Buscar

aula 4 nutrição parenteral (1)

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

NUTRIÇÃO PARENTERAL

É a alimentação dada através de uma veia.
A nutrição parenteral serve para complementar ou substituir completamente a alimentação oral (dada pela boca) ou enteral.
Uma pessoa que não pode, não consegue ou não deve alimentar-se utilizando seu aparelho digestivo necessita de uma outra maneira de alimentação que o mantenha com um estado nutricional adequado, pois o paciente desnutrido enfrenta muito mal as enfermidades e invariavelmente evolui para óbito quando não é revertida esta situação.
NUTRIÇÃO PARENTERAL (NP) 

São exemplos desta necessidade:
recém-nascidos prematuros, cujo sistema digestivo não é capaz de processar (digerir) o leite de modo suficiente à sua necessidade 
pacientes submetidos a cirurgias gastrintestinais de grande porte que complicam com fístulas (vazamentos). 
pacientes com a sindrome do intestino curto. 
A nutrição parenteral pode ser "Total" ou "Parcial", conforme a necessidade.

Os componentes da nutrição parenteral são:
Água 
É o de maior volume, necessário para repor as perdas e transportar os outros componente. 
O cálculo da quantidade total de fluido necessário (o volume) deve levar em conta as necessidades e as perdas. 
Pode ser usado o peso e a diurese neste balanço. 
No adulto segue-se um padrão de 2000 a 2500 ml no frasco de nutrição parenteral e o restante é administrado através de soros em veias periféricas. 
Na neonatologia, depende de fatores como a idade pós-natal (quanto maior a idade, maior a necessidade até cerca de 15 dias de idade, quando se estabiliza) e a idade gestacional(quanto mais prematuro, maior a necessidade). 
Idealmente, a diurese deve estar entre 1-2 ml/Kg/hora tendo uma densidade urinária de 1005-1010. Após o nascimento, o peso cai por cerca de 4-5 dias, mas pode cair por até 12 dias, dependendo das condições clínicas (prematuros por exemplo). 
Quanto mais prematuro, maior a perda de peso em porcentagem do peso original.
COMPONENTES

Glicose 
Utilizada na forma de soluções hipertonicas de glicose, geralmente a 50% - ou seja, 50 gramas de glicose para cada 100 ml.
Aminoácidos 
Necessário para formar a proteína, utilizam-se soluções a 10% (10 gramas por 100 ml). Existem comercialmente soluções especiais para problemas renais e hepáticos e soluções especiais para recém-nascidos muito prematuros.

Lipídios 
Utilizado preferencialmente todos os dias como fonte de energia, juntamente a glicose, apresnta-se em soluções a 10 e 20% (10 ou 20 g/100 ml)
Eletrólitos
Sódio - na forma de NaCl a 20%. 
Potássio- na forma de KCl e fosfato ácido de potássio. 
Cálcio- Utilizado em veia periférica para evitar precipitação do soluto. 
Fósforo-na forma de fosfato ácido de potássio 
Magnésio-na forma de sulfato de magnésio. 

Vitaminas
A 
B1 
B6 
B12 
C 
D 
E 
K- utilizado uma vez por semana, preferencialmente em veia periférica. 
 
Elementos minerais:
Ferro 
Zinco 
Cobre 
Cromo 
Iodo 

VIAS DE ADMINISTRAÇÃO
As vias utilizadas para a administração da alimentação parenteral são a periférica e a central. Na primeira podem ser somente oferecidas soluções hipoosmolares, hipoconcentradas e as gorduras. 
Já na segunda há infusão de soluções hipertônicas de glicose e proteínas, vitaminas entre outros.
A via mais utilizada é a central, sendo que a canulação da veia subclávica (por via infraclavicular) é a rotineiramente usada para ter acesso à veia cava superior. 

 Traumas: normalmente levam a estados hipermetabólicos (perda elevada de N e alto gasto energético).
 Fístulas Enterocutâneas: a desnutrição é uma das maiores causas de mortalidade em pacientes com esta patologia, logo a Nutrição Parenteral nesses casos tem objetivo de recuperar o estado nutricional desses pacientes. 
Insuficiência Hepática: todos os nutrientes têm seus metabolismos alterados, principalmente as proteínas. A competição entre aminoácidos ramificados e aromáticos é favorável já que há síntese de proteínas no músculo (ideal para reparação hepática) e reduzem o catabolismo (conseqüente diminui produção de amônia), logo aos pacientes com tal patologia são fornecidas altas concentrações de aminoácidos ramificados e baixa concentração de aromáticos.
INDICAÇÕES

Insuficiência Renal Aguda: caracteriza-se pela retenção nitrogenada e hiperosmolaridade. Apesar disso, a oferta de proteínas deve ser normal, com intuito de evitar desnutrição energético protéica. A solução protéica fornece aproximadamente 15g de aminoácidos, mantendo assim o equilíbrio metabólico com os carboidratos.
Pancreatite Aguda: a Nutrição Parenteral objetiva, nesse caso, o repouso pancreático fundamental para recuperação das funções e evitar hemorragias/necrose tecidual. Nestes casos, a emulsão lipídica deve ser utilizada com cuidado (10% VCT), e as soluções devem ser hiperglicídicas e hiperproteicas para fortalecer aporte calórico.
Enteropatias Inflamatórias: nessas patologias há necessidade de repouso, redução de secreção e motilidade intestinal, porém a desnutrição deve ser controlada para que os resultados da cirurgia sejam satisfatórios.

Existem três indicadores que são utilizados para apontar os pacientes de risco, os quais são fortes candidatos ao suporte nutricional via NP, são eles:
perda de 10% ou mais peso corpóreo;
albumina sérica abaixo de 3g/dL;
transferina sérica com valores inferiores a 220 mg/dL.

CONTROLES
Após a Nutrição Parenteral ser instalada, alguns recursos são usados no controle e/ou na verificação da aceitação do método, dentre os quais podem ser citados:
-Avaliação nutricional :
· curva de peso: antes de iniciar e, posteriormente de 3/3 dias
· circunferência do braço: antes de iniciar e, posteriormente semanalmente
· prega cutânea: antes de iniciar e depois semanal
· contagem linfocitária
· testes cutâneos de sensibilidade: antes de iniciar e depois a cada semana
-exames laboratoriais :
· hemograma completo: antes de iniciar; em dias alternados na 1a semana e depois semanalmente
· glicemia: antes de iniciar; em dias alternados na 1a semana e posteriormente uma vez por semana
· colesterol total: antes de iniciar e, dependendo do caso repetidas vezes
· triglicerídeos: idem acima
· hemocultura: semanalmente
· glicosúria: 6/6 horas
· dosagem de proteínas de vida média curta (ex: pré-albumina): antes de iniciar; em dias alternados e depois semanalmente
-balanço hídrico: diariamente

Quanto às complicações observadas relacionadas à Nutrição Parenteral, valem ser ressaltadas as:
Infecciosas (septicemia): são as mais graves, já que os pacientes usuários da Nutrição Parenteral estão, geralmente, debilitados previamente. São decorrentes de contaminação, seja das soluções ( o que é mais raro) , do catéter ou do momento de inserção do mesmo.
Não Infecciosas: estão relacionadas a problemas na introdução do catéter, podendo ocorrer: pneumotórax, hemotórax, má posição de catéter, flebotrombose, hidrotórax, hidromediastino, lesão nervosa, lesão arterial (subclávica), perfuração miocárdica, laceração da veia, etc.
Metabólicas: são decorrentes de alterações do metabolismo dos nutrientes utilizados nas soluções infundidas.
COMPLICAÇÕES

Lembrando sempre que, assim que possível o desmame da Nutrição Parenteral, deve ser realizado gradativamente para a alimentação enteral e posteriormente para via oral, mais fisiológica e menos custosa.
Pode-se observar e concluir que a Nutrição Parenteral, se bem aplicada, é um recurso de extrema importância na manutenção e/ou melhora do estado de saúde dos pacientes de pequeno, médio e alto risco, seja em âmbito hospitalar quanto domiciliar.
A Nutrição Parenteral pode ser interpretada como terapêutica extremamente segura, quando seus procedimentos técnicos e de higienização são seguidos rigorosamente pelos profissionais. Caso contrário, é uma via direta à septicemia e um conseqüente perigo para a sobrevivência dos pacientes.
LEMBRETES

OBRIGADA!!!


Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais