionais NEGÓCIOS INTERNACIONAIS LEITURA PRÉVIA AULA 07 LEITURA PRÉVIA NOVAS FUNCIONALIDADES DO SISCOMEX FACILITAM EXPORTAÇÕES E IMPORTAÇÕES Os usuários do Portal Único de Comércio Exterior – Siscomex estão encontrando novidades na ferramenta desde 18/05/20. Foram implementadas melhorias em serviços referentes aos novos processos de importação e de exportação, sob a coordenação conjunta da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e da Receita Federal do Brasil (RFB), com apoio técnico do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). As mudanças fazem parte de uma rotina de entregas sucessivas e graduais de novas funcionalidades e sistemas de comércio exterior para facilitar as exportações e importações brasileiras. Dentre os aprimoramentos, destaca-se a possibilidade de registro de exportação consorciada, que permite a diferentes empresas prestarem a informação conjunta de uma mesma Declaração Única de Exportação (DU- E). Também foi implantada uma evolução no sistema de controle logístico de carga. Agora, nas operações realizadas pelo modal terrestre, é possível emitir o Manifesto Internacional de Carga (MIC) diretamente pelo sistema, proporcionando maior segurança e controle dos manifestos de carga, o que facilita o processo para os operadores. Outro destaque é a simplificação das informações prestadas no vínculo entre uma DU-E e um Ato Concessório de Drawback na modalidade Isenção. Essa medida atende ao pleito de diversos setores da iniciativa privada que utilizam o referido regime especial, com destaque para os casos em que o beneficiário não é quem realiza a exportação. Por fim, foram adotados processos totalmente digitais, além do uso de documentos eletrônicos. Essa melhoria desvincula o local físico em que se encontram as cargas da equipe de fiscalização da Receita Federal do Brasil para as declarações de exportação. Com isso, permite-se maior especialização das equipes de fiscalização, controles aduaneiros mais eficientes e melhor aproveitamento dos recursos públicos. O QUE É O PORTAL ÚNICO DE COMÉRCIO EXTERIOR? O Programa Portal Único de Comércio Exterior é uma iniciativa do Governo Federal para reduzir a burocracia, o tempo e os custos nas exportações e importações brasileiras, a fim de atender com mais eficiência às demandas do comércio exterior. Os principais objetivos do Programa são reformular os processos de exportações e importações, tornando-os mais eficientes e harmonizados, e criar um guichê único para centralizar a interação entre o governo e os operadores privados atuantes no comércio exterior. (Publicada em 21/05/2020 na página do Ministério da Economia) Até a aula! NEGÓCIOS INTERNACIONAIS LEITURA PRÉVIA AULA 08 LEITURA PRÉVIA DOCUMENTOS NA IMPORTAÇÃO: QUEM GERENCIA ESTA ETAPA? A decisão de importar nasce com a oportunidade existente, no mercado interno, de produtos que você encontrou no exterior, com preço acessível, qualidade superior, e a certeza de lucratividade. Porém, importar no Brasil não é para amadores, sobretudo em momentos de variação da moeda internacional. E a documentação exigível na importação é a etapa que mais gera problemas, se não controlado adequadamente. E ela precisa ser gerenciada por especialista. Qualquer erro, falta de informações ou assinatura, pode atrasar a liberação (no menor dos problemas) ou gerar uma multa e inviabilizar a transação. No Brasil, a importação para comercialização só pode ser feita por empresas, que chamamos de Importação Empresarial. O processo formal de habilitação é uma exigência da Receita Federal do Brasil para toda as empresas e pessoas físicas que desejam importar ou exportar. É um registro feito pela Receita Federal do Brasil, chamado RADAR (Registro e Rastreamento da Atuação dos Intervenientes Aduaneiros), que já foi extremamente burocrático no passado, mas desde 2015 que tem etapas diferentes, para empresas de experiência e portes diferentes. A documentação na importação tem papel fundamental em todas as etapas do processo. Existem documentos diferentes, em etapas distintas, que requer muita atenção de quem está conduzindo a operação. A regra de ouro é: pesquise tudo que será exigido, principalmente quais são os documentos na importação exigidos, antes da carga embarcar. Há exigências de licenças prévias, registros da empresa e do produto, e até cotas de quantidade e valor mínimo. Qualquer erro ou deslize, pode gerar multas, atrasos ou apreensão da mercadoria. A importação brasileira não segue uma ‘regra universal’, em as obrigações são as mesmas para tudo. Pelo contrário, as exigências são feitas produto a produto. Quer um exemplo? Se você deseja importar relógio de pulso, e a pulseira for de aço, não existirá nenhuma obrigação adicional. Mas se este produto tiver pulseira de couro silvestre, então terá a anuência do Ibama. Assim, ao sentar à mesa para negociar a sua operação, coloque para o exportador que ele precisará cumprir algumas regras para o Brasil, quanto à emissão documental. Após já ter decidido pelo produto, com preço ajustado, forma de pagamento, e prazo de entrega, é preciso cuidar gestão dos documentos na importação. O exportador já está sabendo que deverá ter atenção especial para os documentos exigidos pela legislação brasileira, e que o importador vai precisar instruir como isto acontecerá. O importador é responsável pela gestão da documentação para a importação, ou internamente, através de um analista de importação, ou externamente, através de um despachante aduaneiro. O que não pode ser é deixar isto nas mãos do exportador. O departamento operacional da empresa precisa checar cada documento exigido e identificar se ele está dentro do exigido. É preciso ter um roteiro e um checklist poderoso, para não deixar passar nada. Estima-se que aproximadamente 84% dos processos atrasam por algum tipo de erro com a documentação na importação. E este erro está ligado a falta de conhecimento prévio daquilo que as autoridades aduaneiras irão exigir. E para não errar nesta fase, é preciso construir e utilizar a Instrução de Embarque detalhada. Por não ser um documento aduaneiro, muitas empresas o ignoram. Porém, sem ele, as chances de erros aumentam, e os atrasos acontecerão (sem falar nas multas geradas pelo descuido com a legislação). A título de exemplo, no Brasil somos obrigados a apresentar via original, assinada de próprio punho. Além disso, temos que colocar o número do CNPJ em um dos documentos, e a falta disto pode até gerar uma multa de R$5.000,00. Via de regra, toda importação exige os seguintes documentos: Fatura Comercial, Packing List e Conhecimento de embarque. Dependendo do tipo de produto ou da origem, também será exigido: Certificado de Origem, Certificado de Análise, Certificado Fitossanitário e Certificado de Fumigação. Os problemas mais comuns nestes documentos são o preenchimento errado, a falta de informação, falta de assinatura ou envio de documentos apenas cópia. O checklist é uma lista de itens que foi previamente estabelecido paracertificar o que deve ser conferido naquele documento. O propósito é atestar que todas as etapas ou itens da lista foram cumpridas de acordo com a legislação aduaneira. Até a aula!
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