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NUTRIÇÃO PARENTERAL É a alimentação dada através de uma veia. A nutrição parenteral serve para complementar ou substituir completamente a alimentação oral (dada pela boca) ou enteral. Uma pessoa que não pode, não consegue ou não deve alimentar-se utilizando seu aparelho digestivo necessita de uma outra maneira de alimentação que o mantenha com um estado nutricional adequado, pois o paciente desnutrido enfrenta muito mal as enfermidades e invariavelmente evolui para óbito quando não é revertida esta situação. NUTRIÇÃO PARENTERAL (NP) São exemplos desta necessidade: recém-nascidos prematuros, cujo sistema digestivo não é capaz de processar (digerir) o leite de modo suficiente à sua necessidade pacientes submetidos a cirurgias gastrintestinais de grande porte que complicam com fístulas (vazamentos). pacientes com a sindrome do intestino curto. A nutrição parenteral pode ser "Total" ou "Parcial", conforme a necessidade. Os componentes da nutrição parenteral são: Água É o de maior volume, necessário para repor as perdas e transportar os outros componente. O cálculo da quantidade total de fluido necessário (o volume) deve levar em conta as necessidades e as perdas. Pode ser usado o peso e a diurese neste balanço. No adulto segue-se um padrão de 2000 a 2500 ml no frasco de nutrição parenteral e o restante é administrado através de soros em veias periféricas. Na neonatologia, depende de fatores como a idade pós-natal (quanto maior a idade, maior a necessidade até cerca de 15 dias de idade, quando se estabiliza) e a idade gestacional(quanto mais prematuro, maior a necessidade). Idealmente, a diurese deve estar entre 1-2 ml/Kg/hora tendo uma densidade urinária de 1005-1010. Após o nascimento, o peso cai por cerca de 4-5 dias, mas pode cair por até 12 dias, dependendo das condições clínicas (prematuros por exemplo). Quanto mais prematuro, maior a perda de peso em porcentagem do peso original. COMPONENTES Glicose Utilizada na forma de soluções hipertonicas de glicose, geralmente a 50% - ou seja, 50 gramas de glicose para cada 100 ml. Aminoácidos Necessário para formar a proteína, utilizam-se soluções a 10% (10 gramas por 100 ml). Existem comercialmente soluções especiais para problemas renais e hepáticos e soluções especiais para recém-nascidos muito prematuros. Lipídios Utilizado preferencialmente todos os dias como fonte de energia, juntamente a glicose, apresnta-se em soluções a 10 e 20% (10 ou 20 g/100 ml) Eletrólitos Sódio - na forma de NaCl a 20%. Potássio- na forma de KCl e fosfato ácido de potássio. Cálcio- Utilizado em veia periférica para evitar precipitação do soluto. Fósforo-na forma de fosfato ácido de potássio Magnésio-na forma de sulfato de magnésio. Vitaminas A B1 B6 B12 C D E K- utilizado uma vez por semana, preferencialmente em veia periférica. Elementos minerais: Ferro Zinco Cobre Cromo Iodo VIAS DE ADMINISTRAÇÃO As vias utilizadas para a administração da alimentação parenteral são a periférica e a central. Na primeira podem ser somente oferecidas soluções hipoosmolares, hipoconcentradas e as gorduras. Já na segunda há infusão de soluções hipertônicas de glicose e proteínas, vitaminas entre outros. A via mais utilizada é a central, sendo que a canulação da veia subclávica (por via infraclavicular) é a rotineiramente usada para ter acesso à veia cava superior. Traumas: normalmente levam a estados hipermetabólicos (perda elevada de N e alto gasto energético). Fístulas Enterocutâneas: a desnutrição é uma das maiores causas de mortalidade em pacientes com esta patologia, logo a Nutrição Parenteral nesses casos tem objetivo de recuperar o estado nutricional desses pacientes. Insuficiência Hepática: todos os nutrientes têm seus metabolismos alterados, principalmente as proteínas. A competição entre aminoácidos ramificados e aromáticos é favorável já que há síntese de proteínas no músculo (ideal para reparação hepática) e reduzem o catabolismo (conseqüente diminui produção de amônia), logo aos pacientes com tal patologia são fornecidas altas concentrações de aminoácidos ramificados e baixa concentração de aromáticos. INDICAÇÕES Insuficiência Renal Aguda: caracteriza-se pela retenção nitrogenada e hiperosmolaridade. Apesar disso, a oferta de proteínas deve ser normal, com intuito de evitar desnutrição energético protéica. A solução protéica fornece aproximadamente 15g de aminoácidos, mantendo assim o equilíbrio metabólico com os carboidratos. Pancreatite Aguda: a Nutrição Parenteral objetiva, nesse caso, o repouso pancreático fundamental para recuperação das funções e evitar hemorragias/necrose tecidual. Nestes casos, a emulsão lipídica deve ser utilizada com cuidado (10% VCT), e as soluções devem ser hiperglicídicas e hiperproteicas para fortalecer aporte calórico. Enteropatias Inflamatórias: nessas patologias há necessidade de repouso, redução de secreção e motilidade intestinal, porém a desnutrição deve ser controlada para que os resultados da cirurgia sejam satisfatórios. Existem três indicadores que são utilizados para apontar os pacientes de risco, os quais são fortes candidatos ao suporte nutricional via NP, são eles: perda de 10% ou mais peso corpóreo; albumina sérica abaixo de 3g/dL; transferina sérica com valores inferiores a 220 mg/dL. CONTROLES Após a Nutrição Parenteral ser instalada, alguns recursos são usados no controle e/ou na verificação da aceitação do método, dentre os quais podem ser citados: -Avaliação nutricional : · curva de peso: antes de iniciar e, posteriormente de 3/3 dias · circunferência do braço: antes de iniciar e, posteriormente semanalmente · prega cutânea: antes de iniciar e depois semanal · contagem linfocitária · testes cutâneos de sensibilidade: antes de iniciar e depois a cada semana -exames laboratoriais : · hemograma completo: antes de iniciar; em dias alternados na 1a semana e depois semanalmente · glicemia: antes de iniciar; em dias alternados na 1a semana e posteriormente uma vez por semana · colesterol total: antes de iniciar e, dependendo do caso repetidas vezes · triglicerídeos: idem acima · hemocultura: semanalmente · glicosúria: 6/6 horas · dosagem de proteínas de vida média curta (ex: pré-albumina): antes de iniciar; em dias alternados e depois semanalmente -balanço hídrico: diariamente Quanto às complicações observadas relacionadas à Nutrição Parenteral, valem ser ressaltadas as: Infecciosas (septicemia): são as mais graves, já que os pacientes usuários da Nutrição Parenteral estão, geralmente, debilitados previamente. São decorrentes de contaminação, seja das soluções ( o que é mais raro) , do catéter ou do momento de inserção do mesmo. Não Infecciosas: estão relacionadas a problemas na introdução do catéter, podendo ocorrer: pneumotórax, hemotórax, má posição de catéter, flebotrombose, hidrotórax, hidromediastino, lesão nervosa, lesão arterial (subclávica), perfuração miocárdica, laceração da veia, etc. Metabólicas: são decorrentes de alterações do metabolismo dos nutrientes utilizados nas soluções infundidas. COMPLICAÇÕES Lembrando sempre que, assim que possível o desmame da Nutrição Parenteral, deve ser realizado gradativamente para a alimentação enteral e posteriormente para via oral, mais fisiológica e menos custosa. Pode-se observar e concluir que a Nutrição Parenteral, se bem aplicada, é um recurso de extrema importância na manutenção e/ou melhora do estado de saúde dos pacientes de pequeno, médio e alto risco, seja em âmbito hospitalar quanto domiciliar. A Nutrição Parenteral pode ser interpretada como terapêutica extremamente segura, quando seus procedimentos técnicos e de higienização são seguidos rigorosamente pelos profissionais. Caso contrário, é uma via direta à septicemia e um conseqüente perigo para a sobrevivência dos pacientes. LEMBRETES OBRIGADA!!!
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